Você está na página 1de 19

Marvel: Da Falência ao

sucesso
Fundação:
A Marvel Comics foi fundada no ano de 1939, nos EUA, mais
especificamente no dia 31 de agosto. Nesse período, a empresa chegou
com o nome de Timely Comics, assumindo a nomenclatura Marvel apenas
em 1961.

Nesse caso, Marvel Comics era justamente o nome dado à primeira revista
da marca, responsável por introduzir personagens importantíssimos para o
desenvolvimento da empresa naquela época: Namor e Tocha Humana.

Aproveitando a própria Era de Ouro dos


Quadrinhos, a então Timely Comics não
demorou muito a estourar. Isso porque já
em 1941, Joe Simon, primeiro editor da
marca, juntamente com o desenhista Jack
Kirby criaram o icônico Capitão América,
um dos mais importantes personagens do
Universo Marvel, e que teve sucesso
imediato com o público.
STAN LEE
Como mencionado, a Marvel Comics surgiu em 1939, sendo
uma criação de Martin Goodman, com foco direto na criação
de histórias em quadrinhos.
Para dar continuidade ao legado iniciado por Simon, que
acabou deixando a empresa ainda em 1941, Goodman
encabeçou provisoriamente Stan Lee, que era primo da sua
esposa, e até então atuava como auxiliar do escritório. Lee, é
claro, deu conta do recado, e firmou seu nome na história da
indústria, contribuindo por décadas para a criação de
personagens desse universo.
Os efeitos da Guerra
Para quem é fã de história, deve ter percebido que 1939 marca
justamente o início da Segunda Guerra Mundial. O período,
obviamente, impactou bastante a indústria no setor e a própria
Marvel – Lee, por exemplo, atuou por 3 anos em serviço militar
nessa época.
O pior aconteceu no pós-guerra, que acabou derrubando o
mercado de quadrinhos com super-heróis. Assim, a marca
manteve um foco maior em outros projetos, dentro do mundo
faroeste, horror, humor, etc.

A Volta dos Super-Heróis


Esse mercado começou a reviver novamente já na
chegada da década de 60, com nomes de peso surgindo,
tal como a própria Liga da Justiça (DC Comics).
Stan Lee e Jack Kirby criaram nessa época o Quarteto
Fantástico, e com o sucesso, a Marvel investiu ainda mais
pesado nesse segmento, com destaque para o próprio
Homem-Aranha, outra criação de Stan Lee – agora com o
apoio de Steve Ditko, X-Men, Demolidor, Homem de
Ferro, Hulk, Thor, etc.
A chegada ao cinema
A partir da virada do século, a Marvel Comics começou
a investir mais pesado no mundo do cinema. Nesse
caso, é claro, ela cedia os direitos sobre os
personagens para a criação de filmes, e realizava
parcerias com outras empresas.
Uma das mais bem sucedidas, por exemplo, é com o
próprio estúdio de Hollywood, de onde saíram obras
fantásticas, como o próprio Homem Aranha, que
chegou em 2002.

A Falência
O recorte que pegaremos é a Marvel de 1993. Era uma empresa em colapso,
acumulando dívidas que não conseguia pagar, até que, em 1996, se viu obrigada a
declarar falência. Um terço de seus funcionários foi demitido para equilibrar o
déficit. Disputas internas e um cenário de tensão e instabilidade tomava a Casa das
Ideias.
O que era discutido naquele momento era como tornar a Marvel lucrativa
novamente. Entre ideias malucas, como restaurantes temáticos e figurinhas
ilustrativas, o caminho que, entre trancos e barrancos, se mostrou mais bem-
sucedido, foi investir na Marvel Studios e seus filmes.

Entre trancos e barrancos porque esses filmes não davam de fato dinheiro.
A maioria dos direitos dos personagens da Marvel foram vendidos para
outros estúdios, como uma medida analgésica, para ganhar dinheiro
rápido, em uma estratégia de curto prazo. A retomada do cinema de super-
heróis, com Blade, X-Men e Homem-Aranha, de nada trouxe o sucesso
esperado pelo estúdio.
Em 2003, depois do sucesso dessas primeiras franquias, foi a figura de
David Maisel que entendeu que havia algo de errado nessa engrenagem.
Não fazia sentido dar de mão beijada seus personagens, seus recursos,
para que outros estúdios lucrassem em cima. Planejou internalizar essa
operação, trazendo de volta a marca Marvel Studios. Em 2005, como
presidente, concebeu o modelo financeiro que tornaria a reformulação da
Casa das Ideias possível.

Maisel deu o famoso all-in: para garantir um financiamento da Merrill Lynch, em


um contrato de sete anos, que garantiria US$ 525 milhões para a criação efetiva do
estúdio, a Marvel colocou 10 de seus personagens como contrapartida: Capitão
América, Os Vingadores, Nick Fury, Pantera Negra, Homem-Formiga, Manto &
Adaga, Doutor Estranho, Gavião Arqueiro, Quarteto Futuro e Shang-Chi. Se o
plano fracassasse, a Marvel perderia os direitos de todos esses personagens.
Acontece que por aquelas contingências da vida o Homem de Ferro era um
personagem de escanteio da Warner Bros., que não tinha nenhum interesse em
trabalhar com a figura. Dois meses depois do acordo do financiamento com o
Merrill Lynch ser fechado, a licença da Warner pelo herói expirou e os direitos
retornaram para o Marvel Studios.

O Marketing
O personagem do Homem de Ferro nunca havia
aparecido nas telonas, então esse era um jeito de
começar leve e testar algumas premissas. Nas
telas, eles tinham o super-herói mais humano
possível, nas mãos de Robert Downey Jr. No
marketing, eles tinham o boneco mais funcional
do mundo: uma armadura modular, super
tecnológica e irada.

O filme custou à Marvel US$ 140 milhões. Faturou


US$ 585 milhões. Um ano depois do lançamento
de “Homem de Ferro” (2008), a Walt Disney
Company comprou o estúdio por US$ 4,5 bilhões.

Quando a Disney comprou a Marvel, eles começaram a


criar o que seria o agora tão conhecido e famoso MCU
(Universo Cinematográfico da Marvel)

Eles investiram não apenas nos filmes, mas em tudo o


que poderiam: Bonecos, camisetas, utilização de
objetos de patrocinadores em cena, entre outras coisas

A escolha dos atores para cada personagem , também


fez parte de uma grande estratégia de Marketing
A Humanização dos Heróis
A Marvel cria heróis urbanos, que têm
problemas e dificuldades assim como nós.
Dessa forma, é possível para o espectador
se identificar e se conectar ao personagem

“Stan humanizou os heróis e foi das coisas mais fantásticas que fez, aproximando
aqueles personagens dos leitores e atraindo muito público”.
“O Super-Homem não tinha problemas de adolescentes, ele não era um dos
leitores. O Homem-Aranha era um dos leitores. Isso passava por uma visão de
negócios, de voltar a ver HQ como uma mídia interessante, ainda que estivesse em
declínio”.
As curiosidades
Outra estratégia de marketing muito utilizada pela empresa, são
as curiosidades que envolvem as produções de seus filmes.

Atores que recebem roteiros falsos, produtos "vazados em


lives", a especulação acerca dos três Homem-Aranha, trailers
editados com cenas que não entraram no filme, entre outras
coisas, chamavam a atenção do público e mantinham os
comentários no Twitter, Instagram e Youtube em alta.
Spoilers
https://www.youtube.com/watch?v=L9ktrJDfa7s

Os spoilers entregues pelos próprios atores


também são uma forma de marketing, já que
todo o público está acompanhando o que sai na
mídia.
Trailers Falsos
Trailer de Vingadores Guerra Infinita. Mostra o Hulk
em Wakanda
Mas o que está no filme, é o Bruce Banner utilizando a
Hulkbuster

Em Homem Aranha: Sem Volta pra Casa, vemos


o Homem Aranha lutar sozinho contra três
vilões (inclusive, um deles dá um soco no ar)

No filme... Bem, vocês sabem o que acontece


E qual o motivo dos trailer falsos?
Lançamento do trailer

Especulações dos fãs

Vídeos de análise das obras


Grana, grana grana
Engajamento

Público no cinema

Venda de produtos (merchandising)


Notícias e comentários sobre os trailers

Análises escritas e em video sobre o trailer geram


ainda mais visualizações

E após a estreia do filme, há também o engajamento


de criticos que falam suas opiniões sinceras

Você também pode gostar