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Quebrando As Cadeias Da Intimidação
Quebrando As Cadeias Da Intimidação
QUEBRANDO
DA
AS CADEIAS
INTIMIDAÇÃO
Digitalizado em Outubro de 2013, à partir da 3ª reimpressão brasileira.
por Samek Ocimas, Jundiaí - 2013
nnnnhhster@gmail.com
Meu mais profundo agradecimento..
Aos nossos quatro filhos... A Addison, sou grato pelo seu coração
manso. Você realmente faz jus ao seu nome, "digno de confiança".
A Austin, sou grato pelo seu amor sem egoísmo e pela sua
sensibilidade. A Alexander, amo o jeito como você ilumina o
ambiente com a sua presença. A Arden, você nos dá uma imensa
alegria.
A John e Kay Bevere, pelos pais fiéis ao Senhor que são. Sou muito
feliz por Deus ter me permitido ser seu filho. Amo vocês.
À equipe da Messenger International, obrigado pelo seu apoio e
fidelidade.
Meu agradecimento especial a John Mason, um verdadeiro amigo
que realmente se alegra com o sucesso dos outros.
A toda equipe da Charisma Mouse que trabalhou conosco e tanto
apoiou o nosso ministério.Todos vocês são parceiros especiais e
amigos do ministério.
E o que é mais importante, minha sincera gratidão ao nosso Pai do
céu pelo Seu amor infalível, ao nosso Senhor Jesus por Sua graça,
verdade e amor, e ao Espírito Santo por Sua fiel direção durante este
projeto.
Mensagem do Autor
Quando estava escrevendo este livro, Deus falou comigo profeticamente, dizendo:
Prefácio
Introdução
Parte I
Estabelecendo a Sua Posição Espiritual
Ande na sua Autoridade
Posição Espiritual e Autoridade Espiritual
Dois Extremos
Dons Transmitidos
Parte II
Revelando a Intimidação
Dons Adormecidos
Paralisado pela Intimidação
O Espírito de Intimidação
Parte III
Quebrando as Cadeias da Intimidação
Reavive o Dom
A Raiz de Intimidação
Desejar Não Basta
Temor de Deus x Temor do Homem
Ação ou Reação?
O Espírito de Moderação
Prossiga para o Alvo
Epílogo
Notas
Bibliografia
Prefácio
comum)
Introdução
Filho, muitos dos que são chamados ao Meu grande exército de crentes dos
Últimos Dias estão presos pela intimidação. Eles têm corações puros diante
de Deus e diante dos homens; no entanto, assim como Gideão na
antigüidade, estão sendo mantidos cativos pelo temor dos homens (Jz. 6-8).
Os dons que Eu coloquei neles estão adormecidos. Eu ungirei a mensagem
deste livro para libertar multidões desses homens. Eles se levantarão e me
obedecerão destemidamente. Eles serão guerreiros valorosos e conquistarão
grandes vitórias na força do seu Deus.
Este não é apenas um ensino teórico. Durante anos, fui cativo da intimidação.
O maior obstáculo que enfrentei foi não saber qual era a origem dos meus
problemas, até que Deus revelou este inimigo maligno. Desde então, Ele tem usado
esta mensagem para libertar cristãos em todo o mundo.
Um líder exclamou "Esta mensagem precisa estar nas mãos de todos os
pastores do mundo!". Não e uma mensagem somente para os pastores, mas para
todos na igreja. Não creio que este livro esteja em suas mãos por acaso. A medida
que você for liberto, por favor, compartilhe esta mensagem com outros que precisem
dela. Compartilhar esta mensagem fará com que ela seja fortalecida em você.
Eu o encorajo a unir-se a mim em oração ao iniciar a sua aventura. Abra o seu
coração, e diga estas palavras na presença de Deus:
A medida que sirvo ao Senhor, percebo cada vez mais que Ele usa
circunstâncias e pessoas para nos preparar para cumprir o Seu chamado para as nossas
vidas.
Em 1983, deixei minha carreira de engenheiro para entrar para o ministério de
auxílio em tempo integral em uma igreja muito grande. Na minha posição, eu servia
ao pastor, à sua esposa e a todos os ministros convidados que chegavam cuidando de
várias tarefas, a fim de poder liberá-los para a obra que Deus os havia chamado a
fazer. Depois de quatro anos, Deus me liberou para ser o pastor de jovens de outra
grande igreja.
Na semana em que eu deveria sair, um homem que também fazia parte da
equipe disse à minha esposa que Deus havia lhe dado uma palavra para mim. Desde
então, essa palavra tem ecoado em meus ouvidos como uma advertência, protegendo-
me debaixo da sombra de sua sabedoria e força. Como acontece com qualquer
palavra que procede realmente de Deus, ela se tornou um leme para o meu coração e
um fundamento para me livrar da incerteza.
Aquele homem advertiu minha esposa, dizendo: "Se o John não andar na
autoridade que Deus lhe deu, alguém a tirará dele e a usará contra ele". Essa palavra
exerceu um impacto imediato em mim. Reconheci-a como a sabedoria de Deus, mas
não tinha o pleno entendimento sobre como aplicá-la. Esse conhecimento só viria ao
longo dos anos que se seguiram.
No início de 1990, o Senhor confirmou que o Seu chamado para a minha vida
naquele tempo era viajar e ministrar. Depois de estar na estrada por pouco tempo, tive
uma experiência transformadora através da qual finalmente compreendi as palavras
de instrução que Deus havia me dado anos antes.
Começamos a dirigir algumas reuniões em uma igreja em uma quarta-feira à
noite e estávamos programados para continuar no domingo. O Espírito de Deus
moveu-se de forma poderosa, e houve libertações muito fortes, curas e salvação. A
presença de Deus nos cultos aumentava a cada noite.
Na primeira semana, uma senhora envolvida no movimento Nova Era foi
gloriosamente liberta. Essa libertação pareceu ser o catalisador que impulsionou as
reuniões. Na semana seguinte, as pessoas começaram a vir de regiões a 150
quilômetros de distância para participar dos cultos.
O pastor disse: "Não podemos encerrar estes encontros. Deus tem mais
reservado para nós." Concordei, e continuamos por vinte e um cultos. A Palavra de
Deus fluía como um rio que corria rapidamente, e os dons do Espírito se
manifestavam em cada culto.
Certa noite, durante a segunda semana de reuniões, estava pregando quando, de
repente, virei para trás e encarei os músicos e cantores (havia cerca de vinte e cinco
pessoas sobre a plataforma). Então declarei:"Há pecado nesta plataforma. Se você
não se arrepender, Deus vai trazê-lo à tona".
Depois de me ouvir dizer isso, pensei: Uau, de onde veio isto? Eu estava
pregando há tempo suficiente para saber que há momentos em que a unção de Deus
vem sobre você e de uma forma tão forte que você faz afirmações que seus ouvidos
físicos só ouvirão depois de já terem sido ditas. Isso e pregação profética - quando
falamos por inspiração divina.
Minha mente começou a questionar o que eu havia dito, mas rapidamente
expulsei esses pensamentos porque sabia que o que havia dito procedia de Deus. Eu
não havia premeditado aquilo. A unção para pregar permanecia sobre mim de forma
intensa.
As multidões aumentavam a cada culto. Durante a terceira semana - mais uma
vez, enquanto eu pregava - eu me voltei, apontei o dedo para os que estavam na
plataforma e declarei com ousadia através da unção do Espírito Santo: "Há pecado
nesta plataforma. Se você não se arrepender, Deus irá expor o pecado, e você será
excluído!" Senti um aumento de autoridade e de segurança. Desta vez, não
questionei, porque sabia que Deus estava dando início ao processo de retirar o pecado
da Sua casa.
A Intimidação é Revelada
De repente, ouvi a voz de Deus falar comigo pela primeira vez em mais de vinte e
quatro horas. Ele disse: "John, você está intimidado pelas pessoas que estão na
plataforma atrás de você. Você foi destituído da sua posição de autoridade, e o dom
de Deus em você foi apagado".
Com esta repreensão suave, uma explosão de luz inundou o meu espírito.
Enquanto todos oravam durante os cinco minutos que se seguiram, o Espírito de Deus
me levou a percorrer a Bíblia, mostrando-me diversos incidentes em que homens e
mulheres ficaram intimidados e como isto fez com que o dom de Deus neles ficasse
adormecido. Pude ver como eles abriram mão de sua autoridade e perderam sua
eficácia no Espírito. Então, Ele me levou a percorrer os últimos anos e me mostrou
como eu havia feito a mesma coisa.
Imediatamente, comecei a quebrar o poder da intimidação sobre mim mesmo
através da oração. Há um exemplo deste tipo de oração no epílogo deste livro.
Durante os setenta e cinco minutos que se seguiram, preguei com base nas passagens
que Deus havia me mostrado de forma inflamada. Quando terminei, dois terços da
congregação vieram à frente para receber a libertação da intimidação. Aquele foi o
maior culto de todo o congresso de avivamento.
Menos de uma semana depois, Deus começou a expor o pecado que havia no
meio da equipe de louvor. Descobriu-se que o baixista estava saindo após os cultos e
se embriagando. Além disso, um dos cantores estava dormindo com uma jovem da
congregação. Ambos foram removidos de suas posições ministeriais. O baixista
deixou a igreja, mas o cantor arrependeu-se e foi restaurado em sua caminhada com o
Senhor.
Pouco tempo depois, a líder de louvor e alguns outros causaram unia divisão na
igreja. Um quarto da igreja partiu com ela. Como se constatou mais tarde, ela estava
envolvida em adultério, e dentro de um ano divorciou-se de seu marido. A última
notícia que tive foi a de que ela estava vivendo com outro homem. Das famílias que
lideraram a divisão, apenas um casal continua casado.
Estas eram as pessoas que haviam reclamado que eu estava sendo muito duro
com elas. Deus estava advertindo estas pessoas. Como teria sido melhor se elas
tivessem recebido aquela advertência em seus corações!
Voltei àquela igreja duas vezes e descobri que havia unidade e força como
nunca antes. O pastor explicou: "Deus purificou nossa igreja através daquelas
situações, e com isso nos tornamos mais fortes. O nosso louvor e adoração nunca
foram tão livres!" Ele também disse que muito da competição e rivalidade que havia
antes já não existia mais. Glória a Deus!
O que Deus compartilhou comigo durante aqueles curtos cinco minutos de
oração naquele culto expandiu-se para se tornar a mensagem que você está prestes a
ler. Ele me levou a pregar esta mensagem em todo o mundo. Como resultado, vi
inúmeros homens e mulheres serem libertos do cativeiro da intimidação.
Deus havia dado autoridade a Adão, e Adão por sua vez perdeu-a para Satanás.
Adão perdeu mais do que apenas sua posição. Tudo o que Deus havia colocado sob
os seus cuidados foi afetado. Um declínio gradual de toda a harmonia e ordem
existentes teve início.
Um exemplo desse declínio é o reino animal. No jardim, sob o domínio de
Deus e de Adão, os leões não devoravam os outros animais (Is 65:25). As cobras não
tinham mordidas venenosas (Is 65:25). Os cordeiros não tinham motivo para temer
os lobos ou outros predadores (Is 65:25). Contudo, imediatamente após a queda
vemos um animal inocente ser sacrificado para vestir o homem nu (Gn. 3:21). Mais
tarde, vemos a inimizade e o medo colocarem-se entre o homem e os animais que ele
um dia governara (Gn. 9:2).
Outra área afetada foi a própria terra. O solo foi amaldiçoado, trabalhando
contra o homem em vez de trabalhar para ele enquanto ele se esforçava para fazer
nascer o fruto que um dia havia sido fornecido abundantemente (Gn. 3:17-19).
Romanos 8:20 diz: "Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente".
Nada na terra, seja natural ou espiritual, escapou dos efeitos da desobediência.
A iniqüidade, a morte, a doença, a pobreza, os terremotos, a fome, a pestilência, e
muitos outros males entraram na terra. Houve uma perda da ordem divina e da
autoridade divina. O primogênito de Adão aprendeu a odiar, invejar e assassinar. O
inimigo tomara a autoridade que Deus havia dado para proteção e provisão e a
voltara contra toda a criação, usando-a agora para a destruição e a morte.
A Autoridade Restaurada
Um homem perdera a sua posição de autoridade; portanto, somente um homem
poderia restaurá-la. Milhares de anos mais tarde, Jesus nasceu. Sua mãe era uma filha
do povo que tinha uma aliança com Deus; Seu Pai, o Espírito Santo de Deus. Ele não
era parte homem e parte Deus. Ele era Emanuel,"Deus revelado em um homem" (Mt.
1:23). O fato de ser humano dava a Jesus o direito legal de recuperar o que havia sido
perdido. Por ser o Filho de Deus, Ele estava livre do senhorio que o inimigo havia
adquirido sobre o homem.
Ele revelou a vontade de Deus em tudo o que fazia e dizia. Os pecados eram
perdoados porque na Sua presença o pecado não tinha domínio. A enfermidade e a
doença se curvavam diante da Sua autoridade e poder (Lc. 5:20-24). A própria
natureza estava sujeita ao Seu comando (Mc 4:41). Ele andava na autoridade da qual
Adão havia abdicado. Jesus, através da obediência e do sacrifício, restaurou a au-
toridade dada por Deus que Adão havia perdido, e, portanto, o nosso relacionamento
com Deus.
Antes de voltar ao Pai,Jesus declarou:"Toda autoridade Me foi dada nos céus e
na terra. Portanto, ide e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando- os a guardar todas as coisas que vos
tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos
séculos" (MT. 28:18-20).
Esta passagem mostra claramente que Jesus recuperou o que Adão havia
perdido e muito mais. Satanás e Adão só tinham domínio sobre a terra , mas o
domínio de Jesus incluiu não apenas a terra, mas também o céu. Jesus elevou-se
acima do lugar de autoridade que Satanás desapropriou. Depois de revelar Sua
posição e autoridade, Jesus nos disse "portanto, ide". Por que Jesus estabeleceu esta
relação entre a Sua autoridade e o nosso chamado? Encontramos a resposta nos
escritos do apóstolo Paulo.
Posições de Autoridade
Paulo orou para que soubéssemos "qual a suprema grandeza do Seu poder para com
os que cremos... o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais" (Ef. 1:19-20, ênfase do autor).
Observe que não se trata de um único lugar celestial, pois Paulo diz claramente
"lugares". A razão pela qual Paulo diz "lugares" se encontra em alguns versículos
posteriores, nos quais lemos: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
delitos e pecados... e, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:1,6, ênfase do autor). Esses lugares são
onde os Seus filhos redimidos devem habitar.
Agora, surge a pergunta: Onde estão esses lugares de habitação, e que posição
eles têm? A resposta encontra-se em Efésios 1:21: "acima de todo principado, e
potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente
século, mas também no vindouro" (ênfase do autor).
O homem redimido oculto em Cristo agora recebe uma posição no espírito que
está acima do diabo. Jesus declarou com ousadia: "Eis aí vos dei autoridade... sobre
todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano" (Lc. 10:19).
Agora, entendemos a ordem: "Portanto, ide". Jesus entendia a autoridade que
estava dando aos crentes. Os direitos adquiridos em nosso novo nascimento nos
colocaram nesses lugares celestiais, muito acima da autoridade e do poder do
inimigo.
Assim como fez com Adão no Jardim do Éden, Satanás agora procura nos
deslocar no espírito a fim de recuperar a autoridade que Jesus tirou dele. Se Satanás
puder roubar esta posição de autoridade ou fazer com que os indivíduos renunciem a
ela, ele terá novamente a autoridade para agir. Paulo diz isso claramente: "Nem deis
lugar ao diabo" (Ef. 4:27, ênfase do autor). Nós, crentes, não devemos perder o nosso
lugar no espírito.
Posição no Reino
Precisamos entender que o reino de Deus é simplesmente isto — um reino. Os reinos
são estruturados de acordo com níveis de graduação e autoridade. O domínio do céu
não é exceção. Quanto maior a graduação, mais influência e autoridade.
No jardim, Satanás não estava atrás do elefante ou até mesmo do leão. Ele
entendia a questão da autoridade, por isso foi atrás do homem de Deus. Ele sabia que
se tivesse o homem, possuiria tudo que o homem governava e cuidava.
Portanto, quando o inimigo tem como alvo uma igreja, o seu alvo principal é a
liderança. Recentemente, o pastor de uma grande congregação decidiu divorciar-se de
sua esposa. Não havia base bíblica para isso, e aquela atitude destruiu sua mulher e
seus filhos. Quando a liderança que estava debaixo da autoridade dele questionou
seus motivos, ele lhes disse que se não estivessem gostando, podiam ir embora.
Ele transgrediu deliberadamente o mandamento de Deus, liberando um espírito
de divórcio e engano no meio de toda a congregação. Depois disso, houve um
aumento nos divórcios naquela igreja, até mesmo entre a liderança. Outros ficaram
desanimados. Chocados, eles passaram de igreja em igreja, perguntando-se em quem
podiam confiar. Quando Satanás tira aquele que guarda a casa de sua posição, todos
os que estão sob os seus cuidados ficam vulneráveis.
Tenho observado pais e mães que deliberadamente transgridem os
mandamentos de Deus, e é só questão de tempo até que seus filhos sigam seu
exemplo. Você pode chamar isto de maldição, mas por que acontece?
Através do pecado, os pais perderam a sua posição de autoridade no espírito,
deixando seus filhos vulneráveis ao inimigo.
Dando Ocasião aos Inimigos do Senhor
Este princípio está ilustrado na vida de Davi (2 Sm. 8-18). O reino era forte r seguro
sob a sua liderança. Deus o havia abençoado com vários filhos e filhas. Então, Davi
tomou para si o que Deus não lhe havia dado ao cometer adultério com Bate-Seba.
Ela engravidou, e para complicar as coisas,seu marido estava fora de casa, na guerra,
defendendo o reino de Davi.
Davi mandou chamar seu marido, Urias, esperando encorajá-lo a dormir com
Bate-Seba e assim parecer que havia gerado o bebê. No entanto, Urias, em devoção a
Davi e ao seu reino, não quis desfrutar da intimidade com sua mulher enquanto seus
companheiros soldados estavam em combate. Ele sabia que seria apenas questão de
tempo até que Urias soubesse que sua mulher estava grávida. Finalmente, todos
saberiam que o pai era Davi.
Assim, Davi planejou o assassinato de Urias enviando-o de volta para a batalha,
levando em suas mãos sua própria garantia de morte. Urias foi colocado em meio à
batalha mais acirrada. Então, quando estava cercado pelo inimigo, os que lutavam ao
seu lado receberam ordens de recuar. Urias caiu pela mão do inimigo. Um único ato
de adultério de Davi levou ao engano, à mentira e ao assassinato.
Em pouco tempo, o profeta Natã foi até Davi para expor este pecado. Davi
confessou: "Pequei contra o Senhor". Então, Natã lhe disse: "Também o Senhor te
perdoou o teu pecado; não morrerás" (2 Sm. 12:13).
Davi arrependeu-se e foi perdoado. Deus apagou a sua transgressão (Is 43:25-
26). Mas Natã prossegue advertindo Davi:"Com isto deste ocasião aos inimigos do
Senhor" (2Sm. 12:14).
Davi foi perdoado, mas tornou a sua vida e a vida de sua família vulneráveis
aos inimigos de Deus - não apenas aos inimigos naturais, mas também aos
espirituais. Sua família e a nação de Israel sofreram grandes conseqüências.
O primeiro filho de Davi com Bate-Seba morreu. O filho mais velho de Davi,
Amnon, herdeiro do trono, violentou sua meia-irmã,Tamar. Absalão, filho de Davi e
irmão de Tamar, vingou-se e matou seu meio-irmão, Amnon.
Absalão fez com que o coração de muitos dos homens de Israel se voltasse
contra Davi e tomou o seu trono. Ele desonrou o leito de seu pai deitando-se com
suas concubinas e enviou os homens de Israel para caçar e matar Davi. O plano
falhou, e Absalão foi morto.
Três filhos de Davi morreram porque ele havia exposto sua família aos
inimigos de Deus através da sua transgressão.
Já vi filhos de pastores que se envolveram com drogas, tornaram-se hostis à
igreja e outros que se envolveram com prostituição ou homos- sexualismo porque
seus pais perderam sua posição no espírito através da transgressão. Precisamos levar
a Bíblia a sério quando ela diz: "Meus irmãos, não sejam muitos de vocês mestres,
pois vocês sabem que nós, os que ensinamos, seremos julgados com maior rigor"
(Tg. 3:1, NVI). O motivo pelo qual os mestres (pastores) são julgados com maior
rigor é por causa do grande impacto de sua desobediência. Eles não ferem apenas a si
mesmos, mas também a todos aqueles que foram colocados debaixo da guarda deles.
Deus os perdoa assim como perdoou Davi. Entretanto, mesmo assim eles irão colher
o que semearam. Foi dado lugar ao inimigo!
Entendo que estas são palavras duras, por isso, apelo a você com toda
humildade e escrevo estas palavras com temor e tremor. Já vimos muitas tragédias,
principalmente em ministérios. Não devemos julgar ou condenar, ao contrário,
precisamos perdoar e estender a mão àqueles que fracassaram. Se eles se
arrependerem, serão perdoados por Deus. Mas escrevo estas palavras como instrução
e advertência àqueles que o inimigo terá como alvo. Todos nós devemos andar em
humildade e restauração.
Tenho quatro filhos. Passei a entender a tremenda responsabilidade que tenho
sobre a vida deles, e o quanto preciso prestar contas por essas vidas. Eles pertencem
a Deus, e sou apenas um mordomo que foi colocado para cuidar deles. Jamais quero
ver a vida deles destruída porque dei lugar ao diabo.
Quando estava no ministério de serviço, cuidava de coisas secundai ias para que
aqueles a quem eu servia pudessem cumprir o chamado de Deus sobre suas vidas. Eu
cuidava da lavagem a seco das roupas, pecava as crianças na escola, lavava o carro
deles, e daí por diante. Um dia, Deus me disse algo que me deu uma séria visão do
ministério. Ele disse: "Filho, se você falhar nesta posição, as coisas podem ser
corrigidas facilmente porque você está lidando com coisas naturais. Mas quando Eu o
colocar em uma posição ministerial, você estará sobre pessoas, e vidas estarão em
jogo".
Abdicando da Autoridade
() propósito deste capítulo foi lhe dar um entendimento sobre a posição e a autoridade
espiritual. Vimos exemplos de várias pessoas que perderam ou abriram mão de sua
autoridade para o inimigo de Deus. Satanás tentará descaradamente roubar a sua
autoridade trazendo o pecado para dentro da sua vida. Se você estiver determinado a
servir a Deus de todo o seu coração, ele também tentará derrubar você da sua posição
em Cristo através da intimidação.
O primeiro passo para quebrar a intimidação é confrontar as questões em seu
próprio coração. No próximo capítulo, descreverei como você pode fazer isso.
CAPÍ TULO 3
Dois Extremos
Um Coração Puro
Foi em Listra que o apóstolo Paulo conheceu Timóteo, um jovem cuja mãe era uma
judia cristã e cujo pai era grego.
Paulo queria que Timóteo o acompanhasse juntamente com Silas, como
assistentes de viagens dele. Ele seria responsável por cuidar das necessidades de
Paulo (At. 19:22).
Com o passar do tempo, a fidelidade de Timóteo como servo foi provada. Ele
foi promovido e foi-lhe confiado o cargo de ministro do evangelho, finalmente vindo
a pastorear a igreja de Éfeso. Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo escreveu:
Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento,
a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó
Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que
também, em ti. Por esta razão, pois, te admoesto que
reavives o dom de Deus.
- 2 Timóteo 1:5-6
Observe que Paulo faz referência ao fato de que a fé de Timóteo era genuína. O
coração deste jovem era puro. Ele não era um charlatão. Em outra carta, Paulo
recomenda: "Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar- vos Timóteo, o mais breve
possível... porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos
vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo
Jesus. E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo,
como filho ao pai" (Fp. 2:19-22).
Fica claro que o caráter de Timóteo estava fora de questão. Na qualidade de
cristãos, o caráter deve ser a nossa prioridade máxima e a nossa busca maior. O que
nosso Pai procura não é poder, mas caráter. E triste saber que muitos na igreja
buscam o poder e a unção do Espírito enquanto deixam de lado a busca por um
caráter devoto. O versículo de 1 Coríntios 14:1 nos instrui: "Buscai o amor e desejai,
com zelo, os dons espirituais". Entretanto, nós pervertemos esse mandamento. Nós
buscamos os dons e a unção e apenas desejamos os frutos de amor em nossas vidas.
Deus é amor, e até que andemos em amor não atingiremos a Sua natureza.
"Por esta razão, pois, te admoesto". Paulo estava se referindo à sua primeira
carta a Timóteo, onde ele exortava: "Não te faças negligente para com o dom que há
em ti, o qual te foi concedido mediante profecia, com a imposição das mãos do
presbitério" (1Tm. 4:14). Paulo enfatizou a Timóteo a importância de não
negligenciar o dom de Deus escrevendo sobre isso uma segunda vez, sendo esta uma
das primeiras coisas que mencionou em sua carta.
Para entendermos o que significa não negligenciar o dom, vamos dar uma
olhada em alguns antônimos. O contrário de negligenciar é:
Observe que ele disse "batalhardes diligentemente"; ele não disse "esperar que
o melhor aconteça". Batalhar significa lutar ou guerrear. O Cristianismo não é um
estilo de vida fácil! Há oposição e resistência constantes à nossa busca por Deus,
tanto na esfera natural quanto na espiritual!
Paulo fortaleceu Timóteo, dizendo: "Receba a sua porção de sofrimento como
um bom soldado de Jesus Cristo, como eu faço. E como soldado de Cristo, não se
deixe prender pelos negócios deste mundo..." (2Tm. 2:3-4, ABV). Estamos
envolvidos em uma guerra. Devemos ter a atitude de um soldado. Não devemos
recuar diante do mal, mas devemos vencer o mal com o bem pela graça de Deus
(Rm. 12:21).
As cartas de Paulo eram ordens para Timóteo marchar enquanto ele pastoreava
a igreja de Éfeso.Timóteo enfrentou desafios. Havia doutrinas falsas que deviam ser
expostas, conflitos e competições que deviam ser paralisados; além disso, líderes
deviam ser levantados para que uma igreja forte e madura pudesse se desenvolver. E
estas eram apenas algumas das responsabilidades mais óbvias que ele deve ter
enfrentado.
Estou certo de que houve muitas oportunidades para o confronto. Tenho certeza
de que acusações e calúnias foram lançadas contra ele por homens imaturos ou maus
que estavam no meio da igreja. Além de tudo Mo, ele tinha outro obstáculo a vencer
- sua idade. Ele era um jovem em uma igreja onde havia muitas pessoas mais velhas.
Isto por si só poderia abi ir uma porta para a intimidação. Mas diante de tudo isto,
Paulo instruiu Timóteo a permanecer forte,sem se esquecer do que lhe havia sido
transmitido. Paulo lembrava constantemente a Timóteo para permanecer na
autoridade que lhe havia sido dada por Deus. Talvez Timóteo tenha recuado alguma
vez, por isso Paulo o instruiu:
Talvez Timóteo fosse como tantos outros hoje em dia - que amam a Deus, mas
evitam o confronto. O medo do confronto torna você cativo da intimidação.
Se você identifica este medo em sua vida, então esta mensagem está sendo
compartilhada para lhe dar coragem e libertação. Deus quer você livre para fazer e
ser aquilo que Ele lhe pedir, não importa o que seja. Quando você está intimidado,
não existe alegria. E sem alegria não existe força. Onde há medo, não há paz. Mas à
medida que romper com aquilo que o tem mantido acuado, você encontrará alegria e
paz em abundância!
CAPÍ TULO
4
Dons Transmitidos
Até este ponto, tratamos da intimidação e seus efeitos apenas sobre a liderança
da igreja. Mas é bem possível que muitos de vocês que estão lendo este livro não
estejam no ministério em tempo integral.Vocês podem estar se perguntando: "Como
isto se aplica a mim?".
Deus dá um lugar, ou posição, no espírito a cada crente. Lembre-se, Paulo
explicou que Deus "juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:6). É neste lugar que os filhos de Deus
redimidos devem habitar. Este lugar fica "acima de todo principado e potestade, e
poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas
também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos Seus pés, e para ser o cabeça
sobre todas as coisas, O deu [o Senhor Jesus] à igreja, a qual é o Seu corpo" (Ef.
1:21-23, AMP).
A igreja é o corpo de Cristo. Assim como nossos corpos físicos contêm muitas
partes que diferem em função e capacidade, também os membros do corpo de Cristo
funcionam em diferentes chamados e dons. Deus determina o propósito e a função
deles. Cada um é importante, e nenhum deles é independente dos outros.
Paulo declarou que todos os espíritos demoníacos foram colocados debaixo dos
pés de Jesus. Isto ilustra claramente que nenhum demônio deve exercer autoridade
sobre um crente. Se você é o pé do corpo de Cristo, os demônios ainda estão debaixo
de você. Jesus disse: "Eis aí vos dei autoridade... sobre todo o poder do inimigo, e
nada, absolutamente nada, vos causará dano" (Lc. 10:19). Entretanto, se não
exercitarmos ou andarmos na autoridade que nos foi dada por Deus, alguém a tomará
de nós e a usará contra nós! O inimigo está atrás da nossa posição no espírito.
Paulo diz:"Ai de mim". Observe que ai é uma palavra muito forte. Jesus usou-a
para advertir sobre o julgamento iminente de certos indivíduos ou cidades. Ele disse
ai sobre Corazim e Betsaida, cidades que não existem mais (Mt. 11:21-22). Ele disse
ai sobre os escribas e fariseus (Mt. 23), e sobre Judas (Mt. 26:24).
O termo ai é usado por Judas para descrever o julgamento dos homens maus da
igreja. No Livro de Apocalipse, esta palavra é usada com referência aos habitantes da
terra sob o julgamento de Deus (Ap. 8:13). Quando usou a palavra ai, Paulo indicou
a tremenda responsabilidade da fidelidade para com o dom de Deus.
Um cristão acabará por se desviar se não agir de acordo com seu dom ou
chamado, assim como um músculo se atrofia pela falta de uso. Um crente ocioso se
isola, e se torna presa fácil do inimigo.
Ao estudar a vida de grandes homens e mulheres de Deus, descobri que aqueles
que caíram haviam se tornado ociosos ou negligentes em relação ao seu chamado.
Talvez eles ainda estivessem ministrando, mas faziam isso debaixo do ímpeto natural
conquistado pelos seus anos anteriores no ministério. Eles começaram a usar o dom
de Deus em benefício próprio, e não para proteger e servir a outros.
O Rei Davi caiu em pecado no momento em que deveria estar na batalha.
Decorrido um ano, no tempo em que os reis costu-
mam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus
servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os
filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou
em Jerusalém.
- 2 Samuel 11:1
Davi era rei. Deus o havia feito rei para pastorear e proteger Israel. Era tempo
dele guerrear, e não de ficar em casa em Jerusalém desfrutando das recompensas das
vitórias passadas. Ele estava relaxando, desfrutando dos benefícios de seus esforços
anteriores. Entediado, ele estava observando seus domínios da varanda quando viu
Bate-Seba banhando-se. E o final da história todos nós conhecemos.
A questão aqui é uma só: não estamos aqui para tirar férias. Nossas vidas nem
sequer nos pertencem, pois até mesmo elas foram compradas e nos foram devolvidas
para administrar. Somos residentes temporários e não habitantes permanentes. Muitas
pessoas agem como se esta vida fosse o seu destino final!
Jesus disse: "A Minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me
enviou e realizar a Sua obra" (Jo. 4:34). Esta também deveria ser a nossa dieta. Jesus
sabia o que era necessário para manter a Sua força. A nossa força vem da comida,
tanto física quanto espiritual. Se deixamos de fazer a Sua vontade, usando as Suas
provisões em benefício próprio, ficamos esgotados e perdemos as forças, assim como
aconteceria se parássemos de comer. Quando perdemos a força, achamos mais fácil
caminhar com este mundo, e não contra ele. Nós nos tornamos obstinados, ego-
cêntricos, autoconscientes e egoístas.
Temos uma grande responsabilidade. Não devemos ser pessoas que
simplesmente vão à igreja, não aplicam nada em suas vidas e engordam com a
Palavra de Deus. O Senhor nos adverte em Ezequiel 34:20: "Eis que Eu mesmo
julgarei entre ovelhas gordas e ovelhas magras".
Quem são as ovelhas gordas? Aquelas que se servem das coisas boas de Deus,
negligenciando as outras pessoas. Veja como Deus descreve a ovelha gorda:
Acaso não vos basta a boa pastagem? Haveis de pisar
aos pés o resto do vosso pasto? E não vos basta o
terdes bebido as águas claras? Haveis de turvar o
resto com os pés? Visto que com o lado e com o
ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as
fracas até as espalhardes fora, eu livrarei as minhas
ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei
entre ovelhas e ovelhas.
- Ezequiel 34:18,21-22
Os dons de Deus não estão à nossa disposição para cometermos excessos. Deus
nos testará com a Sua bondade. Devemos usar a capacidade de Deus em nossa vida
para servir àqueles que são fracos, jovens ou incapazes, para que o corpo possa ser
completo.
Não me interprete mal. Está certo que desfrutemos dos frutos do nosso
trabalho. Deus nos dá descanso e refrigério. Mas quando o nosso foco gira em torno
de nós mesmos, nos tornamos gordos e descuidados. Os dons e talentos usados
somente para servir a nós mesmos não são multiplicados.
Cada parte do seu corpo é responsável pelas outras partes. Se as suas pernas se
recusassem a trabalhar, todo o seu corpo sofreria. Se os seus pulmões ou o seu
coração decidissem parar, os seus outros membros pereceriam! Se Satanás conseguir
fazer com que coloquemos o foco em nós mesmos em vez de servirmos aos outros,
então todo o corpo sofrerá.
Revel a nd o a I nti mi da çã o
CAPÍ TULO 5
Dons Adormecidos
Já definimos que todo crente possui uma posição de autoridade que vem com
os talentos ou dons dados por Deus e está oculto em Cristo Jesus, acima de toda
autoridade demoníaca. Então, por que tantos de nós são ineficazes? Para responder a
isto, vamos ler novamente o lembrete de Paulo a Timóteo:
A palavra grega para temor é deilia. Essa palavra implica timidez e covardia, e
nunca é usada em um bom sentido nas Escrituras (dicionário Vine). Olhando
novamente o versículo 7 na versão da Sociedade Bíblica Britânica, vemos:
Definindo a Intimidação
1. Tornar tímido
2. Inspirar medo
3. Aterrorizar, amedrontar
Elias Intimidado?
O profeta Elias operava com um poder tremendo. Ele compareceu com ousadia
diante de um rei maligno que não tinha temor a Deus e declarou: "Nem orvalho nem
chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra" (1Rs. 17:1). Ele não teve medo
deste rei ímpio.
Ele passou os anos que se seguiram vivendo milagrosamente. Primeiro, foi
alimentado por corvos; depois, foi sustentado por uma viúva cujo alimento e cujo
azeite não se acabavam embora a fome e a inanição cercassem a todos. O filho dessa
viúva morreu de repente, e Deus ouviu a oração de Elias, ressuscitando o menino dos
mortos. Este era um homem que tinha um ministério poderoso.
Depois de um longo período, Elias compareceu novamente perante o rei. O rei
o culpou pelas dificuldades e sofrimentos decorrentes da seca r saudou-o dizendo:
"És tu, ó perturbador de Israel?" (1 Rs. 18:17).
Elias respondeu com ousadia: "Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a
casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do Senhor e seguistes os baalins"
(1Rs. 18:18). Então, ele ordenou que o rei reunisse os quatrocentos e cinqüenta
profetas de Baal e os quatrocentos profetas de Asera e os levasse ao Monte Carmelo
- juntamente com toda a nação de Israel.
No dia do confronto, todo o Israel se reuniu para ver quem era o verdadeiro
Deus! Elias desafiou com ousadia os profetas de Baal e Asera para oferecerem um
sacrifício aos seus deuses ao mesmo tempo em que ele oferecia um sacrifício ao
Senhor. "E o deus que responder por fogo, esse é que é Deus", declarou Elias (1Rs.
18:24).
O Senhor Deus respondeu com fogo, e o povo de Israel se prostrou sobre seus
rostos e se voltou para Deus. Então, sob as ordens de Elias, eles mataram todos os
oitocentos e cinqüenta falsos profetas.
Em seguida, Elias proclamou que iria chover, orando ardentemente e
chamando isto à existência quando não havia sinal de chuva. Dentro de minutos, o
céu ficou negro, e caiu uma forte chuva. Enquanto Acabe fugia para o seu palácio, a
mão de Deus veio sobre Elias, e ele ultrapassou a carruagem de Acabe.
Este foi apenas um dia na vida de Elias. A nação mudou de atitude; os maus
foram mortos; a longa seca terminou. Elias pôde ouvir claramente a voz de Deus,
agir de acordo com ela e ver grandes milagres.
No mesmo dia em que venceu uma batalha tão grande, Elias fugiu para salvar
sua vida. Ele ficou tão intimidado e desanimado por causa de Jezabel que desejou
morrer. O propósito da intimidação dela era impedir que Elias concluísse o
propósito de Deus. Ela queria reverter a sua influência sobre a nação. Ela queria vê-
lo destruído e fora do caminho. Embora não pudesse matá-lo, ainda assim ela
realizou um de seus objetivos aterrorizando-o para que fugisse e desejasse a morte.
Inconscientemente, ele estava cooperando com o plano dela. Se Elias tivesse visto as
coisas com mais clareza, jamais teria fugido.
Os Sintomas da Intimidação
O espírito de intimidação desencadeia a confusão, o desânimo e a frustração. O seu
objetivo é fazer com que você perca a perspectiva apropriada. Tudo parecerá
avassalador, difícil ou mesmo impossível. Quanto mais forte a intimidação, maior o
desânimo e a falta de esperança. Se a intimidação não for confrontada
imediatamente, ela fará com que você faça coisas que jamais faria se não estivesse
sob a sua influência. Este é exatamente o objetivo da intimidação.
Examinando as situações em que fui atacado por um espírito de intimidação,
posso me identificar com o que Elias deve ter sentido. Antes de entender como a
intimidação funcionava, eu me sentava em meu quarto de hotel sentindo-me
desanimado e sem esperança. Eu me perguntava: De que adianta tudo isto? Quem
você pensa que é? Algumas vezes eu tinha esses pensamentos até na manhã seguinte
após um grande culto.
Lembro-me de uma vez em especial em que não consegui fazer absolutamente
nada o dia todo. Eu não conseguia tirar aquele peso de cima de mim. Orava, mas
parecia que Deus não estava em lugar algum. Assim como aconteceu com Elias, o
meu foco havia se voltado para mim e unicamente para mim. Eu me sentia ineficaz e
considerava meu ministério inútil. Foi por isso que Elias disse: "Basta, toma agora, ó
Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais!" (1 Rs. 19:4).
No fim desse dia especialmente desanimador, Deus me mostrou como Elias
havia sido intimidado por Jezabel. Finalmente reconheci que meu comportamento
era exatamente o que este espírito de intimidação e desânimo queria que eu tivesse.
Ele queria que eu abrisse mão do que Deus havia me enviado para fazer. Havia
pessoas na igreja que não gostavam da mensagem de arrependimento e santidade que
Deus me havia dado para entregar.
Imediatamente pude ver a raiz dos sintomas contra os quais havia lutado
durante todo o dia - o espírito de intimidação. Libertei-me com ousadia e me senti
livre da confusão e da frustração. Tivemos um culto poderoso naquela noite! Mais
tarde, explicarei como confrontar o espírito de intimidação. Mas agora, vamos dar
mais uma olhada na vida de Elias para ver como reconhecê-lo.
Observe que Ele disse a Elias para ungir Eliseu profeta em seu lugar e para
ungir Jeú rei sobre Israel. Deus tinha dois outros homens que não fugiriam de
Jezabel. Eles completariam a sua tarefa.
A obra que Elias havia começado foi colocada em compasso de espera
enquanto ele fugia da intimidação de Jezabel. Lembre-se, Jezabel era a influência
motivadora por trás da maldade que havia se infiltrado em Israel. Se a má influência
de um líder não for confrontada e não for dado um fim nela, é apenas questão de
tempo até que a maldade se infiltre até alcançar os que estão sob a sua autoridade.
Jesus ensinou este princípio: "Ninguém pode entrar na casa do valente para
roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe
Quando esses líderes tomaram conhecimento de seus planos, Neemias contou:
"eles zombaram de nós e nos desprezaram" (Ne. 2:19). Eles não apenas tentaram
desencorajar Neemias e seus homens, como também tentaram fazer com que eles
parecessem tolos aos olhos do povo. Eles zombaram deles com declarações
depreciativas. "Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de
pedra" (Ne. 4:3).
Muitas vezes as pessoas tentam intimidá-lo rindo de você ou fazendo pouco do
que você está fazendo. Elas podem zombar de você e questionar a sua capacidade de
realizar tudo o que Deus colocou em seu coração. Elas podem fazer isso na sua
frente, ou podem semear perguntas e zombaria no meio de outras pessoas. Ou talvez
não seja uma pessoa ou um grupo que resista a você, mas você pode estar lutando
contra a sua própria mente, enquanto ela é bombardeada com pensamentos do tipo:
O que as pessoas vão pensar? Será que elas vão rir de mim? Será que vou
fracassar?
Nesta situação, é importante sabermos o que Deus nos instruiu a fazer,
lembrando que Ele "escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes"
(1 Co 1:27). O que o homem considera insignificante, Deus usa para realizar o
impossível. Então, Ele recebe toda a glória!
Neemias jejuou e orou até ter a mente do Senhor. Assim ele pôde refutar com
ousadia os seus adversários. "O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, Seus
servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito,
nem memorial em Jerusalém" (Ne. 2:20).
Quando perceberam que não podiam impedir Neemias, e que os israelitas
estavam avançando na sua obra, eles ficaram enfurecidos. Eles não estavam mais
rindo, porque já não era mais engraçado. Eles planejaram confundir todo o projeto
atacando a cidade (Ne. 4:7-8).
A ira é outra arma de intimidação. Ela será exercida contra você para paralisá-
lo ou detê-lo. Dessa ira podem vir ameaças flagrantes ou sutis. Esta distração é uma
arma muito eficaz de intimidação. Observei muitas vezes as pessoas recuarem do
que sabiam ser certo ou do que deveriam fazer, a fim de evitar a ira dos outros. Elas
abriam concessões especiais para manter uma falsa paz.
Pressão por Dentro e por Fora
Neemias não teve de enfrentar apenas este ataque dos estrangeiros pagãos, mas
também teve problemas que surgiram entre os seus próprios homens com relação às
condições que todos eles enfrentavam. Muitas vezes, quando Deus nos convoca,
enfrentamos resistência e oposição vindas de dentro e de fora.
Os homens de Neemias estavam ficando cansados. Eles estavam enfrentando
tantos escombros que aquilo estava impedindo o progresso deles (Ne. 4:10).
Também havia outro problema. Os trabalhadores ricos estavam pressionando
financeiramente as famílias que estavam em débito, cobrando grandes somas de
juros sobre os campos que essas famílias cultivavam (Ne. 5:1-8). Isto desanimou os
homens cujas famílias estavam sofrendo. Estes problemas internos tornaram ainda
mais difícil resistir à coerção e ao desânimo por parte dos inimigos deles.
Uma pessoa intimidada honra aquilo que teme mais do que a Deus.
Hofni e Finéias, os filhos de Eli, eram maus. Eles não apenas estavam
fornicando com as mulheres de Israel, como eram ousados a ponto de fornicarem
com as mulheres que iam servir no tabernáculo, onde a presença de Deus deveria
habitar. Onde estava o temor de Deus naqueles homens?
A maldade deles, porém, não se limitava à desobediência na área sexual. Eles
também tomavam à força as ofertas de carne crua levadas pelo povo. Esta prática era
contrária à lei, e roubava dos adoradores e do Senhor a carne que lhes pertencia. Isto
fazia com que o povo de Israel desprezasse a oferta do Senhor. Hofni e Finéias eram
pedras de tropeço para o povo de Israel. O comportamento deles fez com que o povo
se ressentisse contra as coisas de Deus.
Eli sabia o que seus filhos estavam fazendo; no entanto, ele não os retirou de
seus cargos e só os corrigiu com uma repreensão fraca: "Por que fazeis tais coisas?
Pois de todo este povo ouço constantemente falar do vosso mau procedimento. Não,
filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; estais fazendo transgredir o povo
do Senhor" (1 Sm. 2:23- 24). Seus filhos mereciam mais do que esta correção leve.
Eles deveriam ter sido retirados de suas posições como sacerdotes e do tabernáculo
em geral, uma vez que não tinham um coração arrependido.
Um profeta de Deus foi até Eli e disse: "Por que pisais aos pés os Meus
sacrifícios e as Minhas ofertas de manjares, que ordenei se me fizessem na Minha
morada? E tu, por que honras a teus filhos mais do que a Mim?... porque aos que Me
honram, honrarei, porém os que Me desprezam serão desmerecidos" (1 Sm. 2:29-
30).
Honrar significa "considerar, estimar ou respeitar". Quando Eli se recusou a
confrontar e disciplinar seus filhos, ele demonstrou que os estimava mais do que a
Deus. Uma pessoa intimidada honra aquilo que teme mais do que honra a Deus.
Percebendo isso ou não, ela se submete ao que a intimida. Se Eli não tivesse ficado
intimidado, ele teria tratado com seus filhos de forma diferente.
Mais tarde, Deus fala com Samuel a respeito de Eli: "Porque já lhe disse que
julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus
filhos se fizeram execráveis, e ele não os repreendeu" (1 Sm. 3:13).
A palavra do Senhor era rara, e a iniqüidade reinava sem restrições porque o
juiz e sumo sacerdote tinha medo de seus filhos! Ele havia perdido o seu lugar de
autoridade, e a sua capacidade de julgar retamente e de ministrar sobre Israel se fora.
O propósito de Deus havia sido frustrado. Os inimigos de Israel se fortaleciam por
todos os lados enquanto a corrupção reinava no interior da nação. Quando os líderes
abdicam de sua autoridade, todos os que estão debaixo dos seus cuidados sofrem.
É lamentável, mas muitos pais são intimidados por seus próprios filhos. Como pastor
de jovens, tive a oportunidade de ouvir famílias cristãs que estavam desesperadas em
busca de ajuda. Vi adolescentes que desprezavam seus pais e falavam com eles sem
respeito algum. Parecia que seus pais os irritavam. Perplexo, eu corrigia esses jovens
bem diante de seus pais, porque estes ficavam constrangidos e tinham medo de
corrigi-los. Esses lares eram caóticos, e a anarquia reinava. Os pais haviam abdicado
de sua autoridade, entregando-a a seus filhos. O dom ou o poder de Deus nos pais
para estabelecer a ordem no lar e criar filhos tementes ao Senhor estava adormecido.
Este problema não se limita aos nossos lares, mas está evidente em nossas
igrejas também. Estive em centenas de igrejas. Fico alarmado ao ver como muitos
líderes são intimidados pelo seu próprio povo. A atmosfera nessas igrejas não é
diferente da de Israel sob o sacerdócio de Eli: a voz de Deus é rara.
Estes líderes abriram mão de sua posição de autoridade, e o poder de Deus está
adormecido. Os pastores pregam em todos os cultos, e há louvor e adoração, mas há
pouca ou nenhuma evidência da presença de Deus.
Estes pastores preparam a mensagem cuidadosamente, para não ofender ou
confrontar aqueles que estão em desobediência; quando não fazem isso, criticam
abertamente o povo, frustrados, batendo nas ovelhas para encobrir a sua intimidação
por causa de alguns poucos. Mas em tudo isso há pouca - ou nenhuma - vida
espiritual.
"Rara" é a descrição bíblica da presença de Deus. Pode haver um jorro de vida
aqui ou ali, mas a presença de Deus não permanece, e a Sua palavra não é livre para
fluir como uma fonte de águas vivas.
Certa vez, estava ministrando em outra igreja onde as reuniões haviam começado no
domingo pela manhã e estavam programadas para irem até à quarta-feira à noite.
Estávamos tendo cultos maravilhosos, com evidências de arrependimento, cura e
libertação. A igreja havia experimentado uma reviravolta em suas finanças. A
freqüência aumentou. Mas na terça-feira à noite, antes do culto, o pastor começou a
chorar."Qual é o problema?" perguntei.
"John, não estou com ciúmes de você. Apenas não entendo por que nunca vejo
Deus se mover. Sou cheio do Espírito Santo, mas nenhum dos dons do Espírito
opera nos meus cultos. Ninguém é curado ou liberto, e tudo parece ser tão difícil!".
Então, comecei a fazer perguntas. Descobri que havia dois casais que faziam
parte da diretoria e ambos haviam sido cheios do Espírito Santo há mais tempo do
que ele. Por causa disso, eles lhe diziam o que fazer e como dirigir a igreja.
Expliquei: "Você está intimidado pela sua própria diretoria. Precisa reassumir a
autoridade que lhe foi dada por Deus e dizer a eles que você é o pastor - não eles".
No dia seguinte, ele falou com eles. Os dois casais ficaram contrariados e
terminaram deixando a igreja. As reuniões se prolongaram, e na última noite um
grupo de pessoas veio à frente para receber oração, mas o Senhor me disse: "Você
não deve orar por essas pessoas. E o pastor quem deve orar por elas".
Olhei para o pastor, e pude ver o poder de Deus sobre ele. "Pastor", disse eu,
"Deus está dizendo que você deve orar por estas pessoas".
Ele começou a correr em meio àquele grupo de pessoas. Ele apenas as tocava e
elas caíam sob o poder de Deus. Algumas caíam antes mesmo que ele as tocasse. O
poder de Deus era tão forte que elas eram atingidas antes mesmo que ele chegasse
até elas.
Uma menina que estava possuída por demônios foi gloriosamente liberta.
Depois de alguns minutos, todos naquele grupo de pessoas estavam no chão, sendo
ministrados pelo Espírito Santo! O pastor voltou-se, olhou para mini e caiu de costas
no chão. Sua esposa teve de encerrar o culto. Meia hora mais tarde, dois homens o
levantaram do chão. Aquela igreja nunca mais foi a mesma.
O poder de Deus no pastor estava inoperante por causa da intimidação. O
resultado foi que a presença e o poder de Deus eram raros naquela igreja. Depois de
quebrar o poder desta intimidação, o dom de Deus foi liberado.
O Espírito de Intimidação
Um Espírito Controlador
Elias não teve medo da nação de Israel quando os israelitas haviam se entregado à
adoração a Baal. Que coragem tremenda - um homem contra uma nação! Ele
também não se assustou com os oitocentos e cinqüenta falsos profetas. Que
determinação! Um profeta contra quase mil líderes religiosos! Ele também não
estava nem um pouco preocupado com a ira do rei de Israel.Tudo isto seria mais do
que a maioria das pessoas poderia suportar. Entretanto, ele permitiu que uma mulher
o intimidasse a fugir e querer morrer! Não faz sentido.
Os psicólogos diriam que ele tinha medo de mulheres, mas este seria um
argumento no mínimo fraco, porque a nação de Israel era formada por homens mas
também por mulheres! Na verdade, este era um conflito espiritual de tamanha
magnitude que a nação, o rei e os falsos profetas pareceriam quase nada se
comparados a ele. Elias enfrentou em Jezabel um forte e controlador espírito de
intimidação que o rei e os falsos profetas não tinham.
Vamos descobrir o que as Escrituras revelam sobre a natureza desse espírito.
Veja esta troca de palavras entre Jeú e o filho de Jezabel, Jorão.
Não tropece na palavra feitiçaria. Não cometa o erro de pensar em uma mulher
com uma verruga no nariz voando em uma vassoura, lançando maldições e usando
poções mágicas. Uma pessoa exerce feitiçaria quando procura ter o controle. Sim, há
uma forma de feitiçaria que conjura espíritos demoníacos. Entretanto, a feitiçaria não
se limita a isto. Paulo repreendeu a igreja dos Gálatas: "Gálatas insensatos! Quem foi
o feiticeiro que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso?" (G1 3:1,
ABV). Esse encantamento não provinha de poções ou mágicas. Paulo estava se
referindo aos mestres que os haviam persuadido a desobedecer ao que Deus havia
claramente revelado a eles. Esses mestres não eram mestres do ocultismo, mas
tinham um espírito controlador. E ele havia afetado toda a igreja.
Jezabel tinha tamanho espírito de controle e intimidação que o rei, os líderes e
todo o povo de Israel se submeteram a ela. Até Elias se submeteu a esse espírito e
fugiu para salvar sua vida. Quando você permite que o medo entre em seu coração,
estas são algumas das coisas que você se posiciona para perder: a paz, a confiança, a
coragem, a tolerância, o heroísmo, a determinação e a segurança. E a lista continua.
Observei pessoas tentarem se livrar do tormento do medo através do
pensamento positivo. Elas não conseguem escapar, pois estão lidando com os efeitos
do medo, e não com a sua origem.Você pode colher todos os frutos de uma árvore, e
durante algum tempo parecerá que ela não tem nenhum fruto, mas ao final os frutos
crescerão novamente. A árvore continuará a dar frutos até que as raízes sejam
cortadas. Assim, para quebrar o poder da intimidação, você precisa buscar a força
espiritual que está por trás dela.
O inimigo chamado intimidação ataca a nossa alma, e ele não é derrotado através
da psicologia ou do pensamento positivo. A nossa arma contra a intimidação é a
espada do Espírito: "permanecendo firmes na Palavra de Deus" (Ef. 6:17)! Como
veremos no próximo capítulo, confrontar a intimidação despertará o dom de Deus
dentro de você.
Parte 3
Reavive o Dom
Desperte o Dom
Portanto, se a intimidação embala o sono do dom, o que o faz despertar? A resposta
é: ousadia. A intimidação faz com que a pessoa recue, ao passo que a ousadia a
arremessa para frente mesmo diante da oposição. Como uma pessoa intimidada pode
tomar posse da ousadia?
Golias tentou intimidar Davi não apenas com o seu tamanho, mas também com
suas palavras. Depois de amaldiçoar Davi, este gigante pintou um retrato vivido do
que pretendia fazer com ele. Claramente sobrepujado por ele, Davi nunca duvidou
da fonte de sua força ou de suas armas de defesa:
Este poder gera ousadia. Encontramos uma grande ousadia nos crentes que não
confiam na sua própria força. Eles não se deixam intimidar pelas circunstâncias,
pelas pessoas ou pelo diabo, porque Deus também não se intimida com estas coisas.
Esta é a nossa promessa em Hebreus 13:5-6:
Porque Ele tem dito: "De maneira alguma te deixarei,
nunca jamais te abandonarei". Assim, afirmemos
confiantemente:"0 Senhor é o meu auxílio, não temerei;
que me poderá fazer o homem?"
A Raiz de Intimidação
Viver livre da intimidação não tem nada a ver com ser uma pessoa
extrovertida. Algumas das pessoas mais extrovertidas que conheci lutaram contra a
intimidação. Na verdade, às vezes a exuberância delas não passa de uma capa para a
timidez que enfrentam dentro de si mesmas. Fechar- se em si mesmo não é o único
sintoma de alguém que está intimidado. No caso de algumas pessoas, quanto mais
desconfortáveis elas se sentem, mais falam.
Ser vulnerável à intimidação também não tem nada a ver com o nível da sua
unção. Conheci homens que eram poderosos no ministério e que tinham problemas
com a intimidação. Quando a unção repousava sobre eles, eles eram destemidos, e a
fraqueza deles ficava oculta pela unção de Deus. Mas se levantássemos o manto da
unção, tudo que restava era um homem lutando contra o medo e a insegurança. Nas
situações de âmbito particular, a timidez deles ficava aparente de uma forma
chocante. Como sei que isto é verdade? Porque eu fui um deles.
Você pode ser extrovertido, forte, ousado - e até ungido - e ainda ter problemas
com a intimidação. Quando a pressão se torna forte o suficiente, a sua verdadeira
essência vem à tona. Ter um espírito de timidez não tem nada a ver com lima
deficiência de personalidade, força física ou unção. Então, o que faz com que as
pessoas fiquem vulneráveis à intimidação?
Aparência x Verdade
Para responder a esta pergunta, vamos observar Simão Pedro. Ele era extrovertido, e
nunca tinha vergonha de expor a sua opinião. Ele era ou sado.Tudo indica que Pedro
era um homem que tinha força de vontade e era destemido. Parecia que nada podia
intimidar Pedro, mas uma coisa o intimidou. O seu medo da morte fez com que ele
negasse Jesus três vezes. Então, a capacidade para andar livre da intimidação não é
conquistada através de uma personalidade forte, do contrário Simão teria sido aquele
com menores probabilidades de negar Jesus e o mais capacitado .1 permanecer fiel.
Alguns têm a tendência de repudiar Simão Pedro como um fanfarrão; essas
pessoas dizem que na hora de agir ele realmente era medroso. Para responder a isto,
pergunto: Quantos medrosos ousariam se levantar diante de um grupo de guardas
totalmente armados e desferir um ataque ofensivo? Pedro fez isso com ousadia! João
18:3, 10 relata:
Esta não me parece a atitude de um medroso. Então, por que Simão Pedro
desafiaria os soldados, para depois se acovardar diante de uma serva, uma menina?
Sim, isto mesmo. Aquela que o intimidou era uma menina! "Ora, estava Pedro
assentado fora no pátio; e aproximando-se uma menina, uma criada, disse-lhe:
Também tu estavas com Jesus, o galileu. Mas ele o negou" (Mt 26:69-70).
Qual o motivo desta mudança?
Para responder, vamos voltar a alguns momentos antes naquela noite. Iodos os
discípulos estavam juntos celebrando a Páscoa.Jesus advertiu-os: "lista noite todos
vós vos escandalizareis comigo" (Mt 26:31). Mas Pedro declarou que ele seria uma
exceção, e afirmou com ousadia: "Ainda que venhas a ser um tropeço para todos,
nunca o serás para mim" (v. 33). Que valiosa demonstração de coragem! Parecia que
Jesus havia se enganado quando incluiu Pedro entre os demais.
Mas Jesus olhou diretamente na alma de Pedro e corrigiu-o: "Em verdade te
digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu Me negarás três vezes"
(v.34). Que golpe na autoconfiança de Pedro! Jesus disse a Pedro que ele não só se
escandalizaria, como também O negaria.
Um homem de personalidade ou vontade fraca teria recuado neste ponto. Será
que o Mestre havia se enganado? Mas Pedro defendeu sua posição ainda mais:
"Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo Te negarei!" (v.
35). Na verdade, esta declaração ousada inspirou os outros a concordarem:"E todos
os discípulos disseram o mesmo" (v. 35).
Observe que o motivo pelo qual eles não perseveraram foi porque não tinham
raízes. Como desenvolvemos raízes para nos mantermos firmes? Em que devemos
estar enraizados? Efésios 3:17 diz que devemos estar enraizados e fundamentados
no nosso amor a Cristo. O verdadeiro amor não procura os seus interesses. As
pessoas cujo amor não tem raízes conseguem se manter firmes somente enquanto é
fácil para elas. Elas não foram crucificadas com Cristo, mas vieram a Jesus pelo que
podem conseguir, e não por quem Ele é!
Aqueles que amam verdadeiramente não buscam nada além do seu Amado e
do que agrada a Ele. O amor não tem expectativas. Em vez disso, ele dá. E esta
motivação permanece sem ser afetada mesmo quando as coisas mudam e frustram
as expectativas. O amor não desanima (não perde a coragem), por isso, ele não se
deixa intimidar.
A ousadia necessária para quebrar o poder da intimidação precisa sei
alimentada com o nosso amor por Deus. "Porque Deus não nos deu o espírito de
temor [de intimidação], mas de poder, de amor e de moderação" (2Tm 1:7). Como
já disse, vi homens ungidos desistirem sob o peso da intimidação durante momentos
de pressão.
De acordo com o versículo, ter moderação (uma mente equilibrada) não basta.
Havia sido revelado a Pedro pelo Espírito Santo que Jesus era o Messias (Mt 16:13-
18), porém, somente quando Pedro foi cheio com o amor de Deus foi que ele
realmente entregou a sua vida. Veremos isto no próximo capítulo.
CAPÍ TULO 10
Boas intenções não bastam. Pedro queria mostrar que podia ser leal
mesmo se isso significasse a morte. Mas a força desse desejo não era suficiente para
mantê-lo. O medo em seu coração venceu o seu amor pelo Mestre. Jesus tratou deste
assunto diretamente depois de Sua ressurreição.
O capítulo 21 de João nos diz que Jesus apareceu aos Seus discípulos e preparou
peixe e pão para o café da manhã deles. Então, Ele perguntou a Pedro três vezes: "Tu
me amas?" Nas duas primeiras vezes, Jesus usou a palavra agapao, que enfatiza a ação
envolvida com o amor. Mas Pedro respondeu todas as vezes com a palavra grega
philco. Esta palavra limita-se aos afetos ou sentimentos de amor, independente de
ação.
Pedro entristeceu-se quando Jesus interrogou-o pela terceira vez. Nessa terceira
vez, Jesus usou a palavra phileo. Jesus reduziu o amor em questão ao nível do afeto,
em lugar da ação. Frustrado, Pedro respondeu: "Senhor, Tu sabes todas as coisas, Tu
sabes que eu Te amo" (Jo 21:17), querendo dizer: "Tu sabes que tenho afeto por Ti".
Jesus começou perguntando essencialmente: "Você me ama o suficiente para
renunciar à sua vida?" Isto ilustra o amor descrito pela palavra agapao. Pedro
respondeu verdadeiramente e humildemente que o amor dele era um amor emocional
ou afetivo. Lembre-se, ele havia acabado de negar Jesus. Ele reconhecia as suas
próprias fraquezas. O seu amor afetivo somente não era forte o bastante para que ele
renunciasse à sua vida.
Finalmente,Jesus perguntou a Pedro: "Você Me ama afetivamente?" O motivo:
Jesus sabia que agora Pedro era um homem quebrantado que ainda não era capaz do
amor agapao.
Querendo explicar a Pedro o que Ele queria dizer quando o questionou das duas
primeiras vezes, Jesus disse: "Em verdade, em verdade te digo que, quando eras mais
moço, tu te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém, fores
velho, estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Disse
isto para significar com que gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois
de assim falar, acrescentou-lhe: Segue-Me" (Jo 21:18-19).
Creio que Jesus estava dizendo a Pedro: "Você falhou antes na força do amor
afetivo, mas está vindo o dia em que você enfrentará o seu maior medo e será vitorioso
na força do amor aperfeiçoado". Até aquele ponto, Pedro havia amado dentro do
máximo da capacidade humana, mas aquilo havia falhado. Desta vez, enquanto Pedro
seguia Jesus, ele seria equipado com o amor agapao. Esse tipo de amor não nasce do
desejo do homem por ele, mas é derramado em nossos corações pelo Pai (Rm 5:5). O
amor de Deus (ágape ou agapao) não tem medo de morrer pelo outro.
Jesus encorajou Pedro, dizendo a ele que quando enfrentasse a "prensa"
novamente, ele sairia vitorioso e poderia cumprir o que havia votado anteriormente na
sua presunção: Ele morreria antes de negar Jesus. Com as garras do medo e da
intimidação soltas, Pedro seria uni homem transformado.
Deus faz isto em nosso benefício. Ele nos fortalecerá quando formos
intimidados. Ele permitirá que enfrentemos aquilo que tememos por vezes seguidas,
até sermos vitoriosos. Quando chegarmos ao fim da nossa força, clamaremos pela
força Dele. Nesta força não podemos falhar, porque o amor nunca falha (1 Co 13:8).
Deus não quer que fujamos das nossas áreas de fraqueza. Ele quer que as enfrentemos
destemidamente.
Por Favor, Retire Isto!
Paulo sabia muito bem disso. "E, para que não me ensoberbecesse com a grande/a das
revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me
esbofetear, a fim de que não me exalte" (2 Co 12:7).
A palavra para mensageiro em grego se refere a um ser angélico (ver a
concordância de Strong). Creio que este versículo se refere a um anjo mau que Satanás
enviou para esbofetear Paulo. Esse ser atiçava problemas para Paulo por onde quer que
ele fosse. 2 Coríntios 11:24-27 relata alguns dos problemas encontrados por Paulo:
Em todos os lugares onde pregava, ele sofria intensa perseguição pelo evangelho.
Cadeias e tribulações esperavam por ele em cada cidade. Ele foi chicoteado, espancado
com varas, apedrejado, sofreu naufrágios, foi roubado e muito mais. Então, ele foi
falar com Deus a respeito.
Na essência, o Senhor estava dizendo: "Paulo, não Me peça paia remover estas
coisas, mas em vez disso Me peça que a Minha graça e a Minha força o ergam acima
das coisas com as quais você não consegue lidar. Paulo, onde não há obstáculos, não
há necessidade de poder. A vi to ria só pode acontecer onde há batalha. Quanto maior
a batalha, maior a vitória. Um verdadeiro soldado não foge do conflito, mas corre para
ele" No calor da batalha não é hora de pedir a Deus para nos tirar da guerra. É hora de
orar pela Sua graça para que possamos triunfar nela Deus é glorificado quando
enfrentamos algo impossível de vencer na nossa força humana. E neste momento que a
Sua força repousa sobre nos para que todos vejam. A graça de Deus vence todo medo
e obstáculo que enfrentamos! Anime-se com algumas exortações de Deus:
Observe que ele diz "regozijo-me". Com que freqüência vemos as pessoas se
regozijando nos insultos, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias? Só uma
pessoa que está escondida em Cristo (G1 2:20) pode ter prazer em tais coisas. Ela é
alguém que vive para exaltar a Cristo. Paulo sabia que podia confiar na graça de Deus
para sustentá-lo até que Cristo fosse engrandecido.
Paulo amava mais a Jesus do que sua própria vida. Ele estava preparado para
morrer - e estava mais desejoso de viver - para Ele. Veja atentamente sua carta aos
Filipenses:
- Filipenses 1:20
Não importava para Paulo se ele ia glorificar a Cristo pela vida ou pela morte. Só
importava que Cristo fosse glorificado. Paulo não estava se referindo a uma morte nas
mãos da enfermidade ou da doença. Jesus levou isso por nós na cruz. A enfermidade e
a doença não glorificam a Ele. Acreditar que glorificamos a Jesus morrendo de
enfermidade 6 tão erro neo quanto crer que Jesus seria glorificado se morrêssemos no
cativeiro do pecado. Ele levou ambos na cruz (Is 53:4-5). O salmo 103:2-3 diz:
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum só dos seus
benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas
enfermidades". Como podemos ver, Paulo não está falando de doença ou enfermidade.
A nossa atitude deve ser: Senhor; seja como for que sejas glorificado, faz como
queres, mas o diabo não fará o que ele deseja!
O amor sem egoísmo de Paulo gerava uma ousadia que nenhuma intimidação
podia penetrar (veja novamente Filipenses 1:20). Mesmo sabendo que iria enfrentar
perseguição e ameaças em cada cidade, ele seguiu em frente. Ele não temia nenhum
homem. Paulo compartilhou com os presbíteros de Éfeso:
Uau! Que palavra profética! Imagino quantas pessoas hoje em dia correriam de
um lado para o outro por causa de uma palavra como esta! Elas não iriam querer ouvir
este tipo de profecia. Todos nós queremos ouvir coisas boas, mas Deus também nos
adverte quanto a dificuldades para nos dar esperança e coragem. Paulo fortalecia os
novos convertidos dizendo a eles: "Através de muitas tribulações, nos importa entrar
no reino de Deus" (At 14:22).
Imagino como reagiríamos se recebêssemos uma palavra profética dizendo que
perseguições e oposição esperam por nós em cada lugar para onde fôssemos.
Naturalmente, não estou dizendo que todas as vezes que recebemos uma palavra que
procede verdadeiramente de Deus ela deve
O problema e que muitas das palavras que são dadas encorajam as coisas erradas
nas pessoas que as buscam. Lias são palavras boas e confortáveis sobre como as
pessoas prosperarão nos negócios ou no ministério, e como tudo irá bem com elas. Em
geral, as pessoas terminam buscando e servindo a Deus apenas pelo que Ele pode fazer
por elas. O amor delas ainda não está interessado em engrandecer a Deus, seja pela
vida ou pela morte. Observe a resposta de Paulo à palavra profética sobre cadeias e
tributações:
A chave para a ousadia de Paulo é que ele não considerava a sua vida preciosa.
Ele também entendia que o plano de Deus para a sua vida incluía enfrentar provações e
perseguições. O amor dele por Jesus era maior do que o amor dele pela própria vida. A
vida de Paulo aponta para o segredo de se completar a carreira. Entregue a sua vida e
tome a vida de Cristo. Muitas vezes isto significará que entregamos o que é
confortável e tomamos o que é desconfortável — a cruz.
- Apocalipse 12:11
Ouvi este versículo ser citado muitas vezes. Mas somente parte dele. Muitas
pessoas param muito antes - elas deixam a última parte de fora. li esta parte que não é
popular na nossa cultura Ocidental.Jamais venceremos a batalha sobre a intimidação a
não ser que nos recusemos a amar as nossas vidas até à morte. Se amarmos as nossas
vidas, procuraremos salvá-las.
Homens e mulheres de Deus, agora vocês conhecem a verdade: A única maneira
de vencer a intimidação é perdendo a sua vida. Clamem a Deus enquanto lêem. Não
recuem, mas ousem crer. Peçam a Ele para encher o coração de vocês com este amor
— o amor dEle, o tipo de amor que nunca volta atrás. Peçam a Ele por Sua graça para
vencer os obstáculos que vocês enfrentam. Peçam a Ele para lhes conceder o privilégio
de irem aos lugares difíceis. Orem para estar na linha de frente do que Ele está fazendo
na terra. Não peçam uma vida de facilidades. Em vez disso, peçam uma vida que
glorifique a Deus.
Observe que Ele disse que tudo que temos de fazer é desejar salvar a nossa vida,
e nós a perderemos! Uau! Desejar as coisas que este mundo busca — mesmo que você
nunca as obtenha — custará a sua vida. Entre tanto, leia com atenção o que Jesus diz
em seguida:
Observe que Ele não disse: quem desejar perder a sua vida por causa de Mim.
Desejar não basta! Pedro desejava seguir Jesus na noite em que O traiu. Mas sua
motivação não estava sustentada pelo amor de Deus ou pelo Seu poder. Por isso, ele
foi vencido.
Examine o Seu Coração
Enquanto você lê, examine os seus motivos.Você é um verdadeiro discípulo de Jesus
Cristo, ou deseja segui-lo somente se for dentro dos seus parâmetros? Você fica dentro
dos seus próprios limites, longe da fronteira do autossacrificio? E possível que esses
limites o afastem dos caminhos onde Jesus anda e finalmente venham a desqualificá-
lo? (Ver 2 Coríntios 13:5).
Para decidir se vamos ou não seguir Jesus, precisamos primeiramente saber o
preço. Sim, é verdade. Haverá um preço. Isto requer nada menos do que toda a sua
vida. Ouça Jesus definindo este preço para as multidões que desejavam segui-lo:
Este é o preço de resistir até o fim. Acabamos de ler no livro de Apocalipse que
aqueles que vencem não amam as suas vidas, até à morte, Infelizmente, esta não seria
uma descrição precisa da igreja de hoje.
Eu poderia citar muitos exemplos de homens e mulheres cristãos que ainda são
donos de suas vidas. Quando estava pastoreando, uma jovem senhora me procurou
reclamando:"Pastor John, tenho uma péssima autoimagem. Por favor, ore para que eu
tenha uma autoimagem melhor"
Olhei para ela e disse: "Este é o seu problema!".
Ela ficou desnorteada. Esperava ter uma longa sessão de aconselha mento com
uma oração no final. Ela esperava que eu fosse bondoso e meigo para que ela se
sentisse melhor consigo mesma. Minha resposta chocou-a. Mas é a verdade que nos
liberta - e não falar dos nossos problemas sem tratar das raízes deles.
Eu a questionei: "Onde você encontra alguma referência na Bíblia que apóia a
autoestima ou uma boa autoimagem? Jesus disse que para segui-lo você precisa
morrer! Você já viu uma pessoa morta se sentar em um caixão e dizer: 'Ei! Por que
vocês colocaram esta roupa em mim: Não gosto dela! E por que vocês pentearam meu
cabelo assim? O que as pessoas vão pensar?'".
Eu queria mostrar a ela que a autoestima e que uma boa autoimagem não se
encontram na Bíblia. Sentir-se bem consigo mesmo não e um requisito para amar e
seguir Jesus. O foco daquela mulher estava no que é temporário, e não no que é eterno.
Não podemos servir a Deus somente quando nos sentimos bem com nós
mesmos, quando estamos empolgados ou quando tudo acontece como esperamos.
Poderíamos chamar as pessoas que se comportam assim de "amigos só nos bons
momentos". Ora, eles são cristãos só nos bons momentos. Eles não são sábios.
Finalmente, eles terão de enfrentar algo que não vai se encaixar nos parâmetros deles.
Isto pode acontecer a qualquer momento de sua caminhada. Se não estiverem
preparados, desistirão. Eles podem ir à igreja, dar o dízimo e ofertas, falar em línguas
e dizer as coisas certas, mas no coração abriram mão de buscar a Deus. O amor de
Deus não tom limites. Se quisermos andar com Ele, precisamos remover os nossos
limites.
Um Homem Transformado
Quando olhamos para Pedro no livro de Atos, é difícil acreditar que ele e o mesmo
homem que se acovardou e negou Cristo diante dos servos. Depois de ser cheio do
Espírito Santo, ele proclamou Jesus com ousadia e destemidamente como Senhor e
Messias por toda Jerusalém. Ele foi preso e levado perante os líderes, os sacerdotes
que haviam crucificado Jesus. Agora, não era diante dos servos que ele estava, mas
diante do mesmo sinédrio que havia condenado Jesus. Ele olhou para eles e com
grande ousadia declarou: "Foram vocês que crucificaram Jesus Cristo o Messias, e não
há salvação em nenhum outro além Dele" (ver Atos 4:8-12).
A ousadia de Pedro e João fez com que os membros do sinédrio ficassem
impressionados, e eles não podiam dizer nada contra a obra que Deus havia feito.
Aqueles homens eram mestres que estavam no controle, por isso, recorreram à
intimidação.
Eles disseram entre si: "Mas, para que não haja maior divulgação entre o povo,
ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja" (At 4:17).
Lembre-se, aqueles líderes haviam acabado de crucificar Jesus. E Jesus já havia
dito a Pedro que ele morreria como Jesus. Aquelas não eram ameaças sem
fundamento. Mas, mesmo diante da possível morte, Pedro e João declararam com
ousadia: "Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus,
pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos" (At 4:19-20).
Exceto por João, Pedro estava sozinho diante dos membros do sinédrio. Não
havia ninguém para impressionar ou para apoiá-lo. Mas agora ele tinha um tipo de
ousadia diferente. Ela era alimentada pelo seu amor por Jesus. Ele e João foram soltos
e se uniram aos discípulos, contando o que havia acontecido e as ameaças que lhes
fizeram. Agora, veja o que estes homens pediram que Deus fizesse:
Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos
Teus servos que anunciem com toda a intrepidez a Tua
palavra, enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e
prodígios por intermédio do nome do Teu Santo servo
Jesus.
- Atos 4:29-30
Aqueles homens pediram a Deus para viverem mais experiências exatamente
como aquelas que lhes haviam causado problemas. Eles sabiam que pregar o
evangelho colocaria a vida deles em risco. Mas eles continuaram a pregar, e Deus foi
fiel para realizar grandes milagres. Eles não permitiram que o dom de Deus ficasse
adormecido por causa da intimidação. Na verdade, o poder de Deus era tão forte que
os enfermos eram levados para as ruas de Jerusalém e eram curados quando a sombra
de Pedro caía sobre eles (At. 5:15).
O sumo sacerdote e os membros do sinédrio cumpriram suas ameaças. Eles
fizeram com que os discípulos fossem presos. O sumo sacerdote disse:
"Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome, contudo, enchestes
Jerusalém de vossa doutrina" (At. 5:28).
Outra vez, Pedro respondeu com ousadia:
Pedro e João não foram intimidados pelos líderes; na verdade, eles estavam
cheios de alegria. Aqueles eram dois discípulos muito diferentes daqueles que ficaram
dormindo no jardim. Eles se alegraram por serem julgados dignos e por terem tido
outra chance de demonstrar o seu amor e fidelidade. Pedro agora não amava
afetuosamente apenas, mas também com todo o seu ser.
O Livro dos Mártires, de John Foxe, relata que Pedro foi martirizado, como
Jesus dissera que seria. Quando estava para ser crucificado, conta se que Pedro
disse: "Não sou digno de morrer da mesma maneira que o meu Senhor morreu".
Então, eles o penduraram na cruz de cabeça paia baixo! Pedro deixou este mundo
como um vencedor. Aleluia!
CAPÍ TULO 11
O temor de Deus é uma grande motivação para nos manter longe da impiedade.
Deus reteve a Sua glória para nos testar e nos preparar. Seremos reverentes mesmo
quando a Sua presença não for manifesta? Em muitas maneiras, a igreja moderna tem
se portado como os filhos de Israel. Na verdade, Paulo disse que as experiências deles
foram escritas como exemplos para nós (1Co 10:6).
Os israelitas ficavam entusiasmados quando Deus os abençoava e realizava
milagres para eles. Quando Deus dividiu o Mar Vermelho, os levou a atravessar por
terra seca e depois enterrou os inimigos deles no mar, eles cantaram, dançaram e
gritaram celebrando a vitória (Ex 15:1 - 21). No entanto, alguns dias depois, quando o
grandioso poder de Deus não estava aparente e a comida e a bebida eram escassos,
eles reclamaram contra Deus (Ex 15:22).
Mais tarde, Moisés levou o povo ao Monte Sinai para consagrá-los a Deus. O
Senhor desceu à montanha aos olhos de todo o Seu povo. Foi uma experiência
tremenda, com relâmpagos e trovões e uma grossa nuvem sobre a montanha. Então,
Moisés levou o povo para fora do acampamento para se encontrar com Deus, mas "o
povo, observando, se estremeceu e ficou de longe" (Ex 20:10-18). Eles recuaram
aterrorizados - não no temor de Deus, mas temendo por suas próprias vidas. Quando
Deus desceu, eles perceberam que amavam suas vidas mais do que amavam a Ele.
Eles disseram a Moisés:"Fala-nos tu, e te ouviremos; porém não fale Deus
conosco, para que não morramos". Respondeu Moisés ao povo: "Não temais; Deus
veio para vos provar e para que o Seu temor esteja diante de vós, a fim de que não
pequeis" (Ex 20:19-20).
Observe que o temor de Deus lhe dá poder sobre o pecado. Provérbios 16:6 diz:
"Pelo temor do Senhor os homens evitam o mal".
O relato prossegue em Êxodo 20:21: "O povo estava de longe, em pé; Moisés,
porém, se chegou à nuvem escura onde Deus estava". Moisés disse a Deus o que eles
haviam dito e como tinham medo. Deus respondeu: "Em tudo falaram eles bem. Quem
Me dera que eles tivessem tal coração, que Me temessem e guardassem em todo o
tempo todos os Meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para
sempre!" (Dt 5:28-29).
Observe que o povo recuou enquanto Moisés se aproximou. Isto revela a
diferença entre Moisés e Israel. Moisés temia a Deus; por isso, ele não teve medo. O
povo não temia a Deus; por isso, eles tiveram medo. O temor de Deus aproxima você
da presença de Deus, e não afasta você dEle. Entretanto, o temor do homem faz com
que você se afaste de Deus e da Sua glória.
Quando somos paralisados pelo medo do homem nos sentimos mais confortáveis
na presença do homem do que na presença de Deus, até mesmo na igreja! O motivo
disso é que a presença de Deus abre o nosso coração e nos traz convicção de pecado.
Primeiro, somos lembrados do que aconteceu no Sinai. Então nos é dito sobre a
montanha à qual chegamos, chamada Sião. Deus falou na terra daquela montanha no
Sinai. Agora, o mesmo Deus fala do céu desta nova montanha, Sião.
Uma pessoa é seduzida a pecar quando ela considera comum ou familiar o que
Deus considera santo. Freqüentemente nós não damos valor às coisas que Deus leva a
sério, e tratamos com seriedade as coisas às quais Deus não dá valor. Levamos muito a
sério o fato de parecermos respeitáveis aos olhos dos outros, mas isto não é tão
importante para Deus quanto as motivações do nosso coração.
Conheci homens que estavam enredados no pecado, e que ao mesmo tempo
diziam "Eu amo Jesus". Eles mediam o seu estado espiritual pelo que sentiam por
Jesus. Mas será que eles O amavam o suficiente para morrerem para o pecado que os
prendia? Não, eles não tinham temor de Deus!
Quando visitei na prisão um pastor que havia caído em imoralidade sexual e
corrupção financeira, ele me disse: "John, eu sempre amei Jesus, mesmo quando estava
enganado. Ele era meu Salvador, mas não meu Senhor". Ele havia tomado decisões
motivadas pelo temor do homem. Ele queria agradar às pessoas. Ele desejava os
elogios que vêm dos homens. Essas coisas o levaram à corrupção. Naquela prisão,
Deus mostrou a Ele o Seu amor e misericórdia, e ensinou-lhe o temor do Senhor. Ele
agora teme ao Senhor e foi restaurado.
Eles fizeram um ídolo com a bênção de Deus, com aquilo que haviam trazido
como despojo do Egito. Mas ainda mais alarmante é que Arão, aquele que não quis
subir a montanha, fez o ídolo. Ele havia sido o porta-voz de Moisés. Ele havia ficado
ao lado dele e visto cada grande milagre e praga. Mas agora ele temia o povo e dava a
eles o que eles que riam. Ele temia o homem mais do que a Deus, e assim ele foi
facilmente intimidado pelo povo. Não havia ousadia nele, o dom de Deus estava
adormecido. Isto fez dele um líder fraco. Quando foi confrontado por Moisés, ele
culpou o povo que o havia intimidado.
Arão não assumiu a responsabilidade pelo que havia feito. Sim, a avaliação que
ele fez do povo estava correta. Havia sido idéia deles, e não de Arão. Mas por ele temer
o povo, não foi forte o bastante para quebrar a intimidação da multidão e orientá-los
corretamente. Ele estava envolvido pelo temor do homem.
Os líderes que temem os homens recuarão e darão ao povo o que eles querem em
vez de dar o que eles precisam! Eles se tornam presa fácil da intimidação. Não importa
o quanto o líder diz que ama a Deus e ao Seu povo, enquanto temer o homem, ele
jamais verá o verdadeiro progresso em si mesmo ou no povo que lidera!
O homem que teme a Deus só se preocupa com o que Deus diz sobre ele. O
homem que teme os homens está mais preocupado com o que os homens pensam a
respeito dele do que com o que Deus pensa. Ele ofende a Deus para não ofender o
homem.
Já vi líderes tomarem decisões para dar às pessoas aquilo que elas queriam. As
motivações deles eram manter a sua popularidade junto ao povo. Naturalmente, eles
jamais admitiriam isto e talvez nem mesmo tivessem consciência disto. Eles
justificavam suas decisões com o seguinte pensamento: "Não queremos ofender as
pessoas", ou "Isto é o melhor para todos os envolvidos", ou "Mais pessoas poderão ser
ministradas se fizermos isso", e daí por diante. O reino de Deus não é uma democracia,
li um reino. A popularidade não é importante. Eles não perceberam que eram
motivados pelo medo e pela intimidação. A atitude deles não estava enraizada no amor
pelo povo, mas no amor por si mesmos.
Neste versículo, descobrimos a raiz do temor do homem: Não nos seria melhor?
Aquelas pessoas estavam intimidadas porque só pensavam em si mesmas. Elas não
disseram: "O que Deus diz é melhor". Em vez disso, perguntaram: "O que é melhor
para nós?".
A questão não poderia estar mais clara! A raiz do temor do homem é o amor por
si mesmo. Quando ama a sua vida, você procura salvá-la Você ficará intimidado com
qualquer coisa que a ameace.
Deus levou aquele povo ao lugar onde eles não tinham outra escolha senão
confiar Nele. Parecia que todos eles seriam destruídos pelos habitantes desta nova
terra. Mas em vez de confiar em Deus, eles agiram como se Deus os tivesse salvado
dos egípcios apenas para fazer com que os cananeus os matassem. É claro que isto
parece ridículo, mas todos nós enfrentamos momentos em que é necessário seguir o
Senhor em situações que parecem perigosas ou prejudiciais à nossa vida.
Só podemos segui-lo nestas circunstâncias quando determinamos em nosso
coração que Deus é bom. Só há bem Nele. Ele nunca fará nada conosco apenas em
benefício próprio para nosso prejuízo eterno! Precisamos nos lembrar de que Deus
julga tudo com base na eternidade, ao passo que o homem julga com base em setenta
ou oitenta anos!
A Rejeição de Deus ou a Rejeição do Homem?
Calebe e Josué escolheram o caminho mais difícil. Deus disse que eles tinham
um espírito diferente e que O haviam seguido inteiramente. Todo o restante não queria
ver o seu bem-estar em perigo por obedecei a Deus. Deus foi fiel com Calebe e Josué.
Eles foram os únicos daquela geração a entrar na Terra Prometida (Ver Números
14:24, 30).
Aqueles que procuraram salvar suas vidas as perderam. Deus pronunciou o
destino deles dizendo: "Porém, quanto a vós outros, o vosso
cadáver cairá neste deserto... e tereis experiência do Meu desagrado" (Nm. 14:32,
34). E um pensamento assustador saber que muitos serão rejeitados por Deus porque
temeram ser rejeitados pelo homem.
Oro para que todos nós aprendamos a ter prazer no temor do Senhor. Pois "O
temor do Senhor é fonte de vida, para evitar os laços da morte" (Pv. 14:27). No
próximo capítulo, você verá como o temor do Senhor o ajudará a andar dentro da
vontade de Deus durante os tempos de intimidação.
CAPÍ TULO 12
Ação ou Reação?
Samuel então repreendeu Saul dizendo que ele havia agido de forma insensata
ao não guardar o mandamento do Senhor.
Agora que já revimos o que aconteceu, imagine-se na posição de Saul. Você é
o líder. Você e os seus homens enfrentaram um enorme exército por mais de sete
dias. Você já está superado enormemente em número, e todos os dias as fileiras do
inimigo aumentam enquanto o seu exército diminui. Os seus homens estão com
medo do inimigo e começam a desertar. E os poucos que restam estão tremendo de
terror. Você está esperando pelo profeta de Deus, e ele não aparece a tempo para
oferecer o sacrifício!
Há uma enorme pressão sobre você. Esta é uma situação do tipo "prensa de
azeite". Os que o cercam pressionam você:"Faça alguma coisa, ou todos
morreremos!"Você vai esperar como o Senhor ordenou, ou fará algo para se salvar?
Esta era a situação que o rei Saul enfrentava (Ver 1 Samuel 13:1-8).
Infelizmente, ele cedeu à pressão. Desobedecendo, ele próprio ofereceu os
sacrifícios.Veja as desculpas dadas por Saul: "Os filisteus [estavam vindo] contra
mim... senti-me pressionado" (1Sm. 13:12, AMP). Ele ofereceu os sacrifícios para
ficar bem aos olhos do povo, e depois tentou parecer espiritual aos olhos de Samuel
dizendo:"Senti-me pressionado". Na verdade, ele reagiu e caiu na armadilha da
intimidação.
Você sentiu que estava sem foco; isto foi parte do seu
teste. Eu não permiti que você tivesse foco, para testar
você, para ver se você agiria sem a Minha direção. O
fato de você não ter agido durante o Meu silêncio Me
agradou muito. Por você não ter agido quando Eu não
lhe disse para agir, e por não ter feito os seus próprios
planos, esperando que eles fossem os Meus planos,
agora você verá que um grande foco virá. Porque darei a
você e à sua mulher planos grandes e específicos que
trarão a vocês dois grande alegria.
Esta não foi a única vez em que Saul se curvou diante da intimidação. Ele
construiu uma história de desobediência ao Senhor em situações de pressão. Em
outro incidente, ele cedeu ao desejo do povo de tomar os despojos de uma cidade
que Deus havia lhes dito para destruir completamente. Ele não queria perder o favor
do povo. Quando confrontado por Samuel, Saul admitiu: "Pequei, pois transgredi o
mandamento do Senhor e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua
voz" (1Sm. 15:24).
A declaração que ele faz em seguida demonstra que Saul estava mais
preocupado com a sua reputação do que com a sua desobediência. As palavras dele
para Samuel traem o seu coração: "Pequei; honra-me, porém, agora, diante dos
anciãos de Israel" (1Sm. 15:30).
Saul transgrediu repetidamente porque temia o homem. Quando ficava com
mais medo, ele se tornava um líder ainda mais dominador. Isto geralmente acontece
com os líderes inseguros. Eles tratam as pessoas asperamente para parecer que estão
no controle, quando na verdade estão encobrindo a sua própria intimidação e o seu
medo.
Samuel disse a Saul que Deus entregaria o reino a um homem que guardaria os
Seus mandamentos (1Sm. 13:14). Davi era esse homem. Ouvi algumas pessoas
dizerem que têm um coração que busca a Deus, mas prefiro ouvir Deus dizer, como
Ele disse de Davi: "Você tem um coração segundo o Meu". Sei que este é o desejo
de cada crente que O ama! Estudei com afinco a vida de Davi, com o intuito de
saber tudo sobre ele que poderia fazer com que o Senhor Se alinhasse com Davi.
Observei que Davi tinha o cuidado de não fazer nada sem ouvir a voz de Deus
antes. Repetidamente, em situações de muita pressão, ele pedia o conselho de Deus
(ver capítulos 20 a 31 de 1Sm.). Vamos dar uma olhada em uma situação
extremamente angustiante.
Você consegue imaginar a dor que ele sentiu? Sua família havia sido raptada,
tudo que lhe era querido havia sido roubado, e o que restou havia sido queimado!
Ele não tinha apenas a sua família com que se preocupar, mas também a família de
todos os seus homens. Eles haviam se sentido inúteis e sem pátria. Então, voltaram
para encontrar suas casas em chamas e tudo o que eles amavam desaparecido. Como
se isto não fosse suficientemente ruim, veja o que aconteceu em seguida:
Davi realmente os perseguiu. "Assim, Davi salvou tudo quanto ha viam tomado
os amalequitas; também salvou as suas duas mulheres. Não lhes faltou coisa alguma,
nem pequena nem grande, nem os filhos, nem as filhas, nem o despojo, nada do que
lhes haviam tomado: tudo Davi tornou a trazer" (1Sm. 30:18-19).
O que parecia sem esperança se transformou em uma grande vitoria! Nada é
difícil demais para o nosso Deus. Davi temia mais a Deus do que aos seus homens.
Este fato somente lhe deu a confiança para se voltai para Deus em primeiro lugar.
Esta reação foi muito diferente da reação de Saul à pressão.
Davi agiu, ao passo que Saul reagiu. Davi pôde agir em vez de reagir porque
ele sabia o que Deus estava dizendo. Quando temos a mente de Cristo, estamos
equipados com a coragem para agir e não reagir.
Vamos dar uma olhada em como estas coisas produziram em Davi a ousadia
necessária para resistir a qualquer intimidação que ele enfrentasse.
1. Poder. Ele conhecia Deus, e sabia que Deus era maior e mais poderoso do
que qualquer coisa que enfrentasse.
2. Amor. Ele amava a Deus mais do que a si mesmo.
3. Moderação. Ele não agiria até que tivesse ouvido a palavra ou o conselho
do Senhor, independente da força da pressão.
Quando nosso espírito está cheio de poder, amor e da palavra do Senhor, não
somos cativos da intimidação. Não é apenas uma dessas virtudes, mas a combinação
de todas as três que nos sustentam. Paulo teria mencionado apenas uma se apenas
uma delas bastasse. Porém, para andar na ousadia divina, todas as três são
necessárias.
Já analisamos em detalhes o poder e o amor.Vamos seguir em frente e ver
como obter a moderação, que significa ter uma mente equilibrada através do
conselho do Senhor.
CAPÍ TULO 13
O Espírito de Moderação
Uma mente equilibrada sabe o que Deus está dizendo e fazendo no exato
instante.
Conhecimento Revelado
A moderação vem do conhecimento da mente de Cristo. O conhecimento das
Escrituras por si só não significa conhecer a mente de Cristo. Aprendemos que "a
letra mata, mas o Espírito vivifica" (2Co. 3:6). A letra é a Escritura, a palavra escrita.
Os fariseus possuíam um grande conhecimento das Escrituras, mas não
conheciam o seu espírito; portanto, o ministério deles gerava morte. Ele arrancava e
afastava as pessoas do coração de Deus em vez de atraí-las a Ele. Eles separavam as
pessoas de Deus com o seu conhecimento legalista, apresentando Deus da forma
como o interpretavam - com a mente e não com o coração.
Jesus declarou: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus" (Mt. 4:4). Observe que Ele não disse "procedeu". Nesse
caso, o tempo verbal estaria no passado. A Bíblia traz aquilo que procedeu da boca
de Deus. Precisamos conhecer o Senhor da Bíblia para saber o que está procedendo
da Sua boca hoje.
Jesus disse em João 16:13-14 (NVI): "Mas quando o Espírito da verdade vier,
ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e
lhes anunciará o que está por vir. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e
o tornará conhecido a vocês". Observe que de acordo com o texto da Nova Versão
Internacional, Jesus disse "apenas o que ouvir" e não "apenas o que ouviu". Isso
significa que, com a ajuda do Espírito Santo, podemos saber o que Jesus está
dizendo.
Você pode perguntar então: "De que servem as Escrituras?" Elas são diretrizes
para nos ajudar e nos dirigir. Elas são inspiradas por Deus, e quando despertadas
pelo Espírito Santo, tornam-se vivas em nosso coração e não apenas em nossa mente.
Elas são o padrão que usamos para confirmar que ouvimos o Espírito de Deus. O
Espírito Santo nunca falará algo contrário às Escrituras. Mas podemos ficar travados
quando limitamos o que o Espírito Santo pode dizer ou fazer ao que se encaixa na
nossa compreensão mental das Escrituras. Este foi o erro dos fariseus.
Ele não apenas falava com autoridade, como também agia com autoridade.Veja
outra ocasião:
Ele vivia e agia com tal autoridade que isto foi reconhecido por um centurião
romano. Ele disse a Jesus que se Ele apenas dissesse uma palavra, o seu servo seria
curado (Mt. 8:5-10). Este romano entendia a fonte da autoridade de Jesus. A
autoridade de Jesus não estava limitada a Ele próprio, mas era dada por Deus. Isto
acontecia porque Jesus era totalmente submisso ao Espírito Santo, que revelava a Ele
a vontade de Seu Pai.
O centurião disse:"Pois também sou homem submisso à autoridade, e tenho
soldados abaixo de mim". Jesus maravilhou-Se ao ouvir isto. Aquele comandante
entendia que a única maneira de se ter autoridade é estando debaixo de autoridade!
Jesus operava com autoridade porque Ele estava debaixo de autoridade. Ele estava
em total submissão ao Espírito Santo, que revelava a vontade do Pai. Ele disse:
Lembre-se, embora Ele seja o Filho de Deus, viveu como um homem cheio do
Espírito Santo. Ele Se despiu de todos os privilégios divinos. Porém, detinha uma
autoridade que fazia as pessoas se maravilharem. Isto porque Ele só falava e agia
segundo o que o Espírito de Deus O conduzia. Ele nunca ficava intimidado, porque
Deus nunca tem medo e nunca fica intimidado. Não há ninguém mais poderoso,
forte e sábio do que Deus!
Jesus permaneceu na Sua autoridade enquanto os fariseus tentavam intimidá-lo
continuamente com suas perguntas religiosas e astutas. Eles tentaram armar ciladas
para Ele com as Suas próprias palavras, procurando desacreditá-lo. Mas por mais
esperto que fosse o laço que tentavam armar para Ele, Jesus sempre respondia pelo
Espírito Santo, quebrando o poder da intimidação deles. Ele os confundia com
sabedoria, até que, frustrados, eles abandonavam suas tentativas de intimidá-lo.
A razão pela qual alguns não falam, ensinam ou pregam com autoridade, é
porque estudam uma mensagem da Bíblia, depois relacionam o seu entendimento
mental dessas escrituras. Eles falam do que Deus disse e fez em vez de falarem do
que Ele está dizendo e fazendo! Somente quando falamos pelo Espírito de Deus é
que falamos com autoridade.
Porque Ele tem dito: "De maneira nenhuma te deixarei,
nunca jamais te abandonarei". Assim, afirmemos
confiantemente: "O Senhor é o meu auxílio, não
temerei; que me poderá fazer o homem?"
- Hebreus 13:5-6
Veja com atenção estas palavras novamente. Podemos falar com ousadia e
autoridade quando sabemos o que Ele está dizendo! A certeza desta Palavra nos dá
ousadia. Deus nos garantiu que quando sabemos o que Ele diz, e quando cremos que
Ele está sempre conosco, podemos declarar com ousadia: "O que me pode fazer o
homem?" Quando vivemos nesta confiança, não podemos ser intimidados!
Jesus disse que os crentes teriam rios de águas vivas fluindo de seus corações
(Jo 7:38). Eu precisava do rio do conselho de Deus. Eu prensava da mente de Cristo.
Orar em línguas iria despertá-la.
Depois de orar por vários minutos, minha mente acalmou-se o suficiente para
ouvir mais. Este pensamento brotou do meu coração: l:ale ao povo sobre o maior
turista que um dia visitará o México.
Gritei alto:"É isto! O homem disse que eu podia falar sobre turismo. Vou falar
a eles sobre o maior turista que um dia visitará o México — Jesus Cristo!" A alegria
brotou dentro de mim, e comecei a rir.
Corri de volta ao prédio. Para minha alegria, Deus já havia tratado com o
pastor. Ele disse:"Deus falou comigo e me disse para lhe dizer para fazer tudo o que
Ele disser".
Abri o culto dizendo: "Disseram-me para só falar com vocês sobre atividades
relacionadas a turismo. Então, nesta noite quero lhes falar sobre o maior turista que
um dia visitará o México".
Preguei Jesus como Senhor e Salvador durante uma hora. Várias pessoas
responderam ao apelo para receber Jesus Cristo como Senhor.
Havia um homem deficiente nesse grupo. Depois que orei pelas pessoas que estavam
no grupo para receber Jesus, o Senhor falou comigo: "Lá está o primeiro homem que
quero curar".
Olhei para ele e disse: "Senhor, o Espírito de Deus está dizendo que Ele quer
curá-lo". Impus as mãos sobre ele e orei. Então o tomei pela mão, e começamos a
andar. Ele estava muito cauteloso a princípio. Depois, passou a se movimentar cada
vez mais rápido. Logo ele estava andando; depois corremos juntos. Finalmente,
soltei a mão dele, e ele correu sozinho.
A multidão delirou. Pessoas com todo tipo de enfermidade e doença correram
à frente. No meio de toda aquela confusão, perdi meu intérprete. Algumas centenas
de pessoas haviam corrido em direção à plataforma. Muitos foram curados, inclusive
uma mulher que era totalmente surda de um ouvido desde o nascimento e
parcialmente surda do outro. Ela chorou até sua blusa ficar encharcada de lágrimas.
Foi maravilhoso!
Eu não estava ciente de que o oficial de governo enviara dois homens de volta
para a reunião para me prender se eu pregasse. Eles chegaram exatamente quando eu
estava orando pelo homem deficiente. Um introdutor os avistou e ouviu-os dizer:
"Vamos ver o que ele vai fazer antes de prendê-lo".
Quando eles viram o homem deficiente curado, um perguntou ao outros:
"Você acha que ele é real?" Eles se aproximaram e continuaram a observar o que
Deus estava fazendo.
Quando viram a mulher surda curada e chorando, um deles disse: "Acho que
isto é real".
Então, um menino de cinco anos de idade caiu no chão, obviamente sob o
poder de Deus.Vendo isto, eles concordaram: Isto é real! E aqueles dois homens que
haviam sido enviados para me prender vieram à frente para receber oração! Aleluia!
Deixei o país no dia seguinte, e não me incomodei em atender ao compromisso
com o oficial. Na semana seguinte, o pastor mexicano voou ate os Estados Unidos,
trazendo unia cópia do jornal de Monterrey. Ele leu para mim um artigo de capa
sobre a nossa reunião.
O jornal relatava que os oficiais do governo disseram que eu era uma fraude e
que tudo que queria era dinheiro (eu havia sido direcionado a não levar um centavo
para fora do país e pagara por minhas próprias despesas. Depois de ouvir isto,
entendi o porquê). Entretanto, o jornal prosseguiu dizendo que os seus próprios
repórteres haviam visto pessoas serem realmente curadas! Glória a Deus!
O oficial de governo tentou me paralisar com suas ameaças intimidadoras. Se o
pastor e eu tivéssemos ficado sob o controle daquelas ameaças, o dom de Deus em
nossas vidas teria ficado adormecido. Ninguém teria sido salvo ou ministrado
naquela noite. A palavra de Deus, que Ele me falou pelo Seu Espírito, havia me dado
ousadia para quebrar o poder da intimidação liberada contra mim. Esse é o poder de
uma mente equilibrada e de um espírito de moderação.
CAPÍ TULO 14
O inimigo pode lhe dar uma má reputação intimidando-o para que você se
proteja a qualquer custo. Neemias tinha a mente do Senhor; por isso, ele podia
discernir o que era puro e verdadeiro do que era mal e enganoso.
Neemias resumiu os estratagemas de Sambalate, Gesém e Tobias da seguinte
forma:
Estavam todos tentando intimidar-nos, pensando: "Eles
serão enfraquecidos e não concluirão a obra". Eu,
porém, orei pedindo: "Fortalece agora as minhas mãos!"
- Neemias 6:9, NVI
Vemos mais uma vez o propósito da intimidação: enfraquecer-nos para que não
consigamos realizar a vontade de Deus e não resistamos mais ao intimidador. Se não
nos levantarmos contra isto com firmeza, sucumbiremos.
O diabo, nosso inimigo, tenta muitos caminhos diferentes de intimidação
quando invadimos o seu território. Ele não tenta uma vez e depois desiste. Se ele
conseguir nos paralisar, nos enfraquecer ou nos atrasar, nesse caso ele impede o
reino de Deus de avançar.
Neemias e seus homens terminaram a construção dos muros. Agora, cercada
por proteção, a cidade estava a caminho da restauração. Não foi difícil. Uma
tremenda resistência e oposição se levantaram contra eles em cada passo do
caminho. Mas o povo sabia que Deus havia falado, e se recusou a recuar.
Rompendo a Resistência
A tenacidade de Neemias é um exemplo clássico do que os crentes são exortados a
fazer:
Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a
perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o
que também fui conquistado por Cristo Jesus.
- Filipenses 3:12
Seja Forte!
Depois que Paulo exortou Timóteo para avivar o dom de Deus, ele rapidamente
acrescentou: "Tu, pois, filho Meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus"
(2Tm. 2:1). Para avançar e vencer a intimidação, precisamos ser fortes.
Do mesmo modo, Paulo advertiu a igreja de Corinto: "Sede vigilantes,
permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos" (1Co. 16:13). Um
crente corajoso enfrenta situações difíceis sem recuar diante delas.
Deus encorajou Josué não uma vez, mas sete vezes, para ser forte e ter bom
ânimo!
Observe que Deus disse para ele ser forte e muito corajoso. Com que
propósito? Para vencer guerras ou para ser um grande líder? Não, com o propósito de
guardar a Palavra do Senhor. Deste modo,Josué seria um grande líder e ganharia
todas as guerras! A intimidação tenta arrancar de você a sua liberdade de obedecer a
vontade ou a palavra de Deus. Por isso, devemos ser fortes e corajosos em todo o
tempo para que não venhamos a nos desviar inconscientemente do que sabemos ser
certo.
Vamos definir a palavra coragem:
A atitude ou reação de enfrentarmos e lidarmos com qualquer coisa que seja
reconhecidamente difícil, perigosa ou dolorosa em vez de recuarmos diante dela.2
Agora, qual é o contrário de coragem? Você poderia automaticamente supor
que o contrário de coragem é medo ou fraqueza. E isto é verdade, até certo ponto.
Entretanto, se acrescentarmos o prefixo dis à palavra courage em inglês, temos a
palavra discourage, que significa desânimo. Assim, vemos que Deus ordenou a
Josué, e a nós, que fôssemos fortes e corajosos, não permitindo que o desânimo
entre em nosso coração. O desânimo nos impede de cumprir a vontade de Deus!
Vamos definir desânimo:
Privar de ânimo; tornar menos confiante ou esperançoso; desencorajar.
Você se lembra de como Elias ficou oprimido pelo desânimo por causa da
intimidação de Jezabel? Ele recuou e fugiu. Ele estava tão desencorajado que foi
destituído da sua autoridade. Precisamos tratar o desânimo como um inimigo. Nós
subestimamos o poder que o desânimo tem de nos impedir de cumprirmos o alto
chamado de Deus. Se Deus diz a Josué sete vezes para ser forte e corajoso, então
nós também devemos dar atenção a isso. O desânimo é um assassino! Se não for
confrontado, ele fará com que nós recuemos.
E importante entender que Deus não se agrada dos covardes. Sabemos que: "O
vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele Me será filho. Quanto,
porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros,
aos feiticeiros, aos idolatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no
lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Ap. 21:7-8, ênfase do
autor).
A palavra covarde significa "alguém que demonstra um medo desprezível
diante da dor ou do perigo". Não é sério saber que Deus inclui os covardes no
mesmo grupo dos assassinos e dos sexualmente imorais? No entanto, nós nos
desculpamos, afirmando que o comportamento covarde é uma fraqueza.
Na verdade, a covardia vem da incredulidade. E a incredulidade custou aos
filhos de Israel a vida deles. Eles nunca entraram na terra prometida. "Vemos, pois,
que não puderam entrar por causa da incredulidade" (Hb. 3:19).
Hoje não é diferente. Um covarde não conquista. Ele não receberá aquilo que é
prometido. O Senhor nos exortou com firmeza através do apóstolo Paulo:
Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de
Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente,
ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes... e que
em nada estais intimidados pelos adversários.
- Filipenses 1:27-28