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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Adriana Piñeiro Fidalgo

O estudo do comportamento verbal no Brasil:

uma análise com base em resumos de dissertações e teses

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

São Paulo

2011
Adriana Piñeiro Fidalgo

O estudo do comportamento verbal no Brasil:

uma análise com base em resumos de dissertações e teses

MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPEIMENTAL:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Dissertação apresentada à Banca


Examinadora da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, como exigência
parcial para obtenção do título de
MESTRE em Psicologia Experimental:
Análise do Comportamento, sob
orientação do Prof. Doutor Roberto Alves
Banaco.

Trabalho parcialmente financiado pela CAPES

São Paulo

2011
i

Banca Examinadora

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________
ii

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta
dissertação, por processos de fotocopiadora ou eletrônicos.

São Paulo, 30 de março de 2011.

Assinatura: ______________________________
iii

Agradecimentos

Aos meus pais, Antonio e Cida, pelo apoio e amor incondicional, sem os quais nada
disso seria possível. Por sempre terem me deixado segura para fazer as escolhas que me
trouxeram até aqui.

À minha irmã, Juliana, pelo companheirismo e paciência.

Ao Marcus, por estar presente desde o início. Por ter compartilhado e comemorado
todas as minhas conquistas. Por ter me ajudado a conquistá-las. Pelo carinho e apoio
incondicionais. Pelo conforto nas horas difíceis, fundamental para que eu chegasse até o
fim.

À Carmen e a ao André, pela disponibilidade, cuidado e empenho em me ajudar.

Ao Roberto, por tudo o que me ensinou desde a graduação. Por me mostrar que é
possível ser um excelente terapeuta, pesquisador e professor (tudo ao mesmo tempo).
Pelas orientações carinhosas. Por ter tornado esse trabalho mais interessante.

À Ziza, por ter me apresentado à Análise do Comportamento. Por ter sido a responsável
pelo meu encanto inicial pela teoria.

À Nilza, por ter me apresentado ao laboratório. Por ter incentivado monitorias e


iniciações científicas, experiências que me trouxeram até aqui.

À Paula, por ter me apresentado à pesquisa. Por me ensinar que trabalhar com dedicação
traz ótimos resultados. Por todas as horas extras que dedicou a mim. Pelo empenho em
ensinar. Por ter feito tudo isso com muito carinho e competência.

À Maly, por ter me apresentado à clínica. Por ter feito eu gostar ainda mais da minha
profissão. Por toda a ajuda que me deu e tem me dado.

À Fátima, por ter contribuído diretamente para a minha formação como pesquisadora.
Por ter feito esse processo se tornar ainda mais prazeroso.

À Maria Eliza, pelo ensino cuidadoso e competente. Pelo bom humor e disponibilidade
dentro e fora da sala de aula.

À Dinha, pela doçura de sempre. Pelas discussões e conversas sobre Educação que tanto
gosto.

À Maria do Carmo, pela disponibilidade infindável para ensinar. Por ter me ensinado
História. Pelas contribuições valiosas.

À Denise, Marcelo, Paola, Sérgio e Maria Amália, por tudo o que me ensinaram da
graduação ao mestrado.
iv

À Téia, por ter me incentivado a estudar e pesquisar comportamento verbal. Por tudo o
que me ensinou. Por ter feito tudo isso com paixão e competência inspiradoras.

Ao Isaias Pessotti, pelas importantes sugestões.

À Dinalva, pela disponibilidade carinhosa e bem humorada. Pelo acolhimento. Por toda
a ajuda e incentivo, desde antes do mestrado.

À Conceição, Neuza e Maurício, por cuidarem e fazerem parte da rotina do laboratório.

À Talita, pela amizade incondicional. Por cumprir tantos papéis importantes na minha
vida. Pela escuta incansável, pelos conselhos insubstituíveis. Não teria conseguido sem
você.

Ao Dante, pela contribuição impecável e essencial na realização desse trabalho. Pelo


senso de humor incrível.

À Maria Isabel, pela amizade de longa data, pelo cuidado, pelas duplas da graduação à
pós, por ser tão fácil e divertido ser sua amiga.

Ao Jan e ao Jazz, pelo companheirismo, pela audiência não punitiva, pelos almoços que
hoje fazem tanta falta.

À Aninha, à Laura e à Bia – colegas - pela escuta, pelos conselhos, pelas risadas.

À Juliana, presente do Maranhão, pelos almoços especiais, cafés, intervalos... como foi
confortante compartilhar idéias e opiniões com você.

Ao Felipe, pelas brincadeiras, pelas piadas, pelos doces... Por ter tornado esses dois
anos mais prazerosos e leves. Pela ajuda dada a este trabalho.

À Priscila, pelas risadas constantes mesmo nos dias difíceis, que fizeram muita falta
nessa reta final.

Ao Luiz, dupla de trabalhos e monitorias, pela amizade e pelo carinho.

À Flávia, Lívia, Ana Felício, Gustavo, Nelson, Tati, Mariana Vieira, Rodrigo, Anita,
Fernanda, Thais, Ritinha e Micha por tornarem minha passagem pelo mestrado ainda
mais prazerosa. Fico muito feliz por ter chegado a tempo ou permanecido a tempo de
conhecer vocês.

À Carol Niero, por não perder o humor nunca, pelos comentários inapropriados que
tanto gosto.

À Samira e à Teka, que se tornaram cada vez mais especiais, pela companhia muito
agradável nas mais diferentes atividades... aulas, atendimentos, especialização,
corrida...
v

À Natalia. Sempre disse que você teria um parágrafo especial nos meus agradecimentos.
Obrigada por ter insistido para que eu entrasse no mestrado, essa foi uma das melhores
e mais importantes escolhas que já fiz. Obrigada por ter sido e ser um modelo de amiga,
colega e profissional. Pela disponibilidade incrível.

À Dhayana, por ter se tornado uma grande amiga. Pelas conversas e discussões sobre
comportamento verbal, fundamentais na elaboração desse trabalho. Quanta falta você
fez e faz.

À Lygia, pelas palavras de incentivo, pelo bom humor e irreverência, que tornaram esse
processo mais leve.

Ao Bruno, pela companhia constante, pelas discussões e conversas enriquecedoras.

À Júlia Guedes, pela companhia sempre agradável, que muitas vezes faz falta.

Ao André, pelo senso de humor, por fazer a rotina do laboratório mais alegre. Pela
prontidão em ajudar. Pela contribuição direta que teve neste trabalho.

À Bruna, companheira de LEHAC, de planilhas e de pesquisa. Obrigada por toda a


ajuda, fundamental na realização deste trabalho.

Sei que parte importante do meu amor pela


Análise do Comportamento é decorrente de
ela ter vindo junto com pessoas como vocês.

Obrigada.
vi

Aos meus pais, por investirem tanto deles em mim.

À Téia, pela dedicação à Análise do Comportamento,


pela dedicação ao seus alunos...
vii

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..............................................................................................................1

O livro Verbal Behavior como um programa de pesquisa................................................2

Comportamento verbal como área de pesquisa.................................................................5

O problema de pesquisa...................................................................................................16

MÉTODO.......................................................................................................................18

Documentos.....................................................................................................................18

Seleção da fonte...............................................................................................................18

Seleção dos documentos: Dissertações e teses sobre comportamento verbal.................20

Registro e categorização dos dados.................................................................................21

Publicações de dissertações e teses sobre comportamento verbal...................................28

Concordância entre juízes.............................................................................................28

Critério para a exclusão de dissertações e teses..............................................................29

RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................31

CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................72

REFERÊNCIAS.............................................................................................................76

ANEXOS.........................................................................................................................79
viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Número acumulado de trabalhos sobre comportamento verbal ao longo dos


anos.

Figura 2. Número acumulado de dissertações e teses em Análise do Comportamento e


sobre comportamento verbal ao longo dos anos.

Figura 3. Número acumulado de dissertações de mestrado e teses de doutorado sobre


comportamento verbal ao longo dos anos.

Figura 4. Número acumulado de trabalhos produzidos pelas seis universidades


brasileiras com maior volume de pesquisas sobre comportamento verbal ao longo dos
anos.

Figura 5. Diferentes gerações de orientadores de trabalhos sobre comportamento verbal.

Figura 6. Orientadores e orientandos sobre comportamento verbal em cada


universidade. Intercâmbio de orientadores entre as instituições de ensino superior.

Figura 7. Número de dissertações de mestrado e teses de doutorado orientadas pelos


oito pesquisadores com o maior volume de orientações.

Figura 8. Número acumulado de trabalhos nas diferentes linhas de pesquisa por ano.

Figura 9. Número acumulado de pesquisas experimentais e descritivas ao longo dos


anos.

Figura 10. Número de trabalhos experimentais e descritivos por universidade.

Figura 11. Número de trabalhos realizados por universidade nos diferentes temas de
investigação.

Figura 12. Número de trabalhos realizados por universidade nos diferentes temas de
investigação.
ix

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Número Total de Dissertações e Teses por Instituição de Ensino Superior

Tabela 2. Número de Trabalhos Orientados por Pesquisador ao Longo dos Anos

Tabela 3. Número Total e Porcentagem dos Temas de Investigação das Pesquisas


Experimentais

Tabela 4. Número de Pesquisas em Cada Tema de Investigação em Intervalos de Dois


Anos

Tabela 5. Número Total e Porcentagem dos Temas de Investigação das Pesquisas


Descritivas

Tabela 6. Número de Trabalhos por Tema de Investigação a Cada Dois Anos


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Fidalgo, A. P. (2011). O estudo do comportamento verbal no Brasil: uma análise com base em
resumos de dissertações e teses. Dissertação de mestrado. Programa de Estudos Pós-Graduados
em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento. 118 pag. PUC-SP.
Orientador: Prof°. Dr. Roberto Alves Banaco
Linha de Pesquisa: História e fundamentos epistemológicos, metodológicos e conceituais da
Análise do Comportamento.

RESUMO

A fim de avaliar como o estudo do comportamento verbal se estabeleceu e vem sendo


conduzido no Brasil, com base na proposta de Skinner (1957), o presente trabalho realizou uma
revisão histórica de dissertações e teses brasileiras sobre o tema, produzidas entre 1969 e 2007.
Foram investigados: (a) número de dissertações e teses sobre o tema, (b) orientador, (c) tipo de
pesquisa (descritiva ou experimental), (d) linha de pesquisa (básica, aplicada ou histórico-
conceitual), (e) conceitos da Análise do Comportamento, (f) área de aplicação, (g) tema, (h)
unidade de análise e medida, (i) delineamento de sujeito único ou de grupo e (j) participantes.
Analisou-se como tais fatores variaram ao longo dos anos, bem como a adequação dos aspectos
metodológicos empregados nas pesquisas, à luz das proposições de Skinner (1957). Foram
investigadas também as publicações (artigos, resumos em anais de eventos científicos e
capítulos de livro) decorrentes das dissertações e teses, com o objetivo de avaliar a divulgação
do conhecimento produzido. No total, identificaram-se 141 dissertações e 41 teses sobre o tema.
A USP produziu o maior número de trabalhos, sendo a principal responsável pela expansão
deste campo de pesquisa no país, ao destacar-se na formação e na exportação de orientadores
para outras instituições de ensino superior. Outros importantes centros de pesquisa identificados
foram: UnB, UFSCar, UFPA, PUC-SP, UCG e UEL. Entre os principais pesquisadores na área,
sobressaíram Carolina Bori, Deisy das Graças, Emmanuel Tourinho, Maria Amália Andery,
Roberto Banaco, Maria Amélia Matos, Antônio Ribeiro e Júlio de Rose. Dos 182 trabalhos
analisados, 104 foram pesquisas aplicadas, 63 pesquisas básicas e 15 pesquisas histórico-
conceituais. Os temas mais recorrentes foram: controle operante do comportamento verbal,
comportamento governado por regras, equivalência de estímulos, correspondência entre
comportamento verbal e comportamento não verbal e, por fim, hipóteses funcionais a respeito
das possíveis variáveis de controle envolvidas no comportamento verbal. De modo geral,
dissertações e teses brasileiras sobre comportamento verbal têm respeitado à metodologia
proposta pela Análise do Comportamento, composta por experimentação, delineamento de
sujeito único e unidade de análise funcional. Apenas 51% dos trabalhos analisados foram
publicados, indicando a necessidade de ampliar a divulgação do conhecimento produzido pelos
analistas do comportamento. Os resultados obtidos no presente trabalho permitem afirmar que o
estudo do comportamento verbal, no Brasil, estabeleceu-se como programa de pesquisa e
cresceu ao longo dos anos, acompanhando a expansão da Análise do Comportamento pelo país.

Palavras-chave: comportamento verbal, revisão histórica, Análise do Comportamento no Brasil


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Fidalgo, A. P. (2011). The study of verbal behavior in Brazil: an analysis based on abstracts of
theses and dissertations. Masters Dissertation. Program of Post Graduate Studies in
Experimental Psychology: Behavior Analysis. 118 pages. PUC-SP.
Thesis Advisor: Prof. Dr. Roberto Alves Banaco.
Research Lines: History and epistemological, methodological and conceptual fundaments of
Behavior Analysis.

ABSTRACT

The purpose of this dissertation was to evaluate how the verbal behavior study, based on the
Skinner (1957) proposal, was established and conducted in Brazil. For that, this study
performed a historical revision of Brazilian dissertations and theses related to the subject and
carried out from 1969 to 2007. The aspects investigated include: (a) number of dissertation and
thesis related to the subject, (b) thesis advisor, (c) type of research (descriptive or experimental),
(d) line of research (basic, applied, conceptual and historical), (e) concepts of the Behavior
Analyses, (f) area of application, (g) subjects, (h) units of analyses and measures, (i) designs of
single subject or group design, and (j) participants. It was analyzed how such aspects varied
over the years and the appropriateness of the methodological aspects employed in research,
based on Skinner's propositions (1957). The publications (articles, abstracts in scientific events
and book chapters) based on dissertations and theses were also investigated in order to estimate
the diffusion of knowledge. In total, 141 dissertations and 41 theses related to the subject were
identified. The Universidade de São Paulo produced the largest number of studies, and was
primarily responsible for expanding such research field in the country; forming and exporting
thesis advisors for other institutions of higher education. Other major research centers identified
were: UnB, UFSCar, UFPA, PUC-SP, UCG and UEL. The researchers identified by the large
number of orientations in this field of study are: Carolina Bori, Deisy das Graças, Emmanuel
Tourinho, Maria Amália Andery, Roberto Banaco, Maria Amélia Matos, Antônio Ribeiro, and
Júlio de Rose. Of the 182 studies reviewed, 104 were applied research, 63 were basic, and 15
were historical and conceptual research. The most recurrent themes were: operant control of
verbal behavior, rule-governed behavior, stimulus equivalence, correspondence between verbal
and nonverbal behavior, and finally, functional hypotheses about the possible control variables
involved in verbal behavior. Generally, Brazilian dissertations and theses about verbal behavior
have followed the methodological model proposed by the Behavior Analysis field, consisting of
experimentation, design of single subject, and unit of functional analysis. Only 51% of the
analyzed studies were published, indicating the need to expand the dissemination of the
knowledge produced by behavior analysts. The results obtained in this research allow to say that
the study of verbal behavior in Brazil was established as a research program and has grown over
the years, following the expansion of the Behavior Analysis through the country.

Keywords: verbal behavior, historical review, Behavior Analysis in Brazil


1

Em 1957, Skinner publicou o livro Verbal Behavior, obra considerada pelo

próprio autor como sua principal contribuição à psicologia. A partir de uma

extrapolação de princípios já bem conhecidos da Análise do Comportamento e

derivados de rigorosas pesquisas experimentais, Skinner propôs uma interpretação

comportamental para o fenômeno tradicionalmente denominado linguagem.

Segundo o autor, formulações tradicionais (e.g., linguística, gramática e retórica

clássica) não identificaram de forma clara um objeto de estudo nem apresentaram

métodos adequados para a investigação dos processos envolvidos no “uso da

linguagem”. Na avaliação de Skinner, a área carecia de um modelo causal satisfatório,

visto que boa parte das explicações sobre o comportamento verbal era colocada dentro

do indivíduo, nos chamados significados, ideias, imagens e informações.

Precisamos encontrar as relações funcionais que governam o


comportamento verbal a ser explicado; chamar tais relações de
‘expressão’ ou ‘comunicação’ é correr o perigo de introduzir
propriedades e fatos enganadores e exteriores. A única solução é rejeitar
a formulação tradicional do comportamento verbal em termos de
significado. (Skinner, 1957/1992, p. 10)

Para evitar vínculos com conceitos utilizados por outros modelos explicativos e

ressaltar as diferenças de sua proposta, Skinner atribuiu um novo nome aos fenômenos

que pretendia analisar. O termo escolhido por ele foi comportamento verbal. De acordo

com o autor, a expressão alude ao comportamento (de um falante individual) modelado

e mantido por uma comunidade verbal específica. A causa deste tipo particular de

comportamento deve ser buscada na história de interação entre o organismo e o

ambiente.
2

Embora submetido às mesmas leis que regem qualquer comportamento operante,

o comportamento verbal apresenta algumas particularidades que o tornam exclusivo da

espécie humana. Entre elas, está o fato de que ele não age de forma direta ou mecânica

sobre o meio. Primeiro, o comportamento verbal altera outro indivíduo, o ouvinte, desde

que este tenha passado por um treino especial, o qual lhe permite responder

diferencialmente ao comportamento do falante. Anos mais tarde, Skinner (1986) destaca

ainda outro aspecto distintivo do comportamento verbal: este deve ser transmitido de

geração para geração, tornando-se parte de uma linguagem.

O Livro Verbal Behavior como um Programa de Pesquisa

Alguns autores (Andery, 2010; Andery & Sério, 2002; Richelle, 1981)

consideram o livro Verbal Behavior um autêntico programa de pesquisa, por

identificarem na obra uma série de propostas metodológicas para o estudo do

comportamento verbal.

Nos capítulos iniciais do livro, Skinner propôs uma análise científica para o

tema. Este deveria ser compreendido por meio de análises funcionais capazes de

identificar e descrever as relações estabelecidas entre respostas verbais e variáveis

ambientais de controle. As unidades de análise propostas foram, dessa forma, relações

funcionais (i.e., relações entre condições antecedentes, resposta e consequências) ou

contingências de reforçamento. “Ao definir comportamento verbal como

comportamento operante mediado, Skinner torna necessariamente a unidade de análise

do comportamento verbal uma unidade que envolve uma contingência de reforço”

(Andery, 2010, p. 72).

Uma parte considerável das pesquisas realizadas com base no programa de

Skinner teve por objetivo investigar os diferentes tipos de contingências verbais


3

intituladas pelo autor de operantes verbais: mando, tato, ecoico, intraverbal, transcrição

e textual. Para cada um deles, o autor indicou as variáveis de controle usualmente

envolvidas.

Com relação à variável antecedente, os operantes verbais dividem-se em dois

grupos. No primeiro, a variável antecedente responsável pela determinação da forma da

resposta verbal é uma condição relevante de privação ou estimulação aversiva. Os

comportamentos classificados neste grupo são denominados mando. Eles envolvem

uma resposta verbal cuja topografia especifica a sua consequência. Por esse motivo, o

mando opera em benefício do falante.

Já no segundo grupo descrito por Skinner, a variável antecedente responsável

pela determinação da forma da resposta verbal é um estímulo discriminativo e as

consequências produzidas pelas respostas verbais são estímulos reforçadores

condicionados generalizados. Este grupo de operantes subdivide-se, por sua vez, em

outros dois grupos: (a) operantes cujos estímulos discriminativos são estímulos não

verbais, chamados tato e (b) operantes sob controle de estímulos antecedentes verbais,

denominados ecoico, intraverbal, textual ou transcrição.

No caso do ecoico, o estímulo antecedente e a resposta são vocais, isto é,

compartilham as mesmas propriedades físicas. Além disso, apresentam topografia

idêntica (i.e., correspondência formal). Já no textual, o estímulo antecedente é escrito

(visual) e a resposta é vocal. Assim, a correspondência formal entre estímulo e resposta

é arbitrariamente estabelecida por uma história de reforçamento específica.

No caso da transcrição, a correspondência formal pode ou não ter sido

estabelecida de modo arbitrário. Quando a correspondência formal é arbitrária, chama-

se a contingência de ditado (estímulo vocal e resposta escrita); quando a

correspondência formal não é arbitrária, dá-se o nome de cópia (estímulo escrito e


4

resposta escrita). No intraverbal, por sua vez, uma resposta vocal ou escrita fica sob

controle de estímulos antecedentes vocais ou escritos. Neste caso, não há

necessariamente correspondência formal entre estímulo e resposta.

Cada um dos operantes verbais descritos compõe a unidade de análise proposta

por Skinner (1957). No entanto, o autor adverte que a classificação do comportamento

verbal em operantes verbais não deve ser um fim em si mesma. Tal formulação é

relevante, pois alerta o analista do comportamento para o problema das diversas fontes

de controle envolvidas em seu objeto de estudo.

Quanto à mensuração, as medidas propostas para avaliar a força de um

comportamento verbal incluem: (a) ocorrência/emissão da resposta verbal, (b) nível de

energia da emissão da resposta, (c) velocidade, (d) repetição e (e) frequência geral

(overall frequency).

Para Skinner (1957), a própria emissão de uma resposta verbal já é indicativa de

sua força. Se tal resposta for emitida em circunstâncias pouco apropriadas, ela pode ser

considerada ainda mais forte. De modo semelhante, se a resposta verbal for emitida em

um tom de voz elevado (i.e., com alto nível de energia), ela também poderá ser

considerada forte, assim como se for repetida diversas vezes ou emitida logo após o

surgimento da ocasião adequada para sua emissão.

Em termos da frequência geral de respostas verbais, Skinner (1957) aponta que o

registro do número de ocorrências pode ser feito em uma ampla amostra de

comportamento verbal, em diferentes ocasiões. Respostas emitidas diversas vezes, em

diferentes ocasiões e contextos, podem ser consideradas fortes, prováveis. O autor

defende o uso parcimonioso da frequência geral como medida do comportamento

verbal. Isso porque o número total de ocorrências de uma resposta praticamente não

informa sobre as variáveis de controle em vigor, uma vez que respostas de uma mesma
5

classe topográfica podem ter funções distintas, isto é, estar sob controle de variáveis

ambientais diferentes.

A contagem de palavras é, muitas vezes, uma tentativa de desenvolver


uma análise puramente formal da variável dependente isolada. O
comportamento verbal é estudado sem se levar em conta as
circunstâncias em que foi emitido. Mas, apesar de ser útil saber que uma
resposta de certa forma é frequentemente emitida, é também importante
conhecer as condições predominantes. Desde que nossa unidade de
análise não é puramente formal, não podemos ter certeza de que todos os
exemplos de uma resposta são exemplos do mesmo operante, nem
podemos ter certeza de que a frequência não possa ser atribuída à
frequência de ocorrência de variáveis de controle. (Skinner, 1957/1992,
p. 27)

Skinner (1957) acrescenta ainda que o número de vezes em que uma resposta

verbal é emitida não representa, necessariamente, a variável principal no controle do

comportamento do ouvinte. Por exemplo, falar uma única vez em tom de voz elevado

pode alterar o comportamento de outro indivíduo de maneira mais eficaz do que falar

diversas vezes em tom de voz baixo.

Comportamento Verbal como Área de Pesquisa

A partir da proposta de Skinner para explicar os fenômenos envolvidos no que

tradicionalmente era conhecido como linguagem, numerosas pesquisas foram

realizadas, consolidando um importante campo de investigação na Análise do

Comportamento. Vargas (2007) relata que

da sua formulação teórica, Skinner deixa para os outros fornecerem


seus testes rigorosos. . . . Mais confirmações experimentais e
ajustes das proposições teóricas de Skinner seguirão à medida que
6

os pesquisadores inventarem métodos novos e precisos através dos


quais eles podem examiná-las experimentalmente. (pp. 159-160)

Diversos estudos começaram a ser apresentados e discutidos em eventos

organizados por importantes instituições da área, como a Association of Behavior

Analysis (ABA). Ao mesmo tempo, pesquisas passaram a ser publicadas em periódicos

reconhecidos, como o Journal of Applied Behavior Analysis (JABA) e o Journal of

Experimental Analysis of Behavior (JEAB). Em 1982, o periódico The Analysis of

Verbal Behavior (TAVB) foi especialmente criado para publicar pesquisas sobre o

comportamento verbal.

Desde sua publicação, o livro Verbal Behavior se tornou alvo permanente de

controvérsias (Eshleman, 1991). Uma delas diz respeito à produção científica resultante

da obra. Segundo Eshleman (1991), um grupo de analistas do comportamento acredita

que o livro não incentiva o estudo experimental do comportamento verbal, já que ele

mesmo é fruto de um trabalho interpretativo de Skinner. Esse grupo destaca um período

no qual praticamente nenhuma pesquisa sobre comportamento verbal foi realizada.

Trata-se das décadas de 1960 e 1970, as quais sinalizariam a rejeição inicial da proposta

de Skinner pela própria comunidade de analistas do comportamento.

A fim de avaliar como o estudo do comportamento verbal se tornou uma área de

pesquisa desde a publicação do livro Verbal Behavior e de verificar se a obra teve de

fato um impacto inicial limitado na produção científica de analistas do comportamento,

Eshleman (1991) realizou uma revisão de publicações da área. O autor analisou artigos

publicados em cinco periódicos (Behaviorism, Journal of Verbal Learning and Verbal

Behavior, JEAB, JABA e TAVB), além de trabalhos apresentados nos encontros anuais

da ABA.
7

Como critério para a seleção dos artigos, Eshleman (1991) estabeleceu a

presença de pelo menos um dos seguintes termos entre as palavras-chave: linguagem,

escrita, verbos, treino verbal, mediação verbal, contingências verbais, entre outros. Já

os trabalhos apresentados na ABA foram selecionados por meio de suas descrições nos

anais do evento. Estas deveriam conter uma referência clara ao livro Verbal Behavior

ou, ao menos, adotar uma das terminologias presentes na obra (e.g., mando).

Eshleman (1991) confirmou a ausência de trabalhos sobre comportamento verbal

nas duas primeiras décadas após a publicação do livro seminal de Skinner. Com o

decorrer dos anos, entretanto, Eshleman sublinhou que a frequência de publicações

aumentou sistematicamente – ainda que o número total de trabalhos encontrados e a

frequência de publicações ao longo dos anos não tenham sido informados pelo autor.

Algumas hipóteses foram levantadas por Eshleman (1991) para explicar o hiato

entre a publicação de Verbal Behavior e o início da produção científica na área: (a) a

obra de Skinner envolve conceitos novos e complexos, o que dificulta não apenas o

ensino e o aprendizado, mas também a consolidação de um campo de pesquisa; (b) o

interesse, por parte dos analistas do comportamento, em áreas de pesquisa concorrentes;

(c) a escassez de dados empíricos e de descrições de metodologia de pesquisa em

Verbal Behavior teria comprometido a elaboração posterior de um programa de

pesquisa e (d) o intervalo de tempo “natural” entre uma proposição teórica e a produção

empírica decorrente.

Ainda segundo Eshleman (1991), os primeiros trabalhos na área abordaram três

temas principais: (a) controle operante do comportamento verbal, (b) controle operante

de vocalizações de animais e (c) instrução programada – esta última considerada pelo

autor como modelagem de repertório verbal. A maioria dessas pesquisas era de natureza

empírica e não fez referências diretas ao livro Verbal Behavior.


8

No final da década de 1970, tanto o número de publicações quanto a diversidade

de temas estudados já haviam aumentado. Para Eshleman (1991), alguns fatores

explicam esse crescimento, como a criação de importantes periódicos (e.g., JABA em

1968, Behaviorism em 1972 e TAVB em 1982), a fundação da ABA em 1975 e a

inclusão de cursos de Análise do Comportamento em diversas universidades norte-

americanas. Juntos, tais acontecimentos contribuíram para a divulgação e a ampliação

deste campo de pesquisa.

Normand, Fossa e Poling (2002) realizaram uma breve revisão de artigos

publicados no TAVB no período de 1982 a 1998. Os autores apontaram um crescimento

no número de publicações do periódico desde a sua criação. Diferentemente de

Eshleman (1991), a maior parte dos trabalhos encontrados não foi empírica. Dos 150

artigos analisados, apenas 41 descreveram experimentos. Boa parte das pesquisas

experimentais utilizou universitários como participantes e delineamento de sujeito

único. Mesmo reconhecendo a importância de trabalhos teóricos sobre o

comportamento verbal, Normand et al. (2002) sugeriram o aumento de pesquisas

experimentais e a ampliação dos temas estudados.

Em revisão de literatura destinada a caracterizar brevemente as pesquisas

realizadas na área de comportamento verbal, Andery (2001) propôs que uma análise

bibliográfica sobre o conceito deve começar a partir da publicação de Verbal Behavior.

Afinal, ainda que Skinner já tivesse escrito diversos artigos sobre o assunto desde 1934,

apenas em 1957 o autor apresenta formalmente o conceito de comportamento verbal

como área de estudo da Análise do Comportamento.

Para Andery (2001), outra questão importante ao proceder à revisão de literatura

se refere à delimitação (a) do tipo de trabalho a ser avaliado (e.g., artigos, dissertações,

teses e livros) e (b) dos meios a ser utilizados para busca e análise do material levantado
9

- até porque uma revisão completa de todos os trabalhos sobre comportamento verbal

seria inviável. Nesse sentido, a autora decidiu realizar uma revisão de artigos publicados

em renomados periódicos da área, seja pelo caráter recorrente, seja pela facilidade de

acesso.

A revisão de literatura realizada por Andery (2001) envolveu três periódicos: o

TAVB (escolhido por ser o único especializado em pesquisas sobre comportamento

verbal), o JEAB e o JABA (estes últimos considerados pela autora como dois dos mais

significativos periódicos da Análise do Comportamento abrangendo áreas distintas, mas

complementares da pesquisa empírica: a básica e a aplicada).

Por meio de busca eletrônica nos sites dos periódicos, realizada com as palavras

comportamento verbal e linguagem, Andery (2001) identificou os artigos sobre o tema

publicados no JEAB (de 1958 a 1999) e no JABA (de 1968 a 1999). No TAVB, a autora

analisou todos os artigos publicados entre 1982 e 1999.

Os resultados mostraram um número discreto de publicações no JEAB: 72

artigos em mais de 40 anos. No JABA, por outro lado, o número aumenta

consideravelmente: 132 artigos em um período de 30 anos. Ao longo do tempo, a

distribuição de pesquisas sobre comportamento verbal no JEAB foi estável. Em outras

palavras, o tema vem sendo estudado de forma constante desde a sua criação, embora

não seja um dos mais valorizados pela pesquisa básica - ao menos do ponto de vista da

política editorial do JEAB, como ressalta Andery (2001). Em 1982, mesmo com a

criação do TAVB, o número de publicações sobre comportamento verbal no JABA e no

JEAB se manteve regular, sugerindo a necessidade de ampliação do espaço editorial

reservado a publicações sobre o conceito.

Andery (2001) também identificou diferentes alvos de interesse dos analistas do

comportamento. Entre eles, o controle operante do comportamento verbal. Mais


10

frequentes nos primeiros anos de publicação, tais pesquisas tinham por objetivo testar e

verificar o controle operante do comportamento verbal, até então apenas uma

formulação teórica de Skinner. Conforme Andery, outros temas recorrentes na área

foram: (a) aquisição e interação entre operantes verbais, (b) aquisição da linguagem

enquanto repertório mais amplo do que a mera aquisição de operantes verbais (trabalhos

realizados sobretudo com indivíduos com desenvolvimento atípico), (c)

correspondência entre comportamento verbal e não verbal (a partir dos anos 1970), (d)

comportamento governado por regras (a partir dos anos 1980), (e) independência

funcional entre operantes verbais, (f) solução de problemas, (g) questões conceituais

sobre a definição de comportamento verbal e de operantes verbais (pesquisas não

empíricas), (h) questões metodológicas envolvidas na pesquisa do comportamento

verbal (i.e., medidas e procedimentos mais adequados para seu estudo) e (i) revisão e

avaliação dos trabalhos da área.

Apesar de reconhecer avanços significativos desde a proposta inicial de Skinner

sobre o comportamento verbal, Andery (2001) enfatizou que muitas perguntas e

contradições ainda precisavam ser analisadas - o que exigiria a avaliação crítica da

produção teórica e empírica já realizada, bem como o levantamento de problemas de

pesquisa derivados do conhecimento construído até aquele momento.

No Brasil, em 1957, ano em que o livro Verbal Behavior foi publicado, a

Análise do Comportamento ainda não havia se estabelecido enquanto disciplina

lecionada ou praticada. Somente na década de 1960, após a vinda de Fred Keller para o

país, a Análise do Comportamento gradualmente se configura como área de estudo e

pesquisa no Brasil (Matos, 1998). Em 1961, Keller veio ao país para ministrar aulas de

psicologia experimental na Universidade de São Paulo (USP). Três anos depois, ele
11

seria contratado pela Universidade de Brasília (UnB) para trabalhar no departamento de

psicologia da instituição.

Segundo Cruz (2006), depois da chegada de Keller ao país, houve um

crescimento substancial na produção de conhecimento em Análise do Comportamento,

traduzido no aumento de publicações de livros, criação de programas de pós-graduação

e realização periódica de eventos regionais e nacionais (e.g., encontros e congressos).

Com o objetivo de caracterizar a expansão da Análise do Comportamento no

Brasil desde a década de 1960, Micheletto, Guedes, César e Pereira (2010) realizaram

um estudo histórico das publicações desta comunidade. Foram analisados artigos de

diferentes periódicos nacionais de psicologia1, de 1961 a 2007, assim como dissertações

e teses defendidas em programas de pós-graduação brasileiros2, de 1968 a 2007. Como

critério de inclusão, as autoras estabeleceram a presença de conceitos da Análise do

Comportamento nos títulos, palavras-chave ou resumos das publicações citadas. No

total, elas avaliaram 788 dissertações, 217 teses e 566 artigos.

Micheletto et al. (2010) apontaram a criação de diversos programas de pós-

graduação em Análise do Comportamento. O primeiro deles - mestrado em Psicologia

Experimental da USP, fundado em 1971 - foi responsável pela grande maioria das

dissertações e teses defendidas (58 pesquisas) na década de 1970.

Nos próximos 20 anos, foi identificado um crescimento no número de

dissertações e teses, decorrente da abertura de novos programas de pós-graduação em

algumas universidades do país, entre elas UnB (1974), UFSCar (1978) e UFPA (1987).

1
Ciência e Cultura (1961-2007), Modificação do Comportamento (1976), Psicologia (1975-1987),
Cadernos de Análise do Comportamento (1981-1982), Temas em Psicologia (1993-2007), Psicologia:
Teoria e Pesquisa (1985-2007), Psicologia USP (1990-2007), Revista Brasileira de Terapia
Comportamental e Cognitiva (1999-2007) e Revista Brasileira de Análise do Comportamento (2004-
2006).
2
O levantamento de dissertações e teses feito pelas autoras deu origem ao Banco de Dados de
Dissertações e Teses em Análise do Comportamento no Brasil (BDTACB). Este banco foi utilizado como
fonte de dados na presente pesquisa e será melhor descrito na seção Método.
12

Entre os orientadores dos primeiros programas de pós-graduação em Análise do

Comportamento no Brasil, destacaram-se Carolina Bori (responsável por 60% dos

trabalhos avaliados por Micheletto et al. na década de 1970) e Maria Amélia Matos

(responsável por 22% dos trabalhos analisados pelas autoras). Ambas tiveram papel

significativo na formação de novos pesquisadores. Estes, por sua vez, orientaram

trabalhos em novos cursos de pós-graduação3, favorecendo o crescimento acentuado de

dissertações e teses a partir dos anos 1990. As cinco universidades com maior número

de trabalhos publicados foram: USP, PUC-SP, UnB, UFSCar e UFPA.

Até o final de 1990, prevaleceu a produção científica em pesquisa básica. Em

2005, no entanto, o número de pesquisas aplicadas superou o total de pesquisas básicas.

Recentemente, dissertações e teses de natureza histórico-conceitual também começaram

a ser elaboradas, ainda que em menor quantidade do que trabalhos básicos e aplicados

(Micheletto et al., 2010).

As pesquisas básicas destinaram-se principalmente à investigação dos seguintes

conceitos: controle de estímulos, esquemas de reforçamento, controle aversivo e

comportamento verbal. As pesquisas aplicadas, por sua vez, foram realizadas sobretudo

na área de educação. Somente a partir da década de 90, elas foram estendidas às áreas

de saúde, de trabalho e de clínica. Já os trabalhos histórico-conceituais investigaram

especialmente os princípios filosóficos do Behaviorismo Radical, os conceitos e a

aplicação da Análise do Comportamento.

Em relação às publicações em periódicos, Micheletto et al. (2010) sublinharam o

aumento no número de artigos a partir de 1976, ano de criação da primeira revista

3
Universidade de São Paulo – Campus de Ribeirão Preto (USP-RP), Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP), Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUC-Campinas), Universidade Católica de Brasília (UCB), Universidade Católica de Goiás
(UCG), Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Federal do Paraná (UFPR),
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade Estadual de São Paulo (UNESP).
13

brasileira específica em Análise do Comportamento, a Modificação do Comportamento.

Desde então, o surgimento de outros periódicos parece ter fomentado uma prática

sistemática de divulgação de artigos científicos.

Entretanto, a despeito das evidências de expansão da Análise do Comportamento

pelo Brasil, pouco se sabe sobre a maneira como o conceito de comportamento verbal

foi explorado ao longo dos anos nos diferentes centros de pesquisa do país.

A esse respeito, Andery (2001) observou uma tendência importante no Brasil

após o lançamento da primeira versão traduzida para o português do livro Verbal

Behavior, em 1978: “Impulsionado ou não pela versão em português, o fato é que se

identifica no Brasil um sensível interesse por pesquisa sobre o tema” (p. 8).

Para investigar como a comunidade brasileira de analistas do comportamento

tem se dedicado ao estudo do comportamento verbal, Moroz, Rubano, Rodrigues e

Lucci (2001) realizaram um levantamento das publicações nacionais a respeito do

conceito entre 1994 e 1998. Os autores utilizaram como fonte de dados 55 periódicos da

área e os três primeiros volumes da coleção Sobre Comportamento e Cognição,

responsáveis por compilar cinco anos de trabalhos científicos.

Um texto era considerado relativo ao conceito de comportamento verbal se

apresentasse no título pelo menos um dos seguintes termos: comportamento verbal,

relato verbal, pensamento, linguagem, interação verbal, dizer, autoconhecimento,

conhecimento de si, consciência, autodescrição, regras, instrução, resolução de

problemas, comportamentos encobertos, eventos privados, equivalência, nomeação,

assertividade, leitura, escrita, conceito, abstração e raciocínio – além dos diferentes

operantes verbais (e.g., tato).

Enquanto nos periódicos foram identificados 36 artigos sobre o tema, na

coletânea localizaram-se 26 textos, totalizando 62 trabalhos. Após a leitura dos resumos,


14

Moroz et al. (2001) classificaram os textos conforme o objeto de estudo selecionado, a

metodologia adotada e o setting no qual a pesquisa foi realizada.

Os resultados mostraram que 41,9% dos trabalhos identificados pertenciam à

coletânea Sobre Comportamento e Cognição, ao passo que 58,1% estavam distribuídos

em diferentes periódicos, principalmente no Psicologia: Teoria e Pesquisa e no Temas

em Psicologia. Além disso, ênfase maior foi reservada às pesquisas teóricas (61,3%)

ante as empíricas (38,7%).

Moroz et al. (2001) identificaram cinco áreas de concentração dos trabalhos

empíricos: (a) processos básicos (51%), (b) educação (30%), (c) clínica (13%), (d)

desenvolvimento atípico (3%) e (e) saúde (3%). Quanto à metodologia empregada

nesses trabalhos, contatou-se predominância de pesquisas experimentais com

delineamento de sujeito único, tendo como participantes sobretudo estudantes

universitários.

Por outro lado, Moroz et al. (2001) praticamente não encontraram pesquisas

feitas em ambiente natural, atribuindo o fato às dificuldades metodológicas presentes

em contextos extralaboratório (e.g., controle experimental limitado).

Entre os trabalhos teórico-conceituais, 68% priorizaram a análise do

Behaviorismo Radical, buscando discutir e aprimorar os pressupostos filosóficos e as

definições conceituais, assim como suas implicações práticas. A outra parcela dos

trabalhos enfatizou comparações com outras abordagens da psicologia ou de diferentes

áreas do conhecimento, tais como a linguística.

Moroz et al. (2001) também listaram os principais objetos de estudo das

publicações sobre comportamento verbal: (a) eventos privados (30%), (b)

comportamento governado por regras (17%), (c) equivalência de estímulos (14%), (d)
15

resolução de problemas (12%), (e) operantes verbais (11%), (f) modelo explicativo

Skinneriano (11%), (g) relato verbal (3%) e (h) avaliação do repertório verbal (2%).

A maior parte dos trabalhos sobre comportamento governado por regras,

resolução de problemas e operantes verbais correspondia a pesquisas empíricas - 85%,

100% e 75%, respectivamente. Estudos sobre eventos privados foram eminentemente

teóricos (82%). Já pesquisas sobre equivalência de estímulos apresentaram distribuição

equilibrada (46% empíricas; 54% teóricas).

Ao apontar direções para trabalhos futuros, Moroz et al. (2001) sugeriram os

seguintes temas de pesquisa: (a) origem do comportamento verbalmente governado, (b)

relação entre comportamento verbal e não verbal, (c) aquisição e utilização de

vocabulário relativo a sentimentos, (d) análise de práticas verbais associadas a termos

“mentalistas”, (e) comunicação com outras áreas de conhecimento (e.g., neurociência e

informática) e (f) desenvolvimento de metodologias adequadas ao estudo do

comportamento verbal.

Diversos autores (Donahoe, 1998; Drash & Tudor, 1991; Eshleman, 1991;

Leigland, 1998) indicaram dificuldades metodológicas como o principal obstáculo ao

avanço da pesquisa e do estudo experimental sobre o comportamento verbal. Na

avaliação deles, a manipulação de variáveis antecedentes e consequentes – característica

da experimentação – se torna inviável nas complexas circunstâncias geralmente

envolvidas no âmbito do comportamento verbal.

Para Drash e Tudor (1991), por exemplo, as dificuldades metodológicas estão

relacionadas (ao menos em parte) às particularidades da variável dependente proposta

por Skinner em 1957. Entre elas, (a) a ausência de medidas adequadas do

comportamento verbal equivalentes à frequência utilizada na Análise Experimental do

Comportamento, (b) a unidade de análise pouco específica e (c) a falta de acesso às


16

complexas contingências de reforçamento do comportamento verbal. Como se vê,

questões metodológicas costumam preocupar os analistas do comportamento dedicados

a esse campo de pesquisa.

O Problema de Pesquisa

À exceção do estudo de Moroz et al. (2001), não foi encontrado nenhum outro

trabalho que tenha proposto a sistematização das pesquisas sobre comportamento verbal

no Brasil. Esta tarefa é importante não apenas para identificar o conhecimento

produzido e as linhas de pesquisa ou áreas de estudo já consolidadas, mas também para

reconhecer aquelas que ainda precisam ser desenvolvidas – pré-requisito para o

planejamento e a elaboração de um campo de estudo relevante.

De acordo com Micheletto, Andery e Sério (2000), a revisão histórica de

trabalhos de uma determinada área se faz necessária para compreender como ela se

encontra no momento e como deverá ser construída no futuro. Morris, Todd, Bryan,

Schneider e Johnson (1995) também consideram importante a avaliação histórica para

“descobrir uniformidades, ordenar dados confusos e para resolver confusões sobre o

passado e o presente. . . . Apenas através da organização apropriada dos nossos dados

empíricos, nossa efetividade em descrever e prever o comportamento aumentará” (p.

215).

Dessa forma, cabe perguntar: como o conceito de comportamento verbal, tal

qual proposto por Skinner (1957), vem sendo estudado por pesquisadores brasileiros

desde o início da Análise do Comportamento no país?

De acordo com Andery (2010),

Para avaliar se o programa de pesquisas contido em Verbal


17

Behavior teve valor heurístico, é preciso examinar a tradição de


pesquisas que se estabeleceu a partir de sua publicação. . . . Dizer
se o livro, de fato, serviu como a proposição inicial de um
programa de pesquisas sobre comportamento verbal depende,
assim, de que se acompanhe o desenvolvimento da área de
comportamento verbal, como pesquisa básica e aplicada, na
comunidade de Análise do Comportamento. (p. 62)

O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão histórica de

dissertações e teses sobre o conceito de comportamento verbal no Brasil. Para isso, dois

estudos foram conduzidos. No primeiro, analisaram-se aspectos mais gerais dessa área

de pesquisa: (a) autores, (b) orientadores, (c) instituições de ensino superior em que os

trabalhos foram defendidos, (d) tipos de trabalho (i.e., dissertação ou tese), (e) linhas de

pesquisa (i.e., básica, aplicada ou histórico-conceitual), (f) áreas de aplicação (e.g.,

saúde e educação), (g) conceitos da Análise do Comportamento utilizados no estudo do

comportamento verbal e (h) temas de investigação (e.g., solução de problemas). Ao

mesmo tempo, avaliou-se como tais fatores variaram ao longo dos anos.

O segundo estudo investigou a metodologia empregada nas pesquisas

experimentais, analisando os seguintes elementos: (a) tipo de metodologia (i.e.,

experimental ou descritiva), (b) participantes, (c) delineamento experimental (i.e., de

grupo ou sujeito único), (d) unidade de análise e (e) medida do comportamento verbal.

Paralelamente, avaliou-se a adequação dos aspectos metodológicos à luz das

proposições feitas por Skinner no livro Verbal Behavior (1957).

Ainda foram investigadas as publicações (resumos em anais de eventos

científicos, capítulos de livro e artigos) resultantes das dissertações e teses analisadas,

com o objetivo de estimar a divulgação do conhecimento produzido por tais

pesquisadores.
18

MÉTODO

Documentos

Os documentos analisados foram dissertações e teses em Análise do

Comportamento, produzidas no Brasil, sobre o tema comportamento verbal.

Seleção da Fonte

Para localizar os documentos, consultou-se o Banco de Dados de Dissertações e

Teses em Análise do Comportamento no Brasil 1968-2007 (BDTACB) (Micheletto,

Guedes, Pereira & Silva, 2008). Este banco foi elaborado por meio de uma pesquisa

extensa4, composta das seguintes etapas:

1. Levantamento de dissertações e teses nos sites ou bibliotecas das

universidades com cursos de pós-graduação em Análise do Comportamento (i.e., USP

[1971], UnB [1974], UFSCar [1978], UFPA [1987] e PUC-SP [1999]) e de outras

universidades conhecidas por reunir pesquisadores em Análise do Comportamento.

2. Localização no banco de dissertações e teses da CAPES5 dos trabalhos cujos

títulos ou resumos apresentassem termos ou conceitos da Análise do Comportamento.

3. Análise do Currículos Lattes dos orientadores localizados, nos quais foram

identificadas dissertações e teses por eles orientadas não detectadas no levantamento

inicial.

4
Pesquisa realizada ao longo de dois anos pelos alunos e professores do mestrado em Psicologia
Experimental: Análise do Comportamento da PUC-SP, como parte das atividades curriculares da
disciplina Pesquisa Supervisionada: História e Fundamentos Epistemológicos, Metodológicos e
Conceituais da Análise do Comportamento.
5
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
19

4. Análise do Currículo Lattes de todos os orientandos dos primeiros

orientadores, destinada a verificar eventuais trabalhos orientados pelos novos

pesquisadores.

O levantamento completo das dissertações e teses foi realizado por três gerações

de pesquisadores. O BDTACB reúne dados de 789 dissertações e 221 teses. No total,

são 1010 trabalhos. O primeiro deles data de 1968; o último, de 2007.

Entre as informações listadas para cada trabalho, estão: (a) autor, (b) título, (c)

ano da defesa, (d) orientador, (e) instituição de ensino superior, (f) tipo de trabalho (i.e.,

dissertação ou tese) e (g) linha de pesquisa (i.e., básica, aplicada ou histórico-

conceitual). Apenas uma parcela dos estudos apresenta informações sobre (a) filiação

atual do autor, (b) filiação atual do orientador, (c) co-orientador, (d) filiação atual do co-

orientador, (e) curso, (f) palavras-chave e (g) Resumo.

Uma vez que nem todas as dissertações e teses do BDTACB apresentavam o

campo Resumo preenchido, procedeu-se à atualização dessas informações6 antes de se

iniciar a coleta de dados. A princípio, foram identificados os trabalhos em que o campo

Resumo estava incompleto. Em seguida, os dados ausentes foram procurados em meios

eletrônicos (i.e., sites dos programas de pós-graduação, banco de dissertações e teses da

CAPES e arquivos no formato pdf disponibilizados na internet) ou nas bibliotecas da

PUC-SP e da USP. Por fim, acrescentaram-se as informações encontradas ao BDTACB.

Após a atualização do banco de dados, dos 381 trabalhos inicialmente sem

Resumo, 145 ainda permaneceram dessa forma. Para tais pesquisas, apenas o título foi

utilizado na busca das palavras selecionadas para identificar estudos sobre

comportamento verbal, conforme descrito a seguir.

6
A atualização do BDTACB foi realizada pela autora do presente trabalho e por uma pesquisadora
integrante do Laboratório de Estudos Históricos em Análise do Comportamento (LEHAC) da PUC-SP.
20

Seleção dos Documentos: Dissertações e Teses sobre Comportamento Verbal

A seleção do material avaliado baseou-se, em parte, nos critérios propostos por

Andery (2001). A fim de localizar as dissertações e teses brasileiras relacionadas ao

conceito de comportamento verbal, inicialmente foram definidas 15 palavras de busca:

verbal, verbais, verbalizações, linguagem, mando, tato, tacto, ecoico, intraverbal,

transcrição, textual, ditado, cópia, autoclítico e audiência. Para ser incluído na presente

pesquisa, o estudo deveria apresentar pelo menos um dos termos citados no título ou no

Resumo.

Diferentemente da metodologia adotada por Moroz et al. (2001), o presente

trabalho restringiu a seleção de documentos às 15 palavras de busca mencionadas –

visto que a escolha de algumas delas (e.g., verbal e verbais) dispensou o uso de termos

compostos, tais como comportamento verbal e operantes verbais.

Para alguns autores (Hall, 1998; Hall & Chase, 1991; Horne & Lowe, 1997;

Wulfert, Dougher & Greenway, 1991), a definição de linguagem ou de comportamento

verbal deveria envolver o paradigma da equivalência de estímulos. Voltada à análise de

estudos sobre comportamento verbal à luz do Behaviorismo Radical de Skinner, a

presente pesquisa não incluiu entre as palavras de busca termos relacionados à

equivalência de estímulos, pois Skinner não se referiu a esse conceito ao longo de sua

vasta obra.

De modo semelhante, termos relacionados ao conceito de comportamento

governado por regras também não foram incluídos entre as palavras de busca desta

pesquisa. Isso porque adotou-se como referência para a definição de temas ligados ao

conceito de comportamento verbal o livro Verbal Behavior, publicado em 1957,

enquanto a expressão comportamento governado por regras surge pela primeira vez

somente em 1963, em texto de Skinner publicado seis anos após o lançamento de


21

Verbal Behavior (Mendonça, 2010). Outros conceitos tratados pelo autor no âmbito do

comportamento verbal, como solução de problemas (Skinner, 1966/1969), não foram

incluídos entre as palavras de busca por motivos semelhantes.

Registro e Categorização dos Dados

Categorias do Estudo 1.

Após a identificação das dissertações e teses brasileiras sobre comportamento

verbal, um novo banco de dados foi criado com o programa Microsoft Office Excel

2007. Por estarem completos, alguns campos do BDATCB foram copiados diretamente

para a nova planilha. Entre eles:

• Autor do trabalho;

• Título do trabalho;

• Ano da defesa;

• Orientador;

• Instituição de ensino superior;

• Tipo de trabalho (i.e., dissertação ou tese) e

• Linha de pesquisa: pesquisa básica7, pesquisa aplicada8 ou pesquisa histórico-

conceitual9, conforme definidas por Micheletto et al. (2010).

Inspirados nas propostas de categorização de Andery (2001), Moroz et al. (2001)

e Micheletto et al. (2010), outros campos da planilha foram elaborados e preenchidos

7
Trabalhos destinados a investigar experimentalmente conceitos e processos comportamentais básicos,
fundamentados no referencial teórico da Análise do Comportamento.
8
Trabalhos voltados a analisar problemas originados de uma demanda social concreta, cujos resultados
buscam atender às demandas.
9
Trabalhos destinados a avaliar o desenvolvimento histórico e as bases epistemológicas, metodológicas e
conceituais do Behaviorismo Radical e da Análise do Comportamento.
22

pela pesquisadora após a leitura integral dos resumos das dissertações e das teses. Entre

eles:

• Área de aplicação,

• Conceitos da Análise do Comportamento e

• Temas.

A definição de cada campo elaborado pela pesquisadora é apresentada abaixo.

Área de aplicação.

Esta categoria destinou-se apenas às pesquisas aplicadas, pelo fato de elas serem

vinculadas às diversas áreas de atuação do analista do comportamento. Ao definir as

áreas de aplicação, considerou-se o setting em que o estudo foi realizado (e.g., escola e

clínica), os participantes (e.g., professor e aluno, terapeuta e cliente) e os

comportamentos alvo de intervenção ou análise (e.g., habilidades acadêmicas, adesão a

tratamentos médicos). Assim, delimitaram-se as seguintes áreas:

Clínica.

Para ser categorizada nesta área, a pesquisa deveria apresentar no Resumo ao

menos um dos seguintes critérios: (a) clínica psicológica como setting; (b) terapeutas,

supervisores ou clientes como participantes e (c) referências diretas a processos

terapêuticos ou à terapia analítico-comportamental.

Educação.

Para ser categorizada nesta área, a pesquisa deveria apresentar no Resumo ao

menos um dos seguintes critérios: (a) escola ou outras instituições de ensino como

setting, (b) professores, educadores e alunos como participantes e (c) habilidades

acadêmicas (e.g., leitura e escrita) como comportamentos alvo de análise e/ou

intervenção.
23

Saúde.

Para ser categorizada nesta área, a pesquisa deveria apresentar no Resumo ao

menos um dos seguintes critérios: (a) instituições de saúde (e.g., hospitais) como

setting; (b) profissionais da saúde (e.g., médicos e enfermeiros) como participantes e (c)

comportamentos alvo de análise e/ou intervenção relativos à adesão a tratamentos

médicos (e.g., diabetes e hipertensão), hábitos de higiene, entre outros.

Outros.

Foram classificadas nesta área as pesquisas que não se encaixaram nas

categorias anteriores. Devido ao seu número limitado, elas não justificaram a elaboração

de novas categorias. Tratam-se de estudos sobre esporte, mídia, trabalho e treino de

repertórios comportamentais, sem a especificação clara do setting, do profissional

responsável e dos objetivos da intervenção.

Conceitos da Análise do Comportamento.

Esta categoria se aplicou apenas às pesquisas básicas, pelo fato de elas terem

como objetivo o estudo de um conceito ou de um aspecto da teoria. Os trabalhos foram

classificados segundo o principal conceito da Análise do Comportamento avaliado10

(além, obviamente, do conceito de comportamento verbal).

Entre os conceitos investigados, destacaram-se: (a) comportamento governado

por regras (i.e., controle instrucional e regras), (b) contingências de reforçamento (i.e.,

esquemas de reforçamento, reforçamento diferencial, modelagem e extinção), (c)

10
Embora termos relacionados aos conceitos de equivalência de estímulos e comportamento governado
por regras não tenham sido incluídos entre as palavras de busca adotadas nesta pesquisa, uma parte dos
trabalhos selecionados abordou tais conceitos, justificando a criação de categorias capazes de abarcá-los.
Mais considerações sobre essas categorias serão feitas na seção Resultados e Discussão.
24

equivalência de estímulos, (d) controle aversivo (punição e fuga/esquiva), (e) solução de

problema e (f) outro11.

Temas.

Conforme a proposta de categorização de Andery (2001), os trabalhos foram

classificados de acordo com os principais temas de investigação. Estes podem ser

considerados diferentes subprogramas de pesquisa sobre comportamento verbal ou áreas

distintas de interesse sobre o tema (Andery, 2001). Os temas propostos no presente

estudo variaram segundo o tipo de trabalho realizado (i.e., experimental ou descritivo)12.

Entre eles, destacaram-se:

Controle operante do comportamento verbal.

Pesquisas destinadas a verificar os efeitos de manipulações ambientais sobre

respostas verbais (e.g., reforçamento, extinção e variabilidade).

Aquisição e interação entre operantes verbais.

Pesquisas voltadas a estudar (a) a aquisição, a manutenção e a generalização dos

operantes verbais ou (b) a independência funcional entre eles.

Solução de problemas.

Pesquisas destinadas a avaliar a “construção” dos estímulos discriminativos

verbais envolvidos no processo de solução de problemas.

Relações entre comportamento verbal e não verbal.

11
Neste item, incluíram-se os conceitos que, por terem aparecido poucas vezes, não justificaram a criação
de novas categorias. Entre eles, eventos privados, metacontingência, variabilidade, operação motivadora e
autocontrole.
12
Assim como no campo Conceitos da Análise do Comportamento aplicado somente às pesquisas
básicas, uma parte dos trabalhos selecionados envolveu os conceitos de equivalência de estímulos e
comportamento governados por regras, justificando a criação de categorias capazes de abarcá-los. Mais
considerações sobre essas categorias serão feitas na seção Resultados e Discussão.
25

Pesquisas voltadas a analisar (a) a correspondência entre comportamento verbal

e não verbal, (b) os comportamentos governados por regras e (c) o controle do

comportamento verbal sobre o comportamento não verbal correspondente.

Comportamento verbal e noção de subjetividade.

Pesquisas destinadas a investigar o comportamento verbal como forma de acesso

a eventos privados, autoconhecimento e consciência.

Metodologia utilizada no estudo do comportamento verbal.

Pesquisas voltadas a analisar experimentalmente os sistemas de registro, de

categorização e de mensuração do comportamento verbal.

Estudo de relações que emergem sem reforçamento direto.

Pesquisas destinadas a avaliar o comportamento verbal com base no paradigma

da equivalência de estímulos (e.g., leitura com compreensão).

Entre os temas de investigação das pesquisas descritivas, destacaram-se:

Análise teórico-conceitual.

Estudos dedicados a avaliar o desenvolvimento de um conceito ou de um

aspecto da teoria, seja na Análise do Comportamento ou em outra abordagem: (a)

análise intra-abordagem (e.g., análise de conceitos e pressupostos do Behaviorismo

Radical, voltada a sistematizar e refinar sua base conceitual) e (b) análise inter-

abordagem (e.g., comparações entre pressupostos do Behaviorismo Radical e de outras

abordagens ou áreas do conhecimento).

Levantamento de hipóteses funcionais.

Pesquisas voltadas a estabelecer relações de causalidade entre as respostas dos

participantes e os eventos do ambiente, sem manipulação direta de variáveis

experimentais.
26

Análise de conteúdo do relato verbal.

Pesquisas destinadas a analisar as respostas verbais dos participantes, sem

estabelecer qualquer tipo de relação causal entre elas e os eventos ambientais (i.e.,

análise topográfica do comportamento verbal).

Metodologia utilizada no estudo do comportamento verbal.

Revisões de literatura sobre sistemas de registro, unidades de análise, unidades

de medida, categorização e mensuração do comportamento verbal.

O cabeçalho utilizado na planilha do Estudo 1 encontra-se reproduzido abaixo.

Conceitos da
Tipo de Linha de Área de
Autor Título Ano Orientador Instituição Resumo Análise do Temas
trabalho pesquisa aplicação
Comportamento

Categorias do Estudo 2.

Com o objetivo de investigar especificamente a metodologia empregada nas

pesquisas experimentais sobre comportamento verbal, foram elaboradas e avaliadas as

categorias descritas abaixo.

Tipo de Metodologia.

A metodologia adotada pelas pesquisas poderia ser classificada como (a)

experimental - caso envolvesse a manipulação de uma ou mais variáveis independentes

e a observação de seus efeitos sobre uma ou mais variáveis dependentes - ou (b)

descritiva - se indicasse relações entre respostas e eventos ambientais, sem manipular

variáveis experimentais.
27

Participantes.

Os participantes foram classificados de acordo com (a) espécie (humanos ou

infrahumanos), (b) faixa etária (crianças, adolescentes ou adultos) e (c) ocupação

(estudantes, professores, terapeutas, etc.).

Delineamento experimental.

Os delineamentos poderiam ser classificados como (a) de sujeito único (i.e.,

estudos que analisam o comportamento do mesmo sujeito, antes e após a introdução da

variável experimental) ou (b) de grupo (i.e., estudos nos quais diferentes grupos de

participantes são submetidos a condições experimentais distintas e os resultados,

comparados).

Unidade de análise.

Os estudos poderiam ter (a) unidades de análise que envolvem relações

funcionais entre respostas verbais e variáveis ambientais (i.e., especificação da condição

antecedente, da resposta e da condição consequente) ou (b) unidades de análise que

envolvem apenas a topografia/forma da resposta verbal.

Medida utilizada.

As medidas adotadas poderiam ser classificadas como (a) ocorrência/emissão da

resposta verbal, (b) nível de energia da resposta verbal, (c) velocidade, (d) porcentagem,

(e) repetição ou (f) frequência.

O cabeçalho utilizado na planilha do Estudo 2 encontra-se reproduzido abaixo.

Delineamento
Metodologia Participantes Unidade de análise Medida
experimental
28

Publicação de Dissertações e Teses sobre Comportamento Verbal

A localização das publicações decorrentes das dissertações e teses sobre

comportamento verbal foi realizada da seguinte maneira:

1. Procurou-se o Currículo Lattes de todos os autores de trabalhos sobre

comportamento verbal identificados.

2. Em cada currículo localizado, analisou-se a produção bibliográfica do autor.

3. As publicações resultantes das dissertações e teses incluíam: (1) resumos em

anais de congressos, publicados após o ano de defesa da dissertação e/ou da tese,

cujo título indicasse relação entre a publicação e o trabalho de mestrado e/ou de

doutorado; (2) capítulos de livros e (3) artigos completos em periódicos.

Foram registrados (1) o número de publicações por dissertação e/ou tese, (2) os

tipos de publicação (e.g., artigo), (3) o nome do periódico científico (no caso de

artigos), o nome do evento científico (no caso de resumos em anais de congresso) e o

nome do livro (no caso de capítulos de livro).

Concordância entre Juízes

Para as categorias copiadas do BDTACB (i.e., Autor, Título, Ano, Orientador,

Instituição, Tipo de trabalho e Linha de pesquisa), não foi realizada a concordância

entre juízes.

Para as demais categorias elaboradas pela pesquisadora (i.e., Área de aplicação,

Conceitos da Análise do Comportamento, Temas, Metodologia, Participantes,

Delineamento, Unidade de análise e Medida), a concordância entre juízes foi realizada

da seguinte maneira:
29

1. Para cada categoria, selecionaram-se 20% dos trabalhos passíveis de ser

classificados na categoria em questão.

2. A pesquisadora (primeira juíza) classificou os trabalhos segundo as

descrições de cada categoria.

3. Após ter acesso às descrições das categorias, um segundo juíz (pesquisador

com experiência em Análise do Comportamento) classificou os mesmos

trabalhos analisados pela pesquisadora.

4. Quando o acordo entre juízes a respeito da classificação dos trabalhos em

uma determinada categoria era equivalente a 80%, considerava-se

satisfatória a definição/descrição da categoria analisada. A partir daí, os

demais trabalhos eram classificados somente pela pesquisadora.

5. Quando o acordo entre juízes a respeito da classificação dos trabalhos em

uma determinada categoria era inferior a 80%, os juízes discutiam a

definição da categoria em questão e a pesquisadora reformulava a descrição.

Na sequência, uma nova classificação era realizada e avaliada pelos

pesquisadores.

Este processo se estendeu até ser alcançado 80% de concordância entre os juízes

nas diversas categorias adotadas ao analisar as dissertações e teses incluídas na presente

pesquisa.

Critérios para Exclusão de Dissertações e Teses

As palavras de busca adotadas no presente trabalho levaram à seleção de estudos

que apresentavam termos não necessariamente relacionados ao conceito de

comportamento verbal. Por exemplo, o termo textual selecionou pesquisas que

apresentavam no título ou no Resumo a palavra contextual. Da mesma forma, o termo


30

mando selecionou palavras como comando e confirmando. Por esse motivo, após o

levantamento inicial das dissertações e teses sobre comportamento verbal, os trabalhos

selecionados pelas razões descritas acima foram excluídos.

De modo semelhante, excluíram-se estudos selecionados por (a) apresentar no

título ou no Resumo a expressão estudo do comportamento não verbal ou (b) empregar

o termo linguagem ao se referir a eventos não relacionados ao comportamento verbal.

Este processo de exclusão das pesquisas citadas se deu por meio da leitura

integral dos resumos dos trabalhos identificados no levantamento inicial.


31

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Estudo 1

Dos 1010 trabalhos reunidos no BDTACB, 182 deles (141 dissertações e 41

teses) versaram sobre comportamento verbal (as referências completas constam do

Anexo 1). Como mostra a Figura 1, o número de pesquisas variou ao longo dos anos.

UEL

PUC-SP
UFSCar UFPA UCG

UnB

USP

Figura 1. Número acumulado de trabalhos sobre comportamento verbal ao longo


dos anos.13

O primeiro estudo identificado (Engelmann, 1969) foi uma dissertação de

mestrado elaborada na USP, sobre comportamento verbal como objeto de estudo da

psicologia, orientada por Carolina Bori. De 1969 a 1979, a produção de trabalhos sobre

13
A primeira defesa de uma dissertação de mestrado e/ou de uma tese de doutorado só pode ser realizada
dois anos após a criação de um programa de pós-graduação. Na Figura 1, foram destacados os anos em
que provavelmente os primeiros trabalhos foram defendidos em cada universidade citada.
32

o tema foi limitada no Brasil: apenas seis pesquisas, todas orientadas por Carolina Bori,

na USP.

De 1979 ao início da década de 1990, observa-se um pequeno aumento no

número de estudos sobre comportamento verbal. Até 1990, tal crescimento não pode ser

atribuído à criação de novos programas de pós-graduação - uma vez que, dos 28

trabalhos identificados até este ano, apenas dois não foram produzidos na USP. Em vez

disso, o aumento parece relacionado à ampliação do número de orientadores na USP.

Entre eles, Maria Amélia Matos, Rachel Kerbauy e Luis Cláudio Figueiredo.

Outro fator que pode ter contribuído para o crescimento do número de

pesquisas sobre comportamento verbal nessa época foi a tradução do livro Verbal

Behavior para o português, em 1978, iniciativa que aproximou os pesquisadores

brasileiros da nova área de investigação proposta por Skinner.

Durante a década de 1990, a orientação de trabalhos sobre o tema se estendeu a

outras universidades, como a UnB, a UFPA e a UFSCar. Interessante notar que, apesar

de os programas de pós-graduação dessas três universidades terem sido criados na

década de 1970, somente a partir dos anos 1990 elas começaram a produzir estudos

neste novo campo de pesquisa.

Ao final da década de 1990, com a criação de novos cursos de pós-graduação em

Análise do Comportamento (em especial, os cursos da PUC-SP e da UCG), o número

de trabalhos sobre comportamento verbal aumentou significativamente. Micheletto et al.

(2010) também apontaram este fator como um dos responsáveis pelo crescimento

acentuado da produção científica nesta abordagem da psicologia, sobretudo a partir do

ano 2000.
33

Figura 2. Número acumulado de dissertações e teses em Análise do


Comportamento e sobre comportamento verbal ao longo dos anos.

Ao comparar a produção de dissertações e teses sobre comportamento verbal

com o total de trabalhos em Análise do Comportamento reunidos no BDTACB, nota-se

que o número de estudos sobre o tema equivale a apenas 18% do total de pesquisas

compiladas no banco de dados. No entanto, a análise das curvas apresentadas na Figura

2 revela uma tendência de crescimento semelhante entre elas, provavelmente associada

à criação de novos cursos de pós-graduação em Análise do Comportamento.

De acordo com a Figura 2, é possível afirmar também que a produção de

trabalhos sobre comportamento verbal tem aumentado de forma sistemática,

principalmente a partir dos anos 1980, indicando a consolidação deste campo de

pesquisa no país.
34

Tipo de trabalho.

Quanto ao tipo de trabalho elaborado, 77% dos estudos identificados foram

dissertações de mestrado e 23%, teses de doutorado.

Figura 3. Número acumulado de dissertações de mestrado e teses de doutorado


sobre comportamento verbal ao longo dos anos.

A produção de teses sobre comportamento verbal apresentou início tardio, se

comparada à elaboração de dissertações. Somente ao final dos anos 1990, o número de

teses cresceu de maneira expressiva. Talvez isso se deva ao fato de a abertura de cursos

de doutorado geralmente ocorrer após a criação de cursos de mestrado numa dada

instituição. Na USP, por exemplo, a inauguração do mestrado data de 1971, enquanto a

do doutorado, de 1977. De modo semelhante, a abertura do mestrado na UFPA remonta

a 1987, ao passo que a criação do doutorado se deu apenas em 1999.

Além disso, algumas universidades identificadas (e.g., PUC-SP e UCG) não

apresentavam, até o período analisado neste trabalho, cursos de doutorado específicos

em psicologia experimental ou em Análise do Comportamento.


35

Instituição de ensino superior em que o trabalho foi defendido.

Os trabalhos sobre comportamento verbal foram produzidos em nove

instituições de ensino superior. A Tabela 1 indica o número de dissertações e teses por

universidade.

Tabela 1

Número Total de Dissertações e Teses por Instituição de Ensino Superior

Instituição Mestrado Doutorado Total


USP 20 19 39
PUC-SP 33 3 36
UFPA 29 3 32
UnB 21 7 28
UFSCar 15 9 24
UCG 15 0 15
UEL 3 0 3
Mackenzie 3 0 3
UFSC 1 0 1
UNESP – Bauru 1 0 1
Total 141 41 182

A USP foi a universidade com o maior número de trabalhos sobre

comportamento verbal (39), sendo 20 dissertações e 19 teses. Em seguida, apareceu a

PUC-SP, com 36 pesquisas - a maioria delas dissertações de mestrado.14 Vale notar que,

embora o programa de mestrado da PUC-SP tenha sido criado algumas décadas depois

dos programas da USP, da UFPA, da UnB e da UFSCar, a produção científica da PUC-

SP nesta área de pesquisa rapidamente alcançou o patamar das universidades mais

antigas, inclusive ultrapassando a UnB, a UFPA e a UFSCar.

14
O programa de doutorado em psicologia experimental da PUC-SP foi criado em 2008, o que explica o
pequeno número de teses defendidas na instituição (três). Estas foram elaboradas em outros programas de
doutorado da universidade, não representando programas específicos em Análise do Comportamento.
36

A UFPA foi a terceira instituição de ensino superior com o maior número de

trabalhos sobre comportamento verbal (29 dissertações e três teses), seguida pela UnB

(21 dissertações e sete teses), a UFSCar (15 dissertações e nove teses), a UCG (15

dissertações), a UEL e o Mackenzie (três dissertações cada) e, por fim, a UFSC e a

UNESP (uma dissertação cada).

A análise das publicações por instituição, ao longo dos anos, evidencia a

contribuição de cada uma delas à produção total de estudos sobre comportamento

verbal. A Figura 4 apresenta o número acumulado de pesquisas realizadas pelas seis

universidades brasileiras com maior quantidade de trabalhos na área.

PUC-SP
UCG
UFPA

UFSCar
USP

UnB

Figura 4. Número acumulado de trabalhos produzidos pelas seis universidades


brasileiras com maior volume de pesquisas sobre comportamento verbal ao
longo dos anos.

A Figura 4 mostra a USP como a principal instituição responsável pela

elaboração de estudos sobre comportamento verbal até o início da década de 1990.


37

Conforme apontado anteriormente, a UnB, a UFSCar e a UFPA só começaram a

produzir trabalhos sobre o tema alguns anos após a abertura de seus programas de pós-

graduação. O ingresso de orientadores nessas universidades, familiarizados e/ou

interessados na nova área de pesquisa, parece ter incentivado seu crescimento. No caso

da UFPA, por exemplo, destaca-se o papel de Emannuel Tourinho, cuja primeira

orientação data de 1996. Na UFSCar, por sua vez, Júlio de Rose concluiu a primeira

orientação em 1991. Já na UnB, coube a Antônio Ribeiro e a Joséle Abreu Rodrigues

concluirem as primeiras orientações em 1997 e 1998, respectivamente.

Diferentemente das outras universidades, a PUC-SP e a UCG apresentaram um

grande número de dissertações e teses sobre comportamento verbal defendido logo após

a criação de seus programas de pós-graduação, contribuindo decisivamente para ampliar

os estudos na área a partir do ano 2000.

Orientadores.

Para avaliar a expansão do estudo do comportamento verbal no Brasil, assim

como as contribuições de cada universidade a esse campo de pesquisa, foi necessário

investigar como se estabeleceu a formação de pesquisadores na área.

A Figura 5 ilustra as diferentes gerações de orientadores de trabalhos sobre

comportamento verbal. Nela, estão incluídos os nomes dos pesquisadores que

realizaram mestrado ou doutorado na área de comportamento verbal e, posteriormente,

orientaram pelo menos uma dissertação ou tese neste campo.


38

Bori, C. M. Silva, A. M. R.C. (2001 – M – UFSCar)


(USP) Goyos, A. C. N. (1986 - D - USP)
Piccolo, A. A. T. (2004 – D – UFSCar)

1-2-3-4-5-6-7-8-9-10-11- Ribeiro, D. M. (2007 – M – UFSCar)

12-13-14-15-16
Elias, N. C. (2007 – D – UFSCar)

Leme, R. C. (2005 – M – PUC-SP)

Guedes, M. C. Pereira, M. E. M. (1983 – M – USP) Mello, M. E. M. P. (2007 – M – PUC-SP)


(PUC-SP) (1999 – D – PUC-SP)
Zolfan, S. L. (1997 – M – Mackenzie)

Dias, F. C. (2001 – M – Mackenzie)

Hübner, M. M. (1990 – D – USP) Santos, T. C. E. S. (2003 – M – Mackenzie)

Faleiros, T. C. (2007 – M – USP)

Matos, M. A.
(USP) Cavalcante, M. R. (1999 – D – USP) Elias, N.C. (2007 – D – UFSCar)

Albuquerque, N. M. A. (2002 – M – UFPA)


17-18-19-
20-21 Santos, J. G. W. (2002 – M – UFPA)

Paracampo, C. C. P. (1991 – M – UFPA)


(1998 – D – USP) Reis, A. A. (2005 – M –UFPA)

Fontes, J.C.S.
(UFPA) Oliveira, M. S. (1996 – M – UFPA)

Martins, P. S. (1999 – M – UFPA)

22
Souza Filho, R. C. (2001 – M - UFPA)

Medeiros, M. L. A. (2001 – M – UFPA)

Azevedo, Y. L. (2001 – M – UFPA)

Figuereido, L. C. (USP) Tourinho, E. Z. (1994 – D – USP)


Nelson, T. (2001 – M – UFPA)

Maciel, J. M. (2004 – M – UFPA)


23-24
Silva, M. C. O. (2005 – M – UFPA)

Coelho, N. L. (2006 – M – UFPA)

Barbosa, J. C. (2006 – D – UFPA)

Darwich, R. A. (2007 – D – UFPA)


39

Figura 5. Diferentes gerações de orientadores de trabalhos sobre comportamento verbal.


Os retângulos em negrito apresentam os nomes dos orientadores. As setas partem dos
orientadores em direção aos orientandos, indicados nos retângulos sem negrito. Setas
tracejadas representam orientação de dissertação e setas contínuas, orientação de tese.
Os números presentes nos demais retângulos (e.g., 1 e 2) remetem aos orientandos que
não se tornaram orientadores na área de comportamento verbal (a relação completa dos
nomes consta do Anexo 2).

A Figura 5 permite identificar o grupo inicial de pesquisadores responsável pela

formação de orientadores na área de comportamento verbal. Este grupo era composto

por Carolina Bori, Maria do Carmo Guedes, Maria Amélia Matos, José Carlos Fontes e

Luis Cláudio Figuereido.

Carolina Bori orientou 17 trabalhos sobre comportamento verbal. Ainda que de

modo indireto, ela também foi responsável pela formação de outros quatro

pesquisadores (i.e., orientandos de seus orientandos). Maria do Carmo Guedes, por sua

vez, formou um orientador na área de comportamento verbal, colaborando

indiretamente à formação de outros dois pesquisadores neste campo. Já Maria Amélia

Matos orientou nove pesquisadores de forma direta e outros 10 indiretamente. Na

mesma linha, José Carlos Fontes formou dois pesquisadores e contribuiu, de maneira

indireta, à pós-graduação de outros três. Por último, Luís Cláudio Figuereido orientou

três pesquisadores em comportamento verbal e, dessa forma, permitiu a formação de

outros 11.

Dos cinco orientadores pioneiros na área de comportamento verbal, três deles

eram da USP (Carolina Bori, Maria Amélia Matos e Luis Cláudio Figueiredo),

atestando a posição de destaque dessa universidade na formação de novos pesquisadores

sobre o tema. Juntos, os primeiros orientadores da USP neste campo foram responsáveis

indiretamente pela formação de 25 pesquisadores da área.


40

A Figura 6 apresenta os orientadores e os orientandos em cada universidade e

ressalta o intercâmbio de pesquisadores entre as instituições de ensino superior do país.


41

Andery, M.A.P.A. Guedes, M.C.


1-2-3-4-5-6-7-8-9-10 PUC 20.Pereira, M.E.M. Matos, M. A.
169-170-172
UNESP
Banaco, R.A. Luna, S. V. Sério, T.M.A.P. Pereira, M.E.M. 173-174-177
11-12-13-14- 33-34 Cavalcante, M. R.
21-22-23 35-36 125
15-16-17-18-19 175.Pereira, M.E.M.

Micheletto, N. Moroz, M. Tomanari, G. A. Y.


182 176.Cavalcante, M.R.
24-25-26-27 28-29-30-31-32
Bori, C. M. 171. Hübner, M.M.C.
144-145-146-147-148- UFSC
149-150
151-152-153-154-155-156 Hübner, M. M.C. Mackenzie Kubo, O. M.
157-158-159-160 USP 164 72
Hübner, M.M.C.
Gil, M.S.C.A. 144.Goyos, A.C.N. Meyer, S. B. 141-142-143
Souza, D.G. Goyos, A.C.N
82 Figueiredo, L.C.M. 178-179
87-88-89-90- 83-84-85-86 Kerbauy, R. R.
91-92-93-94- 165-166 161-163
95-96 UFSCar 167-168 Silvares, E. F.M.
Botomé, S.P. 162.Tourinho, E.Z. 181
73
De Rose, J.C.C.
75-76-77-78-79 Abib, J.A.D.
80-81 Neves, S. M. M.
74 133-134-135 Todorov, J. C.
140
Britto, I. A G.S.
128-129-130-131 UCG Duarte, Â. M. M.
132 126-127

Ribeiro, A.F. Simonassi, L. E.


106-107-108- 136-137-138-139
Tourinho, E.Z.
109-110-111- Assis, G. J. A.
Cunha, R. N. 61-62-63-64-65
112-113 42-43-44
98-99 66-68-69-70-71
67.Paracampo, C.C.P.
Albuquerque, L. C.
Oliveira, J. C. N. Zannon, C. M. L.C. 40-41
103-104-105 UnB 123 UFPA Paracampo, C.C.P.
124.Ferreira, E. A.P Ferreira, E.A.P. 56-57-58
Rodrigues, J. A. 45 Fontes, J. C. S. Haydu, V. B.
114-115-116-117-
46-47 Souza, C. B. A. UEL 37-38
118-119 Vasconcelos, L.A. Galvão, O.F. 59
120-121-122 48-49-50 Marinho, M. L.
Kato, O. M.
Hanna, Elenice Seixas 39
Berryman, R. N. 51-52-53-54-55 Souza, D.G.
100-101-102
97 60

Figura 6. Orientadores e orientandos sobre comportamento verbal em cada universidade. Intercambio de orientadores entre as instituições de ensino superior. Os nomes destacados em negrito e sublinhados representam os orientadores de cada
instituição. Os nomes grifados na cor cinza se referem aos pesquisadores que concluíram o mestrado ou o doutorado em uma instituição e, em seguida, tornaram-se orientadores na mesma área de pesquisa (i.e., comportamento verbal), migrando
ou não para outra universidade. As flechas indicam onde o pesquisador se formou e em qual instituição se tornou orientador. Os números embaixo dos nomes dos orientadores remetem aos seus orientandos (a relação completa dos nomes consta
do Anexo 3).
42

A Figura 6 confirma a USP como a principal instituição formadora de

pesquisadores na área de comportamento verbal. Ela também pode ser considerada a

maior responsável pela expansão deste campo de pesquisa no país, visto que cinco dos

seis orientadores formados pela USP se transferiram para outras universidades (i.e.,

PUC-SP, UFSCar, UNESP, Mackenzie e UFPA), garantindo a formação de novos

pesquisadores sobre o tema.

A exemplo da UFPA, a PUC-SP formou um orientador que permaneceu na

instituição. Já a UnB formou um pesquisador que se tornou orientador na UFPA. Por

outro lado, a UEL, a UCG e a UFSC não formaram pesquisadores que se tornaram

orientadores em outras instituições, nem receberam orientadores destas.

No total, foram identificados 49 orientadores (a relação completa dos nomes e

do número de orientações por pesquisador consta do Anexo 4), distribuídos pelas

diferentes universidades do país, como indicado na Figura 6. Do total, 10 deles são da

UFPA , oito da PUC-SP, oito da UnB, sete da USP, seis da UFSCar, cinco da UCG,

dois da UEL, um da UFSC, um da UNESP e, por fim, um tanto do Mackenzie como da

USP.

Dos 49 orientadores identificados, 29% orientaram apenas um trabalho, 37%

orientaram de dois a três trabalhos, 18% orientaram de quatro a seis trabalhos e 16%

orientaram sete ou mais trabalhos. Entre eles, destacaram-se Carolina Bori, Deisy das

Graças Sousa, Emmanuel Tourinho, Maria Amália Andery, Roberto Banaco, Maria

Amélia Matos, Antônio Ribeiro e Júlio de Rose. Juntos, eles foram responsáveis pela

orientação de 45% do total de pesquisas brasileiras sobre comportamento verbal.


43

Figura 7. Número de dissertações de mestrado e teses de doutorado orientadas


pelos oito pesquisadores com o maior volume de orientações.

A pesquisadora com o maior número de trabalhos orientados sobre

comportamento verbal foi Carolina Bori, totalizando 17 pesquisas (oito dissertações e

nove teses). Na sequência, aparecem Deisy das Graças de Souza (12 orientações: nove

dissertações e três teses), Emmanuel Tourinho (11 orientações: nove dissertações e duas

teses), Maria Amália Andery (10 dissertações), Roberto Banaco (nove dissertações),

Maria Amélia Matos (nove orientações: duas dissertações e sete teses), Antônio Ribeiro

(oito orientações: seis dissertações e duas teses) e, por fim, Júlio de Rose (sete

orientações: quatro dissertações e três teses).

O número de orientações feitas por cada pesquisador oscilou ao longo dos anos.

A Tabela 2 mostra a quantidade de dissertações e teses orientadas a cada dois anos pelos

oito pesquisadores com maior número de orientações na área de comportamento verbal.


44

Tabela 2
Número de Trabalhos Orientados por Pesquisador ao Longo dos Anos
Bori, Matos, Ribeiro, Souza, De Rose, Tourinho, Andery, Banaco,
C. M. M. A. A. F. D. G. J. C. C. E. Z. M.A.P.A. R. A.

(USP) (USP) (UnB) (UFSCar) (UFSCar) (UFPA) (PUC-SP) (PUC-SP)


1969-1970 X / / / / / / /
1971-1972 X / / / / / / /
1973-1974 X / / / / / /
1975-1976 X / / / / / /
1977-1978 / / /
1979-1980 XXX / / /
1981-1982 XXXX / / /
1983-1984 X / / /
1985-1986 X / / /
1987-1988 XX / /
1989-1990 XXX / /
1991-1992 XX / /
1993-1994 X X X / /
1995-1996 X X X / /
1997-1998 X X X / /
1999-2000 XXX XX XXXX X / /
2001-2002 XX XX XXXX XXX XXXX
2003-2004 X X XXXX XX X X XX
2005-2006 XX XX X XXXX XXXXX XX
2007 X X X

Nota. As barras inclinadas ( / ) indicam os anos em que os programas de pós-graduação


(aos quais os orientadores estavam afiliados) ainda não haviam sido criados. Células em
branco indicam ausência de trabalhos orientados. X = um trabalho orientado; XX = dois
trabalhos orientados; XXX = três trabalhos orientados; XXXX = quatro trabalhos
orientados; XXXXX = cinco trabalhos orientados.

De acordo com a Tabela 2, dos oito pesquisadores listados, apenas Carolina Bori

orientou trabalhos na área de comportamento verbal entre 1969 e 1982. No entanto, é

preciso lembrar que os programas de pós-graduação da UnB e da UFSCar foram criados

apenas em 1974 e 1978, respectivamente. Da mesma forma, os programas da UFPA e

da PUC-SP foram elaborados somente em 1987 e 1999.


45

A partir de 1984, Maria Amélia Matos começou a orientar pesquisas sobre

comportamento verbal. Ao lado de Carolina Bori, ela liderou as orientações nesta área

até 1994, quando dois outros pesquisadores sobressaíram: Deisy das Graças Sousa e

Júlio de Rose, ambos da UFSCar.

Em 1994, após dedicar-se por mais de duas décadas à orientação de trabalhos

sobre comportamento verbal, Carolina Bori interrompe essa atividade. No ano seguinte,

Emmanuel Tourinho estreia no grupo de orientadores sobre o tema.

Ao final da década de 1990, o número de dissertações e teses aumenta

consideralvemente com o ingresso de Antônio Ribeiro na UNB e a ampliação das

orientações conduzidas por Emmanuel Tourinho e Deisy das Graças, além da abertura

do programa de pós-graduação em psicologia experimental da PUC-SP.

A criação do curso de mestrado da PUC-SP contribuiu de maneira decisiva para

alavancar a produção de trabalhos sobre comportamento verbal, já que dois de seus

pesquisadores - Maria Amália Andery e Roberto Banaco - orientaram em um período de

seis anos um número de estudos equivalente ao total de pesquisas realizadas nas duas

primeiras décadas analisadas neste trabalho (1969-1989).

Linha de pesquisa.

Em relação à linha de pesquisa em que os trabalhos foram realizados, constatou-

se que, dos 182 estudos sobre comportamento verbal, 104 eram pesquisas aplicadas

(57%), 63 pesquisas básicas (34%) e 15 pesquisas histórico-conceituais (9%).

A Figura 8 mostra a variação na frequência de trabalhos realizados nas

diferentes linhas de pesquisa ao longo dos anos.


46

Figura 8. Número acumulado de trabalhos nas diferentes linhas de pesquisa por


ano.

Ao contrário da produção total de dissertações e teses em Análise do

Comportamento no Brasil, na qual as pesquisas básicas prevaleceram até o final da

década de 1990 (Micheletto et al., 2010), a maioria dos trabalhos sobre comportamento

verbal consistiu de pesquisas aplicadas, realizadas do início ao fim do período analisado

no presente estudo. A partir do ano 2000, vale acrescentar, trabalhos nas três linhas de

pesquisa aumentaram consideravelmente de frequência, acompanhando o crescimento

geral de estudos sobre comportamento verbal observado a partir dessa data.

Pesquisas aplicadas.

A maioria dos trabalhos aplicados (49%) foi realizada na área de educação,

privilegiando o método experimental (66%). Entre os principais alvos de interesse dos

pesquisadores, destacaram-se: (a) a identificação de variáveis de controle envolvidas na

interação entre professor e aluno (17 pesquisas); (b) os processos comportamentais


47

envolvidos no ensino de leitura e/ou de escrita (14 pesquisas); (c) os processos

comportamentais envolvidos no ensino de leitura com compreensão, com destaque para

o paradigma de equivalência de estímulos (oito pesquisas); (d) os processos

comportamentais envolvidos na aquisição de leitura generalizada (quatro pesquisas); (e)

os processos comportamentais envolvidos no treino de comportamentos matemáticos

(três pesquisas); (f) a identificação de variáveis de controle do comportamento do

professor (duas pesquisas); (g) a correspondência entre comportamento verbal e não

verbal do professor (uma pesquisa) e (h) o desenvolvimento de metodologias de

categorização de respostas verbais de professores e alunos (uma pesquisa).

Um quarto das pesquisas aplicadas (25%) foi conduzido na área clínica.

Diferentemente dos trabalhos no campo da educação, os estudos de natureza clínica

adotaram principalmente o método descritivo (61%). Eles elegeram como os principais

focos de estudo: (a) a identificação de variáveis de controle envolvidas na interação

entre terapeuta e cliente (18 pesquisas), (b) o desenvolvimento de metodologias de

categorização de respostas verbais de terapeutas e clientes (duas pesquisas), (c) o treino

de terapeutas para a prática clínica (duas pesquisas), (d) a orientação de pais voltada ao

manejo de comportamentos “inadequados” dos filhos (duas pesquisas) e (e) a

correspondência entre comportamento verbal e não verbal do cliente (uma pesquisa).

Apenas 10% dos trabalhos aplicados foram realizados na área da saúde. Boa

parte deles empregou o método experimental (70%) e investigou o controle exercido por

regras na (a) adesão a tratamentos médicos (seis pesquisas) e (b) na promoção de

hábitos alimentares e de higiene mais saudáveis (uma pesquisa), bem como (c) as

variáveis envolvidas no controle do comportamento verbal de pacientes internados em

hospitais ou em instituições psiquiátricas (três pesquisas).


48

As demais pesquisas aplicadas (16%) foram conduzidas em diferentes áreas de

aplicação, tais como (a) esporte (um trabalho investigou o controle do comportamento

de atletas por meio de regras), (b) mídia (dois trabalhos analisaram relatos verbais em

meios de comunicação) e (c) treino de habilidades básicas necessárias à comunicação,

como manter contato visual ou falar em direção ao outro (13 pesquisas).

Os resultados corroboram os achados de Moroz et al. (2001). Analisando

periódicos brasileiros, as autoras identificaram a predominância de trabalhos sobre

comportamento verbal no campo da educação (30%), seguidos por estudos nas áreas

clínica (13%) e da saúde (3%).

Pesquisas básicas.

A grande maioria das pesquisas básicas adotou métodos experimentais (88%).

Entre elas, o principal conceito abordado ao estudar o comportamento verbal foi o de

contingências de reforçamento (27%). Este conceito foi empregado, por exemplo, em

trabalhos destinados a avaliar a influência de diferentes esquemas de reforçamento

sobre: (a) o controle operante do comportamento verbal, (b) a promoção de

correspondência entre comportamento verbal e não verbal, (c) a aquisição e a

manutenção de operantes verbais e (d) o estabelecimento de independência funcional

entre respostas verbais de mesma topografia.

Outro conceito recorrente entre as pesquisas básicas foi o de comportamento

governado por regras (24%). Embora excluído das palavras de busca utilizadas no

presente estudo para localizar os trabalhos sobre comportamento verbal, tal conceito foi

identificado em diversas pesquisas selecionadas. Segundo Vaughan (1989), ele pode ser

considerado um complemento ao conceito de comportamento verbal proposto por


49

Skinner em 1957. Vaughan acrescenta ainda que Skinner atribuiu ao comportamento do

falante um tratamento especial no livro Verbal Behavior. Entretanto, ao propor o

conceito de comportamento verbalmente controlado em 1963, Skinner teria privilegiado

o comportamento do ouvinte, permitindo uma análise mais completa do episódio verbal.

Presente em 16% das pesquisas básicas sobre comportamento verbal, o conceito

de equivalência de estímulos e os termos relacionados a ele também foram excluídos

das palavras de busca adotadas no presente trabalho. Contudo, dado o número

significativo de pesquisas que o abordaram, tornou-se evidente a relevância e a inserção

da proposta de Sidman e Tailby (1982) nesta área de pesquisa.

Em menor frequência, outros conceitos também foram mencionados nos

trabalhos aplicados, a saber: controle aversivo, solução de problemas, operação

motivadora, variabilidade, autocontrole, eventos privados e metacontingências.

Pesquisas histórico-conceituais.

Os trabalhos de natureza histórico-conceitual se dedicaram a: (a) investigar

questões teóricas e filosóficas do Behaviorismo Radical (cinco pesquisas), (b) estudar

conceitos da Análise do Comportamento (oito pesquisas) e (c) comparar o

Behaviorismo Radical e/ou a Análise do Comportamento às outras áreas do

conhecimento (duas pesquisas).

O primeiro grupo de trabalhos (i.e., questões teóricas e filosóficas do

Behaviorismo Radical) discutiu as noções de representacionismo, operacionalismo e

pragmatismo envolvidas nesta filosofia da ciência. O segundo grupo (i.e., conceitos da

Análise do Comportamento) abordou questões como subjetividade, criatividade,

pensamento, intencionalidade e noção de significado. Já os trabalhos do terceiro grupo


50

(i.e., comparação entre o Behaviorismo Radical e as demais áreas do conhecimento)

investigaram sobretudo as diferenças e as semelhanças entre a proposta de Skinner para

o estudo do comportamento verbal e a proposta de alguns linguistas, como L.

Bloomfield e M. Bakhtin.

O número relativamente limitado de pesquisas histórico-conceituais sugere que

analistas do comportamento brasileiros ainda não debruçaram sobre a própria produção

científica no campo do comportamento verbal. De acordo com Morris, Todd, Midgley,

Scheneider e Johnson (1985), a condução de trabalhos nesta linha de pesquisa -

responsável por colecionar, organizar e examinar os estudos até então realizados em

uma disciplina - indicaria o crescimento e o amadurecimento da área.

Metodologia.

Das 182 pesquisas sobre comportamento verbal, 64% utilizaram

metodologia experimental e 36%, metodologia descritiva. Os dados se opõem aos

achados de Moroz et al. (2001) e Normand et al. (2002), os quais apontaram a

prevalência de estudos teóricos ao analisarem artigos nacionais e estrangeiros,

respectivamente.

Ao longo dos anos, porém, os trabalhos experimentais nem sempre foram os

mais frequentes.
51

Figura 9. Número acumulado de pesquisas experimentais e descritivas ao longo


dos anos.

De acordo com a Figura 9, os trabalhos descritivos sobressaíram nas três

primeiras décadas analisadas. A partir de 1989, observa-se um aumento sistemático na

produção de pesquisas experimentais, revelando um crescimento abrupto em 2001 e

superando o total de trabalhos descritivos em 2002.

O aumento substancial no número de estudos experimentais a partir de 2001

coincide com a abertura dos programas de pós-graduação da PUC-SP e da UCG,

marcados pela ênfase em pesquisas experimentais, conforme ilustrado na Figura 10.


52

Figura 10. Número de trabalhos experimentais e descritivos por universidade.

A Figura 10 mostra o número de trabalhos experimentais e descritivos

produzidos em cada universidade. A maior parte das instituições analisadas orientou

sobretudo pesquisas experimentais, à exceção da UFSC e da UNESP (ambas com 100%

de trabalhos descritivos), assim como da USP, cuja maioria dos estudos adotou

metodologia descritiva (71%). Como assinalado anteriormente, a USP foi a principal

responsável pela produção de trabalhos sobre comportamento verbal até o final da

década de 1990 - o que explica a prevalência de estudos descritivos nas três primeiras

décadas analisadas na Figura 9.

Temas de investigação.

Os temas propostos no presente estudo variaram segundo o tipo de pesquisa

realizada: experimental ou descritiva.


53

Pesquisas experimentais.

A análise dos dados permitiu identificar os principais temas investigados nas

pesquisas experimentais. No presente trabalho, eles foram agrupados de acordo com as

categorias propostas por Andery (2001).

Tabela 3
Número Total e Porcentagem dos Temas de Investigação das Pesquisas
Experimentais

Temas N %
Equivalência de estímulos 31 27%
Controle operante do comportamento verbal 24 21%
Comportamento governado por regras 18 16%
Correspondência entre comportamento verbal e não verbal 16 14%
Independência funcional entre operantes verbais 9 8%
Aquisição, manutenção e generalização de operantes verbais 7 6%
Comportamento verbal e noção de subjetividade 4 3%
Metodologia utilizada no estudo do comportamento verbal 3 3%
Solução de problemas 2 2%
Controle do comportamento verbal sobre o comportamento não
2
verbal correspondente 2%
Total 116 -

O estudo de relações verbais emergentes, ou paradigma da equivalência, foi o

tema mais investigado pelas pesquisas experimentais (27%). Boa parte dos trabalhos

avaliou os processos envolvidos na aquisição de leitura com compreensão e na

emergência de relações numéricas.

O segundo tema prevalente foi o controle operante do comportamento verbal

(21%). Esses estudos analisaram o modo como processos operantes básicos se aplicam

ao comportamento verbal. Entre outras, destacaram-se as pesquisas voltadas a estudar:

(a) o efeito de diferentes contingências de reforçamento sobre respostas verbais, (b) o

estabelecimento da audiência como estímulo discriminativo e (c) o efeito da punição

sobre o comportamento verbal.


54

Comportamento governado por regras representou o terceiro tema mais

abordado pelas pesquisas experimentais (16%), elegendo como objetivo principal

investigar as diferenças entre o controle estabelecido por contingências de reforço e o

controle exercido por regras e instruções.

Na sequência, figuraram as pesquisas destinadas a avaliar a correspondência

entre comportamento verbal e comportamento não verbal (14%), cuja finalidade

principal era compreender a maneira como tal correspondência se estabelece e

identificar as variáveis ambientais capazes de distorcê-la.

A independência funcional entre operantes verbais, por sua vez, foi o tema

investigado por 8% das pesquisas experimentais. Estes trabalhos abordaram

especialmente a independência entre a aquisição de mandos e de tatos. Um número

menor de estudos (6%) analisou a aquisição e a manutenção de operantes verbais, com

destaque para os processos envolvidos no treino de aquisição e generalização desses

operantes.

Cabe citar, ainda, outros temas identificados: (a) noção de subjetividade (3%),

representada por trabalhos interessados em investigar os processos envolvidos no ensino

de descrição de eventos privados; (b) questões metodológicas (3%), com pesquisas

orientadas a avaliar ou desenvolver procedimentos de categorização e registro de

respostas verbais; (c) solução de problemas (2%) e controle do comportamento verbal

sobre o comportamento não verbal correspondente (2%).

Moroz et al. (2001) identificaram em artigos brasileiros temas de investigação

semelhantes aos encontrados na presente pesquisa. No entanto, a porcentagem dos

temas diferiu entre os estudos. No trabalho de Moroz et al., destacaram-se (a) eventos

privados (30%), (b) comportamento governado por regras (17%), (c) equivalência de
55

estímulos (14%), (d) solução de problemas (12%) e (e) operantes verbais (11%). Tal

discrepância pode ser atribuída tanto à diferença entre a natureza dos trabalhos

analisados (artigos, dissertações e teses) quanto à adoção de metodologias distintas para

localizar os trabalhos sobre comportamento verbal. Nesse sentido, enquanto Moroz et

al. avaliaram textos da coletânea Sobre Comportamento e Cognição e de periódicos

afeitos a artigos das mais diferentes naturezas, as dissertações e teses analisadas neste

estudo priorizaram (como era de se esperar) a formação de pesquisadores.

O interesse dos pesquisadores brasileiros pelos temas identificados também

variou ao longo dos anos. A Tabela 4 mostra o número de pesquisas sobre cada tema de

investigação, apresentado em intervalos de dois anos.


56

Tabela 4

Número de Pesquisas em Cada Tema de Investigação em Intervalos de Dois Anos

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
Controle Cpto. Relações Correspond. Subjetiv. Independ. Aquis. e Controle Solução
operante governado emergentes entre funcional manut. de do CV de
do CV por regras entre estímulos CV e CNV entre OV OV sobre o problemas
CNV
corresp.

1969-1970
1971-1972 X
1973-1974
1975-1976
1977-1978
1979-1980 X
1981-1982 X X
1983-1984
1985-1986
1987-1988 X
1989-1990 X
1991-1992 X X
1993-1994 X X
1995-1996 XX X
1997-1998 X X XX XX X
1999-2000 X XXX XX X
2001-2002 XXX XXXX XXXXX XXXX XX XX X X
2003-2004 XXXX XXXXXXX XXXXXXXXX XXX XXX XX X
2005-2006 XXXXXX XXXX XXXX XX X XX XXX X
2007 XXXX X XXXXX XX X

Nota. 1 = controle operante do comportamento verbal; 2 = comportamento governado


por regras; 3 = relações emergentes entre estímulos; 4 = correspondência entre
comportamento verbal e não verbal; 5 = subjetividade; 6 = independência funcional
entre operantes verbais; 7 = aquisição e manutenção de operantes verbais; 8 = controle
do comportamento verbal sobre o comportamento não verbal correspondente; 9 =
solução de problemas. Células em branco indicam ausência de trabalhos orientados.
Cada X corresponde a um trabalho orientado. Dessa forma, por exemplo, a notação XX
equivale a dois trabalhos orientados e assim sucessivamente.

O controle operante do comportamento verbal foi o primeiro tema investigado

pelos pesquisadores brasileiros. Até 1998, tais trabalhos foram elaborados


57

principalmente na USP. A partir de 2000, o estudo do tema se estendeu a outras

instituições (e.g., UFPA, UFSCar, Mackenzie, PUC-SP, UnB e UCG), elevando o

número de pesquisas da área.

Em revisão de artigos estrangeiros sobre comportamento verbal, Andery (2001)

aponta que o primeiro tema investigado foi o controle operante do comportamento

verbal. Segundo a autora, os trabalhos iniciais tiveram por objetivo demonstrar

empiricamente a proposição teórica de que o comportamento verbal é comportamento

operante e, como tal, está sujeito às mesmas leis que regem qualquer comportamento

desse tipo. Em conformidade com os dados de Andery (2001), as primeiras pesquisas

brasileiras investigaram sobretudo os processos operantes básicos envolvidos no

controle do comportamento verbal - entre eles, esquemas de reforçamento, punição e

controle de estímulos.

No Brasil, a pesquisa inaugural sobre comportamento governado por regras data

de 1982. Curiosamente, o primeiro texto sobre o conceito (Skinner, 1963/1969) fora

traduzido para o português em 1980. Aqui, entretanto, o tema se tornou alvo de

investigação sistemática somente a partir de 2001.

Estudos nacionais sobre equivalência de estímulos apresentaram início mais

tardio, em 1990, aumentando de frequência a partir de 2001. Ao que tudo indica, esse

crescimento resultou das orientações conduzidas por Deisy das Graças, Júlio de Rose e

Celso Goyos, na UFSCar, e por Olivia Kato, na UFPA.

De novo, vale fazer uma ressalva: o presente trabalho não teve por objetivo

analisar de forma específica os campos de pesquisa sobre comportamento governado

por regras e equivalência de estímulos. Contudo, embora a busca de estudos sobre


58

comportamento verbal não tenha visado à identificação de trabalhos a respeito desses

conceitos, estes foram detectados na amostra final. Ainda assim, os resultados aqui

descritos não devem ser considerados representativos dos campos de pesquisa sobre

comportamento governado por regras e equivalência de estímulos, mas apenas como

indícios de que seu estudo relaciona-se intimamente com a área de investigação do

comportamento verbal.

Como indica a Tabela 4, trabalhos sobre correspondência entre comportamento

verbal e comportamento não verbal foram conduzidos somente a partir de 1994,

consolidando-se como área de pesquisa após o ano de 1998. Por outro lado, raras foram

as pesquisas a respeito da noção de subjetividade, durante todo o período analisado.

Ao final da década de 1990, estudos sobre independência funcional entre

operantes verbais e aquisição e manutenção de operantes verbais também começaram a

ser realizados. Já trabalhos focados no controle do comportamento verbal sobre o não

verbal correspondente e na solução de problemas foram conduzidos a partir do ano

2000.

Os temas de investigação identificados receberam um tratamento particular em

cada universidade. A Figura 11 mostra o número de trabalhos desenvolvidos pelas seis

instituições de ensino superior brasileiras com maior número de pesquisas sobre

comportamento verbal nos diferentes temas de investigação.


59

Figura 11. Número de trabalhos realizados por universidade nos diferentes


temas de investigação.

Estudos sobre equivalência de estímulos foram realizados sobretudo na UFSCar

(13) e na UFPA (10). O controle operante do comportamento verbal e a correspondência

entre comportamento verbal e não verbal sobressaíram nos trabalhos defendidos na

PUC-SP (8 e 8, respectivamente). De modo semelhante, a independência funcional entre

operantes verbais e o comportamento governado por regras destacaram-se nas pesquisas

elaboradas na UnB (7 e 6, respectivamente).

Em menor número, a aquisição e interação entre operantes verbais foi

investigada na UFSCar (3), na UCG (2), na UnB (1) e PUC-SP (1). Das seis

universidades analisadas, vale notar, apenas a UCG (3) e a USP (1) estudaram a noção

de subjetividade. Da mesma forma, somente a PUC-SP (2) e a UFPA (1) debruçaram


60

sobre a avaliação da metodologia utilizada no estudo do comportamento verbal. Além

disso, enquanto a UFPA foi a única instituição voltada ao tema resolução de problemas,

a USP mostrou exclusividade ao investigar o controle do comportamento verbal sobre o

comportamento não verbal correspondente.

A análise da Figura 11 revela que a maioria das universidades brasileiras dedica-

se ao estudo dos diferentes temas de investigação citados, ainda que alguns deles

prevaleçam sobre outros. Algumas instituições, no entanto, privilegiam um tema

específico (e.g., UFSCar e equivalência de estímulos).

Pesquisas descritivas.

Foram identificados quatro temas de investigação nas pesquisas descritivas. A

Tabela 5 apresenta o número e a porcentagem de trabalhos em cada tema.

Tabela 5
Número Total e Porcentagem dos Temas de Investigação das Pesquisas Descritivas

Temas das pesquisas descritivas N %


Hipótese funcional 40 61%
Análise teórico-conceitual 13 20%
Metodologia utilizada no estudo do comportamento verbal 9 14%
Análise de conteúdo 4 6%
Total 66 -

A maior parte das pesquisas descritivas (61%) buscou elaborar hipóteses

funcionais sobre variáveis de controle possivelmente envolvidas no comportamento

verbal. Por exemplo, a observação de sessões terapêuticas permitiu descrever relações

de controle entre as respostas verbais do terapeuta e as respostas verbais e não verbais

do cliente. De maneira semelhante, alguns estudos avaliaram a interação verbal entre

professores e alunos no contexto escolar.


61

Análises teórico-conceituais foram realizadas em 20% das pesquisas descritivas.

Destas, 77% analisaram a evolução de conceitos do Behaviorismo Radical, com a

finalidade de sistematizar e aprimorar a base conceitual da Análise do Comportamento.

Os demais trabalhos (23%) estabeleceram comparações (i.e., aproximações ou

contraposições) com os pressupostos de outras abordagens ou áreas do conhecimento,

relacionadas principalmente às formulações tradicionais sobre a linguagem. Moroz et al.

(2001) também indicaram a predominância de estudos teórico-conceituais voltados a

discutir os pressupostos filosóficos da Análise do Comportamento (68%). No trabalho

realizado pelos autores, uma porcentagem menor de estudos (32%) também realizou

comparações com outras abordagens ou áreas do conhecimento.

Trabalhos destinados a avaliar a metodologia adotada no estudo do

comportamento verbal responderam por 14% do total de pesquisas descritivas. Entre

elas, destacaram-se os estudos orientados à análise de procedimentos de categorização e

registro de respostas verbais. Uma parcela menor dos trabalhos descritivos (6%)

investigou ainda o conteúdo do comportamento verbal, baseando-se na topografia de

respostas verbais.

O número de pesquisas descritivas sobre cada tema de investigação variou ao

longo dos anos. A Tabela 6 mostra o número de trabalhos por tema de investigação a

cada dois anos.


62

Tabela 6

Número de Trabalhos por Tema de Investigação a Cada Dois Anos

Análise de Análise teórico-


Método Hipóteses funcionais
conteúdo conceitual

1969-1970 X
1971-1972 X
1973-1974 X
1975-1976 X
1977-1978
1979-1980 XX
1981-1982 X XX
1983-1984 X X
1985-1986
1987-1988 XXX
1989-1990 XXXX
1991-1992 X X
1993-1994 X X
1995-1996 X X
1997-1998 X X
1999-2000 XXX X XXX
2001-2002 X XXXXXXXXXXXX XXX
2003-2004 XXX X X
2005-2006 XXXXXX XX
2007 XX XX
Nota. Células em branco indicam a ausência de trabalhos sobre o tema. Cada X
corresponde a um trabalho sobre o tema. Dessa forma, por exemplo, a notação XX
equivale a dois trabalhos sobre o tema em questão e assim sucessivamente.

Conforme registrado na Tabela 6, as primeiras pesquisas descritivas sobre

comportamento verbal avaliaram a metodologia empregada no estudo desse conceito.

Apesar de o livro Verbal Behavior não apresentar descrições de experimentos

nem propor diretamente um programa de pesquisa para o estudo do comportamento


63

verbal, a obra discorre sobre aspectos metodológicos provavelmente envolvidos nesse

campo de investigação, como unidades de análise, medidas e manipulação de variáveis.

Não por acaso, após a publicação do livro, analistas do comportamento se ocuparam em

investigar e elaborar as questões metodológicas citadas.

Durante o período analisado neste estudo, pesquisas descritivas voltadas à

elaboração e à análise de hipóteses funcionais prevaleceram sobre os demais temas. Já

os estudos dedicados à avaliação de conteúdo do comportamento verbal, iniciados a

partir de 1983, apresentaram produção limitada. Este dado condiz com a proposta de

Skinner para a compreensão comportamento verbal, segundo a qual o estudo deste

conceito deve ser realizado por meio da identificação de relações funcionais entre

respostas verbais e estímulos ambientais.

Cabe assinalar, por fim, o início e a consolidação da produção de pesquisas

teórico-conceituais a partir do ano de 1992.


64

Figura 12. Número de trabalhos realizados por universidade nos diferentes temas de
investigação.

A Figura 12 apresenta a USP como a maior produtora de estudos sobre hipóteses

funcionais (17), seguida pela UFPA (7) e pela PUC-SP (5). Análises teórico-conceituais

distribuíram-se de forma equilibrada entre a UFPA (4), a USP (3) e a UFSCar (3). Já

análises de conteúdo limitaram-se à USP (2), à PUC-SP (1) e à UFSCar (1). A USP

despontou ainda na produção de trabalhos descritivos sobre aspectos metodológicos

envolvidos no estudo do comportamento verbal (6).

Publicação de dissertações e teses sobre comportamento verbal.

A análise do Currículo Lattes dos pesquisadores sobre comportamento verbal

permitiu identificar quais dissertações e teses brasileiras foram publicadas. Os meios de

publicação considerados foram (1) resumos em anais de eventos científicos, (2) artigos

de periódicos científicos e (3) capítulos de livros.


65

Dos 182 autores dos trabalhos analisados nesta pesquisa, localizou-se o

Currículo Lattes de 138 deles. Destes, 70 (51%) publicaram as dissertações ou teses em

pelos menos um dos meios citados anteriormente (e.g., artigos em periódicos

científicos). Trinta e sete pesquisadores publicaram os estudos apenas na forma de

Resumo em anais de eventos, 15 somente como artigo e três exclusivamente como

capítulo de livro. Alguns autores divulgaram os trabalhos em mais de um meio: oito

deles em resumos e artigos, seis em resumos e capítulos de livro e um deles em artigo e

capítulo de livro. No total, foram identificados 50 resumos em anais de eventos

científicos, 24 artigos e 13 capítulos de livros.

A análise de publicações derivadas de dissertações e teses sobre comportamento

verbal é relevante, pois indica o impacto do conhecimento produzido nestas pesquisas

sobre a comunidade de analistas do comportamento e de pesquisadores de outras

abordagens.

Uma vez que apenas metade (51%) dos pesquisadores da área publicou seus

trabalhos, o acesso aos demais estudos restringe-se aos exemplares presentes nas

bibliotecas das universidades ou às versões eletrônicas disponibilizadas nos sites das

instituições. Neste último caso, porém, somente um número limitado de universidades

permite acesso ao trabalho integral. Isso dificulta o intercâmbio de conhecimento entre

as diferentes regiões do país. Afinal, para obter a íntegra de uma dissertação da UFPA,

por exemplo, um pesquisador de São Paulo teria de se deslocar até o Pará. Daí a

importância de pesquisadores sobre comportamento verbal (ou sobre qualquer outro

tema) ampliarem as publicações de dissertações e teses.

Dos 50 resumos analisados na presente pesquisa, 14 deles foram publicados no

encontro anual da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental


66

(ABPMC), nove na Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, três na

Semana Científica do Laboratório de Psicologia Experimental da UFPA, três na

Reunião Anual de Psicologia e dois no Encontro de Pesquisa em Educação da Região

Sudeste.

Cada um dos demais eventos científicos identificados teve apenas um resumo

publicado. Entre eles: Ciclo de Estudos sobre Deficiência Mental, Congresso Brasileiro

de Educação Especial, Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial,

Congresso de Iniciação Científica da UnB, Congresso de Iniciação Científica da

UNESP, Congresso de Pós-Graduação da UFSCar, Congreso Interamericano de

Psicología, Congresso Latinoamericano de Psicología de La Salud, Congresso Nacional

de Psicologia Escolar e Educacional, Congresso UniCEUB de Ciências da Saúde,

Cuarto Congreso Internacional sobre Conductismo y Ciencias de la Conducta, Encontro

Anual da Association of Behavior Analysis (ABA), Encontro Internacional de

Audiologia, Internacional Conference on Engineering Education, Jornada de Produção

Científica das Universidades Católicas do Centro-Oeste, Semana Científica do

Laboratório de Psicologia da UFPA, Seminário de Pesquisa em Educação da Região

Sul, Seminários em Educação Especial e Simpósio Internacional de Ciências do

Esporte.

Os dados atestam a diversidade de eventos científicos nos quais trabalhos sobre

comportamento verbal foram publicados. Dos 50 resumos, apenas 19 foram

apresentados em encontros específicos da Análise do Comportamento (e.g., ABPMC e

ABA). Os outros resumos foram expostos tanto em eventos da psicologia quanto de

outras áreas do conhecimento (e.g., educação e ciências da saúde), sinal de diálogo dos

analistas do comportamento com outros campos da ciência – o que contribui para a


67

divulgação da Análise do Comportamento e, em particular, da concepção behaviorista

radical sobre o fenômeno da linguagem.

A maioria das publicações em capítulos de livros foi realizada na coleção Sobre

Comportamento e Cognição, isto é, seis capítulos dos 13 localizados. As outras

publicações desse tipo se distribuíram pelos seguintes livros, cada qual com apenas uma

publicação: Análise do Comportamento: Teorias e Práticas; Perspectivas

Multidisciplinares em Educação Especial; Psicologia Comportamental Aplicada:

Avaliações e Intervenções nas Áreas do Esporte, Clínica, Saúde e Educação;

Disciplinas Matemáticas em Cursos Superiores: Reflexões, Relatos e Propostas; Temas

em Educação Especial: Avanços Recentes; Tendências e Desafios da Educação

Especial e Uma Tentativa de Classificação de Relatos Verbais de Estados Subjetivos.

Entre os periódicos nos quais foram publicados artigos derivados de dissertações

e teses sobre comportamento verbal, cabe mencionar: Psicologia: Teoria e Pesquisa

(sete artigos), Revista Brasileira de Análise do Comportamento (cinco artigos), Revista

Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva (três artigos), Estudos de Psicologia

(um artigo), Interação em Psicologia (um artigo), Reflexão e Crítica (um artigo), Sensu

Pós-Graduação em Revista (um artigo), Temas em Psicologia (um artigo), Vida e Saúde

(um artigo), Acta Comportamentalia (um artigo), Journal of the Experimental Analysis

of Behavior (um artigo) e The Psychological Record (um artigo).

Diferentemente dos resumos publicados em eventos científicos, artigos e

capítulos de livro resultantes de dissertações e teses sobre comportamento verbal foram

publicados sobretudo em veículos da Análise do Comportamento (i.e., 10 periódicos da

abordagem dos 24 identificados e oito livros da abordagem dos 13 levantados). Os

demais periódicos e livros não relacionados à Análise do Comportamento foram, em


68

grande parte, da área da psicologia. Portanto, não pôde ser constatada a interação com

outras áreas do conhecimento, como observado nos resumos publicados em eventos

científicos. Isso se deve, provavelmente, às dificuldades enfrentadas por analistas do

comportamento em terem seus trabalhos aceitos para publicação pelo corpo editorial de

periódicos e livros que não estão vinculados à Análise do Comportamento e tampouco à

área da psicologia.

Ainda é importante considerar os limites do material analisado (i.e., Currículo

Lattes dos autores de dissertações e teses sobre comportamento verbal) e suas

implicações na análise dos dados aqui apresentados. Não são todos os pesquisadores

que possuem Currículo Lattes ou que o atualizam periodicamente. Dessa forma, o

número de publicações decorrentes de dissertações e teses pode ser ainda maior do que

o constatado no presente trabalho.

Estudo 2

O Estudo 2 teve como objetivo analisar aspectos metodológicos das pesquisas

experimentais sobre comportamento verbal. Dos 116 estudos experimentais

identificados, 114 deles utilizaram sujeitos humanos e apenas dois, sujeitos infra-

humanos (trabalhos dedicados a investigar o estabelecimento de equivalência de

estímulos com macacos).

Dos participantes humanos, 54% foram crianças; 28% adultos; 3% adolescentes

e crianças; 2% adultos e crianças; 1% adolescentes, adultos e crianças; 1% somente

adolescentes. Treze trabalhos não especificaram nos resumos a faixa etária dos

participantes. A preferência por crianças parece relacionada ao fato de que esta

população apresenta um repertório verbal menos desenvolvido (i.e., menos complexo),


69

se comparada aos adultos. Tal condição facilita verificar eventuais mudanças no

responder verbal do participante, decorrentes da intervenção. Em outras palavras,

aumenta o controle experimental.

Dos participantes adultos, 12% foram universitários, 6% estudantes (não se

especificou o nível de ensino) e 2% clientes de terapia analítico-comportamental. Ainda

foram identificadas as seguintes ocupações: professores, terapeutas e nutricionistas. Os

dados confirmam os achados de Normand et al. (2002) e Moroz et al. (2001), que

apontaram estudantes universitários como os principais participantes de pesquisas na

área de comportamento verbal. Aliás, isso é comum entre as pesquisas experimentais

em geral, visto que universitários são participantes facilmente recrutados no ambiente

acadêmico.

Quanto ao delineamento experimental utilizado, 113 pesquisas adotaram o

delineamento de sujeito único e apenas uma pesquisa o delineamento de grupo. Duas

pesquisas não informaram nos resumos o tipo de delineamento empregado. A

predominância de trabalhos com delineamento de sujeito único também foi apontada

por Moroz et al. (2001), em revisão de artigos brasileiros sobre comportamento verbal.

Das 116 pesquisas experimentais analisadas, apenas 62 delas (53%) indicaram

de forma clara nos resumos a unidade de análise selecionada. Destas, 85% investigaram

relações entre respostas de um organismo e estímulos ambientais (i.e., unidade de

análise funcional). Os demais trabalhos (15%) avaliaram a forma da resposta verbal

(i.e., unidade de análise topográfica).

Embora Skinner (1957) tenha proposto os diferentes operantes verbais como

forma de categorizar contingências verbais, somente uma pequena parcela das pesquisas
70

experimentais os adotou como unidades de análise (16 estudos dos 116 identificados).

Algumas hipóteses podem ser levantadas para explicar essa tendência.

Classificar comportamentos verbais em operantes verbais exige a identificação

das variáveis antecedentes que controlam o responder. Identificar tais variáveis, porém,

não é uma tarefa fácil - pois requer o conhecimento da história responsável por conferir

função discriminativa a um dado estímulo ou por estabelecer uma determinada condição

como motivadora. Assim, utilizar operantes verbais como unidade de análise do

comportamento implica a grande dificuldade em classificar de modo fidedigno uma

contingência verbal (pelo menos até onde a metodologia da área pôde avançar até hoje),

elevando a margem de erro.

Alguns autores (Donahoe, 1998; Drash & Tudor, 1991; Eshleman, 1991;

Leigland, 1998) atribuem o pequeno número de trabalhos que utilizam operantes verbais

como unidade de análise justamente às dificuldades mencionadas. Ao mesmo tempo, é

razoável supor que o interesse de analistas do comportamento está voltado para outros

aspectos do comportamento verbal, que não a sua categorização, considerando que o

próprio Skinner (1957) ressaltou que a categorização de contingências verbais em

operantes verbais não deveria ser um fim em si mesma.

O material analisado no presente estudo (i.e., resumos de dissertações e teses)

não permitiu identificar o procedimento utilizado pelas pesquisas na categorização de

contingências em operantes verbais. Por esse motivo, sugere-se que trabalhos futuros

investiguem como, de fato, as contingências verbais vêm sendo categorizadas, bem

como as dificuldades enfrentadas pelos pesquisadores nesta tarefa, esclarecendo

eventuais limitações em termos da precisão e da fidedignidade dos dados apresentados.


71

Apenas 26 estudos (22%) especificaram nos resumos a medida do

comportamento verbal empregada. Destes, 14 utilizaram frequência de respostas, sete

adotaram porcentagem de respostas, quatro ocorrência de respostas e um taxa de

respostas. Dado o número restrito de trabalhos que apresentaram tal informação,

afirmações a respeito desse aspecto metodológico podem ser pouco representativas.

Ainda assim, é interessante notar que a frequência continuou sendo a medida

preferencial dos trabalhos experimentais, a despeito da ressalva de Skinner (1957) de

que ela não seria o parâmetro mais adequado para o estudo do comportamento verbal.

De modo geral, a análise dos dados evidencia que pesquisas sobre

comportamento verbal realizadas no Brasil adotam a metodologia proposta pela Análise

do Comportamento, marcada por (a) experimentação, (b) delineamento de sujeito único

e (c) unidade funcional de análise.

Cabe reconhecer, ainda, que o pequeno número de trabalhos que informaram nos

resumos a unidade de análise e a medida do comportamento verbal utilizadas diminui a

representatividade dos resultados descritos. Dessa forma, propõe-se que pesquisas

futuras analisem de maneira mais completa esses aspectos, selecionando como material

de análise a íntegra de dissertações e teses sobre comportamento verbal.


72

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alguns autores da Análise do Comportamento (Donahoe, 1998; Drash & Tudor,

1991; Leigland, 1998) têm afirmado que a proposta de Skinner (1957) para o estudo do

comportamento verbal não gerou um campo de pesquisa expressivo. Os resultados do

presente trabalho, porém, apontam que o estudo do comportamento verbal no Brasil, de

acordo com a proposta conceitual de Skinner, estabeleceu-se como programa de

pesquisa e cresceu ao longo dos anos, acompanhando a expansão da Análise do

Comportamento pelo país.

Diversas universidades brasileiras têm se ocupado em conduzir pesquisas nesta

área. A USP foi a instituição que produziu o maior número de trabalhos sobre

comportamento verbal, podendo ser considerada a principal responsável pela expansão

deste campo de pesquisa no país, ao destacar-se na formação e “exportação” de

orientadores sobre o tema para outras instituições de ensino superior. Outros

importantes centros de pesquisa identificados foram: UnB, UFSCar, UFPA, PUC-SP,

UCG e UEL.

Figura central tanto na implantação quanto na condução do estudo do

comportamento verbal no Brasil, Carolina Bori foi a primeira pesquisadora a orientar

um trabalho sobre o tema no país, desempenhando essa função com exclusividade por

13 anos (1969-1982). Outros pesquisadores que merecem destaque pelo grande número

de trabalhos orientados neste campo de pesquisa são: Deisy das Graças Sousa,

Emmanuel Tourinho, Maria Amália Andery, Roberto Banaco, Maria Amélia Matos,

Antônio Ribeiro e Júlio de Rose.


73

A produção de trabalhos sobre comportamento verbal no país é composta

principalmente por dissertações de mestrado conduzidas na linha de pesquisa aplicada.

Pôde-se identificar uma grande variedade de temas investigados nas diferentes

universidades. Os temas mais frequentes foram: controle operante do comportamento

verbal, comportamento governado por regras, equivalência de estímulos,

correspondência entre comportamento verbal e comportamento não verbal e, por fim,

elaboração de hipóteses funcionais a respeito das possíveis variáveis de controle

envolvidas no comportamento verbal.

Como já discutido anteriormente, o presente trabalho não teve por objetivo

caracterizar os campos de pesquisa de equivalência de estímulos e de comportamento

governado por regras, já que ambos não foram abordados por Skinner no livro Verbal

Behavior (1957). No entanto, o grande número de dissertações e teses sobre esses temas

evidencia uma relação estreita entre eles e o estudo do comportamento verbal. Por esse

motivo, sugere-se que trabalhos futuros investiguem de forma mais cuidadosa aspectos

específicos dessas três áreas de pesquisa e analisem criteriosamente a forma como elas

interagem.

De maneira geral, constatou-se que dissertações e teses brasileiras sobre

comportamento verbal têm seguido o modelo de metodologia proposto pela Análise do

Comportamento, composto por experimentação, delineamento de sujeito único e

unidade de análise funcional.

Algumas ressalvas, porém, devem ser feitas em relação a aspectos metodológicos

envolvidos no estudo do comportamento verbal. A primeira delas refere-se à utilização

das categorias propostas por Skinner (1957) para a classificação de contingências

verbais: os operantes verbais.


74

Para uma contingência verbal ser categorizada como um operante verbal, é

preciso identificar a condição antecedente à resposta analisada, pois o que difere um

operante verbal de outro são os possíveis tipos de condições antecedentes envolvidos na

contingência verbal. Por exemplo, no operante verbal tato, a condição antecedente

relevante na determinação da forma da resposta verbal é um estímulo discriminativo. Já

no operante verbal mando, a condição antecedente relevante é um estado específico de

privação ou estimulação aversiva.

Entretanto, identificar uma condição antecedente como estímulo discriminativo ou

como operação motivadora depende do acesso do pesquisador à história que conferiu a

um dado estímulo função discriminativa ou que estabeleceu uma determinada condição

como motivadora, visto que nos dois casos o efeito sobre a resposta pode ser igual (i.e.,

evocativo).

Dado que o acesso à história comportamental nem sempre é possível, sobretudo

fora do laboratório experimental (onde novas respostas e histórias podem ser criadas),

questiona-se como pesquisadores têm trabalhado com a categorização de contingências

verbais em operantes verbais. Por ter analisado apenas os resumos de dissertações e

teses, o presente trabalho não teve acesso a descrições mais detalhadas sobre os

procedimentos utilizados pelos pesquisadores, o que justifica a condução de novos

estudos para investigar tal questão.

A segunda ressalva a ser feita refere-se à medida empregada no estudo do

comportamento verbal. Neste campo específico, Skinner (1957) apontou alguns

problemas na utilização da frequência, a medida tradicionalmente adotada pela Análise

do Comportamento. Contudo, a presente pesquisa constatou que a frequência permanece

a medida mais empregada pelos trabalhos experimentais no estudo do comportamento


75

verbal. Mais uma vez, as limitações do material utilizado para análise (i.e., resumos de

dissertações e teses) impediram verificar essa questão de maneira mais precisa.

Considerando que as unidades de análise e medida delimitam o objeto de estudo e

determinam o tipo de conhecimento produzido, evidencia-se a necessidade de trabalhos

futuros investigarem tais aspectos, com vistas a identificar problemas e propor soluções.

O presente trabalho mostrou ainda que apenas metade das dissertações e teses

sobre comportamento verbal analisadas foi publicada. O impacto do conhecimento

produzido sobre a comunidade de pesquisadores e profissionais da psicologia ou de

outras áreas do conhecimento é potencializado pela divulgação em meios mais

acessíveis à população geral, como periódicos científicos (impressos ou eletrônicos),

livros e apresentações em congressos e afins.

Admitindo a importância de os trabalhos serem divulgados em diferentes meios

científicos, sugere-se que autores de dissertações e teses ampliem a publicação de seus

trabalhos. Propõe-se, ainda, que pesquisas futuras investiguem como o estudo do

comportamento verbal vem sendo abordado nos meios de divulgação. Tal análise é

necessária para compreender melhor de que maneira a investigação do comportamento

verbal se estabeleceu e se expandiu pelo país.


76

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79

ANEXOS
80

Anexo 1. Referências das dissertações e teses sobre comportamento verbal analisadas no


presente trabalho.

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sensibilidade do seguimento de instruções a mudança nas contingências
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mestrado). Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP.
96

Anexo 2 .Nomes dos pesquisadores que não se tornaram orientadores na área de


comportamento verbal apresentados na Figura 5.

1- Almeida, L. M.A. (1994- D- USP)


2- Balau, R. M. S. C. (1980- M- USP)
3- Battistelli, M. O. L. (1982- M- USP)
4- Cerqueira, A. T.A. R. (1987- D- USP)
5- Costa, M. P. R. (1992- D- USP)
6- Engelmann, A. (1969- M- USP)
7- Engelmann, A.(1972- D- USP)
8- Goes, Z. S. (1980- M- USP)
9- Leite, M. K. O. S. (1976- M- USP)
10- Marturano, E. M. (1973- D- USP)
11- Monteiro, M. I. B. (1992-D- USP)
12- Motta, M. M. M. (1981- M- USP)
13- Navarro, D. L.C. (1982- M- USP)
14- Ramos, A.T. A. (1979- M- USP)
15- Simão, L. M. (1988- D- USP)
16- Tunes, E. (1981- D- USP)
17- Batista, C. G. (1989- D- USP)
18- Fazolari, V. (1989- M- USP)
19- Malerbi, F. E. K. (1995- D- USP)
20- Passos, M. L. R. F. (1999- D- USP)
21- Schmidt, A. (2004- D- USP)
22- Barros, R. S.(1995- M- UFPA)
23- Lopes Junior, J.(1992- M- USP)
24- Wielenska, R. C. (1989- M- USP)
97

Anexo 3. Nomes de todos os pesquisadores sobre comportamento verbal.


1. Zamignani, D. R.
2. Romano, C.
3. Alves, A. C. P.
4. Amorim, C. F. R.
5. Pergher, N. K.
6. Vichi, C.
7. Golfeto, R. M.
8. Santos, M. R. M.
9. Perroni, C.
10. Pasquinelli, R. S. H.
11. Silva, A.S.
12. Moreira, S. B. S.
13. Kovac, R.
14. Pinto, M. G. A.
15. Barrouin, M. S.
16. Almasy, C. A.
17. Oliveira, D. L.
18. Alves, A. M. S.
19. Sousa, A. S.
20. Pereira, M. E. M.
21. Chequer, M. A. A.
22. Sá, T. M. P.
23. Bassani, M. A.
24. Andrea, V. A.
25. Braide, P. S.
26. Lima, M. G. T.
27. Oliveira, B. F. L.
28. Groberman, S. S.
98

29. Utida, H. H.
30. Silva, D. R.
31. Rubano, D. R.
32. Rodrigues, M. E.
33. Leme, R. C.
34. Mello, Maria E. M. P.
35. Sadi, H. M.
36. Magalhâes, K.
37. Iégas, A. L. F.
38. Menezes, M. V.
39. Eliotério, E. C. P.
40. Silva, F. M.
41. Silva, L. S.
42. Ferreira, S. L. L.
43. Carmo, D. R. C. S.
44. Sampaio, M. E. C.
45. Branco, C. M.
46. Paracampo, C. C. P.
47. Barros, R. S.
48. Ramos, L.
49. Darwich, R. A.
50. Dias, P. R. P.
51. Alves, K. R. S.
52. Sena, M. F. M.
53. Cardoso, D. G.
54. Maués, A. S.
55. Pereira, M. E. F.
56. Reis, A. A.
57. Albuquerque, N. M. A.
99

58. Santos, J. G. W.
59. Moreira, S. A. R.
60. Galvão, S. C.
61. Martins, P. S.
62. Azevedo, Y. L.
63. Medeiros, M. L. A.
64. Souza Filho, R. C.
65. Maciel, J. M.
66. Silva M. C. O.
67. Barbosa, J. I. C.
68. Oliveira, M. S.
69. Nelson, T.
70. Coelho, N. L.
71. Darwich, R. A.
72. Neis, V. L.
73. Lopes, C. E.
74. Soares, E. M. S.
75. Ribeiro, I. G.
76. Zanotto, M. A. C.
77. Domeniconi, C.
78. Maranhe, E. A.
79. Bandini, H. H. M.
80. Baptista, M. Q. G.
81. Bandini, C. S. M.
82. Robles, H. S. M.
83. Elias, N. C.
84. Silva, A. M. R. C.
85. Ribeiro, D. M.
86. Piccolo, A. A. T.
100

87. Bortolozzi, A. C.
88. Schmidt, A.
89. Gallo, A. E.
90. Paulino, E. C.
91. Costa, A. R. A.
92. Costa, A. R. A.
93. Verdu, A. C. M. A.
94. Gaia, T. F.
95. Huziwara, E. M.
96. Oshiro, C. B.
97. Ottoni, T. M.
98. Sazonov, G. C.
99. Martins, M.G.
100. Mesquita, A.
101. Panagiotidou, E.
102. Pedrosa, E. P.
103. Oliveira, C. I.
104. Nalini, L. E.
105. Flores, E. P.
106. Oliveira, S. C. M.
107. Silva, W. C. M. P.
108. Medeiros, C. A.
109. Villani, M. C. S.
110. Silva, W.C.M.P.
111. Mousinho, L. S.
112. Cordoba, L. F.
113. Lage, M. N. A.
114. Hech, E. T. S.
115. Beckert, M. E.
101

116. Hech, E. T. S.
117. Lima, E. L. T. A.
118. Natalino, P. C.
119. Caló, F.A. N.
120. Gadelha, Y.A.
121. Àvila, R. R.
122. Miranda, P. F.
123. Coutinho, S. M. G.
124. Ferreira, E. A. P.
125. Sasso, E. C.
126. Cunha, G. N. B.
127. Oliveira, E. H. P. D.
128. Rodrigues, A. M. P. L.
129. Silva, K. P.L.
130. Santos, D. C. O.
131. Carneiro, M. A. M. P.
132. Leite, M. T. L.
133. Barbosa, M. C.
134. Oliveira, L. H. R.
135. Bueno,G. F. T.
136. Simonassi, L.
137. Menezes, M. A. C.
138. Guimarães, G.
139. Amorosino, I.
140. Francescantônio, I. C.
141. Moreira, M. B.
142. Dias, F. C.
143. Santos, T. C. E. S.
144. Balau, R. M. S. C.
102

145. Leite, M. K. O. S.
146. Goes, Z. S.
147. Tunes, E.
148. Battistelli, M. O. L.
149. Goyos, A. C. N.
150. Simão, L. M.
151. Costa, M. P. R.
152. Navarro, D. L. C.
153. Engelmann, A.
154. Marturano, E. M.
155. Ramos, A. T. A.
156. Motta, M. M. M.
157. Cerqueira, A. T. A. R.
158. Monteiro, M. I. B.
159. Almeida, L. M. A.
160. Engelmann, A.
161. Wielenska, R. C.
162. Lopes Junior, J.
163. Tourinho, E. Z.
164. Faleiros, T. C.
165. Delitti, A. M. C.
166. Wielenska, R. C.
167. Falqueiro, A. M. L.
168. Sales, C. A. C. C.
169. Pereira, M. E. M.
170. Fazolari, V.
171. Hubner, M. M.
172. Schmidt, A.
173. Batista, C. G.
103

174. Malerbi, F. E. K.
175. Paracampo, C. C. P.
176. Passos, M. L. R. F.
177. Cavalcante, M. R.
178. Del Prette, G.
179. Nardi, R.
180. Stella, E. M.
181. Marins, S. C. F.
182. Hamasaki, E. I. M.
104

Anexo 4. Nomes de todos os orientadores e número de dissertações e teses por eles


orientadas.

Orientador Dissertação Tese Total


Bori, C. M. 8 9 17
Souza, D. G. 9 2 11
Tourinho, E. Z. 9 2 11
Andery, M. A. P. A. 10 0 10
Banaco, R. A. 9 0 9
Matos, M. A. 2 7 9
Ribeiro, A. F. 6 2 8
De Rose, J. C. C. 4 3 7
Rodrigues, J. A. 5 1 6
Britto, I. A. G. S. 5 0 5
Kato, O. M. 5 0 5
Moroz, M. 4 1 5
Goyos, A. C. N. 2 2 4
Kerbauy, R. R. 2 2 4
Hübner, M. M. C. 4 0 4
Micheletto, N. 4 0 4
Simonassi, L. E. 4 0 4
Galvão, O. F. 3 0 3
Hanna, E. S. 3 0 3
Neves, S. M. M. 3 0 3
Assis, G. J. A. 2 1 3
Figueiredo, L. C. M. 2 1 3
Luna, S. V. 2 1 3
Oliveira, J. C. N. 1 2 3
Paracampo, C. C. P. 3 0 3
Vasconcelos, L. A. 3 0 3
Albuquerque, L. C. 2 0 2
Cunha, R. N. 2 0 2
Duarte, A. M. M. 2 0 2
Fontes, J. C. S. 2 0 2
Haydu, V. B. 2 0 2
Meyer, S. B. 2 0 2
Pereira, M. E. M. 2 0 2
Sério, T. M. A. P. 2 0 2
Zannon, C. M. L. C. 1 1 2
Abib, J. A. D. 0 1 1
Berryman, R. N. 0 1 1
Botomé, S. P. 0 1 1
Cavalcante, M. R. 1 0 1
105

Pereira, E. F. A. 1 0 1
Gil, M. S. C. A. 1 0 1
Guedes, M. C. 0 1 1
Kubo, O. M. 1 0 1
Marinho, M. L. 1 0 1
Silvares, E. F. M. 1 0 1
Souza, C. B. A. 1 0 1
Todorov, J. C. 1 0 1
Tomanari, G. A. Y. 1 0 1
N/D 1 0 1
Total 141 41 182

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