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A internet e sua evolução

A cultura seria muito mais rica se as leis do copyright (direitos autorais) fossem mais flexíveis. O
movimento Open Source, a cultura hacker, e o conceito de copyleft (que seria o avesso do
conceito de copyright) tem uma grande importância na estruturação e desenvolvimento social e
técnico da Internet. As grandes redes sociais e os algoritmos da internet de uma maneira geral
dominaram a nossa vida e interferem, ou influenciam nosso pensamento, tomada de decisões e
comportamento de compra.
O livro do Pariser trabalha em cima do Google e do Facebook. A ideia principal do livro é a
escolha de informação, quando é feita uma pesquisa no Google, por qualquer termo que seja, o
site pega as palavras chaves utilizadas na busca e guarda em um banco de dados relacionado
com a pessoa que fez a pesquisa para que no futuro ele tenha, de certa forma, o perfil como
usuário da rede. Tendo o perfil ele pode escolher as informações pela pessoa. O autor do livro
teoriza a ideia que temos ou que não temos, pois segundo ele, o filtro invisível é essa
personalização que as redes sociais fazem hoje nos escondendo informações. “A maior parte
das pessoas imagina que, ao procurar um termo no Google, todos obtemos os mesmos
resultados – aqueles que o PageRank, famoso algoritmo da companhia, classifica como mais
relevantes, com base nos links feitos por outras páginas. No entanto, desde dezembro de 2009,
isso já não é verdade. Agora, obtemos o resultado que o algoritmo do Google sugere ser melhor
para cada usuário específico – e outra pessoa poderá encontrar resultados completamente
diferentes. Em outras palavras, já não existe Google único.” [1].
A cultura da Internet está diretamente ligada ao seu desenvolvimento tecnológico, e o código
aberto possibilitou a maior utilização, modificação e replicação do conteúdo da rede, e da rede
em si. “A rede é a Mensagem” – e uma conclusão – “Os desafios da sociedade em rede” é a
introdução do livro “A Galáxia da Internet”, que no decorrer de seus capítulos transmite uma
análise e uma reflexão sobre as transformações sociais, econômicas, políticas e culturais
produzidas no final do século XX, com a emergência da Internet e a sua conseqüente utilização
em escala global. Castells sugere o termo e-economia para definir esta nova economia que
surgiu após a expansão da internet (emerge do interior da velha economia, como resultado da
utilização da Internet pelas empresas para os seus próprios fins e em contextos específicos). “A
Internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informação é hoje o que a eletricidade foi
na Era Industrial, em nossa época a Internet poderia ser equiparada tanto a uma rede elétrica
quanto ao motor elétrico, em razão de sua capacidade de distribuir a força da informação por
todo o domínio da atividade humana. Ademais, à medida que novas tecnologias de geração e
distribuição de energia tornaram possível a fábrica e a grande corporação como os fundamentos
organizacionais da sociedade industrial, a Internet passou a ser a base tecnológica para a forma
organizacional da Era da Informação: a rede.” [2].
A forma pela qual as leis são estabelecidas hoje em dia provoca dois tipos de problemas. Os
mecanismos que regulam a propriedade intelectual e devem estabelecer um equilíbrio entre
controle e liberdade é o que Lessig acredita. A contribuição do autor é uma análise do papel da
Internet como meio multiplicador e suas consequências no processo de construção cultural. No
caso dos direitos autorais, limites de tempo são impostos para assegurar o processo criativo e
os direitos das editoras e gravadoras. Mas Lessig aponta que uma cultura livre não é uma
cultura sem propriedade ou sem pagamento de artistas. “O bom senso está do lado dos ativistas
do copyright porque o debate até agora foi moldado nos extremos — como um grande “ou um
ou outro”: ou propriedade ou anarquia, ou controle total ou os artistas morrerão de fome Se essa
realmente fosse a escolha, então os ativistas mereceriam a vitória.” [3].
Controle político da internet, relações existentes entre governo e sociedade e poder sobre a
informação mostra como a liberdade e a privacidade na Internet se tornou consequência direta
da sua comercialização. E esse é um conflito de liberdade: Por um lado, as ideologias libertárias
tentam proteger a Internet, um novo domínio de oportunidades, a todo custo. Por outro lado, o
grau de controle cresce exponencialmente à medida que o governo mobiliza cada vez mais
recursos para cercear essa liberdade.

BIBLIOGRAFIA

[1] - Texto: Pariser, E. O filtro invisível. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.

[2] - Texto: Castells, M. A galáxia da Internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

[3] - Texto: Lessig, L. Cultura Livre. São Paulo: Trama, 2005.

Rebeca Manzano Salena


número USP: 14658174
Universidade de São Paulo
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Sociedade, Multiculturalismo e Direitos: Cultura Digital (ACH0151)
Docente: Pablo Ortellado
1o semestre de 2023

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