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o conjunto de intervalos de teste considerados. Se chamarmos de te o período de tempo de execução para uma
Por outro lado, se desejarmos obter o gráfico da quantidade dada entrada e considerarmos que esse tempo seja o mesmo para
cumulativa de falhas (isto é, somando as quantidades de qualquer entrada, então podemos dizer que t = kte. Supondo
falhas observadas em cada intervalo de teste para os dados que existe um limite finito para p/te, onde te tende a 0 (zero),
apresentados na Figura 1), selecionamos a referida opção na então a intensidade de falhas é dada por:
ferramenta e o resultado é exibido na Figura 3. (3)
ou
Ti
(1) R 1
Tt
Onde R é confiabilidade, Ti compreende o valor cumulativo
de intervalos de tempo de um sistema qualquer considerado e
Tt o registro total de tempo de execução de um sistema.
Seja µ (t) o número total médio de falhas observadas em Entretanto, se um dos componentes do referido sistema é com-
função do tempo de execução . Aqui, a média é tomada, posto de dois outros componentes em paralelo, como ilustrado na
pois se considera n instâncias independentes de um mesmo Figura 6, então a confiabilidade é obtida através da expressão:
software. n
Vale lembra que a intensidade de falhas (t) compreende o
número de falhas por unidade de tempo, a qual pode ser obtida
pela derivada de µ (t). O tempo médio entre falhas, também
conhecido como MTTF (Mean Time To Failure) é então obtido
através da expressão:
1
(6) MTTF
(t )
Agora, vamos supor que um sistema de software é composto
por quatro componentes, conforme mostrado na Figura 5.
i=1
Como os componentes estão agrupados em série, então a R = 0,999 x 0,99 x 0,999 x 0,999 0,987033
probabilidade de que o sistema funcione sem falhas pode ser,
intuitivamente, obtida como o componente 1 está funcionan-
do e o componente 2 está funcionando e o componente 3 está A confiabilidade de software é um atributo essencial da
funcionando e o componente 4 está funcionando. qualidade de software de sistemas críticos e de sistemas que
Adicionalmente, se for feita a suposição de que eventuais exigem elevado grau de disponibilidade, na qual as ocorrências
faltas (que causam falhas) sejam eventos independentes em de falhas podem ocasionar perdas de vidas, prejuízo financeiro
quaisquer dos componentes, então a confiabilidade do sistema ou indisponibilidade essencial de serviços.
pode ser expressa como: Com o objetivo de determinar se um determinado nível
de confiabilidade foi alcançado, podem-se utilizar modelos
n de crescimento da confiabilidade de software que visam
prever a confiabilidade de software. Em geral, esses modelos
i=1 consideram a observação da ocorrência de falhas e a partir
dessa informação, tentam prever o comportamento futuro da
Se, por exemplo, considerarmos que cada componente tem ocorrência de falhas. Dois modelos conhecidos são o modelo
confiabilidade de 0,999, então a confiabilidade resultante será: de Musa e o modelo Musa/Okumoto.
O modelo de Musa faz suposições de que:
R = 0,999 x 0,999 x 0,999 x 0,999 0,9960 1. As faltas são independentes e distribuídas de maneira uniforme;
2. O conjunto de entradas para cada execução é selecionado falha observada. Note que esse número de horas (desde a última
de maneira aleatória; falha observada) tem uma variação mínima e apenas nas últimas
3. Todas faltas que provocam falhas são imediatamente cor- observações torna-se um pouco crescente, como retratado na
rigidas; dessa forma, a re-ocorrência de falhas não é consi- Figura 8 que ilustra o tempo entre falhas da Figura 7. Em con-
derada. seqüência, o quantitativo de falhas ao longo do tempo (ou seja,
4. O decremento da função de intensidade de falhas é constante. a intensidade de falhas) começa a decrescer e a confiabilidade
aumenta, como mostrado, respectivamente, nas Figura 9 e 10.
Como resultado, tem-se que a intensidade de falha é função
do número médio de falhas observadas num determinado
tempo, sendo dada pela expressão:
(9) (µ) = 0
0(1 – (µ / v0))
Onde:
(µ) – intensidade de falhas
0
– intensidade inicial de falhas (no início da execução)
µ – número médio de falhas em determinado instante de
tempo
v0 – número total de falhas ao longo do tempo
(10)
Onde:
(µ) – intensidade de falhas
0
– intensidade inicial de falhas (no início da execução)
µ – número médio de falhas em determinado instante
de tempo
– parâmetro de decaimento da intensidade de falha
Usando a ferramenta CASRE, é possível obter a confiabi- Observe que, após usar um modelo de estimativa de cres-
lidade estimada, utilizando-se o modelo Musa/Okumoto, cimento da confiabilidade como, por exemplo, o modelo de
conforme ilustrado na Figura 11. Observe que o gráfico Musa, é possível verificar se o sistema está pronto ou não
do modelo de Musa retrata bem os dados apresentados na para entrar em operação. Entretanto, para usar quaisquer
Figura 7, pois há um decremento na intensidade de falhas desses modelos, torna-se necessário a coleta de dados de
que ocorre de forma contínua e que está em conformidade falhas, conforme ilustrado na Figura 7. Esses dados são
com o modelo. produzidos com os testes realizados num sistema em desen-
volvimento (já que esta é a ultima fase do desenvolvimento
antes da implantação).
Outra atividade desse processo que oferece informação
às atividades de testes é o desenvolvimento de um perfil
operacional do sistema. Um perfil operacional é um con-
junto completo de operações com suas respectivas probabi-
lidades de ocorrência. Por exemplo, uma probabilidade de
ocorrência de 0,20 para o encaminhamento de uma ligação
telefônica significa que 20 dentre 100 chamadas de opera-
ções serão encaminhamento de ligação telefônica.
Considere a Figura 13 que ilustra um exemplo de dados
de perfil operacional para um sistema qualquer com três
funções F1, F2 e F3. Perceba que para essas funções, existe
um conjunto de operações associadas a elas, denominadas
de O11, O12 e O13 para uma função F1, O21 e O22 para uma
função F2, O31 e O33 para uma função F3. Para cada uma
dessas operações, a última coluna informa sua respectiva
probabilidade de ocorrência, conforme apresentado na
Figura 13.
Após determinar a confiabilidade, deve-se verificar Cabe destacar que a probabilidade informada na Figura
se a confiabilidade alcançada satisfaz ou não a meta 13 tem apenas a finalidade de exemplificar como poderia
definida de confiabilidade. Se o nível de confiabilidade é ser especificado um perfil operacional de um sistema.
atendido, então o sistema está pronto para entrar em uso. Considere, por exemplo, uma probabilidade de ocorrên-
Caso contrário, mais faltas devem ser removidas. Esse cia de 0,15 da operação O12 a qual indica que, para esta
processo de determinação e avaliação da confiabilidade operação, 15 dentre 100 chamadas desta operação serão
de software é ilustrado na Figura 12. adequadamente tratadas.
Confiabilidade de software é um atributo essencial e deter-
minante de sucesso de sistemas críticos, além de ser qualidade
observada pelos usuários que são afetados quando os sistemas
não são confiáveis. Não considerar a confiabilidade no processo
de desenvolvimento de sistemas, principalmente de natureza
crítica, pode implicar em situações indesejáveis onde se pode ter
perdas econômicas grandes e até perdas de vidas humanas. Este
artigo caracterizou a confiabilidade e, adicionalmente, mostrou
como determiná-la em alguns exemplos, destacando dois mo-
delos de crescimento da confiabilidade de software.