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Cecelia McCain
O uso de ação corretiva - sendo reativa aos problemas de desempenho da qualidade identificando
e eliminando a causa-raiz de não-conformidades - é muito comum. Adiantar-se a potenciais
problemas e criá-los fora de processos ou evitar que eles ocorram é um desafio diferente. A ISO
9001 inclui o item 8.5.3, que exige ação preventiva para eliminar a ocorrência e recorrência de não-
conformidades.
A Compuware Corp. recentemente submeteu-se a uma auditoria conduzida por uma certificadora
ISO 9001 de terceira parte e recebeu a certificação por seu produto, suporte e grupos de entrega
de serviços selecionados. Durante a auditoria a auditora disse, "Claro que você não usa o modo
de falha e análise de efeitos (FMEA)" e depois perguntou, "Então, como você corresponde a
exigência de ação preventiva?" Ela estava um tanto surpresa em descobrir que as atividades de
criação de processos para os SOPs não-manufaturados da Compuware incluíam o uso de um
FMEA.
Um FMEA é uma ferramenta da qualidade que permite que o usuário examine o processo do ponto
de vista do seu potencial de falha ( o que poderia dar errado no processo) e planejar para o
controle deste através de exigências de criação de processo, produto ou serviço. O potencial para
falha é criado fora do processo antes que ele alcance o cliente.
Quando se está completando um FMEA, comece preenchendo a seção de cabeçalho, que inclui o
nome do indivíduo que prepara o FMEA, a equipe responsável pela criação dos processos e o
indivíduo que detém o processo que está sendo criado. Já que trabalhar com um FMEA é uma
tarefa em andamento, não um evento de "uma só vez", também determine responsabilidade e
documente o nome do indivíduo que será encarregado de manter o FMEA após sua criação
original.
Finalmente, documente a data original na qual o FMEA foi criado. Conforme o FMEA é revisitado,
analisado e revisado por toda a vida do processo, a porção de data de revisão da seção de
cabeçalho estará atualizada de acordo.
A planilha de clarificação das necessidades dos clientes é usada para expressar as necessidades
do cliente em termos precisos (mensuráveis). A planilha analisa cada necessidade primária para
que então cada serviço ou produto específico e características ou aspectos e objetivos de
processos (respostas às necessidades) possam ser desenvolvidos.
A coluna 2 no molde de FMEA (Figura 1), modo de potencial falha, trata sobre problemas que
podem resultar enquanto se cria o atributo (ou aspecto, característica) ou se implementa o
processo - como o atributo (ou aspecto, característica) poderá falhar. A coluna 3, efeito potencial
das falhas, é uma declaração das conseqüências negativas de uma falha.
A coluna 4 é usada para determinar o índice de severidade (SEV) para cada potencial efeito listado
na coluna 3. Usando uma escala (ver figura 3) de 1 (sem efeito) a 10 (efeito extremo), as equipes de
projeto fazem o brainstorming para determinar quanto severamente o efeito da falha impacta o
cliente. Quando possível, também é bem útil incluir os clientes no processo FMEA, especialmente
quando se determina a severidade.
Depois, para cada modo de potencial falha listado na coluna 2 (Figura 1), a equipe faz o
brainstorming para identificar potenciais causas e listá-las na coluna 5. A coluna 6 permite que a
equipe de projeto determine um índice de ocorrência (OCC), que classifica com qual probabilidade
a causa documentada na coluna 5 ocorrerá. Novamente, uma escala de 1 (quase nunca) a 10
(quase certo) é usada para determinar o índice.
Uma típica tabela de índice de ocorrência para um FMEA numa facilidade de manufatura (ou de
fabricação) começaria com 1 em um 1.5 milhão de ocorrências, o que não é realista para
companhias de serviços. Conforme você desenvolve uma tabela de índice de ocorrência para seu
próprio controle (estrutura) de serviço, examine os processos com a produtividade mais alta, tais
como processamento de pagamentos, processamento de fatura, tomada de pedidos ou
encomendas e suporte de chamadas. Determine qual desses processos tem o nível mais alto de
produtividade, tal como número de pagamentos computados em cada mês, e estabeleça os
índices de falha de acordo com isso.
A coluna 8 (Figura 1) é o número de prioridade do índice (RPN), que ajuda as equipes de projeto
determinarem quais questões precisam a maior atenção. O RPN é calculado assim:
As colunas que restaram na Figura 1, 9 a 15, são usadas para abaixar o RPN sobre potenciais
falhas com um RPN de 150 ou maior. A coluna 9, ações recomendadas, descreve atividades a
serem tomadas ou o que pode ser feito para prevenir a potencial falha. A coluna 10 identifica quem
é designado para completar as ações recomendadas e a estrutura de tempo que as ações são
objetivadas (ou almejadas) para serem completas. Lembre-se que o objetivo é levar a cabo a ação
antes que essas falhas alcancem o cliente.
A coluna 11, tomada de ação, descreve o que de fato foi feito para mitigar o efeito ou reduzir o
impacto da falha sobre o cliente. As colunas 12 a 15 são usadas para calcular novamente o RPN
multiplicando a severidade pela ocorrência pela detecção. Se o RPN ainda está muito alto, a
equipe de projeto precisa retornar a coluna 9 e identificar ações adicionais para serem tomadas
até que o RPN seja reduzido a um nível abaixo de 150.
Exemplo de FMEA
Vamos dar uma olhada num exemplo no qual uma equipe de projeto estava desenvolvendo um
processo de entrega de serviço para fornecer empregados contratados para trabalhos em
locações de clientes externos. Na Compuware, apesar de usarmos as características ou aspectos
dos serviços, processos ou produtos listados sobre a planilha de clarificação das necessidades
dos clientes para conduzir um FMEA, nós também poderíamos usar os passos de um diagrama de
fluxo de processo de alto nível.
O modo de potencial falha (como a característica ou aspecto poderá falhar) foi determinado para
ser "processo de recrutamento no local não implementado", e o potencial efeito (consequências
negativas) foi identificado como "números insuficientes de empregados disponíveis".
8 x 8 x 3 = 192
Lembre-se, um RPN de 150 ou maior precisa ser investigado e o processo precisa ser melhorado
até que o RPN seja reduzido de maneira bem-sucedida. A ação recomendada era para que
gerentes da área fizessem treinamento cruzado dos recrutadores sobre o processo de
recrutamento no local até dia 15 de novembro de 2006. O detentor do processo era responsável
por garantir que os gerentes da área completassem o treinamento cruzado e por notificar a equipe
de projeto quando o treinamento fosse completado.
Uma vez que as ações estivessem completas, o próximo passo da equipe de projeto era
determinar se as ações reduziram com sucesso o RPN de 192. A equipe de projeto determinou que
as ações tomadas reduziram o OCC de 8 (alto) para 2 (remoto). Em outras palavras, a ação tomada
reduziu a probabilidade da causa ocorrer aumentando a concentração de recrutadores treinados.
A equipe de projeto também determinou que a ação tomada melhorou o DET de uma alto índice (3),
para um índice muito alto (2), melhorando a probabilidade de que era possível detectar a causa
antes que o cliente pudesse ser impactado. Note que o SEV de 8 não mudou, porque o efeito da
falha sobre o cliente não mudou. O novo RPN foi calculado como o seguinte:
8 x 2 x 2 = 32
Uma vez que as ações estavam completas e o novo RPN calculado, a data de revisão foi inserida
na seção do cabeçalho do FMEA. Esses passos foram repetidos até que todos as características
ou aspectos da planilha de clarificação das necessidades dos clientes fossem incluídos no FMEA.
Os diagramas de fluxo de processo também foram revisados conforme necessários para refletir as
ações tomadas enquanto a equipe de projeto trabalha ao longo do FMEA.
Para manter o FMEA, o detentor do processo precisa revê-lo e revisá-lo a qualquer momento que
uma mudança é feita ao processo. Também, conforme os processos são revisados, o que deveria
ser no mínimo anualmente, o FMEA deveria ser revisado para garantir que nada que foi mudado
impactaria o RPN de qualquer uma das características ou aspectos.
Um FMEA também pode ser uma ferramenta útil para ajudar as organizações de serviços
identificarem oportunidades de melhoria. Observe os processos relacionados a serviços dentro de
sua própria companhia e determine quais processos têm o maior impacto sobre seus clientes
externos. Conduza um FMEA para identificar características ou aspectos do processo com os
mais altos RPNs, crie uma análise de Pareto para ranquear as carcterísticas ou aspectos por RPN
e inicie projetos de melhoria da qualidade.
Qual é o efeito potencial da falha? O cliente receberia uma fatura incorreta, para a qual um SEV de
4 (efeito moderado) é assinalado. A classificação de 4 é apropriada porque a definição desse
índice é "Resultados falhos em confronto com o cliente, e custo adicional é incorrido".
O cliente confrontaria a companhia para resolver a fatura incorreta (especialmente se o erro não
for em favor do cliente), e a companhia incorrerá custo adicional criando uma fatura revisada. Uma
equipe de projeto deveria fazer brainstorming para determinar a potencial causa da falha. Uma
causa poderia ser que a fonte dos dados (por exemplo, a forma do pedido) em si está errada ou
imprecisa, tornando impossível para o contador inserir a informação certa no sistema. Outra causa
poderia ser o erro humano - o contador inserir os dados errados no sistema.
Para cada causa potencial identificada, a equipe deveria então, fazer o brainstorming para
determinar o OCC e a probabilidade com que os controles atuais detectarão a falha antes que ela
ocorra. Para cada potencial falha, a equipe de projeto deveria então calcular o RPN multiplicando a
severidade pela ocorrência e pela detecção e seguir os passos necessários para reduzir os índices
acima de 150. Uma simples melhoria que uma companhia poderia implementar para melhorar a
fonte dos dados poderia ser achar meios de tornar à prova de erros sua forma de pedidos, talvez
através do uso de caixas suspensas.
O uso de um FMEA como uma ferramenta preventiva facilmente permitiu a Compuware satisfazer a
exigência da ISO 9001 por ação preventiva. A ferramenta permite que a ação determinante elimine
as causas de potenciais não-conformidades para prevenir a sua ocorrência.
Os FMEAs fornecem registros de ação preventiva e demonstram que uma ação preventiva é
apropriada para eliminar os efeitos de um potencial problema. Eles também identificam as
potenciais causas dos problemas e a eliminação dessas causas - mesmo numa companhia de
serviço.
Fonte: Revista Quality Progress, edição de setembro de 2006, Vol. 39, Número 9, páginas 24 a 29.
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Atributo Modo de Potenciais SEV Potencial OCC DET RPN Ação Quem age e Tomada SEV OCC DET RPN
do potencial efeitos da causa da recomendada estabelece a de ação
processo falha falha falha data de
ou completação
serviço
Proporção ou relação
(razão) melhorada de
empregados vs.
designados
Processo de seleção
pré-trabalhos
Pouco efeito 2 O cliente não está satisfeito mas ainda utiliza nossos produtos
e serviços.
Quase certo 1 Os controles estão no lugar e quase certos em detectar o modo de falha.
Muito alto 2 Probabilidade muito alta que os controles atuais detectarão o modo de falha.
Moderadamente alto 4 Probabilidade moderadamente alta que os controles atuais detectarão o modo
de falha.
Muito pequeno 8 Probabilidade muito pequena que os controles atuais detectarão o modo de
falha.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Atributo do Modo de Potenciais SEV Potencial OCC DET RPN Ação Quem age e Tomada de SEV
processo ou potencial falha efeitos da causa da recomendada estabelece a ação
serviço falha falha data de
completação