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RESENHA DE ARTIGO A1

Título do artigo: Daily hydrological modeling in the Amazon basin


using TRMM rainfall estimates.
Periódico e Qualis: Journal of Hydrology, Qualis A1.
Ideia principal do artigo (até 300 palavras):
A ideia principal do artigo foi discutir se dados provenientes do satélite TRMM
são úteis como entrada de modelos de chuva x vazão de bacias tropicais,
tendo como foco a estimativa da precipitação para previsão do escoamento ao
invés de focar nas estimativas de chuva.
No artigo a bacia tropical avaliada é a bacia do Tapajós, considerado um dos
maiores tributários do Amazonas, localizada no centro-oeste, a qual sobre
partes dos estados do Mato Grosso e Pará. Os meses mais chuvosos são de
outubro a abril. Onde o índice pluviométrico varia entre 1800 a 2300mm.
Diante deste contexto e considerando que se trata de uma região com uma
baixa densidade de pluviômetros os autores consideram importante tal trabalho
pois estimativas de chuva por satélite podem vir a suprir as lacunas deixadas
pela baixa densidade da rede pluviométrica.
Antes de iniciar as comparações dos resultantes dos modelos hidroógicos de
chuva x vazão, discretizou-se a bacia do Tapajós em 3917 células (120 km²).
Os dados de chuva, tanto os estimados pelos satélites bem como os
provenientes dos pluviômetros foram interpolados utilizando o método do
inverso quadrado da distância (IDW). Feito isto, verificou-se a performance,
através da comparação direta dos dados do satélite e os dados dos
pluviômetros no intervalo de 1998 a 2006.
Em relação ao modelo chuva-vazão, foi utilizado o modelo hidrológico MGB-
IPH. Os dados de chuva que serviram como entrada para o modelo foram
advindos dos pluviômetros e do satélite TRMM. O modelo que utilizou dados
dos pluviômetros foi chamado de MGB-PLU e o modelo que utilizou dados do
TRMM foi chamado de MGB-SAT. Estes foram comparados com os dados
observados nas estações com medição de vazão. Por fim, e de modo a
comparar os resultados, fez-se uso do coeficiente de Nash-Sutcliffe, coeficiente
estatístico bastante utilizado em estudos hidrológicos.

Principais contribuições (até 200 palavras):


O trabalho mostrou que a estimativa da chuva pelo satélite TRMM é muito
próxima dos registros dos pluviômetros quando calculada a média em toda a
bacia. Porém o satélite tem uma leve tendência a subestimar as chuvas.
O satélite representa muito bem a época seca e a úmida. Onde o TRMM tende
a subestimar as chuvas no período úmido e superestimar as chuvas nos
períodos mais secos.
Quanto a simulação chuva x vazão, as vazões calculadas fazendo uso de
satélite e dos pluviômetros foram similares às vazões observadas. Onde as
flutuações sazonais foram bem representadas, contudo os picos apresentaram
algumas limitações.
Em linhas gerais o modelo chuva x vazão que utilizou dados dos pluviômetros
obteve melhores resultados, mesmo em regiões onde a densidade de
pluviômetros foi menor.
O modelo que utilizou dados de satélite apresentou resultados melhores nos
rios com grande aporte de águas subterrâneas (Q90/Q50). E isso foi visto
como uma tendência.

Opinião crítica sobre o artigo (até 200 palavras):


O artigo mostrou de forma bem clara que os dados provenientes de satélite
podem ser utilizados em regiões tropicais como uma fonte confiável, não
somente como forma de estimar a chuva, mas também como input de modelos
de chuva-vazão, onde neste trabalho ficou evidente que as flutuações sazonais
foram bem representadas. Isto pode contornar dificuldades na aquisição de
dados hidrológicos, que nas diversas regiões brasileiras carecem de uma rede
de monitoramento densa e com uma série histórica representativa. Porém ao
usar em bacias com características diferentes da qual foi estudada pelos
autores recomenda-se proceder uma calibração de modo a verificar se os
resultados são satisfatórios.

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