Você está na página 1de 102

SAÚDE COLETIVA

1
Prefácio
Prova prática é sempre um grande desafio para maioria por se tratar de um universo totalmente desconhecido. Passamos
dias nos perguntando: O que iremos encontrar ao entrar em cada uma das estações? Como se comportar perante ator e
examinador? Quais perguntas chaves não podemos deixar de fazer na hora da prova?
Foi assim que mergulhando nesse universo, iniciamos uma verdadeira maratona em busca de tais respostas. Lendo e relendo
vários materiais, realizando cursos teóricos e práticos, descobrimos que todo esse material nos leva apenas a uma palhinha
do que vamos enfrentar, mas que na verdade não é o que irá decidir nossa aprovação.
Pensando nisso, montamos esse material com a proposta, não de substituir outros materiais ou cursos, mas sim somarmos
com eles. E assim concluímos que a melhor maneira de chegar a aprovação é PRATICANDO, não apenas lendo e decorando
checklists, mas sim com estratégias e técnicas de aperfeiçoamento do raciocínio clínico, usar palavras chaves que o
examinador gosta de escutar, pontos chaves e itens ocultos de cada checklist. Em resumo não são 3 ou 5 dias de cursos
práticos que iram te fazer ter sucesso na prova, mas sim a forma que você irá se preparar de hoje até o dia da prova.
Estamos apenas no início e na mesma situação de todos vocês, por isso sabemos exatamente quais angustias e
questionamentos cada um de vocês tem. Aproveitem ao máximo nosso material, pratiquem muito e juntem-se a nós, através
de nossas redes sociais, onde compartilharemos conhecimentos e evoluiremos juntos.
Desejamos a todos muito sucesso nessa trajetória e que em breve possamos desfrutar desta carreira maravilhosa que
escolhemos para nossas vidas. O sucesso é logo ali e vamos juntos em busca dele da melhor maneira que é PRATICANDO.

Thayrony Cristian
Naiara Rodrigues
José Valmir
Leandro Marcos
Matheus Phellipe

2
Índice
ACIDENTE OFÍDICO (CASCAVEL) ..............................................................................................................5
ACIDENTE OFÍDICO (JARARACA). ............................................................................................................9
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT) .............................................................................13
CREDENCIAR ESF ...................................................................................................................................17
COVID-19 ..............................................................................................................................................20
TRANSTORNO DEPRESIVO ....................................................................................................................24
DENGUE (SEM SINAL DE ALARME) ........................................................................................................28
DENGUE (COM SINAL DE ALARME) .......................................................................................................32
ÉTICA MÉDICA .......................................................................................................................................35
ETILISMO ..............................................................................................................................................37
FEBRE AMARELA ...................................................................................................................................41
SUSPEITA DE HIV ...................................................................................................................................44
HANSENÍASE .........................................................................................................................................48
LEISHIMANIOSE TEGUMENTAR ............................................................................................................53
LEISHIMANIOSE VISCERAL ....................................................................................................................57
LEPTOSPIROSE ......................................................................................................................................61
MALÁRIA ...............................................................................................................................................65
NOTÍCIA DE ÓBITO E PREENCHIMENTO DE DO .....................................................................................69
RAIVA ....................................................................................................................................................73 3
SAÚDE DO TRABALHADOR ....................................................................................................................77
SÍFILIS....................................................................................................................................................81
TABAGISMO ..........................................................................................................................................85
TENTATIVA DE SUICÍDIO........................................................................................................................89
TUBERCULOSE.......................................................................................................................................93
VIOLÊNCIA SEXUAL ...............................................................................................................................97
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ..........................................................................................................100

4
ACIDENTE OFÍDICO (CASCAVEL)

Você está de plantão na UPA e recebe paciente do sexo masculino de 43 anos, trazido por seu
filho, que refere que o mesmo foi picado por uma cobra no pé esquerdo, durante uma pescaria,
trazendo o animal morto para sua avaliação.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

5
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente não lembra bem o ocorrido e relata um pouco de dificuldade para respirar e dor leve em pé esquerdo.
• Relata que observou urina um pouco escura, porem está urinando normal.
• Filho conta que acidente ocorreu a 4 horas, trouxe animal morto para sua avaliação.
• Paciente sem comorbidades, não tabagista, não etilista e nega alergias.
• Vacina antitetânica última dose a 7 anos.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 13irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 98% AA
• FC 88bpm • Tax 36,8°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: paciente com face miastênica (cara de bobo)
• Exame ocular: Ptose palpebral, oftalmoplegia e anisocoria
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMII: lesão da picada e edema discreto em pé esquerdo (pulsos presentes)
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC Hb: 13 (Ref. 12-16), Ht: 37 (Ref. 36-48), Leuco: 8.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 250.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Coagulograma (sem alterações) / EAS (sem alterações)
• Sódio: 139 (Ref. 135-145) e Potássio: 4.2 (Ref. 3.5-5.5) / Ureia: 55 (Ref. 16-40) e Creatinina: 1.3 (Ref. 06-1.2)
• CK-total: 250 (Ref. Até 200) e CK-MB 7 (Ref. Até 24)

6
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas abertas 0 0,5 1.0
• Na anamnese questiona tempo do acidente, local da picada e características do animal (ver imagem) 0 0,5 1.0
• Investiga diurese, dor, edema, presença de bolhas e necrose local e presença de pulso distal em MMII 0 0,5 1.0
• Investiga sintomas associados (sangramento nasal/gengival, sudorese, vômito com sangue e pele fria) 0 0,5 1.0
• Questiona antecedentes patológicos (HAS, DM, Cardiopatias), hábitos de vida e alergias 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça luvas 0 0,5 1.0
• Solicita HC, Coagulograma, EAS, Sódio / Potássio, Ureia / Creatinina, CK total / CK-MB (exclui Rabdomiolise) 0 0,5 1.0
• Dar o diagnóstico de Acidente ofídico moderado Crótalico por cascavel e indica internação hospitalar (MOV) 0 0,5 1.0
• Prescreve soro Anticrotálico 10 amp. + Corticoide EV, HV com controle da diurese, Manitol, Analgésico 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreve profilaxia para tétano e realiza notificação do caso como acidente ofídico

7
IMAGENS DO CASO:
• Cobra cascavel
• Picada de cascavel
• Face miastênica com ptose palpebral (cara de bobo)
• Anisocoria
• Esquema Soro Anticrotálico

8
ACIDENTE OFÍDICO (JARARACA)

Você está de plantão na UPA e recebe paciente do sexo masculino de 35 anos, trabalhador rural
referindo ter sido picado por uma cobra na perna direita, trazendo o animal morto a consulta.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

9
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata picada única em perna direita a 3 horas. Relata dor local intensa (8/10).
• Não traz cartão vacinal a consulta, mas refere que seu último reforço para tétano foi a mais ou menos 7 anos.
• Nega outros sintomas, comorbidades ou alergias. Não etilista nem tabagista.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 16irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 98% AA
• FC 90bpm • Tax 36.2°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: paciente com face álgica
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMII: eritema, edema e bolhas em MID com sangramento em babação no local da picada (pulsos presentes)
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC Hb: 13 (Ref. 12-16), Ht: 38 (Ref. 36-48), Leuco: 7.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 260.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Coagulograma (sem alterações) / EAS (sem alterações)
• Sódio: 140 (Ref. 135-145) e Potássio: 4.3 (Ref. 3.5-5.5) / Ureia: 19 (Ref. 16-40) e Creatinina: 0.7 (Ref. 06-1.2)
• ECG (sem alterações)

10
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas abertas 0 0,5 1.0
• Na anamnese questiona tempo do acidente, local da picada e características do animal (ver imagem) 0 0,5 1.0
• Investiga sintomas associados (sangramento nasal/gengival, sudorese, vômito com sangue e pele fria) 0 0,5 1.0
• Questiona antecedentes patológicos (HAS, DM, Cardiopatias), hábitos de vida e alergias 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça luvas 0 0,5 1.0
• Investiga dor, sangramento, edema, presença de bolhas e necrose local e presença de pulso distal em MID 0 0,5 1.0
• Solicita HC, Coagulograma, EAS, Sódio / Potássio, Ureia / Creatinina e ECG 0 0,5 1.0
• Diagnóstica Acidente ofídico botrópico moderado por jararaca, indicando internação hospitalar (MOV) 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreve soro Antibotrópico 5-8 ampolas + Corticoide EV, HV (controle da diurese), Analgésico e Limpeza local
0 0,5 1.0
• Prescreve profilaxia de Tétano e realiza notificação do caso como acidente ofídico

11
IMAGENS DO CASO:
• Jararaca
• Esquema Soro Antibotrópico
• Picada de Jararaca

12
COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO (CAT)

Você é o médico da UBS e recebe uma mulher de 31 anos, auxiliar de cozinha necessitando de sua
ajuda para solicitar auxilio doença ao INSS. Informa que a 3 dias fraturou o ombro direito no trabalho
ao escorregar no piso que estava lavando. Foi levada a UPA onde teve seu braço e ombro
mobilizados. A empresa que a mesma trabalha negou a emissão da CAT por julgar que o acidente
ocorreu por negligencia da mesma.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Estabeleça boa relação médico - paciente
• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Conduta adequada

13
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata que a 5 dias, na parte da manhã antes de iniciar seu expediente, estava lavando a cozinha quando
escorregou e caiu sobre o ombro.
• Foi levada a UPA sendo realizado RX e constatado fratura de colo de úmero (paciente trás Rx e xerox do prontuário de
atendimento)
• Relata que desde então se encontra em casa pois não consegue cumprir sua função.
• Informa que possui carteira assinada a 2 anos em seu atual emprego.
• Nega outras lesões ou comorbidades.
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 16irpm
• PA 110 x 80mmHg • SatO2 97% AA
• FC 87bpm • Tax 37°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: observa-se ombro direito imobilizado
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMSS: MSD imobilizado até altura do ombro
• MMII: sem lesões ou edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• Rx ombro direito (realizado pelo paciente confirmando fratura de colo de úmero direito)

14
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com perguntas abertas 0 0,5 1.0
• Solicitou documento original para confirmação da identificação da paciente (documento confere) 0 0,5 1.0
• Escutou as queixas da paciente sem interrupções desnecessárias 0 0,5 1.0
• Na anamnese questiona quando e como aconteceu o acidente e busca provas do atendimento prévio 0 0,5 1.0
• Questionar sobre carteira assinada, informando que o benefício só é dado em caso de carteira assinada 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça luvas 0 0,5 1.0
• Informou sobre direitos (Salário mantido, Atestado médico, Mudança de função, Estabilidade do emprego) 0 0,5 1.0
• Emitiu atestado médico, mais informou que o benefício só será dado após avaliação do médico do INSS 0 0,5 1.0
• Emitiu CAT em 4 vias (INSS, Empresa, Paciente e Sindicato) pedindo para guardar sua via por 10 anos 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Notificou caso como Acidente de Trabalho e esclareceu duvidas restantes.

15
IMAGENS DO CASO:
• Fratura de colo de úmero direito
• Modelo de CAT
• Direito a estabilidade do emprego

16
CREDENCIAR UMA ESF

Chega ao seu consultório a prefeita da cidade dizendo que precisa de informações sobre o que é
necessário para montar uma ESF.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Oriente a prefeita

17
TERRITORIALIZAÇÃO E ADSCRIÇÃO:
• Territorialização→ demarcar área que a unidade ira abranger
• Adscrição→ cadastro da clientela, investigando perfil e necessidades dos moradores
EQUIPE, ABRANGÊNCIA E CARGA HORÁRIA:
Cada ESF (atende de 2.000 – 3.500 mil pessoas)→ composta por pelo menos 1 médico, 1 enfermeiro, 1 técnico de enfermagem
e 4-6 ACS (cada ACS responsável por 400 a 750 habitantes). Com 40 horas semanais de carga horária para cada profissional.
INSTALAÇÕES MÍNIMAS:
• Recepção • Copa
• Sala de espera • Deposito de material de limpeza
• Dois consultórios médicos • Sanitários público adaptado para deficientes
• Consultório odontológico • Banheiro para funcionários
• Sala de procedimentos • Sala de apoio para esterilização e matérias esterilizados
• Sala de curativos • Deposito de lixo
• Sala de vacinas • Abrigo de resíduos sólidos
• Sala de reuniões
ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE:
• Médico: atendimento de demanda espontânea
• Enfermeiro: gerencia ações do ACS
• Técnico de enfermagem: gerencia insumos
• ACS: manter cadastros atualizados

18
• Levantou-se, cumprimentou e apresentou-se a prefeita, iniciando conversa com questionamento aberto 0 0,5 1.0
• Estabeleceu relação cordial, utilizando linguagem clara e acessível 0 0,5 1.0
• Informou que a primeira coisa necessária é a solicitação a SES (Secretaria Estadual de Saúde) 0 0,5 1.0
• Informou a necessidade de aprovação pelo Conselho Municipal de Saúde 0 0,5 1.0
• Abordou a necessidade de Territorialização e Adscrição 0 0,5 1.0
• Alertou para composição mínima da equipe 0 0,5 1.0
• Lembrou que ACS terão que cadastrar todas as famílias 0 0,5 1.0
• Abordou a necessidade de treinamento da equipe 0 0,5 1.0
• Orientou sobre as instalações mínimas para funcionamento da ESF 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Abordou sobre atribuições e organização do processo de trabalho da equipe

19
COVID-19

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo feminino, 27 anos, com queixa de dor de
garganta e tosse.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

20
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata está com mal-estar, fraqueza, dor de garganta, tosse seca e perca do olfato e paladar.
• Relata início do quadro a 3 dias, após ir a uma festa, e que duas de suas amigas que foram com ela também apresentaram
mesmos sintomas.
• Mora com o pais e o avô de 70 anos (todos assintomáticos até o momento).
• Fez uso por conta própria de Ivermectina e Azitromicina por indicação de uma vizinha.
• Nega outros sintomas, comorbidades e alergias.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 16irpm
• PA 110 x 80mmHg • SatO2 97% AA
• FC 87bpm • Tax 36.7°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: sem alterações
• Linfonodos: ausentes
• Rinoscopia (sem alterações), Oroscopia (hiperemia de orofaringe com ausência de placas), Otoscopia (sem alterações)
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMII: sem lesões ou edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• RT-PCR para Sars-Cov2 (solicitado e aguardando resultado)

21
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com perguntas abertas 0 0,25 0.5
• Questiona início dos sintomas, evolução, fator predisponente, e presença de outros sintomas 0 0,25 0.5
• Questiona sobre comorbidades, medicações em uso e contactantes próximos com os mesmos sintomas 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e se paramenta corretamente 0 0,5 1.0
• Realiza exame físico direcionado na parte respiratória, colhendo swab de nasofaringe e orofaringe (RT-PCR) 0 0,5 1.0
• Verbaliza suspeita diagnóstica Covid-19 (Corona vírus) 0 0,5 1.0
• Informa a não necessidade de internação, orientando distanciamento social inclusive com moradores da casa 0 0,5 1.0
• Reforça para não realizar automedicação devido aos riscos, prescrevendo sintomáticos (dipirona/paracetamol) 0 0,5 1.0
• Emite atestado médico de 10 dias, agendando retorno para resultado do exame ou imediato em caso de piora 0 0,5 1.0
• Informa que já existe medicação aprovada para covid (Remdesivir) más que ela não tem indicação de usar 0 0,25 0.5
0 0,25 0.5
• Informa que já existem vacina, más será necessário aguardar sua faixa etária para vacinação
• Realiza notificação do caso 0 0,5 1.0

22
IMAGENS DO CASO:
• Sintomas comuns Covid-19
• Diagnóstico (momento de pedir cada exame)
• Padrão radiológico clássico (consolidação bilateral, periférica em vidro fosco)

23
TRANSTORNO DEPRESSIVO

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 45 anos, com queixas de
desânimo, dor no peito e insônia a 4 meses.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Colher sinais vitais
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

24
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente refere que não vem tendo ânimo para suas atividades cotidianas. Está comendo mais e ganhando peso.
• Relata que já algum tempo vem passando por um período ruim na vida, a 1 ano perdeu o emprego e a 6 meses se divorciou.
• Relata que se sente culpado pois sabe que seu casamento acabou porque não dava atenção a sua esposa. Diz que o que mais
o incomoda é não ter mais contato com seus 2 filhos.
• Refere sentir as vezes aperto no peito, passando algumas horas com esse incomodo. Não refere outros sintomas.
• Nega comorbidades ou alergias. Não tabagista nem etilista.
• Nunca teve pensamentos ou ideação suicida.
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 20irpm
• PA 120 x 70mmHg • SatO2 98% AA
• FC 88bpm • Tax 36.5°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia paciente hipoativo
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMII: sem lesões ou edemas

25
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas abertas 0 0,25 0.5
• Questiona início dos sintomas, fator desencadeante, evolução, presença de outros sintomas e comorbidades 0 0,25 0.5
• Colhe sinais vitais, verbalizando estarem todos normais 0 0,25 0.5
• Questiona se sente incomodo por estar pra baixo ou com pouco interesse de fazer as coisas? (Protocolo MS) 0 0,5 1.0
• Questiona se está se sentindo triste e se perdeu interesse nas atividades diárias? (Protocolo MS) 0 0,5 1.0
• Questiona se está com dificuldade para dormir e com alteração do apetite e peso? (Protocolo MS) 0 0,5 1.0
• Questiona dificuldade para se concentrar e se está ficando mais inquieto ou parado? (Protocolo MS) 0 0,5 1.0
• Questiona sentimento de culpa e já desejou não acordar na manhã seguinte? (Protocolo MS) 0 0,5 1.0
• Dar o diagnóstico de Transtorno depressivo moderado sem necessidade de exame complementar 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreve antidepressivo (ISRS) e orienta apoio psicoterapêutico (psicólogo e psiquiatra)
• Diz que medicação demora em torno de 3 semanas para iniciar efeito podendo causar aumento dos sintomas 0 0,5 1.0
• Enfatiza importância de seguimento, agendando retorno para consulta em 30 dias 0 0,25 0.5

26
IMAGENS DO CASO:
• Critérios diagnósticos (sintomas por pelo menos 2 semanas)
• Classificação
• Classe medicamentosa (ISRS)

27
DENGUE (SEM SINAIS DE ALARME)

Você é o médico de uma UPA e recebe paciente do sexo masculino, 73 anos, com queixa de febre,
fraqueza, cefaleia e dor atrás dos olhos a 3 dias.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

28
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente refere também que observou algumas pintinhas vermelhas no corpo. Nega vômitos, diarreia ou sangramentos.
• Está em uso de Paracetamol para alívio do quadro. Relata que vizinha também vem apresentando mesmos sintomas.
• Paciente hipertenso controlado em uso de Anlodipino. Nega outras comorbidades ou alergias.
• Diz que em sua casa não possui água parada, mas mora ao lado de um terreno abandonado.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 16irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 98% AA
• FC 87bpm • Tax 37.8°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia paciente desidratado +/4+ com exantema maculo papular em tronco
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (levemente distendido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação com massa palpável a 2cm
do RCD = Hepatomegalia), Percussão (sem alterações)
• MMII: sem lesões ou edemas
• Prova do laço: presença de 30 petéquias (positiva)
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 12 (Ref. 12-16), Ht: 45 (Ref. 36-48), Leuco: 3.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 90.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Teste rápido (NS1): positivo
• Sorologia para dengue: não disponível na unidade

OBS: NS1 (realizar até 5° dia de sintomas) e Sorologia (realizar após 6° dia de sintomas)

29
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com questionamentos abertos 0 0,25 0.5
• Na anamnese investigou início, evolução, e sintomas associados (tosse, falta de ar, dor de garganta) 0 0,5 1.0
• Investiga sinais de alarme (dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento, hipotensão, desmaio) 0 0,5 1.0
• Questionou uso de medicações, alergias e comorbidades (HAS, DM, Cardiopatia) 0 0,5 1.0
• Investigou situação de moradia (água parada em casa) e contactantes com os mesmos sintomas 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça luvas 0 0,25 0.5
• Identifica no exame físico Exantema em tronco e realiza Prova do laço (verbaliza técnica corretamente) 0 0,5 1.0
• Suspeita de dengue e solicita teste rápido (NS1) confirmando diagnóstico ao paciente 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Classifica como Grupo B (Prova do laço (+) + HAS + >70a), solicita HC e orienta observação até resultado do exame
0 0,5 1.0
• Prescreve Hidratação oral + sintomáticos e na alta orienta que AINES e AAS são contraindicados
• Agenda retorno em 48h ou imediato se piora do quadro e realiza notificação do caso 0 0,5 1.0

30
IMAGENS DO CASO:
• Sinais de alarme de Dengue
• Classificação de Dengue
• Manejo terapêutico
• Prova do laço
• Diferença Dengue / Chikungunya / Zika

31
DENGUE (COM SINAIS DE ALARME)

Você é o médico da Emergência e recebe paciente do sexo masculino, 19 anos, com queixa de febre,
dor no corpo a 4 dias, procurou a emergência pois ficou assustado porque hoje percebeu sangramento
gengival.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

32
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente refere que a 4 dias iniciou febre, cefaleia e dor atrás dos olhos, a 2 dias observou piora aparecimento de uma dor
abdominal intensa (8/10) e hoje ao escovar os dentes, observou sangramento. Teve 1 episódio de vômito bilioso ontem.
• Está em uso de Paracetamol, que estava aliviando a dor e a febre, mas de ontem para hoje não está mais resolvendo.
• Nega comorbidades, alergias ou outros sintomas.
• Relata que seu vizinho estava com sintomas parecidos, porém mais leves. Nega água parada em casa.
SINAIS VITAIS:
• REG (um pouco sonolento) • FR 20irpm
• PA 110 x 60mmHg • SatO2 98% AA
• FC 92bpm • Tax 38°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia paciente desidratado ++/4+, hipocorado ++/4+ com exantema maculo papular em tronco
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (levemente distendido), Ausculta (RHA normais), Palpação (dor abdominal difusa sem sinais de irritação
peritoneal e presença de massa palpável a 3cm do RCD = Hepatomegalia), Percussão (sem alterações)
• MMII: sem lesões ou edemas
• Prova do laço: presença de 33 petéquias (positiva)
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 12 (Ref. 12-16), Ht: 49 (Ref. 36-48), Leuco: 2.500 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 71.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Coagulograma: alterado / TGO: 45 (Ref. 10-40) e TGP: 53 (Ref. 10-55)
• Teste rápido (NS1): positivo / Sorologia para dengue: não disponível na unidade

OBS: NS1 (realizar até 5° dia de sintomas) e Sorologia (realizar após 6° dia de sintomas)
33
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investigou febre, mialgia, cefaleia, diarreia, vômito, dor retrorbitaria e abdominal intensa 0 0,5 1.0
• Investigou casos na família ou comunidade sobre dengue e situação de moradia (água parada) 0 0,5 1.0
• Questionou sobre uso de AINES ou AAS e indagou alergias 0 0,5 1.0
• Solicitou permissão para realizar exame físico, lavou as mãos e calçou as luvas 0 0,5 1.0
• Identificou dor abdominal difusa, hepatomegalia e realizou Prova do laço corretamente (verbalizar técnica) 0 0,5 1.0
• Solicitou laboratórios (HC, Coagulograma, TGO/TGP, NS1) e os interpretou corretamente 0 0,5 1.0
• Dá o diagnostico de Dengue com sinais de alarme (Categoria C) 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Indica Internação hospitalar e prescreve HV (Ringer 20ml/kg/h por 2h) + Sintomáticos
0 0,5 1.0
• Realiza reavaliação rigorosa a cada 2h e notificou o caso

34
ÉTICA MÉDICA

Você é o médico de uma ESF e recebe Sr. João referindo que o pai faleceu a 6 meses e acredita que
não fizeram o suficiente para salvar sua vida, solicitando prontuário de seu pai, pois deseja processar
a unidade. Refere também que deseja o prontuário de sua filha de 16 anos, pois acredita que a
mesma está tendo relações sexuais com seu namorado, e sabe que ela tem se consultado na unidade
e feito consultas ginecológicas com um médico homem.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Manter boa relação médico e paciente
• Escutar atentamente suas solicitações
• Adotar conduta para o caso
• Esclarecer dúvidas restantes

35
• Apresentou-se cordialmente ao paciente 0 0,5 1.0
• Iniciou atendimento com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Escutou atentamente o paciente sem interrupções desnecessárias 0 0,5 1.0
• Explicou que comprovando o parentesco dele com o pai falecido o prontuário será fornecido 0 0,5 1.0
• Forneceu uma cópia do prontuário do pai 0 0,5 1.0
• Explicou não poder fornecer o prontuário de sua filha por sigilo médico 0 0,5 1.0
• Não forneceu nenhuma informação sobre consulta de sua filha 0 0,5 1.0
• Explicou que o exame ginecológico sempre é acompanhando por uma técnica ou enfermeira da unidade 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente entendeu e esclarecer dúvidas restantes
0 0,5 1.0
• Se despede cordialmente e diz estar disponível caso o paciente deseje obter mais informações

36
ETILISMO

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 18 anos, acompanhado da mãe
relatando que o mesmo vem fazendo uso abusivo de bebida alcoólica.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Estabelecer boa relação com paciente e acompanhante
• Anamnese direcionada
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

37
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente sem comorbidades, com má relação com a mãe e negacionismo ao álcool (não pensa em diminuir ou parar de beber).
• Refere se aborrecer quando o criticam por estar bebendo. Nunca se sentiu mal nem culpado por beber.
• Refere que algumas vezes já bebeu pela manhã para melhorar de uma ressaca.
• Refere ter bebido cerveja com os amigos no dia anterior.
• Relata chegar atrasado as vezes em seu compromisso e sua antiga namorada terminou o relacionamento por não aceitar seu
consumo excessivo de álcool.
• Diz que começou bebendo só cerveja, mas hoje bebe de tudo pois acha a cerveja fraca.
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 15irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 99% AA
• FC 87bpm • Tax 36°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: sem alterações (mucosas e escleras anictéricas)
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: flácido e indolor com RHA normais
• MMII: sem edemas

38
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e sua mãe e iniciou consulta com questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente já pensou em diminuir ou largar a bebida (CAGE) 0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente fica aborrecido quando outras pessoas criticam seu hábito de beber (CAGE) 0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente já se sentiu mal ou culpado por beber (CAGE) 0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente já bebeu pela manhã para relaxar ou se livrar se uma ressaca (CAGE) 0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente bebeu nas últimas 24 horas (Rastreio complementar) 0 0,5 1.0
• Pergunta se o paciente já teve problemas relacionados ao uso de álcool (Rastreio complementar) 0 0,5 1.0
• Questiona necessidade de beber cada vez mais para ter efeito desejado (Tolerância) 0 0,5 1.0
• Identifica como bebedor de Risco (2 ou mais respostas positivas no CAGE) em fase de Pré-contemplação 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Orienta possibilidade de Terapia redução de danos (pactuar riscos de doenças associadas); AA e CAPS-AD

39
IMAGENS DO CASO:
• Questionário CAGE
• Fases de motivação

40
FEBRE AMARELA

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 27 anos, com queixa de cefaleia,
febre e mal-estar geral a 2 dias após chegar de viagem de Minas Gerais.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

41
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente sem comorbidades, relatando febre a 1 semana, mal-estar, cefaleia e dor no corpo. Nega náuseas, vômitos e diarreia.
• Informa que começou a se sentir mal alguns dias após ter chegado de Minas Gerais, onde foi a uma pescaria, onde existia
muito mosquito (fez uso de repelente).
• Nunca vacinado contra febre amarela, nem histórico de já ter tido a doença.
• Nega alergias. Está em uso de paracetamol sem muita melhora do quadro. Nega contactante com mesmos sintomas.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 16irpm
• PA 110 x 70mmHg • SatO2 98%
• FC 65bpm • Tax 38.5° (Sinal de Faget = Febre + FC baixa)
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: desidratado +/4+, com mucosas ictéricas ++/4+
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (levemente distendido), Ausculta (RHA normais), Palpação (doloroso em HD, sem sinais de irritação
peritoneal, com massa palpável a 3cm do RCD = Hepatomegalia), Percussão (sem alterações).
• MMII: sem edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 11 (Ref. 12-16), Ht: 31 (Ref. 36-48), Leuco: 4.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 100.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Coagulograma: alterado / TGO: 86 (Ref. 10-40) e TGP: 91 (Ref. 10-55)
• Sorologia para febre amarela: IgM (positivo) e IgG (negativo)

OBS: Laboratórios PCR para febre amarela (até 5° dia dos sintomas) e Sorologias (após 6° dia dos sintomas)

42
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Investigou início dos sintomas, evolução e sintomas associados (hemorragias, vômito, icterícia, dor abdominal) 0 0,5 1.0
• Investiga situação vacinal para Febre amarela, uso de repelente e contactantes com os mesmos sintomas 0 0,5 1.0
• Questionou sobre uso de AINES ou AAS (contraindicando seu uso) e indagou alergias 0 0,5 1.0
• Solicitou permissão para realizar exame físico, lavou as mãos e calçou as luvas 0 0,5 1.0
• Identificou icterícia, dor abdominal e hepatomegalia 0 0,5 1.0
• Solicitou (HC, Coagulograma, TGO/TGP e PCR ou Sorologia para febre amarela) e os interpretou corretamente 0 0,5 1.0
• Dar diagnóstico de Febre amarela, sem necessidade de internação hospitalar 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreve Hidratação oral, substitui paracetamol por dipirona e orienta dieta hipogordurosa e sem álcool
0 0,5 1.0
• Realiza notificação e agenda retorno em 48h ou imediata em caso de piora do quadro

43
SUSPEITA DIAGNÓSTICA DE HIV

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo feminino, 19 anos, trazendo resultado de
exames laboratoriais feitos por conta própria.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica
• Esclarecer dúvidas

44
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente profissional do sexo, relata que realiza exames a cada 6 meses, solicitados por uma amiga enfermeira.
• Refere não estar sentindo nada e não tem nenhuma comorbidade.
• Relata que algumas vezes mantem relação sexual desprotegida.
• Em uso de ACO, Menarca aos 11 anos, Sexarca aos 15, DUM a 3 dias.
EXAMES TRAZIDOS PELA PACIENTE (NOME DO EXAME NÃO CONFERE COM NOME DA PACIENTE):
• HC: Hb: 12.5 (Ref. 12-16), Ht: 38 (Ref. 36-48), Leuco: 6.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 200.000 (Ref. 150.000-450.000)
• BHCG: negativo
• Sorologia para HIV: positivo
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 18irpm
• PA 110 x 70mmHg • SatO2 99% AA
• FC 72bpm • Tax 36.5°
EXAMES COMPLEMENTARES DISPONÍVEIS NA UBS:
• Teste rápido de gravidez: negativo
• Testes rápidos: HIV (positivo), Sífilis (negativo), Hepatite B (negativo), Hepatite C (negativo)
• Segundo Teste rápido pra HIV de outro fabricante (necessário solicitar, chegando a UBS em mais ou menos 2 horas)

45
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Solicita o exame mas orienta a paciente que nenhum exame deve ser feito sem a solicitação de um médico 0 0,5 1.0
• Compara identificação da paciente com nome impresso no exame, identificando não serem a mesma pessoa 0 0,5 1.0
• Informa que irá solicitar testes rápidos para gravidez, HIV e outras ISTs (Sífilis, Hepatite B e C) 0 0,5 1.0
• Identifica teste rápido para HIV (positivo) e busca conhecimento da paciente sobre a doença e sua prevenção 0 0,5 1.0
• Dar resultado do teste (Protocolo SPIKES) 0 0,5 1.0
• Explica a necessidade de outro teste rápido positivo de outro fabricante para confirmação do diagnóstico 0 0,5 1.0
• Solicita novo teste rápido de outro fabricante 0 0,5 1.0
• Questiona se paciente deseja apoio com psicóloga da UBS enquanto aguarda a chegada do teste 0 0,5 1.0
• Orienta a paciente que aguarde na UBS, que será chamada para nova consulta quando o teste chegar 0 0,5 1.0

46
IMAGENS DO CASO:
• Protocolo SPIKES

47
HANSENÍASE

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 53 anos, com queixa de
aparecimento de manchas na pele a mais de 1 mês.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

48
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata que observou ao tomar banho a 1 mês, algumas manchas brancas no corpo, indolores e sem prurido.
• Trabalha como gari a 20 anos, e resolveu procurar atendimento pois acha que é alguma micose que pegou no trabalho.
• Não apresenta nenhum outro sintoma. Nega comorbidades pessoais ou familiares e alergias. Não tabagista e não etilista.
• Vive com sua esposa numa casa de 2 cômodos na periferia, mas não sabe se a mesma apresenta os mesmos sintomas. Não
sabe informar se colegas de trabalho também apresentam os sintomas.
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 15irpm
• PA: 110 x 70mmHg • SatO2 99% AA
• FC 85bpm • Tax 37.3°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: presença de 2 manchas hipocrômicas com rarefação de pelos em antebraço direito e 2 manchas com mesmas
características em ombro esquerdo (só mostrar se pedir que paciente retire a camisa)
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Teste de sensibilidade:
1. Térmica (tubo de ensaio com água gelada e aquecida)→ sensibilidade ausente nas lesões e preservada em área sã
2. Tátil (algodão seco)→ sensibilidade ausente nas lesões e preservada em área sã
3. Dolorosa (alfinete ou monofilamento)→ sensibilidade ausente nas lesões e preservada em área sã
• Palpação dos nervos: Trigêmeo e Facial (sem alterações), Radial, Ulnar e Mediano (sem alterações), Tibial e Fibular (sem
alterações)
OBS: Realizar teste com paciente sem olhar, primeiro em área sã e depois nas lesões.
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 12 (Ref. 12-16), Ht: 37 (Ref. 36-48), Leuco: 6.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 270.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Baciloscopia do raspado da lesão: negativa
• Coagulograma: normal / TGO: 31 (Ref. 10-40) e TGP: 38 (Ref. 10-55)
49
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Questiona locais da lesão, tempo de aparecimento, dor, prurido e outros sintomas associados 0 0,5 1.0
• Investiga condições de trabalho e moradia, antecedentes pessoais, patológicos e familiares 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça luvas 0 0,5 1.0
• Realiza testes de sensibilidade térmica (quente e frio), tátil e dolorosa (encontra hipoestesia nos 3 testes) 0 0,5 1.0
• Realiza palpação dos nervos Trigêmeo + Facial, Ulnar + Mediano (MMSS) e Tibial + Fibular (MMII) buscando lesões 0 0,5 1.0
• Solicita Baciloscopia (raspado da lesão), HC, TGO/TGP e Coagulograma 0 0,5 1.0
• Dá o diagnóstico de Hanseníase Paucibacilar, acalmando o paciente, informando se tratar de uma doença curável 0 0,5 1.0
• Realiza notificação compulsória e indica necessidade de busca ativa dos contactantes 0 0,5 1.0
• Indica tratamento PQT com Rifampicina 600mg (supervisionada mensal), Dapsona 100mg (supervisionada mensal 0 0,5 1.0
e diária) e Clofazimina 300mg (supervisionada mensal) e 50mg (dose diária) por 6 meses

50
IMAGENS DO CASO:
• Testes de sensibilidade térmica, tátil e dolorosa • Clínica da Hanseníase
• Interpretação dos monofilamentos • Classificação operacional
• Palpação dos nervos • Medicações para tratamento

51
PAUCIBACILAR (6 MESES DE TRATAMENTO)
MULTIBACILAR (12 MESES DE TRATAMENTO)
52
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR

Você é o médico de uma UBS e recebe paciente do sexo masculino, 40 anos, com queixa de
aparecimento de uma ferida na perna direita a mais ou menos 2 meses.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

53
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente refere início do quadro com aparecimento de uma bolha, que evoluiu para o quadro atual. Usou uma pomada que
não lembra o nome, mas não teve melhora.
• Paciente casado, comerciante, morador de área urbana, refere que a 3 meses foi a uma pescaria, onde existiam muitos
mosquitos, não tendo usado repelente.
• Refere apenas perna um pouco dolorida, e o corpo um pouco quente. Nega outros sintomas, alergias ou comorbidades.
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 17irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 98% AA
• FC 90bpm • Tax 37.9°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: Geral (sem alterações)
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (sem alterações), Ausculta (RHA normais), Palpação (sem alterações), Percussão (sem alterações)
• MMII: MID com lesão ulcerada de 6cm, bordas elevadas, fundo granuloso, indolor, com pulsos presentes (MIE sem alterações)
EXAMES COMPLEMENTARES:
• Sorologia para Leishmaniose: positiva
• Esfregaço da lesão corado por Giemsa: visualização de parasitos de leishmania
• Biópsia da lesão: granuloma linfo-histiocitário com presença de parasitos intracelular
• Teste intradérmico de Montenegro: 7mm (positivo quando >5mm, uma vez positivo não negativa)
• PCR: positivo / VHS: positivo
• HC, Ureia/Creatinina, TGO/TGP e ECG (solicitar após início do tratamento com Glucantime)

54
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investigou início do quadro, evolução, fator desencadeante e sintomas associados 0 0,5 1.0
• Investigou, moradia (urbana ou rural), profissão, histórico de viagem, uso de medicações, comorbidades e alergias 0 0,5 1.0
• Solicitou permissão para realizar exame físico, lavou as mãos e calçou luvas 0 0,5 1.0
• Realiza exame físico corretamente identificando lesão única ulcerada e indolor (testou sensibilidade) em MID 0 0,5 1.0
• Solicita Sorologia para leishmaniose ou Esfregaço corado por Giemsa, Teste Intradérmico de Montenegro, Biópsia 0 0,5 1.0
• Dá o diagnóstico de Leishimaniose Tegumentar, acalmando paciente e explicando como contraiu 0 0,5 1.0
• Prescreve Glucantime 20 mg/kg/d IM ou IV por 10-30 dias e limpeza e curativo da lesão 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Solicitou ECG, função renal e hepática após início do tratamento e orientou sob possíveis complicações
0 0,5 1.0
• Realiza Notificação do caso

55
IMAGENS DO CASO:
• Lesão ulcerada
• Teste intradérmico de Montenegro

56
LEISHMANIOSE VISCERAL

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 18 anos, trabalhador rural com
queixa de fraqueza, febre e observou inchaço na barriga com início a 15 dias

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

57
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata mal-estar, fraqueza e febre com início a mais ou menos 1 mês, observando a 15 dias piora e aumento
abdominal.
• Morador do campo, trabalha cortando lenha. Nega contato com rios ou barragem. Nega contato com agrotóxicos.
• Nega outros sintomas, comorbidades e alergias. Não fez uso de nenhuma medicação até o momento.
• Se questionado, informar que possui vários cachorros em sua casa com lesões de pele.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 17irpm
• PA: 130 x 80mmHg • SatO2 97% AA
• FC: 90bpm • Tax 38°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: paciente emagrecido, com palidez cutânea e mucosas hipocoradas ++/4+
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2 BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (globoso), Ausculta (RHA inaudíveis), Palpação (rígido e indolor, com massa palpável a 4cm RCD e 8cm
RCE = hepatoesplenomegalia), Percussão (macicez)
• MMII: edema +/4+
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC Hb: 7 (Ref. 12-16), Ht: 18 (Ref. 36-48), Leuco: 2.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 80.000 (Ref. 150.000-450.000)
• PCR (positivo) / VHS (positivo)
• Sorologia para Calazar (positiva)
• Mielograma (não disponível na unidade)

58
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investigou início do quadro, evolução, fator desencadeante e sintomas associados 0 0,5 1.0
• Investigou, moradia (urbana ou rural), profissão, histórico de viagem, uso de medicações, comorbidades e alergias 0 0,5 1.0
• Solicitou permissão para realizar exame físico, lavou as mãos e calçou luvas 0 0,5 1.0
• Solicitou HC (identificando pancitopenia), PCR, VHS e Sorologia para Calazar 0 0,5 1.0
• Deu diagnostico de Leishimaniose Visceral (Calazar) 0 0,5 1.0
• Prescreveu Glucantime 20 mg/kg/d IM ou IV por 20-30 dias + antitérmico 0 0,5 1.0
• Solicitou ECG e função renal e hepática após início do tratamento e orientou sob possíveis complicações 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Investiga presença de cães contaminados no local, informando a necessidade de sacrificar os animais doentes
0 0,5 1.0
• Realizou notificação do caso

59
IMAGENS DO CASO:
• Paciente infectado
• Manifestações clinicas (homem e cachorro)
• Animais contaminados

60
LEPTOSPIROSE

Você está de plantão na Emergência e recebe paciente do sexo masculino, 35 anos, com queixa de
febre e dor nas pernas a 3 dias.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

61
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente refere febre e dor na perna (principalmente panturrilha) a 3 dias, e que a 1 dia também apresentou tosse com rajas
de sangue e urina escura.
• Morador de área urbana, nega presença de ratos em sua casa, mas relata que a 15 dias enfrentou enchente em seu bairro.
• Fez uso de paracetamol sem melhora do quadro. Nega outros sintomas, comorbidades ou alergias.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 21irpm
• PA 130 x 80mmHg • SatO2 95% AA
• FC 90bpm • Tax 39.2°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: hipocorado ++/4+ e ictérico ++/4+
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MV com crepitações difusas
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (doloroso em Mesogástrio e HE), Percussão (sem alteração)
• MMII: doloroso a palpação e extensão das panturrilhas, sem edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 10 (Ref. 12-16), Ht: 36 (Ref. 36-48), Leuco: 15.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 98.000 (Ref. 150.000-450.000)
• BT: 8.2 (Ref. 0.2-1.1) BD: 7.1 (Ref. 0.1-0.4) BI: 1.1 (0.1-0.7)
• TGO: 120 (Ref. 10-40) / TGP: 130 (Ref. 10-55)
• Ureia 190 (Ref. 16-40) / Creatinina 3 (Ref. 0.6-12)
• Sódio 137 (Ref. 135-145) / Potássio 2.5 (Ref. 3.5-5.5) / CPK 1.250 (Ref. 32-294)
• Sorologia para Leptospirose: negativa (só positiva após 2º semana) / Cultura da amostra: em análise
• Microaglutinação: não disponível na unidade (padrão ouro, mas só usado em grandes centros de referência como Fiocruz,
positiva após 3° semana com resultados positivos sendo > 1 para 800)
62
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas abertas 0 0,5 1.0
• Na anamnese questiona início dos sintomas, evolução e presença de outros sintomas 0 0,5 1.0
• Questionou sobre moradia (rural ou urbana), contato com rato, comorbidades, uso de medicações 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Realiza exame físico geral identificando anormalidades em pulmão, abdome e MMII 0 0,5 1.0
• Solicitou HC, Ureia/Creatinina, Sódio/Potássio, TGO/TGP, Bilirrubinas e CPK 0 0,5 1.0
• Interpretou corretamente o resultado dos exames laboratórios 0 0,5 1.0
• Deu provável diagnostico de Leptospirose, indicando não pedir sorologia por tempo pequeno de sintomas 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Indicou internação hospitalar e prescreveu P. Cristalina 1.5 milhões EV 6/6h por 10 dias + Diálise
0 0,5 1.0
• Realizou notificação do caso

63
IMAGENS DO CASO:
• Manifestações clinicas
• Paciente ictérico

64
MALÁRIA

Você é o médico da Emergência e recebe paciente do sexo masculino, 26 anos, referindo dor no corpo,
dor de cabeça, febre com calafrios, diarreia, urina escura e observou seus olhos vermelhos, relata início
do quadro a 10 dias.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

65
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Refere início do quadro após voltar de uma viagem a Angola, onde estava trabalhando na construção de uma hidrelétrica.
• Relata que existia muito mosquito no local, mas que fazia uso de repelente. Não sabe de outros com mesmos sintomas
• Refere não estar conseguindo dormir, pois passa a noite com muita dor e febre muito alta.
• Fez uso de paracetamol e dipirona sem melhora do quadro. Nega outros sintomas, comorbidades ou alergias.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 26irpm
• PA 90 x 70mmHg • SatO2 95% AA
• FC 108bpm • Tax 41°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: face álgica, hipocorado ++/4+, desidratado +++/4+, com escleras vermelhas (sangramento ocular)
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MV com crepitações difusas
• Abdome: Inspeção (levemente distendido), Ausculta (RHA normais), Palpação (doloroso difusamente com massa palpável a
3cm RCD e 2cm RCE = hepatoesplenomegalia), Percussão (sem alteração)
• MMII: doloroso a palpação e extensão das panturrilhas, sem edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 13 (Ref. 12-16), Ht: 50 (Ref. 36-48), Leuco: 3.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 28.000 (Ref. 150.000-450.000)
• Tipagem sanguinea: A+
• BT: 26 (Ref. 0.2-1.1) BD: 19 (Ref. 0.1-0.4) BI: 7 (0.1-0.7)
• TGO: 73 (Ref. 10-40) / TGP: 90 (Ref. 10-55)
• Ureia 147 (Ref. 16-40) / Creatinina 4.1 (Ref. 0.6-12)
• Gota espessa: ++++/4+ (Plasmodium falciparum)
• USG abdominal: hepatoesplenomegalia, rins com aumento difuso de ecogenicidade e distensão de alças intestinais.
66
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investigou febre alta, mialgia, cefaleia, tosse, diarreia, vômito, dor abdominal e sangramento 0 0,5 1.0
• Investigou histórico de viagem, presença de mosquito, uso de repelente (compatíveis com início do quadro) 0 0,5 1.0
• Investigou antecedentes pessoais, familiares e hábitos de vida e se usou algum medicamento 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Solicitou HC, Ureia/Creatinina, TGO/TGP, Bilirrubinas, Gota espessa e USG abdominal 0 0,5 1.0
• Dar o diagnóstico de Malária por Plasmodium falciparum (forma grave) 0 0,5 1.0
• Acalmou o paciente e indicou Internação devido à gravidade do quadro 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreveu Artesunato + Clindamicina EV, Dialise e Transfusão de plasma fresco congelado
0 0,5 1.0
• Realizou Notificação do caso

67
IMAGENS DO CASO:
• Manifestações clinicas • Lâmina Plamodium Falciparum
• Gota espessa coleta • Tratamento
• Lâmina Plasmodium Vivax

68
NOTÍCIA DE ÓBITO E PREENCHIMENTO DE D.O.

Você está na Emergência com histórico de atendimento a um paciente do sexo masculino, 70 anos,
com quadro grave de RCU e diarreia que se agravou no atendimento e mesmo após medidas de
reanimação veio a óbito.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Dar a notícia a esposa do paciente
• Preencher corretamente a D.O.
• Informar procedimento da D.O. para sepultamento
• Esclarecer duvidas

OBS: Considere que você encontra esposa do paciente no corredor da emergência.

69
DISPONIBILIZAR INFORMAÇÕES AO MÉDICO

EVOLUÇÃO DO QUADRO:
• Paciente deu entrada com quadro de abdome distendido e irritação peritoneal
• Evolui com taquicardia, hipotensão, oligúria e confusão mental
• Necessita ser intubado e realizado reanimação (sem sucesso com paciente vindo a óbito)
SINAIS VITAIS (PRÉ-ÓBITO):
• PA 80 x 50mmHg
• FC 128bpm
• FR 31irpm
• SatO2 71%
• Tax 33°
LABORATÓRIO REALIZADO NA ADMISSÃO:
• HC: Hb: 9 (Ref. 12-16), Ht: 28 (Ref. 36-48), Leuco: 30.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 110.000 (Ref. 150.000-450.000)

70
• Recebeu cordialmente a esposa do paciente e se apresentou como médico da emergência 0 0,5 1.0
• Convida para ambiente tranquilo (consultório/sala assistente social), pede que ela se sente e oferece água (S) 0 0,5 1.0
• Busca conhecimento da esposa, sobre gravidade da doença do marido (P) 0 0,5 1.0
• Faz correções sobre o conhecimento dela (S/N), e identificando que deseja saber o que realmente aconteceu (I) 0 0,5 1.0
• Informa que foram feitas todas a medidas possíveis, mas que devido à gravidade seu esposo veio a óbito (K) 0 0,5 1.0
• Demonstra compaixão, oferece apoio emocional se aproximando da esposa, oferece lenço de papel (E) 0 0,5 1.0
• Informe procedimentos que serão tomados a partir de agora, estando sempre disponível caso ela precise (S) 0 0,5 1.0
• Preenche corretamente a causa imediata ou terminal do óbito (Linha A = Choque séptico) 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Preenche corretamente o encadeamento até causa imediata (Linha B = Sepse abdominal / Linha C = RCU)
0 0,5 1.0
• Informou corretamente procedimento de cada via da D.O.

71
IMAGENS DO CASO:
• Protocolo SPIKES
• Vias da D.O.
• Preenchimento de D.O.

72
RAIVA

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 18 anos, que relata ter sido mordido
por um cachorro a 10 minutos.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

73
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente refere que foi mordido na barriga, pelo cachorro do vizinho.
• Informa que o cachorro é vacinado, porém após o morder o cachorro fugiu, estando desaparecido até agora.
• Refere que nunca foi mordido por animal antes. Vacinado contra o tétano a 4 anos.
• Trabalha como caixa de supermercado.
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 15irpm
• PA 110 x 80mmHg • SatO2 99% AA
• FC 87bpm • Tax 36.5°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: sem alterações pequena mordedura superficial de 2cm, em região abdominal, com sangramento discreto.
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (pequena mordedura superficial de 2cm, em região abdominal, com sangramento discreto), Ausculta
(RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alteração)
• MMII: sem lesões ou edemas

74
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investiga locais da mordida, características do animal (rua ou doméstico, vacinado ou não) 0 0,5 1.0
• Investigou histórico de mordidas anteriores e situação vacinal contra tétano 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Realiza limpeza local com água e sabão, identificando não necessidade de sutura 0 0,5 1.0
• Prescreve profilaxia antirrábica para acidente leve com animal desaparecido com 4 doses (Dose 0 / 3 / 7 / 14) 0 0,5 1.0
• Informa a não necessidade de soro antirrábico nem reforço antitetânico 0 0,5 1.0
• Informa a não necessidade de uso de antibióticos 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Realiza notificação do caso suspeito
0 0,5 1.0
• Questiona dúvidas restantes e despede-se do paciente, deixando portas da unidade sempre aberta caso retorne

75
IMAGENS DO CASO:
• Lesão da mordedura
• Profilaxia pós-exposição (Raiva e Tétano)

76
SAÚDE DO TRABALHADOR

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 27 anos, com queixa de tontura,
cefaleia intensa e náuseas com piora ao final do dia.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

77
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata que sintomas iniciaram com dor de cabeça a 15 dias, que foram ficando mais forte (hoje intensidade 8/10).
• Diz que teve 2 episódios de vômito biliosos desde o início do quadro e que a 3 dias também está com uma tosse seca.
• Trabalhador Rural (informal, sem carteira assinada), diz que começou a se sentir mal após iniciar plantio de morango.
• Faz uso de agrotóxicos sem uso de EPIs. Alguns colegas do trabalho estão com os mesmos sintomas.
• Nega tabagismo ou etilismo, comorbidades e alergias. Fez uso de dipirona para dor (sem muita melhora).
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 20irpm
• PA 110 x 70mmHg • SatO2 97% AA
• FC 82bpm • Tax 36.7°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia: presença de urticárias em membros superiores
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MV com crepitações discretas em base, bilateralmente
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alteração)
• MMII: sem lesões ou edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 12 (Ref. 12-16), Ht: 50 (Ref. 36-48), Leuco: 5.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 180.000 (Ref. 150.000-450.000)
• TGO: 42 (Ref. 10-40) / TGP: 56 (Ref. 10-55), Amilase 124 (Ref. Até 125) / Lipase 49 (Ref. Até 50)
• Rx tórax PA: sem alterações

78
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investiga início dos sintomas, evolução e sintomas associados (febre, tosse, vômitos e diarreia) 0 0,5 1.0
• Investigou fatores desencadeantes (situação de trabalho e uso de EPIs) e contactantes com mesmos sintomas 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Solicita HC, TGO/TGP, Lipase/Amilase e Rx de tórax 0 0,5 1.0
• Informa suspeita diagnóstica de Intoxicação por agrotóxicos, não necessitando de antídoto ao momento 0 0,5 1.0
• Prescreve sintomáticos e orienta se afastar do trabalho enquanto durar os sintomas e uso de EPIs após melhora 0 0,5 1.0
• Orienta a necessidade de informar outros trabalhadores com sintomas, procurarem serviço de saúde 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Realiza notificação do caso
0 0,5 1.0
• Orienta repouso e agenda retorno em 48h para reavaliação ou imediatamente se piora do quadro

79
IMAGENS DO CASO:
• EPIs para uso de agrotóxicos
• Antídotos para intoxicação aguda grave

80
SÍFILIS

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo feminino, 25 anos, com queixa de lesões nas
palmas das mãos após manipular água de esgoto 2 meses atrás.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

81
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata que a 2 meses, precisou manipular esgoto sem luvas, e a 1 semana apresentou algumas lesões nas mãos.
• Nega, ardor ou prurido nas lesões. Se perguntada informar que também apareceram as mesmas lesões nas plantas dos pés.
• Nega outros sintomas, comorbidades ou alergias. Fez uso de uma pomada (não lembra o nome) que não resolveu o problema.
• Casada, vida sexual ativa, em uso de ACO (esposo não faz uso de preservativo nas relações).
• Menarca (11 anos); Sexarca (17 anos); G1P1A0; DUM (a 5 dias); Papanicolau (em dia, realiza a 6 meses sem alterações).
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 18irpm
• PA 110 x 70mmHg • SatO2 98% AA
• FC 72bpm • Tax 36.6°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: sem alterações
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alteração)
• MMSS e MMII: exantema maculo papular em palma das mãos e planta dos pés
EXAMES COMPLEMENTARES:
• Testes rápidos: HIV (negativo), Sífilis (positivo), Hepatite B (negativo), Hepatite C (negativo)
• VDRL: 1:34
• HC: Hb: 13 (Ref. 12-16), Ht: 37 (Ref. 36-48), Leuco: 6.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 228.000 (Ref. 150.000-450.000)

82
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investiga início dos sintomas, evolução e sintomas associados (febre, vômitos, ardor, prurido) 0 0,5 1.0
• Busca fator desencadeante, com tempo de manipulação do esgoto incompatível com o aparecimento das lesões 0 0,5 1.0
• Questiona sobre vida sexual ativa, uso de métodos contraceptivos e comportamento de risco para ISTs 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Explica necessidade de realização de alguns testes rápidos, solicitando teste rápido (HIV, Sífilis e Hepatite B e C) 0 0,5 1.0
• Identifica teste rápido para sífilis positivo e solicita VDRL para quantificação e seguimento pós tratamento 0 0,5 1.0
• Dá o diagnóstico de Sífilis secundária (não faz julgamentos, nem afirmações que foi seu marido que transmitiu) 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreve Penicilina G Benzatina 2.400.000UI IM dose única (investigando alergias)
0 0,5 1.0
• Realiza notificação do caso e solicita presença do marido para também realização de exames

83
IMAGENS DO CASO:
• Manifestações clínicas
• Diagnóstico
• Tratamento

84
TABAGISMO

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo masculino, 55 anos, relatando que deseja
parar de fumar e quer sua ajuda.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Estabelecer boa relação médico - paciente
• Anamnese direcionada
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

85
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente hipertenso controlado em uso de losartana. Não etilista. Sem outras comorbidades.
• Relata que deseja parar de fumar pois tem um pigarro que o incomoda e não come, nem dorme bem a algum tempo.
• Porém não iniciou nenhum plano até o momento. Vem de família de fumantes (pai e mãe fumavam).
• Fuma desde os 30 anos quando começou a trabalhar como vigia. (Carga tabágica = 25 maços ano).
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 18irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 97%
• FC 85bpm • Tax 36.8°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: paciente um pouco emagrecido
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMII: sem lesões ou edemas
QUESTIONÁRIO FERGESTRON DO PACIENTE:
• Quanto tempo após acordar fuma seu primeiro cigarro? 30 minutos (2 pontos)
• Acha difícil não fumar em locais proibidos? SIM (1 ponto)
• Fuma quantos cigarros por dia? 20 cigarros (1 ponto)
• Qual cigarro mais difícil de deixar e que te dá mais prazer? 1º da manhã (1 ponto)
• Fuma mais frequentemente pela manhã? SIM (1 ponto)
• Fuma mesmo quando está doente ou acamado? SIM (1 ponto)

86
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese questiona queixas atuais, antecedentes pessoais, patológicos e familiares 0 0,5 1.0
• Questiona quanto tempo após acordar fuma seu primeiro cigarro (Fergestron) 0 0,5 1.0
• Questiona se acha difícil não fumar em locais proibidos (Fergestron) 0 0,5 1.0
• Questiona quantos cigarros fuma por dia (Fergestron) e quanto tempo fuma (calcula carga tabágica) 0 0,5 1.0
• Questiona qual cigarro mais difícil de larga e que dá mais prazer (Fergestron) 0 0,5 1.0
• Questiona se fuma mesmo estando doente ou acamado (Fergestron) 0 0,5 1.0
• Identificou como tabagista com grau de dependência elevado (7 pontos) em fase de Contemplação 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Indica início de tratamento com Bupropiona e após parar de fumar iniciar Adesivo de Nicotina
0 0,5 1.0
• Encaminha paciente para terapia cognitiva comportamental e agenda retorno para acompanhamento

87
IMAGENS DO CASO:
• Questionário Fergestron
• Fases de motivação

88
TENTATIVA DE SUICÍDIO

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo feminino, 22 anos, apresentando-se chorosa
e solicitando medicação para dormir muito, pois tem tido dias difíceis e está sem ânimo.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

89
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente chorosa relata perca de peso e insônia a algum tempo. Não está em uso de nenhuma medicação ao momento.
• Diz que vive com sua mãe que está divorciada de seu pai a 1 ano, não tendo boa relação com a mesma.
• Informa que está desempregada e abandonou a faculdade após término de seu último namoro a 2 meses.
• Relata que mãe faz uso de antidepressivo (não sabe o nome) a 5 anos.
• Deseja que você receite algum remédio forte para dormir, pois quer acabar com sua vida hoje à noite.
• Nega comorbidades ou alergias. Não tabagista nem etilista.
• Ao ser indagada sobre as lesões, informa que ela mesmo faz, como tentativa de alívio de seu sofrimento
SINAIS VITAIS:
• BEG • FR 19irpm
• PA 120 x 70mmHg • SatO2 98%
• FC 88bpm • Tax 36.6°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: paciente um pouco emagrecida, com face de tristeza, não mantém contato visual com você
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alterações)
• MMSS e MMII: presença de escoriações e equimoses (sugestivas de automutilação) em pulsos, antebraços e coxas

90
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Questionou convívio social, com quem mora, hábitos de vida e profissão 0 0,5 1.0
• Investiga sintomas depressivos (perca do prazer, ganho ou perca de peso, sentimento de culpa, choro fácil) 0 0,5 1.0
• Questiona sobre relacionamento familiar e amoroso 0 0,5 1.0
• Investigou antecedentes psiquiátricos, pessoas e familiares e uso de medicação 0 0,5 1.0
• Perguntar sobre ideação ou planejamento suicida 0 0,5 1.0
• Perguntar se a paciente tem data para realizar seu plano 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico em busca de automutilações (lava as mãos e calça as luvas) 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Dar diagnóstico de Depressão maior com ideação suicida e realiza notificação do caso
0 0,5 1.0
• Informa que necessita encaminha-la para internação e solicita presença de familiar

91
IMAGENS DO CASO:
• Imagens de automutilação
• Setembro amarelo

92
TUBERCULOSE

Você é o médico da UPA e recebe paciente morador de rua, do sexo masculino, 38 anos, com queixa
de tosse a 3 meses.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

93
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata tosse produtiva (secreção esverdeada), febre noturna com calafrios e acha que está perdendo peso, antes
pesava 71kg, relata início do quadro a 3 meses. Diz que não sente falta de ar.
• Morador de rua a muitos anos, sobrevive de catar latinhas, plástico e papelão para reciclagem.
• Não sabe se existe outros com os mesmos sintomas, pois perambula pela cidade, ficando pouco tempo em cada lugar.
• Nega tabagismo e uso de drogas, bebe as vezes quando está com frio.
• Nega outros sintomas, comorbidades ou alergias.
SINAIS VITAIS:
• REG • SatO2 95% AA
• PA 100 x 70mmHg • Tax 37.8°
• FC 71bpm • Peso: 66kg
• FR 20irpm
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: paciente emagrecido
• Linfonodos: ausentes
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MV aumentado com roncos em ápice pulmonar direito
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alteração)
• MMII: sem lesões ou edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• HC: Hb: 11 (Ref. 12-16), Ht: 35 (Ref. 36-48), Leuco: 12.000 (Ref. 3.700-10.000), Plaq: 180.000 (Ref. 150.000-450.000)
• BAAR (2 amostras = 1° na consulta e 2° na manhã do dia seguinte): positivo
• Teste rápido para TB (GeneXpert): positivo (teste busca bacilo e avalia resistência a Rifampicina)
• Testes rápido HIV: negativo
• Rx tórax PA e Perfil: presença de cavitação em ápice pulmonar direito
94
• Apresentou-se cordialmente ao paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Investigou início do quadro, evolução, características da tosse e da febre, falta de ar e perca de peso 0 0,5 1.0
• Investiga situação de moradia, hábitos de vida, antecedentes patológicos e contactantes com mesmos sintomas 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos, coloca máscara e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Identifica febre, perca de peso e roncos em ápice pulmonar na ausculta pulmonar 0 0,5 1.0
• Identifica paciente pertencente ao grupo de risco para tuberculose (vulnerabilidade social e etilismo) 0 0,5 1.0
• Solicita HC, BAAR (2 amostras, verbalizando quando colher), Teste rápido para TB e Rx de tórax PA e perfil 0 0,5 1.0
• Dar o diagnóstico de Tuberculose pulmonar e solicita teste rápido para HIV 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Informa que o tratamento é feito com doses supervisionadas diárias e prescreve (2RHZE / 4RH)
0 0,5 1.0
• Realiza notificação do caso, avalia busca ativa dos contactantes e questiona dúvidas restantes

OBS:
• R = Rifampicina
• H = Isoniazida
• Z = Pirazinamida
• E = Etambutol

95
IMAGENS DO CASO:
• Mapa mental
• Rx com cavitação em ápice pulmonar direito
• Tratamento para maiores de 10 anos
• Tratamento para menores de 10 anos

96
VIOLÊNCIA SEXUAL

Você é o médico da Emergência e recebe paciente do sexo feminino, 17 anos, relatando ter sido
estuprada a 1 hora.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

97
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente relata que estava voltando para casa quando foi atacada e levada para um terreno baldio, onde foi abusada
sexualmente (penetração vaginal) e também agredida fisicamente por reagir.
• Informa não conhecer o agressor e não visualizou se o mesmo fazia uso de preservativo, pois estava muito escuro no local.
• Nega comorbidades e alergias. Não recorda sua situação vacinal. Informa que não era virgem e tem namorado fixo.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 20irpm
• PA 120 x 80mmHg • SatO2 98% AA
• FC 98bpm • Tax 36.6°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: paciente chorosa e abalada, apresentando hematoma em olho direito, braço esquerdo e tórax
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alteração)
• Exame especular: pequeno sangramento em parede vaginal, sem necessidade de sutura, com presença de sêmen
• MMII: sem lesões ou edemas
EXAMES COMPLEMENTARES:
• BHCG: negativo
• Testes rápidos: HIV (negativo), Sífilis (negativo), Hepatite B (negativo), Hepatite C (negativo)
PROFILAXIAS CONTRA ISTS:
• Sífilis (Penicilina G Benzatina 2.400.000UI IM DU
• Gonococo (Ceftriaxona 250-500mg IM DU)
• Clamídia (Azitromicina 1g VO DU)
• Tricomoníase (Metronidazol 2g VO DU)
• HIV (Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir VO 1x/dia por 28 dias)
98
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,25 0.5
• Na anamnese indagou idade, penetração (anal, vaginal), uso de preservativo e ejaculação 0 0,5 1.0
• Acalmar paciente, pedindo autorização para realizar exame físico e especular acompanhado de uma enfermeira 0 0,5 1.0
• Realiza exame especular em busca de lacerações e presença de sêmen (colhendo amostra) 0 0,5 1.0
• Informa a necessidade de solicitar (B-HCG, HIV, Sífilis, Hepatite B e C) e histórico vacinal 0 0,5 1.0
• Realizou contracepção de emergência com Levonogestrel 1,5mg VO dose única 0 0,5 1.0
• Prescreve Penicilina G Benzatina 2.400.000UI IM/DU, Ceftriaxona 500mg IM/DU, Azitromicina 1g VO/DU 0 0,5 1.0
• Prescreve TARV (Tenofovir + Lamivudina + Dolutegravir) 1x/dia por 28 dias 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Prescreve Metronidazol 2g VO/DU após TARV, informando que não deve ingerir álcool
0 0,5 1.0
• Notificou o caso. Comunicou autoridade policial, conselho tutelar e convocou presença de representante legal
• Ofereceu acompanhamento psicológico 0 0,25 0.5

99
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Você é o médico de uma ESF e recebe paciente do sexo feminino, 30 anos, casada com queixa de dor
no braço esquerdo.

Nos próximos 10 minutos realize:


• Anamnese direcionada
• Exame Físico direcionado
• Hipótese diagnóstica
• Conduta Terapêutica

100
INFORMAÇÕES DO PACIENTE:
• Paciente se apresenta retraída, de casaco e com cabelo cobrindo o rosto, informa que só deseja algum remédio para dor, pois
bateu o braço no armário de casa.
• Ao ser indagada sobre lesão no olho também informa que foi, em casa ao fazer faxina.
• Após algum tempo de conversa, relata ser agredida pelo marido a mais de 1 ano, pois o mesmo deseja ter filhos e ainda não
tiveram sucesso. Informa não ser abusada sexualmente.
• Relata que ele a culpa por ainda não ter engravidado e que todas as vezes que bebe à agride quando chega em casa.
• Relata que agressões até o momento, foram com força física, sem uso de nenhuma arma ou objetos.
• Nega outras lesões, comorbidades ou alergias.
SINAIS VITAIS:
• REG • FR 18irpm
• PA 110 x 80mmHg • SatO2 98% AA
• FC 78bpm • Tax 36.7°
EXAME FÍSICO:
• Ectoscopia geral: paciente retraída, com hematoma em olho direito e braço esquerdo (só falar se pedir para tirar o casaco)
• ACV: RCR 2T BNF e AR: MVUA S/RA
• Abdome: Inspeção (flácido), Ausculta (RHA normais), Palpação (indolor a palpação), Percussão (sem alteração)
• MMII: sem lesões ou edemas

101
• Apresentou-se cordialmente a paciente e iniciou consulta com perguntas e questionamentos abertos 0 0,5 1.0
• Na anamnese investigou característica, tempo e como foi causada a lesão e investigou outras lesões 0 0,5 1.0
• Observa paciente retraída e informa que ali ela está segura podendo se abrir e que terá sigilo médico na consulta 0 0,5 1.0
• Solicita permissão para realizar exame físico, lava as mãos e calça as luvas 0 0,5 1.0
• Identifica lesões condizentes com agressão, dando diagnóstico de Violência doméstica contra mulher 0 0,5 1.0
• Diz que a paciente tem o direito de oferecer denúncia a autoridade policial contra o agressor 0 0,5 1.0
• Orienta o que pode ser feito (não discutir próximo de facas, deixar portas abertas, informar vizinho de confiança) 0 0,5 1.0
• Prescreve analgésicos para as lesões e oferece apoio e acompanhamento psicológico 0 0,5 1.0
0 0,5 1.0
• Realiza notificação do caso
0 0,5 1.0
• Despede-se cordialmente, informando que as portas da unidade estarão sempre abertas caso necessite de ajuda

102

Você também pode gostar