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Disciplina: Arquitetura Sustentável

Profª Mirna de Freitas Vitor

Aula 6 – Eficiência termoenergética em edificações


Papel dos profissionais
envolvidos na construção
civil é buscar soluções
para reduzir os impactos
da construção sobre a
saúde humana e sobre o
meio ambiente, em
todas as etapas de
análise do ciclo de vida
de uma edificação.
Custos com energia
representam uma grande
parcela dos custos na
fase de uso e operação
Geração de energia no Brasil

O Brasil dispõe de grande potencial


energético, assim como uma matriz
elétrica considerada limpa, baseada
em fontes renováveis e de baixa
emissão, sendo majoritariamente
hidráulica.
Geração de energia no Brasil

A geração de energia elétrica por meio


de hidrelétricas, de baixa emissão de
GEE, vem sendo questionada cada vez
mais por ambientalistas e profissionais
do setor.

• insegurança hídrica em tempos de


seca;
• a vida útil das barragens;
• o impacto ambiental da implantação
de novas usinas
Políticas públicas em andamento no Brasil para impulsionar a produção de
edificações mais sustentáveis e eficientes

• Linhas de financiamento específicas para retrofit e construções


sustentáveis: BNDES– FINEM linha Eficiência Energética;

• Caixa Econômica Federal – BCD Ecoeficiência PJ;

• Santander – CDC Sustentável;

• Desenvolve SP – Linha economia verde.

• Programa de Eficiência Energética (PEE) da ANEEL, o qual estipula


obrigação às concessionárias de energia de aplicar anualmente no mínimo
0,5% da receita operacional líquida em projetos de combate ao desperdício
da energia elétrica.
Políticas públicas em andamento no Brasil

• Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) – define níveis mínimos de


desempenho para equipamentos importantes, como geladeiras,
ventiladores de teto, lâmpadas e sistemas de ar-condicionado;

• PBE Edifica – Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações;

• IPTU Verde em alguns municípios;

• Quota Ambiental e Incentivo à Certificação no município de São Paulo;

• Selo BH Sustentável – Certificação em Sustentabilidade Ambiental de Belo


Horizonte – MG

• Selo Qualiverde – RJ.


Brasil
O campus da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) – Ceará - certificação AQUA-HQE
O download do Manual Completo está disponível no link

https://labeee.ufsc.br/projetos/manual-selo-casa-azul-caixa

* Recomenda-se a leitura completa do material!


Certificações ambientais de edificações são uma importante ferramenta para a
transformação do setor da construção civil. Através delas consegue-se mensurar,
avaliar e mitigar os impactos ambientais da implantação, construção e uso de uma
edificação, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do planeta, em
conformidade com os objetivos almejados na Agenda 2030 estabelecida pela
ONU.
O Brasil está avançando em projetos e construções certificadas. Não apenas
grandes edifícios corporativos, associados a grandes empresas e marcas são
certificados.

O Edifício Jacarandá- São Paulo - SP


certificação LEED Corel and Shell Platinum v3
Creche Hassis, em Florianópolis, arquiteta Rachel Braga. O primeiro edifício público no Brasil a
receber certificação LEED em nível máximo - Platinum.
Habitação popular - Programa Minha Casa Minha Vida -São José dos Pinhais na
Região Metropolitana de Curitiba - certificação GBC Condomínio Ouro
Benefícios da certificação

Para o Empreendedor

•Provar a Alta Qualidade Ambiental de sua edificação;


•Diferenciar portfólio no mercado;
•Melhorar a imagem da empresa;
•Melhorar relacionamento com órgãos ambientais e comunidades;
•Economia de recursos nas obras e na operação.

Para os Usuários
Economias de água e energia;
Melhores condições de conservação e manutenção da edificação;
Melhores condições de conforto e saúde nos ambientes e nos espaços;

Para a Sociedade a para o Ambiente


Menor demanda sobre a infraestrutura urbana;
Menor demanda de recursos hídricos e energéticos;
Redução das emissões de gases de efeito estufa e poluentes;
Menor impacto à vizinhança;
Gestão de riscos naturais e tecnológicos sobre solo, água, ar, etc.
Consumo de energia no Brasil

Apesar das políticas públicas, maior


conscientização e procura por certificações
ambientais, o setor de edificações
residenciais, comerciais e públicas
apresentam baixa eficiência energética
Em Manaus o consumo de energia com ar-
condicionado representa a maior parcela.
Identificar os Usos e atividades das edificações

Levantamento de dados para elaboração das estratégias e soluções projetuais e


implementação de sistemas que melhorem a eficiência energética da edificação:
Identificar os Usos e atividades das edificações
Eficiência energética em edificações
Para aumentar a eficiência energética de uma edificação e diminuir o
consumo de energia pode-se usar algumas estratégias:

• Estudo da forma, volume, setorização da edificação no lote


• Uso da vegetação como sombreamento e melhoria do microclima;
• Uso de cores claras;
• Emprego da ventilação cruzada sempre que possível;
• Redução da transmitância térmica das paredes, janelas e coberturas;
• Uso de proteções solares em aberturas.
• Uso racional da iluminação;
• Uso de aparelhos e equipamentos mais eficientes (menor consumo de
energia);
• Utilização de energia solar para aquecimento d’água;
• Geração de energias alternativas;
Conhecer as condições climáticas de uma cidade é essencial para o estudo e a
solução de uma edificação ainda na fase de projeto, de modo a garantir uma melhor
identificação do edifício com o lugar, considerando o conforto térmico dos
indivíduos e a redução no consumo de energia.

O clima é um conjunto de fenômenos meteorológicos que definem a atmosfera de


um determinado lugar e os elementos que o caracterizam podem afetar o homem
diretamente em relação às atividades que desempenha.

A diversidade climática no território brasileiro é muito grande. Projetos implantados


em diferentes regiões do país devem adotar estratégias diferenciadas de conforto.
Manaus está na Zona bioclimática 8
Macroclima

Manaus está situada na região Norte do Brasil, em uma microrregião


denominada Médio Amazonas (figura 1). Apresenta características de clima
equatorial úmido.

Latitude 60°0’55° W
Longitude 3°6’13”S
Altitude 49 m

Nesta região destacam-se duas estações:

• “inverno regional” - chuvoso


• “verão amazônico” - seco
Temperaturas moderadamente altas e relativamente constantes, baixa amplitude térmica
Direção predominante do vento varia na faixa entre leste e nordeste, no período seco e
chuvoso. A maior frequência de ventos médio ocorreram na faixa 0,50 a 2,10 m/s, ou seja,
com baixas velocidades. (INMET)
Elevados índices pluviométricos, céu encoberto e chuvas frequentes
Radiação intensa, difusa devido à nebulosidade
Umidade relativa do ar elevada
O principal fator de desconforto térmico é a umidade, sensação de calor aumenta.
Estas condicionantes climáticas deixam a cidade fora da zona de conforto
estabelecida pela carta bioclimática. No entanto há indícios de que os habitantes
já são tolerantes e estão aclimatados a estas condições.

Com o perfil bioclimático do local em estudo, os profissionais da área de projeto


podem obter indicações fundamentais sobre as estratégias a serem adotadas no
desenho das edificações.
Segundo Lamberts(2002), o relatório final, emitido pelo Analysis Bio, software
desenvolvido pela UFSC mostra que para Manaus o conforto térmico é praticamente
ausente, representando:

• Conforto térmico: 0.24% do total de horas do ano

• Desconforto térmico: 99,7% do total de horas do ano

• Causas: altas taxas de umidade do ar e altas temperaturas

Alto consumo de energia para climatização de ambientes, em edificações


residenciais, comerciais e serviços.
O estudo de conforto térmico está baseada principalmente em 3 fatores:

a) A satisfação do ser humano ou seu bem-estar em se sentir termicamente


confortável;

b) A produtividade do ser humano, as atividades intelectuais, manuais e


perceptivas, geralmente apresentam um melhor rendimento quando realizadas
em conforto térmico.

c) A conservação de energia, pois devido à crescente mecanização e


industrialização da sociedade, as pessoas passam grande parte de suas vidas
em ambientes condicionados artificialmente.
Além do conhecimento do macroclima de uma região é importante fazer o
levantamento do Microclima: visitas ao local e medições in loco

Observar fatores que afetam diretamente a área de intervenção:

• Topografia;
• Presença de rios ou massas d’água;
• Grau de exposição ao sol;
• Ventos predominantes;
• Obstruções do entorno natural e construído (forma, volume, altura, tipo de
revestimento);
• Presença de cobertura vegetal;

Estes fatores podem representar diferença de clima de temperatura e umidade


de uma região para outra.
Edificações residenciais tem maior potencial de utilização de recursos
naturais de condicionamento de ar e iluminação, ou seja, alcançar melhores
condições de conforto com estratégias de conforto passivo.
Implantação do edifício no lote

• A localização da edificação deve ser determinada de acordo com o seu


entorno e microclima.
• Edifícios devem ter bom afastamento para circulação de vento ao redor.
• Em Manaus, as orientações ideais para captação e renovação dos ventos são
norte, Nordeste e Leste
• A forma do edifício: edificações alongadas, muitas aberturas, integração entre
o ambiente interno e externo, sempre protengendo as aberturas da radiação
• Elevar a construção do solo, afastando o edifício das cargas térmicas liberadas
pelo piso à noite.
• O uso de pilotis, com uma distância mínima de 1m da edificação do piso, pode
aumentar a eficiência da ventilação interna em cerca de 20%
• Estudo de implantação de acordo com incidência solar.

• Maiores fachadas das edificações devem estar mais protegidas do sol

• Evitar edificações que atuem com barreiras de ventos para as demais,


recomendada posição não alinhada
Setorização

Ambientes de permanência prolongada, salas e em especial dormitórios devem


estar orientados nas fachadas de menor incidência solar.

Dormitórios não devem ficar orientados a oeste por serem de uso noturno,
orientar de preferência a leste.

Ambientes como banheiro, área de serviço, circulação podem ser posicionados


para as fachadas de maior exposição ao sol, servindo de barreira para
ambientes de permanência prolongada.
Ventilação natural

A ventilação de um ambiente é entendida como a troca de ar interno por ar


externo.

Suas principais funções são:

• Manter o ambiente livre de impurezas e odores, fornecer oxigênio;


• Remover o excesso de calor no interior da edificação;
• Resfriar a estrutura do edifício;
• Facilitar as trocas térmicas do corpo humano com o meio ambiente;
• Remover o excesso de vapor de água existente no ar interno
Importância da ventilação

Ventilação de conforto: fluxo de ar que amplia a sensação de conforto pelo efeito


de resfriamento fisiológico trazido pela evaporação do suor da pele

Ventilação higiênica: renovação contínua do ar e salubridade dos ambientes.

Possibilidades de ventilação natural na edificação:

• Ventilação cruzada: movimento de ar produzido pela ação dos ventos;

• Efeito chaminé: movimento de ar por diferença de temperatura;


Efeito chaminé
Ventilação por diferença de temperatura ou
efeito chaminé

Coluna ascendente de ar

Exaustão por aberturas na parte superior

Importante estratégia já que o clima de


Manaus tem momentos sem vento
Ventilação natural

O posicionamento dos ambientes e das aberturas privilegiando a ventilação


cruzada dentro de residências pode contribuir significativamente com a
eficiência energética da edificação.
Ventilação cruzada – posição das aberturas
Ventilação cruzada – posição das aberturas
Aberturas
Correr e guilhotina: abre 50% da área e o fluxo de ar permanece na altura da
abertura

Pivotante e basculante: abertura total 100%, permitem o direcionamento do fluxo


de ar

Maximo ar: pior desempenho, aberturas reduzidas e obstrui a entrada dos ventos

Brises: controle de luminosidade e radiação solar, ventilação constante


Disponível em https://labeee.ufsc.br/projetos/manual-selo-casa-azul-caixa
Coberturas

• Telhado da edificação (cobertura) é o


componente do edifício mais exposto à
radiação, recebe cerca de 2/3 da
radiação solar que incide na
construção;

• Cobertura deve funcionar como


elemento de proteção das fachadas
(vedações) e das aberturas
(esquadrias), tanto da radiação do sol
como das chuvas;

• A cobertura deve ter duas camadas


(telhado mais forro) e ático ventilado;
Disponível em:
http://app.cidades.gov.br/catalogo/src/paginas/documentosSistemasConvencionais.php

O antigo Ministério das Cidades, disponibilizou catálogo de


desempenho de sistemas e elementos construtivos com base em
estudos e análises laboratoriais de desempenho.
Cada ficha apresenta a caracterização da solução, os requisitos,
critérios e parâmetros de desempenho da ABNT NBR 15575 e os
resultados fornecidos nos relatórios de ensaio, que comprovam o
atendimento.
Utilização de vegetação, como árvore, arbusto e grama, que tem a tendência
de estabilizar a temperatura, criar um clima mais ameno no entorno da
edificação. A arborização pode contribuir no sombreamento amenizando a
incidência direta de sol nas moradias.
Disponível em: http://projeteee.mma.gov.br

O Ministério do Meio Ambiente (MMA), em cooperação com o Programa


das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), executa o projeto
“Transformação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil”,
apelidado de Projeto 3E (Eficiência Energética em Edificações). O
objetivo principal do projeto é influenciar e desenvolver o mercado de
eficiência energética em edificações comerciais e públicas.
As pesquisas relacionadas a eficiência energética nas edificações avançaram,
tanto para redução dos custos operacionais (gastos com contas de energia)
como para redução dos impactos ambientais ambientais relativos à
produção de energia.

Nos últimos anos, diferentes programas de simulação computacional de


desempenho termo energético de edificações tem sido desenvolvidos,
aumentando a possibilidade de analisar a interação de diferentes sistemas
presentes no projeto.
Simulação de desempenho termo energético

• No Brasil a simulação termo energética é indicada tanto pela Norma de


Desempenho de Habitações, NBR 15575, quanto pelos Regulamentos
Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
(RTQ-R e RTQ-C).
• EnergyPlus - é um programa devidamente validado, recomendado pela NBR
15575. É de livre acesso, atualizado periodicamente, possui um material de
apoio detalhado.
• Green Building Studio (GBS), Ecotect, Project Vasari, VE-Pro, DOE2, TRNSYS e
Design Builder.
Esgotadas as soluções de conforto passivo no projeto para redução do
consumo de energia com equipamentos de resfriamento mecânicos
(ar-condicionado e ventiladores), parte-se então para a escolha de
equipamentos mais eficientes.
Climatização – sistemas de baixo consumo

O projeto de climatização deve prever equipamentos e sistemas de baixo


consumo de energia, ser dimensionado com as medidas das sala, espaços de
circulação, número de pessoas e equipamentos ligados que geram calor.

O posicionamento de janelas, de equipamento de ar condicionado, objetos e


móveis que possibilitem a circulação do ar são essenciais para manter um
ambiente nas condições adequadas de conforto.
Conforme demonstra o gráfico na região Norte o consumo de energia pelo chuveiro
elétrico é baixo, ou seja, os sistemas, soluções e estratégias para os projetos
habitacionais devem ser avaliados segundo as características urbanas, geoclimáticas,
sociais, históricas e culturais de cada região.
Visando reduzir o consumo de energia com a utilização de chuveiros elétricos nas
residências, o Ministério das Cidades, no caderno de “Especificações de desempenho
nos empreendimentos de HIS baseadas na ABNT 15575” (ver aula 06) recomenda que:

É possível observar em alguns


conjuntos produzidos na fase 2 do
programa Minha Casa Minha Vida,
a implantação do sistema de
Energia Solar Térmica.
Energia solar térmica - Aquecimento solar de água
O último passo é avaliar a Geração de energias alternativas

• Conhecer as características climáticas da região e o potencial de geração


de energia por fontes alternativas: eólica, solar, etc.

• Analisar o consumo médio para atender as necessidades dos futuros


usuários em termos de conforto térmico, visual e de utilização de
equipamentos diversos, que garanta o bom desenvolvimento das
atividades executadas nos ambientes edificados com baixo consumo de
energia

• Analisar a viabilidade técnica e custo benefício dos investimentos iniciais


e o retorno a médio e longo prazo, para edificações de diferentes usos:
residencial, comercial, serviços, institucionais.
Geração de energia solar fotovoltaica

O Brasil e o Estado do Amazonas tem grande potencial de geração de energia


solar, mas o custo inicial para implantação dos sistemas de geração de energia
solar em edificações ainda é um fator limitador.

Assistir vídeo disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7vNkuG0XY8k


Eficiência energética em edificações -Edifícios comerciais, corporativos e públicos
contam com maior densidade de usuários, equipamentos e lâmpadas, que levam a
tendência ao maior aquecimento dos ambientes, assim as estratégias bioclimáticas
podem não responder completamente à necessidade de conforto.

Segundo a Norma Regulamentadora 17, a temperatura de escritórios e salas de


controle, por exemplo, devem estar entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus
centígrados) e a umidade do ar acima de 40 % e velocidade do ar não superior a
0,75m/s.
• Em edifícios de uso corporativo o
condicionamento artificial, uso de ar
condicionado, é necessários para garantir
conforto térmico e a boa produtividade no
espaço interior,

• aumento no consumo de energia e nos


custos operacionais das edificações.
Uso de vidros em edificações corporativas

O uso de fachadas em pele de vidro tem


destaque na arquitetura corporativa.

• apelo estético dos prédios contemporâneos


• integração entre o ambiente interno e o
externo
• Iluminação natural natural
• procura para locação e venda
Fonte: Archdaily
• maior velocidade na execução da obra;
Inspirados por grandes arquitetos os chamados “edifícios estufa” passam a ser
construídos em diversos países, com sistemas sofisticados de climatização e
iluminação artificial, megaestruturas de aço e concreto, sem sofrer adaptações
necessárias às características culturais e climáticas do local.
A popularização dos sistemas artificiais de resfriamento ou aquecimento do ar
contribuíram para diminuição da eficiência energética das edificações.

Arquitetos se distanciam de um dos


princípios básicos da arquitetura:
adequação do edifício ao lugar.
Uso de vidros nas edificações

Os vidros representam a principal


parcela de ganho de calor pela fachada.

O conhecimento das propriedades


físicas do vidro é fundamental para o
sucesso do projeto, seja para garantir
bom aproveitamento da luz natural ou
reduzir o ganho de calor.

Os vidros, se não forem bem


empregados, podem gerar problemas
térmicos, acústicos e econômicos.

Fonte: Galeria da arquitetura


As tecnologias relacionadas ao
vidro avançam e cabe ao
arquiteto acompanhar e
conhecer as propriedades dos
vidros para fazer a especificação
em seus projetos.

Células fotovoltaicas incorporadas ao vidro


Disponível em: https://abividro.org.br/2018/07/20/manual-de-
vidro-plano-para-edificacoes-por-fernando-simon-westphal/
Principais parâmetros para escolha
de vidros
Quando a energia radiante incide sobre
uma superfície transparente ela é
absorvida, refletida ou transmitida como
se pode observar na figura ao lado.
A radiação solar de onda curta que entra por
uma abertura no edifício incide nos corpos,
que se aquecem e emitem radiação de onda
longa.

O vidro, sendo praticamente opaco à radiação


de onda longa, não permite que o calor
encontre passagem para o exterior,
superaquecendo o ambiente interno.

Este fenômeno é conhecido como efeito


estufa e é o maior transformador da radiação
solar em calor no interior de uma edificação.
A maioria dos folhetos de
fabricantes de vidros apresentam o
índice de Fator Solar (FS).

Fator solar corresponde à soma da


radiação transmitida diretamente
para o interior, mais a radiação
absorvida pelo vidro e emitida para
o ambiente interno.
Quanto menor o FS do vidro, menor é o ganho de calor na edificação.

Recomenda-se utilizar vidros com fator solar abaixo de 35% e transmissão


luminosa em torno de 40%. Isso significa que a área transparente da fachada
permitirá a passagem de apenas 35% do calor da radiação solar e 40% da
transmissão de luz.
Vidros de controle solar

Os vidros de controle solar são aqueles que recebem um revestimento metálico


em uma de suas faces, e que funciona como um filtro à radiação solar, podendo
fazer com que o vidro permita maior transferência de luz do que calor.

O revestimento de controle solar dos vidros é realizado por um processo de alta


tecnologia, no qual se aplica uma fina camada de partículas de metais (diâmetros
da ordem de um milésimo da espessura de um fio de cabelo), sendo invisível a
olho nu.

É possível ter vidros com o mesmo desempenho térmico e com colorações


diferentes, atendendo a diferentes necessidades de projetos.
Vidros insulados

Tem duas ou mais chapas de vidro unidas hermeticamente em suas bordas,


formando uma camada de ar entre elas. É o mais eficaz para reduzir a
transferência de calor .
Quando usados em conjunto com vidros de controle solar e com acabamento
Low-e (baixa emissividade), podem garantir elevados níveis de isolamento
térmico.
Conforto lumínico em ambientes de trabalho

Segundo a Norma Regulamentadora 17, em todos os locais de trabalho deve


haver iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar,
apropriada à natureza da atividade.

A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a


evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
Conforto lumínico

Os métodos de medição e os
níveis mínimos de iluminamento
a serem observados nos locais de
trabalho são os estabelecidos na
Norma de Higiene Ocupacional
n.º 11 (NHO 11) da Fundacentro -
Avaliação dos Níveis de
Iluminamento em Ambientes de
Trabalho Internos.
Normas técnicas estão em constante revisão, os profissionais devem
estar atentos às edições mais recentes das normas referendadas ou
daquelas que venham a substituí-las.
Iluminação natural e conforto lumínico

Ambientes constantemente fechados que levam a exposição diária


somente da luz artificial, causam prejuízos ao ser humano como estresse e
visão cansada.

A iluminação natural proporciona ambientes mais saudáveis, melhoram a


sensação de bem-estar, conforto visual, índice de reprodução de cor no
ambiente e reduzem o consumo de energia.
Analisar a trajetória solar e incidência direta de radiação nas aberturas dos
ambientes.

Planejamento com relação a posição, dimensão, elementos de proteção e


níveis de transmissão luminosa das aberturas.
Proteções solares

Dispositivos de proteção solar têm uma importante função na melhoria do


desempenho térmico das edificações e são utilizadas quando a radiação
direta não é desejada dentro do ambiente.

• reduzem a incidência da radiação solar


• contribuem no controle de iluminação natural evitando ofuscamento
Sombreamento das edificações

O sombreamento é uma estratégia fundamental para redução dos ganhos solares


através do envelope da edificação, sendo essencial em todo o ano na cidade de
Manaus, devendo-se procurar eliminar ou amenizar os efeitos da permanente
incidência de radiação solar.

Utilizar elementos externos de proteção das fachadas e aberturas (janelas), sem


bloquear os ventos, são estratégias de conforto passivo que podem contribuir para
a eficiência energética do edifício.

Exemplo:brises, cobogós, muxarabis, pergolados, vegetação, grandes beirais e


marquises.
Prateleiras de luz e claraboias – iluminação indireta e difusa
Prateleiras de luz e claraboias – iluminação indireta e difusa
No caso de brises, a colocação deve ser feita a partir cálculos e testes de
insolação que determinam quantidade e direção dos mesmos, por meio de
softwares que permitam a modelagem do edifício.
O projeto das proteções solares exige o conhecimento dos movimentos do Sol
e da Terra.

A Carta Solar representa a projeção das trajetórias solares ao longo da


abóbada celeste, durante todo o ano, sendo uma ferramenta auxiliar para
desenvolvimento do projeto, pois diz a posição exata do Sol em determinado
momento.

Esta informação é útil, pois, indica se o Sol vai penetrar em determinada


abertura, se existe sombreamento por edificações vizinhas ou ainda se o
dispositivo de sombreamento instalado é eficiente.
Para traçar os diagramas solares,
considera-se a Terra fixa e o Sol
percorrendo a trajetória diária da
abóbada celeste, variando de
caminho em função da época do
ano.
Os dispositivos de proteções solares quando dimensionados com ângulos
maiores que os necessários, podem escurecer os ambientes aumentando
o consumo do sistema de iluminação artificial e quando
subdimensionados terão pouco efeito na redução da carga térmica
resultante nos planos envidraçados.
Sistema de sombreamento externo que
corre ao longo das aberturas da edificação,
permitem além de controle da luz solar,
um maior controle do ganho térmico que
entra na edificação

Podem criar-se inúmeras possibilidades


em termos de tamanho e sistema
construtivo.

Persianas maiores permitem maior


visibilidade externa com bom
sombreamento.

As persianas podem ser fixas ou ajustáveis


a vários ângulos para permitir níveis
maiores de controle solar, o que pode ser
feito de forma manual ou incorporada na
automatização da edificação.
Fachadas ativas
Brises com controle manual ou automatizados –
controle remoto ou interruptores
Fachadas duplas

Elementos vazados, cobogós


e painéis para
sombreamento das fachadas
Fachadas ventiladas

https://www.archdaily.com.br/br/775512/conheca-as-vantagens-das-fachadas-ventiladas
Sistemas inteligentes e
automação das fachadas
O SOL-AR é um programa gráfico que permite a obtenção da carta solar da
latitude especificada, auxiliando no projeto de proteções solares através da
visualização gráfica dos ângulos de projeção desejados sobre transferidor
de ângulos, que pode ser plotado para qualquer ângulo de orientação.

http://www.labeee.ufsc.br/downloads/softwares/analysis-sol-ar
Referências Bibliográficas

Eficiência Energética na Arquitetura


Roberto Lamberts
Disponível em
http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/apostilas/eficiencia_energetica_na_arquitetura.pdf

Guia sustentabilidade na arquitetura : diretrizes de escopo para projetistas e contratantes / Grupo de


Trabalho de Sustentabilidade ASBEA . -São Paulo : Prata Design, 2012.

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