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VIA SANCTA

7. DA VIDA DE ORAÇÃO

7.1 São Josemaria Escrivá dizia: “Um


católico sem oração é como um soldado
sem armas”.

7.2 A oração é a forma com que o


homem conecta o seu coração com o
coração de Deus.

7.3 Se a santidade é o estado de pureza


espiritual capaz de nos tornar
intimamente unidos a Cristo, então, ela
é também o estado em que o coração
do homem se torna UM com o coração
de Deus, numa comunhão definitiva.

7.4 Isso posto, podemos assegurar que


a santidade é a vivência de uma oração
contínua e permanente.

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7.5 Mas como poderá viver o homem


em um estado de oração perpétuo, se
possui tantos outros afazeres para dar
conta?

7.6 São Filipe Néri responde


sabiamente: “Quem não puder dedicar
longo tempo à oração deve, pelo
menos, elevar muitas vezes o seu
coração a Deus”.

7.7 Ou seja: basta que tomemos todos


os nossos atos do quotidiano como
formas de oração, como forma de igual
conexão com o coração de Deus.

7.8 Se vamos trabalhar, trabalhemos


para orgulhar a de Deus de nossos
frutos. Se vamos nos casar, casemos
para que a nossa família honre o nome
dEle. Se vamos nos divertir, que a nossa
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alegria preste testemunho da bondade


divina. Se vamos sair à rua, que o nosso
proceder seja a única Bíblia que muitos
terão a chance de ler naquele dia.

7.9 Santo Antônio de Pádua sabia bem:


“Podemos orar de três formas: com a
boca, com o coração ou com as mãos”.
Dessa forma, alcançaremos que todos
os nossos pensamentos, atos e palavras
tornar-se-ão orações.

7.10 Muitos são aqueles que oram como


carneirinhos e agem como lobos. Que,
na igreja, são verdadeiros santos e, fora
dela, verdadeiros ateus.

7.11 Se a oração não se fundir com toda


a nossa forma de ser e se limitar aos
momentos designados especialmente
para ela, de nada — ou de muito pouco
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— servirá. O último estágio na vida de


oração que um cristão pode alcançar é
estar em constante oração mesmo
quando não se está orando.

7.12 Tome todos os passos que as tuas


pernas derem, todas as palavras que
saírem da tua boca, todos os
pensamentos que rondarem a tua
mente e todas as ações que forem de
tua responsabilidade como ORAÇÃO.
Assim, verás que não há Cristo que não
possa existir novamente nessa terra,
através da tua vida.

7.13 De todo modo, não obstante tudo o


que foi exposto, a vida de oração
necessita sim de momentos exclusivos
e separados para isso.

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7.14 Imagine que o marido sai para


trabalhar a fim de prover para a
família. Ele sai de manhã cedo e retorna
à casa tarde da noite. Perde finais de
semana sem jamais ter um descanso.

7.15 Tudo o que ele faz é pela família e


a eles não falta nada. É um servidor
exemplar.

7.16 Porém, não há uma ligação


durante o dia para saber sobre a
esposa. Não há um momento durante a
noite em que ela poderá compartilhar o
dia com ele. Não existe um só instante
em que os filhos poderão usufruir da
presença do pai.

7.17 De que adiantaria? Há serviço


demais, porém, relacionamento de
menos. Mais valeria a escassez dos
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bens materiais por um tanto mais de


presença.

7.18 Se isso vale para nós, humanos,


que somos dependentes dos bens
materiais, quanto mais para Deus, que,
de nós, quer a afeição em primeiro
lugar (“Amai a Deus sobre todas as
coisas” — Primeiríssimo Mandamento).

7.19 Portanto, imagine um


relacionamento afetivo entre
namorados, em que uma das partes é
sedenta por essa conexão e a outra
nunca se mostra disponível, sempre
encontra algo mais importante para
fazer e para ocupar o seu dia.

7.20 Quanto tempo demorará para que


a parte desvalorizada se encha disso e
rompa com a relação?
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7.21 Muitos são os que já passaram por


isso e sentiram na pele a dor da
indiferença e da rejeição por parte de
um outro indivíduo. Imagine, agora, a
tristeza de Deus que há tantos anos é
renegado por muitos às últimas e
subalternas prioridades.

7.22 Ele não se enche. Ele não termina.


Ele pacientemente espera que, um dia,
tu o ames de volta.

7.23 Se somos capazes de sofrer por


alguém, simplesmente porque
julgamos merecer tal afeto, mesmo que
nunca tenhamos feito nada de
grandioso por ela, imagine aquele que
deu a vida por nós: o que Ele não tem
esperado?

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7.24 A maior história de amor possível


é a de alguém que dá a vida por um
outro. É quando o nosso bem mais
precioso, a vida, é oferecido em prol de
alguém que amamos.

7.25 Essa é a belíssima história do amor


que Jesus Cristo escreveu conosco e
que, por nossa culpa, tem se tornado
uma história de amor não
correspondido.

7.26 Não permita que isso acabe dessa


maneira e retome o relacionamento.
Abra o seu coração HOJE e diga:
“Perdão, Senhor. Eu não te correspondi
por tanto tempo mas a partir de hoje
será uma nova história!”

7.27 Concentre-se em desenvolver uma


vida de oração, nos moldes de entrega
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em que você sonha viver com o seu


amor terreno.

7.28 Não é bom acordar e receber uma


mensagem de “Bom dia” do seu
amado? Portanto, acorde e não esqueça
de consagrar o dia que virá pela frente
ao bom Deus.

7.29 Não é bom receber surpresas


durante o dia que te fazem saber que o
amado lembrou de ti? Pois então
diversas vezes ao dia pare o que está
fazendo e diga: “Senhor Jesus, eu te
amo e te quero presente aqui comigo!”

7.30 Não é bom ser lembrado de que o


emprego do seu cônjuge serve ao
propósito de construir uma vida
juntamente contigo ou que os exercícios
físicos que ambos fazem servem para se
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manterem belos um para o outro?


Sendo assim, lembre-se igualmente de
dedicar as suas atividades a Ele!

7.31 Não é bom chegar ao final do dia e


ter uma longa conversa sobre tudo o
que se passou com você? Portanto,
entre no seu quarto, feche a porta e
conte tudo a Deus. Ele espera ansioso
por esse momento!

7.32 Um dos mais proeminentes


teólogos da era patrística da Igreja, São
Gregório de Nazianzo, já nos
emprestou a régua e ensinou a justa
medida: “É preciso se lembrar de Deus
com mais frequência do que se
respira”.

7.33 Logicamente, o Deus onisciente já


sabe de tudo o que se passou durante o
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dia. Mas, Ele está ávido para viver esse


RELACIONAMENTO conosco.

7.34 Por isso, São Gregório ainda


completaria dizendo: “Deus tem sede
que tenhamos sede dEle”.

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