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INSTITUTO DE PSICOLOGIA
São Paulo
2008
0
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Catalogação na publicação
Serviço de Biblioteca e Documentação
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
1
NEUSA LOPES BISPO DINIZ
São Paulo
2008
2
Neusa Lopes Bispo Diniz
Metalinguagem e Alfabetização: efeitos de uma intervenção para recuperação de alunos com
dificuldades na aprendizagem da linguagem escrita
Banca Examinadora
3
A minha mãe por nunca desistir de me encorajar e de ter fé.
Ao meu amor Victor Diniz.
Às crianças da escola pública que inspiraram o desejo de realizar este trabalho.
4
Agradecimentos
Ao Deus Todo Poderoso (IHVH) por permitir a realização deste trabalho. Por escutar-
me e fortalecer-me nos momentos de incerteza, por ser meu grandioso amigo a quem recorri
incessantemente nos momentos bons e difíceis, enquanto pesquisadora trabalhadora. Por
conceder-me amigos leais que espelharam a sua bondade na terra, enfim; por fazer com que ‘a
noite se tornasse luz ao meu redor’, em todos os instantes de realização deste trabalho.
À minha mãe, Edite Lopes, por continuar a ensinar-me, todos os dias, que a fé, a
coragem e a persistência são o segredo da vida e de quem sabe o que quer;
Ao meu marido, Victor Diniz, por estar ao meu lado, por ter-me escolhido para trilhar
a vida a dois, por ter entendido as minhas ausências em função desta conquista, por tantas
vezes, se colocar à disposição para discutir traduções da revisão bibliográfica deste trabalho.
Por ter escutado as minhas dúvidas e dificuldades, bem como meus acertos.
À minha querida Orientadora, Profa. Dra. Maria Regina Maluf, pela orientação precisa
e competente, sem a qual este trabalho não poderia ter sido realizado, pela confiança
depositada em mim e por compartilhar a esperança de que a qualidade da educação se torne
melhor em nosso país.
Às Professoras Dr.as Maria José dos Santos e Sylvia Domingos Barrera pelas
cuidadosas e competentes sugestões oferecidas durante o exame de qualificação deste
trabalho. À Professora Dra. Sandra Regina Kirchner Guimarães por ter aceito participar da
banca de defesa e por se colocar a disposição para compartilhar conosco suas apreciações
deste estudo.
À Professora Yara Castro pela presteza e cuidadosa assessoria estatística na análise
dos dados.
Às Professoras Dr.as Maria Isabel da Silva Leme e Maria Thereza Costa Coelho de
Souza pela solicitude e pelas valiosas contribuições oferecidas durante as disciplinas
realizadas. Jamais esquecerei a competência docente que lhes é característica.
À minha querida amiga Marina Cilumbriello, que se fez irmã em minha vida, exímia
companheira nos percalços desta caminhada, por ser alguém com quem pude contar sempre,
sem vacilação, desde a minha chegada no Estado de São Paulo. Pela escuta sensível no
desenvolvimento deste trabalho, pela arte ponderada de compartilhar reflexões, pelas ações
materiais precisas na produção de cópias, na revisão da estrutura informatizada do texto, pela
torcida constante em pensamento e através de visitas e telefonemas inesperados... por ter
acreditado que seria possível. A ela que me faz lembrar: “De que mais precisa um homem
5
senão de um amigo pra ele gostar, um [amigo bem seco, bem simples, desses que nem precisa
falar...basta olhar!” Libelo (Vinicius de Moraes).
A Bruna Pires pelo auxílio solícito e constante em todas as fases de organização dos
dados deste estudo, pela amizade que nasceu antes, mas se fortaleceu no cotidiano do fazer a
pesquisa, pela torcida, pelo companheirismo, pelo trato competente. Suas intervenções jamais
serão esquecidas.
A Décio Pacheco (in memoriam) e Lílian por ter feito a hospedagem – no início de
minha vinda para São Paulo, durante o mestrado – que me permitiu chegar até aqui. Em
especial, à Lílian por transmitir sempre o encantamento com a pesquisa séria e pelo auxílio
incansável na análise dos dados do estudo preliminar desta pesquisa.
À minha singular, querida, amiga e ‘irmã’ Maria Íris Tanan por torcer sempre pelas
minhas conquistas e por ter sempre ‘a palavra no tempo certo’, apesar da distância. Sua
amizade é para mim o que se diz sobre o poeta: “precisa-se de um amigo que diga que vale a
pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo!” (texto
apócrifo/Vinicius de Moraes).
A Cristiane Freitas, Benedita e Antonio Falachi por terem me dado a ímpar, calorosa e
fraterna acolhida quando do início de minha chegada em Campinas e por terem feito disso um
dos primeiros pilares da presente caminhada. Jamais esquecerei.
A Geruza Volpe pela solicitude no auxílio sério e competente da coleta de dados.
A Heloísa Matos e Cristiane Andrade pela amizade e trocas de relatos de experiência
do percurso de fazer uma tese, os quais foram muito significativos nesta jornada.
À Professora Eliete Faria pelo respeito e companheirismo conferidos a mim enquanto
pesquisadora e, pela manutenção de sua postura crítica e profissional na abertura solícita das
portas de sua vida privada na sala de aula, a fim de que se pudesse realizar este trabalho. A
esta professora por não se esquivar de contribuir para o progresso da ciência.
À Dra. Júlia Barbosa por ter plantado a primeira semente desta conquista, durante a
graduação.
Aos amigos Herik Pires, Waldir e Eliana Matavelli, Karina Lelli, Simone e Roberto
Bentivoglio, Elizabete e Silvio Balestreri, Adriana Momma, Carla e Paulo Coutinho, Adriana
e Thiago Diniz, Jes e Noemi Cerqueira pela amizade e pelo apoio durante este percurso.
Aos funcionários da Biblioteca e Secretaria de Pós-Graduação do Instituto de
Psicologia/USP pela solicitude nos serviços prestados.
6
"Deixei-me persuadir, sem nenhum entusiasmo, esperando que
os garranchos de papel me dessem as qualidades necessárias
para livrar-me de pequenos deveres e pequenos castigos.
Decidi-me.
E a aprendizagem começou ali mesmo, com a indicação de
cinco letras já conhecidas de nome, as que a moça, anos antes,
na escola rural, balbuciava junto ao mestre barbado. Admirei-
me. Esquisito aparecerem, logo no princípio do caderno, sílabas
pronunciadas em lugar distante, por pessoa estranha. Não
haveria engano? Meu pai asseverou que as letras eram
realmente batizadas daquele jeito. No dia seguinte surgiram
outras, depois outras - e iniciou-se a escravidão imposta
ardilosamente."
7
DINIZ, N. L B. Metalinguagem e Alfabetização: efeitos de uma intervenção para
recuperação de alunos com dificuldades na aprendizagem da linguagem escrita. 2008.
260 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2008.
RESUMO
8
DINIZ, N. L. B. Metalanguage and Literacy: effects of an intervention for recovering of
students with difficulties in the written language learning. 2008. 260 f. Tese (Doutorado) –
Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
ABSTRACT
There are strong empirical evidences in the specialized literature regarding the relationship
between reading and writing skills and metalinguistic skills. However, there is still little
research that analyzes the effects of interventions, especially with speakers of Brazilian
Portuguese. This research investigated the influence of an intervention program, based on
activities focused on the development of awareness of formal and structural aspects of the
language, with a view to the field of metaphonological and metasyntactical skills on the
development of reading and writing skills. The survey had an experimental type delineation
carried out with an experimental group and a control group in three phases: pre-test and post-
test for all participants and intervention for the experimental group in the classroom. Forty
four children of both gender of the second year of the public elementary education, aged from
08 to 12 years, took part in this survey. The children were from two regular classrooms in
which they had diversity in terms of performance in the literacy process. Some of them
already dominated the writing system, but many of them didn’t have this domain. It was
accomplished collective application of writing valuation tasks and single application of
reading, phonological awareness and syntactical awareness valuation tasks before and after
the intervention. The intervention consisted of 16 sessions of collective application of
metaphonological ludic activities and 15 sessions of metasyntactical ludic activities. The data
were submitted to the Student’s T test. The results showed that there were significant
differences, comparing the pre-test and post-test means, to the tasks of words writing, reading
and metaphonological and metasyntactical skills. Both groups made a significant upgrade in
tasks of reading and metasyntactical skills. It is concluded that the effectiveness of the
intervention program has an important pedagogical implication as it shows that it is possible
to recover lateness in written language in children of the early years of elementary education
through training in phonological awareness, grapheme-phoneme matching and syntactical
awareness in actual circumstances of the classroom.
Keywords: Phonological Awareness. Syntactical Awareness. Cognitive Psichology.
Metalanguage. Intervention.
9
Lista de Tabelas
10
SUMÁRIO
Introdução 13
1 – Metalinguagem e Alfabetização: conceito, origem e sutilezas do campo de 17
investigação
1.1 As Relações entre Metalinguagem e Metacognição 17
1.2 Habilidades Metalingüísticas: investigando o corpo teórico utilizado 22
1.2.1 Consciência Fonológica 22
1.2.2 Consciência Lexical 24
1.2.3 Consciência Sintática 25
1.2.4 Consciência ou Dimensão Morfológica 26
1.3 As Teorias de Aprendizagem da Leitura e da Escrita em que se Apóiam as 27
Explicações Metalingüísticas: limites e contribuições
1.4 Algumas Considerações sobre as Informações Encontradas 34
2. Pesquisas na Área: uma revisão da literatura 36
2.1 Uma Visão Geral das Pesquisas na Área 36
2.2 Pesquisas Realizadas no Brasil 39
2.3 Pesquisas Realizadas no Exterior 48
2.4 Algumas Considerações sobre os Resultados Encontrados 62
3. Problema, Objetivos e Hipóteses 64
3.1 Problema 64
3.2 Objetivos 64
3.3 Hipóteses 65
4. Método 66
4.1 Delineamento 66
4.2 Local e participantes 66
4.3 Instrumentos e Procedimentos 67
4.3.1 Pré-Teste 67
4.3.1.1 Tarefas de Escrita e de Leitura 67
4.3.1.2 Tarefas de Consciência Fonológica 73
4.3.1.3 Tarefas de Consciência Sintática 79
11
4.3.2 O Programa de Intervenção 82
4.3.2.1 Atividades de Intervenção em Consciência Fonológica 82
4.3.2.2 Atividades de Intervenção em Consciência Sintática 83
4.3.3 Pós-Teste 84
4.3.3.1 Tarefas de Escrita e de Leitura 85
4.3.3.2 Tarefas de Consciência Fonológica 87
4.3.3.3 Tarefas de Consciência Sintática 90
5. Apresentação e Discussão dos Resultados 93
5.1 O Desempenho das Crianças em Escrita e Leitura 95
5.2 O Desenvolvimento da Consciência Fonológica 105
5.3 O Desenvolvimento da Consciência Sintática 120
5.4 Discussão 128
Conclusões 134
Referências Bibliográficas 140
Anexos I – Protocolos e Tarefas do Pré-Teste 154
Anexo II – Programa de Intervenção 186
Anexos III – Protocolos e Tarefas do Pós-Teste 224
Anexo IV – Resultados do Teste T de Student 256
12
Introdução
1
De acordo com Garcia Sánchez (1998), uma definição renovada do termo “dificuldades de aprendizagem”
refere-se a um grupo heterogêneo de problemas ligados a atrasos na aquisição e no desenvolvimento das
habilidades de leitura, escrita, fala, soletração, habilidades matemáticas ou outras áreas escolares. Não é
resultado de atraso mental, auditivo, visual, motor ou desvantagem cultural. No presente estudo, utilizaremos
mais freqüentemente a expressão “dificuldades enfrentadas na aprendizagem” para nos referirmos a duas
habilidades específicas: a leitura e a escrita. Entendendo que, para além de características pessoais das crianças,
13
É importante ressaltar que os resultados do SAEB2 do ano de 1999 já apontavam que
os sérios problemas de alfabetização em relação à utilização da língua para ler e escrever se
refletiam em torno de 60% dos alunos (BRASIL, 2003).
Por outro lado, os resultados obtidos por alunos de 4ª séries do ensino fundamental na
escala de desempenho em leitura, proposta pelo SAEB, foram analisados como indicando
proficiência próxima à adequada em 2003 e demonstraram que os alunos poderiam prosseguir
em seus estudos com aproveitamento.
Ainda assim, as mesmas análises realizadas pelo SAEB em 2003 constataram que os
resultados obtidos em leitura naquele ano apresentaram apenas uma pequena inversão em
relação à tendência de quedas consecutivas em desempenho nessa habilidade comparando-se
aos resultados obtidos em 2001 e 1999 (RESULTADOS DO SAEB 2003).
Os dados do PISA3 em 2000 e 2002 corroboraram a existência dos sérios problemas de
alfabetização em nível nacional, quando relataram que, dentre 32 países, o Brasil ficou em
último lugar na avaliação internacional de competência em leitura, tendo sido avaliados
alunos de 7a e 8a séries com pouca ou nenhuma retenção. Em um levantamento realizado em
2003, estendido para 41 países, sendo 14 deles considerados em desenvolvimento, o Brasil
ocupou a 40a posição em Ciências e a 37a posição em leitura (BRASIL, 2003).
Deve-se lembrar que, com a implantação de um Regime de Progressão Continuada em
muitas escolas públicas do país, as taxas de repetência, de evasão e de distorção idade/série
começaram a ser reduzidas. Entretanto, muitas escolas, em diferentes regiões brasileiras,
deram continuidade ao regime de escolarização seriada e ainda continuam a apresentar altos
índices de fracasso escolar no ensino fundamental (FRANCO, 2004; FREITAS, s/d;
MEC/INEP/SEEC, 2002).
Quer numa ou noutra situação, parece pertinente considerar a análise de Carvalho
(2001) referindo-se aos efeitos da progressão continuada, quando adverte que os dados devem
impulsionar novas pesquisas a irem além dos números amplamente divulgados e a analisar
suas relações com a aprendizagem das crianças.
Deve-se considerar que uma grande quantidade das pesquisas na área de DA tem
analisado aspectos psicossociais, psicolingüísticos e cognitivos envolvendo a avaliação da
memória, imagem mental, psicomotricidade, estratégias de aprendizagem e aspectos
o processo de alfabetização pelo qual elas passam pode facilitar a aquisição das habilidades de leitura e de escrita
assim como pode dificultar essa aquisição.
2
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica.
3
Avaliação Internacional de Competência de Leitura promovida pela Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE, 2000/2002). In: Relatório de Alfabetização Infantil, 2003.
14
relacionados à aprendizagem formal da linguagem escrita. Embora esses estudos tenham
encontrado relações entre muitos dos aspectos estudados, o campo ainda se mostra em
necessidade de produção de novas evidências (BISPO, 2000; FINI et al., 1996;
MARTINELLI, 1992; NUNES, 1998; OLIVEIRA, 1992; OLIVEIRA et al., 1994;
PACHECO, 2003; SISTO, 2001; SOUZA et al., 1996).
Entretanto, no âmbito da multidimensionalidade dos fatores relacionados às
dificuldades de aprendizagem, um novo campo de investigação tem se mostrado de grande
relevância no entendimento das facilidades e/ou dificuldades enfrentadas por crianças no
processo de aquisição das habilidades de leitura e de escrita, a saber, o campo das habilidades
metalingüísticas (CARDOSO-MARTINS, FRITH, 1999; CARDOSO-MARTINS,
PENNIGTON, 2001; GOMBERT, 2003; MALUF (ORG.), 2003; REGO, 1993; REGO, 1997;
SANTOS, MALUF, 2004).
Nas duas últimas décadas, muitos autores têm corroborado a idéia de que a
aprendizagem da leitura e da escrita em sistemas alfabéticos relaciona-se com diferentes
habilidades metalingüísticas. É neste contexto que a presente pesquisa se insere.
Deve-se ressaltar que, as pesquisas no campo de DA apresentam-se mais
freqüentemente na perspectiva de avaliação de desempenho e de diagnóstico do que de
intervenção (PACHECO, 2003). Esta situação parece validar o presente estudo que se propôs
a intervir em situação de dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita e a oferecer
subsídios na área da alfabetização que possam ser utilizados na prática docente para a
aquisição de habilidades de linguagem escrita no ensino fundamental.
Da mesma forma, o campo de estudo que investiga as relações entre habilidades
metalingüísticas e a aquisição da leitura e escrita ainda mostra-se novo no que se refere à
produção de novas perspectivas de atuação pedagógica. Isto é, aparentemente, ainda são
pouco numerosos os trabalhos que analisam efeitos de intervenções, sobretudo com crianças
falantes do português brasileiro.
Embora existam na literatura evidências sobre as associações entre habilidades
metalingüísticas e aprendizagem da leitura (BARRERA, 2003; GOMBERT, 2003; REGO,
1993; TUNMER, HERRIMAN, NESDALE, 1988), ainda necessitam de respostas mais
elucidadoras questões tais como: o que pode ser feito para facilitar a aprendizagem da leitura
e da escrita de crianças falantes do português brasileiro que vivenciaram fracassos escolares
no processo de alfabetização nas séries iniciais do ensino fundamental? O problema das
crianças que enfrentam dificuldades na aprendizagem da leitura e da escrita, que também
15
apresentam defasagens no desenvolvimento de habilidades metalingüísticas, poderia ser
superado se estas habilidades fossem desenvolvidas?
Em função das questões levantadas, considera-se que o presente estudo não apenas
poderá ampliar e aprofundar resultados de pesquisas no campo metalingüístico, mas também
que se constitui uma novidade no campo da elaboração de um programa de intervenção com
crianças em dificuldade na escolarização inicial.
Assim, este estudo se propõe a investigar as associações entre desenvolvimento
metalingüístico e aprendizagem da linguagem escrita. Pergunta-se pelo efeito de uma
intervenção voltada para o desenvolvimento de habilidades metalingüísticas sobre a
aprendizagem da linguagem escrita em crianças que apresentam atrasos nessa aprendizagem,
nos primeiros anos de escolarização.
Assim, na primeira parte deste estudo objetivou-se apresentar e discutir o campo
teórico da metalinguagem, enfatizando possíveis relações do termo com os conhecimentos
metacognitivo e metapragmatico, analisando o seu conceito, origem, traços marcantes de
habilidades metalingüísticas que compõem este corpo teórico, bem como teorias de
aprendizagem da leitura e da escrita em que se apóiam as explicações metalingüísticas, suas
limitações e contribuições.
A segunda parte do presente estudo foi dedicada à revisão da literatura na área visando
descrever um panorama do interesse de estudiosos no campo metalingüístico no Brasil e no
Exterior, apresentando pistas para a análise da relevância e da criação de programas de
intervenção.
A terceira e quarta partes do estudo se referem à descrição do problema, objetivos e
hipóteses, assim como do método utilizado na realização da pesquisa: os procedimentos de
coleta e de análise de dados e os instrumentos e materiais utilizados.
Na quinta parte deste estudo são apresentados e discutidos os resultados alcançados e,
na seqüência são apresentadas as conclusões do trabalho.
16
1. Metalinguagem e Alfabetização:
Conceito, Origem e Sutilezas do Campo de Investigação
21
fonético pode ser representado por diferentes letras, como, por exemplo: /k/ em calo,
queijo; /s/ em cintura, sapato, passeio. Enfim, existem situações em que a
representação alfabética básica é alterada, as quais precisam ser dominadas pelas
crianças para que tenham sucesso na leitura e na escrita.
22
sua consciência fonológica ou metafonológica (BARRERA, MALUF, 2003; GOMBERT,
2003; MALUF, BARRERA, 1997).
Dito de outra maneira, a consciência fonológica, além de ser uma reflexão intencional
sobre a fala, se constitui de diferentes níveis perceptivos: a percepção de palavras curtas e
compridas, o reconhecimento da repetição do conjunto dos mesmos sons no início de palavras
(aliteração), ou no final dessas (rima); e finalmente a decomposição da linguagem oral em
palavras, sílabas e fonemas. Então, a medida em que se toma consciência de frases, palavras e
outras unidades segmentares, se desenvolve gradualmente a consciência do sistema sonoro da
língua ou a consciência fonológica.
De acordo com Capovilla e Capovilla (2000), saber que a língua possui um sistema
sonoro e que a ortografia pode ser convertida em fonologia é aspecto relevante na aquisição
da leitura, pois possibilita um sistema gerativo que converte a ortografia em fonologia e
permite ler qualquer palavra nova.
Não são poucas as pesquisas preocupadas em clarificar o papel e a relevância dessa
temática para a alfabetização, mas ainda assim, há, entre os estudos na área divergência de
opiniões sobre a precedência ou não de certos aspectos ou níveis de consciência fonológica
sobre a aquisição da leitura e da escrita. Não se podendo ignorar tal problemática, ela tem
vindo à superfície em diferentes estudos. Alguns pesquisadores afirmam que a instrução
escolar no sistema alfabético é o que possibilita primordialmente o desenvolvimento da
consciência fonológica ou de algumas das habilidades ou dos níveis que a constituem
(MORAIS et al., 1979; READ et al., 1986 apud BARRERA, 2003).
O contrário é ratificado por outro grupo de estudiosos no que diz respeito ao processo
de alfabetização, quando consideram ser a consciência fonológica um requisito para a
aprendizagem da escrita (BRADLEY, BRYANT, 1983 apud BARRERA, 2003; CARDOSO-
MARTINS, FRITH, 1999; CAPOVILLA, CAPOVILLA, 2000; GOSWAMI, BRYANT, 1997
apud GUIMARÃES, 2003; MANRIQUE, SIGNORINI, 1988 apud BARRERA, MALUF,
2003).
Um recente ponto de vista, e talvez mais cauteloso, é o de que tanto a consciência
fonológica quanto a aquisição formal da leitura e da escrita influenciam-se mutuamente,
considerando-se que esta habilidade pode se desenvolver gradual e naturalmente, a partir de
experiências informais com a linguagem oral, isto é, pode ser adquirida antes do ingresso na
instrução formal e, quando concomitante a esta, facilitar o processo de alfabetização.
Uma explicação que ainda pode ser encontrada na literatura é a de que a instrução
escolar em leitura e em escrita é necessária para o desenvolvimento da consciência fonêmica,
23
enquanto que outras habilidades fonológicas supra-segmentais como a análise silábica e o
reconhecimento de rimas tendem a se desenvolver de forma mais espontânea (BARRERA,
2003; BARRERA, MALUF, 2003; CORREA, 2004; GOSWAMI, BRYANT, 1990;
GUIMARÃES, 2003; MALUF, BARRERA, 1997).
Ehri (1975 citado por BARRERA, MALUF, 2003), considera que é aproximadamente
aos sete anos de idade que a criança estabelece critérios gramaticais para segmentar a
linguagem. Quando a criança adquire a habilidade de segmentar, isolar ou quantificar a
linguagem oral em palavras, reconhecendo ou diferenciando tanto aquelas que independem de
um contexto para expressar sentido, como, por exemplo, os substantivos, adjetivos e verbos,
isto é, tanto aquelas com função semântica, como aquelas que precisam de um contexto para
expressar significado, como é o caso dos artigos e conjunções, diz-se que a criança
desenvolveu o conceito de palavra e já possui consciência lexical, portanto seria capaz de se
voltar ou estaria mais sensível para reconhecer diferenças nas origens das palavras e em seus
significados. Antes dos sete anos, Ehri (1975) afirma que o conhecimento lexical da criança é
implícito e inconsciente.
Diferentes estudos demonstram que a consciência lexical realmente se desenvolve
gradualmente e que ela tende a manifestar-se inicialmente com o reconhecimento de palavras
com função semântica como os substantivos, depois os adjetivos e, posteriormente com o
reconhecimento de palavras com função sintática, como conjunções e preposições.
Aparentemente, as preposições e conjunções são as últimas palavras a serem percebidas como
unidades lingüísticas (ABAURRE, SILVA, 1993; TOLCHINSKI-LANDSMANN, LEVIN,
1987 citados por BARRERA, MALUF, 2003).
No que se refere à escrita, autores como Ferreiro e Teberosky (1986), também
defendem que a segmentação lexical não é comum na pré-escola, pois crianças pré-escolares
não utilizam critérios morfológicos convencionais. Para muitas destas crianças, a expectativa
de que é preciso mais de uma letra para escrever uma palavra, retarda o reconhecimento de
que artigos, alguns pronomes, preposições e conjunções são palavras e podem ser lidas. Esta
conduta de pré-escolares ratifica a importância da consciência lexical, mostrando que maior
sensibilidade aos aspectos lexicais da linguagem, bem como o uso de informações lexicais,
dentre outras habilidades lingüísticas, contribui como facilitadora da aprendizagem da leitura
e da escrita (BARRERA, 2003).
24
Em síntese, pode-se dizer que a consciência lexical diz respeito ao reconhecimento do
conceito de palavras, seja as que têm função semântica, aparentemente mais fáceis de serem
reconhecidas, ou as que têm função sintática, mais difíceis de serem conscientemente
reconhecidas como palavras.
26
Em geral, a gama de estudos existentes desconsidera a importância da dimensão
morfológica reconhecendo-a apenas como de gênese tardia, como se verá posteriormente. Mas,
Marec-Breton e Gombert (2004) sinalizam que recentes estudos sobre fonologia e leitura têm
indicado essa dimensão como precoce nos tratamentos do leitor iniciante, independentemente
de estes dominarem o código alfabético, demonstrando uma sensibilidade à estrutura
morfológica por parte do leitor que ainda se encontra no processo de aquisição da leitura e da
escrita.
De fato, os achados de Marec-Breton e Gombert (2004), demonstraram que crianças
lêem com mais facilidade palavras iniciadas por prefixos como recair do que palavras iniciadas
por pseudo-prefixos (respirar), e são melhor lidas pseudo-palavras iniciadas por prefixos
rebeber do que as pseudo-palavras que não são assim iniciadas.
Em síntese, pode-se dizer que uma comunalidade e, ao mesmo tempo, um traço
marcante nas habilidades metalingüísticas é o fato de todas elas revelarem níveis de
consciência do sujeito sobre a língua.
27
Ao discutir as relações entre atividades metalingüísticas e aprendizagem da leitura,
Gombert (2003) faz a sua crítica a diferentes modelos teóricos. Apenas para introduzir a
questão, ao tratar do modelo de dupla via, ou seja, o modelo que concebe dois procedimentos
de reconhecimento de palavras, sendo um procedimento de acesso direto envolvendo a
memória de longo prazo para palavras familiares e, outro procedimento de acesso indireto via
conversão grafo-fonológica para palavras pouco familiares, o autor considera que já há, em
modelos teóricos mais recentes, rompimento com essa perspectiva, pois nos modelos
conexionistas, atualmente em desenvolvimento, o reconhecimento de uma palavra, por
exemplo, não depende de estocagem na memória, conforme ocorre no primeiro caso. Assim,
ao tratar das explicações conexionistas, Gombert (2003, p. 26) assinala que:
28
De fato, entender os pressupostos do modelo de duas vias, significa conceber a
existência de um repertório léxico mental. O repertório léxico mental vai se construindo ao
longo do desenvolvimento da competência em leitura, quando o sujeito armazena ou acumula
palavras e suas características ortográficas e fonológicas na memória de longo prazo.
Os procedimentos de acesso ao repertório léxico são dois, quais sejam, a rota ou
procedimento de endereçamento e a rota ou procedimento de montagem os quais apresentam
características diferentes em seu funcionamento. Por um lado, o procedimento de
endereçamento acessa o léxico de forma direta, o que significa que, ao entrar em contato com
uma palavra busca-se, por meio de suas características ortográficas, a sua referente na
memória de longo prazo ou no léxico mental construído. O que supõe que ela já tenha sido
anteriormente encontrada ou conhecida pelo sujeito.
Por outro lado, a rota ou procedimento de montagem possibilita a decodificação ou
identificação de unidades léxicas que ainda não haviam feito parte do conhecimento do sujeito
e sobre as quais ele ainda não havia construído uma representação ortográfica. Assim sendo,
este é um procedimento considerado indireto, já que, na ausência de um referencial léxico
ortográfico armazenado, recorre a via ou montagem fonológica, decompondo grafemas e
buscando uma associação com os seus fonemas correspondentes a fim de se obter a pronúncia
da palavra. Este modelo faz transparecer que a leitura ocorre ou ocorrerá ora por um
procedimento, ora por outro, de forma dicotômica.
Em revanche, os modelos conexionistas mostram-se, como anteriormente visto,
dessemelhantes do modelo de duas vias por inúmeros aspectos. Parece claro que, primeiro, os
modelos conexionistas defendem um único procedimento, rota ou mecanismo favorecendo a
aprendizagem da leitura. Além disso, o funcionamento do sistema cognitivo é comparado ao
funcionamento de um sistema computacional e a aprendizagem da leitura é explicada por
intervenções simultâneas ou concomitantes tanto dos referenciais léxicos como dos
fonológicos que o leitor possui, sem que se faça uma dicotomia entre eles. Rejeita-se a idéia
do armazenamento de um léxico mental.
Os modelos conexionistas entendem que ao invés de acessar um repertório léxico
armazenado (rota lexical no modelo de duas vias), o procedimento de reconhecimento das
palavras escritas, assim que visualizadas, implica numa ativação das unidades do sistema por
associações entre seqüências ortográficas e seqüências fonológicas sem dissociação entre tais
processos. Supõe-se assim que, quanto maior for a ativação das configurações, mais fortes as
conexões. Vale dizer que, os modelos conexionistas são apoiados ou utilizados por vários
pesquisadores com poucas variações, mas parece consenso entre eles que a freqüência da
29
exposição ou da ativação de unidades ou identidades lingüísticas pode melhorar o
desempenho do leitor.
Especificamente no caso de Gombert (2003), suas citações revelam que uma
contribuição importante dos modelos conexionistas é que estes conseguem de alguma forma
dar conta da aprendizagem da leitura. Entretanto, a crítica se estabelece no sentido de que,
além de o modelo conter limitações do tipo, explicações insuficientes sobre as variações de
atenção do leitor com relação à manipulação das características individuais das palavras, esse
modelo também parece evidenciar maior sucesso na explicação dos processos implícitos e não
dos explícitos da aprendizagem.
Ocorre que, de acordo com Gombert (2003), os processos implícitos não se mostram
suficientes para atingir à leitura eficiente, já que eles sozinhos não possibilitam a tomada de
consciência das regras a serem aplicadas na leitura e na escrita corretas de qualquer palavra
em qualquer contexto. Os processos implícitos são manifestações automáticas, não
controláveis pelo sujeito, que resultam dos contatos que este último tem com as regularidades
dos sistemas de escrita presentes no ambiente, antecedentes ao ensino formal da leitura, a
saber, configurações visuais, a linguagem oral e sua significação na cultura, os contatos com
os nomes próprios e assim por diante (NICOLAS, PERRUCHET, 1998 citados por
GOMBERT, 2003; GOMBERT, 2003).
Já a aprendizagem explícita, afirma Gombert (2003), é resultante ou conseqüência dos
efeitos do ensino, no que diz respeito à tomada de consciência de que há um código grafo-
fonológico que possui distintas características metalingüísticas.
Além dos modelos conexionistas e de duas vias, é citado também por Gombert (2003)
o modelo de etapas desenvolvido por Frith (1985 citada por GOMBERT, 2003). O modelo de
etapas, como o próprio nome sugere, defende a existência de três etapas através das quais o
leitor desenvolve a capacidade de reconhecimento de palavras escritas, a saber, a etapa
logográfica, a etapa alfabética e finalmente, a etapa ortográfica. Em cada uma dessas etapas, o
leitor desenvolve progressivamente instrumentos ou estratégias cada vez mais sofisticadas
para reconhecer palavras.
Desse modo, na primeira etapa, a logográfica, o leitor se utiliza de indícios ou de
pistas do contexto para identificar a palavra, assim o logotipo de um objeto, o rótulo ou
suporte e o comprimento de uma palavra, por exemplo, são utilizados como indícios para se
advinhar a palavra ou para se fazer uma leitura global ou pseudo-leitura dela. Porém, estes
recursos utilizados pelo leitor iniciante e talvez por leitores que não dominam certo idioma,
são ainda bastante primitivos, pois, não asseguram que ao encontrar com a palavra referente
30
ao logotipo, mas na ausência deste, essa seja reconhecida. Gombert (2003) adverte ainda que
neste caso, não se lança mão de tratamento lingüístico e o leitor reconhece apenas um número
limitado de palavras, em especial aquelas que ele consegue relacionar aos indícios ambientais.
Neste estágio não haveria ainda a instalação de nenhum dos dois procedimentos de
reconhecimento de palavras propostos no modelo de duas vias, os procedimentos de
endereçamento e de montagem.
Na etapa ou estágio alfabético, supondo-se que o leitor já domina o alfabeto, são
estabelecidas relações entre grafemas e fonemas, isto é, o leitor já é capaz de perceber que
muitas vezes pode-se fazer correspondência do escrito com o oral. A mediação fonológica
tem ai sua relevância (GOMBERT, 2003). Fazendo-se uma associação das competências
deste estágio com o modelo de duas vias, o leitor tem aí a possibilidade de construir um léxico
mental por meio da rota ou procedimento indireto de montagem.
No que concerne ao último estágio, o ortográfico, o leitor torna-se capaz de,
independentemente da mediação fonológica, ler eficientemente palavras irregulares, ou seja,
ler palavras que não possuem uma relação direta de associação grafofônica, por talvez
possuírem letras mudas. Dispensa-se a conversão fonológica sistemática porque se dispõe de
dois procedimentos de identificação de palavras, a rota de montagem e a de endereçamento.
Agora já há um léxico mental construído. Há aqui a utilização de análise ou tratamento
lingüístico. Assim, Gombert (2003, p. 32) reconhece neste estágio três fatores que o
determinam e o caracterizam:
31
leitor a partir dos repetidos encontros deste com um sistema de escrita que apresenta inúmeras
regularidades.
Contudo, se por um lado o modelo de etapas de Frith não dá conta de fornecer
explicações satisfatórias sobre a aprendizagem implícita ou aquela que ocorre à revelia do
controle do sujeito ou de uma intervenção pedagógica, cabe lembrar que, por outro lado, os
modelos conexionistas assim o fazem, mas por sua vez estes deixam também a desejar
qualquer explicação na vertente explícita da aprendizagem, situação que deste modo
configura uma lacuna em ambos os lados.
Gombert (2003) conclui que, uma boa compreensão da aprendizagem da leitura deve
envolver complementarmente explicações implícitas e explícitas da aprendizagem da leitura.
Aparentemente, em avaliação de habilidades metalingüísticas, nenhum dos dois modelos
teóricos deve ser excluído ou ignorado, já que comportam entre si limitações as quais podem
ser complementadas pelo outro. Do mesmo modo, a partir das considerações do autor, talvez
se possa supor que cada um dos principais modelos teóricos tem uma contribuição a fazer no
estudo da metalinguagem, dependerá do objetivo de investigação do pesquisador para que ele
possa fazer opções complementares ou optar por um ou outro modelo, de forma que dê conta
de explicar do melhor modo possível as variáveis em estudo.
Diferentes teorias da aprendizagem da leitura são também consideradas em Marec-
Breton e Gombert (2004), quando estes autores se propõem a analisar o papel da consciência
morfológica em modelos clássicos de aprendizagem da leitura. Os autores consideram na
investigação atual que, os clássicos modelos teóricos de aprendizagem da leitura ou
desconsideram a relevância do tratamento morfológico de palavras escritas ou consideram que
ele é instalado apenas tardiamente, pois se centram muito mais em explicações sobre os
processos de decodificação, montagem fonológica e suas automatizações. Todavia, a
dimensão semiográfica das palavras é praticamente ignorada.
Tal condição a que é relegada a dimensão semiográfica das palavras, parece
contraditória à própria aceitabilidade por parte de especialistas na área da aprendizagem da
leitura. A contradição parece plausível, haja visto que parecem reconhecidos que dois
princípios de funcionamento da língua escrita, sem os quais ela não pode existir, sejam o
fonográfico e o semiográfico, reconhecendo-se também que tanto a fonologia quanto a
morfologia podem desempenhar um importante papel na aprendizagem da leitura (MAREC-
BRETON; GOMBERT, 2004).
Marec-Breton e Gombert (2004) reconhecem, com base em dados de pesquisa, a
existência de tratamentos morfológicos precoces em leitores iniciantes e questionam então:
32
qual o papel desempenhado pela dimensão morfológica na instalação dos procedimentos de
reconhecimento ou decodificação de palavras escritas? Como isso se coloca nos diferentes
corpos teóricos?
Antes de possibilitar estas discussões, vale esclarecer que ser sensível à estrutura
morfológica das palavras está intimamente relacionado ao princípio semiográfico o qual
possibilita que às unidades gráficas sejam atribuídas formas significativas, conforme pôde ser
visto anteriormente, quando das discussões sobre cada uma das habilidades metalingüísticas
citadas neste capítulo.
Os dados de Marec-Breton e Gombert (2004) indicam que no modelo de etapas, é
apenas no estágio ortográfico que as palavras são analisadas em unidades ortográficas, o que
pressupõe, eventualmente, o tratamento morfológico destas.
Da mesma forma, o modelo de Seymour (1997, 1999) e de Seymour et al. (2003,
citados por MAREC-BRETON; GOMBERT, 2004) postula que os módulos ortográfico e
morfográfico são apenas construídos no que é considerado como o último nível de
aprendizagem da leitura neste modelo, a saber, o nível ortográfico. Nesta fase, considera-se
que o leitor já se encontra em nível de proficiência da leitura e que, portanto, a estrutura
morfológica surge apenas como um instrumento que pode ser utilizado para compensar a
irregularidade de certas palavras quando a conversão grafofônica não dá conta de assim o
fazer.
No que concerne aos modelos conexionistas, são fornecidas, na continuação das
análises de Marec-Breton e Gombert (2004, p. 109), algumas diretrizes gerais, as quais, em
síntese, servem para explicar o seu funcionamento:
33
para os estudiosos na área da consciência morfológica, esses modelos, por sua vez, parecem
considerar, sobretudo as dimensões ortográficas e fonológicas em detrimento da dimensão
morfológica.
34
Não obstante as contribuições de Ferreiro e Teberosky (1986), vale relembrar que já
tem sido fonte de inquietação para pesquisadores na área da metalinguagem, o fato de que a
construção de uma hipótese alfabética não assegura o não enfrentamento de dificuldades, por
parte das crianças, para a aquisição das habilidades de leitura e de escrita (GUIMARÃES,
2003). Parece importante retomar também que, embora a decodificação não seja unicamente
promotora da aprendizagem da leitura e da escrita, ela é certamente uma parte importante do
processo de aquisição dessas habilidades. Neste sentido, suporte empírico encontrado em
resultados de pesquisas tem demonstrado que, habilidades metalingüísticas, como por
exemplo, a consciência sintática influencia positivamente a decodificação e a compreensão de
leitura (REGO, 1993).
Finalmente, partindo para uma outra consideração, buscas na literatura produzida no
Brasil permitem visualizar que, ao menos em registros do tipo artigo, referências às teorias de
aprendizagem da leitura e da escrita, não parecem ultrapassar as anteriormente apresentadas,
quando os especialistas fazem investigações na área da metalinguagem. Em geral, um modelo
freqüentemente citado nas discussões nessa área é o modelo de etapas de Frith.
A seguir, se apresentará uma revisão da literatura com a expectativa de que esta
contribua para uma visão mais ampla dos estudos no campo metalingüístico, das teorias de
aprendizagem como apoio nesta área, dos instrumentos utilizados para avaliação e, sobretudo
das possíveis relações que podem ser estabelecidas com os programas de intervenção
propostos para crianças que continuam a enfrentar dificuldades nas aquisições da leitura e da
escrita, apesar de sua permanência na escola, situação que sintetiza o interesse do presente
estudo.
35
2. Pesquisas na Área: uma Revisão da Literatura
43
desempenho das crianças com dificuldades em leitura e escrita foi inferior ao de crianças sem
dificuldade com a mesma idade.
Ainda no grupo 02, avaliando as relações entre habilidades metalingüísticas e outras
habilidades cognitivas, como a memória, pôde-se fazer referência às pesquisas de Capovilla e
Capovilla (2000), Capovilla et al. (1998), já citadas e, a pesquisa de Capovilla, Capovilla e
Suiter (2004). A fim de identificar habilidades cognitivas mais freqüentemente prejudicadas
nas dificuldades de leitura, Capovilla, Capovilla e Suiter (2004) avaliaram 90 crianças de pré-
escola e 1a série em leitura, escrita, consciência fonológica, memória fonológica, vocabulário,
aritmética, processamento visual e seqüenciamento. Os autores verificaram relações
significativas entre bons leitores e superioridade em escrita, em consciência fonológica,
vocabulário, memória fonológica e memória visual.
Representativos do grupo 03 avaliação dos efeitos de programas de intervenção,
foram os estudos de Capellini e Ciasca (2000), Capovilla e Capovilla (1997), Capovilla e
Capovilla (1998), Capovilla e Capovilla (2000), Carnio e Santos (2005), Paula, Mota e Keske-
Soares (2005) e Santos e Maluf (2004).
A pesquisa de Capovilla e Capovilla (1997) avaliou o efeito do treino em consciência
fonológica sobre habilidades fonológica e de leitura e escrita em 76 crianças de pré-três à
segundas séries. O treino teve a duração de 18 semanas. Uma prova de consciência fonológica
foi desenvolvida e utilizada a fim de avaliar as seguintes habilidades: julgamento de rimas e
aliterações; síntese, segmentação, manipulação e transposição silábicas e fonêmicas. Além
disso, foram aplicadas provas de leitura em voz alta e de escrita em forma de ditado, alem de
provas de memória fonológica de trabalho (subteste de digitos do WISC) e, de longo prazo.
Os resultados demonstraram que o treino de consciência fonológica aumentou
significantemente as habilidades fonológicas, de leitura e escrita do pré-3, bem como as
habilidades fonológicas gerais e especificas do pré-3 a segunda serie. Porém, não foram
encontrados efeitos significantes sobre as habilidades de memória fonológica.
Capovilla e Capovilla (1998) também aplicaram um treino fonológico em 32 crianças
de pré um à segunda séries com atraso nesta habilidade. As habilidades fonológicas e de
leitura e escrita das crianças treinadas aumentaram significativamente, mais dos que as
habilidades das crianças não treinadas. De acordo com os pesquisadores, as habilidades das
crianças treinadas tornaram-se equivalentes às das crianças mais adiantadas.
Capellini e Ciasca (2000) verificaram a eficácia de um programa de treinamento com a
consciência fonológica em crianças com distúrbios específicos de leitura/escrita e distúrbios
de aprendizagem e comparou as habilidades intelectuais de leitura e escrita ao funcionamento
44
de áreas corticais nestas crianças com aquelas que lêem conforme o esperado para a idade e
para o nível intelectual. As crianças tiveram idades variadas de 08, 09, 10 e 12 anos e foram
submetidas a pré-teste, treino e pós-teste. Os participantes formaram grupos com e sem
histórico de fracasso escolar ou com sinal neurológico de lateralidade não definida. As
crianças com e sem histórico de fracasso escolar melhoraram significativamente em escrita. O
treino em consciência fonológica estimulou as consciências fonológica e sintática,
apresentando impacto positivo na aprendizagem da leitura e da escrita.
Capovilla e Capovilla (2000) investigaram os efeitos do treino de consciência
fonológica sobre habilidades metafonológicas, leitura, escrita, conhecimento de letras,
memória de trabalho e acesso léxico à memória de longo prazo, em 55 crianças de ambos os
sexos de primeira série do ensino público fundamental com baixo nível sócio-econômico.
Para avaliar a habilidade de leitura foi utilizado o software CronoFonos que avalia as
habilidades de leitura em voz alta. Este instrumento apresenta itens escritos isolados para a
leitura e registra a resposta na forma em que esta é emitida, a fim de analisar erros. A prova de
escrita consistiu em um ditado de uma lista de 72 itens retirados da prova de leitura em voz
alta. A avaliação do conhecimento de letras se deu apresentando-se, através do software
CronoFonos, 23 letras do alfabeto português em ordem aleatória a fim de serem nomeadas em
voz alta pelas crianças. Uma prova de nomeação de cores foi utilizada para avaliar o acesso à
memória de longo prazo. De acordo com os autores, os dados evidenciaram que o grupo
experimental obteve ganhos em consciência fonológica, leitura e ditado de palavras e de
pseudo palavras e conhecimento de letras. Foi demonstrado que este tipo de intervenção
permite tratar de atrasos em consciência fonológica, leitura e escrita de crianças.
Através de uma experiência de intervenção experimental voltada para o
desenvolvimento da consciência fonológica e para o estudo de sua importância na aquisição
da escrita, Santos e Maluf (2004) estudaram 90 pré-escolares cujas idades variaram entre 5,4 e
6,5 anos e, cuja língua materna era o português brasileiro. Foram feitas 32 sessões de 30
minutos três vezes por semana. Encontraram que a consciência fonológica tem papel
facilitador no início da aquisição da linguagem escrita e pode se desenvolver através de
programa de intervenção. Os resultados do estudo indicaram uma interação entre o
desenvolvimento de habilidades metafonológicas e aquisição da escrita e sugeriram que o
reconhecimento de que a fala é segmentada em palavras e que estas podem ser segmentadas
em unidades menores é facilitador para a alfabetização. As autoras ressaltaram a necessidade
de ser incluída na formação de professores a interação entre consciência fonológica e escrita
45
como objeto de estudo, dada a importância dessa interação no processo inicial de
alfabetização.
Carnio e Santos (2005) estudaram a evolução de consciência fonológica em 20 alunos
do ensino público fundamental após programa de estimulação fonoaudiológica. Os
participantes selecionados para participar do programa de estimulação foram os que
obtiveram os piores resultados na avaliação inicial de letramento. Os resultados revelaram que
a maioria dos sujeitos demonstrou noção de atividades de consciência fonológica. Os alunos
evoluíram em consciência fonológica, o que demonstrou a eficácia do programa.
Paula, Mota e Keske-Soares (2005) examinaram a influência da terapia em
consciência fonológica no processo de alfabetização. Foram avaliadas 46 crianças em leitura e
escrita de palavras e pseudopalavras e em consciência fonológica. A terapia influenciou
positivamente o desempenho das crianças do grupo experimental no que se referiu às tarefas
de consciência fonológica e em relação ao seu desempenho em leitura e em escrita. Foi
concluído que a terapia de consciência fonológica facilita a aquisição do código alfabético.
Especificamente no grupo 04, estudos que propuseram-se à revisão da literatura na
área, a pesquisa de Correa (2004) objetivou realizar uma revisão da literatura sobre
consciência sintática a fim de descrever e discutir suas possibilidades metodológicas, isto é, as
tarefas que têm sido utilizadas para a sua mensuração, a validade e propriedade dos
instrumentos na investigação do desenvolvimento das habilidades metassintáticas na criança e
a eficácia das tarefas clássicas de consciência sintática, bem como das tarefas de uso recente
na literatura. De acordo com o estudo, foram consideradas tarefas clássicas: julgamento de
frases bem estruturadas e de sentenças gramaticalmente inaceitáveis; correção de frases
quanto a sua reordenação, uso impróprio de seus termos integrantes ou a ausência de um
morfema; tarefa de repetição, isto é, solicitar que a criança repita a sentença ouvida, sem
qualquer alteração; tarefas de localização ou de apontamento do erro presente nas frases
apresentadas e da explicação do motivo pelo qual o enunciado estaria errado; tarefa de
completamento ou de produção, ou seja, tarefa em que a criança deveria enunciar as palavras
que faltavam em uma frase, história ou completar o morfema final de uma palavra incompleta
dentro de uma frase.
Foram consideradas tarefas de uso recente as tarefas de analogia sintática e de
replicação originadas a partir dos anos de 1990. A primeira consiste em fazer uso do
raciocínio verbal por analogia e a segunda consiste em solicitar à criança que reproduza em
duas sentenças corretas o mesmo erro gramatical localizado e corrigido em uma sentença
anteriormente apresentada. As análises deste estudo demonstraram que, em ambos os casos,
46
tarefas consideradas clássicas e tarefas consideradas recentes, há ressalvas em suas aplicações.
Segundo a autora, as tarefas consideradas clássicas falham em distinguir no desempenho da
criança o que é produto do seu processamento lingüístico ordinário e o que é derivado da sua
atividade metassintática, já que a criança poderia obter sucesso nas tarefas mencionadas
utilizando apenas o conhecimento implícito que possui da língua. Além disso, estas tarefas
parecem menos relacionadas à manipulação intencional da sintaxe da língua e mais
relacionadas ao processamento lingüístico habitual. As atividades recentes foram
consideradas um avanço a medida em que possibilitaram a avaliação da intencionalidade na
manipulação do conhecimento sintático pela criança, mas sua ressalva surge a medida em que
avaliam o uso de habilidades metassintáticas com a exigência de outros processos cognitivos,
implicando operações mais sofisticadas de pensamento.
A autora recomenda que as tarefas que avaliam a consciência sintática sejam
consideradas como sintático-semântica já que é impossível tratar a sintaxe independentemente
da semântica. Concluiu-se que o conhecimento sobre a validade das tarefas empregadas
parece limitado pelo conhecimento atual sobre a conceitualização da consciência
metalingüística, o qual precisa ser aprimorado com o aumento de pesquisas na área.
Além da pesquisa de Correa (2004), podem ser apontados nesse grupo o estudo de
Maluf, Zanella e Pagnez (2006), inicialmente citado.
No que concerne ao agrupamento 05, avaliação de habilidades metalingüísticas em
sujeitos com algum tipo de deficiência, foram representativos os estudos de Capovilla (2002),
Cardoso-Martins e Frith (1999), Petsun, Ciasca e Gonçalves (2002) e, Portugal e Capovilla
(2002).
A pesquisa de Cardoso-Martins e Frith (1999) investigou a relação entre consciência
fonológica e habilidade de leitura em 33 crianças downianas de ambos os sexos, com idades
variáveis entre 06 e 09 anos que já haviam começado a ler. Um grupo controle formado por
crianças pré-escolares e de 1a e 2a séries em igual número ao do grupo de crianças com
Síndrome de Down também foi avaliado. As crianças do grupo controle foram emparelhadas
ao grupo experimental. Todas as crianças foram avaliadas em testes de desenvolvimento
intelectual: tarefas de leitura de palavras ou de pseudo-palavras; tarefas de conhecimento da
escrita: nomeação de letras ou de sílabas correspondendo ao fonema da letra alvo e de;
consciência fonológica: detecção de rima ou identificação da palavra teste que rimava com a
palavra alvo, detecção de fonema ou identificação de qual entre 03 palavras se iniciava com
um fonema determinado. Encontrou-se forte relação entre uma tarefa que pressupunha a
habilidade de manipulação explícita dos constituintes fonêmicos da fala e habilidade de
47
leitura, embora as crianças com Síndrome de Down, tenham demonstrado fraco desempenho
nas tarefas de consciência fonológica, inferior ao desempenho das crianças sem Síndrome de
Down, pertencentes ao grupo controle.
Capovilla (2002) discutiu o conceito de dislexia do desenvolvimento, analisando a
hipótese de Déficit Fonológico segundo a qual o distúrbio no processamento fonológico é o
principal aspecto prejudicado na dislexia. Analisou também evidências mais recentes sobre os
tipos de dislexia do desenvolvimento que apontam a dislexia morfêmica como um padrão de
atraso na aquisição da linguagem escrita, enquanto a dislexia fonológica, de fato, possui
características de um distúrbio. Ao mesmo tempo, a autora descreveu instrumentos para
avaliação quantitativa e qualitativa da dislexia do desenvolvimento, assim como
procedimentos para seu tratamento e prevenção, baseados em atividades de consciência
fonológica e de ensino de correspondências grafo-fonêmicas.
Ao avaliarem a dislexia do desenvolvimento em um aluno de 09 anos e 3 meses de
uma escola pública de Campinas, Petsun, Ciasca e Gonçalves (2002) encontraram
dificuldades específicas em leitura e em consciência fonológica.
Portugal e Capovilla (2002) avaliaram efeitos da perda auditiva sobre atraso da
linguagem em 68 crianças de primeira série de uma escola pública de Goiânia. As crianças
compuseram grupos controle e experimental e ambos foram avaliados em linguagem
(vocabulário receptivo auditivo, consciência fonológica, discriminação auditiva), nota escolar
e inteligência não verbal. Os achados apontaram relações positivas entre as variáveis
investigadas.
49
consciência fonêmica foi o melhor preditor de habilidades de leitura precoce, habilidades
metassintáticas são também freqüentemente responsáveis por variância significativa.
Shankweiler (1996) avaliou habilidades básicas em leitura, escrita e habilidades
metalingüísticas de apoio em estudantes com e sem dificuldades na aprendizagem. Foi
investigado também a contribuição de decodificar pseudopalavras e suas relações com as
consciências fonológica e morfológica na escrita. Os resultados demonstraram que as
diferenças individuais em compreensão de texto refletem a eficiência do processamento
fonológico.
A pesquisa de Byrne, Meek e Epps (1996) examinou as relações entre habilidades de
linguagem oral e de escrita em um estudo envolvendo 97 participantes de um programa de
alfabetização de adultos. Um teste de habilidades metalingüísticas de habilidades semânticas
TOWK (Test of Word Knowledge) foi utilizado. Uma relação significante foi encontrada
entre os escores totais do TOWK e os níveis de leitura dos sujeitos. Pós-testes aplicados em
22 dos sujeitos envolvidos no programa, aproximadamente 6 a 8 meses depois do teste inicial,
sugeriram que alguns aspectos da linguagem oral bem como da leitura melhoraram.
Melacon e Ziarko (1999) examinaram a evolução de habilidades metalingüísticas de
46 crianças, falantes do francês, no período do jardim de infância até o final do primeiro grau.
Foram avaliadas as relações entre as habilidades metalingüísticas (consciências fonológicas e
sintáticas) e a compreensão de texto. Encontraram-se os resultados de que habilidades
metalingüísticas progrediram significativamente e, consciência sintática no jardim de infância
foi preditora de compreensão de texto no final do primeiro grau.
Pôde-se encontrar também na literatura a existência de estudiosos preocupados com as
contribuições do conhecimento morfológico e da consciência fonológica em gêmeos pré-
escolares e, em escolares crianças e/ou adultos estudantes do primeiro grau. A investigação
sobre o desenvolvimento de consciência morfológica em chinês e /ou inglês apareceu com
freqüência. De fato, uma variedade de livros tem sido produzida enfatizando contribuições de
consciência fonêmica e morfológica para a alfabetização. Podem ser encontradas também
indicações de publicações que discutem as bases teóricas da habilidade morfológica, bem
como o papel da consciência morfológica na aprendizagem da leitura em diferentes línguas,
entre outras, na língua chinesa e em crianças bilíngües do espanhol e do inglês. Os estudos de
diferentes autores exemplificam essas tendências (BYRNE et al., 2002; KU, ANDERSON,
2003; LI, GAFFNEY, PACKARD, 2002; MOATS, 2000; OLLER, EILERS, 2002;
MALCOLM, 2002; SCHWIEBERT, GREEN, MCCUTCHEN, 2002).
50
Em especial, no caso das pesquisas empíricas encontradas, os resultados
demonstraram confiável influência genética em consciência fonológica, memória e
aprendizagem e, significante participação do ambiente em desenvolvimento morfológico,
vocabulário e gramática, no que se refere a estudo com gêmeos. Achados sugeriram que a
consciência morfológica desenvolve-se com o nível de escolaridade e parece fortemente
relacionada à habilidade de leitura. Pesquisadores notaram que a aquisição de estudantes
chineses de morfologia derivacional parece atrasar-se em relação à aquisição de regras
compostas, as quais podem refletir a natureza da formação das palavras chinesas em que há
muito menos derivativos que compostos em chinês.
Enfatizou-se que conhecimento morfológico contribui para o desempenho em leitura e
em escrita indicando-o como preditor dessas habilidades. Entretanto, foi sugerida a
necessidade de investir-se em estudo futuro a fim de determinar quais aspectos do
desempenho em linguagem escrita são mais afetados por conhecimento morfológico e quando
a morfologia começa a ter um papel de sucesso na leitura.
Ao ser examinada a habilidade de crianças para usar relações morfológicas
elementares entre palavras como uma fonte de informação sobre a escrita de palavras,
encontrou-se que ao passo que a fonologia tem um importante papel sobre a escrita precoce,
crianças jovens podem também usar outras fontes de informação, incluindo certas relações
morfológicas entre palavras.
Quando se buscou informações específicas sobre a avaliação da consciência
fonológica, os estudos realizados no exterior geralmente apontaram correlações positivas e
significativas entre esta habilidade e habilidades intelectuais. O estudo de Nelson, Benner e
Gonzáles (2003), envolvendo uma meta-análise de 30 estudos, encontrou em achados de
diferentes pesquisas a corroboração de relações significativas entre intervenções em
alfabetização e consciência fonológica, esta última como uma característica do aprendiz que
influencia o tratamento responsivo de intervenções em alfabetização inicial.
Hester e Hodson (2004) defendendo que o papel da consciência fonológica na
decodificação de leitura inicial tem sido bem documentado, sugerem que a relação dessa
habilidade com outros fatores que afetam a decodificação da leitura ainda precisa ser melhor
investigada. Esses autores avaliaram a capacidade relativa da representação fonológica através
da produção real da palavra, da repetição de não palavra e da manipulação fonológica. A
contribuição da representação fonológica para decodificar leitura foi comparada à
contribuição da memória de trabalho, da inteligência não-verbal e do vocabulário receptivo.
Análises de regressão múltipla demonstraram que a tarefa de manipulação fonológica
51
complexa foi o que melhor explicou a maior parte da variância em decodificar leitura em
relação às outras variáveis comparadas.
Malloy e Botzakis (2005) pareceram corroborar a evidência de interesse crescente
sobre o estudo de consciência fonológica por parte de pesquisadores no campo da
alfabetização, quando, ao reunirem relatórios estrangeiros de pesquisa em alfabetização
apontam o interesse de chilenos, argentinos, brasileiros e colombianos, no estudo dos aspectos
fonológicos da linguagem.
Apesar de apenas um dos relatórios reunidos indicar o estudo da consciência
fonológica relacionado à alfabetização, ao menos dois outros entre os relatórios citados
corroboram a idéia de interesse crescente em diferentes países no estudo dos problemas
relacionados à aprendizagem inicial da leitura e da escrita. O primeiro relatório incluído neste
documento é o de Marta Infante que relata o interesse crescente de profissionais chilenos em
estudar fatores relacionados à leitura tais como consciência fonêmica, desenvolvimento
fonológico e desenvolvimento narrativo.
O segundo relatório é o da Argentina Melina Porto e está voltado para a pesquisa no
campo da educação do professor. O terceiro relatório é o da brasileira Claudia Cardoso-
Martins e detalha os resultados de um outro relatório sobre aquisição na alfabetização,
apresentado em Brasília em 2003. Este relatório informa que em resposta aos altos níveis de
dificuldades na leitura em escolas públicas brasileiras, o Comitê em Educação e Cultura do
Parlamento de Brasília comissionou um grupo de cientistas para escrever um relatório da
condição dos níveis de aquisição da leitura e das práticas instrucionais de leitura. Foi também
solicitado ao grupo de estudiosos que apresentassem propostas para ações políticas que
visassem garantir que toda criança brasileira realizasse níveis adequados de desempenho em
leitura nos anos escolares iniciais. No caso deste terceiro relatório vale mencionar que a
autora faz parte do grupo de estudiosos brasileiros envolvido na pesquisa de habilidades
metafonológicas, conforme citado no apontamento de pesquisas realizadas no Brasil no
presente estudo.
O relatório final mencionado por Malloy e Botzakis (2005) foi o de Amparo Clavijo-
Olarte que relata projetos de pesquisa em alfabetização os quais têm sido desenvolvidos por
professores e estudantes graduados de universidades públicas na Colômbia.
Assim, a primeira observação apresentada indica que entre as habilidades
metalingüísticas estudadas, o interesse pela consciência fonológica se sobressai nos estudos
na área e necessita de maior aprofundamento em termos de investigação.
52
A segunda observação diz respeito à faixa etária das populações pesquisadas. Os
estudos voltados para uma avaliação da consciência fonológica também apresentaram uma
variação no que se referiu à faixa etária das populações investigadas – adultos e crianças -
embora se pudesse notar uma grande concentração de estudos com pré-escolares e/ou crianças
pré-alfabetizadas. Foy e Mann (2003), por exemplo, analisaram especificamente se aspectos
da consciência fonológica dependem de exposição à alfabetização entre crianças de 4 a 6 anos
de idade. Respostas de pais sobre o ambiente de alfabetização familiar foram comparados aos
resultados de consciência de rima e de fonemas, vocabulário, conhecimento de letra e
desempenho em medidas de capacidade ou de potência fonológica das crianças. Os resultados
mostraram que um ensino enfocando em ambiente domiciliar alfabetizador e, exposição à
comunicação relacionada à leitura estão diretamente associados com conhecimento de letras e
vocabulário.
Já Wood (2004), questionando a idéia de que crianças necessitam ser expostas à
instrução alfabética antes de poderem desenvolver consciência fonológica, especialmente
consciência fonêmica, examinou se dois grupos de pré-escolares, crianças pré-alfabetizadas
que diferiam em seu conhecimento de nomes de letras também difeririam em seus níveis de
consciência fonológica. O desempenho posterior das crianças em medidas de idade escolar,
leitura e escrita também foram comparados. Os resultados indicaram que não houve
diferenças significativas em consciência fonológica e alfabetização entre os dois grupos de
crianças avaliados.
Ainda para demonstrar a preocupação em estudar crianças bem jovens investigadas em
pesquisas sobre consciência fonológica, pode ser citado o estudo de Levy et al. (2006). Estes
pesquisadores investigaram 474 crianças na idade de 48 a 83 meses em medidas de
consciência fonológica e habilidades de leitura precoce. Os pais das crianças completaram um
questionário sobre as experiências domiciliares de alfabetização utilizadas. Resultados
demonstraram desenvolvimento sistemático no entendimento das crianças de convenção
escrita e fala e ortografia inglesa. Análises dos resultados indicaram que conhecimento para
escrever foi relacionado à habilidade de leitura precoce, independentemente da variância
devido à idade e à consciência fonológica.
No que se referiu à população de adultos, Jimenez e Venegas (2004), investigaram a
importância relativa da complexidade da estrutura silábica e diferenças em tarefas em medir a
consciência fonológica em adultos com baixo desempenho em alfabetização. Os dados
indicaram que a complexidade da estrutura silábica realmente descreveu melhor a construção
da consciência fonológica em adultos com baixo desempenho em alfabetização.
53
Desse modo, as pesquisas de Foy e Mann (2003), Levy et al. (2006) e Wood (2004),
não apenas exemplificaram o interesse de produções preocupadas com a avaliação da
consciência fonológica, como já referido na primeira observação, mas também corroboraram
os estudos de Santos e Maluf (2007) a respeito do interesse de pesquisas no âmbito da
consciência fonológica com pré-escolares.
A terceira observação relaciona bilingüismo e consciência fonológica. O interesse em
estudos envolvendo bilíngües, crianças do jardim de infância ou ainda proficiência em uma
habilidade intelectual ou em uma língua e, avaliação de habilidades de leitura em crianças de
línguas com estruturas fonológicas semelhantes e suas relações com a consciência fonológica
também aparece com grande freqüência (ABU-RABIA, 2004; EVIATAR, IBRAHIM, 2000;
GORMAN, GILLAM, 2004; GOSWAMI, ZIEGLER, RICHARDSON, 2005; GURON,
LUNDBERG, 2003; LATHAM, 1998; LOIZOU, STUART, 2003; LOPES, GREENFIELD,
2006; PINTO, CORSETTI, 2001). Discutindo as vantagens do bilingüismo para o
desenvolvimento cognitivo, Latham (1998) confirmou que alguns especialistas sustentam
relação positiva entre bilingüismo e consciência metalingüística. Entretanto o autor
reconheceu que esta visão não é universalmente aceita e que a natureza desta interação é ainda
desconhecida.
Pinto e Corsetti (2001) investigaram o efeito da instrução de Esperanto nas habilidades
metalingüísticas de dois grupos de estudantes da escola secundária. O estudo indicou que o
grupo que estudou Esperanto por um ano escolar inteiro obteve melhor resultado em testes
desenvolvidos independentemente da habilidade metalingüística em comparação com o grupo
controle. Resultados sugeriram que o ensino de Esperanto realça habilidades metalingüísticas
em geral.
Guron e Lundberg (2003) investigaram proficiência em leitura usando uma bateria de
habilidades fonológicas em uma classe de suecos. Encontraram que dada exposição suficiente
à línguas majoritárias, é possível avaliar uma série de habilidades fonológicas entre falantes
de línguas minoritárias usando a mesma bateria de tarefas utilizada para falantes nativos.
Loizou e Stuart (2003) examinaram níveis comparados de consciência fonológica em
monolíngües e bilíngües do Inglês e do Grego na idade de 05 anos. Os resultados mostraram
que crianças bilíngües do grego-inglês sobre-desempenharam-se em relação às crianças
monolíngües do inglês, entretanto esse padrão não foi replicado em relação à comparação de
bilíngües do inglês-grego e monolíngües do grego. Os resultados dessa pesquisa estiveram de
acordo com as sugestões de que a aprendizagem para ler em línguas alfabéticas promove um
certo nível de consciência fonológica.
54
Abu-Rabia (2004) pesquisou erros de leitura cometidos por 34 etíopes aprendizes de
hebreu. A habilidade dos participantes para ler em hebreu foi considerada pobre depois de
viver em Israel por sete anos. Os erros de leitura foram analisados indicando um tipo de
leitura fonológica de erro dominante.
Partindo do princípio de que dentro das línguas alfabéticas a consistência escrita-som
pode diferir enormemente, Goswami, Ziegler e Richardson (2005) observaram que embora as
línguas inglesa e alemã possuam estrutura fonológica e ortográfica semelhante, elas não o são
assim no que se refere a sua consistência. No inglês, por exemplo a letra “a” pode ter
diferentes pronúncias em diferentes palavras, enquanto que a letra “a” em alemão mantém
sempre a mesma pronúncia. A partir daí, os autores avaliaram a hipótese de que anterior a
alfabetização, a representação fonológica em crianças inglesas e alemãs poderia ser similares
devido à estrutura fonológica similar entre as duas línguas. Os pesquisadores compararam
consciência fonológica em rima e níveis de fonema em pré-leitores e leitores iniciantes em
inglês e alemão e encontraram efeitos de desenvolvimento similares em pré-leitores, mas
efeitos diferenciais para as crianças que freqüentavam o primeiro ano de instrução de leitura.
Lopes e Greenfield (2006) examinaram as relações entre habilidades de linguagem
oral e habilidades de consciência fonológica em 100 falantes do espanhol como ponto de
partida para essas crianças aprenderem o inglês. Resultados sugeriram o fortalecimento da
linguagem e habilidades metalingüísticas dessas crianças em sua primeira língua como uma
ferramenta para a aquisição posterior de habilidades de alfabetização no inglês.
A quarta observação tem a ver com a oferta de programas de intervenção em
consciência fonológica. Assim como em estudos realizados no Brasil, o interesse em utilizar
programas de terapia e/ou de intervenção em consciência fonológica e o interesse em realizar
estudos de caráter longitudinal se mostrou presente em nível estrangeiro. Vários resultados de
pesquisa foram encontrados fornecendo evidências de que programas de intervenção baseados
em consciência fonológica melhoram o desempenho da habilidade de consciência fonológica
e geram implicações positivas sobre as habilidades de leitura e de escrita.
Aram e Biron (2004) compararam dois tipos de intervenção. Uma intervenção
enfocando em linguagem e leitura de livro de história e a outra intervenção enfocando em
habilidades alfabéticas e escrita. Foram estudados 71 pré-escolares na idade de 3 a 5 anos,
sendo que desses, 24 participaram de um grupo controle. As crianças foram avaliadas no
início e no final de um ano escolar em consciência fonológica, escrita de palavra,
conhecimento de letra, consciência ortográfica, compreensão oral, vocabulário e
conhecimento geral. Os resultados demonstraram que crianças nos dois programas de
55
alfabetização progrediram significativamente mais que o grupo controle em consciência
fonológica e consciência ortográfica.
A investigação de Savage e Carless (2005) buscou demonstrar se assistentes de apoio
da aprendizagem escolar podem promover desempenho por meio de intervenções fônicas,
uma vez em que há evidências de que pesquisadores treinados, utilizando esse mesmo
método, promovem escrita e leitura precoce. Participaram do estudo 04 grupos de crianças de
06 anos de idade com baixo desempenho em leitura. Foram brevemente treinados assistentes
de apoio da aprendizagem escolar a fim de administrarem um programa fônico e um
programa baseado em rima e fonema durante 09 semanas. O pós-teste revelou que todas as
crianças do grupo de intervenção foram melhores decodificadores e demonstraram melhor
consciência fonológica e melhor conhecimento som-letra que o grupo controle. O grupo que
participou do programa baseado em fonema teve melhor conhecimento som letra que o grupo
da outra intervenção. Foi demonstrado que assistentes de apoio da aprendizagem escolar
treinados podem realizar efetivo programa preventivo precoce para dificuldades na
alfabetização.
Objetivando examinar a efetividade de terapia em consciência fonológica, Denne et al.
(2005) trabalharam com 20 crianças, entre 5 e 7 anos de idade com dificuldades fonológicas
expressivas. As crianças foram divididas aleatoriamente em grupo tratado e não tratado, isto
é, grupo submetido e não submetido à terapia. As crianças tratadas foram subdivididas em três
grupos e receberam 12 horas de terapia. Atividades de pré e pós-teste foram utilizadas para
monitorar o progresso das crianças em consciência fonológica, alfabetização e produção do
discurso. Os dois grupos (tratado e não tratado) foram comparados e o grupo tratado obteve
ganhos significativamente maiores em consciência fonológica. Entretanto, não houve
diferenças significativas entre os dois grupos em relação à alfabetização e produção de
discurso.
Nelson, Benner e Gonzales (2005) investigaram os efeitos de uma intervenção pré-
leitora, preventiva, intensiva e coesiva em consciência fonológica, leitura de palavra e
habilidades de nomeação rápida em crianças com risco de distúrbio emocional e problemas na
leitura. Participaram da pesquisa 36 crianças distribuídas aleatoriamente em grupos controle e
experimental. As crianças do grupo experimental receberam 25 lições voltadas para ensinar às
crianças habilidades de pré-leitura fundamentais, isto é, habilidades de consciência fonológica
e de identificação de letra. As crianças do grupo experimental mostraram melhora
estatisticamente significante em suas consciência fonológica, leitura de palavra e habilidades
de nomeação rápida em relação às crianças do grupo controle. As análises indicaram que um
56
número relativamente pequeno de crianças do grupo experimental falhou em mostrar ganhos
satisfatórios em consciência fonológica.
A pesquisa de Pogorzelski e Whendal (2005) prôpos-se a examinar o papel das
habilidades do processo fonológico quando utilizadas para auxiliar leitores de pouco
progresso e mais velhos a desenvolver habilidades de alfabetização. Foi defendido que a
dificuldade na leitura é melhor entendida por um modelo contínuo onde as dificuldades em
leitura são influenciadas por dois fatores causais maiores, habilidade fonológica e qualidade
do ambiente de aprendizagem de alfabetização.
Intensificando as pesquisas de caráter longitudinal e voltadas para programas de
terapia, bem como para a investigação de crianças com desordem isolada da fala, Heskeht
(2004) re-avaliou 35 crianças que haviam participado em um programa de terapia anterior e
haviam concordado em serem avaliadas futuramente em sua fala e suas habilidades de
alfabetização e linguagem. As crianças inicialmente tinham sido avaliadas nas idades de 3,6 e
5 anos e possuíam diagnóstico de desordem na fala de moderada à severa. Os resultados da
avaliação posterior deram evidências de que, como grupo, as crianças fizeram bons
progressos na fala e demonstraram desenvolvimento em alfabetização e consciência
fonológica de acordo com o esperado para a idade. Um pequeno número de crianças
apresentou atraso em alfabetização e consciência fonológica. A consciência fonológica foi
melhor preditora de desempenho em alfabetização e, terapias em linguagem se apresentaram
como fontes confiáveis de desempenho em alfabetização precoce da maioria de crianças com
desordem isolada da fala.
Na linha dos estudos longitudinais, Stainthorp e Hughes (2004) realizaram um estudo
de caso com uma criança que foi auto-didata na leitura antes de ir à escola. A criança estudada
tornou-se hábil em leitura aos 5 anos e 4 meses, sendo que avaliada aos 6, 7 e 11 anos
continuou a mostrar alto nível de habilidade em todos os níveis de habilidade de
alfabetização. Conforme indicado por esses pesquisadores, os resultados de seu estudo são
contrastantes com recentes estudos de caso em que muitos leitores precoces mostraram pobres
níveis de consciência fonológica e que foram incapazes de falar em uma idade precoce.
A pesquisa de Nathan et al. (2004) dedicou-se a avaliação de um estudo longitudinal
do desenvolvimento de alfabetização precoce de 47 crianças com dificuldades na fala, nas
idades de 4 a 7 anos. Dessas crianças, 19 com dificuldades específicas na fala foram
comparadas com 19 crianças com dificuldades na linguagem e na fala e, com 19 crianças
consideradas normais as quais constituíram um grupo controle. Uma análise relacionando
discurso precoce, linguagem e habilidades de alfabetização, mostraram que a habilidade de
57
linguagem de pré-escolares foi um único preditor de consciência fonêmica aos cinco anos e
oito meses. A habilidade de linguagem de pré-escolares junto com habilidades de leitura
precoce predisseram efeitos em alfabetização. Desde que os efeitos de consciência fonêmica
foram controlados, nem a percepção da fala nem o processo de produção do discurso
predisseram variação em habilidade de alfabetização.
Leitão e Fletcher (2004) objetivaram acompanhar o processo fonológico e as
habilidades de alfabetização de um grupo de crianças na idade de 05 e 06 anos, com
deficiência específica de linguagem, em seu primeiro ano escolar. Em estudo anterior, houve
evidências de uma relação entre deficiência em linguagem caracterizada pela presença de
processos de erros não desenvolvimentais e consciência fonológica mais fraca nos dois ou três
primeiros anos escolares. Foi hipotetizado que o efeito desta relação continuaria a ser aparente
se os estudantes chegassem aos estágios finais da escola primária. Neste estudo, foram
reavaliados 14 estudantes em processo fonológico e habilidades de escrita e leitura até as
idades de 12 e 13 anos. As crianças com uma classificação original de erros de linguagem não
desenvolvimentais desempenharam-se significativamente menos que aquelas crianças com
uma classificação inicial de erros desenvolvimentais em consciência fonológica e medidas de
compreensão de leitura.
Cheung e Chen (2004) replicaram o efeito de que a experiência ortográfica precoce
modifica a consciência fonológica e, além disso, demonstraram que o processo de discurso
oral variou entre leitores vindos de diferentes níveis de alfabetização. Participaram do estudo
falantes de cantonês-chinês. Os achados sugeriram um papel ativo da experiência ortográfica
em modelar a consciência fonológica.
Uma novidade no campo de pesquisas longitudinais sobre consciência fonológica
pareceu ser o da verificação de relações entre esta habilidade e processos motivacionais.
Lepola et al. (2005) realizaram um estudo longitudinal de dois anos, examinando as relações
entre conhecimento da letra, consciência fonológica, nomeação rápida e orientação de tarefa.
Caminhos motivacionais lingüísticos foram traçados do jardim de infância ao primeiro grau
por meio de uma modelagem de equação estrutural. Participaram da pesquisa 100 falantes não
leitores. Os resultados mostraram que orientação à tarefa e consciência fonológica
predisseram conhecimento da letra aos 05 e 06 anos e subseqüentemente aos 6-7 anos.
Controladas a nomeação rápida e a consciência fonológica, a orientação da tarefa contribuiu
apenas para predizer a competência de leitura da palavra sugerindo que fatores lingüísticos e
motivacionais estão ambos em serviço quando as crianças enfrentam crescimento gradual das
demandas de aprendizagem para ler e escrever no primeiro grau.
58
Além do caráter longitudinal de vários estudos sobre habilidade metafonológica,
análises genéticas também têm sido relacionadas à consciência fonológica.
Byrne et al. (2005) conduziram análises genéticas relacionando nomeação rápida,
consciência fonológica, escrita e leitura de crianças no jardim de infância. A amostra de
participantes deste estudo foi composta de 172 pares de monozigotos e 153 pares de dizigotos,
crianças gêmeas do jardim de infância dos Estados Unidos e da Australia. Leitura,
consciência fonológica e nomeação rápida no jardim de infância mostrou efeitos substanciais
de genes e efeitos modestos de ambiente compartilhado. A escrita foi influenciada por genes e
igualmente pelo ambiente. Análises, em nível longitudinal, demonstraram que os mesmos
genes afetaram consciência fonológica na pré-escola e no jardim de infância. Os autores
defenderam que, na pré-escola conhecimento de escrita e consciência fonológica
compartilham uma fonte de influência genética a qual afeta leitura e escrita no jardim de
infância.
Assim como no caso brasileiro, algumas publicações apresentaram-se como discussão
teórica oferecendo aos leitores informações sobre como podem utilizar-se de programas de
alfabetização em nível de intervenção, tomando como base a consciência fonológica ou
sugestões que visem a construção e edificação ou a facilitação do desenvolvimento desta
habilidade. Também é presente na literatura publicações que apresentam instrumentos de
avaliação de habilidades de alfabetização precoce básica que envolvem subtestes de
consciência fonológica, o que denota uma expectativa de relação significativa entre
alfabetização e habilidade metafonológica. Neste grupo de produções podem ser citados os
estudos de Allor e McCathren (2003), Gordinier e Foster (2004), Justice e Pullen (2003),
Pullen e Justice (2003), Witte-Townsend e Whiting (2003) e Woods (2003).
Investir na busca de pesquisas, em nível de produções estrangeiras, utilizando os
termos conhecimento metalingüístico e crianças possibilitou encontrar ainda estudos que
enfatizaram: a análise das relações entre crianças com algum tipo de deficiência lingüística e
metalinguagem; sugestões oferecidas para ensinar crianças com prejuízo auditivo a ler e a
escrever e a aumentar o conhecimento metalingüístico dessas crianças e; a utilização de
método diversificado para aumentar o conhecimento metalingüístico de crianças, como
desenhos. Situação que constituiu a quinta observação desta parte do estudo (ANDREWS,
AKAMATSU, 1993; MARINELLE, JOHNSON, 2002; MCKAY, KENDRICK, 2001).
O estudo de Andrews e Akamatsu (1993) ofereceu sugestões para ensinar crianças
jovens, que tinham prejuízo auditivo ou deficiência auditiva, a ler e a escrever. As estratégias
apresentadas enfatizaram a importância de fazer relação explícita com os sinais, ajudando
59
crianças a entender que nem sempre há uma correlação perfeita de um sinal para uma palavra,
aumentando o conhecimento metalingüístico dos estudantes e a compreensão referente à
construção das habilidades de leitura e escrita.
Mckay e Kendrick (2001) usaram desenhos de crianças sobre leitura e escrita para
prover valiosos discernimentos do conhecimento metalingüístico que crianças têm sobre a
alfabetização, incluindo suas crenças sobre si e sobre outros como usuários da linguagem. A
arte das crianças foi colocada como uma fonte de “insight” ou de discernimento na natureza e
desenvolvimento da alfabetização.
Marinelle e Johnson (2002) investigaram 15 crianças com prejuízo lingüístico. A essas
crianças foi pedido para definir 10 substantivos comuns. Crianças que tinham prejuízo ou
déficit lingüístico obtiveram resultados significativamente menores que crianças de linguagem
com desenvolvimento típico, para ambos forma e conteúdo. Resultados sugeriram que acesso
léxico e/ou falta de conhecimento metalingüístico foram causas potenciais para resultados
menores obtidos por crianças com prejuízo especifico da linguagem.
Embora alguns dos estudos encontrados e citados nesta parte do trabalho possam ter
propostos avaliação do desempenho em habilidades metafonológicas e metassintáticas,
concomitantemente, a revisão da literatura conduziu a formulação da seguinte questão: o que
se pode dizer especificamente sobre a consciência sintática?
Uma revisão de estudos no campo da consciência sintática demonstrou que esta
habilidade metalingüística parece ser investigada em menor escala, quando comparada à
investigação do campo metafonológico. Os achados estrangeiros nem sempre são consensuais
no que se refere às relações entre consciência sintática e habilidades intelectuais. Entretanto,
alguns desses achados parecem corroborar resultados encontrados em pesquisas brasileiras
afirmando, por exemplo, relações significativas entre consciência sintática e habilidades de
leitura e de escrita e entre desempenho em habilidade sintática e a idade e/ou escolaridade.
Henderson e Jackson (1991) documentaram um estudo de caso sobre a emergência da
alfabetização em leitores extremamente precoces com as idades de 2,7 e 3,2 anos. Resultados
demonstraram que enquanto o sujeito apresentou baixo desempenho em consciência
fonológica e outras habilidades metalingüísticas, sua leitura e uso espontâneo da linguagem
tiveram baixa realização ou baixo desempenho em alguns tipos de consciência de palavras no
interior de padrões e sons. Houve somente uma relação modesta entre leitura precoce e
desenvolvimento semântico.
Ao realizar uma revisão de pesquisas sobre linguagens oral e escrita, Rowe (1992)
encontrou que o entendimento sintático melhora com a idade; A complexidade sintática e
60
semântica foram considerados indicadores de amadurecimento ou de desenvolvimento em
escrita.
No seio das publicações que reúnem discussões de diferentes pesquisadores sobre
linguagem, podem ser encontradas pesquisas que se dedicaram à comparação de aspectos
fonológicos, morfológicos e sintáticos das habilidades de linguagem, bem como discussões
das influências lexicais e semânticas nos processos sintáticos (FOWLER, 1995).
Dois grupos de crianças com idades de 05, 06 e 07 anos foram avaliadas por Ferreira e
Morrison (1994), para determinar conhecimento metalingüístico de matéria sintática de uma
sentença. Os pesquisadores encontraram que crianças de 05 anos de idade tiveram dificuldade
para repetir as matérias mais extensas e pronominais. A habilidade para isolar pronomes
melhorou com a idade e a habilidade para identificar matérias mais extensas melhorou com o
aumento da escolaridade.
Nation e Snowling (2000) avaliaram habilidades de consciência sintática em crianças
com boa e má compreensão de leitura. As crianças foram emparelhadas por idade, habilidades
de decodificação e habilidades não verbais. Maus compreendedores tiveram menor
desempenho que os leitores normais e o desempenho de ambos os grupos foi influenciado
pela complexidade sintática e ambigüidade semântica das sentenças.
O estudo de Abu-Rabia e Siegel (2003) sobre habilidades de leitura em três ortografias
de crianças árabes-israelenses falantes de inglês, hebreu e árabe obteve o seguinte resultado:
encontrou relações significativas entre a aquisição de habilidades de leitura de pseudopalavras
e palavras, memória de trabalho e consciência sintática em três línguas de um grupo de
estudantes na idade de 14 e 15 anos.
Abu-Rabia, Share e Mansur (2003) investigaram a identificação de palavra em Árabe e
processos cognitivos em leitores de nível normal e desabeis na leitura de uma mesma idade
cronológica e o mesmo nível de leitura em leitores normais mais jovens. Os resultados
indicaram deficiências significativas em morfologia, memória de trabalho e processo visual e
sintático, com severas deficiências em consciência fonológica.
Lefrancois e Armand (2003) investigaram o papel das consciências sintática e
fonológica em crianças de 09 a 11 anos que eram falantes de espanhol e aprendizes do
francês. Foi encontrado que tarefas fonológicas em segunda língua explicam melhor a
decodificação. O reconhecimento ou a identificação da palavra através da via visual foi
melhor explicada por habilidade correspondente na primeira língua. A compreensão da
sentença foi melhor explicada pela competência oral na segunda língua e a compreensão de
texto é melhor explicada pela habilidade na primeira língua.
61
Apesar de não apresentar a mesma extensão que os estudos sobre as habilidades
metafonológicas, a preocupação em estudar as relações entre consciência sintática,
dificuldades em leitura e aprendizes de uma segunda língua continuou a aparecer mais
recentemente (LIPKA; SIEGEL; VUKOVIC, 2005).
63
3. Problema, Objetivos e Hipóteses
3.1 Problema
3.2 Objetivos
64
consciência sintática, sobre o desenvolvimento de habilidades de leitura e de escrita em
crianças nas séries iniciais do ensino fundamental.
3.2.2 Fornecer subsídios na área da alfabetização que possam ser utilizados na prática docente
para a aquisição de habilidades de linguagem escrita no ensino fundamental.
3.3 Hipóteses
3.3.1 Uma intervenção com atividades voltadas para o desenvolvimento das habilidades
metafonológicas e metassintáticas terá como efeito avanços significativos na aquisição de
habilidades de leitura e de escrita.
3.3.2 Uma intervenção com atividades voltadas para o desenvolvimento das habilidades
metafonológicas e metassintáticas terá como efeito avanços significativos na aquisição e no
desenvolvimento dessas mesmas habilidades.
65
4. Método
4.1 Delineamento
4.3.1 Pré-teste
Escrita de Palavras
Para avaliar a habilidade de escrita em uma tarefa de escrita de palavras, sob forma de
ditado, foram utilizadas palavras de uma lista experimental de palavras reais elaborada por
Pinheiro (1994) e utilizada, por Guimarães (2003), de forma adaptada, em seu estudo com
crianças de séries iniciais do ensino fundamental.
67
O instrumento utilizado por Guimarães (2003) constitui-se de dois conjuntos (A e B),
cada um contendo 18 palavras reais, distribuídas entre palavras regulares e irregulares de alta
e baixa freqüência de ocorrência. No pré-teste do presente estudo foi utilizado apenas o
conjunto A.
Material
Procedimento de Aplicação
A tarefa de escrita de palavras foi realizada sob forma de ditado de 18 palavras reais
que constituem o conjunto “A”. A aplicação foi coletiva e ocorreu em uma mesma sessão. A
ordem das palavras, determinada por sorteio, foi a mesma para os grupos controle e
experimental. O pesquisador entrega um protocolo de resposta para cada criança, diz que
serão ditadas algumas palavras e solicita que as crianças escrevam, do modo como sabem, as
palavras que serão ditadas.
Ordem das palavras ditadas, no conjunto A, determinada por sorteio:
Conjunto A: Empada; Galinha; Chuva; Amanhã; Hoje; Casa; Papai; Nora; Cabras;
Festa; Açude; Feliz; Boxe; Batalha; Vila; Hino; Usam; Pássaro.
Procedimento de Análise
4
72 pontos = 18 (número de palavras do ditado) x 4 (pontuação máxima obtida na escrita de uma palavra)
68
a. Categoria zero (0) – utilizada para classificar a escrita de crianças que deixaram o protocolo
de resposta em branco; não utilizaram letras ou escreviam usando letras de forma aleatória,
sem que houvesse alguma relação com a palavra ditada;
b. Categoria (1) – utilizada para classificar a escrita de crianças com maior número de erros,
mas que ao menos já utilizavam a letra inicial da palavra ditada;
c. Categoria (2) – utilizada para classificar a escrita de crianças que ao menos evidenciasse
uma escrita próxima da fonética da palavra ditada;
d. Categoria (3) – considerada escrita ortográfica com erro mínimo: um grafema ou erro de
acentuação;
e. Categoria (4) – considerada escrita ortográfica correta, sem erro.
Escrita de Frases
Para avaliar a habilidade de escrita de frases foi feito um ditado utilizando-se dez
frases do instrumento de leitura e compreensão de leitura de Sousa (2005). O instrumento de
Sousa (2005) é composto de 20 frases. Neste estudo, foram utilizadas dez frases para escrita
no pré-teste e dez frases para escrita no pós-teste5. A escolha das frases no pré e no pós-teste
foi determinada por sorteio.
Material
Para a tarefa de escrita de frases: foram utilizadas dez frases, em uma versão não
modificada do instrumento utilizado por Souza (2005) e não utilizada para leitura no pré-teste.
Frases: O menino pula; O menino joga bola; O menino e o gato; Beto bebe leite da geladeira;
O menino come o doce; Beto viu a comida na mesa; A menina dança; a menina grita; Zezé
arruma o cabelo; Zezé vai para a praia.
Procedimento de Aplicação
A tarefa de escrita de frases foi realizada sob forma de ditado, com aplicação coletiva
das frases em uma mesma sessão. A ordem das frases, determinada por sorteio, foi a mesma
5
O instrumento de Sousa (2005) foi também utilizado neste estudo para avaliação de leitura. As frases
selecionadas por sorteio para comporem o instrumento de leitura no pré-teste foram também utilizadas para
comporem o instrumento de escrita no pós-teste e vice-versa.
69
para os grupos controle e experimental e ocorreu em um dia diferente da aplicação do ditado
de palavras. O pesquisador usou, junto às crianças, o mesmo procedimento de aplicação da
prova de escrita de palavras.
Ordem das frases ditadas, determinada por sorteio:
1. O menino pula.
2. O menino e o gato.
3. O menino come o doce.
4. O menino joga bola.
5. Zezé arruma o cabelo.
6. A menina grita
7. Amenina dança.
8. Beto bebe leite da geladeira.
9. Zezé vai para a praia.
10. Beto viu a comida na mesa.
Para a tarefa de escrita de frases foram adotados critérios de análise semelhantes aos da escrita
de palavras. A frase foi considerada como unidade de análise e foi atribuída uma nota para a
frase inteira. Foram consideradas 05 categorias ordinais para classificação das escritas das
crianças, isto é, a pontuação atribuída a cada frase variou de 0 a 4. A pontuação máxima que
poderia ser obtida pela criança era, portanto, de 40 pontos6, de acordo com os critérios das
categorias abaixo relacionadas:
a. Categoria zero (0) – utilizada para classificar a escrita de frases em que não havia palavras
escritas corretamente;
b.Categoria (1) – utilizada para classificar a escrita de frases com alguma ou poucas palavras
escritas corretamente;
c. Categoria (2) – utilizada para classificar a escrita de frases que permitia alguma
compreensão, pois usava escrita fonética de palavras;
d.Categoria (3) – escrita que permitia a compreensão da frase, embora pudesse conter alguma
palavra quase incompreensível;
e. Categoria (4) – frase escrita corretamente.
70
Leitura de Frases
Material
Dez pranchas contendo uma frase escrita e 04 gravuras. As gravuras utilizadas foram
as mesmas de Sousa (2005).
Na tarefa proposta por Sousa (2005), foram apresentadas às crianças 20 pranchas com
uma frase escrita em cada uma delas e 04 gravuras. Das 20 pranchas utilizadas por essa
autora, foram utilizadas no pré-teste do presente estudo 10 pranchas, das quais 05 contém
sílabas simples (constituídas por consoante e vogal) e as outras 05 contém sílabas complexas
(constituídas de terminações em “r”, “r” intervocálico, dois “rr”, dígrafos “nh” e “ch”, “n” no
final da sílaba e “ç”, conforme indicados por Sousa (2005).
As frases escolhidas para o pré-teste e a sua ordem de apresentação foram sorteadas.
As frases utilizadas foram apresentadas neste estudo numa versão pouco modificada. Optou-
se por manter frases consideradas razoavelmente simples, mas com algumas alterações em
nível de complexidade em relação às originalmente utilizadas por Sousa (2005), em virtude de
os participantes do presente estudo serem crianças que enfrentam dificuldades no processo de
alfabetização, mas já terem experiência de mais de um ano em seu processo de escolarização
no ensino fundamental. Assim, em duas das frases complexas (frases 01 e 06) acrescentou-se
uma palavra com “r” intervocálico (árvore), em um caso, e uma palavra com dígrafo “ch”
(chuveiro), em outro caso.
6
40 pontos = 10 (número de frases do ditado) x 4 (pontuação máxima obtida na leitura de uma palavra).
71
Frases: O menino dormiu na árvore; O macaco come banana; Zezé vai dormir de
gorro; O menino corre; A árvore caiu; Zezé toma banho de chuveiro; Lili pegou a boneca;
Zezé nada no rio; Lili pegou o gato no colo; Zico deu o lápis para Dedé.
Procedimento de Aplicação
72
poderia ser obtida pela criança era, portanto, de 40 pontos7, de acordo com os critérios das
categorias abaixo relacionadas:
a. Categoria zero (0) – tentativa mal sucedida de leitura;
b. Categoria (1) – tentativas de leitura com recorte de sílabas;
c. Categoria (2) – leitura com muitos erros. Lê algumas palavras, reconhece letras. A leitura da
frase não flui;
d. Categoria (3) – leitura da frase, embora com erros. Alguma palavra não foi lida. Leitura
aceitável, mas sem compreensão. Ou leu compreendeu, mas fez leitura silábica;
e. Categoria (4) – leitura correta com compreensão, isto é, com escolha da gravura que
corresponde a frase lida.
4.3.1.2 Tarefas de Consciência Fonológica (aplicação individual)
7
40 pontos = 10 (número de frases da leitura) x 4 (pontuação máxima obtida na leitura de uma frase)
8
A auxiliar de pesquisa é mestre na área da educação e foi apresentada às crianças do grupo controle antes da
coleta dos dados propriamente dita.
73
crianças devem identificar entre três palavras, apresentadas por meio de figuras, qual a
palavra que começa ou que termina com o mesmo som da palavra-estímulo apresentada pela
pesquisadora. As tarefas 03 e 04 visam avaliar as habilidades de subtração e de segmentação
fonológica, respectivamente. Cada tarefa está composta de 06 itens, precedidos de dois itens
de treinamento.
Material
Procedimento de Aplicação
Itens de Treinamento
Itens de Avaliação
1.1) LEÃO
VIOLÃO BOLA CAIXA
1.2) SAPATO
GIRAFA CARRO PATO
1.3) BOLA
DEDO GAIOLA ÁRVORE
1.4) UVA
LUVA RATO FLOR
1.5) SAPO
TORNEIRA COPO MAÇÃ
1.6) CADEIRA
TORNEIRA TELEVISÃO BALDE
Procedimento de Análise
Foi atribuído 0 ou 01 ponto para cada item. Foi atribuído zero para a resposta incorreta
e um ponto para a resposta correta. O escore de cada criança poderia variar de zero a 06
pontos.
Material
75
Procedimento de Aplicação
Itens de Treinamento
Itens de Avaliação
2.1) CAPACETE
RELÓGIO MACACO CACHORRO
2.2) BONECA
MOTO BOLO MAÇÃ
2.3) GATO
GALO BICICLETA CASA
2.4) PALHAÇO
LÁPIS AVIÃO PATO
76
2.5) ABACAXI
SAPO ANEL GIRAFA
2.6) CORAÇÃO
COMPUTADOR LIVRO ÓCULOS
Procedimento de Análise
Foi atribuído 0 ou 01 ponto para cada item. Foi atribuído zero para a resposta
incorreta e um ponto para a resposta correta. O escore de cada criança poderia variar de zero a
06 pontos.
Material
Lista de Palavras.
Procedimento de Aplicação
O pesquisador solicita que a criança repita a palavra apresentada sem o som inicial.
Explica-se à criança: Por exemplo, se eu digo janela, eu repito anela. Se eu digo pente, como
eu deverei repetir? [ente]. À resposta correta é oferecido feedback positivo. Agora eu vou
dizer algumas palavras e você tem que repetir sem o som do começo das palavras.
Itens de Treinamento
77
Itens de Avaliação
3.1) Porta [orta]; 3.2) Bem [em]; 3.3) Pilha [ilha]; 3.4) Casa [asa]; 3.5) Povo [ovo]; 3.6
Capa [apa].
Procedimento de Análise
Foi atribuído 0 ou 01 ponto para cada item. Foi atribuído zero para a resposta incorreta
e um ponto para a resposta correta. O escore de cada criança poderia variar de zero a 06
pontos.
Material
Procedimento de Aplicação
Nos itens de treino o pesquisador mostra a criança 08 cartões com figuras e solicita
que a criança diga o que vê [reconhecimento do material]. Em seguida, o pesquisador
seleciona um dos cartões apresentados: [barata] e, explica que falará o nome da figura em
pedaços [ba-ra-ta]. Diz-se à criança que lhe serão mostradas algumas figuras e que ela fará o
mesmo. O pesquisador continua: Se eu lhe mostrar esta figura: [leão], como você falará esta
palavra em pedaços? [le-ão]. Se a criança não sabe responder, o experimentador explica que
ela não deve falar a palavra inteira, mas em vários pedaços e ensina a segmentação silábica
para a palavra “leão”. Se a criança responde adequadamente, um feedback positivo é
oferecido. Após o reconhecimento do material e os itens de treino o experimentador fica de
posse dos cartões e os mostra à criança, um a um, nos itens de avaliação, seguindo os mesmos
procedimentos dos itens de treino.
78
Itens de Treinamento
Itens de Avaliação
4.1) Berço [ber-ço]; 4.2) Tesoura [te-sou-ra]; 4.3) Cobra [co-bra]; 4.4) Faca [fa-ca];
4.5) Elefante [e-le-fan-te]; 4.6) Cavalo [ca-va-lo].
Procedimento de Análise
Foi atribuído de 0 a 01 ponto para cada item. Foi atribuído zero para a resposta
incorreta e um ponto para a resposta correta. O escore de cada criança poderia variar de zero a
06 pontos.
Tarefa 1) Correção de Sentenças Desordenadas (Esta tarefa também pode ser designada
como Correção da Ordem dos Componentes das Frases)
Composta de 06 itens de avaliação da habilidade de correção de sentenças
sintaticamente incorretas ou desordenadas.
79
Material
Procedimento de Aplicação
O pesquisador diz à criança que irá falar para ela uma frase atrapalhada e pede que a
criança repita a frase da forma certa. Se eu disser “monta cavalo ele”, como é certo dizer? [Ele
monta cavalo]. E se eu disser “Marta bonita é”, como é certo dizer? [Marta é bonita]. Se a
criança não consegue realizar a correção, o pesquisador explica para ela o que é preciso fazer.
Se a criança responde adequadamente, um retorno positivo lhe é oferecido. Em seguida, o
pesquisador inicia a avaliação propriamente dita, seguindo os mesmos procedimentos dos
itens de treinamento. Nos itens de avaliação nenhum feedback é fornecido. O pesquisador diz
à criança: “Agora eu quero saber somente a sua opinião”.
Itens de Treinamento
Para cada item foi atribuído zero ou 01 ponto. A criança recebeu um ponto por
resposta correta, podendo o seu escore variar de zero a 6 pontos.
80
Tarefa 2) Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas
Material
Procedimento de Aplicação
O pesquisador diz à criança: Agora nós vamos fazer um jogo de advinhação. Eu vou
falar algumas frases em que estão faltando algumas palavras e gostaria que você adivinhasse o
que está faltando. Por exemplo, se eu digo: “Joguei o copo...lixo.”, o que está faltando? [no].
E se eu disser: “Lavei o prato...pia”, o que está faltando? [na]. Se a criança não consegue
realizar a correção, o pesquisador diz o que falta para completar a sentença. Se a criança
responde adequadamente, um retorno positivo lhe é oferecido. Em seguida, o pesquisador
inicia a avaliação propriamente dita. Nos itens de avaliação nenhum feedback é fornecido. O
pesquisador diz à criança: “Agora eu quero saber somente a sua opinião. Eu vou lhe dizer
frases em que falta uma palavra. O que está faltando na frase...”.
Itens de Treinamento
1. Hoje...nublado. [está]
2. João tirou a pedra ...sapato. [do]
3. Pedro...violão
4. ...guaraná derramou. [O]
5. O...de João é loiro. [cabelo]
6. Lúcia gosta de pão...manteiga. [com]
81
Procedimento da Análise de Dados
Para cada item foi atribuído zero ou 01 ponto. A criança recebeu um ponto por
resposta correta, podendo o seu escore variar de zero a 6.
4.3.3 Pós-Teste
Escrita de Palavras
Material
Escrita de Frases
Material
Leitura de Frases
Material
Dez pranchas contendo uma frase escrita e 04 gravuras. Nas pranchas foram utilizadas
as mesmas frases propostas pela autora, numa versão não modificada em relação à proposta
original, das quais 05 contém sílabas simples (constituídas por consoante e vogal) e as outras
05 contém sílabas complexas (podendo estar constituídas de terminações em “r”, “r”
intervocálico, dois “rr”, dígrafos “nh” e “ch”, “n” no final da sílaba e “ç”, conforme indicados
por Sousa (2005).
Ordem das frases utilizadas no pós-teste, definida por sorteio:
1. Beto bebe leite da geladeira.
2. A menina grita.
3. O menino come o doce.
4. Beto viu a comida na mesa.
5. Zezé arruma o cabelo.
6. Zezé vai para a praia.
86
7. O menino e o gato.
8. A menina dança
9. O menino pula.
10. O menino joga bola.
Material
Itens de Treino
1.1) CESTA
CANETA LIVRO MARTELO
1.2) BOLA
AVIÃO MOLA CACHORRO
1.3) GATO
SOL CAMISA PATO
1.4) MANGUEIRA
TORNEIRA CASA BALDE
1.5) ÓCULOS
MAÇÃ BINÓCULOS LIVRO
1.6) BALÃO
SAPATO CALÇA VIOLÃO
Material
Itens de Treino
88
Itens de Avaliação
2.1) MACACO
RELÓGIO CACHORRO MALA
2.2) BOLA
MOTO BOTA MAÇÃ
2.3) CASA
CAMISA BICICLETA GALO
2.4) GAIOLA
PATO AVIÃO GATA
2.5) SAPO
ABACAXI SAIA GIRAFA
2.6) ANEL
ABACAXI LIVRO COMPUTADOR
Material
Lista de palavras.
Itens de Treino
Itens de Avaliação
1. bebe [ebe].
89
2. casa [asa].
3. filha [ilha].
4. novo [ovo].
5. gente [ente].
6. nata [ata].
Material
Itens de Treino
Itens de Avaliação
1. braço [bra-ço]
2. maleiro [ma-lei-ro]
3. piolho [pi-o-lho]
4. boca [bo-ca]
5. cobre [co-bre]
6. girafa [gi-ra-fa]
Material
Itens de Treino
Itens de Avaliação
Material
91
Itens de Treino
Itens de Avaliação
1. Hoje.....quente [está].
2. Eu comprei um presente....você [para].
3. Maria...banho [toma].
4. Bebi suco...uva [de].
5. A...não deu aula hoje [professora].
6. ....professora é inteligente [A].
92
5. Apresentação, Análise e Discussão dos Resultados
93
Na leitura de frases, utilizou-se também 05 categorias de análise: Categoria zero (0) –
tentativa mal sucedida de leitura; Categoria (1) – tentativas de leitura com recorte de sílabas;
Categoria (2) – leitura com muitos erros. Lê algumas palavras, reconhece letras. A leitura da
frase não flui; Categoria (3) – leitura da frase, embora com erros. Alguma palavra não foi lida.
Leitura aceitável, mas sem compreensão. Ou leu compreendeu, mas fez leitura silábica;
Categoria (4) – leitura correta com compreensão.
Nas tarefas de consciência fonológica e de consciência sintática o escore de cada
criança poderia variar de 0 a 6 pontos. Atribuindo-se zero para resposta incorreta e 1 ponto
para resposta correta.
Os grupos experimental e controle foram constituídos de 22 participantes cada um,
totalizando 44 sujeitos envolvidos no estudo. Não houve dois grupos equivalentes em termos
de desempenhos, mas grupos de conveniência, em virtude do delineamento da pesquisa no
qual optou-se por trabalhar com turmas reais dentro de sala de aula. Em função de escolha
aleatória, dos dois grupos da escola participante do estudo, que obtiveram os menores
resultados no desempenho em escrita, um grupo constituiu o grupo experimental(GE) ficando
o outro como grupo controle(GC). Sendo assim, o GC tornou-se apenas um grupo de
referência para o GE. Ambos os grupos freqüentavam a segunda série do ensino fundamental.
Participaram do estudo crianças de ambos os sexos. As idades das crianças no GE variaram de
8 a 10 anos, com apenas um sujeito na idade de 12 anos e, no GC as idades dos sujeitos
variaram de 8 a 11 anos.
Os dados foram submetidos ao teste estatístico T de Student de significação (Anexo
IV), para comparar os resultados do pré e pós-teste e avaliar se houve diferença significativa
entre eles. Isto é, verificar o efeito do programa de intervenção sobre cada uma das
habilidades avaliadas comparando-se o pré e pós-intervenção.
Assim, a análise dos resultados tratará de duas questões básicas. Primeiro,
apresentaremos o desempenho dos sujeitos do GE e do GC em cada uma das tarefas utilizadas
nas duas ocasiões de testagem, envolvidas no presente estudo, pré e pós-teste.
Concomitantemente, nos voltaremos para a comparação das médias obtidas pelos dois grupos
no pré e no pós-teste em cada uma das tarefas, com a finalidade de interpretar as seguintes
questões: A diferença entre as pontuações obtidas no pré e no pós-teste é significativa para o
grupo experimental e para o grupo controle? Onde houve efeito do programa de intervenção?
Os resultados serão discutidos considerando-se a literatura especializada.
94
5.1 O Desempenho das Crianças em Escrita e Leitura
Escrita de Palavras
95
Tabela 2. Escores obtidos pelo GE e GC na tarefa de escrita de palavras no pré e pós-teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
96
Gráfico 1. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de escrita de palavras
70 65 64 65 64
61 60
57 58 58 58
60
52
50
43
40 37
34
32
30
19
20
12 12
10 6
3
0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
70 65 64 64 63
63 63 62
61
58
60 55
53 54
50 47
44
42
40
32
30 25 24
20 15
12
10 6
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
68
70 65
63
61 61
59
60 57 57 56
53
49 49
50 46
44
37 38
40
31
28 27
30
21 21
20 16
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
97
Gráfico 4. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de escrita de palavras
70 65 64
59 58 58 59
60 57 58 56 58 55
52 53
50 44
42 42
40 37 37
30 27 26
22
20 15
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Escrita de Frases
98
Para o GC, o escore mínimo obtido individualmente no pré-teste dessa tarefa foi 5 e o
escore máximo foi 33. O escore total obtido por esse grupo foi 429. A frase com menor índice
de acerto também foi “Zezé vai para a praia”, a qual obteve escore igual a 28, observando-se o
escore obtido pelo grupo nesta frase. O escore médio foi 19, 50 e o desvio padrão 9, 138. No
pós-teste, o escore mínimo obtido individualmente foi 4 e o escore máximo foi 33. O escore
total obtido pelo grupo foi 463. A frase com menor escore (28) foi “Zico deu o lápis para
Dedé”. O escore médio nesta testagem foi 21,05 e o desvio padrão foi 8, 295.
A Tabela 3 apresenta os escores obtidos na tarefa de escrita de frases no pré e pós-teste
para os dois grupos de sujeitos.
99
Tabela 3. Escores obtidos pelo GE e GC na tarefa de escrita de frases no pré e pós-teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
100
Gráfico 5. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de escrita de frases
40 38
36 36
34 34
35 32
29
30 28
26 26
24 25
25
20
20
15 12
10
5
5 3 3
2
0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
40
36
34
35 33
31 31 31
30
29 29
30 28
27
25 23
20 17
15 13
12
10
10 7
4
5 2
0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
40
35 33 32 32
29
30 27 26
26 26
24 24
25
19 20
20 17 17
16 15
15 12 11
10 7 8
5
5 3
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
101
Gráfico 8. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de escrita de frases
40
35 33
29 30
30 28 27 28 28
26 26 26
24 23 22
25
20
20 17 16
15 15
15 12
9
10
4 5
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
A comparação das médias obtidas nas duas ocasiões de testagem de ambos os grupos,
através do teste T de Student, demonstrou não haver diferenças significativas nos resultados
relacionados à esta tarefa, já que o GE obteve p=0,624 e o GC obteve p=0,168. Entretanto, os
resultados indicaram uma tendência na direção do progresso.
Leitura de Frases
O escore mínimo individual obtido pelo GE no pré-teste desta tarefa foi zero e o
escore máximo foi 40. O escore zero foi explicado por tentativas mal sucedidas de leitura ou
invenção de um texto, por parte da criança, a partir das gravuras constantes nas pranchas
apresentadas. O escore total obtido pelo grupo foi 496. A leitura da frase com menor índice de
acertos foi “Zezé vai dormir de gorro”, a qual obteve escore 46. A média dos escores desta
testagem foi 22,55 e o desvio padrão 18,32. No pós-teste o escore mínimo obtido
individualmente continuou a ser zero e o escore máximo foi 40. Entretanto, o escore total
obtido pelo grupo foi 613. A frase que teve menores índices de acertos na leitura foi “O
menino e o gato” com escore de 57 pontos obtidos pelo grupo. A média dos escores foi 27,
86 e o desvio padrão foi 13, 25.
No GC o escore mínimo obtido individualmente no pré-teste foi zero e o escore
máximo foi 40. O escore total obtido pelo grupo foi 654. A leitura da frase com menor escore
(51) foi “Zezé vai dormir de gorro”. A média dos escores desta testagem foi 29,73 e o desvio
padrão 11, 73. No pós-teste, o escore mínimo alcançado individualmente também foi zero e o
escore máximo foi 40, indicando, portanto, ampla variação na distribuição de escores nesta
tarefa, resultado que caracteriza também ampla variação no desempenho das crianças na
102
leitura, assim como ocorreu no grupo experimental. A média dos escores foi 32,27 e o desvio
padrão 9, 95.
A Tabela 4 apresenta os escores obtidos na tarefa de leitura de frases no pré e pós-teste
para os dois grupos de sujeitos.
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
40 38
36 36
34 34
35 32
28 29
30
25 26 26
24
25
20
20
15 12
10
5
5 3 3 2
0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
40
36
34
35 33
31 31 31 30 29
29
30 28 27
25 23
20 17
15 12 13
10
10 7
4
5 2
0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
20 17
15
10
5
0 1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
104
Gráfico 12. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de leitura de frases
40 39 38 40 39 40 39
40 38 38 38
36 36 36 36
35 33 32
29
30
23 24 23
25
20
15
10 7
6
5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
105
Para o GC o escore mínimo obtido individualmente no pré-teste foi 3 e o escore
máximo foi 6. O escore total obtido pelo grupo foi 119. O item de menor escore (16) foi
“Bola: dedo, gaiola, árvore”. A média dos escores desta testagem foi 5, 41 e o desvio padrão
0,854. No pós-teste o escore mínimo obtido individualmente também foi 3 e o escore máximo
foi 6. O escore total obtido pelo grupo foi 123. O item de menor escore (18) foi “Cesta:
caneta, livro, martelo”. A média dos escores da testagem do pós-teste foi 5,59 e o desvio
padrão 0,908.
A Tabela 5 apresenta os escores obtidos na tarefa de identificação de rimas no pré e
pós-teste para os dois grupos de sujeitos.
106
Tabela 5. Escores obtidos na tarefa de identificação de rimas no pré e pós-teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
107
Gráfico 13. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de identificação de rimas
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5
5
4 4 4 4 4
4
3 3
3
2
2
1
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5
5
4
4
3
2
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5 5
5
4 4
4
3
3
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
108
Gráfico 16. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de identificação de rimas
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5
5
4
3 3
3
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Identificação de Aliterações
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5
5
4 4 4 4 4
4
3 3
3
2
2
1
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5
5
4
4
3
3
2
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5 5 5
5
4 4 4
4
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
111
Gráfico 20. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de identificação de
aliterações
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5
5
4 4
4
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
112
foram “Casa(Asa) e Povo(Ovo), com 6 pontos para ambos e Capa(Apa)” tendo obtido 5
pontos. O escore médio desta testagem foi 2,14 e o desvio padrão 2,210. No pós-teste a
pontuação mínima obtida individualmente foi zero e 9 sujeitos obtiveram essa pontuação. A
pontuação máxima obtida foi 6 e 3 sujeitos obtiveram essa pontuação. A pontuação total
obtida pelo grupo foi 44. Os itens de menores escores obtidos pelo grupo foram Bebe(Ebe),
Filha(Ilha) e Nata(Ata) com 5 para todos. O escore médio desta testagem foi 2,00 e o desvio
padrão foi 2,268.
A Tabela 7 apresenta os escores obtidos na tarefa de subtração de fonema inicial da
palavra no pré e pós-teste para os dois grupos de sujeitos.
113
Tabela 7. Escores obtidos na tarefa de subtração de fonema inicial da palavra no pré e pós-
teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
114
Gráfico 21. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de subtração de fonema
inicial da palavra
6 6 6 6 6
6
5 5 5 5
5
4
4
3
3
2
1 1 1
1
0 0 0 0 0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5
5
4
4
3
2
2
1
1
0 0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6
6
5
5
4 4
4
3 3 3
3
2 2
2
1 1 1
1
0 0 0 0 0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
115
Gráfico 24. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de subtração de fonema
inicial da palavra
6 6 6
6
5 5
5
4
3 3 3
3
2 2
2
1 1 1
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
116
Para o GC o escore mínimo individual obtido no pré-teste foi zero e apenas um sujeito
obteve este resultado. O escore máximo obtido individualmente foi 6 e 10 sujeitos
apresentaram este resultado. O escore total obtido pelo grupo nesta testagem foi 109. Os itens
de menores escores obtidos pelo grupo foram “Tesoura(Te-sou-ra) e Berço (Ber-ço), com
pontuações iguais a 13 e 17 pontos respectivamente. O escore médio do pré-teste foi 4, 95 e o
desvio padrão 1,463. No pós-teste o escore mínimo obtido individualmente foi 3 e apenas 1
sujeito apresentou este escore. O escore máximo individual obtido foi 6 e 12 sujeitos
obtiveram este resultado. Os itens que obtiveram os menores escores pelo grupo foram
“Maleiro(Ma-lei-ro) e Piolho(Pi-o-lho), ambos tendo obtido escores iguais a 11 e 15
respectivamente. O escore médio do pós-teste foi 5,27 e o desvio padrão 0,935.
A Tabela 8 apresenta os escores obtidos na tarefa de segmentação fonológica da
palavra em sílabas no pré e pós-teste para os dois grupos de sujeitos.
117
Tabela 8. Escores obtidos na tarefa de segmentação fonológica da palavra em sílabas no pré e
pós-teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
118
Gráfico 25. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de segmentação fonológica
da palavra em sílabas
6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5 5 5 5
5
4 4 4 4
4
3
3
1
0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5
5
4 4
4
3
3
2
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5 5 5
5
4 4
4
3 3
3
1
0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
119
Gráfico 28. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de segmentação
fonológica da palavra em sílabas
6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5
5
4 4 4 4
4
3
3
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
A comparação das médias obtidas nas duas ocasiões de testagem de ambos os grupos,
através do teste T de Student, demonstrou que somente o grupo experimental progrediu
significativamente, já que o GE obteve p=0,008 e o GC obteve p=0,259. Esses resultados
indicaram uma alta tendência na direção do progresso por parte do grupo experimental.
O escore mínimo obtido individualmente pelo GE no pré-teste desta tarefa foi zero e 5
sujeitos obtiveram este escore. O escore máximo obtido individualmente foi 6 e apenas 2
sujeitos obtiveram este escore. O escore total obtido pelo grupo foi 51. O item no qual o grupo
obteve o menor escore foi “Verde carro o é. [O carro é verde], com 6 pontos. O escore médio
do pré-teste foi 2,32 e o desvio padrão foi 2,009. No pós-teste o escore mínimo obtido
individualmente foi zero e apenas 2 sujeitos obtiveram este escore. O escore máximo obtido
individualmente foi 6 e 9 sujeitos obtiveram este resultado. O escore total obtido pelo grupo
foi 99. O item que obteve o menor escore obtido pelo grupo foi “João forte é. [João é forte]”,
com pontuação igual a 12. O escore médio do pós-teste foi 4,50 e o desvio padrão 1,819.
No grupo controle o escore mínimo obtido individualmente no pré-teste foi zero e 5
sujeitos obtiveram este escore. O escore máximo obtido individualmente foi 6 e apenas 1
sujeito obteve este resultado. A pontuação total obtida pelo grupo foi 61. O item no qual o
grupo obteve o menor escore foi “Chocolate o gostoso é. [O chocolate é gostoso]”, o qual
120
obteve escore igual a 6. O escore médio do pré-teste foi 2,77 e o desvio padrão1,998. No pós-
teste o escore mínimo obtido individualmente foi zero e apenas 1 sujeito obteve este escore. O
escore máximo obtido individualmente foi 6 e apenas 3 sujeitos obtiveram este escore. O
escore total obtido pelo grupo foi 97. O item no qual o grupo obteve o menor escore foi
“Vermelho um Mônica vestido comprou [Mônica comprou um vestido vermelho]”, o qual
obteve 9 pontos. O escore médio do pós-teste foi 4,41 e o desvio padrão 1,297.
A Tabela 9 apresenta os escores obtidos na tarefa de correção de sentenças
desordenadas no pré e pós-teste para os dois grupos de sujeitos.
121
Tabela 9. Escores obtidos na tarefa de correção de sentenças desordenadas no pré e pós-teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
122
Gráfico 29. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de correção de sentenças
desordenadas
6 6
6
5
5
4 4 4 4
4
3 3 3 3
3
1 1 1 1 1 1
1
0 0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5
5
4 4 4 4
4
3 3 3
3
0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
123
Gráfico 31. Escores obtidos individualmente pelo GC no pré-teste de correção de sentenças
desordenadas
6
6
5 5 5 5 5
5
4 4 4
4
3 3 3
3
2 2 2 2
2
1
1
0 0 0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6
6
5 5 5 5 5 5 5 5 5
5
4 4 4 4 4 4 4
4
3 3
3
0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
A comparação das médias obtidas nas duas ocasiões de testagem de ambos os grupos,
através do teste T de Student, demonstrou haver diferenças significativas nos resultados
relacionados à esta tarefa, já que o GE obteve p=0,002 e o GC obteve p=0,000. Entretanto,
embora esses resultados tenham indicado uma alta tendência na direção do progresso, pode-se
dizer que os dois grupos estão sob efeito de um ensino e que esses resultados, a princípio, não
poderiam ser atribuídos ao efeito do programa de intervenção, mas ao ensino-aprendizagem
escolar.
124
Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas
125
Tabela 10. Escores obtidos na tarefa de complementação de lacunas em sentenças isoladas no
pré e pós-teste
N° Sujeito
N° Sujeito
TOTAL
TOTAL
Turma
Turma
Idade
Idade
Sexo
Sexo
Pré-Teste Pós-Teste
126
Gráfico 33. Escores obtidos individualmente pelo GE no pré-teste de complementação de
lacunas em sentenças isoladas
6 6
6
5 5 5
5
4 4 4
4
3 3 3
3
2 2 2 2 2 2 2 2
2
1 1 1
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5 5
5
4 4 4 4
4
3 3
3
2
2
1
0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
6
5 5 5
5
4 4 4 4 4 4 4 4 4
4
3 3
3
2 2
2
1 1 1
1
0 0 0
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
127
Gráfico 36. Escores obtidos individualmente pelo GC no pós-teste de complementação de
lacunas em sentenças isoladas
6 6 6 6 6 6 6
6
5 5 5 5 5 5
5
4 4 4
4
3 3
3
2 2
2
1 1
1
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
A comparação das médias obtidas nas duas ocasiões de testagem de ambos os grupos,
na tarefa de complementação de lacunas em sentenças isoladas, através do teste T de Student,
demonstrou haver diferença significativa entre os resultados relacionados à esta tarefa para o
grupo experimental, ocorrendo o mesmo para o grupo controle, já que o GE obteve p=0,002 e
o GC obteve p=0,008. No entanto, os resultados do GE indicaram maior tendência na direção
do progresso por parte deste grupo, nesta tarefa.
5.4 Discussão
128
trouxe benefícios significativos também para os desempenhos em leitura no caso do grupo
experimental. Isto significa dizer que, a intervenção proposta claramente favoreceu as
crianças na aprendizagem da escrita de palavras e da leitura.
Os resultados obtidos se mostraram de acordo com os encontrados na literatura
especializada, tanto em estudos de correlação entre desempenho em habilidades
metalingüísticas e desempenhos em leitura e escrita (BARRERA, MALUF, 2003;
CARDOSO-MARTINS, 1999; GUIMARÃES, 2003; REGO, 1993; REGO, 1995;), como em
estudos de intervenção (CAPOVILLA, CAPOVILLA, 2000; CARNIO, SANTOS, 2005;
DENNE et al., 2005; PAULA, MOTA, KESKE-SOARES, 2005; SANTOS, MALUF, 2004).
Isto é, grupos com maiores escores em leitura e escrita também apresentaram maiores escores
em habilidades metalingüísticas. E, conforme sugere a literatura, treino em consciência
fonológica produziu ganhos na escrita de palavras. Na leitura, o GE progrediu
significativamente mas o GC também progrediu. E na escrita de frases nenhum deles
progrediu significativamente.
Houve também ganhos significativos, para o grupo experimental, em habilidades de
consciência fonológica. Sobretudo, o programa de intervenção produziu ganhos para o grupo
experimental no desenvolvimento das habilidades de identificação de rimas e de consciência
fonêmica sob a forma de subtração de fonema inicial da palavra e de segmentação fonológica
da palavra em sílabas. Não ocorrendo desenvolvimento significativo e nem mesmo grandes
avanços, para o grupo controle nessas mesmas tarefas. De fato, na tarefa de subtração de
fonema inicial da palavra o grupo controle pareceu apresentar uma defasagem em seu
desempenho comparando-se as médias pré e pós-teste obtidas pelo grupo nesta tarefa (média
pré-teste 2,14; média pós-teste 2,00).
Especialmente no tocante aos efeitos do treino sobre os desempenhos em consciência
fonológica, resultados semelhantes aos do presente estudo foram encontrados por Capovilla e
Capovilla (2000). Os estudos de Capovilla e Capovilla (2000) confirmaram que o treino em
consciência fonológica e em correspondência grafema-fonema pode produzir ganhos nos
desempenhos de crianças com baixo nível sócio-econômico, nestas mesmas habilidades.
Assim, os resultados do presente estudo permitem afirmar que os ganhos significativos
obtidos em consciência fonológica são efeitos do treino. Esta afirmação se apóia nos
resultados de Olofsson e Lundberg (1983 citados por CAPOVILLA, 2000). Esses autores
encontraram que os efeitos do treino em consciência fonológica são específicos ao conteúdo e
não decorrência de ganhos em habilidades mais gerais. Como suporte a essa afirmação, os
resultados encontrados no presente estudo demonstraram, através do teste T de Student, que
129
enquanto o grupo experimental obteve progressos significativos nas tarefas de identificação
de rimas (p=0,008), identificação de aliterações (p=0,048), subtração de fonema inicial
(p=0,017), e segmentação fonológica da palavra em sílabas (p=0,008), o mesmo não ocorreu
com o grupo controle nessas mesmas tarefas. Para o grupo controle, como já referido, em
identificação de rima(p=0,463), identificação de aliterações(p=0,204), subtração de fonema
inicial da palavra(p=0,747), e segmentação fonológica da palavra em sílabas(p=0,259), os
avanços não foram elevados nem significantes.
Por outro lado, nas tarefas de consciência sintática ambos os grupos, GE e GC, se
desenvolveram, a medida em que na tarefa de correção de sentenças desordenadas o GE
obteve p=0,002 e o GC obteve p=0,000. E em tarefa de complementação de lacunas em
sentenças isoladas o GE obteve p=0,002 e o GC obteve p=0,008. Em virtude desses
resultados, poderíamos hipotetizar, a princípio, que os níveis de significância obtidos no
grupo experimental não poderiam ser atribuídos a efeitos do programa de intervenção. Mas,
em ambos os grupos, os resultados significantes nessas tarefas, seriam atribuídos à variável
professor, isto é, ao processo de ensino-aprendizagem ao qual as crianças estavam
submetidas, já que as condições familiares e sócio-econômicas das crianças mostraram-se
muito semelhantes, de acordo com os dados registrados no projeto-pedagógico da escola.
Porém, essa hipótese não parece suficientemente consistente para explicar os ganhos
obtidos no grupo experimental. Pois, vale mencionar que, de acordo com o observado pela
própria pesquisadora, enquanto orientadora pedagógica daquela unidade escolar, não fazia
parte das práticas escolares cotidianas oferecer às crianças treino em habilidades
metalingüísticas. Portanto, para a professora da classe como para as crianças do grupo
experimental vivenciar sistematicamente situações semelhantes às do treino se constituiu em
uma novidade em seu cotidiano escolar, no que diz respeito tanto às atividades de consciência
fonológica como às atividades de consciência sintática.
Assim, uma possível inferência é a de que realmente o desenvolvimento do grupo
controle tenha sido, em especial, devido a praticas que a professora utilizava com as crianças
dessa sala, haja visto as crianças desse grupo demonstrarem desempenhos iniciais em leitura e
em escrita melhores que os desempenhos do grupo experimental, situação que talvez tenha
facilitado o desempenho dessas crianças em tarefas de consciência sintática. Por outro lado,
considerando-se o treino ser uma novidade para o grupo experimental e, os aumentos nos
desempenhos do grupo experimental terem sido muito relevantes, comparando-se as médias
obtidas pré e pós-intervenção, uma possível hipótese, neste caso, é a de que os ganhos obtidos
130
por este grupo, em consciência sintática, para além do fator professor, estiveram sob efeitos
do programa de intervenção.
Considerar as relações apontadas por Guimarães (2003), permite melhor compreender
os resultados obtidos nas tarefas de consciência sintática. De acordo com essa autora, as
experiências em leitura e escrita aperfeiçoam a habilidade metassintática. Desse modo, os
desempenhos iniciais em linguagem escrita do grupo controle e, os ganhos obtidos
especialmente em escrita durante a intervenção para o grupo experimental, possivelmente,
facilitaram o desenvolvimento dos desempenhos nas tarefas de consciência sintática utilizadas
na testagem pós-intervenção. Estes resultados replicam também os encontrados na literatura, a
medida em que, de acordo com Guimarães (2003), tem-se considerado que a melhoria de
desempenho em leitura e em escrita, ou seja, bons leitores e escritores se utilizam para além
de aspectos fonológicos da linguagem, de aspectos sintáticos como estratégia de leitura e de
escrita. E, de acordo com os resultados de Sousa (2005), a habilidade metassintática, sob a
forma de atividades de correção de violação na ordem das sentenças favorece a decodificação.
Para possibilitar discussões mais aprofundadas sobre as influências dessa habilidade
metalingüística seria necessário, porém, analisar os possíveis níveis de correlações entre a
mesma e as habilidades de linguagem escrita aqui analisadas. Procedimento sobre o qual este
estudo não se deteve no presente momento.
No entanto, os resultados pareceram sugerir que o fato de o desempenho das crianças
do grupo experimental ter tido grande desenvolvimento em aspectos da consciência
fonológica - identificação de rima, subtração de fonema inicial e segmentação fonológica da
palavra em sílaba – é a principal explicação da melhoria de desempenho das crianças em
escrita de palavras, haja visto ambos os grupos, experimental e controle, terem tido ganhos
muito relevantes em consciência sintática e ainda assim o grupo controle não ter tido
desenvolvimento significativo nem proeminente na tarefa de escrita de palavras no pós-teste.
Isto significa dizer que os resultados replicam os de outros estudos demonstrando que boa
parte das dificuldades enfrentadas em linguagem escrita parece relacionada a problemas de
ordem fonológica.
Outra habilidade na qual ambos os grupos se desenvolveram foi a leitura de frases.
Sendo que, o grupo experimental obteve p=0,045 e o grupo controle obteve p=0,003.
Considerando o fato de o grupo controle, sem intervenção, ter obtido uma diferença mais
altamente significante na comparação das médias de pré e pós-teste do que o grupo controle,
como interpretar esses resultados? Novamente recorremos aos dados já apresentados neste
131
capítulo de que o grupo controle já havia apresentado melhor desempenho inicial em leitura
do que o grupo experimental.
Para além disso, observando-se as pontuações individuais de ambos os grupos na
tarefa de leitura de frases, nota-se que no grupo controle aparece um número maior de
pontuações mais próximas da pontuação máxima possível a ser obtida na leitura de cada uma
das frases, isto é, pontuações próximas a categoria 4 na qual a leitura ocorre corretamente e
com compreensão, não se configurando o mesmo para o grupo experimental.
Por outro lado, o bom desempenho em consciência sintática pode ter contribuído para
melhor performance em leitura em ambos os grupos.
Vale mencionar que, o presente estudo, constituiu-se de especificidades na escolha do
procedimento metodológico. Optou-se por administrar o treino a uma turma real, composta de
alunos com diversidade de rendimento em escrita, em sua própria classe. Sendo que, essa
turma de alunos foi a que apresentou o menor rendimento na habilidade de escrita de palavras
quando comparada às outras classes existentes na escola, na mesma série escolar.
Outra especificidade, está relacionada ao fato de as crianças do grupo experimental
terem sido expostas a apenas duas atividades de correspondências grafo-fônicas em todo o
programa de intervenção, dessemelhantes das crianças do grupo experimental dos estudos de
Capovilla e Capovilla (2000) as quais foram treinadas em correspondência grafema-fonema
desde a primeira sessão de intervenção. Situação que, talvez, possa também explicar menores
resultados do desempenho em leitura após o treino, comparando-se ao desenvolvimento em
escrita, no caso do grupo experimental neste estudo, já que, de acordo com os resultados
encontrados por Capovilla e Capovilla (2000), o treino em correpondência grafo-fonêmica
também produz ganhos que estendem-se às habilidades de leitura em voz alta.
A despeito desta possível limitação, um diferencial no presente estudo tem a ver com o
fato de que, associado às atividades de consciência fonológica, propô-se também atividades
de consciência sintática. Conforme já referido, resultados de pesquisas têm demonstrado que
melhores desempenhos em consciência sintática estão relacionados a melhores desempenhos
em linguagem escrita. Isto quer dizer que, apesar de as atividades de correspondências
grafema-fonema não terem sido realizadas exaustivamente, as atividades de consciência
sintática podem ter servido como uma compensação para os progressos em leitura e em
escrita.
Finalmente, pode-se dizer que, a intervenção claramente favoreceu o grupo
experimental na escrita de palavras e na leitura de frases, assim como no desenvolvimento da
consciência fonológica. Desse modo, as especificidades metodológicas escolhidas neste
132
estudo nos permitem afirmar que, um programa de intervenção constituído de diferentes
habilidades metalingüísticas e aplicado em situação real de sala de aula, possível de ser
aplicado pelo próprio professor em classe, em virtude de ser baseado principalmente em
atividades simples e lúdicas, favorece tanto a aquisição de habilidades de linguagem escrita,
como o desenvolvimento de habilidades metalingüísticas em crianças dos anos iniciais do
ensino fundamental. Assim sendo, as especificidades do procedimento metodológico
escolhido contemplam a grande maioria das crianças de escolas públicas as quais, muito
provavelmente, enfrentariam dificuldades para usufruir de um programa de intervenção se
tivessem que ser retiradas da classe ou tivessem que retornar à escola em horário oposto ao
seu período de aulas.
133
Conclusões
138
Fornecem subsídios na área da alfabetização que podem ser utilizados na prática
docente para a aquisição de habilidades de linguagem escrita no ensino fundamental, em
situação real em sala de aula, na medida em que sugere atividades simples, lúdicas e de baixo
custo, cuja efetividade foi demonstrada.
Sobretudo, os resultados deste estudo permitem que se recomende a necessidade de a
escola de ensino fundamental refletir sobre as práticas que verdadeiramente possam favorecer
aprendizagem significativa em leitura e escrita, procurando incluir, mais sistematicamente, em
seu cotidiano, atividades que possibilitem às crianças refletirem sobre os aspectos fonológicos
e sintáticos da linguagem.
Recomenda-se a continuidade de produção de pesquisas no campo das habilidades
metalingüísticas e de suas contribuições para o processo de alfabetização das crianças no
ensino fundamental, já que os resultados do presente estudo, de diferentes modos, apontaram
para a complexidade destas questões. Sugere-se a produção de novas pesquisas envolvendo o
procedimento metodológico utilizado neste estudo para a aplicação do programa de
intervenção, em situação real na sala de aula, já que o mesmo constituiu-se em uma novidade
na literatura especializada. Entretanto, compreende-se que cabe à escola fazer uso desses
conhecimentos para que possa ensinar às crianças de modo mais efetivo, desenvolvendo
práticas de ensino mais apropriadas para o sucesso na alfabetização, no que diz respeito a
ajudar crianças do ensino fundamental a enfrentarem os desafios da aprendizagem da
linguagem escrita.
139
Referências Bibliográficas9
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processes among reading-disabled and normal readers in Arabic. Reading and Writing: An
Interdisciplinary Journal, Netherlands, v. 16, n. 5, p. 423-42, Jul. 2003. Disponível em
<http//www.eric.ed.gov/ERICWebPortal >. Acesso em abr. 2006.
ABU-RABIA, S.; SIEGEL, L. S. Reading skills in three orthographies: The case of trilingual
Arabic-Hebrew-English-speaking Arab children. Reading and Writing: An
Interdisciplinary Journal, Netherlands, v. 16, n. 7, p. 611-34, Oct. 2003. Disponível em
<http//www.eric.ed.gov/ERICWebPortal >. Acesso em abr. 2006.
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153
ANEXO I – Protocolos e Tarefas do Pré-Teste
154
Tarefas de Escrita
Escrita de Palavras
Escrita de Frases
155
Tarefa de Leitura e de Compreensão de Leitura
Nome: ______________________________________________________________
Data de Nascimento: _____/_____/_____ Data da Avaliação: _____/_____/_____
Escola: ____________________________ Série/Turma: _____________________
156
PRANCHAS UTILIZADAS NA TAREFA DE LEITURA
E DE COMPREENSÃO DE LEITURA
Pranchas reproduzidas de SOUSA, E. O. Habilidades Metassintáticas e Aprendizagem da
Leitura Estudo: com Crianças da 1ª Série do Ensino Fundamental. 2005.
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
Pré-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 01
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança diga qual das três palavras – alinhadas horizontalmente
– termina com o mesmo som da palavra-estímulo.
ITENS DE TREINO
DENTE
1
PENTE LIMÃO MAÇÃ
MÔNICA
2
GATO PIPOCA LEÃO
ITENS DE AVALIAÇÃO
LEÃO Acertou Errou
1.1
VIOLÃO BOLA CAIXA
168
MATERIAL TAREFA 01
169
MATERIAL TAREFA 01
170
MATERIAL TAREFA 01
171
MATERIAL TAREFA 01
172
MATERIAL TAREFA 01
173
MATERIAL TAREFA 01
174
Pré-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 02
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança diga qual das três palavras – alinhadas horizontalmente
– termina com o mesmo som da palavra-estímulo.
ITENS DE TREINO
JACARÉ
1
MAÇÃ JANELA COPO
CENOURA
2
PIPOCA MALA CEBOLA
ITENS DE AVALIAÇÃO
CAPACETE Acertou Errou
2.1
RELÓGIO MACACO CACHORRO
175
MATERIAL TAREFA 02
176
MATERIAL TAREFA 02
177
MATERIAL TAREFA 02
178
MATERIAL TAREFA 02
179
MATERIAL TAREFA 02
180
MATERIAL TAREFA 02
181
Pré-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 03
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança repita a palavra apresentada sem o som inicial.
3.1 Porta
3.2 Bem
3.3 Pilha
3.4 Casa
3.5 Povo
3.6 Capa
Total de Acertos:
182
Pré-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 04
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
A criança é solicitada a segmentar as palavras que lhe serão mostradas pelo pesquisador por
meio de figuras. O pesquisador pergunta: como você falará esta palavra em pedaços?
ITENS DE TREINO: barata [ba-ra-ta]; leão [le-ão].
Total de Acertos:
183
Pré-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Sintática – Tarefa 01
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança repita uma “frase atrapalhada” da forma “certa”.
ITENS DE TREINO:
Monta cavalo ele. [Ele monta cavalo]. / Marta bonita é. [Marta é bonita].
Total de Acertos:
184
Pré-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Sintática – Tarefa 02
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
A criança é solicitada a dizer o que está faltando em cada sentença.
ITENS DE TREINO:
Joguei o copo... lixo [no]. / Lavei o prato...pia [na].
Total de Acertos:
185
ANEXO II – Programa de Intervenção
186
Programa de Intervenção em Consciência Fonológica – 16 Sessões
Material: Versos: Eu juro que vi. Tigres no quintal. Porto Alegre: Kuarup, 1989, p. 64; “Velha
Cororoca”(?). Tatiana Belinky. In: Vera Aguiar (Coord.) Poesia Fora da Estante, p. 87; Uni
Duni Tê (?).
Instrução para a realização da atividade: Eu vou ensinar pra vocês versos que têm palavras
que terminam com o mesmo som. Vocês conhecem o verso...? [Ensinar os versos escolhidos
[“Eu juro que vi; Velha Cororoca; Uni duni tê] e indicar as palavras que rimam. Cororoca
termina com o mesmo som de Minhoca. Qual é o som final de Minhoca e Cororoca? [ca].
Minhocão termina com o mesmo som de irmão. Qual é o som final de Irmão e Minhocão?
[ão]. Quem conhece outras palavras que terminam com ão? Solicitar que as crianças digam
outras palavras que rimam com palavras indicadas em cada um dos versos ensinados.
Exemplos de palavras que rimam com coroca e minhoca: pipoca, motoca, coloca,
caduca, maluca.
Exemplos de palavras que rimam com minhocão e irmão: mamão, balão, canção,
capitão, limão, botão.
Exemplos de palavras que terminam como a palavra você: cadê.
Agora nós vamos fazer uma brincadeira de rima usando uma brincadeira de roda com
a cantiga da Ciranda-Cirandinha. Vocês conhecem esta cantiga? [cantar a cantiga com as
crianças]. Só que nós vamos mudar o final pra poder fazer a brincadeira de rima.
Vamos cantar esta cantiga assim [cantar a cantiga usando os nomes das crianças].
187
Apresentar uma palavra para ser rimada por cada criança. Enfatizar o som que deve ser
rimado. Para a criança que não souber responder, o experimentador deve oferecer duas
possibilidades de respostas [uma palavra que termina com o mesmo som e uma outra palavra
discrepante, a fim de que a criança possa escolher a adequada]. Cada terminação a ser rimada
deve ser apresentada duas vezes, usando palavras diferentes.
Discussão das Atividades 01 e 02: Vejam crianças, essas duas brincadeiras nos mostrou que
existem várias palavras que terminam com o mesmo som. Estas palavras podem estar nas
músicas, nos versos, poesias e até em histórias.
Material: Cartões com pares de gravuras que rimam [utilizar os cartões do item B]
Discussão da Atividade 3: Viram o som final é o último som da palavra. Existem várias
palavras que terminam com o mesmo som.
190
Atividade 04 – Treinamento em Identificação de Semelhança Fonológica por meio de tarefa
de Identificação do Som Final com o jogo da caixinha mágica.
191
Peixe Lona, deixe, mulher
Banana Pirulito, chocolate, Ana
Discussão das Atividade 4: Viram? o som final é o último som da palavra. Existem várias
palavras que terminam com o mesmo som.
Trava-Línguas
Olha o sapo dentro do saco Se o papa papasse papa, se o papa papasse pão,
O saco com o sapo dentro, O O papa papava tudo, seria o papa papão.
O sapo batendo papo
E o papo soltando vento.
193
Boliche: [bo] Barriga: [ba] batata, Dedo: [de] dente, Elástico: [e] elefante,
bom-bom, boi, bola, banco, barco, banjo, dentadura, depois, educado, elogio,
bomba, bobo, bota, balão, bater, bateria, demora, delícia, emagrecer, ema, eu,
bonita, botão, borracha. baú, bala, barata. detesto. ela.
Limão: [li] lima, licor, Fada: [fa] fato, Folha: [fo] foto, Urina: [u] uva, urso,
linda, liso, livro, linha, falcão, família, falar, folhagem, foca, urgente, urubu, urna.
litro. farinha, fatia. fogo, forma, forno.
Exemplos de cartões com as seguintes figuras: barata, barco, baú, balão, batom; carro,
caminhão, calça, camarão, cavalo, caju, cabelo, castelo, camiseta, caderneta, carta, carrapato,
caixa, cadeado, cama; abacaxi, anel, alface; apito, aranha, abacate, alicate, aliança, avião,
azul, asa, armário, água, anzol, anão, arroz, anão.
Discussão das Atividades 05 e 06: Vocês lembraram de várias palavras que começam com o
mesmo som. Essas palavras podem ser nomes de frutas, animais, brinquedos, material escolar,
objetos de cozinha, partes do nosso corpo ou uma ação, algo que fazemos. Por exemplo, se
ouço o som [ca], posso lembrar da palavra cabeça, que é uma parte do nosso corpo. Mas,
também posso lembrar da palavra carneiro que é o nome de um animal. Carneiro e cabeça são
palavras diferentes, mas as duas começam com o mesmo som [ca].
194
Sessão 05 – Composta de uma atividade de Treinamento em Consciência Fonológica por
meio da tarefa de Detecção e de Produção de Aliterações.
Em seguida, pede-se que as crianças formem uma fila indiana, colocando suas mãos
sobre os ombros da criança a sua frente, e cantem a música, várias vezes, em diferentes ritmos
[rápido, mais rápido ainda, devagar, bem devagar], circulando pela sala. O experimentador
escolhe uma das crianças mais altas do grupo e dando as duas mãos para essa criança, estando
um de frente para o outro, levantam os braços formando um túnel por onde a fila indiana vai
passar. Quando o grupo cantar a parte da música, “derradeiro ficará”, a criança que estiver
passando pelo túnel deve ficar presa até responder uma pergunta feita pelo experimentador.
195
4. Diga o nome de um material escolar que a gente usa para escrever que começa com o som
do [la]: [lápis];
5. Diga o nome de o nome de uma parte do nosso corpo que começa com o som do [o]: [olho,
orelha, ombro];
6. Diga o nome de uma fruta que começa com o som do [ma]: [maracujá, melão, mamão,
maçã];
7. Diga o nome de uma menina que começa com o som do [a]: [Adriana, Andréia, Amanda,
Aline, Ana];
8. Diga o nome de um menino que começa com o som do [Ro]: [Ronaldo, Rodrigo, Rogério];
9. Diga o nome de uma cor que começa com o som do [ver]: [verde, vermelho];
10. Diga o nome de um brinquedo que começa com o som do [bo]: [boneca, bola];
11. Diga o nome de um animal que começa com o som do [sa]: [sapo];
12. Diga o nome de um instrumento musical que começa com o som do [pi]: [piano];
13. Diga o nome de uma vasilha que a gente usa para cozinhar que começa com o som do
[pa]: [panela];
14. Diga o nome de uma cor que começa com o som do [a]: [azul, amarelo];
15. Diga o nome de uma roupa que as meninas usam que começa com o som do [sa]: [saia,
saiote];
16. Diga o nome de uma roupa que menina e menino vestem e começa com com o som do
[ca]: [calça];
17. Diga o nome de um personagem de histórias que começa com o som do [Be]: [Bela
Adormecida];
18. Diga o nome de um personagem de revista em quadrinhos que começa com o som do [pa]:
[Pato Donald; Pateta];
19. Diga o nome de uma fruta que começa com o som do [a]: [abacaxi, abacate, ameixa];
20. Diga o nome de uma parte da casa que começa com o som do [co]: [cozinha];
21. Diga o nome de uma parte do nosso corpo que começa com o som do [u]: [unha];
22. Diga o nome de uma coisa que a gente usa para cobrir a casa que começa com o som do
[te]: [telha, telhado];
23. Diga o nome de um material escolar que começa com o som do [bo]: [borracha];
24. Diga o nome de uma música que começa com o som do [ci]: [ciranda, cirandinha]
25. Diga o nome de uma coisa que a gente usa no dedo que começa com o som do [a]:
[aliança, anel];
196
26. Diga o nome de uma coisa que serve para abrir e fechar a casa que começa com o som do
[po]: [porta];
27. Diga o nome de uma coisa que a gente usa para escrever na lousa que começa com o som
do [gi]: [giz];
28. Diga o nome de uma coisa que a gente usa para carregar material escolar que começa com
o som do [mo]: [mochila];
29. Diga o nome de um lugar que tem muitos livros e os livros podem ser emprestados e
começa com o som do [bi] biblioteca;
30. Diga o nome de um aparelho que a gente usa para ouvir músicas e notícias e começa com
o som do [ra]: [rádio];
31. Diga o nome de uma coisa que a gente pode usar na roupa e começa com o som do [bo]:
[botão, bolso];
32. Diga o nome de uma brincadeira que começa com o som do [es]: [esconde, esconde];
33. Diga o nome de uma coisa que as meninas usam para se maquiarem e começa com o som
do [ba]: [batom];
34. Diga o nome de uma coisa que tem na cozinha que a gente usa para lavar a louça e
começa com o som do [pi]: [pia];
35. Diga o nome de uma coisa que a gente usa para cozinhar e começa com o som do [fo]:
[fogo, fósforo, fogão].
Discussão da Atividades 07: Vocês lembraram de várias palavras que começam com o
mesmo som. Essas palavras podem ser nomes de frutas, animais, brinquedos, material escolar,
objetos de cozinha, partes do nosso corpo ou uma ação, algo que fazemos.
Material: Lista de comandos e mímicas para serem realizados pelas crianças; Jogo do
Marinheiro.
197
Orientação para a realização da atividade: O experimentador divide as crianças em dois
grupos e explica que a partir daquele momento eles irão fazer de conta que são marinheiros.
Cada grupo de marinheiros fica de frente para o outro. Faz-se uma linha no chão separando o
campo de cada grupo. Faz-se também uma linha no meio da sala para marcar o limite em que
cada grupo pode andar. Sorteia-se um grupo que passa a ser o grupo 01. O grupo sorteado ou
o grupo 01 tem que pensar em uma palavra começada com um som previamente combinado
com o experimentador e tem que se apresentar ao grupo 02, dizendo, por exemplo: somos 10
[ou quantas crianças fizerem parte daquele grupo] marinheiros que viemos da Europa. O
grupo 02 pergunta: fazer? O grupo 01 responde: combater! O grupo 02 pede ao grupo 01:
combata aí que eu quero ver! Neste momento o grupo 01 realiza uma mímica com a palavra
escolhida. O grupo 02 tem que adivinhar a palavra e dizer qual é o som inicial. Se o grupo 02
adivinhar a mímica adequadamente em até duas tentativas, ele pode sair correndo para pegar
quantos marinheiros do grupo 01 forem possíveis. Os marinheiros do grupo 01 devem correr
para o seu território, se conseguirem cruzar a linha que demarca o seu território, o grupo 02
não tem direito de levar ninguém. Os marinheiros pegos pelo grupo 02 ficam agora fazendo
parte de seu grupo. A brincadeira continua havendo revezamento entre os grupos, quantas
vezes forem combinadas com o experimentador ou até que não reste mais marinheiros em um
dos grupos. Neste jogo, os grupos devem se revezar ao menos 05 vezes. Ganha o grupo que
terminar o jogo com maior número de participantes. Se os participantes forem acima de dez
crianças em cada grupo. Os grupos podem ser re-divididos e ocorrerem em 03 fases.
Fase 01
Grupo 01 Grupo 02
1) Ma (macaco, martelo, maçã) 1) Fi (filha, fita, fila)
2) Ga (galo, galinha, gafanhoto, garrafa) 2) Ta (tambor, tamanco)
3) Vi (violão) 3) Bo (bota, borracha, bomba, boneca)
4) Ba (barriga, baú, balé, batom) 4) Ca (cabelo, cadeira, caderno, cavalo)
5) Te (telefone, televisão, telhado, tesoura) 5) Mu (música, mulher)
Fase 02
Grupo 03 Grupo 04
1) Te (tesoura) 1) Pa (palito, palácio, paletó, pá, pastel)
2) Fo (fogo, fogão, folha, foto, fotografar) 2) Re (régua, remar, reto, remédio)
3) De (dedo, dente, dentadura) 3) Xi (xícara, chinês)
4) Di (dia, ditado, diamante, dinossauro) 4) Pe (peteca, perna, pena, pé, pente)
198
5) Co (computador, colar, colo, coceira, 5) I (igreja, imã)
coelho)
Fase 03
Grupo 05 Grupo 06
1) A (aula, anel, apito, abraço, abacaxi) 1) Pi (pião, pinto, piolho, pinico)
2) Sa (sapato, sapo, saco, sala, sandália) 2) Mo (mochila, moto)
3) Es (escada, estudar, esmola) 3) Ra (rato, rádio, rabo, ralo)
4) O (olho, orelha, ombro, ovo) 4) Li (livro, litro)
5) Va (vassoura, varrer, vaca) 5) Mo (moto, mola, morta)
Discussão da Atividade 08: Vocês conseguiram pensar em palavras que começam com um
som. Essas palavras podem ser nomes de frutas, animais, brinquedos, material escolar, objetos
de cozinha, partes do nosso corpo ou uma ação, algo que fazemos.
Orientação para a realização da atividade: Hoje nós vamos brincar de falar as palavras em
pedaços. Por exemplo, eu vou falar a palavra maracujá em pedaços. Vejam: [ma – ra – cu –
já]. Agora, para saber em quantos pedaços eu falei, eu vou falar novamente em a palavra
maracujá em pedaços, mas para cada pedaço que eu falar eu vou bater palmas e vocês vão
contar: [ma-ra-cu-já]. Quantas vezes eu bati palmas? Eu bati palmas 04 vezes. Agora vocês!
Eu vou falar algumas palavras e, para cada parte da palavra que eu falar, vocês vão bater
199
palmas e me dizer em quantos pedaços eu falei a palavra, certo? Falar as palavras: porta,
palito, pimenta, mão, corda. Agora eu vou falar uma palavra para cada um de vocês, mas vou
falar a palavra inteira. A pessoa que eu escolher repete a palavra que eu disser em pedaços,
bate palmas e diz em quantas partes falou a palavra. Atenção:
Discussão da Atividade 09: Vocês conseguiram pensar em palavras que começam com um
som. Essas palavras podem ser nomes de frutas, animais, brinquedos, material escolar, objetos
de cozinha, partes do nosso corpo ou uma ação, algo que fazemos.
200
Discussão da Atividade 10, itens A e B: Vocês viram? Nós podemos separar as palavras em
pedaços ou em sílabas e contar os pedaços. Nós podemos fazer isso com qualquer palavra.
Instrução para a realização da atividade: Hoje nós vamos fazer um jogo de retirar partes ou
pedaços de algumas palavras para ver como elas ficam quando fica faltando um pedacinho.
Eu vou dizer uma palavra. Vocês terão que repetir a palavra que eu disser, mas sem repetir o
som do começo ou o som inicial da palavra. Qual é o som que vocês ouvem no início da
palavra Alô? [A]. Sem o som do início da palavra Alô como vocês acham que fica a palavra?
[lô]. Então por exemplo, se eu disser casa, vocês terão que dizer asa; se eu disser anão, vocês
terão que dizer não; se eu disser flores, vocês terão que dizer lores; se eu disser pema, vocês
terão que dizer ema; se eu disser parroz, vocês terão que dizer arroz.
Então vocês vão me dizer como vocês acham que ficam as palavras que eu vou dizer
se eu tirar o som inicial ou o som do começo da palavra [Perguntar às crianças o que elas
acham]. Elogiar quando elas acertarem ou ajudar quando elas não responderem
adequadamente.
Aprovado [provado]
Livro [ivro]
Colegas [olega]
201
Mais [ais]
Assobiar [ssobiar]
Produzir [roduzir]
Coração [oração]
Avião [vião]
Corte [orte]
Sala [ala]
Agora é pra valer. Eu vou falar uma palavra para cada um de vocês. Não tem problema
se formar uma palavra que não existe. Não tem problema se alguém precisar de ajuda para
responder, mas primeiro vamos deixar cada um tentar responder sozinho. Como fica a
palavra...sem o som inicial?
Lista de Palavras
1.Língua 8.Daqui [aqui] 15.Anexo [nexo] 22. Trigo [rigo] 29. Mesmo
[íngua] [esmo]
2.Floresta 9.Rosana 16.Moral [oral] 23.Panimais 30. Treino
[loresta] [osana] [animais] [reino]
3.Palma [alma] 10. Pato [ato] 17.Passado 24. Bloco [loco] 31.Pescada
[assado] [escada]
4.Aprender[pren 11.Luva [uva] 18. Frase [rase] 25.Molhados[olha 32.Blusa [lusa]
der] dos]
5. Filha [ilha] 12.Manual 19. Passar [assar] 26. Clara [lara] 33. Moro [oro]
[anual]
6.Grupo [rupo] 13.Sobra [obra] 20. Ilegal [legal] 27. Blusa [lusa] 34. Bruxa
[ruxa]
Discussão das Atividade 10 item A: Vocês perceberam que nós podemos tirar sons das
palavras? Quando nós tiramos um som da palavra ela fica diferente. Ela pode se transformar
em uma outra palavra que existe ou que não existe de verdade.
202
Orientação para a realização da atividade: O pesquisador deve mostrar as vinte e três letras
do alfabeto, uma a uma, e seus respectivos sons. As crianças devem repetir os sons com o
pesquisador. O pesquisador deve realizar um bingo de letras, solicitando que cada criança
diga o som de uma letra e diga uma palavra que comece com aquele som, cada palavra
indicada deve ser dividida em pedaços.
Discussão da Atividade 11: Viram? Para formar uma palavra nós usamos as letras. Cada
letra tem um som e existem palavras que começam e que terminam com o som daquela letra e
as palavras podem ser divididas em vários pedaços.
Instrução para a realização da atividade: Agora vamos fazer a mesma coisa, mas usando
palavras que não existem, palavras que foram inventadas:
Lista de Palavras
1. Sibi [ibi] 7.Veza [eza] 13.Jampo 19.Omaro 25.Finar 31.Gape [ape]
[ampo] [maro] [inar]
2.Pimo 8. Liri [iri] 14.Domo 20.Amona 26.Panimais 32.Lomute
[imo] [Omo] [mona] [animais] [omute]
3. Lou [ou] 9. Tasa [asa] 15.Masto 21.Fepo 27.Niba [iba] 33.Denos [enos]
[asto] [epo]
4.Veno 10. Bavilo 16. Paroba 22.Beve 28. Filo [ilo] 34.Lito [Ito]
[eno] [avilo] [aroba] [eve]
5. Alei [lei] 11.Paito 17.Dila [ila] 23. Dobrila 29;Afeno 35.Gave [ave]
[aito] [obrila] [eno]
6.Flouni 12.Patar 18.Sibo [ibo] 24.Peia [eia] 30.Gapo 36.Veja [ega]
[louni] [atar] [apo]
203
Atividade 13 – composta de 01 item: Treinamento em Consciência Fonêmica por meio de
tarefas de subtração de fonemas iniciais e finais.
Instrução para a realização da atividade: Agora vamos tirar o som do final da palavra. Eu
vou dizer uma palavra. Vocês vão repetir a palavra que eu disser, mas sem repetir o som final
ou o último som da palavra. Por exemplo, se eu disser a palavra Malas, qual é o último som
ou o som que vocês ouvem no final da palavra? [S]. Como vocês acham que fica a palavra
Malas sem o som final? [Mala]. Se eu disser Comer, qual o último som? [Perguntar às
crianças o que elas acham]. Como fica essa palavra sem o som final? [Come]. Então, eu vou
dizer uma palavra para cada um de vocês.
Como você acha que fica a palavra...sem o som final? [Perguntar a cada criança o que ela
acha].
Lista de Palavras
1. Pássaros 7. Limpar 13. Pintar 19. Bolas 25.Calendários 31.Andar
[pássaro] [limpa] [pinta] [bola] [calendários] [anda]
2. Livros 8. Morar 14. Santas 20. Cabides 26. Coloridos 32. Antas
[livro] [mora] [santa] [cabide] [colorido] [antas]
3. Meses 9. Cantar 15. Revistas 21. Bolsas 27. Quadros 33. Sofás
[mês] [canta] [revista] [bolsa] [quadro] [sofá]
4. Brincar 10. Mamar 16. Velas 22. Massas 28. Páginas 34. Macas
[brinca] [mama] [vela] [massa] [página] [maca]
5. Roupas 11. Bater 17. Colheres 23. Facas 29. Fotografar 35. Almas
[roupa] [bate] [colher] [faca] [fotografa] [alma]
6. Lavar 12. Chamar 18. Jantar 24. Tarefas 30. Livrar 36.Borrachas
[lava] [chama] [janta] [tarefa] [livra] [borracha]
Discussão das Atividade 12 e 13 itens A: Vocês perceberam que nós podemos tirar ou
colocar sons nas palavras? Quando nós tiramos ou colocamos um som na palavra ela fica
diferente. Ela pode se transformar em uma outra palavra que existe ou que não existe de
verdade.
204
Atividade 14 – Treinamento de Correspondência Grafema-Fonema utilizando as letras do
alfabeto
Orientação para a realização da atividade: O pesquisador deve mostrar as vinte e três letras
do alfabeto, uma a uma, e seus respectivos sons. As crianças devem repetir os sons com o
pesquisador. O pesquisador deve realizar um bingo de letras, solicitando que cada criança
diga o som de uma letra e diga uma palavra que comece com aquele som, cada palavra
indicada deve ser dividida em pedaços.
Discussão da Atividade 14: Viram? Para formar uma palavra nós usamos as letras. Cada
letra tem um som e existem palavras que começam e que terminam com o som daquela letra e
as palavras podem ser divididas em vários pedaços.
Material: Lista de palavras e blocos coloridos em tamanho papel ofício; cartões coloridos em
tamanhos menores que os tamanhos dos blocos
Lista de Palavras
1. rato 8. capa 15. viu 22. rede 29. cola
2. pato 9. lona 16. bolo 23. figura 30. muro
3. calo 10. vila 17. pólo 24. bola 31. taça
4. som 11. como 18. vida 25. vela 32. copo
5. cabo 12. barata 19. laço 26. giro 33. pão
6. cabide 13. colo 20. fila 27. rua 34. pá
7. sofa 14. moça 21. sopa 28. vovó 35. teto
Discussão da Atividade 15: Vocês viram que nós usamos blocos de papel para mostrar que
nas palavras têm diferentes sons e que nós podemos falar as palavras em pedaços maiores
[sílabas] e em pedaços menores [sons de cada sílaba]. Por exemplo: Podemos falar ovo de
dois jeitos, assim em pedaços: o-vo ou, assim letra um som de cada vez: o-v-o.
206
oportunidade como no caso da criança que passou ou repassou a sua vez de responder. O
experimentador dá o exemplo. Se eu pego a figura de um cão, tenho que dizer, de um em um
todos os sons dessa palavra, assim [c-ã-o], e o meu colega têm que adivinhar qual é a palavra
[cão].
Discussão da Atividade 16: Como vocês viram nós juntamos sons e formamos palavras.
Quando nós juntamos t-e-t-o, formamos a palavra teto.
Orientação para a realização da atividade: Dividir as crianças em pares. Hoje nós vamos
brincar de falar ao contrário. Eu vou falar uma palavra para cada dupla de vocês e aí vocês
vão ter que falar a palavra de trás para frente, tirando o som final e falando ele primeiro.
Antes de responder vocês podem discutir a resposta um com o outro. Por exemplo, se a
palavra for “lave”, eu tenho dois pedaços, o primeiro pedaço é [la] e o segundo é [ve]. Eu
tenho que pegar o último pedaço que é [ve] e trocar ele de lugar, colocá-lo na frente. Assim
quando eu for falar ao contrário eu direi [ve] – [la] e formei uma palavra nova. Qual é a
palavra? [vela].Vamos começar?.
207
Lista de Palavras
1. vela [lave] 5. topa [pato] 9. olá [alô] 13. tala [lata]
2. tomo [moto] 6. maca [cama] 10. vida [Davi] 14. caju [Juca]
3. lago [gola] 7. vaca [cava] 11.pala [lapa] 15. os [só]
4. tora [rato] 8. em [me] 12. ema [ame] 16. late [tela]
Orientação para a realização da atividade: Agora vamos fazer o mesmo jogo, mas com
palavras que não existem de verdade, mas que podem virar palavras de verdade quando a
gente fala ao contrário. Por exemplo, se eu falo a palavra vea ao contrário ficará ave. Agora
vocês!
Lista de Pseudopalavras
1. vea [ave] 5. cati [tica] 9. ubá [baú] 13. tavo [vota]
2. mot [tom] 6. lame [mela] 10. cita [taci] 14. balo [loba]
3. lito [toli] 7. tilo [loti] 11.gofi [figo] 15. male [lema]
4. capo [poça] 8. milu [lumi] 12. poli [lipo] 16. telo [lote]
Discussão da Atividade 17: Vocês viram? Nós sempre podemos falar as palavras de trás para
frente ou falar as palavras ao contrário e, assim, se nós trocarmos os pedaços ou os sons das
palavras de lugar, podemos formar novas palavras.
208
Orientação para a realização da atividade: O experimentador mostra às crianças três
cartazes com gravuras e diz que irá fazer uma frase para cada uma das gravuras. O
experimentador apresenta pequenas frases para as crianças e diz que repetirá cada frase em
pedaços e pedirá as crianças para baterem palmas para cada um dos pedaços. O
experimentador pergunta quantos pedaços ele falou em cada frase, pede as crianças para
dizerem qual é cada um dos pedaços e, explica que cada pedaço de uma frase é uma palavra.
O experimentador repete cada frase faltando uma palavra e pede a criança para dizer qual a
palavra que faltou. O experimentador convida as crianças para um jogo de invenção de frases
com o seu material escolar. Cada criança deve escolher um de seus materiais escolares e
inventar uma frase, falar a frase inventada para os seus colegas, repeti-la devagar em pedaços.
O experimentador oferece um exemplo: Por exemplo, se vocês escolherem uma caneta,
poderão dizer: A caneta é azul. Os colegas devem acompanhar a repetição em pedaços
batendo palmas. O experimentador deve perguntar às crianças quantos pedaços ou quantas
palavras havia na frase do colega e pedir que repitam cada pedaço, um a um. Cada criança
deverá repetir sua frase faltando uma palavra a fim de que os colegas a completem.
Discussão da Atividade 18: Como vocês viram, a frase tem vários pedaços dentro dela. Cada
pedaço é uma palavra. Então, nós podemos dividir as frases em palavras. Por exemplo: [João]
[anda] [de] [bicicleta]. Quantas palavras eu falei? [04]. Nós também podemos falar uma frase
faltando uma palavra. Por exemplo: [João] [anda] [de]... – Qual a palavra que está faltando?
[Bicicleta]. Bicicleta é o pedaço que está faltando. Bicicleta é uma palavra.
Orientação para a realização da atividade: Hoje nós vamos continuar o jogo de saber
quantos pedaços tem dentro de uma frase, mas vamos fazer o jogo de um jeito diferente. Eu
vou falar uma frase em pedaços, isto é, eu vou falar uma frase palavra por palavra. Para cada
palavra que eu disser vocês vão colocar sobre a carteira um cartão colorido. Por exemplo:
209
[Ana] [dorme] Quantos pedaços ou quantas palavras eu falei? [02]. Então, quantos cartões
vocês terão que colocar sobre a carteira? [02]. Muito bem, vocês têm que colocar em cima da
carteira um cartão colorido para cada palavra, um cartão para a palavra [Ana] e outro cartão
para a palavra [dorme] - Se a criança não souber realizar a tarefa, o experimentador deve fazer
junto com a criança o que é pedido]. Agora deixem estes cartões aí e peguem novos cartões.
Eu vou dizer outra frase em pedaços, para cada pedaço que eu disser vocês irão colocar um
cartão colorido: [João] [usa] [óculos]. Quantos pedaços ou quantas palavras eu falei? [03].
Isso mesmo, eu falei três pedaços ou três palavras. Quantas palavras eu falei na frase [Ana]
[Dorme]? [02]. Quantas palavras eu falei na frase [João] [usa] [óculos]? [03]. Qual a frase que
tem mais palavras? [João] [usa] [óculos]. Como vocês sabem? [se a criança não souber
responder o experimentador deve contar os cartões que foram colocados em cada frase e
comparar qual a frase que tem mais cartões. Agora eu vou falar frases e todos vão colocar
cartões coloridos para cada palavra que eu disser em cada frase, aí eu vou sortear o nome de
um colega e ele vai responder qual a frase maior e por que? Vamos começar? O
experimentador deve ditar frases duas a duas e incentivar as crianças a compararem o
comprimento.
Discussão da Atividade 19: Vocês viram que existem frases maiores que outras. Uma frase
pode ser mais curta e a outra mais comprida. As palavras também são assim. Existem palavras
mais curtas e outras mais compridas. Eu vou falar uma frase e vocês vão me dizer quantas
palavras ou quantos pedaços ela tem: “O galo acordou”. Quantos pedaços ou quantas palavras
essa frase tem? [03 pedaços/03 palavras]. Muito bem! Agora vejam, nós vamos dividir cada
palavra em pedaços: [O] [ga-lo] [a-cor-dou]. O experimentador deve perguntar quantos sons
tem em cada palavra e qual é a palavra que eles acham que é menor? Qual a palavra maior?
As crianças deverão usar cartões coloridos para dividir as palavras.
Orientação para a realização da atividade: Agora vocês precisam de muita atenção. Nós
vamos fazer um jogo de trocar uma palavra da frase por outra. Se eu disser: “Maria gosta de
queijo”, vocês poderão dizer: “Maria gosta de bolo ou Maria gosta de frango”. Vamos
começar trocando a última palavra da frase. Eu vou falar uma frase e cada um de vocês vai
inventar o final.
Lista de Frases
1. O carro tem tila/O carro tem...
2. Joana ganhou uma boneca/Joana ganhou ...
3. Mariana brinca de bola/Mariana brinca de...
4. Ele usa peruca/Ele usa...
5. Quem gosta de chocolate?/Quem gosta de...?
6. A aranha/Arranha /A aranha...
7. Você gosta de gatos?Você gosta de...
8. Marta sabe o alfabeto./Marta sabe...
9. Vovô trabalha./Vovô...
10. O lanche está gostoso./O lanche está...
11. A boneca está quebrada./A boneca está...
12. Ana caiu./Ana...
13. O galo acordou./O galo...
14. O pastel é de queijo./O pastel é de...
15. Pedro compra doces./Pedro compra...
16. O bom amigo é como irmão./O bom amigo é como...
17. Não posso brincar com cachorros./Não posso brincar com...
18. O rato tem pijama/O rato tem...
19. Você conhece Zeca?/Você conhece...
20. Mamãe fez bolo./Mamãe fez...
212
B) Treinamento em Consciência de Palavras por meio da tarefa de substituição de
pseudopalavras em uma frase.
Orientação para a realização da atividade: Agora vocês precisam de muita atenção. Nós
vamos fazer um jogo de trocar uma palavra inventada na frase por uma palavra de verdade. Se
eu disser: “Maria gosta de pili ”. Pili é uma palavra que não existe de verdade, então vocês
poderão trocar esta palavra por uma outra palavra que existe de verdade: “Maria gosta de bolo
ou Maria gosta de frango”. Vamos começar trocando a última palavra da frase.
Lista de Frases
1. O carro tem tila/O carro tem...
2. Joana ganhou uma tica/Joana ganhou ...
3. Mariana brinca de vine/Mariana brinca de...
4. Ele usa sole/Ele usa...
5. Quem gosta de lono?/Quem gosta de...?
6. A aranha pila /A aranha...
7. Você gosta de fitos?Você gosta de...
8. Marta sabe o vole./Marta sabe...
9. Vovô denos./Vovô...
10. O lanche está saru./O lanche está...
11. A boneca está mimena./A boneca está...
12. Ana cele./Ana...
13. O galo acordou./O galo...
14. O pastel é de sula./O pastel é de...
15. Pedro compra rones./Pedro compra...
16. O bom amigo é como nepe./O bom amigo é como...
17. Não posso brincar com valo./Não posso brincar com...
18. O rato tem piji/O rato tem...
19. Você conhece caru?/Você conhece...
20. Mamãe fez tonte./Mamãe fez...
213
Discussão da Atividade 20 itens A e B: Viram? Nós podemos trocar palavras das frases sem
tirar o sentido delas. Podemos trocar palavras que existem e que não existem. Nós podemos
inventar frases com palavras que não existem de verdade, mas aí gente não entenderá o que a
frase quer dizer.
214
Programa de Intervenção em Consciência Sintática – 15 Sessões
216
Instrução para a realização da atividade: Hoje nós vamos continuar com o jogo de
adivinhar o que falta na fala do Maneco. Desta vez, ele escreveu sobre o que aconteceu com
ele ontem, mas, na história faltam muitas palavras. Então vocês vão ajudar o Maneco a contar
a história inteira. Cada um de vocês vai dizer o que falta. [Seguindo as instruções de Rego
(1993), nesta tarefa, o pesquisador dará a resposta correta à criança, sempre que ela não
souber responder adequadamente, a fim de preservar a coerência do texto e possibilitar o
acerto das sentenças subseqüentes].
O dia de ontem
Acordei cedo e ... café...leite. Fui para a escola, pois não queria faltar ...No caminho, encontrei
dois colegas, o Juca e a Mara. E...também iam para a escola. Juca contou que teve um sonho à
noite. Ele ...que um macaco vestindo casaco havia entrado em sua casa e estava puxando o
seu pé enquanto ele dormia. Juca disse que estava com muito...de o seu sonho se tornar
verdade. Que bobo o Juca, pensei, como um macaco vestindo casaco podia entrar em sua...e
... o seu pé? Mara logo quis saber como era o... Mara contou que gostava muito de macacos e
que já tinha visto alguns no zoológico, mas que nunca tinha visto um macaco vestindo casaco.
Mara disse que macaco vestindo casaco só podia ser invenção do Juca. Os ...começaram a
brigar e, eu, como bom amigo, resolvi ajudar. Falei pra ...que aquilo era só um...e que sonhos
não são de verdade. Eles se acalmaram, e nós chegamos na...Quando entramos na sala,
...resolveu contar o seu sonho para os colegas e a briga começou outra...Só que dessa vez, eu
chamei a professora que explicou pra todo mundo que os sonhos, as vezes, assustam a gente,
mas que eles acabam quando a gente ...A ...sabia explicar muito bem a diferença entre sonho e
o que acontece de...A professora também falou que as pessoas podem vestir um...em um
macaco quando querem que...faça uma apresentação em um circo, assim...macaco fica
engraçado. Depois dessa explicação, a professora pôde começar a..., ou então, a gente iria
ficar a manhã inteira falando ...macacos. A aula terminou e eu voltei para... No caminho,
imaginem o que eu vi? Um...vestindo casaco, andando na... Levei um...e tanto. Vi um monte
de gente correndo. Eu também ... Alguns corriam na frente e outros corriam atrás...macaco, aí
eu decidi perguntar o que...acontecendo. Um homem me disse que...macaco havia...do circo, e
que estavam tentando levá-lo de volta, mas que ele era bonzinho, só gostava de fazer arte! Fui
procurar o Juca para contar que o seu sonho, não tinha sido bem um...Para minha alegria Juca
já...o que estava acontecendo. Juca me contou que a sua mãe viu o macaco à noite, achou
engraçado, e o levou para brincar um pouquinho com ele. Mas, como o Juca estava...ele achou
que estivesse sonhando.
217
Discussão das Atividades 01 e 02: Vocês viram? Nós podemos colocar palavras nas frases
para dar sentido a elas ou em um texto para dar sentido a ele.
Instrução para a realização da atividade: O Pesquisador falará para as crianças que lhes
apresentará dois fantoches de animais e, explicará que os fantoches tinham feito uma aposta
para ver quem falava certo, mas precisavam que alguém decidisse quem falou certo e quem
falou errado. O pesquisador diz que, de verdade, os dois animais cometem erros quando
falam, então será preciso prestar muita atenção para decidir o certo. Por exemplo, se o
fantoche girafa falar “Eu tenho olhos bonitas” e o fantoche papagaio falar “Eu tenho olhos
bonitos”, quem falou certo? [O fantoche papagaio]. Muito bem, o fantoche papagaio falou
certo. O que está errado na fala do fantoche girafa? [Ele disse: “olhos bonitas”]. E se o
fantoche girafa falar: “Meu barco é amarelo” e o fantoche papagaio falar: “Minha barco é
amarelo”, quem falou certo? [O fantoche girafa]. Muito bem, o fantoche girafa falou certo [O
pesquisador deverá repetir o mesmo procedimento de análise para correção da sentença,
conforme ocorrido na sentença anterior]. Agora, cada um dos fantoches falará uma frase e
cada um de vocês dirá quem falou certo e quem falou errado. [As sentenças serão distribuídas,
de modo que em metade delas a girafa esteja certa e na outra metade o papagaio esteja certo.
O pesquisador solicitará que a criança julgue as sentenças e discrimine ou localize a sentença
correta, bem como a incorreta, mas auxiliará à criança a fornecer a resposta correta, sempre
que ela não souber responder adequadamente, a fim de assegurar o objetivo da atividade que é
218
o de oferecer treinamento para refletir sobre a Correção Sintática de Sentenças, preservando a
coerência da sentença e possibilitando o acerto das sentenças subseqüentes].
Discussão da Atividade 03: Viram? Nós sempre podemos pensar se as palavras duma frase
combinam entre si ou se as palavras
219
Atividade 04 – Revisão da atividade 03.
Instrução para a realização da atividade: Hoje nós vamos fazer um jogo de organizar
frases ou um quebra-cabeça de palavras. Eu vou dizer uma frase toda atrapalhada e vocês
terão que repetir a frase com as palavras arrumadas na ordem correta. Por exemplo, se eu
disser “come Maria morango”, como ficará esta frase organizada? [Maria come morango].
Agora vejam uma frase mais difícil. E se eu disser “lava Maria roupa a”, como ficará esta
frase organizada? [Maria lava a roupa]. Mas, se eu disser: “é quem você?” como ficará esta
frase? [Quem é você?]. Muito bem, agora vamos começar o jogo. É preciso prestar bastante
atenção. Desta vez eu vou dizer uma frase toda atrapalhada para cada um de vocês e cada um
terá que repetir a frase com as palavras arrumadas na ordem certa. [Nas frases de treino, se a
criança não conseguisse responder adequadamente, a pesquisadora a auxiliava a responder
corretamente, enfatizando o que precisava ser colocado em ordem].
1. Está maçã verde a. [A maçã está verde.] 19. Aula não hoje tem. [Não tem aula hoje.]
2. Professora alfabeto ensina o. [Professora 20. Come doce menino o. [O menino come
ensina o alfabeto.] doce.
3. Aberta janela está a. [A janela está 21. Carro um tem rodas quatro. [Um carro tem
220
aberta.] quatro rodas.]
4. Apagou fogo o. [O fogo apagou.] 22. Está o quente café. [O café está quente].
5. Come pastel ele. [Ele come pastel.] 23. Derreteu chocolate o. [O chocolate
derreteu.]
6. Jogar foi João bola. [João foi jogar bola] 24. Quebrou computador o. [O computador
quebrou.]
7. escola brinquedos tem a. [A escola tem 25. Feliz está professora a. [A professora está
brinquedos.] feliz.]
8. Tem Mário cama uma [Mário tem uma 26. Gosto de eu música. [Eu gosto de música.]
cama.]
9. Furado pneu da bicicleta está o. [O pneu 27. Corta unhas minhas mamãe. [Mamãe corta
da bicicleta está furado.] minhas unhas.]
10. Enfeitam o céu estrelas as. [As estrelas 28. Ferveu leite o. [O leite ferveu.]
enfeitam o céu.]
11. Comprar você quer vestido de zebra 29. Tarefa eu fiz de casa a. [Eu fiz a tarefa de
um? [Você quer comprar um vestido de casa/A tarefa de casa eu fiz.]
Zebra?]
12. Nome qual seu o? [Qual o seu nome?] 30. Caiu livro o. [O livro caiu.]
13. Fome com estou. [Estou com fome.] 31. Brinca Felipe rua na. [Felipe brinca na
rua.]
14. lanche todo comeu o ele [Ele comeu o 32. a Gostosa sopa é. [A sopa é gostosa]
lanche todo.]
15. Mafalda boneca brinca de. [Mafalda 33. Fio enrosca a pipa no. [A pipa enrosca no
brinca de boneca.] fio.]
16. Novo vestido ela ganhou um. [Ela 34. Ele filme gosta de. [Ele gosta de filme].
ganhou um novo vestido]
17. Azul caderno é o. [O caderno é azul.] 35. Paulo casa pintou a. [Paulo pintou a casa.
18. Banana está verde a. [A banana está 36. Jogo acabou o. [O jogo acabou].
verde.]
Discussão da Atividade 07: Viram, nós sempre podemos colocar os pedaços ou as palavras
das frases em ordem para entender o que as frases querem dizer.
221
Instrução para a realização da atividade: O pesquisador reúne as crianças em duplas e
distribui cartões com figuras para cada dupla. Em seguida, o pesquisador solicita que as
crianças inventem frases desordenadas a partir das figuras recebidas e apresentem essas frases
desordenadas aos demais colegas. Os colegas deverão tentar ordenar os componentes das
frases ou as palavras das frases para adivinhar o que cada dupla quer dizer. Ao iniciar esta
atividade o pesquisador deverá dizer às crianças: “Hoje nós vamos continuar a brincar de
quebra-cabeça de palavras, só que desta vez será de um jeito diferente. Vamos começar?”.
Sugestões de figuras para os cartões: Macaco; Maçã; Bicicleta; Vestido; Livro; Caneta;
Menino; Relógio; Melancia; Uva; Pão; Faca; Galo; Cadeira; Vaca, Mesa, Caju, Mangueira,
Martelo, Bala, Flor, Luva, Gilete.
Discussão da Atividade 05: Vocês perceberam o que nós fizemos? Nós podemos inventar
frases atrapalhadas ou desordenadas e depois corrigi-las.
Instrução para a realização da atividade: Hoje nós vamos fazer um jogo diferente. É um
jogo de encontrar o lugar das palavras. Eu tenho três palavras neste cartaz: “Bebem, Cama,
Bondoso”. Agora cada um de vocês vem à frente e escolhe um cartão desta pilha de cartões, aí
eu vou ler para você a palavra que você escolheu. Se a palavra for uma ação, como por
exemplo, a palavra “andam” você terá que colocá-la embaixo da palavra “bebem”, por que
“bebem” também é uma ação. Se você escolheu uma palavra que for um objeto, um animal ou
uma pessoa, como por exemplo, a palavra “borracha”, você terá de colocá-la embaixo da
palavra “cama”, porque “cama” também é um objeto. Mas, se a palavra for uma qualidade,
como por exemplo, a palavra “bonito”, você terá de colocá-la embaixo da palavra “bondoso”,
222
porque “bondoso” também é uma qualidade. Vejam, se eu pegar a palavra “livro” em qual
lugar eu devo colocá-la? [Embaixo da palavra “cama”]. Por que? [O experimentador deve
oferecer feedback à criança se a resposta for adequada ou corrigi-la se a resposta for
inadequada.]. Muito bem, agora vocês, um de cada vez. Não tem problema se você tiver
dúvida e não souber onde colocar a palavra. Você poderá pedir ajuda e nós todos iremos
ajudá-lo.
223
ANEXO III – Protocolos e Tarefas do Pós-Teste
224
Tarefas de Escrita
225
Tarefa de Leitura
Nome: ______________________________________________________________
Data de Nascimento: _____/_____/_____ Data da Avaliação: _____/_____/_____
Escola: ____________________________ Série/Turma: _____________________
Total de acertos:
226
PRANCHAS UTILIZADAS NA TAREFA DE LEITURA
E DE COMPREENSÃO DE LEITURA
Pranchas reproduzidas de SOUSA, E. O. Habilidades Metassintáticas e Aprendizagem da
Leitura Estudo: com Crianças da 1ª Série do Ensino Fundamental. 2005.
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
Pós-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 01
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança diga qual das três palavras – alinhadas horizontalmente
– termina com o mesmo som da palavra-estímulo.
ITENS DE TREINO
COELHO
1
JOELHO FECHADURA LÁPIS
LÂMPADA
2
TELEFONE MOTO FADA
ITENS DE AVALIAÇÃO
CESTA Acertou Errou
1.1
CANETA LIVRO MARTELO
238
MATERIAL TAREFA 01
239
MATERIAL TAREFA 01
240
MATERIAL TAREFA 01
241
MATERIAL TAREFA 01
242
MATERIAL TAREFA 01
243
MATERIAL TAREFA 01
244
Pós-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 02
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança diga qual das três palavras – alinhadas horizontalmente
– termina com o mesmo som da palavra-estímulo.
ITENS DE TREINO
TELEVISÃO
1
FLOR ONÇA TESOURA
MOEDA
2
CHAVE MORANGO CADEIRA
ITENS DE AVALIAÇÃO
MACACO Acertou Errou
2.1
RELÓGIO CACHORRO MALA
245
MATERIAL TAREFA 02
246
MATERIAL TAREFA 02
247
MATERIAL TAREFA 02
248
MATERIAL TAREFA 02
249
MATERIAL TAREFA 02
250
MATERIAL TAREFA 02
251
Pós-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 03
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança repita a palavra apresentada sem o som inicial.
3.1 Bebe
3.2 Casa
3.3 Filha
3.4 Novo
3.5 Gente
3.6 Nata
Total de Acertos:
252
Pós-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Fonológica – Tarefa 04
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
A criança é solicitada a segmentar as palavras que lhe serão mostradas pelo pesquisador por
meio de figuras. O pesquisador pergunta: como você falará esta palavra em pedaços?
ITENS DE TREINO: barata [ba-ra-ta]; leão [le-ão].
Total de Acertos:
253
Pós-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Sintática – Tarefa 01
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
O pesquisador solicita que a criança repita uma “frase atrapalhada” da forma “certa”.
ITENS DE TREINO:
Monta cavalo ele. [Ele monta cavalo]. / Está manga verde a. [A manga está verde].
Total de Acertos:
254
Pós-Teste: Protocolo de Avaliação da Consciência Sintática – Tarefa 02
Nome:
Data de Nascimento: Data da Avaliação:
Escola: Série/Turma:
A criança é solicitada a dizer o que está faltando em cada sentença.
ITENS DE TREINO:
Lúcia tomou café ... leite [com]. / Os ratos gostam de ... [queijo].
Total de Acertos:
255
ANEXO IV – Resultados do Teste T de Student
256
Paired Samples Statisticsa
Std. Error
Mean N Std. Deviation Mean
Pair Escrita de palavras _Pré 39,09 22 24,380 5,198
1 Escrita de palavras_Pós 44,23 22 21,280 4,537
Pair Escrita de frases_Pré 18,77 22 14,455 3,082
2 Escrita de frases_Pós 19,41 22 12,968 2,765
Pair Leitura_Pré 22,55 22 18,327 3,907
3 Leitura_Pós 27,86 22 13,257 2,826
Pair Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pre 4,73 22 1,486 ,317
4 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pós 5,64 22 ,953 ,203
257
Pair Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Aliterações_Pré 4,68 22 1,460 ,311
5 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Aliterações_Pós 5,36 22 1,093 ,233
Pair Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema Inicial da Palavra_Pré 2,73 22 2,622 ,559
6 Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema Inicial da Palavra_Pós 3,95 22 2,554 ,544
Pair Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da Palavra em Sílabas_Pré 4,05 22 2,104 ,449
7 Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da Palavra em Sílabas_Pós 5,36 22 1,136 ,242
Pair Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças Desordenadas_Pré 2,32 22 2,009 ,428
8 Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças Desordenadas_Pós 4,50 22 1,819 ,388
Pair Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas_Pré 3,05 22 1,588 ,339
9 Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas_Pós 4,36 22 1,814 ,387
a. Grupo = Experimental
Paired Samples Testa
Paired Differences
Std. Error
Mean Std. Deviation Mean t df Sig. (2-tailed)
Pair 1 Escrita de palavras _Pré - Escrita de palavras_Pós -5,14 6,556 1,398 -3,675 21 ,001
Pair 2 Escrita de frases_Pré - Escrita de frases_Pós -,64 6,004 1,280 -,497 21 ,624
Pair 3 Leitura_Pré - Leitura_Pós -5,32 11,684 2,491 -2,135 21 ,045
Pair 4 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pre -
-,91 1,444 ,308 -2,952 21 ,008
Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pós
Pair 5 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de
Aliterações_Pré - Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de -,68 1,524 ,325 -2,098 21 ,048
258
Identificação de Aliterações_Pós
Pair 6 Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema Inicial da
Palavra_Pré - Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de -1,23 2,224 ,474 -2,588 21 ,017
Fonema Inicial da Palavra_Pós
Pair 7 Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da
Palavra em Sílabas_Pré - Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade -1,32 2,124 ,453 -2,910 21 ,008
Segmentação Fonológica da Palavra em Sílabas_Pós
Pair 8 Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças
Desordenadas_Pré - Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de -2,18 2,805 ,598 -3,648 21 ,002
Sentenças Desordenadas_Pós
Pair 9 Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em
Sentenças Isoladas_Pré - Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa -1,32 1,756 ,374 -3,520 21 ,002
Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas_Pós
a. Grupo = Experimental
Paired Samples Statisticsa
Std. Error
Mean N Std. Deviation Mean
Pair Escrita de palavras _Pré 45,77 22 15,991 3,409
1 Escrita de palavras_Pós 47,45 22 14,533 3,098
Pair Escrita de frases_Pré 19,50 22 9,138 1,948
2 Escrita de frases_Pós 21,05 22 8,295 1,769
Pair Leitura_Pré 29,73 22 11,736 2,502
3 Leitura_Pós 32,27 22 9,958 2,123
Pair Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pre 5,41 22 ,854 ,182
4 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pós 5,59 22 ,908 ,194
259
Pair Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Aliterações_Pré 5,41 22 ,734 ,157
5 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Aliterações_Pós 5,64 22 ,658 ,140
Pair Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema Inicial da Palavra_Pré 2,14 22 2,210 ,471
6 Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema Inicial da Palavra_Pós 2,00 22 2,268 ,483
Pair Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da Palavra em Sílabas_Pré 4,95 22 1,463 ,312
7 Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da Palavra em Sílabas_Pós 5,27 22 ,935 ,199
Pair Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças Desordenadas_Pré 2,77 22 1,998 ,426
8 Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças Desordenadas_Pós 4,41 22 1,297 ,276
Pair Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas_Pré 2,91 22 1,716 ,366
9 Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em Sentenças Isoladas_Pós 4,36 22 1,677 ,358
a. Grupo = Controle
Paired Samples Testa
Paired Differences
Std. Error
Mean Std. Deviation Mean t df Sig. (2-tailed)
Pair 1 Escrita de palavras _Pré - Escrita de palavras_Pós -1,68 6,305 1,344 -1,251 21 ,225
Pair 2 Escrita de frases_Pré - Escrita de frases_Pós -1,55 5,078 1,083 -1,428 21 ,168
Pair 3 Leitura_Pré - Leitura_Pós -2,55 3,515 ,749 -3,397 21 ,003
Pair 4 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pre -
-,18 1,140 ,243 -,748 21 ,463
Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Rimas_Pós
Pair 5 Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Aliterações_Pré -
-,23 ,813 ,173 -1,312 21 ,204
260
Julgamento de Semelhança Fonológica / Habilidade de Identificação de Aliterações_Pós
Pair 6 Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema Inicial da
Palavra_Pré - Avaliação de Consciência Fonológica / Habilidade de Subtração de Fonema ,14 1,959 ,418 ,326 21 ,747
Inicial da Palavra_Pós
Pair 7 Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da Palavra em
Sílabas_Pré - Avaliação da Consciência Fonológica / Habilidade Segmentação Fonológica da -,32 1,287 ,274 -1,160 21 ,259
Palavra em Sílabas_Pós
Pair 8 Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças Desordenadas_Pré -
-1,64 1,761 ,375 -4,360 21 ,000
Avaliação da Consciência Sintática / Tarefa de Correção de Sentenças Desordenadas_Pós
Pair 9 Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em Sentenças
Isoladas_Pré - Avaliação de Consciência Sintática / Tarefa Complementação de Lacunas em -1,45 2,345 ,500 -2,910 21 ,008
Sentenças Isoladas_Pós
a. Grupo = Controle