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NADA ACONTECE POR ACASO Autora: Angela Sirino

Copyright 2019 Autor da Fé Editora


Categoria: Vida cristã Diagramação: Cainã Meucci
Capa: Daniel Gonçalves
Primeira edição – 2019 Edição de texto: Leonardo Bueno
Todos os direitos reservados. Revisão: Isadora Bersot
É proibida a reprodução total ou
parcial sem a permissão Coordenação editorial: Filipe Mouzinho
escrita dos editores.

As citações bíblicas foram extraídas


da edição Almeida Revista e Corrigida

A Editora Autor da Fé informa que o conteúdo dos textos,


incluindo as ideias, opiniões e conceitos publicados, é
de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo
necessariamente a opinião do Comitê Editorial.
DEDICATÓRIA

A Deus, minha eterna gratidão. Obrigada por escrever


cada capítulo da minha vida.
Tudo está dentro da Sua vontade.
Ao meu marido, Osmildo Sirino e aos meus preciosos fi-
lhos Angélica, Annelise e Júnior.
Aos milhares de pessoas que impulsionaram o meu minis-
tério. Por vocês, eu escrevo para que, de alguma forma, essas
linhas sejam um canal de Deus para “edificar suas vidas”.
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................... 7

Deus escolheu você: a escolha do barro..............................11


Tempo com Deus perdido do curtimento do barro...........15
Deus escolheu você: a escolha do barro..............................21
Mistura: caráter e frutos do espírito.......................................35
O vaso está pronto para ser usado: instrumento...............41
de honra nas mão de Deus
Conclusão....................................................................................43

PARTE 2 ..........................................................................51
Não sabemos qual é o caminho do vento..........................57
Como se formam os ossos no ventre da que está grávida?........ 61
Os planos de deus.....................................................................69
Os três “não sabes” de Deus......................................................73
Conclusão....................................................................................81
PARTE 3 ..........................................................................91
Sua atitude de fé diante da crise determina a sua vitória.... 95
Conscientização........................................................................105
O que você tem em casa? ....................................................109
Milagres podem acontecer do nada ...................................115
Grandezas de um milagre ......................................................119
Sua atitude de fé diante da crise determina a sua vitória .......... 125
A história se repete....................................................................129
Conclusão ...................................................................................141
INTRODUÇÃO

A través desta leitura, você entenderá que Deus utiliza


várias circunstâncias da vida para nos moldar (va-
sos de barro), nos preparar e nos usar como um poderoso
instrumento em Suas mãos. Esse processo pode ser doloro-
so e, muitas vezes, não entendemos bem o porquê de tantas
provas, lutas e tanto sofrimento.
Além disso, você também entenderá que os ensinamentos
de Deus nos prepararam como instrumentos para o próxi-
mo através de nossas experiências diárias, sejam elas boas
ou más, mediante lágrimas ou sorrisos!
Ao findar a leitura deste livro, tenho certeza de que Deus
te conduzirá a um novo entendimento e sua alma terá mais
motivos para se alegrar diante das adversidades. Assim,
você terá a convicção de que Deus está te preparando para
ser um lindo e precioso “VASO DE BARRO NAS MÃOS

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NADA ACONTECE POR ACASO

DO OLEIRO”. Como é preciso estar em Suas doces e ternas


mãos, nas mãos do Pai!
Vejamos o que diz o texto de Jeremias 18.2-6:
“Veio o Senhor a Jeremias, dizendo: Dispõe-te e desce à
casa do oleiro e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa
do oleiro, e eis que o oleiro estava entregue à sua obra so-
bre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro, se
estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo
bem lhe pareceu. Então veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro,
ó casa de Israel? [ó Ângela, ó Maria, ó João] diz o Senhor:
Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim vós sois na
minha mão.”
Veio a palavra de Deus a Jeremias e Ele lhe ordenou que
fosse à casa do oleiro para observar o seu trabalho. Naquele
momento, Jeremias notou que enquanto o oleiro fabricava
o vaso, este se quebrou em suas mãos. Logo, o oleiro refez
o vaso da melhor maneira, mais forte, mais bonito e mais
precioso. Então Deus disse: “Como barro na mão do oleiro,
assim sois vós na minha mão”.
Nessa situação, Deus nos compara ao barro na mão do
oleiro, para que desta matéria-prima surja um vaso. É in-
teressante observarmos que existem mais de 200 tipos de
barro, entretanto, apenas oito deles servem para fazer vasos.
Semelhantemente, isso acontece com as pessoas. No mun-
do, existem mais de sete bilhões de habitantes e todos têm
a oportunidade de aceitar o convite para a salvação. No en-
tanto, nem todos são escolhidos por Deus para um propósi-

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ANGELA SIRINO

to específico. Na própria Bíblia, no livro de Mateus 20.16b,


encontramos a seguinte afirmação:
“Muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.
Existem pessoas que são escolhidas para marcar a sua ge-
ração de uma forma diferente. Essas pessoas deixam uma
história e um exemplo a ser seguido. O próprio Jesus trans-
mitiu essa mensagem aos discípulos enquanto esteve na
Terra. Foram eles (discípulos), os homens escolhidos para
fazerem algo precioso para Deus. Isso se confirma através
do texto no livro de João 15.16 que diz:
“Não foram vocês que me escolheram, mas Eu que esco-
lhi vocês”.
Esse texto se refere à videira e seus ramos, mas na ver-
dade, Jesus falava diretamente para os seus discípulos. Eles
haviam sido escolhidos para fazer parte do projeto de anun-
ciar e expandir o Reino de Deus na Terra.
Jesus costumava encontrar várias pessoas por onde pas-
sava. Muitas delas, Ele curava, trazia paz, solucionava seus
problemas ou simplesmente dizia: “Vá e não peques mais”.
Porém, aos que eram escolhidos, Jesus dizia: “Vinde a mim
e vos farei pescadores de homens” ou apenas “segue-me”.
Esse chamado incluía estar próximo de Jesus, sentar à mesa
com Ele, dormir na mesma casa e partir o pão juntos. Um
chamado de intimidade, de andar lado a lado.

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DEUS ESCOLHEU VOCÊ:
A ESCOLHA DO BARRO

A ntes de falar sobre a escolha de Deus por alguém,


gostaria de analisar a seleção do barro para a fabri-
cação de um vaso. Como dito anteriormente, não é qual-
quer tipo de barro que resulta em um vaso. Entre 200 tipos
existentes, somente oito possuem essa característica. Essa
mesma premissa se aplica às pessoas.
Deus, ao escolher alguém para um propósito específico,
não costuma utilizar os mesmos parâmetros que nós usaría-
mos. Geralmente, damos importância aos fatores culturais,
sociais, genéticos ou físicos. Deus considera o coração e o
interior do ser humano. Ele geralmente escolhe as pessoas
que aparentemente são rejeitadas, fracas e pequenas.
Deus é imprevisível. Ele gosta escolher aqueles que são
considerados “lixo” aos olhos da sociedade para transfor-
má-los em tesouro (Max Lucado). Ele escolhe pessoas sim-
ples e comuns e as usa para mudar o mundo. Da mesma

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NADA ACONTECE POR ACASO

forma, Ele escolhe pessoas, não os super-homens, não os


gênios, não os considerados santificados, mas pessoas como
eu e você. Então, depois desse momento, Ele embeleza o es-
colhido com os frutos do Espírito e com a Sua alegria, a qual
aformoseia o rosto. Gosto muito desta colocação maravi-
lhosa feita por Max Lucado, em seu livro 365 Bênçãos:
“Se fôssemos designados para escolhermos uma pessoa
muito especial para, por exemplo, salvar toda uma nação
da escravidão, você escolheria um assassino? Se você tivesse
que escolher um homem para entregar os mandamentos de
Deus ao povo, você recorreria a um fugitivo? Certamente
não! Mas Deus fez isso, quando Ele chamou Moisés”.
Moisés nem queria aceitar o chamado do Senhor, pois se
sentia indigno. Mas Deus lhe disse: “É você; não seve outro.
Você agiu com raiva e ira por amar meus filhos, os israelitas”.
Em outras palavras, é como se Deus lhe falasse: “Conheço sua
fraqueza e não aprovo seus erros. Essa sua natureza malvada
Eu corrijo, Eu te ajudo e te transformo, porque Eu quero você”.
Da mesma forma, Deus escolheu Gideão. Ele era um co-
varde e medroso, mas depois do encontro com o nosso Pa-
pai Celestial, encheu-se de fé e coragem. Deus ainda esco-
lheu um menino como Davi, mas que gostava de brincar de
gente grande e sonhava em ser útil nas batalhas. Com isso,
concluímos que o Senhor gosta de confundir coisas fortes e
grandes com fracas e pequenas. Assim, somos nós, peque-
nos e frágeis, mas ainda assim Ele nos quer.
Todos os grandes homens e mulheres espirituais eram
pessoas fracas que se tornaram fortes através do poder de

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ANGELA SIRINO

Deus. O que Ele quer de nós é intimidade, afinidade, comu-


nhão e dependência. O resto é por Sua conta. Ele se encar-
rega de manifestar a Sua glória por meio de nossas vidas.
Muitas pessoas se recusam a cumprir as atribuições que
Deus lhes confia, pois se julgam incapazes. Olham para ou-
tras pessoas mais talentosas e acham desculpas e justificati-
vas para não fazerem a vontade de Deus.
O fato é que sempre encontraremos ao nosso redor
pessoas mais inteligentes, mais fortes, mais eloquentes
e mais conhecidas. Porém, Deus nunca usou tais quali-
dades para medir os seus servos. Ele não quer pessoas
autoconfiantes, mas sim, pessoas que confiam nEle. Se
você tende a fugir da responsabilidade porque não se
considera capaz ou se acha um ninguém, então você está
olhando para a direção errada. Pare de olhar no espelho
e ver apenas as suas limitações e comece a olhar para o
Deus Todo-Poderoso. Você é PEQUENO! É justamente
por causa disso que Ele te quer.
O oleiro sabe exatamente qual barro é o ideal para fazer
determinado tipo de vaso. Ele também sabe que existem al-
guns que não servem para dar forma à sua linda obra de
arte. Do mesmo modo, Deus sabe exatamente qual é o ho-
mem e a mulher que Ele pode chamar e usar para ser inte-
grante da sua linda obra na Terra.
Alguns são chamados para serviços mais especiais e se
Ele escolheu você, alegre-se! Ser escolhido por Deus para
um propósito específico é um privilégio!
Ele escolheu você, barro precioso em Suas mãos.

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TEMPO COM DEUS
PERDIDO DO CURTIMENTO
DO BARRO

A etapa do curtimento acontece após a escolha do bar-


ro. Essa fase é muito importante porque, quanto mais
tempo o barro ficar no curtimento, mais liga ele terá para se
tornar um vaso. E para nós, o que significa o curtimento?
Deus nos dá um tempo para aprendermos mais sobre
Ele, para desenvolvermos mais intimidade em oração e
na leitura da Sua Palavra. O mesmo aconteceu com os
discípulos de Jesus. Eles ficaram cerca de três anos no
curtimento divino, aprendendo e andando com o Mes-
tre. Depois desse tempo, os discípulos ainda tiveram de
esperar até que do alto fossem revestidos de “poder” (Lc
24.49b), ou seja, revestidos da presença de Deus, do Es-
pírito Santo e da unção de Jesus.
Quem não conhece Deus em intimidade, não consegue
fazer história. Quem não se alimenta de Deus, não consegue

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NADA ACONTECE POR ACASO

prosseguir caminhando e vencendo os gigantes. Curtimen-


to é tempo para Deus!
Nosso tempo deve ser aproveitado com qualidade. Quan-
tas vezes gastamos o nosso tempo com bobagens, brincan-
do na internet com assuntos que não edificam, assistindo
a novelas ou filmes que não trazem nenhum crescimento?
Ouvindo músicas que não edificam, curtindo momentos
exagerados de lazer ou ainda em contato com amigos, quan-
do mal dedicamos tempo às coisas de Deus? A verdade é
que mal lemos a Bíblia. Geralmente, oramos apenas quando
acordamos, nas refeições e ao deitar, talvez nem isso.
Você tem um tempinho no seu precioso dia para Deus?
Deus sempre quer falar conosco, mas quase nunca temos
tempo para Ele. Quantas vezes Deus quer nos ouvir de ma-
nhã com um simples “obrigado Deus, por mais um dia” e
nós nem damos bom dia à Ele! Quantas vezes Ele espera que
agradeçamos pelo pão com manteiga, pelo almoço na mesa,
pelo trabalho, pela casa onde moramos ou pelos filhos com
saúde? Quantas vezes Ele quer nos dar um livramento em
um negócio errado ou nos avisar que há um inimigo em
nosso caminho? Mas como o Senhor fará isso? Afinal, nós
pouco falamos com Ele!
Nós não costumamos pedir a Sua direção em assuntos
relacionados aos negócios, às amizades e aos passeios.
Costumamos somente pedir socorro e reclamar, per-
guntando onde Ele estava nos momentos mais difíceis
de nossas vidas. Acabamos esquecendo que mesmo sem
merecermos ou percebermos, Ele está sempre ao nosso

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ANGELA SIRINO

lado, procurando nos ajudar. Um diálogo só existe se for


de comum acordo, mas geralmente, temos pouco tempo
para falar com o Senhor. Mesmo assim, Ele está sempre
ao nosso lado.
Um dia, recebi um e-mail intitulado: “A Reunião de Sata-
nás” e gostaria compartilhá-lo com você, para juntos o ana-
lisarmos. O relato era mais ou menos assim:
Satanás convocou uma Convenção Mundial de demô-
nios. Em seu discurso de abertura, ele falou:
– Não podemos mais impedir os cristãos de irem à igreja
nem de lerem as suas Bíblias e conhecerem a verdade. Tam-
bém não podemos impedi-los de formarem um relaciona-
mento íntimo com o seu Jesus, seu Salvador.
Então, vamos deixá-los ir às suas igrejas e vamos deixá-
-los com os almoços e jantares, mas vamos roubaremos o
tempo que têm, de maneira que não sobre tempo algum
para desenvolverem um relacionamento com Jesus Cristo.
Vamos distraí-los a ponto de que não consigam aproxi-
mar-se do seu Salvador para manterem essa conexão vital
durante todo o dia. Mantenham-nos ocupados nas coisas
não essenciais da vida e inventem inumeráveis assuntos e
situações que ocupem as suas mentes.
Persuadam as esposas a irem trabalhar durante longas
horas e os maridos a trabalharem de seis a sete dias por se-
mana, durante mais de 12 horas por dia, a fim de que eles
tenham capacidade financeira para manter os seus estilos
de vida fúteis e vazios. Criem situações que os impeçam de
passar algum tempo com seus filhos.

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NADA ACONTECE POR ACASO

À medida que suas famílias forem enfraquecendo, muito


em breve seus lares já não mais oferecerão um lugar de paz
para se refugiarem das pressões do trabalho. Encham as me-
sinhas de centro de todos os lugares com revistas e jornais,
nada de material cristão.
Invadam os momentos em que estão dirigindo, fazendo-
-os prestar atenção em cartazes chamativos e outdoors.
Mantenham lindas e delgadas modelos nas revistas e na
TV, para que os maridos acreditem que a beleza externa é
o que importa e eles se tornarão insatisfeitos com suas pró-
prias esposas.
Mantenham as esposas demasiadamente cansadas para
amarem seus maridos à noite e dê-lhes dores de cabeça
também. Se elas não dão aos seus maridos o amor de que
eles necessitam, eles então começarão a procurá-lo em
outro lugar, e isto, sem dúvida, enfraquecerá suas famí-
lias rapidamente.
E quando se reunirem para um encontro, ou uma reu-
nião espiritual, envolva-os em mexericos e conversas sem
importância, para que, ao saírem, o façam com as cons-
ciências pesadas. Muito em breve eles estarão buscando
em suas próprias forças as soluções para seus problemas,
e para as causas que defendem, sacrificando sua saúde e
suas famílias pelo bem da causa. Isso vai funcionar! Sim,
vai funcionar!
Os demônios ansiosamente partiram para cumprir as
determinações do chefe, fazendo com que os cristãos, em
todo o mundo, ficassem mais ocupados e mais apressa-

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ANGELA SIRINO

dos, indo daqui para ali e vice-versa. Tendo assim, pou-


co tempo para Deus e para suas famílias e não sobrando
tempo para contar a outros sobre o poder de Jesus para
transformar vidas.
Creio que a pergunta é: “o diabo teve sucesso em suas ma-
quinações?” Reflita sobre isso.
Estar ocupado significa “estar sob o jugo de Satanás”
ou estar sempre ocupado em qualquer outra tarefa? O
que nós, como filhos de Deus devemos fazer é dedicar
a Ele um tempo diário para desfrutarmos o período do
curtimento, aprendendo da sua Palavra e fortalecendo
nossa comunhão em oração. E você? Está muito OCU-
PADO para isso?
Dentro daquilo que acabamos de analisar, como está o
seu tempo? Você tem tido tempo para estabelecer uma co-
munhão diária e íntima com Deus? Como está o seu tem-
po para o seu cônjuge? E para os seus filhos? Cuidado com
a inversão de valores. Muitas vezes dedicamos um “tempo
nobre para porcaria e tempo porcaria para o que é nobre”.
Dê a Deus, à sua família e a si um tempo de qualidade.
O Senhor quer ser nosso amigo íntimo e que o conhe-
çamos profundamente. O meu conselho é: seja íntimo de
Deus! Ele quer revelar a você coisas grandes, preciosas,
vistas e vividas apenas por aqueles que têm intimidade
com o Senhor!
A sua principal preocupação deve ser em manter um re-
lacionamento sólido com Deus.

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DEUS ESCOLHEU VOCÊ:
A ESCOLHA DO BARRO

O barro tem que ser pisado e amassado durante al-


gum tempo para que todo o ar seja retirado dele. Da
mesma forma, Deus permite que sejamos “pisados”, amassa-
dos ou humilhados para que todo o orgulho e vaidade sejam
retirados de nós.
O homem é provado através dos louvores e elogios que
recebe. É como se os elogios em excesso fizessem mal para
o nosso ego, assim como é dito em Jó 15.31a: “Não con-
fie na vaidade enganando-se a si mesmo...”. Quem é muito
aplaudido e pouco corrigido caminha a passos largos para
o fracasso.
Porém, Deus nos prepara de forma diferente. Quando
o Senhor tem algo para colocar em nossas mãos ou nos
usar em determinada área, Ele primeiro trabalha em nós
e nos prepara para receber suas bênçãos. Com isso, Deus
espera que valorizemos o que nos foi dado e onde Ele nos

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NADA ACONTECE POR ACASO

colocou. Por exemplo, quem passou pela experiência de


escassez de pão e hoje o possui em abundância, além de
ser grato a Deus, também se comove ao ver a necessidade
dos mais carentes. Geralmente, essa pessoa tem o ímpeto
a ajudar o próximo. Quem um dia sofreu discriminação,
é capaz de ajudar outros a se aceitarem, além de ter a ca-
pacidade de amar sem distinção aqueles que passam por
seu caminho. Quem foi traído e superou a dor e a mágoa,
facilmente consegue guiar outras pessoas para o caminho
do perdão.
Deus costuma nos usar principalmente naquilo que fo-
mos pisados, amassados e preparados. Da mesma forma
acontece na escola secular, você estuda, dedica o seu tem-
po, se prepara e se especializa no curso que lhe trará um
diploma para exercer a profissão desejada. Quanto mais
alto desejamos chegar, maiores serão os obstáculos a serem
vencidos e muito mais devemos nos preparar. Alguns se
contentam em apenas ter um diploma, enquanto os mais
dedicados fazem mestrado e doutorado. Esses, geralmente
se destacam, superando maiores desafios.
Deus é tão lindo e ao mesmo tempo tão simples! Ele usa
coisas do nosso cotidiano para nos fazer entender como
funciona o Seu Reino. Tudo o que passamos em nossa traje-
tória faz parte do nosso preparo, do nosso mestrado e dou-
torado para exercermos as funções que Ele tem preparado
para nós. Deus é o diretor que está no controle de tudo e que
seleciona quem pode fazer parte dessa escola.

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ANGELA SIRINO

Os fatos que acontecem no nosso dia a dia funcionam


como um professor que ensina lindas lições de vida, mas
que às vezes são duras. E são nos momentos mais difíceis, de
amassamento que chega a etapa da avaliação, em que preci-
samos conseguir, pelo menos, média 8,0.
Quem foi ferido, geralmente age com cautela para não ma-
goar as pessoas. Quem sofreu ingratidão, sabe dar mais valor
às amizades e separar as que são realmente verdadeiras. Quem
mais sofreu ingratidão e decepções, sabe ser grato a Deus pelo
que Ele é e pelo que representa em sua vida. Entretanto, tudo é
propósito de Deus e nada acontece por acaso!
Quando começamos a gerenciar nossas empresas, por
volta do ano de 1997, costumávamos contratar pessoas co-
nhecidas ou que haviam sido indicadas por algum amigo.
Não era necessário terem um currículo vip ou experiência
com vendas de carros, nossa especialidade.
Geralmente, dávamos preferência a pessoas que atra-
vessavam algum tipo de problema, seja financeiro ou difi-
culdade em conseguir trabalho. Nossa empresa era como
a caverna de Adulão (1 Sm 22.1-2), na qual entravam os
desesperançados, os que se achavam em aperto, os quebra-
dos, os falidos ou rejeitados pela sociedade. Lembro-me que
chegamos a contratar uma moça, serva de Deus que estava
atravessando uma crise depressiva, fator predominante para
não ser contratada em qualquer outra empresa. Não cos-
tumávamos contratar quem era bem-sucedido profissional-
mente em outra empresa, mas sim aqueles que não tinham
perspectivas de crescer onde trabalhavam. Entendíamos

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NADA ACONTECE POR ACASO

que na nossa empresa, a bênção de Deus estava presente e


todos quantos por ali passassem e fossem fiéis a Deus, se-
riam abençoados.
Eu e meu marido não tínhamos formação em Adminis-
tração de Empresas ou Economia. Então, administrávamos
o nosso negócio da forma que acreditávamos ser a melhor.
É claro que também contratávamos pessoas que simples-
mente queriam trabalhar e atravessavam uma boa fase na
vida. Mas a maioria dos contratados tinha sido frentista de
posto de gasolina, padeiro, vendedor ambulante, entrega-
dor de gás, empregada doméstica, garçom ou empresário
falido. Tinha até um deles que era andarilho. Quando este
foi trabalhar conosco, assumiu o posto de guarda noturno e
de responsável pelos dos serviços gerais da empresa. Enfim,
essa era a nossa forma de trabalhar. Gostávamos de pegar
quem era considerado ninguém e ajudá-lo a ser alguém,
como o próprio Deus havia feito conosco.
Como sempre cuidávamos de pessoas com problemas
pessoais, acreditávamos que essa era uma oportunidade
dada por Deus para fazermos algo pelo próximo, como
de fato foi. Vários casamentos foram restaurados, doen-
tes curados, problemas financeiros solucionados e até
o andarilho foi reintegrado à sociedade. Nos apegamos
muito a cada um daqueles funcionários e a alguns deles,
de maneira mais especial.
Não tivemos um relacionamento formal entre patrão e
funcionário, mas sim de verdadeiros amigos, alguns até

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ANGELA SIRINO

como de pai e filho. Sempre estávamos juntos, almoçan-


do na casa de alguém ou eles na nossa. Fazíamos juntos
viagens para a fazenda, caminhadas e festejávamos como
uma família unida. Lembro-me que quando fazia uma
comida especial, os convidava antes de qualquer outra
pessoa. Enfim, éramos verdadeiros amigos! Pelo menos,
achávamos que esse deveria ser o modo de relacionamen-
to entre nós.
Quando a empresa passava por alguns dias mais difíceis
e era necessário fazer alguma alteração salarial ou ajuste no
orçamento, sempre ouvíamos um coro de funcionários di-
zendo as frases mais amorosas. Era comum ouvirmos:
“Sirino, se o senhor não me quiser na empresa eu tra-
balho para o senhor até na fazenda, mas daqui eu não
saio! Minha gratidão pelo que o senhor fez por mim é
imensa. O senhor é um pai para mim, o pai que eu não
tive. Deus levou meu pai, mas me deu o senhor como pai.
Não gosto de fazer nada sem consultá-lo. Quero ser grato
a você pelo que fez por mim e por minha família, pelo
resto da minha vida.”
“Ângela, você é como uma irmã para mim, amiga de ver-
dade! Não existem palavras para mostrar a você o quanto eu
a amo e quanto sou grato a Deus pela vida de vocês.”
Lembro-me que eles colocavam comida no meu prato
quando estávamos juntos em alguma festa, serviam ama-
velmente até o prato dos meus filhos. Traziam-me doces,
mandavam os filhos me pedirem a bênção e me chamar de
tia. Eles, de fato, faziam o correto aos seus olhos.

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NADA ACONTECE POR ACASO

Eu e meu marido, ingenuamente, não víamos nada de anor-


mal. Nós, de fato, achávamos que éramos uma verdadeira fa-
mília. Além do mais, éramos praticamente todos cristãos.
O tempo passou e honramos aquelas pessoas o quanto
podíamos. Ao olharmos para eles, não víamos funcionários,
mas sim amigos. Havia uma pessoa que considerava uma
das minhas melhores amigas. Quando eram pagos os salá-
rios dos funcionários, eu olhava na folha de pagamento o
quanto ela havia recebido. Se eu achasse que era pouco para
o seu padrão de vida, eu tirava do meu bolso e pagava a mais
(o cargo dela era comissionado e em alguns meses, o movi-
mento era menor). Quando tinha festa na igreja, sempre me
preocupava em mandar fazer na nossa fábrica de roupas,
uma exclusiva para que ela usasse. Afinal, ela era “amiga” e
estaria comigo em todos os momentos da minha vida (pelo
menos, esse era o discurso que sempre ouvia).
Nos finais de ano, sempre procurava saber na nossa loja de
roupas se ela havia comprado alguma roupa para a passagem
de ano. Se ela não tivesse comprado, eu a presenteava com uma
novinha. Como boa amiga, queria vê-la sempre bem e bonita.
Costumava agir assim com mais outras três funcionárias.
O tempo passou e as adversidades bateram em nossa por-
ta. Deus havia falado comigo que existiam pessoas que nos
abraçavam, faziam lindas declarações, mas não nos amavam
de verdade. Haviam pessoas que se transformavam na nossa
ausência e Ele nos mostraria o quanto realmente valíamos
para elas. Mal sabia eu que o nosso valor dependia dos be-
nefícios que proporcionávamos ao próximo!

26
ANGELA SIRINO

No momento em que aqueles funcionários mais precisa-


vam de ajuda espiritual, financeira, conjugal ou tivessem pro-
blemas relacionados à saúde, eles encontraram nossa mão
amiga estendida. Mas no momento em que eu e meu marido
mais precisávamos deles, praticamente todos nos abandona-
ram, e os que não nos abandonaram, passaram a falar mal da
empresa e da nossa administração. Eles fermentavam outros
funcionários para trabalharem de qualquer maneira, prejudi-
cando o bom andamento das atividades comerciais.
Os funcionários que antes saíram da empresa, começa-
ram a entrar em contato com nossos clientes e fornecedores
para oferecer seus próprios serviços. Além disso, ofereciam
também aos funcionários que ficaram conosco, comissões
extras para passarem os nossos clientes para eles em troca
de dinheiro extra, por fora da empresa.
Meu marido costuma dizer a seguinte frase: “Quer conhe-
cer verdadeiramente uma pessoa? Dê poder a ela ou coloque
dinheiro em suas mãos”. Nós havíamos preparado aquelas pes-
soas para serem o nosso braço direito, demos-lhes mais auto-
ridade que a outros, integramos essas pessoas ao meio social e
comercial e fizemos deles discípulos comerciais bem treinados.
Enfim, nossa confiança neles era praticamente absoluta. De-
fendíamos cada um deles com unhas e dentes.
Aqueles bons momentos que passamos juntos e aquelas be-
las frases de declaração de amizade absoluta que acreditávamos
ser verdadeiras começaram a martirizar nossa mente e nosso
coração como um punhal que transpassa a alma. A maioria
deles agora havia tomado o seu próprio rumo, sem se preocu-

27
NADA ACONTECE POR ACASO

par conosco. A sensação de termos sido meramente objetos


de interesse pessoal esmagava o nosso coração dia após dia.
Era o abandono no momento mais difícil! Lembro-me de um
determinado funcionário que admitimos pelo carinho que
tínhamos pela sua esposa. Ele só permanecia na empresa em
consideração a ela, pois não era um bom vendedor. No dia em
que ele saiu da empresa, estávamos no momento em que mais
precisávamos de pessoas para nos ajudar a superar aquela fase
difícil. Ele nem foi à minha sala ao menos agradecer a opor-
tunidade que recebeu e os seus filhos já não mais me cum-
primentavam. Aquilo doeu profundamente na minha alma.

“A gratidão da maioria dos homens não passa de um de-


sejo secreto de receber maiores favores.”
(François La Rochefoucauld)

“ Se recolheres um cachorro faminto e lhe deres conforto, ele


não te morderá. Eis a diferença entre o cachorro e o homem.”
(Mark Twain)

“Aos incapazes de gratidão nunca faltam pretextos para


não a ter.”
(Gustave Flaubert)

Levamos alguns dos nossos funcionários para o nosso


mundo, embora nosso mundo fosse tão desigual, financeira
e socialmente. Afinal, amigo é assim: você o leva para o seu
mundo e ele topa conhecer o seu!

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ANGELA SIRINO

Meu marido aquecia a piscina e chamava seus melhores


amigos para tomar banho e pegar uma sauna. Seus amigos
eram aqueles funcionários que ele resolveu ajudar. Reco-
nheço que eles fizeram muito pelo nosso crescimento, mas
não o fizeram de graça, pois foram bem remunerados para
isso. O erro não foi dos funcionários, mas nosso, por nos
apegarmos e acreditarmos na aliança de amizade que nos
era proposta. Na verdade, aquele relacionamento era apenas
baseado nos benefícios proporcionados a eles. “Você vale
pelos benefícios que proporciona a alguém”. Nosso valor
não era nenhum, além de benefícios!
Um dia, Deus falou comigo enquanto chorava no jardim
da nossa casa com muita saudade dos antigos funcionários:
– Filha, você é uma pérola e existem pessoas preciosas aos
meus olhos que precisam de você. Fui Eu quem permitiu
tudo isso.
Só entendi dias depois o que Deus me disse naquele jardim.
Com essa separação, aprendi a fazer novos amigos. Pro-
curei pessoas que não trabalhavam comigo, que não preci-
savam de mim para crescer na empresa, que não precisa-
vam de uma promoção ou de um meio social. Descobri que
meus novos amigos viam em mim o bem mais precioso que
carrego comigo: Jesus Cristo.
Através dessa dor, iniciei um trabalho de evangelismo para
mulheres em minha casa, denominado “Chá da Amizade”,
onde nos reuníamos para compartilhar experiências e fazer
novas amizades. Por meio dessas reuniões, que muitas vezes
chegavam a ter até 50 mulheres, pude desenvolver amizades

29
NADA ACONTECE POR ACASO

mais maduras. Passei a agir com mais cautela, pronta para


entender que nem tudo é para sempre, nem tudo é eterno.
Aprendi a aproveitar o tempo que tinha, empenhando-me
ao máximo, mas estabelecendo alguns limites, lembrando
sempre de questionar qual era o propósito de Deus com
aquelas novas amizades. Aprendi que ainda passaria por
momentos difíceis na minha vida e que poderia contar so-
mente com o meu amigo fiel, JESUS CRISTO. Amigo que
jamais vai me abandonar, o amigo para todas as horas!
Um certo dia, estava orando na madrugada e Deus me
estimulou a falar sobre minha decepção, mostrando-me o
Seu propósito naquela separação. Ele me disse:
– Filha, doeu na sua alma, não é? Você pegou quem não
era ninguém e o ajudou a ser alguém. E quando estavam já
todos bem, viraram as costas e a feriram com ingratidão.
Até parecia que Deus estava do meu lado, mas, como diz
meu marido: “em desavença de filhos, pai não toma parti-
do!”. Após essa oração, Deus me presenteou com a cura para
esse problema.
O Senhor ama a todos sem distinção. Ele não tem filho
predileto e trabalha em cada um de nós no Seu devido tem-
po. Aquela era a hora de sermos amassados e tratados por
Deus e aquelas pessoas foram meros instrumentos usados
por Ele. Então, a doce voz do meu Deus ecoou em meu co-
ração, contradizendo toda minha teoria e me disse:
– Filha, você também não era ninguém e não poderia ser
alguém pelas suas próprias forças. Olhe de onde eu a tirei,
daquele interior e sem perspectivas de um futuro melhor.

30
ANGELA SIRINO

Você não se preparou intelectualmente e nem profissional-


mente. Veja só onde Eu a coloquei, fui Eu quem fez isso, fui
Eu quem permitiu que a sua alma fosse transpassada com a
dor da ingratidão, pois tenho um novo caminho para você
e os seus.
Colocarei algo muito grande em suas mãos. Teu nome
será soprado de um lado para o outro; levá-la-ei a várias
nações, pois escolhi você para um ministério específico.
Mas só poderia fazer depois que essas coisas acontecessem,
depois que você sofresse a dor da ingratidão e entendesse
o seguinte: “Quando Eu a colocar no lugar que determinei
e na posição que muitos sonharam estar, não faça comigo
o que fizeram com você. Doerá mais na minha alma a sua
ingratidão do que as que você teve”.
Estou levantando uma nova geração de pessoas que fa-
zem história. Você precisava aprender uma grande lição.
Portanto, não Me abandone quando Eu colocar em suas
mãos o que te prometi.
Que vergonha senti naquela hora! Descobri que sou tão su-
jeita a errar e a ser ingrata quanto qualquer um daqueles que
erraram e foram ingratos conosco. Senti vergonha de Deus!
Naquele dia, Ele me mostrou que o coração do homem é enga-
noso e que eu era semelhante àqueles que me feriram. Só não
havia tido ainda a oportunidade de fazer algo ruim.
Deus, em sua onisciência, sabia que teria de tratar em
mim aquilo que seria um problema futuro. Então, brotou
um grande perdão em meu coração para com aquelas pes-
soas. No entanto, não voltamos a conviver como antes, mas o

31
NADA ACONTECE POR ACASO

meu sentimento em relação a eles era como uma ferida cica-


trizada: lembrava-me do que passara, porém não doía mais.
Por um tempo me fechei e procurei não fazer novas ami-
zades. Depois, descobri que quem vive sozinho é infeliz.
Precisamos viver em união, assim como o bambu. Aprendi
a ver em um amigo uma pessoa sujeita a errar. A partir daí,
comecei a esperar das pessoas mais erros do que acertos e a
não confiar cegamente nas pessoas. Passei a orar pelos meus
relacionamentos, pedindo a Deus que me ensinasse o limite
para cada um deles e perdoei o que considerava ingratidão,
quando entendi que tudo aquilo era um propósito de Deus.
E que lindo propósito!
Apesar de saber que errei muito, tive raiva de várias ati-
tudes que tomei. Eu achava que deveria ter sido mais rude.
Entretanto, se eu pudesse voltar atrás, queria que tudo acon-
tecesse exatamente da mesma forma, com cada lágrima,
dor, decepção e com cada sorriso! Foram essas amargas ex-
periências que me ensinaram as mais lindas lições de vida e
fizeram brotar em meu coração a paixão por escrever livros
e contar a milhares de pessoas os meus segredos e particula-
ridades. Tudo o que Deus permitiu que acontecesse em mi-
nha vida foi exatamente para me ensinar lições que deixarão
marcas eternas em minha história.
Se eu mudasse qualquer acontecimento, certamente não
seria quem sou hoje. Provavelmente não teria tido maravilho-
sas experiências e não teria vivido uma linda história. Minha
vida seria uma biografia sem graça, sem episódios marcantes.
As duras experiências me tornaram mais íntima de Deus.

32
ANGELA SIRINO

Você, que agora lê este livro, aprenda algo: “o sábio apren-


de com as experiências dos outros, vê os erros e os evita”.
Talvez a única coisa que mudaria seria minha atitude pes-
soal. Teria mais paciência com meus filhos, embora, muitas
vezes, Deus os usasse para falar comigo. Teria também mais
compreensão com meu marido e com meus filhos, porque
nossa família sofre juntamente conosco. Por fim, confiaria
mais em Deus e pediria mais perdão à Ele por não entender
os Seus propósitos em minha vida.
Deus usou aquela decepção, aquela dor de ingratidão para
AMASSAR a minha vida e me preparar para um grande mi-
nistério. Hoje, elogios e bajulações não mexem mais com o
meu ego. Apesar de sorrir, internamente tenho convicção
do meu real valor, tanto para as pessoas quanto para Deus.
Aplausos não me fazem sorrir facilmente e não mexem com
minha autoestima.
A mais pura expressão do meu coração apaixonado por
Deus nasceu através dos momentos que mais doeram em
minha alma. Aprenda com as lições da vida e tire proveito
das experiências pelas quais você passa, sejam elas boas ou
ruins. Os aplausos não nos preparam para uma vida de su-
cesso. Eles até fazem parte, mas o que realmente nos prepara
são as lições de fracasso, dor e sofrimento.
Deus usa as circunstâncias da vida para nos amassar e
nos moldar. Comigo foi de uma forma, com você pode
ser de outra. Seja por meio de uma decepção com seu
cônjuge, uma traição, talvez um problema com um filho,
talvez alguma doença ou problemas financeiros. Existem

33
NADA ACONTECE POR ACASO

inúmeras formas de Deus amassar o barro para formar


um vaso de honra.

“Seja forte, não como o vento que tudo destrói, mas como
a rocha que tudo suporta.”
(Autor Desconhecido)

“Digno de admiração é aquele que, tendo tropeçado ao


dar o primeiro passo, levanta-se e segue em frente.”
(Carlos Fox)

“Corajoso não é aquele que decide suicidar-se para mos-


trar que tem coragem, mas aquele que opta por viver e en-
frentar todos os obstáculos da vida!”
(Carol)

Hoje, concluo que tudo está no seu devido lugar. A do-


ença, o problema, as maledicências, as ingratidões e as
questões financeiras. Se você já entregou o controle de sua
vida à Deus e tem sido uma pessoa fiel, então entenda que
Ele é Deus, Criador do mundo, Rei do universo e Pai de
todos. Agora, se você ainda não entregou sua vida para que
Ele dirija seus passos, faça isso nesse momento e Ele endi-
reitará as suas veredas. Lembre-se que “quem vive sozinho
é infeliz”. Apesar de tudo, viva em grupo. A amizade é um
sentimento lindo!

34
MISTURA: CARÁTER E
FRUTOS DO ESPÍRITO

O barro precisa ser misturado com palha fina, cacos


de cerâmica e pedras trituradas. Um vaso fabricado
sem esses elementos se torna extremamente frágil.
Deus não está interessado que sejamos vasos frágeis,
por isso Ele quer que busquemos os Frutos do Espírito,
que são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, mansidão, fé e domínio próprio. Todas essas
virtudes estão descritas em Gálatas 5.22-23, as quais são
geradas em nós depois que somos amassados por Deus.
Na verdade, os Frutos do Espírito começam a ser inseri-
dos em nossas vidas no momento em que Deus começa
a amassar o barro. Quando Ele permite que problemas e
situações aconteçam, é aí que começamos a permitir que
os Frutos do Espírito surjam.
As adversidades nos ensinam que a verdadeira alegria
é proveniente de Deus e que nos ajuda a superar os mo-

35
NADA ACONTECE POR ACASO

mentos mais difíceis da vida. É através dos vendavais di-


ários que aprendemos a ter paz com Deus e com o próxi-
mo, a ser mansos e tranquilos e que diante da honra vai a
humildade. Aprendemos também que Deus se compade-
ce dos humildes e quebrantados de espírito. Além disso,
nossas experiências com Deus nos ensinam a ter domínio
próprio, a não revidar ofensas e a colocar nossas mágoas,
amarguras e decepções nas mãos dEle, para que sejam
saradas pelo Seu grande amor e pela compreensão do Seu
propósito em nossas vidas.
Deixe que, por meio da intimidade com Deus e da co-
munhão com o Espírito Santo, os frutos do Espírito se-
jam germinados e frutificados em sua vida. Não dê lugar
para amarguras, ressentimentos e vinganças. Dê lugar
apenas para a paz, o perdão, a presença e o amor de Deus.
Lembre-se que, no que depender de nós, devemos sem-
pre estar em paz com todos e que a Palavra de Deus nos
ensina que devemos ser imitadores de Cristo, amando,
perdoando, servindo e sendo generosos. Mate a velha na-
tureza humana que insiste em viver dentro de você e dê
lugar ao doce Espírito de Deus, que o transforma em uma
nova pessoa.
A glória de Deus é manifestada na Terra através da pre-
gação do Evangelho e da entrega de pessoas a Jesus como
seu único e suficiente Salvador. Quando isso acontece, a
dádiva e o amor de Deus se tornam evidentes para com
os homens. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu
seu Filho unigênito para que todos aqueles que nEle cre-

36
ANGELA SIRINO

rem não pereçam, mas tenham a vida eterna” (Jo 3.16).


Da mesma forma acontece quando perdoamos nossos
inimigos, quando amamos ao próximo, quando esten-
demos nossa mão ao necessitado, quando oferecemos o
outro lado da face no momento em que nos fazem mal
e quando deixamos que o caráter de Jesus apareça e res-
plandeça ao mundo através de nós.
Os moradores do céu não serão aqueles que muito pre-
garam o Evangelho, os amigos do pastor, os que cantaram
bonito e que estavam presentes em todos os cultos. Mas en-
trarão os que mudaram de atitude, os que crucificaram o ve-
lho homem, os que amaram o próximo como a si mesmo, os
que souberam perdoar, os que foram pacificadores, os que
foram longânimos, os que semearam alegria e paz entre os
homens e os que deixaram seus interesses de lado e fizeram
a vontade de Deus, a fim de ser um instrumento para ex-
pressão da glória do Senhor na Terra.
Que responsabilidade! Ter o nome e a marca de cristão.
Não basta apenas ser chamado de evangélico ou cristão, é
necessário ter as marcas, os frutos e as obras de um seguidor
de Cristo. Que Deus nos ajude a permitir que os Frutos do
Espírito sejam cultivados através de nossas ações.
Não é fácil amar quem nos feriu, não é fácil amar a
pessoa chata, não é fácil deixar de fazer fofoca e seme-
ar a paz, ser pacificador, não tomar partido em alguma
questão e ainda conseguir olhar as pessoas e os fatos sob
a ótica de Deus. Não é fácil, pois isso é divino! Só Deus
e alguém cheio do Seu Espírito Santo podem praticar o

37
NADA ACONTECE POR ACASO

verdadeiro amor. Amar, perdoar, pacificar, ser generoso


e ser tolerante são ações divinas que podem ser manifes-
tadas em nossas vidas. Permita que os Frutos do Espírito
germinem e frutifiquem em você. Manifeste a glória de
Deus em sua vida!
Observe que a tribulação produz em nós paciência.
Aprendemos a ser submissos à Deus através da obediência à
Sua vontade diante de fatos. Nosso egoísmo é tirado de nós,
quando Deus permite que nos sacrifiquemos pelo próximo.
Quando somos afligidos, caluniados e chegamos a ficar de-
sanimados diante de tantas lutas, então é gerada dentro de
nós a humildade. Nossa fé geralmente é fortalecida durante
momentos de dificuldade – nos quais o dinheiro cria asas,
os filhos adoecem ou através de algum outro tipo de prova
– e somos forçados a crer em Deus com uma fé sobrenatural
gerada em meio às crises.
A mansidão sobrevém quando surge uma verdadeira
tempestade de tentações que insistem em nos levar à as-
pereza e irritabilidade. Então, nesse momento, nós, que
amamos verdadeiramente ao Senhor, deixamos de lado
nossa natureza, e uma quietude humanamente desco-
nhecida penetra em nossa alma. Assim, descobrirmos
que, quando Ele nos aquieta, nada e ninguém consegue
nos perturbar.
Deus, muitas vezes, nos coloca em meio a sofrimentos
maiores junto a pessoas desagradáveis, que nos irritam,
magoam e ferem, a fim de gerar em nós amor. Mas como
o amor não se conduz inconvenientemente, ele é paciente,

38
ANGELA SIRINO

benigno, tudo sofre, tudo crê, tudo suporta e tudo espera. O


amor nunca falha, portanto somos levados a sermos seme-
lhantes a Jesus e, ao mesmo tempo, somos preparados para
sermos um vaso de honra nas mãos do Senhor.
Todo vaso preparado por Deus precisa ser forte, pois Ele
quer usá-lo diariamente e não apenas de vez em quando. E
para ser forte, é necessário ser parecido com Jesus. Por isso,
precisamos ser cheios do Espírito de Deus, todos os dias e
em todas as horas.

39
O VASO ESTÁ PRONTO PARA
SER USADO: INSTRUMENTO
DE HONRA NAS MÃO
DE DEUS

C hegou a hora do barro virar vaso. Deus usou vá-


rias circunstâncias para moldá-lo. Terminado todo
o Seu trabalho, o vaso está pronto para ser usado por Ele
como um vaso precioso e de honra.
Primeiro Deus nos escolhe, depois nos ensina a ter comu-
nhão com Ele. Então, nos amassa para retirar aquilo que é
desnecessário, acrescenta os Frutos do Espírito e nos deixa
prontos para sermos usados onde e quando Ele bem desejar.

“Este é pra mim um vaso escolhido...”.


(At 9.15)

“Ou não tem o oleiro poder para fazer da mesma massa um


vaso de honra...”
(Rm 9.21)

41
NADA ACONTECE POR ACASO

O vaso de honra vive uma vida cheia da unção de Deus.


Em contrapartida, é muito mais difícil receber a unção sem
que nós, os vasos de Deus, sejamos quebrados, amassados
e pisoteados. Portanto, a forma de Deus amassar o vaso é
determinada por Ele próprio e não por nós.
Na frase “nunca houve avivamento em tempos de prospe-
ridade” é encontrada uma grande verdade: Deus opera em
circunstâncias desfavoráveis. A unção tem caminhos defini-
dos pelo Senhor!
Você é chamado! Você foi escolhido por Deus e, além disso,
Ele deseja que você se disponha para o processo do curtimen-
to, a fim de desenvolver uma vida de intimidade com o Senhor.
Depois disso, esteja preparado, para ser pisado, chicoteado,
quebrado e amassado. Tudo isso faz parte da transformação do
barro em vaso, da escola do nosso amado Pai, do curso celes-
tial, da faculdade do céu e do doutorado do Mestre.
Todos querem ser vasos usados por Deus, todos querem
ter sucesso, mas a maioria nem imagina como acontece o
processo para a fabricação de um vaso precioso, assim como
a formação de uma pessoa bem-sucedida.
Você sabe como se faz um vencedor? Os maiores vence-
dores dizem que chegaram onde estão por meio de muitos
sonhos, muito preparo, muitas quedas, muitas feridas, mui-
tas vaias, muitas lágrimas, muitos fracassos, muita determi-
nação e poucos aplausos! Também por meio de muita con-
vicção de que nas maiores dificuldades estavam escrevendo
os melhores textos de suas histórias. (Augusto Cury).

42
CONCLUSÃO

R ecebi por e-mail uma ilustração e, para finalizar, gos-


taria de compartilhá-la com você:

“Conta-se que, depois de uma grande tempestade, um


menino que estava passando férias na casa de campo do seu
avô, o chamou para a varanda e falou:
– Vovô, corre aqui! Explica-me como esta figueira, árvore
frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para
abraçar seu tronco se quebrou, caiu com o vento e com a
chuva, e este bambu tão fraco continua de pé!
– Filho, o bambu permanece em pé, porque teve a humil-
dade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis
enfrentar o vento”.

Em Buscai as coisas do alto, Padre Leo afirma que o bam-


bu nos ensina sete lições. Se você tiver a grandeza de ser hu-

43
NADA ACONTECE POR ACASO

milde, como o bambu, vai experimentar as maiores vitórias


em sua vida e terá paz em seu coração.

A primeira verdade
O bambu nos ensina várias lições e a mais importante é a de
ter humildade diante dos problemas e das dificuldades. Não
devemos enfrentar os problemas e as dificuldades que passa-
mos na vida confiados em nossa própria força, mas confiados
na força d’Aquele que é o único Deus e que nos chama para ser
vencedor! Devemos nos curvar diante de Deus e pedir a Ele
que nos ajude a passar pelas tempestades da vida.

A segunda verdade
O bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar
um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para bai-
xo também. Precisamos aprofundar a cada dia nossas raízes
em Deus, na oração, na leitura e na comunhão com Ele.

A terceira verdade
Você já viu um pé de bambu sozinho? Apenas quando é
novo. Antes de crescer ele permite que nasçam outros ao
seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar
deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que
de longe parecem com uma árvore. Às vezes, tentamos ar-
rancar um bambu lá de dentro, cortamos e não consegui-
mos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que
desse modo se livrem dos predadores. Semelhantemente o
homem precisa viver em um grupo de amigos.

44
ANGELA SIRINO

A amizade é indispensável para o bom funcionamento da


memória humana e para a integridade do próprio eu. Milan
Kundera, escritor tcheco, escreveu sobre a amizade em seu
último livro, A Identidade. Ele chama os amigos de teste-
munhas do passado e diz que eles são nosso espelho, e que,
por intermédio deles, podemos nos ver. Ele vai além: diz
que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, alian-
ça sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus
inimigos. As amizades verdadeiras são testadas pelo tempo,
pois não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades
ou se serão varridos em uma chuva de verão.
Muitas vezes, as decepções nos fazem desejar não ter mais
amigos, mas, apesar de tudo, ninguém vive sem amigos, seja
para rir ou para chorar. Aprenda somente a selecionar suas
amizades e descubra que, apesar das decepções, é sempre
bom ter amigos.

A quarta verdade
O bambu nos ensina a não criar galhos. Como tem a meta
no alto e vive em moita, ou seja, em grupo, o bambu não se
permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida ten-
tando proteger nossos galhos, coisas insignificantes para as
quais damos um valor inestimável. Para ganhar, muitas vezes é
preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos.

A quinta verdade
O bambu é cheio de 'nós' (e não de eu's). Como ele é oco,
sabe que, se crescesse sem nós, seria muito fraco. Os nós são

45
NADA ACONTECE POR ACASO

os problemas e as dificuldades que superamos. Além dis-


so, são as pessoas que nos ajudam, aquelas que estão próxi-
mas e que acabam sendo força nos momentos difíceis. Não
devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos
sofrimentos. Como já relatei, eles são nossos melhores pro-
fessores, se soubermos aprender com eles.

A sexta verdade
O bambu é oco, vazio de si mesmo. Ser oco significa
ser vazio de nós mesmos, e estarmos prontos para sermos
cheios de Deus.

A sétima verdade
O bambu só cresce para o alto, não cresce para as late-
rais. Ele busca as coisas do alto. Este deve ser nosso objetivo,
nossa meta. Que o seu objetivo seja o Senhor! Olhe para
Deus, para o propósito de Deus em sua vida. Ele deve ser o
centro da sua vontade (adaptado de Buscai as coisas do alto,
de Padre Leo).

Deus nos manda presentes muitas vezes empacotados em


embrulhos feios, sem laços bonitos, presentes que, ao rece-
bermos, temos o desejo profundo de rejeitar.
• Crescer não significa estar sempre em evidência;
• Crescer não significa estar sempre no pódio;
• Crescer não significa estar sempre em destaque;
• Crescemos caindo;
• Crescemos chorando;
• Crescemos famintos e sedentos;
• Crescemos aparentemente fracassando.

46
ANGELA SIRINO

Entenda uma coisa: Deus está fazendo de você, leitor(a),


um “VASO DE HONRA EM SUAS MÃOS”. Ele já escolheu
você. Então, dedique-se ao tempo de curtimento na pre-
sença do Senhor e deixe que Ele crie as circunstâncias para
amassá-lo(a). Permita que Ele insira em você os Frutos do
Espírito e te prepare para ser usado por Ele.

Existem pessoas que precisam de você.

Há sempre alguém
O mundo inteiro está cheio de pessoas.
- Há pessoas caladas que precisam de alguém para conversar.

- Há pessoas tristes que precisam de alguém para


confortá-las.

- Há pessoas com medo que precisam de alguém para


lhes dar a mão.

- Há pessoas fortes que precisam de alguém que as faça


pensar na melhor maneira de usarem a sua força.

- Há pessoas que julgam que não sabem fazer nada e precisam


de alguém que as ajude a descobrir o quanto sabem
fazer.

- Há pessoas apressadas que precisam de alguém para


lhes mostrar tudo o que não têm tempo para ver.

47
NADA ACONTECE POR ACASO

- Há pessoas impulsivas que precisam de alguém que as


ajude a não magoarem os outros.

- Há pessoas que dizem que não servem para nada e


precisam de alguém que as ajude a descobrir como são
importantes.

Precisam de alguém... Talvez de você...


(Autor desconhecido)

Não se prenda ao comodismo, não se prenda às lutas nem


aos problemas dessa vida. Deus está no controle de tudo.
Parar? Nunca! Desistir? Jamais! Olhe para frente e prossi-
ga, não olhe para trás, tentando mudar alguma coisa, pois
o passado não pode ser alterado. O futuro está nas mãos de
Deus e Ele precisa de você, da sua determinação para fazer
da sua vida uma linda história, uma biografia que valerá a
pena ser lembrada, uma história para marcar a sua geração.
Apesar de tudo que passei nesta vida, um dia recitei para
Deus, olhando para o céu, com meus olhos marejando entre
lágrimas, esse lindo poema:

Se eu pudesse voltar atrás... Eu não mudaria uma lágrima...


Eu não mudaria um sorriso... Eu não mudaria uma frase...
Eu não mudaria uma só felicidade... Eu não mudaria ne-
nhuma fatalidade que eu vivi na minha existência.
Mas eu diria: Seja forte, vá em frente.
Eu diria: Coragem, vai passar.

48
ANGELA SIRINO

Eu diria docemente à minha alma: “Aquieta-te, Deus está


bem aí do seu lado”.
Ele está te ajudando a atravessar a tempestade...

Se eu pudesse voltar atrás, não mudaria uma vírgula se-


quer na minha história. Se eu mudasse uma mínima parte
da minha vida, certamente a tiraria do controle d’Aquele
que é soberano e que está escrevendo uma linda história,
uma biografia que vale a pena ser lembrada.
Amado, tudo está nas mãos de Deus. Tudo está no Seu
controle, tudo vai cooperar para o nosso bem. As lutas vão
passar e você vai crescer, você vai vencer. Sua vida será uma
linda história de alguém que experimentou o grande amor
e os milagres de Deus. Você está sendo preparado e, com
certeza, já está sendo usado como um vaso de honra nas
mãos de Deus.
Todas as grandes lutas, crises e problemas pelos quais
passei na vida foram permitidos por Deus para que eu fos-
se preparada para exercer um ministério. O Senhor estava
me moldando para a realização de algo muito maior e me-
lhor. Se hoje eu apresento um programa de TV e tenho mais
de 15 livros publicados, foi porque um dia Ele resolveu me
amassar e me refazer... Glória a Deus!
Na verdade, doeu demais! Porém, tudo ficou muito melhor!
Você, que agora lê este livro, tenho uma palavra de Deus
para sua vida: Anime-se! Não desista! Deus está te prepa-
rando e tudo vai ficar muito melhor.
Da nossa organização, “Ministério Fazendo a Diferença”.

49
PARTE 2
P arece estranho o nome que dei a este livro. Mas no de-
correr da leitura, você entenderá que todos nós estamos,
em épocas diferentes de nossas vidas. No entanto, “gerando
bênçãos”. No livro mais vendido em todo o mundo, a Bíblia
Sagrada, está escrito o seguinte em Eclesiastes 11:5: “Assim
como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se for-
mam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não
sabes os planos de Deus que faz todas as coisas”. Vamos mudar
um pouco a escrita para compreendermos melhor. Veja só:
“Assim como tu não sabes:

1. Qual o caminho do vento;

2. Como se formam os ossos no ventre da que está grávi-


da; também não sabes,

3. Os planos de Deus que faz todas as coisas.”

53
NADA ACONTECE POR ACASO

Observe que tanto o vento quanto a criação da vida


são obras da insondável sabedoria e onipotência de Deus,
através das quais Salomão contrasta a pequenez da sabe-
doria humana. Apesar dessas obras de Deus serem extre-
mamente importantes, não temos conhecimento da sua
origem. Por isso, discorreremos sobre elas com a finali-
dade de extrair lições formidáveis para o nosso dia a dia
e vida espiritual.
Mesmo com toda tecnologia que possuímos, não sabe-
mos qual o real caminho do vento e muito menos como se
formam os ossos no ventre de uma mulher grávida. Ainda
no século XXI, sabemos que o desenvolvimento no útero
materno é repleto de temor e mistério. Ainda existem mui-
tos eventos que estão além do nosso conhecimento.
Portanto, aqui está um ponto que vale a pena ser lembra-
do: se na atuação de Deus no mundo físico existem tantos
acontecimentos além da nossa compreensão, quanto mais
na Sua forma de agir em nossas vidas e nos Seus propósitos?
Podemos ver na natureza as profundidades do poder e da
genialidade de Deus. As coisas mais simples estão cheias de
mistérios que a ciência não pode explicar.
Diante dessa afirmativa, eu te pergunto: se não con-
seguimos uma resposta para essas questões, como é que
ainda queremos “saber” como Deus agirá em meio às
nossas lutas para manifestar o nosso milagre? Precisamos
entender que embora os caminhos e os pensamentos de
Deus muitas vezes não sejam os mesmos que os nossos,
pelo menos, temos a certeza de que eles são “de paz e

54
ANGELA SIRINO

não de mal...” (Jr 29.11). Ou seja, precisamos entender


que quando sofremos, nos angustiamos, perdemos noites
e noites de sono, nos encontramos envergonhados, en-
fraquecidos e fragilizados ou quando não sabemos como
agir, esse é um sinal de que Deus a qualquer momento
intervirá na sua situação!
Deus quer nos ensinar que quando Ele age, tudo o que é
impossível acaba se tornando possível. Embora nossa força
seja pequena, o nosso Deus é forte.
Porém, existe apenas um detalhe que não podemos es-
quecer: ainda que “não saibamos” como Ele mudará nossa
história, nunca devemos deixar de amá-lO e adorá-lO. Essas
são as chaves que abrem as portas dos nossos sonhos e dos
sonhos de Deus para nossa vida!

55
NÃO SABEMOS QUAL
É O CAMINHO DO VENTO

“Deus sempre age em todas as coisas. Porém, esse agir


será geralmente invisível aos nossos olhos”.
Podemos “saber” qual a direção que o vento segue atra-
vés do balançar das folhas de uma árvore ou onde ele so-
pra, mas o caminho do vento em si é algo oculto à nossa
visão. Sabemos também que o vento é conduzido por meio
do movimento do ar atmosférico e da Terra, os quais são
importantes para a sobrevivência de várias espécies.
Conforme a ciência, os ventos são classificados em: vento, brisa,
ciclone, furacão, tufão, tornado e vendaval. Eles acontecem con-
forme a sua classe, região, posição geográfica, clima, entre outros
fatores. O conhecimento sobre os ventos é muito restrito, por-
que cada um deles possui características próprias, por exemplo:
Vento: é o termo genérico que identifica o ar em movi-
mento, independente da velocidade.
Brisa: é um tipo de vento de pouca intensidade.

57
NADA ACONTECE POR ACASO

Ciclone: caracteriza-se por uma tempestade violenta que


ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, produzida por
grandes massas de ar em alta velocidade de rotação.
Furacão: é um tipo de vento circular, possuindo altas
velocidade e forte poder de destruição. Assim como esses
exemplos, ainda temos os tufões, os tornados e os venda-
vais, mas que não entrarei em detalhes.
Jesus sempre transmitiu seus ensinamentos através de pará-
bolas e metáforas, fazendo comparações entre o que é físico e
espiritual. Com relação à direção dos ventos, observamos na
Bíblia duas passagens em momentos distintos. Uma delas se
encontra em Eclesiastes 11, na qual Salomão fala sobre não sa-
bermos o caminho do vento. A outra, no Evangelho de João,
quando Jesus disse: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz,
mas não sabes donde vem e para onde vai.” (Jo 3.8a).
Mas agora, deixemos de lado as curiosidades geográficas,
físicas e bíblicas sobre os ventos e consideremos “os ventos e
vendavais que enfrentamos na vida”. Ventos que parecem ver-
dadeiros furacões capazes de nos destruir completamente.
Vendavais e tornados, assim como na vida de Jó: “Eis que um
grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos
da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei
para trazer-te a nova” (Jó 1.19). Esse vento, melhor dizendo,
esse furacão veio sobre os seus dez filhos simultaneamente.
Em outra situação, os próprios discípulos de Jesus quase
naufragaram quando os ventos sopraram sobre o seu pequeno
barco (Mt 8.23-27). Da mesma forma, os ventos sopraram por
causa da desobediência humana, quando Jonas se levantou

58
ANGELA SIRINO

para fugir da direção do Senhor. Para detê-lo, Deus enviou “um


grande vento” que originou uma “grande tempestade”, fazen-
do com que Jonas se voltasse para o Seu propósito (Jn 1.3-4).
Mas já houveram vezes que os ventos trouxeram restau-
ração e vida (Ez 37.9), assim como realização de milagres.
Um exemplo disso foi a divisão o mar vermelho em favor do
povo de Israel, a fim de saírem do Egito em busca da Terra
Prometida (Êx 14.21-22).
Semelhantemente a estas histórias Bíblicas é imprescin-
dível sabermos que os ventos sempre irão soprar sobre as
nossas vidas.
Talvez os ventos fortes que sopram sobre você nestes dias
sejam insuportáveis. Ventos que mais parecem uma tempes-
tade cheia de problemas e dificuldades. Pode ser que pareçam
com os ventos que se originaram um tsunami na vida de Jó,
destruindo toda sua família ou simplesmente ventos de uma
circunstância comum. Mas pode ser que sejam consequências
de sua desobediência aos propósitos de Deus para você.
No entanto, pode ser que você esteja esperando ventos
de restauração sobre a sua vida, a sua família, o seu casa-
mento, ministério e trabalho. Mas pode ser que esse vento
milagroso chegue enquanto você vê à sua frente um “grande
mar vermelho”, onde parece que todos os seus sonhos irão
sucumbir e quando já não existe mais saída.
Não temas, pois Deus está no vento, mesmo que “não sai-
bamos” como e qual direção esse vento tomará em nossas
vidas. Maravilhe-se porque a qualquer momento a sua ben-
ção vai chegar, pois “... até os ventos e o mar lhe obedecem”
(Mt 8: 27).

59
COMO SE FORMAM
OS OSSOS NO VENTRE
DA QUE ESTÁ GRÁVIDA?

P or que Deus compararia a gravidez de uma mulher


com Seus planos para nossa vida? Vejamos alguns
detalhes importantes sobre isso.
Sabemos que a gravidez é o sonho de todas as mulheres,
mas também dos homens. Afinal de contas, quem não quer
ter um filho? Todos nós sonhamos em ter uma criança, cha-
má-la de filho e envolvê-la nos braços. As mulheres sonham
em amamentar, dar papinha, ouvir as primeiras palavrinhas:
“mamãe e papai”, comprar roupinha, levar ao médico para
acompanhar o crescimento, levar ao parque de diversões,
comprar presente, levar à escola, ver os primeiros e dura-
douros sorrisos, ouvir os choros... Enfim, viver ao lado de
alguém muito especial.
É maravilhoso a experiência de ver um filho crescer.
Acordar à noite, vê-los dormindo e refletir o quanto cresce-

61
NADA ACONTECE POR ACASO

ram e como o tempo passou. É empolgante acompanhar os


primeiros passos, as primeiras conquistas, ver o progresso e
a adaptação deles na sociedade. E assim o tempo vai passan-
do e com ele vem a adolescência, a juventude e a fase adulta.
Levar nossos filhos até Jesus faz parte dessa trajetória ma-
ravilhosa. É muito gratificante e envolvente saber que temos
a oportunidade de formar um discípulo para Cristo.
É lindo ver os filhos cuidando dos pais na velhice. É a
maior recompensa para um pai que amou e cuidou de seu
filho durante toda a vida. Acredito que será uma época em
que eles poderão retribuir com carinho tudo aquilo que um
dia plantamos e o cuidado que tivemos. Por mais que seja-
mos bem casados, os filhos completam o nosso lar, trazem
mais alegria e mais sentido para nossas vidas.
Já vou te explicar o porquê desse rodeio todo para chegar-
mos ao ponto principal deste livro, mas antes preciso ana-
lisar com você mais um quesito. Quem não quer ter filhos?
Raros são os casais que não possuem esse desejo! Afinal de
contas, “os filhos São bênçãos do Senhor”. Eclesiastes 3.1-8
discorre que, para todo propósito há um tempo determina-
do em nossa vida. Veja só:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de
morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plan-
tou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e
tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de
prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tem-
po de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-

62
ANGELA SIRINO

-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de


guardar, e tempo de lançar fora; tempo de rasgar, e tempo de
coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar,
e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”.
Esse belo trecho das Escrituras Sagradas fala sobre o tem-
po e as “etapas” da vida de todo ser humano. A gravidez
possui um tempo estabelecido. No entanto, esse período va-
ria de acordo com a espécie. Na gata, a gravidez dura apro-
ximadamente 59 dias. Já a mula, demora cerca de 330 dias
para dar à luz. A gravidez das cadelas dura o equivalente a
63 dias e, nós humanos, somos gerados no período de nove
meses. De todos esses exemplos, o mais impressionante é o
das baleias, sua gestação dura, em média, 546 dias.
Para que você entenda o objetivo deste livro, focaremos
nossa atenção nos sintomas relacionados à gravidez. As se-
guintes informações são úteis tanto para as mulheres quan-
to para os homens.
Geralmente, tudo começa com um sonho: a maternidade.
Quando esse sonho finalmente se torna realidade, entram em
cena meses de expectativa e ansiedade. Afinal, serão nove me-
ses de preparação para a chegada do bebê. Isso tudo, sem levar
em consideração o tempo de planejamento antes da gravidez
acontecer de fato. Imagine agora como essa situação pode ser
aplicada em nossas vidas através de crises que nos sobrevém.
Para tanto, analisemos o que está escrito em Eclesiastes 11.5:
“Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem
como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim
são os planos de Deus que faz todas as coisas”.

63
NADA ACONTECE POR ACASO

Sabe por que Deus compara os Seus planos para a nossas


vidas com a gravidez de uma mulher? É muito interessante!
Vamos juntos buscar essa resposta.
Você sabia que, cientificamente, a gravidez é o nome dado
ao processo de “desenvolvimento de um embrião”? Gostaria
de renomear aqui esses termos para processo de “desenvol-
vimento do sonho”.
O processo da gravidez ou desenvolvimento do embrião/
do sonho traz algumas alterações na vida de uma mulher.
Ela precisa de cuidados especiais, pois apresenta alguns sin-
tomas que fogem do comum. São eles:

• Toda grávida precisa ingerir vitaminas extras e se ali-


mentar mais do que mulheres normais;

• Elas geralmente sentem fraqueza;

• Algumas chegam a apresentar queda de pressão e des-


maiam. Frequentemente possuem falta de ar, dores lom-
bares e nas articulações, dor nas pernas, sensibilidade
emocional à flor da pele e podem chorar sem motivo;

• Sentem cansaço ao caminhar, dor de cabeça associa-


da a tensões, medos e conflitos quanto à formação do
feto, se nascerá no tempo certo ou como será o parto;

• Elas têm o costume de colocar a mão na barriga para


checar se o bebê mexe;

64
ANGELA SIRINO

• Existem aquelas gestantes que precisam ficar a maio-


ria do tempo deitadas, com risco de abortamento;

• Normalmente as marcas do período da gravidez fi-


cam no corpo da mulher. Algumas engordam e não
conseguem mais emagrecer, outras passam a ter man-
chas na face, outras desenvolvem estrias, outras pos-
suem o corte da cesariana.

Propositalmente, grifei alguns cuidados importantes e


sintomas incomuns que a mulher apresenta durante a ges-
tação. Percebe como esses sintomas são familiares quando
comparados à outras etapas da vida? A verdade é que tudo
isso não tem importância alguma, diante do enorme amor
que as mães sentem quando a sua preciosa benção chega.
Ah, você sabia que o pior período da gestação é o “finalzi-
nho”, mais precisamente o último mês? Nós mulheres, nesse
período apresentamos palpitações com muita facilidade, já
não conseguimos caminhar direito e dormir, então, nem se
fala! Geralmente dormimos à custa de muito suco de ma-
racujá ou algum calmante indicado pelo médico. Muitas
mulheres ainda preferem passar a noite em claro, porque
mal conseguem deitar! É um período que a mulher prefere
não sair de casa, pois ela sente vergonha da sua situação,
da sua aparência. Nesse período, muitas até vivem suspiran-
do, com lágrimas nos olhos, dizendo: – “Filho, meu sonho,
bênção da mamãe, nasce logo, não estou aguentando mais!”.
Outras insistem para o obstetra adiantar o parto e o consolo

65
NADA ACONTECE POR ACASO

que ouvem é: – “Não posso, se não a sua ‘bençãozinha’ vai


ter problemas, tem que completar as 40 semanas”. E ainda,
outros médicos dizem: – “Tem que chegar o tempo deter-
minado por Deus”.
E não para por ai! Depois que se conclui o período ges-
tacional, chega o momento mais difícil: a dor do parto. O
momento do nascimento, o momento em que a benção
chega. As cesarianas trazem apenas a dor pós-parto. Já nos
partos normais, a dor é quase insuportável. Há casos em
que a mulher precisa tomar uma injeção para induzir as
contrações para que o nascimento do bebê seja acelerado.
Geralmente, quando você visita a mulher que acaba dar à
luz e pergunta quando ela pretende ter o próximo bebê,
ainda meio transpassada pelo momento, responde: “Acho
que vamos ficar só nesse”.
É interessante como esse sonho, chamado gravidez, en-
volve tantas pessoas ao nosso redor. Todos ficam apreen-
sivos, alguns com medo se perguntam: “Será que vai dar
tudo certo?”. Ora, é possível que algumas grávidas apresen-
tem problemas que coloquem em risco tanto a vida da mãe
quanto a do bebê. Alguns exemplos são a eclampsia, o risco
de aborto e tantas outras complicações que tentam “acabar
com o nosso sonho”.
Porém, depois que a mãe finalmente tem a sua maravi-
lhosa benção no colo, ela se esquece de toda dor e de todo
sofrimento que passou. A agonia do momento dá lugar a
uma felicidade sem fim para toda a família e amigos. A ale-
gria é tão grande que a mãe não lembra mais das dores, des-

66
ANGELA SIRINO

confortos e noites mal dormidas. Afinal de contas, o sonho


se realizou e a bênção chegou! Nesse momento, chamarei a
benção de “Vitória”. Um belo nome, não é mesmo?!
Viu só como o processo da gravidez tem tudo a ver com
os planos de Deus para nossas vidas? Inclusive os sintomas!
O que acho mais lindo é que até a presente data, a ciência
ainda não explica com precisão como exatamente se for-
mam os ossos no ventre de uma mulher grávida. Somente
Deus, através dos seus atributos, é quem sabe como acon-
tecem todas as coisas. Quando lemos Salmos 139, ficamos
admirados com a ação dessas propriedades divinas.
Temos o conhecimento de que cerca de trezentos milhões
de espermatozoides lutaram para fecundar o óvulo femini-
no e apenas um conseguiu vencer para formar um ser hu-
mano. Mas dá para entender como isso realmente acontece?
É impossível que a nossa mente limitada compreenda esse
fenômeno em sua totalidade

67
OS PLANOS DE DEUS

M uitas vezes, não entendemos como é o agir de


Deus em nossas vidas. Em algumas ocasiões, pen-
samos que Deus está sendo incoerente conosco, simples-
mente porque não entendemos a Sua forma de trabalhar.
Lembro que, em uma determinada época da vida, es-
tava passando por momento muito difícil. Eram lutas
por todos os lados e muitas vezes me peguei chorando e
dizendo: “Deus, o Senhor não está vendo essa situação?
Tens misericórdia! Eu, sendo mãe, não teria coragem de
permitir que um filho passasse por tantos problemas...
Por que o Senhor permite que eu passe por tudo isso?!”.
Continuei chorando, na esperança de que Deus iria dar
um basta em toda aquela tempestade. Quando de repen-
te, lembrei que o único e legítimo Filho de Deus morreu

69
NADA ACONTECE POR ACASO

em uma cruz. Detalhe, antes disso o Seu Filho ainda pe-


diu para não passar por tudo aquilo. Mas mesmo assim,
morreu na cruz! Ainda bem que isso aconteceu, pois foi
através dEle que obtivemos livre acesso a este Pai tão
maravilhoso, poderoso e, muitas vezes, mal compreen-
dido por nós. Naquele dia, me deparei lendo algo que
serviu como um bálsamo para a minha vida: “Porque os
Meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem
os vossos caminhos, os Meus caminhos, diz o SENHOR,
porque, assim como os céus são mais altos do que a terra,
assim são os Meus caminhos mais altos do que os vossos
caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os
vossos pensamentos.” (Is 55.8-9).
Saiba que os propósitos de Deus são maravilhosos para
cada um de nós. Entretanto, nossa pequena mente huma-
na não consegue entender o agir de Deus. Aparentemente,
algumas situações que acontecem conosco ou que parecem
ter vindo para nos aniquilar, de repente se tornam peças
fundamentais para nossa vitória, além de nos fortalecer. É
por esse motivo que as coisas de Deus parecem loucura aos
nossos olhos (1 Co 2.14).
Foque a sua fé na seguinte promessa: “Mas, como está es-
crito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e

70
ANGELA SIRINO

não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou


para os que O amam” (1 Co 2.9).
Amado, confie em Deus. Ele está trabalhando ao nosso
favor e nada será capaz de detê-lo. “Não sabemos” quais
são os planos de Deus, mas sabemos que são planos de paz.
Creia, pois tudo cooperará para o seu bem (Rm 8.8). O en-
tendimento para os propósitos de Deus pode não vir agora,
mas certamente chegará o tempo em que tudo será esclare-
cido (Jo 13.6-7).

71
OS TRÊS “NÃO SABES”DE
DE DEUS

R eleia o texto de Eclesiastes 11.5. Perceba que durante


esta leitura, tratamos detalhadamente sobre os três
“não sabes” contidos nesse versículo:
“Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem
como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim
também não sabes os planos de Deus que faz todas as coisas”.
Particularmente, me encanto com o trecho que fala sobre
a formação dos ossos dentro da mulher grávida. Podemos
perceber que essa passagem pode ser comparada ao período
que geramos, e consequentemente, planejamos “dar à luz”
aos nossos sonhos.
Costumo dizer que todos nós estamos “grávidos de bên-
çãos” em diversas áreas da vida. Sabe por quê? Percebeu
como a gravidez pode ser comparada a outras etapas da
vida, seja você homem ou mulher? Tanto a mulher que gera

73
NADA ACONTECE POR ACASO

uma criança dentro de si quanto o homem que acompanha


o período gestacional da esposa, quanto os médicos que a
assistem não são capazes de compreender e nem explicar os
detalhes da formação dos ossos de uma criança no ventre
materno. Muito menos conseguem entender o porquê de
tantas transformações físicas e emocionais na mulher.
Da mesma forma, não entendemos os planos de Deus em
meio às crises que vivemos e nem o motivo de sofremos tan-
to para conseguirmos realizar os nossos sonhos. Uma mu-
lher padece um tempo para dar à luz a uma criança. Mas
por outro lado, consegue se alegrar em meio aos enjoos, às
indisposições e noites mal dormidas, pois aguarda ansiosa-
mente a chegada da sua bênção!
Aqui, entendo que gerar um filho traz momentos de so-
frimento, dores e ansiedade. Mas esse é também o caminho
que se percorre para a realização de um sonho. Semelhan-
temente, Deus deseja que aprendamos esse conceito em
nossa jornada cristã. Existe na Bíblia um versículo pouco
comentado, mas que nos ajuda a entender essa questão com
muita propriedade: “Tende por motivo de grande alegria o
passardes por tribulações, porque a vossa tribulação produz
perseverança” (Tg 1.3).
Aprendemos que as provações “sempre são” o peso da
mão de Deus, sinal de alguma desobediência ou desca-
so de Deus para conosco. É claro que, muitas vezes, so-

74
ANGELA SIRINO

fremos como consequência dos nossos erros, mas nem


sempre esse conceito está correto. A verdade é que, in-
ternamente, tendemos a pensar que as provas alheias
são consequência de erros, enquanto nas nossas próprias
provações quase imploramos: – “Irmãos, orem por mim
estou sendo provado. Não entendo o porquê disso, pois
faço tudo certinho e sou tão fiel” ...

FARISEUS HIPÓCRITAS SOMOS NÓS


Quando vemos um irmão passando por uma prova en-
quanto estamos no período de benção, costumamos julgá-
-lo: “O QUE ELE DEVE TER FEITO DE ERRADO? Tam-
bém, né, brincou demais com Deus... Demorou!” Ou ainda
com um tom de bom samaritano: “Coitadinho dele... Deve
ser por isso ou por aquilo” ...
Mas quando lemos a Bíblia e nos deparamos com ho-
mens que foram extremamente provados, percebemos que
na vida de muitos, a provação era o caminho que os levavam
a tomar posse dos mais belos sonhos de Deus. Um exemplo
disso foi a vida de José.
Quando José foi extremamente provado, ele “estava grávido,
gerando uma bênção” muito grande. O governo do Egito o es-
perava, por isso sua gestação - quero chamar aqui de tempo de
prova de gestação - foi tão longa. Isso aconteceu porque a bên-
ção e o propósito de Deus para a sua vida eram muito grandes.

75
NADA ACONTECE POR ACASO

Imagine só que exemplo de perseverança e de fé! Isso realmen-


te parece loucura aos olhos dos homens? Um homem que “de
presidiário passa a ser governador do Egito com apenas uma
audiência”. Só Deus pode fazer tamanho milagre!
Por que Daniel foi lançado na cova dos leões? Por qual
pecado, erro ou culpa os três jovens foram lançados na for-
nalha ardente? Tento imaginar qual foi a reação de cada um
deles diante dessas lutas. Creio que, mesmo sendo homens
que tinham intimidade com Deus, que O amavam e tinham
fé, ainda assim eles lutaram contra suas emoções e ficaram
divididos entre dois sentimentos:

1. O medo, o coração disparado e angústia diante dos mi-


nutos que antecediam o suposto fim de suas vidas;

2. A fé e a coragem de crer, mesmo “não sabendo” como,


a qualquer momento os seus inimigos veriam um milagre
acontecendo.

E nós? Como agiríamos diante de situações que nos


afligem? Nunca fomos jogados em uma cova junto com
leões, mas vivemos momentos difíceis, nos quais temos
a sensação do medo da morte, de tal maneira que pen-
samos ser o nosso fim. Nesse ponto só nos resta a fé! A
espera de um milagre.

76
ANGELA SIRINO

Segundo texto de Tiago que acabamos de ler, “bem-aven-


turados” sois vós quando passardes por tribulação. Note que
o termo bem-aventurado significa “feliz, abençoado”. Que
paradoxo, não é? Diante disso, concluímos que devemos
nos alegrar diante das lutas e tribulações, ou seja, devemos
cantar, gritar de alegria e glorificar a Deus.
Parece estranho, não é? Entretanto, lutas ou tribulações
geralmente antecedem as bênçãos. Deus compara esse perí-
odo de “gravidez” aos Seus planos devido a vários aspectos.
Observe as semelhanças entre a gestação humana e a “gra-
videz de bênçãos”:
Na gestação humana, as mulheres precisam se alimentar
mais. Assim também acontece no tempo em que estamos
em crise. Nesse período, nossa alimentação deverá ser a
oração, o jejum e a leitura da Bíblia. Com isso, somos for-
talecidos e relembramos as promessas “adormecidas” e que
confirmam que, em Jesus, somos mais que vencedores.
Quando estamos em crise, também sentimos fraqueza
no corpo e na alma. É até possível sentir uma sensação de
desmaio, a depender do tamanho da provação. Às vezes,
parece que falta o ar, o corpo dói e uma extrema sensibi-
lidade emocional penetra em nossa alma, a ponto de nos
desmontar. Temos dificuldade em continuar nossa jor-
nada e o medo traz a vontade de desistir de tudo. As ten-
sões e os conflitos, nos levam a temer o aborto de nossos

77
NADA ACONTECE POR ACASO

sonhos e nos levam a pensar: Será que vai dar certo? Será
que a minha vitória chegará no tempo certo ou vai passar
da hora? Esses e outros maus pensamentos nos envolvem
e nos fazem querer desistir.

A GENTE COSTUMA ACHAR QUE JÁ


PASSOU DA HORA
Jesus sempre chegava calmo nos lugares onde operava
Seus milagres, mesmo quando o desespero tinha tomado
conta de todos que estavam envolvidos na situação. Um
exemplo disso é a história de Lázaro, que já se encontrava
morto há quatro dias.
Você já percebeu que o final das tribulações que passa-
mos é pior do que o início, assim como nas gravidezes? Tan-
to nos nove meses de gestação quanto no final de provações
acontece algo semelhante: já não conseguimos caminhar
direito, o sono vai embora e temos vergonha até de sair de
casa. As grávidas costumam se achar feias no último mês.
Já as crises que passamos nos fazem sentir vergonha. Você
pode estar perguntando, vergonha do quê?! Temos vergo-
nha do julgamento das pessoas. Há dias em que estamos tão
atribulados que o nosso clamor é: – “Senhor Deus, eu não
aguento mais, acabe logo com essa luta, o meu sonho vai
morrer, vou ter que abortar o meu projeto.”. Às vezes temos
tanta vergonha da situação, que queremos nos esconder até

78
ANGELA SIRINO

que a tempestade passe. Até Davi em meio às suas questões


pessoais, exclamou: “Quem me dera se eu tivesse asas como
os pássaros, voaria para bem longe até a tempestade passar”
(Sl 55.6-8).
Imagine quando José foi preso. Ele deve ter sofrido mui-
to. O que você acha que as pessoas pensavam ao seu res-
peito? Imagine como isso transpassou a sua alma. As cir-
cunstâncias depunham contra a vida e a moral de José. Ele
passou por maus bocados e apenas tempos depois, Deus se
encarregou de limpar a sua reputação diante daquele povo.
Talvez isso esteja acontecendo com você, as lutas, crises e
provações que você tem passado te fazem sofrer e tentam
depor contra a sua vida, sua fé e seu caráter. Mas creia,
Deus irá te honrar!
Outro detalhe interessante é que nossas tribulações dei-
xam marcas, assim como a gravidez deixa na mulher. No
entanto, essas marcas servem para nos tornar pessoas me-
lhores, mais humildes, mais confiantes, mais prudentes,
mais sábios e mais perseverantes.
Terminado o processo da gravidez, vem a dura dor do
parto. Quem sabe no final a dor é ainda pior, mas depois que
as mães contemplam a sua bênção, elas esquecem de tudo o
que passaram.
Vencer a tribulação não é fácil. A depender da circuns-
tância, outras pessoas podem ser envolvidas ou sem querer

79
NADA ACONTECE POR ACASO

acabamos dando mau testemunho, pois somos constante-


mente tentados a desistir e deixar que o medo, o mal humor,
o pessimismo, a covardia e o fracasso predominem. Nossa
vitória depende de como agimos no processo do desenvol-
vimento dos sonhos de Deus. Se não nos alimentarmos com
o que vem do alto, corremos o risco de abortar os nossos
sonhos, pois as bênçãos dependem da fé e da perseverança
que depositamos em Deus.
Como parecem os três “não sabes” de Deus para nós!
Como é emocionante conceber o nosso sonho ou os sonhos
de Deus para nós. Quando a bênção chega, queremos gritar
e saltar de alegria. Por outro lado, as lutas fazem parte do
nosso processo de crescimento e são extremamente impor-
tantes para o aperfeiçoamento do nosso caráter. É por isso
que quem triunfa com lutas, triunfa com glória.

80
CONCLUSÃO

M eu amado, não aborte a sua bênção. Persevere!


Deus não falou que a caminhada seria fácil, entre-
tanto, nos advertiu: “tende bom ânimo, eu venci o mundo”.
Estou contigo todos os dias, nos bons e nos maus. “Sê forte
e corajoso”. Não temas, pois vai dar tudo certo. Mesmo que
você tenha cometido erros, o Senhor é o justo juiz que ame-
niza e, muitas vezes, te livra das consequências quando você
pede perdão e se arrepende de todo o coração.
Gostou da mensagem deste livro? Ela falou ao seu cora-
ção? Quer saber como ela nasceu? Então, deixa eu te contar
como comecei a escrever livros. Sempre tive o sonho de ser
escritora e desde que me converti, desenvolvi uma paixão
pela leitura das Escrituras, de livros cristãos e a preparação
de mensagens.
Por volta do ano de 2006, eu e meu marido tivemos alguns
problemas relacionados à nossa empresa. Foram momentos

81
NADA ACONTECE POR ACASO

de intensas tribulações e dificuldades financeiras. Por conta


das circunstâncias, fomos obrigados a adiar, parcelar ou rene-
gociar todos os nossos compromissos. Parecia que os nossos
sonhos haviam acabado e evidências apontavam que seria o
nosso fim. O medo e a angústia tomaram conta de mim a
ponto de pensar que poderia morrer a qualquer momento.
Lembro-me que sentia dores por todo o corpo, além de uma
profunda dor na alma. A minha única vontade era de me es-
conder de tudo e de todos. Sentia uma vergonha sem tamanho,
chegando a pensar: “Que tipo de amor é esse que Deus nos
prova até gemermos de dor na alma?”. Cheguei a até me perder
em lugares que costumava andar com frequência. Quando a
situação chegou a esse ponto, pensei: “Acabou, perdi o controle
das coisas! Nem minhas emoções eu consigo dominar!”. Como
se não bastasse, uma de nossas empresas foi lacrada até que
conseguíssemos uma liminar para reabri-la. Embora o trans-
torno tenha durado apenas um dia, isso trouxe uma enorme
desmotivação a mim, ao meu esposo e às dezenas de funcioná-
rios que tínhamos na época.
Diante dos ventos contrários, tirei uma manhã de jejum
com algumas irmãs para levantar um clamor por nossa em-
presa e por mim. Cheguei a temer pela minha própria vida,
pois eu estava morta em pé, literalmente, sem ânimo, sem
forças, sem coragem e sem fé. Muito provavelmente você já
se sentiu assim! Então, o Senhor tomou uma daquelas mu-
lheres e me disse:
– Não questione o Meu amor por você. Não diga que per-
deu o controle de tudo, pois você nunca controlou nada!

82
ANGELA SIRINO

Sou Eu o Teu Deus e quem controlo tudo. Não me pergunte


mais quando essa prova vai acabar, apenas creia naquilo que
te falei. É bem verdade que tenho cumprido tudo e ainda
tenho algo grande para realizar. Quem te viu um dia cho-
rando, terá alegria em te ver sorrindo.
Como eu chorei naquele momento! Deus continuou me
renovando e me animando. Ele falou de coisas íntimas en-
tre nós e respondia, através daquela mulher, tudo o que lhe
perguntava em pensamento. Foi tremendo! Então, o meu
espírito se acalmou e deitei no chão. Ainda chorava muito,
pois me sentia desprotegida, envergonhada e humilhada.
Foi quando aquela inconfundível e meiga voz do Senhor me
disse dentro do coração:
– Ei filha, você está grávida de uma grande bênção. O fi-
nal é mais difícil, a dor é maior e o sono some.
E o Senhor me trouxe à mente a gestação de um dos meus
filhos. Todo o meu sofrimento com aquela gravidez passou
rapidamente em minha mente e Deus continuava minis-
trando ao meu coração:
– Lembra que você queria se esconder de tanta vergonha no
final da gravidez? E agora está tão “feia” que procura esconde-
rijo às sombras do Onipotente. Mas quando você pegar a sua
bênção, prontamente esquecerá as dores do parto. Você sorrirá
muito e mostrará a todos o seu lindo “bebê” espiritual, gerado
à custa de muitas dores. A sua bênção servirá de testemunho e
memorial para muitos. Agora levanta, mulher!
Só existem duas palavras para descrever aquele momen-
to: LINDO E INEXPLICÁVEL!

83
NADA ACONTECE POR ACASO

Saí daquele lugar parecendo que havia tomado um


energético. Entretanto, em virtude dos problemas que
passamos, nossos funcionários ficaram sem ânimo para
trabalhar, cabisbaixos e amedrontados! Então, Deus falou
ao meu coração:
– Prepare mensagens de autoajuda, que tragam ânimo e
estímulo para os funcionários. Leia uma por dia, antes que
as portas das empresas sejam abertas.
Então, comecei a escrever mensagens com ilustrações
diárias sobre autoajuda. Desenvolvi um simples livreto por
mês, cujas mensagens eram impressas e lidas diariamente
em todas as empresas do grupo. Essa atitude melhorou bas-
tante o ânimo e a motivação dos funcionários.
Alguns meses depois, fui convidada a contar o meu teste-
munho em um determinado evento. Era um chá da Adho-
nep. Enquanto eu falava, uma equipe filmava todo o teste-
munho. Iniciei minha fala com uma ilustração sobre o valor
das mulheres e a encerrei com uma daquelas mensagens
sobre autoajuda que havia colocado nos pequenos livretos.
Eu não imaginava que aquela filmagem estava sendo realiza-
da por um programa de TV local e devido àquelas mensagens
que nasceram em meio a tanta dor, fui convidada para apresen-
tar um programa de TV transmitido em nossa região. Através
daquela oportunidade, o meu nome e o da nossa empresa se-
riam veiculados sem nenhum custo de mídia.
Hoje, o programa ainda continua e sei que ele foi possível
em virtude das lindas mensagens geradas através de minhas
angústias. Algum tempo depois, apresentei um programa ní-

84
ANGELA SIRINO

vel nacional. Aquelas mensagens viraram uma série de livros,


que abriram espaço para o desenvolvimento de outras obras, as
quais se tornaram canal de bênçãos para milhares de pessoas.
Atualmente, viajo o Brasil inteiro e vários outros países minis-
trando a Palavra de Deus ao coração das pessoas, comparti-
lhando minhas experiências de vida. Deus fez o que era dor,
tempestade e vergonha se transformar em bênção!
Quero terminar esta obra com uma história que mexeu
muito comigo naquele tempo de crise.
Quando, pela primeira vez, Franklin Roosevelt foi eleito
presidente dos Estados Unidos, no ano de 1930, o país atra-
vessava a maior crise econômica de sua história. O clima era
de pessimismo, o povo não via nenhuma saída para a cri-
se. Franklin iniciou seu discurso de posse, sentado em uma
cadeira de rodas, colocando diante dos olhos da multidão
uma grande folha de papel com um ponto negro no centro.
Perguntou o Presidente:
– O que vedes em minhas mãos?

A resposta da multidão foi unânime:


– Uma folha de papel com um ponto negro no centro.

Ao que o presidente respondeu:


– É de estranhar que os vossos olhos foram atraídos ape-
nas para o ponto negro e não para o vasto campo branco ao
redor dele. É isso o que está acontecendo com o povo ameri-
cano, a quem está faltando a correta visão do potencial deste
país em crise. A crise existe, é inegável, mas assim como ve-

85
NADA ACONTECE POR ACASO

des em minhas mãos um ponto negro, rodeado de um vasto


campo branco, vos digo eu: está também em nossas mãos
o grande potencial de recursos naturais de nosso país, que
juntos vamos usá-los para transformar a América do Norte
na pátria que sonhamos.

Você percebe como a visão faz a diferença?


Existia, de fato, um ponto negro. Mas Roosevelt o via
como algo insignificante, pois sua visão foi atraída para a
imensidão da criação de Deus no território americano, que
só precisava ser bem administrada para prosperar. A visão
que possuímos depende da aparência do que vemos.
Conta-se que um fazendeiro possuía grande estima por
um cavalo “bom de marcha”. Este não comia pasto seco,
mas em uma época de estiagem, toda a pastagem secou. O
fazendeiro, receoso em perdê-lo, desenvolveu outro meio
para alimentá-lo e que deu certo. Ele mandou preparar um
óculos verde para o seu cavalo. O animal de estima, assim
equipado, via toda a pastagem verdinha e voltou a se ali-
mentar bem. Moral da história: o pasto era o mesmo, apenas
a sua visão foi alterada. Dessa forma, Jesus ensinou: “São os
olhos a lâmpada do corpo” (Mt 6.22-23).
Quantas vezes, por falta de fé em Deus, só conseguimos
enxergar o ponto negro da vida? Focamos nossos olhos ape-
nas nos problemas que atravessamos e não conseguimos
contemplar o campo branco com numerosas possibilidades
para vencer as adversidades. Seja qual for a circunstância,
para vencer é preciso seguir em frente e não desistir jamais.

86
ANGELA SIRINO

Lembre-se que: tudo podemos naquele que nos fortalece (Fp


4.13). “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente
no tempo de angústia” (Sl 46.1-3). Adote o perfil de vencedor e
JAMAIS SE DÊ POR VENCIDO! NÃO DESISTA e não deixe
que a dúvida, as tempestades e as circunstâncias desfavoráveis
“abortem” a sua vitória. Ela chegará, ela nascerá!
Tenha a certeza, proveniente da FÉ em DEUS, que a mal-
dição que vem sobre o justo será revertida em bênçãos, e
que Ele, após a tempestade nos dará além da bonança, DU-
PLA HONRA. QUEM VENCE COM LUTAS, TRIUNFA
COM MAIS GLÓRIA.

 EVANTE, NÃO DESISTA! TUDO VAI DAR


L
CERTO
Se você estiver passando por lutas, levante e grite bem alto:
Glória a Deus... Estou gerando bênçãos! Não desanime e tenha
fé, pois a qualquer momento a vitória nascerá. Tenha a certeza
de que nada passará da hora. O Senhor nunca se atrasa.
Lembre-se que o covarde nunca tenta, o fracassado nunca ter-
mina o que se propõe a fazer e o vencedor “nunca desiste” dos
seus sonhos. Crises, lutas e problemas são indícios de uma gra-
videz de bênçãos. Estamos gerando os sonhos de Deus para nós!
Se permanecermos n’Ele, o nosso sucesso é garantido!
Pois “somos mais do que vencedores por meio d’Aquele que
nos amou” (Rm 8.37).
Nós não “sabemos” qual a força do vento, nem como se
forma um bebê em uma mulher grávida e muito menos
quais os planos de Deus. Mas sabemos de algumas coisas
maravilhosas ao Seu respeito, que são:

87
NADA ACONTECE POR ACASO

• O Seu caráter é Santo;

• A Sua verdade é absoluta;

• A Sua força é ilimitada;

• A Sua disciplina é justa;

• A montanha na qual reside o Seu conhecimento não


tem pico;

• O oceano do Seu amor não possui margens;

• O tecido de Sua fidelidade não possui rasgos;

• A rocha da Sua palavra não tem rachaduras;

• A Sua paciência nos surpreende;

• A Sua beleza nos fascina e o Seu amor nos comove;

• As Suas provisões são abundantes para nossas neces-


sidades;

• A Sua luz é adequada para o nosso caminho;

• A Sua graça é suficiente para os nossos pecados;

• OS SEUS PLANOS PARA NÓS SÃO PERFEITOS;

88
ANGELA SIRINO

• Ele nunca chega adiantado, mas nunca chega atrasado;

• Ele chama as estrelas pelo nome;

• Ele dá ordem aos ventos;

• Ele forma uma criança no ventre de uma mãe;

• E ainda que “não saibamos” quão grandes são Seus


planos para nós, Ele tem projetos maravilhosos para
a nossa história!

(Adaptado e extraído do livro Na jornada com Cristo,


Max Lucado)

VAMOS ORAR?
Querido Deus, obrigado pelos momentos difíceis que te-
nho atravessado na vida. Ensina-me a ter fé e a confiar nos
Teus propósitos para mim. Oro para que essa fé me faça crer
no impossível, mesmo “não sabendo” de que forma o meu
milagre chegará.
Não me deixe olhar para a força dos ventos contrários que
sopram sobre minha vida e nem dar importância para os
sintomas que tentam abortar os meus sonhos. Mas eu Te
peço, enche-me da Tua presença que me faz crer no impos-
sível. Em nome de Jesus. Amém.

89
PARTE 3
M uitos problemas pelos quais passamos são opor-
tunidades de Deus para nos abençoar e nos trazer
crescimento. Costumo dizer que Deus, muitas vezes, nos dá
presentes maravilhosos, mas empacotados em embrulhos
feios. A Bíblia está repleta de histórias envolvendo milagres
fabulosos! Muitas delas consideradas sem saída ou aparen-
tes fracassos que jamais poderiam ser resolvidos, mas que
“de repente” tomaram outro rumo.
Gosto muito da história do milagre operado na vida da
viúva de Suném. Essa história nos traz diversos ensinamen-
tos importantes. Após observarmos detalhadamente esse
trecho bíblico, além de edificarmos nossa fé, aprenderemos
a confiar no socorro divino e tiraremos lições acerca “dos
tesouros de Deus escondidos em meio às adversidades”. Ve-
remos também que mesmo quando as circunstâncias não

93
NADA ACONTECE POR ACASO

forem favoráveis para que aconteça um milagre, ainda assim


as maravilhas de Deus se revelarão extraordinárias.
Você já viveu ou está vivendo algum momento no qual
parece que tudo está sem saída? Momentos nos quais você
acha que está no fundo do poço e não acredita em mais
nada? Aqueles dias em que parece que você está no seu li-
mite de suportar alguma dor, problema ou sofrimento? Ou,
ainda, dias em que parece que Deus nos abandonou ou que
já não ouve mais nossas orações? Afirmo com toda certeza
que já vivi esses dias!
No entanto, esse é o momento perfeito para Deus para
agir! Nessas horas, geralmente, nascem os maiores vence-
dores. É por esse motivo que Deus gosta tanto de nos con-
frontar com o que julgamos impossível. Quanto mais difícil
é a nossa situação, melhores e maiores são os milagres rea-
lizados por Deus.
“O sofrimento não é o fim, mas um novo começo para to-
dos os que creem que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus”. Se, de repente, alguma situação
em sua vida queira te fazer desistir, lembre-se que: “grandes
bênçãos vem disfarçadas de grandes problemas. No entanto,
existem tesouros escondidos nas adversidades”.
Encontre-os!

94
SUA ATITUDE DE FÉ
DIANTE DA CRISE
DETERMINA A SUA VITÓRIA

V ocê já viveu momentos em que problemas te cerca-


ram por todos os lados? Nessas horas, parece que
perdemos nossas forças e até a vontade de orar, pois não ve-
mos saída para a situação. Entretanto, gosto muito de uma
história relatada no livro de 2 Reis 4.1-7:
“E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas cla-
mou a Eliseu dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu
sabes que o teu servo temia ao SENHOR; e veio o credor a
levar-me os meus dois filhos para serem escravos. E Eliseu
lhe disse: Que hei eu de fazer? Declara-me que é o que tens
em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, se-
não uma botija de azeite. Então, disse ele: Vai, pede para
ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios,
não poucos. Então, entra e fecha a porta sobre ti e sobre
teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à

95
NADA ACONTECE POR ACASO

parte o que estiver cheio. Partiu, pois, dele e fechou a porta


sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela
os enchia. E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse
a seu filho: Traze-me ainda um vaso. Porém, ele lhe disse:
Não há mais vaso nenhum. Então, o azeite parou. Então,
veio ela e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai,
vende o azeite e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei
do resto.”
Certo dia, alguém falou que “nunca houve avivamento
em tempos de prosperidade”. Levando essa afirmação em
consideração, observamos que é menos provável que a un-
ção de Deus venha naturalmente sobre as nossas vidas sem
que sejamos espremidos, amassados e quebrados.
Os problemas que aquela mulher viúva atravessava fo-
ram causados por outra pessoa. A Palavra do Senhor diz
que “ela tinha débitos herdados de seu marido” (2 Rs 4.1).
Talvez essa seja a sua situação, os problemas podem não
ter sido causados por você, mas agora estão sob a sua res-
ponsabilidade. Saiba que Deus nunca permite que tenha-
mos cargas que não podemos carregar. Assim, a maneira
que Deus usa para espremer a oliveira e produzir azeite
é determinada por Ele mesmo, e não somos nós quem
escolhemos o que passar na vida.
Na frase “nunca houve avivamento em tempos de
prosperidade” encontramos uma grande verdade. O Se-
nhor tirou o Seu povo do Egito quando não havia mais
esperanças. Da mesma forma, ressuscitou Lázaro quan-

96
ANGELA SIRINO

do sua carne já estava em decomposição. Com isso, con-


cluímos que Deus opera maravilhas em circunstâncias
desfavoráveis. Aquela mulher também se encontrava
em uma situação difícil, ela atravessava não apenas uma
crise, mas três.

1. Luto em família
“E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas cla-
mou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu
sabes que o teu servo temia ao Senhor...”
Ainda hoje, existem mulheres casadas que dependem dos
maridos. Porém, naquela época, isso era quase uma una-
nimidade. Constantemente, sentiam medo de ficarem so-
zinhas, incerteza em quem manteria a casa e a tristeza de
saber que seus filhos seriam criados sem a presença paterna.
Como seria o seu amanhã? Essas são as maiores angústias
que assolavam a mente de uma mulher que acabou de se
tornar viúva.
O seu marido andava com Eliseu, o profeta. Apesar de ela
conviver diariamente com milagres, tudo indica que ela não
esperava que acontecesse um em sua vida. Em meio à situa-
ção, aquela mulher simplesmente desejava a morte.
Quantas vezes nos encontramos em condições de extre-
mo desespero, nas quais não conseguimos sequer ouvir a
voz de Jesus dizendo: “Não te tenho dito que, se creres, verás
a glória de Deus?” (Jo 11.40).

97
NADA ACONTECE POR ACASO

2. Risco de escravidão
“...e veio o credor a levar-me os meus dois filhos para se-
rem servos.”
Outro sério problema se apresentou àquela mulher.
Além de perder o marido, ela corria o risco de perder os
seus filhos. Eles serviriam como parte do pagamento das
dívidas contraídas pelo esposo. Naquela época, os filhos
eram considerados bens transferíveis, a garantia que os
credores receberiam o dinheiro emprestado. Assim, os
filhos poderiam pagar a dívida deixada pelo pai através
do trabalho.
Mas e aquela mulher? Como ela viveria sem os filhos?
Quem lhe faria companhia, quem sustentaria a casa? Por ou-
tro lado, a dívida em si já se torna uma escravidão quando
ultrapassa limites ou quando acontecem imprevistos.
Vejamos alguns exemplos de dívidas: agiotagem, dívidas
envolvendo cartões de crédito, dívidas de gratidão, dívidas
relacionadas à sinceridade e dívidas que brotarão por causa
de sentimentos de decepção ou falta de perdão. Contrair dí-
vidas é a pior coisa do mundo, independentemente da natu-
reza. Quantas vezes nós estamos presos ou escravizados por
algum problema ou necessidade desse tipo?
Reflita: você tem alguma dívida a ser paga? De qual na-
tureza?

3. Escassez
“Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua
serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite.”

98
ANGELA SIRINO

Como nosso coração fica apertado em uma situação


como essa! Nossos olhos criam escamas e não consegui-
mos ver uma luz no fim do túnel. Quando vemos nossa
despensa vazia, nossa conta bancária no vermelho e a fal-
ta de dinheiro para pagar as contas básicas da casa bate
um imenso desespero.
Uma das situações mais difíceis de vivenciar é a escassez
de alimento. Lembro-me quando atravessamos uma grave
crise financeira. Nós morávamos muito bem e tínhamos
bons carros, porém, entramos em um processo muito difí-
cil envolvendo dívidas. Na tentativa de honrá-las, buscamos
vender nossa casa, contudo não conseguíamos. Certo dia,
deparei-me com meus filhos pedindo suco e bolacha, mas
eu não tinha a menor possibilidade de comprar. Como isso
doía em mim! Vasculhava todas as gavetas da casa procu-
rando uma moeda para completar o dinheiro do pão para
o lanche ou um pacote de arroz para o jantar. É muito difí-
cil você ir à sua despensa, olhar os armários ver que faltam
mantimentos para os seus filhos.
Imagine só a situação daquela mulher viúva. Ela tinha de
lidar com muitas crises ao mesmo tempo. O que verdadeira-
mente ela precisava era de um milagre e urgentemente! Os
seus problemas eram tão sérios que gerariam feridas em sua
alma. Talvez ela estivesse travando uma luta interior, alimen-
tando uma amargura relacionada ao marido que, apesar de
morto, a deixou cheias de dívidas e ainda com o risco de per-
der os filhos. Talvez ela estivesse decepcionada com o Senhor,

99
NADA ACONTECE POR ACASO

afinal seu marido era “servo do profeta e servia fielmente a


Deus”. Por que, então, Deus permitiria algo tão difícil para
que ela e os filhos passassem? Seu marido trabalhava 100%
à serviço do Reino de Deus. Que bonificação ela estava rece-
bendo? Crises? Onde se cumpriria, em sua vida, aquele versí-
culo: “Então vereis a diferença entre o justo e o perverso, entre
o que serve a Deus, e o que não o serve” (Ml 3.18)?
Será que você já passou ou está passando por momentos
assim? Existem circunstâncias que nos trazem tantos pro-
blemas que geram profundas feridas em nossa alma. Fica-
mos decepcionados com o cônjuge, com os filhos, com os
amigos, com as pessoas que nos apedrejaram, com alguém
que nos rejeitou, com a vida ou com o próprio Deus. Muitas
vezes entramos em um processo de tristeza, angústia e de-
pressão. Parece que não compensa servir a Deus e ser fiel a
Ele. Olhamos ao nosso redor, e a vida de todos aparenta ser
melhor que a nossa, e então, achamos que Deus esqueceu de
nós e está nos castigando.
Já passei por isso. Diversas vezes, expus uma lista de coi-
sas boas que fazia para Deus, dizendo a Ele que não merecia
passar por tudo aquilo. Lembro-me de um dia, no qual es-
tava trancada em meu escritório, sentada no chão, no canto
da sala, e como criança desesperada, esbravejei:
– Deus, olha aqui! Eu te conheci aos 17 anos de idade e
nunca me afastei de Ti. Não me prostituí, me casei com a
pessoa certa, o poder e a fama não me corromperam, não
ando por aí roubando, mentindo ou pecando. Pelo contrá-

100
ANGELA SIRINO

rio, sou fiel a Ti, falo do Senhor para todo cliente que en-
tra nessa empresa, oro todos os dias, faço jejum, sou fiel ao
meu esposo, ensino os Seus caminhos aos meus filhos, vou
à igreja regularmente...
Enfim, era uma lista interminável! E então, conclui minha
PRÓPRIA JUSTIÇA:
– Me desculpe, mas eu não mereço tudo isso!
Naquele momento, entre lágrimas e decepcionadíssima
com Deus, pude sentir sua presença misericordiosa naquela
sala, e então, Ele começou a falar docemente:
– Sua justiça, para mim, é como trapo de imundícia.
Todas as nossas justiças são “como trapo da imundícia”
(Is 64.6). Tudo o que podemos fazer está contaminado pelo
pecado. Somos justificados e só valemos algo, porque Deus
olha para nós e vê o sacrifício de Jesus na cruz.
Deus, naquele momento, me fez enxergar que as minhas
obras estavam recheadas de erros, de pequenas mentiras, de
algumas inverdades, de muitos interesses próprios e de mui-
tas glórias e ego humano. Ele me desnudou diante de falhas
tão grandes que eu mesma desconhecia, e percebi que a Sua
misericórdia permanecia infinita.
De repente, minha mente foi bombardeada como se uma
metralhadora de versículos bíblicos estivesse sendo dispara-
da contra mim, o que me diminuía cada vez mais e me fazia
entender que ELE PRODUZ A FERIDA, NO ENTANTO,
ELE MESMO CURA.

101
NADA ACONTECE POR ACASO

• “Para onde iremos se só Ele tem palavras de vida eter-


na?” (Jo 6.68b);

• “Bem-aventurados sois vós, quando passardes por tri-


bulação, pois ela produz perseverança” (Tg 1.2);

• “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação,


ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez,
ou o perigo, ou a espada?” (Rm 8.35);

• “Tanto sei estar humilhado como também ser honrado;


de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experi-
ência, tanto de fartura como de fome; assim de abun-
dância como de escassez; tudo posso naquele que me
fortalece” (Fp 4.11b-13);

• “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte,


não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua
vara e o teu cajado me consolam” (Sl 23.4).

Percebi que Deus estava moldando o meu caráter basea-


do no de Cristo e através das tribulações. Você já leu aquela
mensagem sobre as respostas para nossas orações?

“Oramos pedindo vitórias, e Ele permite lutas para que


alcancemos vitória. Oramos pedindo paciência, e Deus
nos proporciona situações em que nossa paciência é de-

102
ANGELA SIRINO

senvolvida e aperfeiçoada. Oramos por domínio próprio,


e as pessoas começam a provar nossa perseverança. Ora-
mos pedindo fé, e passamos a precisar de milagres. Ora-
mos pedindo amor, e pessoas difíceis de convivência pas-
sam a fazer parte de nossa vida, nos ensinando a suportar
uns aos outros em amor. Oramos pedindo que Deus nos
ensine a perdoar, e pessoas nos ferem para exercitarmos
o perdão.”
O que quero dizer é que as lutas, crises e tempestades vêm
para nos tornar mais parecidos com Jesus. Os problemas
podem ser ferramentas para uma nova etapa de bênçãos de
Deus para nós. Todos os homens que marcaram história,
tanto na Bíblia Sagrada como na História da Humanidade,
foram pessoas que “superaram momentos difíceis”.

103
CONSCIENTIZAÇÃO

O grande problema do ser humano é que ele nunca


está satisfeito. Muitas vezes esquecemos de onde sa-
ímos, do que Deus já fez em nossas vidas e não percebemos
que, apesar das dificuldades, existem pessoas em situações
piores do que as que passamos. Por falta de sabedoria, fre-
quentemente nos colocamos em situações ruins. Às vezes
em lutas financeiras, outras vezes em problemas com ami-
gos ou até mesmo geramos tristeza em nós mesmos pela au-
sência de Deus em nossas vidas.
Apesar das crises diárias que atravessamos, temos a liber-
dade para sonhar e desejar o melhor desta Terra, pois isso
é promessa de Deus para o seu povo. Porém, devemos se-
guir o exemplo de Paulo: “Tanto sei estar humilhado como
também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias,
já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim
de abundância como de escassez; tudo posso naquele que

105
NADA ACONTECE POR ACASO

me fortalece” (Fp 4.11b-13). Devemos ter a consciência de


que Deus cuida de nós e, mesmo que passemos pelo vale
da sombra da morte, Ele está conosco. O Seu objetivo é nos
tornar fortes e corajosos, sem temer mal algum. Assim, esta-
remos preparados para receber vitórias e nos alegrar diante
dos Seus milagres.
Em contrapartida, precisamos entender que a vida não
é fácil para ninguém. Muitas vezes, nos encontramos em
montes de felicidade, outras em vales de angústia. Uma hora
estamos sorrindo, mas mais adiante chorando. Independen-
temente da nossa posição ou situação social e econômica,
cada um de nós temos problemas. Se não fosse assim, nós
não desejaríamos o Céu. Imagine só uma vida repleta de
alegria, sucesso e realizações? Problemas fazem parte da
vida, mas não podemos deixar que eles nos façam esquecer
que tudo está no controle de Deus e que todas as coisas co-
operam para o nosso bem!
Quantas vezes ficamos tão desesperados diante dos pro-
blemas que passamos a acreditar que até o pouco que temos
não vale nada? A resposta da mulher viúva foi: “Não tenho
nada em casa”.
Lembro-me que, em um determinado dia, meu marido
recebeu um amigo para conversar. Nós conhecíamos bem
a sua história, e ao fazer uma retrospectiva, ele contou que
quando se casou, não tinha dinheiro nem para comprar leite
para as filhas. Quando toda a comida da casa acabava, sua
esposa passava a tarde com as crianças no quintal, comendo
goiaba e outras frutinhas que lá havia. Talvez ela pensasse

106
ANGELA SIRINO

como aquela viúva: “não tenho nada em casa, senão um pé


de goiaba”. Mas que bênção! Ainda tinha um pé de goiaba
para matar a fome até que chegasse a providência de Deus
para os seus celeiros.
Então, aquele homem prosseguiu a sua história, dizendo
o quanto se encontrava em dificuldade financeira. Naquele
momento, suas dívidas estavam em torno de 18 mil reais e
demoraria cerca de quatro meses de trabalho para saná-las.
No entanto, ele estava muito irritado com a sua situação e
não media esforços em culpar o Senhor por não o ajudar a
resolver imediatamente o seu problema.
Então, meu marido ponderou algo muito interessante.
Ele trouxe à memória daquele amigo o pé de goiaba e a
caixa de leite tão desejada pelas suas filhas na infância, e
o perguntou: “Você prefere estar em dificuldade e preci-
sando de dez reais para comprar o leite das suas filhas ou
precisando de 18 mil reais para pagar as suas contas? Em
qual época da sua vida, mesmo considerando as dificulda-
des, você viveu melhor? É melhor estar apertado para pa-
gar muito, tendo a capacidade de liquidar as dívidas com o
tempo, ou apertado para pagar pouco sem ter a possibili-
dade de fazer? Lembre-se que, apesar de toda dificuldade,
Deus colocou e pode colocar em suas mãos a capacidade
para resolver seus problemas”.

107
O QUE VOCÊ TEM
EM CASA?

T emos a tendência de falar frases que mais parecem


desculpas, as mais comuns são:

- “Ah, se eu tivesse a oportunidade de subir de cargo na


empresa. Eu faria o melhor possível.”
- “Ah se eu encontrasse alguém que me desse uma chance
de trabalho. Eu seria fiel até a morte.”
- “Ah, se eu cantasse bonito. Eu faria grandes coisas para
Deus”.
- “Ah, se eu tivesse o dom de pregar. Trabalharia para
Deus e pregaria pelo mundo inteiro.”
- “Ah, se eu tivesse um carro. Aí sim, eu seria útil para
todos”.
- “Ah, se meu marido (esposa) fosse como fulano. Meu
casamento seria diferente.”

109
NADA ACONTECE POR ACASO

Tenho certeza que para todas essas afirmações, Deus


te faria a mesma pergunta: “O que você tem em sua casa?
Nada?”. A esposa do amigo do meu marido possuía um pé
de goiaba, porém, a viúva da história de Eliseu não tinha
nada em casa. Mas espera aí! De repente, ela lembrou que
tinha ainda um “pouquinho de azeite.” Mas qual seria a ser-
ventia de um pouquinho de azeite?

O milagre é feito com aquilo que você tem em casa!


Quando Moisés foi designado para livrar o Seu povo
da escravidão, quais foram os seus argumentos? “Quem
sou eu, para eles acreditarem? Meu nome não é conhe-
cido, não darão crédito a mim! Eles não ouvirão a mi-
nha voz! Não sou eloquente, não sou um bom orador!”
Os argumentos de Moisés se baseavam em algo que ele
achava que não tinha. E o que Deus perguntou a Moisés?
“E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele dis-
se: Uma vara” (Êx 4.2). Talvez Moisés tenha dito a Deus:
“Viu, Senhor, eu tenho apenas uma vara, e mais nada. O
que é isso perante o poderoso Faraó do Egito? Se eu ain-
da tivesse um poderoso exército, mas uma vara! De nada
me serve.” O que fez com que a sede do povo de Israel
fosse saciada no deserto? A vara que feriu a rocha. O Mar
Vermelho foi aberto a partir de qual instante? A partir do
momento em que a vara foi estendida.
Uma vara poderia representar “NADA” aos olhos de Moisés,
mas para Deus era o suficiente para a realização de um milagre.

110
ANGELA SIRINO

E você, amado(a), que agora lê este livro, “o que você tem


em casa?”. Lembre-se que Deus começa a resolver seus pro-
blemas a partir daquilo que você tem! Quantas vezes fica-
mos desesperados e passamos a acreditar que até o pouco
que temos de nada vale? A resposta da mulher viúva foi:
“Não tenho nada em casa, senão um pouquinho de azeite”.
Talvez ela quisesse dizer: “Eliseu, você precisa me levar pelo
menos alimento, na minha casa não tem mais nada para co-
mer, a não ser um pouquinho de azeite”. O fato é que aquela
mulher não esperava um milagre, apenas mostrava o que
restava em seu armário.
É interessante como Deus gosta de trabalhar em mo-
mentos de escassez. Um dos discípulos de Jesus falou:
“Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e
dois peixinhos. Mas o que é isso para tantos?” (Jo 6.9).
NADA!!! No entanto, Jesus pegou, o que simbolizava
nada diante de uma multidão e, com cinco pães e dois
peixes, alimentou milhares de pessoas.
A diferença de atitude está em como enxergamos os fatos
que acontecem em nossa vida. Nossos olhos são espirituais
ou naturais? Pequenas atitudes, muitas vezes, fazem uma
grande diferença.
Moisés só tinha uma vara nas mãos e, com ela, fez
grandes milagres no Egito. “Toma, pois, esta vara na tua
mão, com que farás os sinais” (Êx 4.17). A viúva de Sa-
repta tinha apenas um pouco de azeite e um punhado
de farinha. “Porém ela disse: Como vive o SENHOR teu

111
NADA ACONTECE POR ACASO

Deus, que nem um bolo tenho, senão somente um pu-


nhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite
numa botija; e vês aqui apanhei dois cavacos, e vou pre-
pará-lo para mim e para o meu filho, para que o coma-
mos, e morramos” (1 Rs 17.12). Da mesma forma, Davi
só tinha uma funda e cinco seixos, pedrinhas: “E tomou
o seu cajado na mão, e escolheu para si cinco seixos do ri-
beiro, e pô-los no alforje de pastor, que trazia, a saber, no
surrão, e lançou mão da sua funda; e foi aproximando-se
do filisteu” (1 Sm 17.40).
O que você tem em suas mãos? Não menospreze o
que Deus te deu. Não menospreze o pequeno início, a
pequena casa, a bicicleta, moto ou o seu trabalho secu-
lar e/ou na igreja. Foi em um pequeno estábulo e uma
humilde manjedoura onde nasceu o maior homem da
história. Através de um pequeno grupo de 12 homens,
o Senhor deu início à transformação do mundo. E com
um pouquinho de azeite, Deus realizou um grande mi-
lagre na vida daquela viúva. Por isso, não se preocu-
pe se o que você tem nas mãos aparenta não ter valor!
Descanse, pois a sua vida está nas mãos de Deus. Ele é
especialista em fazer milagres do nada, do que é insig-
nificante e impossível.
O Senhor não se preocupa com o curso natural das
circunstâncias. Aliás, Ele tem prazer quando elas se tor-
nam difíceis. Quando tudo parecia sem saída, o Senhor
abriu o Mar Vermelho para abençoar Israel e, ao mes-

112
ANGELA SIRINO

mo tempo, aniquilar os seus inimigos. Talvez você esteja


passando por problemas de difícil solução ou que seja
urgente a realização de um milagre divino. Você acre-
dita que o Senhor pode transformar a sua escassez em
abundância e o seu fracasso em vitória, assim como fez
na vida daquela viúva?
A seguir, observaremos os pontos mais importantes e que
trouxeram vitória para a vida daquela mulher.

113
MILAGRES PODEM
ACONTECER DO NADA

“Tua serva não tem nada, senão um pouco de azeite!”

Ela ainda tinha um pouquinho de azeite. Aquela viúva


conhecia os milagres que Deus já havia operado através de
Eliseu, afinal de contas, seu marido era o seu discípulo. Tal-
vez ela se sentisse pequena ou incapaz de receber algum mi-
lagre, o que fica bem claro quando ela diz: “Tua serva não
tem nada, senão um pouquinho de azeite”. A palavra “senão”
também significa que ela tinha outra opção, evidenciando
que ela ainda possuía um pouco de esperança ou de fé.
Existem momentos em que precisamos de um milagre.
Na vida, passamos por vários problemas, mas há aqueles tão
difíceis de resolver que chegamos a achar ser impossível su-
perá-los. Mesmo quando não aguentamos mais as lutas, o
nosso “senão” aparece, ainda que expresso por um restinho
de esperança ou fé que guardamos em nosso coração.

115
NADA ACONTECE POR ACASO

É extremamente importante que tragamos à memória


aquilo que nos dá esperança. Ao lembrarmos de outras vi-
tórias que pareciam ser impossíveis, teremos a certeza de
que Deus nunca nos desamparará. “Porque Eu, o SENHOR
Teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: não temas,
eu te ajudo” (Is 41.13).
A viúva de Suném não tinha mais forças e nem saída para
resolver as suas crises. Porém, ela apresentou ao profeta o
último fio de esperança que tinha: “senão um pouquinho de
azeite!”. E você, o que tem apresentado a Deus?
Saiba que você ainda possui um pouquinho de azeite.
Nem que seja a última gota de disposição e fé para que o
Senhor realize o milagre e mostre a todos que Ele nunca
desampara o justo!

Ela começou a agir com o que tinha


“Então, disse ele: Vai, pede para ti vasos emprestados a to-
dos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos. Então, entra,
e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em
todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio.”
Aparentemente, aquela proposta do profeta Eliseu era
irracional, uma ideia maluca. Imagine só, a mulher tinha
acabado de enterrar o marido, recebeu a visita dos co-
bradores, e com certeza, a vizinhança toda já estava a par
da situação. As fofocas já deveriam estar correndo por
toda a localidade. Como se não bastasse, o profeta manda
que ela vá à casa dos vizinhos pedir vasilhas emprestadas!
Muitas vasilhas! Imagine ela chegando à casa dos vizi-

116
ANGELA SIRINO

nhos pedindo vasilhas, sabe-se lá para quê. Quem está


endividada e acabou de perder o marido não iria dar uma
festa! Será que achariam que ela estava enlouquecendo
diante de tanta luta? Acredito que sim.
Perceba ainda que o profeta ordenou que ela pedisse
muitas vasilhas vazias. Agora, imagine outra cena, o filho
de uma recém-viúva bate à sua porta, pedindo: “O se-
nhor poderia nos emprestar várias vasilhas? Na verdade,
eu preciso daquelas maiores, de preferência as utilizadas
para fazer comidas em festas. Se possível também, aque-
la caixa d’água vazia que o senhor tem no fundo do seu
quintal e as vasilhas de plástico que colocam roupas. Se
tiver mais alguma outra, pode trazer. Quanto mais, me-
lhor!”. E assim vai o filho, de casa em casa, pedindo as
mesmas coisas. Acho que se fôssemos seus vizinhos, po-
deríamos até pensar que ela estaria enlouquecendo jun-
tamente com os filhos.
Como encher várias vasilhas de uma botija com ape-
nas um pouquinho de azeite? Existe um lindo mistério de
Deus nessa situação. Vasilhas emprestadas e vazias não
pagam débitos, assim como uma botija com pouquíssimo
azeite, não enche vasilhas vazias. Aquela mulher sabia
que obedecer era melhor do que questionar. Ela conhecia
sobre milagres.

117
GRANDEZAS DE
UM MILAGRE

A grandeza de um milagre vai muito além daquilo


que imaginamos. Mas por que o milagre da viúva
de Suném era considerado tão especial? Ele poderia ser pro-
veniente de outro meio, ao invés do azeite. Porém, aí está o
ponto chave da questão: o azeite era extraído das azeitonas
e, naquela época, possuía várias utilidades:

1. Era utilizado na alimentação;

“Porém ela respondeu: Tão certo como vive o SENHOR, teu


Deus, nada tenho cozido; há somente um punhado de farinha
numa panela e um pouco de azeite numa botija; e, vês aqui,
apanhei dois cavacos e vou preparar esse resto de comida para
mim e para o meu filho; comê-lo-emos e morreremos”
(1 Rs 17.12)

119
NADA ACONTECE POR ACASO

2. Era utilizado na cicatrização de ferimentos;

“E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes


azeite e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal,
levou-o para uma hospedaria e tratou dele”
(Lc 10.34)

3. Era utilizado como cosmético;

“O vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe


dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças”
(Sl 104.15)

4. Era utilizado como combustível para iluminação;

“No entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram


azeite nas vasilhas”
(Mt 25.4)

5. Era utilizado para a unção.


Porém, o azeite da unção tinha qualidades especiais e de-
finidas por Deus. “Disse mais o Senhor a Moisés: Tu, pois,
toma das mais excelentes especiarias: de mirra fluida qui-
nhentos siclos, de cinamomo odoroso a metade, a saber... Dis-
to farás o óleo sagrado para a unção, o perfume composto

120
ANGELA SIRINO

segundo a arte do perfumista; este será o óleo sagrado da un-


ção” (Êx 30.22-25).
O Senhor ordenou a Moisés que providenciasse cerca de
seis quilos de mirra virgem e três quilos de cinamomo aro-
mático. A mirra e o cinamomo são árvores, cujas resinas (ou
óleos) exalam aromas agradáveis. Com isso, entendemos
que a produção do óleo da unção possui caminhos especifi-
camente definidos.
A mirra virgem era um dos componentes solicitados para
a fabricação do óleo da unção. Entretanto, a forma como
ela era obtida me chamou muito a atenção. Para extrair a
sua resina, era necessário aplicar golpes no caule da árvore.
Assim, entendemos que os golpes eram feridas provocadas
na árvore, por onde a resina saía.
Quantas vezes somos ou fomos feridos pelos golpes da
vida, de ingratidão, falta de amor, lutas financeiras ou en-
fermidades que ferem a nossa alma, mas ao final, exalam
algo diferente de nós? Essas são experiências marcantes, se-
melhantes ao processo de retirada da seiva de uma árvore
golpeada e que trazem a unção de Deus sobre nós.
O outro componente solicitado era o cinamomo aromá-
tico. Uma das características dessa árvore é a existência de
flores pequenas e aromáticas. Muitas vezes, coisas pequenas
e insignificantes são necessárias para gerar em nós humil-

121
NADA ACONTECE POR ACASO

dade, amor e compaixão, as quais sumarizam o aroma, o


perfume de Cristo em nossa vida.
O Senhor é quem sabe a fórmula exata para produzir o
azeite em nossas vidas. Quando somos feridos pelas crises
da vida, aprendemos a perdoar, a amar, a ter domínio pró-
prio, a ter fé, paciência e humildade, a fim de que desenvol-
vamos um caráter semelhante ao de Cristo.
Seja qual for a sua dor, luta ou experiência, entenda que
esses são os caminhos definidos pelo Senhor para escrever
lindas histórias em sua vida. Ele sabe exatamente a fórmula
correta para produzir o azeite da unção em você. Através
da unção, diversas pessoas eram separadas para serem reis,
profetas e sacerdotes. Da mesma forma, Deus tem um cha-
mado específico para cada um de nós. Mas para ser dife-
rente, fazer a diferença e ser realmente usado pelo poder de
Deus, é necessário ter unção!
O próprio rei Davi recebeu de Deus o dom e unção para
governar uma nação, liderá-la, adquirir riquezas e vencer as
grandes guerras. No entanto, ele teve um caminho de lutas,
provações e perseguições. Houveram dias, nos quais Davi
estava a um passo da morte. Quantas vezes ele pensou que
não veria o Sol novamente? Quantas vezes, angustiadamen-
te, orou ao Senhor, suplicando um milagre? Basta ler o livro
de Salmos, e você observará conflitos muito parecidos pelos
quais passamos em momentos de crise.

122
ANGELA SIRINO

Qual é o seu chamado? Seja ele qual for, sempre será ne-
cessário ser ungido por Deus, e toda unção precisa de um
preparo para ser liberada.
Aquela mulher tinha algo precioso em casa. Com certeza,
o azeite que ainda restava, deveria ser muito especial. O que
faltava era apenas apresentá-lo a Deus para que fosse multi-
plicado. O milagre está em sua casa. Ele começa a acontecer
quando você apresenta a sua vida, seus filhos e os seus bens
ao Senhor. Assim, Ele encontrará o caminho para entregar a
bênção que você tanto precisa.

123
SUA ATITUDE DE FÉ
DIANTE DA CRISE
DETERMINA A SUA
VITÓRIA

“Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus


filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia.”

Aquela mulher viúva teve uma atitude de fé, ainda que


parecesse loucura. Se ela permanecesse em casa apenas la-
mentando e murmurando, seus filhos teriam sidos levados
para a escravidão e ela, provavelmente, teria morrido de
fome, tristeza, solidão e depressão. Lamentar e murmurar
só nos traz mais dificuldades e rejeição, até mesmo por
parte de Deus, que desaprova tal atitude. O murmurador
afasta as pessoas que vivem ao seu redor, pois ninguém
suporta conviver com alguém que só sabe reclamar.
O que proporcionou o milagre do azeite foi a ação da
mulher viúva e de seus dois filhos. Todo milagre começa
com uma ação. Os dez leprosos foram à Cristo buscar uma
solução para o seu problema de saúde (Lc 17.12). O para-

125
NADA ACONTECE POR ACASO

lítico foi descido pelo telhado até os pés de Jesus, pois ele
ouviu falar das maravilhas que Cristo realizava (Mc 2.1-
4). O homem da mão ressequida a estendeu para Jesus em
busca de solução (Mc 3.1-5). A mulher do fluxo de sangue
tocou as vestes de Jesus, mesmo em meio à uma multidão,
a fim de ser curada (Mc 5.25-29). Através desses exemplos,
temos a confirmação de que os milagres começam a partir
de uma ação.
Faça o que Deus te ordenou, creia naquilo que Ele prome-
teu e então acontecerá uma reviravolta em sua vida, a qual-
quer momento. A maior ação para que o milagre aconteça é
estarmos em comunhão com Deus, andando em fidelidade,
buscando a Sua presença e nos colocando à Sua disposição
para obedecer a Sua vontade.

Aquela viúva prosseguiu com fé

“E sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu


filho: Traze-me ainda um vaso. Porém, ele lhe disse: Não há
mais vaso nenhum. Então, o azeite parou.”

A viúva creu na palavra do “homem de Deus” e sua fé foi


fortalecida através do milagre. “Traze-me ainda um vaso”.
Sua fé era tão grande, ela não duvidava mais da autossufici-
ência de Deus em suprir a sua necessidade.
Enquanto Jó passava por tribulações, ele falou uma fra-
se muito significante, que particularmente, serviram muito
durante as crises que passei. Jó disse as seguintes palavras:

126
ANGELA SIRINO

“Eu te conhecia de ouvir falar, mas agora os meus olhos te


veem” (Jó 42.5). Em outras palavras, Jó quis dizer que co-
nhecia Deus apenas por ouvir sobre as suas realizações, mas
agora, depois das lutas terem gerado uma estreita comu-
nhão entre ele e Deus, Jó passou a ver o Senhor através de
Seus milagres poderosos.
Hoje em dia, existem diversas denominações que estão
cheias de pessoas que conhecem o Senhor apenas de ouvir
aquilo que o pastor, o pregador, os levitas ou outros dizem
ao Seu respeito. Essas pessoas são batizadas e estão no ca-
minho da salvação, mas não possuem experiências com o
próprio Deus. Elas não conhecem a dimensão do Seu poder
e nem aquilo que Ele pode fazer. Você conhece Deus não
apenas por ouvir falar? Você tem intimidade com Ele e a
certeza que tudo Ele pode fazer? Sabe que, ainda que a sua
vida passe pelo vale da sombra da morte, Ele é capaz de ti-
rá-lo de lá vitorioso? Você tem fé para isso?

127
A HISTÓRIA SE REPETE

P odemos observar diversos pontos importantes para


nossas vidas através da história da viúva de Suném:

 grandeza do cuidado de Deus para quem


A
O teme
A mulher viúva fez questão de frisar a seguinte frase: “...
tu sabes que o teu servo temia ao Senhor...”. O homem que
havia morrido era um dos “filhos” do profeta Eliseu. Na
verdade, ele era o seu discípulo. Diante disso, a viúva apela
para a posição que o seu marido exercia, considerando a
obtenção da ajuda do homem de Deus. De fato, o Senhor
nunca desampara aqueles que O temem. “Eis que os olhos do
Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na
sua misericórdia” (Sl 33.18).
Mesmo depois da nossa partida, Deus continuará cuidan-
do dos nossos entes queridos, porque tememos o Seu nome.

129
NADA ACONTECE POR ACASO

“Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade,


sobre os que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos”
(Sl 103.17).

 esmo sendo fiel a Deus, é possível passar por


M
situações difíceis
É um engano pensar que o cristão temente e fiel a Deus não
sofrerá as amarguras da vida. Basta lembrar que o cenário da
história da viúva de Suném é a casa de um homem temente ao
Senhor. Quantas outras histórias de dificuldades e até mesmo
impossíveis de serem resolvidas vemos na Bíblia Sagrada?
Como explicar a existência de dívidas na vida de um ho-
mem temente ao Senhor?
A Palavra de Deus diz que: “... Por muitas tribulações nos im-
porta entrar no Reino de Deus” (At 14.22). Outro texto fala que:
“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o
mundo” (Jo 16.33). No entanto, todas as situações pelas quais
passamos, Ele passará conosco, operando grandes milagres.
Aquele homem morreu e deixou dívidas. Isso não signifi-
ca que era mau pagador ou que era um joio no meio do tri-
go. Essa situação nos mostra que imprevistos podem acon-
tecer, e que muitas vezes, nos impossibilitam de cumprir
compromissos. Da mesma forma, observamos que dívidas
são um péssimo negócio e um constante risco na vida do ser
humano, tanto que a recomendação do profeta, após ver o
milagre realizado foi: “pague a tua dívida”.
Quantas vezes nos achamos melhores e culpamos o pró-
ximo pelos problemas que passamos? Muitas vezes jogamos

130
ANGELA SIRINO

pedras nas pessoas, quando na verdade, elas precisam de va-


silhas vazias para receber o milagre de Deus em suas vidas.
Empreste a sua vasilha, ao invés de falar mal de quem está
passando por um vale de problemas. Mas se não puder fazer
nada, ao menos ore por elas. Ajude a minimizar a dor do
próximo e a calar a voz dos fofoqueiros que têm o prazer
de propagar com maldade o sofrimento alheio. Chore com
os que choram! Aconselhe, ajude essa pessoa a crer que o
seu problema se transformará em benção de Deus. E tenha
muito cuidado com o amanhã, cuide para que aquele que
está de pé, não caia.
O problema daquela mulher era simplesmente um pro-
pósito de Deus disfarçado de luta. Aquela situação muda-
ria completamente a sua vida e a conduziria para o cami-
nho do milagre.
Certas derrotas nos preparam para grandes vitórias. O
servo de Deus, diante de um problema, não deve se prepa-
rar para um velório, mas programar, pela fé, a data da festa
de ação de graças!
Seja uma pessoa de princípios e caráter. Dificilmente, aquela
viúva teria conseguido vasilhas emprestadas, caso ela fosse mal
relacionada com os seus vizinhos ou desse mau testemunho.
Certamente, ela era vista como uma mulher de Deus.
Como anda o nosso testemunho como servos de Deus?
O nosso exemplo fala mais alto do que as nossas palavras.
Quem possui caráter e um bom testemunho, permanece
com sua reputação intacta, independente da circunstância
em que se encontra. Quando alguém serve como exemplo,

131
NADA ACONTECE POR ACASO

mesmo que passe por uma grande turbulência, essa pessoa


encontra companheiros que realmente torcem pela sua vitó-
ria e a ajudam a vencer as adversidades.

O milagre não tem limites


O profeta Eliseu conhecia bem o Deus a quem servia.
Ele mandou que aquela mulher providenciasse diversas va-
silhas, pois sabia que Deus enviaria bênçãos sem medida.
Onde só tinha um pouco de azeite, Deus abriu uma “fábri-
ca”. Assim, aquela família passou de usuária à fornecedora,
o que rendeu à viúva o suficiente para pagar as suas dívi-
das e viver do resto. “Ora, aquele que é poderoso para fazer
infinitamente mais além daquilo que pedimos ou pensamos,
segundo o Seu poder que em nós opera” (Ef 3.20).
Sabe o que acho mais lindo na história da viúva de Su-
ném? O cuidado de Deus em honrar os que confiam nEle.
Imagino que no momento do milagre, todos, entre mexeri-
queiros e credores, estavam à sua porta para ver o que iria
acontecer. Os comentários deveriam estar de boca em boca,
todos à espera do pior.
Consigo até imaginar a cena daquela mulher abrindo a
sua porta com um sorriso sereno no rosto. Ela deve ter dito
mais ou menos assim: “Olá senhores, a quem devia mes-
mo meu marido? Quero pagar! Aproveitando a oportu-
nidade, gostaria de informar a todos os presentes que on-
tem dormi endividada, mas hoje recebi a visita de alguém
muito especial. Ele fez de mim uma afortunada. Aqui no
nosso estabelecimento temos uma grande quantidade de

132
ANGELA SIRINO

azeite à disposição. Temos azeite que serve como alimento,


como remédio, cosmético, combustível e até azeite que ser-
ve para unção! Além do mais, também estou à disposição
para quem necessitar de consultoria espiritual para resolver
causas impossíveis!”.
Amados, se fôssemos olhar pela ótica administrativa e
empresarial atual, diríamos que Deus deu a ela um grupo de
empresas no ramo de azeite. Deus transformou aquilo que
era vergonha em honra. Da mesma forma, Ele ainda conti-
nua fazer, basta apenas crer. Ele é poderoso para mudar a
nossa história e nos tirar dos problemas com honras.

 milagre está relacionado ao tamanho da


O
nossa fé
O azeite jorrou de acordo com a proporção da fé daquela
viúva. Quando disseram: “Não há mais vaso nenhum. Então,
o azeite parou”. Se tivessem tomado mais vasos, com certeza
teriam conseguido mais azeite. Pode ser que o grande mi-
lagre que tanto esperamos ainda não aconteceu porque não
oramos o suficiente, ou simplesmente, porque ainda não é o
tempo de Deus para que aconteça. Talvez, Deus ainda queira
nos ensinar um pouco mais através das adversidades. Quan-
to maiores as dificuldades no caminho, maior será a satisfa-
ção da vitória. Apresente a Ele o pouco que tem e aguarde
a Sua providência. Deus pode estender nossos dias de vida,
mesmo diante de uma má notícia que abale fortemente a
saúde. Ele pode aumentar o seu salário ou o faturamento
de sua empresa, mesmo diante de um quadro econômico

133
NADA ACONTECE POR ACASO

extremamente difícil. Ele pode aumentar o mantimento da


nossa despensa em um piscar de olhos. Ele quer aumentar a
nossa alegria e a nossa fé!
Espere na Sua misericórdia. Há um grande milagre para
acontecer na sua vida, na sua saúde, nos seus negócios e na
sua casa. Milagres ainda existem! Nunca esqueça que os
problemas são oportunidades para Deus quebrar o vaso ou
enchê-lo de azeite. Esse azeite será multiplicado e fará de
nós uma nova pessoa e mais próxima de Deus.
Ele é Deus das horas de alegria e paz, mas também é Deus
das horas de amargura e sofrimento.
Ele passa conosco pelo fogo, abre caminhos para pas-
sarmos e nos carrega nos braços quando não consegui-
mos andar.
Essas frases me fizeram lembrar um e-mail que recebi em
um determinado dia.
Eram mais ou menos nove horas da manhã. Eu estava an-
gustiada em meu escritório, passando por um problema que
só eu e meu marido sabíamos, algo que era muito difícil de
resolver. Na madrugada daquele dia, eu havia acordado por
volta das três horas e tirei um momento à sós com Deus. Nossa
empresa passava por uma situação financeira muito delicada e
a minha oração, entre muitas lágrimas, foi a seguinte:
– Deus, essa situação é impossível de ser resolvida! Eu
estou muito cansada! Não tenho condições de continuar
prosseguindo e não vejo nenhuma saída para esse proble-
ma! Essa situação toda dói muito na minha alma! Eu estou
tão sozinha!

134
ANGELA SIRINO

Lembro-me que repetia várias vezes a palavra “dói”. De fato,


a angústia que sentia naquela madrugada doía profundamente
em minha alma. A dor era de decepção, ingratidão, traição, in-
diferença, de ter que suportar injúrias, de não ter como defen-
der minha reputação em um momento de provações e a dor de
me sentir abandonada até por Deus diante das circunstâncias.
Minha angústia era tanta que eu não conseguia ouvir Deus fa-
lar comigo e nem lembrar das Suas promessas. Essa dor me
impedia de crer e acreditar em soluções.
Então, abri meus e-mails para resolver questões diárias
da empresa e vi que tinha uma mensagem de uma mulher
cristã que havia conhecido rapidamente, em outro estado
do Brasil. A mensagem era a seguinte:
“Bom dia, querida Irmã Ângela. Recebi esta mensagem e
lembrei de você. Segue abaixo:
Após um naufrágio, o único sobrevivente agradeceu a
Deus por estar vivo e ter conseguido se agarrar à uma parte
dos destroços para boiar. Esse único sobrevivente foi parar
em uma pequena ilha desabitada e fora de qualquer rota de
navegação, e ele agradeceu novamente. Com muita dificul-
dade e com os restos dos destroços, ele conseguiu montar
um pequeno abrigo para que pudesse se proteger do Sol,
da chuva, de animais e para guardar seus poucos pertences.
Como sempre, agradeceu.
Nos dias seguintes, a cada alimento que conseguia caçar
ou colher, ele agradecia. No entanto, um dia, quando volta-
va da busca por alimentos, ele encontrou o seu abrigo em
chamas, envolto em altas nuvens de fumaça.

135
NADA ACONTECE POR ACASO

Terrivelmente desesperado, se revoltou e gritava choran-


do: “O pior aconteceu! Perdi tudo! Deus, por que fizeste isso
comigo?” Chorou tanto, que adormeceu profundamente
cansado. No dia seguinte, bem cedo, foi despertado pelo
som de um navio que se aproximava.
– Viemos resgatá-lo, disseram.
– Como souberam que eu estava aqui? - perguntou ele.
– Nós vimos o seu sinal de fumaça!”.

É comum que nos sintamos desencorajados e desespe-


rados quando as coisas vão mal. Mas Deus age em nosso
benefício, mesmo nos momentos de dor e sofrimento. Lem-
bre-se que se algum dia o seu único abrigo estiver em cha-
mas, esse pode ser o sinal de fumaça que fará a Graça Divina
chegar até você.

Para cada pensamento negativo, o nosso Deus tem uma


resposta positiva:
Você fala: “Isso é impossível”. Deus responde: “Tudo e pos-
sível” (Lc 18.27).
Você fala: “Eu já estou cansado”. Deus responde: “Eu te
darei o repouso” (Mt 11.28-30).
Você fala: “Não tenho condições”. Deus responde: “A mi-
nha graça é suficiente” (2 Co 12.9).
Você fala: “Não vejo saída”. Deus responde: “Eu guiarei
teus passos” (Pv 3.5-6).
Você fala: “Dói”. Deus responde: “Eu te livrarei da angús-
tia” (Sl 90.15).

136
ANGELA SIRINO

Você fala: “Estou com medo”. Deus responde: “Eu não te


dei um espírito de medo” (2 Tm 1.7).
Você fala: “Estou sempre frustrado e preocupado”. Deus
responde: “Confiai-me todas as suas preocupações” (1 Pe 5.7).
Você fala: “Eu me sinto só e desamparado”. Deus respon-
de: “Eu nunca te deixarei nem desampararei” (Hb 13.5).

TODAS AS COISAS COOPERAM PARA O BEM DA-


QUELES QUE AMAM A DEUS!
“O QUE EU FAÇO VOCÊ NÃO COMPREENDE AGO-
RA, MAS AMANHÃ ENTENDERÁ!”

Que maravilhosa experiência! Deus já havia falado comi-


go através de muitos profetas, mas via e-mail foi a primei-
ra vez! Aquela mensagem me deu uma injeção de ânimo,
pois Deus falou comigo verdadeiramente. Com o passar
dos dias, pude entender que, de fato, Deus estava fazendo o
melhor por mim. Meses depois, descobrimos que às vezes,
a única forma de Deus consertar uma coisa é estragando
outra. Como diz um ditado popular: “para fazer omeletes, é
necessário quebrar os ovos; para fazer asfalto, é necessário
ferir a terra!”.
O melhor de tudo não foi apenas ver o agir de Deus, o
mais maravilhoso foi ser presenteada com a Sua unção. Pas-
sei por muitas dificuldades para que essa unção viesse sobre
mim, Deus me quebrou e me refez, literalmente. Lembro-me
que certa vez, o Senhor falou que durante aquele período, me
prepararia para um chamado diferente. Essa preparação daria

137
NADA ACONTECE POR ACASO

início à uma grande obra na vida de muitas pessoas. Deus ha-


via me prometido que eu percorreria o Brasil e os continentes
do globo, testemunhando aquilo que Ele faria em minha vida.
Aquele foi o período mais lindo pelo qual passei, Deus se re-
velou a mim de uma forma maravilhosa. O Senhor fez brotar
em mim uma verdadeira unção e autoridade para falar do meu
amigo fiel, o meu amado JESUS CRISTO! Todas as lutas que
passei, me fizeram ficar mais parecida com Ele!
Tempos depois daquela promessa, a minha agenda, de
uma hora para outra, ultrapassou as 90 ministrações no pe-
ríodo de um ano. Eu não entendia como, mas quando eu
começava a falar de Jesus, dos seus milagres e maravilhas,
lágrimas rolavam no rosto de quem ouvia, vidas eram trans-
formadas e enfermos eram curados. Naquele mesmo mo-
mento, lembrei que um dia, enquanto atravessava uma rua,
dizia o seguinte para Deus:
– Pai, eu estou um bagaço! Não quero ver ninguém, não que-
ro me arrumar e não irei ao salão de beleza essa semana. Quero
simplesmente me isolar e me esconder até que o dia termine!
Quando eu já estava no nosso comércio, chega uma mu-
lher de oração. E ela, sendo usada por Deus, me disse as
seguintes palavras:
– Filha, não diga que estás um bagaço, pois em meio à
sua angústia ainda há frutos. Levante, coloque a sua melhor
roupa, erga a sua cabeça e caminhe sorrindo. Mostre que
Eu Sou Deus em sua vida. Preparo um caminho de vitória
para você passar e os seus inimigos serão obrigados a aplau-
dir sua vitória. Derramo em sua vida tantas bênçãos e tanta

138
ANGELA SIRINO

UNÇÃO que muitos vão perguntar: “De onde vem a autori-


dade e unção dessa mulher?”.
Após aquelas palavras, me senti como Elias sofrendo,
sendo perseguido e buscando a morte ao se isolar em uma
caverna. Deus, em sua infinita misericórdia, veio ao meu
encontro e me trouxe alimento do céu. Era como se Ele me
dissesse: “Levanta, come e bebe, porque é grande a sua jor-
nada!”. Então, prossegui a minha jornada de cabeça erguida.
O meu marido continuou à frente das empresas e elas fo-
ram gradativamente recuperadas, enquanto inúmeras lojas
do nosso ramo foram fechadas. E eu, entendi o meu cha-
mado e que o Senhor me queria 100% para o Seu Reino. A
partir de então, comecei a publicar diversos livros escritos
em meio a lágrimas e durante as experiências que havia pas-
sado. Continuei a exercer o meu chamado pelas nações e,
por muitas vezes, a poltrona do avião tem sido meu local
de descanso. Além disso, comecei a apresentar um progra-
ma de TV e rádio no estado de Goiás, ensinando muitas
pessoas sobre superação, esperança, perseverança, família,
autoestima entre outros temas.
Mas afinal de contas, de onde veio a unção que recebi?
A resposta é simples: assim como o azeite vem da oliveira
esmagada, a unção veio da dor, da luta e de todo desespe-
ro consolado com o socorro de Deus! COMO EU O AMO,
MEU DOCE E MEIGO JESUS!!! O mais lindo de toda essa
história é que, no final das nossas lutas e provações, perma-
necemos vencedores e descobrimos que, de fato, tudo con-
tribuiu para o nosso bem.

139
CONCLUSÃO

A mados, a história do marido da viúva narrada em 2


Rs 4.1 é conhecida apenas pela seguinte frase: “Meu
marido, teu servo, morreu e temia ao Senhor!”. O seu fune-
ral não foi contado em detalhes. Talvez ele fosse conhecido
apenas por ser auxiliar do profeta Eliseu. Mas a história da
viúva foi repleta de crises, contada através de sete versículos
impactantes, empolgantes e inspiradores de fé. Sinceramen-
te, acho que quando essa viúva morreu, o seu velório deve
ter “lotado”, além de pessoas testemunhando como ela aju-
dou dezenas a acreditar em milagres, através de sua história
de superação e fé.
Uma vida sem crises pode ser considerada uma vida sem
graça. As crises colocam emoção na nossa história, as lutas
nos preparam para viver situações grandiosas e que valem
à pena ser contadas. Deus usa essas histórias de superação

141
NADA ACONTECE POR ACASO

para marcar gerações e inspirar dezenas, centenas e milha-


res a prosseguirem à espera dos seus milagres.
Deus te surpreenderá, assim como surpreendeu aquela
viúva. O seu milagre vai além do que você pode imagi-
nar. Mas faça como a viúva, não deixe que as mágoas, re-
voltas, murmurações, decepção, autopiedade ou depres-
são atinjam o seu coração. Apenas busque a Deus, abra
o seu coração, peça a Sua direção e O obedeça. Assim,
você entenderá que, mesmo em meio às crises, será escri-
to um novo capítulo na sua vida. Mas lembre-se: depois
que você receber a sua bênção, sua nova história estará
pronta para ser contada. Assim como você se inspirou na
narrativa da viúva de Suném, muitos outros se inspirarão
na sua história!
Deixe-me contar um segredinho. No auge da crise fi-
nanceira que passamos, eu escrevia diariamente sobre
os meus fracassos e angústias. Os meus livros foram
escritos em meio à tribulação. Eu escrevia, baseada na
certeza do que Deus faria em minha vida. Tempos de-
pois, quando já estava com a minha vitória, apenas in-
cluía aquele final feliz.
Hoje, ainda me emociono quando releio os livros. Às ve-
zes choro e digo para mim mesma: “Era tudo de verdade!
Deus estava fazendo uma linda história na minha vida. Uma
história para inspirar milhares e que valeria a pena ser con-
tada. Aleluia!”.
Ele é o Deus Emanuel, Deus conosco. Como compensa
ser fiel a Ele! Como compensa esperar por Ele!

142
ANGELA SIRINO

Talvez você esteja pensando:

• “Eu não vou conseguir”. Lembre-se que “Deus prome-


teu suprir todas as suas necessidades” (Fp 4.19).

• “Eu não tenho talento suficiente”. Que bom que o Senhor


nos deixou motivador: “Eu te dou sabedoria” (1 Co 1.30).

• “Eu não tenho fé”. Deus, sabendo disso falou: “Eu dei
a cada um uma medida de fé” (Rm 12.3).

Tenha fé, aproveite os momentos de crise para se encher


da presença de Deus. Não desanime, não desista! Lutas, cri-
ses, problemas e tempestades são caminhos para obtenção
de experiências com Deus. O seu problema pode ser um
caminho que Deus está usando para realizar um grande mi-
lagre em sua vida. Ao final, todas as coisas cooperarão para
o seu bem. Há um milagre de Deus para você!

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