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São Paulo/SP
2013
Fábio Augusto de Paula
São Paulo/SP
2013
Fábio Augusto de Paula
São Paulo/SP
2013
Dedicatória
Em memória de meu Pai, João Marcos de Paula, por tudo que me ensinou. Não teve a
oportunidade de presenciar a concretização deste sonho, mas com certeza ajudou.
Agradecimento
Todo o esforço seria em vão, não fossem aqueles que me apoiaram e compreenderam.
Ao Mestre e amigo Bruno Monteiro da Silva, pela orientação, por sua disponibilidade, apoio e
amizade de longo tempo.
À minha amada esposa Jacinara Albuquerque de Paula, por todo apoio e compreensão, e pelo
conhecimento e bom senso durante a etapa de finalização deste trabalho.
Aos meus pais, João Marcos de Paula e Idalina Ofélia de Paula, enormes exemplos de
honestidade e grandes motivos de orgulho, pela formação do meu caráter, pela amizade, amor
e apoio acima de tudo, sempre me estimulando a buscar mais conhecimentos na vida.
À amiga Rafaela D’Arco, por apoiar e ajudar durante todo o meu processo de graduação e,
agora, pós-graduação.
Schopenhauer
Resumo
Lista de Tabelas:
Tab. 1 – Resultados de escore obtidos nas citologias nas respectivas datas de coleta ............. 18
Lista de Figuras:
Fig. 2 – Exame direto mostrando células compatíveis com Malassezia spp. através da
coloração de panótico rápido. Realizado em amostra colhida do meato acústico externo de um
cão com otite. Aumento 1.000 vezes. Fonte: o autor. .............................................................. 14
Fig. 3 – Coleta de cerume proveniente de otite externa canina através de zaragatoa estéril
umedecida em solução salina. Fonte: o autor. ......................................................................... 16
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 8
1. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 9
CONCLUSÃO......................................................................................................................... 21
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 22
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INTRODUÇÃO
1. OBJETIVOS
2. REVISÃO DE LITERATURA
2. 2. Otite externa
A otite externa pode ser conceituada como uma inflamação (aguda ou crônica) do
meato acústico externo, com o envolvimento de diferentes agentes etiológicos (LEITE et al.,
2003; MOTTA et al., 2000). Muitas vezes, a otite externa é um sintoma de outras doenças e
não um diagnóstico definitivo, podendo estar presente em cerca de até 25% dos cães levados a
uma clínica veterinária por outro motivo. (HARVEY et al., 2004).
As alterações mais comuns vistas na otite externa são: eritema, edema, descamação,
crostas, alopecia e pelos partidos na face interna do pavilhão auditivo, alterações no
posicionamento da cabeça e dor quando a cartilagem auricular ou a bula timpânica são
palpadas (BAPTISTA et al., 2010; HARVEY et al., 2004; MACHADO et al., 2010).
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A otite externa está associada a diversos agentes etiológicos, fatores primários, fatores
predisponentes e condições perpetuantes (LEITE et al., 2003; LEITE, 2010; MOTTA et al.,
2000).
Os fatores primários podem causar otite externa, com ou sem a presença de fatores
predisponentes ou perpetuantes. Entre as causas primárias estão as bactérias, sendo as mais
isoladas o Staphylococcus intermedius e o Streptococcus spp., do grupo Gram positiva, e
entre as Gram negativas a Pseudomonas aeruginosa e o Proteus sp. Ainda como fatores
primários, estariam os ectoparasitas, como Otodectis cynotis, Sarcoptes scabeii, Demodex cati
e Notoedris cati; as leveduras Malassezia pachydermatis e Candida albicans; corpos
estranhos; neoplasia otológica; pólipos inflamatórios; desordens de queratinização; distúrbios
imunomediados, como erupção medicamentosa; e hipersensibilidades, como atopia, dermatite
de contato e alergia alimentar (MARTINS et al., 2011; NOBRE et al., 1998; ROSYCHK;
LUTTGEN, 2008).
Os fatores perpetuantes são aqueles que não permitem a resolução da otite externa e
ocorrem como uma consequência desta. Em casos crônicos, um ou mais fatores vão estar
presentes, e nos casos iniciais o tratamento da causa primária pode ser suficiente para
controlar a doença, mas, após o estabelecimento dos fatores perpetuantes, o tratamento deve
ser dirigido a eles. Tais fatores podem ser a maior causa de insucesso na terapia,
independentemente dos fatores predisponentes ou das causas primárias. Esses fatores incluem
infecções por outros microrganismos, entre eles Malassezia pachydermatis; respostas
patológicas a otite externa, como hiperplasia epidérmica, que tende a causar estenose luminal;
e hiperplasia de glândula ceruminosa, resultando em alteração do cerume (HARVEY et al.,
2004; LEITE, 2010; MACHADO et al., 2003; NASCENTE et al., 2005).
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O significado da Malassezia sp. na etiologia da otite externa foi durante muito tempo
questionado, mas hoje já se demonstrou seu importante papel na patogênese dessa
enfermidade (BAPTISTA et al., 2010; LEITE et al., 2003; LEITE, 2010; MANSFIELD et al.,
1990; NASCENTE, 2004; NOBRE et al., 2001).
Figura 2 ‒ Exame direto mostrando células compatíveis com Malassezia spp. através da coloração de panótico
rápido. Realizado em amostra colhida do meato acústico externo de um cão com otite. Aumento 1.000 vezes.
Fonte: o autor.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados nove cães, que apresentavam sinais clínicos de otite externa,
atendidos na rotina da Clínica Veterinária D’Arco, Osasco/SP, durante o ano de 2012.
Para cada cão foi atribuída uma ficha de identificação, onde foram anotadas
características de identificação (sexo, raça e idade), sintomas apresentados (dor, prurido,
edema, eritema, hiperpigmentação, lignificação e excesso de cerume), possíveis fatores
correlacionados com a doença (orelha afetada, tipo de orelha, presença de pelos dentro dos
condutos auditivos e tempo de evolução da doença) e doenças que possivelmente estejam
relacionadas à manifestação da otite externa.
De cada cão foram feitas seis coletas: três do conduto auditivo direito e três do
esquerdo, nos dias 1, 14 e 21.
Após avaliação clínica, foi coletado material para citologia introduzindo-se uma
zaragatoa estéril umedecida em solução salina, nos condutos auditivos direito e esquerdo (Fig.
3). O material obtido foi previamente analisado por microscopia óptica, com aumento de 40
vezes, para verificar a presença de ácaros; uma vez descartada essa hipótese, foi realizado o
esfregaço em lâmina de vidro. As lâminas com os esfregaços foram coradas pelo método do
panótico rápido. Assim, foi feita a contagem de células compatíveis com a morfologia de
Malassezia sp., com aumento de 1.000 vezes, em microscópio óptico, no qual as células
foram quantificadas em 10 campos aleatórios, fazendo-se a média aritmética para a obtenção
do número de células por lâmina.
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Figura 3 – Coleta de cerume proveniente de otite externa canina através de zaragatoa estéril umedecida em
solução salina. Fonte: o autor.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos nove cães acompanhados neste estudo, cinco (55,5%) eram fêmeas, e quatro
(44,5%) machos. Estando assim os resultados de acordo com a maioria dos autores que
relatam não haver predisposição relacionada ao sexo quanto à manifestação de otites externas
por Malassezia sp. (MACHADO et al., 2003; MOTA et al., 2000).
Quanto à faixa etária, foi observado que três (33,3%) tinham até três anos, um
(11,1%) de três a seis anos, e cinco (55,5%) mais de seis anos. Na literatura há grande
diversidade em relação à faixa etária mais acometida, isso se dá principalmente por causa da
grande diferença de classificação utilizada por autor, tornando difícil a comparação entre os
trabalhos. No presente estudo, a maioria dos cães acometidos (55,5%) apresentavam mais de
seis anos, discordando dos resultados de Nascente et al. (2010), que não observaram diferença
significativa entre as faixas etárias. Essa divergência de resultados ocorreu, provavelmente,
porque neste estudo o grupo de cães utilizado foi pequeno e com características diferentes,
fazendo com que fatores como a conformação anatômica das orelhas e do conduto auditivo,
além de outros predisponentes, que não dependem da idade do animal, interferissem nos
resultados.
Em relação às raças, os cães sem raça definida (SRD) foram os mais observados:
três (33,3%), seguidos por Poodles: dois (22,2%) e pelas raças Dogue Alemão, Maltês, Shih
Tzu e Teckel: com um (11,1%) cão cada. Para uma melhor análise, essas raças foram
distribuídas em dois grupos: orelhas eretas e orelhas pendulares, segundo os critérios usados
por Nascente et al. (2010), de agrupar os animais conforme as características de seus
pavilhões auriculares, ficando no grupo de orelhas eretas um cão (11,1%), SRD, e no grupo de
orelhas pendulares oito (88,9%), dois SRD, dois Poodles, um Dogue Alemão, um Maltês, um
Shih Tzu e um Teckel. Assim, foram obtidos resultados semelhantes aos encontrados por
Yoshida et al. (2002) e Nascente et al. (2010), que observaram maior frequência de
isolamento de Malassezia sp. em cães com orelhas pendulares. Ainda com relação às
características anatômicas, o presente estudo também avaliou a presença de pelos dentro do
conduto auditivo, e os números encontrados foram: cinco cães (55,5%) apresentando pelos no
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conduto auditivo (dois Poodles, um Shih Tzu, um SRD e um Maltês) e quatro (44,5%) sem
(dois SRD, um Dogue Alemão e um Teckel).
Yoshida et al. (2002) observaram maior frequência de otite externa em cães que
apresentavam pelos no conduto auditivo, principalmente quando o cão também possuía
orelhas pendulares. Essas duas características alteram o microclima do conduto auditivo,
proporcionando o crescimento de fungos (MANSFIELD et al., 1990).
Tabela 1 – Resultados de escore obtidos nas citologias nas respectivas datas de coleta
Escore − + ++ +++
Em apenas um caso foi observado escore (+) na citologia realizada com 21 dias de
tratamento; uma provável explicação seria a interrupção da terapia durante o período do
tratamento, uma vez que o cão apresentou escore (–) e ausência de sinais clínicos na coleta
realizada com 14 dias. Assim, é possível supor que mesmo com uma citologia negativa o
tratamento deve ser continuado por mais um período para a cura completa. Em um trabalho
que usava formulação comercial a base de cetoconazol, durante 21 dias, Nascente (2006)
obteve 100% de cura em otites experimentais por Malassezia pachydermatis e 86,7% de cura
em otites por infecção natural.
21
CONCLUSÃO
Os principais sinais clínicos apresentados pelos cães foram dor, prurido, excesso
de cerume e eritema, não estando estes relacionados à quantidade de Malassezia sp.
encontrada na citologia.
22
REFERÊNCIAS
HARVEY, R. G.; HARARI, J.; DELAUCHE, A. J. Doenças de ouvido em cães e gatos. Rio
de Janeiro: Revinter, 2004, 272 p.
MACHADO, M. L. S. et al. Otites e dermatites por Malassezia spp. em cães e gatos. Revista
Clínica Veterinária, São Paulo, n. 44, p. 27-34, 2003.
PAPICH, M. G. Optimum strategy for antibacterial therapy. In: North American Veterinary
Conference. Veterinary Proceedings, Florida, v. 12, p. 607-608, 1998.
YOSHIDA, N.; NAITO, F.; FUKUTA, T. Studies of certain factors affecting the
microenvironment and microflora of the ear of the dog in health and diseases. Journal of
Veterinarian Medicine Science, Tokyo, v. 64, n. 12, p. 1145-1147, 2002.
25
WOODY, B. J.; FOX, S. M. Otite externa: revisando os sintomas para descobrir a causa
determinante. Cães & Gatos, Porto Alegre, v. 17, p. 38-41, 1987.