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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

SELO CASA AZUL – SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

CLARA VANZELLA
YASMIN CARROS PIRES
7° SEMESTRE B

TAUBATÉ
28 DE MARÇO DE 2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO;
2. O QUE É O SELO CASA AZUL?;
3. QUAIS OS OBJETIVOS DO SELO CASA AZUL?;
4. QUAIS AS VANTAGENS DO SELO CASA AZUL?;
5. COMO OBTER O SELO CASA AZUL?;
6. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL;
6.1.CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E CONCEITO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL;
6.1.1. CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS E GERAÇÃO DE RESÍDUOS;
6.1.2. MUDANÇA CLIMÁTICA;
6.1.3. CONSUMO DE ENERGIA E ÁGUA;
7. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA;
7.1. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PROPOSTOS PARA A CATEDORIA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA;
7.1.1. LÂMPADAS DE BAIXO CONSUMO – ÁREAS PRIVATIVAS;
7.1.2. DISPOSITIVOS ECONOMIZADORES – ÁREAS COMUNS;
7.1.3. SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR;
7.1.4. SISTEMA DE AQUECIMENTO A GÁS;
7.1.5. MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA – GÁS;
7.1.6. ELEVADORES EFICIENTES;
7.1.7. ELETRODOMÉSTICOS EFICIENTES;
7.1.8. FONTES DE ALTERNATIVA DE ENERGIA;
8. EXEMPLOS DE EDIFICAÇÕES COM CERTIFICAÇÃO DO SELO CASA AZUL;
8.1. CONDOMÍNIO E /CONDOMINIO G – PARAISÓPOLIS, SP.
8.2. RESIDENCIAL LIBERDADE DO COMPLEXO FOR LIFE MARAPONGA, FORTALEZA-CE.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ELETRÔNICAS


1. INTRODUÇÃO
A sustentabilidade na construção civil tem se fortalecido a cada ano devido, dentre outras
fatores, a pressão exercida sobre o setor, visto que ele é uma das atividades econômicas com
maior consumo de materiais, água e energia. Esta preocupação tem deixado de ser apenas um
detalhe e tem sido incorporada dentro dos projetos como um todo. Por exemplo, práticas que
promovam a eficiência energética na construção civil ou a gestão correta de resíduos já são
uma preocupação do mercado e uma realidade para as empresas do setor.
Fora as pressões relacionadas com práticas mais sustentáveis, há também exigências em
relação a redução dos custos que, muitas vezes, são conseguidas através de estratégias mais
ambientais.
Assim, a construção civil tem avançado em práticas de sustentabilidade, desde o projeto,
passando pela execução e o pós-venda. E com o intuito de incentivar e padronizar tais práticas,
tem surgido inúmeros selos de sustentabilidade. No post de hoje vamos falar sobre o Selo Casa
Azul da Caixa Econômica Federal criado em 2010.

2. O QUE É O SELO CASA AZUL?


O Selo é um instrumento de classificação socioambiental destinado a propostas de
empreendimentos habitacionais (financiados pela Caixa) que adotem soluções eficientes na
concepção, execução, uso, ocupação e manutenção das edificações. A adesão é voluntária e
seu grande objetivo é a melhoria da qualidade das construções, com atenção ao uso
responsável de recursos naturais. Com a avaliação dos 53 (cinquenta e três critérios), a
construção recebe uma das seguintes classificações:
 Bronze: 19 critérios obrigatórios foram atendidos.
 Prata: 25 critérios foram atendidos (19 obrigatórios + 6 livres).
 Ouro: 31 critérios foram atendidos (19 obrigatórios + 12 livres).

3. QUAIS OS OBJETIVOS DO SELO CASA AZUL?

 Incentivar o uso racional de recursos naturais na construção e operação dos


empreendimentos habitacionais;
 Reduzir custo de manutenção dos edifícios e as despesas mensais de seus usuários;
 Promover a conscientização de empreendedores e moradores sobre as vantagens das
construções sustentáveis.

4. QUAIS AS VANTAGENS DO SELO CASA AZUL?

Para os empreendedores:
 Utilização do SELO na comercialização – diferencial de venda;
 Classificação socioambiental com o melhor custo-benefício;
 Aumento da satisfação dos clientes com as características do produto e benefícios
econômicos.

Para os moradores:
 Habitações adequadas às necessidades atuais e futuras;
 Redução do custo de manutenção e adaptação da habitação.
 Para a CAIXA:
 Qualidade dos empreendimentos;
 Aumento da satisfação dos clientes/mutuários.

5. COMO OBTER O SELO CASA AZUL?

Para obter o Selo, o proponente deverá manifestar o interesse de adesão ao Selo Casa Azul
CAIXA e apresentar os projetos, a documentação e informações técnicas completas referentes
aos critérios a serem atendidos pelo projeto. Toda a documentação necessária para análise
deverá ser datada e assinada pelo representante legal e por um responsável técnico pelos
projetos.

Quando necessário, a CAIXA solicitará a correção e/ou complementação da documentação.

Durante a obra, o proponente deverá executar todos os itens previamente mencionados no


projeto, de acordo com as especificações apresentadas e aprovadas pela CAIXA, implantar as
práticas sociais previstas em projeto e divulgar aos usuários os itens incorporados ao projeto,
assim como orientar os moradores sobre manutenção, reposição e uso dos
dispositivos/equipamentos.

Qualquer alteração do projeto durante a obra, referente aos critérios definidos para a
obtenção do Selo, deverá ser comunicada à CAIXA.

6. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir


as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades
das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Para ser alcançado o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do
reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova
forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
Muitas vezes, o desenvolvimento sustentável é confundido com o crescimento econômico,
que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de
desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais
dos quais a humanidade depende.
Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais
dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica,
como o próprio crescimento econômico.
O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a
redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

6.1. CENÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL E CONCEITO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL


As cidades e seu metabolismo são grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água e
energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro próximo, continuarão a produzir
grandes impactos negativos sobre o meio natural.
Muitos destes impactos negativos são gerados pelo setor da construção civil, que responde
por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo. De acordo
com dados do Worldwatch Institute, a construção de edifícios consome 40% das pedras e areia
utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25% da extração de madeira
anualmente. É natural que a sustentabilidade assuma, gradualmente, uma posição de cada vez
mais importância neste cenário.
O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que
permitam à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais
de nossa época, sem renunciar á moderna tecnologia e a criação de edificações que atendam
as necessidades de seus usuários.

6.1.1. CONSUMO DE MATÉRIAS-PRIMAS E GERAÇÃO DE RESÍDUOS


À medida que os materiais se movem ao longo do seu ciclo de vida, são gerados resíduos. O
lixo, no que inevitavelmente se transforma todo produto que se adquire no final da sua vida
útil, é uma parcela pequena do total de resíduos.
Os resíduos oriundos da atividade de construção, reformas e demolições são representados
por um número variável, cujo valor típico está em torno 500kg/hab por ano (JOHN, 2000).
Estes resíduos, em grande parte, são depositados em locais inadequados dentro da malha
urbana, afetando o trânsito, sistemas de drenagem, e gerando focos de doenças ao serem
depositados em terrenos baldios.
A remoção deste material é importante fonte de custos para as municipalidades, desviando
recursos que poderiam ser investidos na melhoria da infraestrutura coletiva. É certo, no
entanto, que poucos municípios brasileiros cumpriram seu dever de criar uma infraestrutura
adequada para receber estes resíduos, conforme estabelecido na Resolução Conama1. E esta é
apenas uma parcela dos resíduos associados ao setor, uma vez que a produção destes
materiais gerou uma quantidade adicional de resíduos. Portanto, a construção é um grande
gerador de resíduos – provavelmente, o maior da economia.
O desenvolvimento sustentável requer as seguintes ações: (a) uma desmaterialização da
economia e da construção – construir mais usando menos materiais; (b) a substituição das
matérias-primas naturais pelos resíduos, reduzindo a pressão sobre a natureza e o volume de
material nos aterros. Mas, é claro, estas tarefas só colaborarão se forem executadas sem
aumentar outros impactos ambientais, o que nem sempre ocorre.
6.1.2. MUDANÇAS CLIMÁTICAS
A construção civil usa grande quantidade de materiais cerâmicos, cimento, aço, vidro, que são
produzidos a alta temperatura, usando energia fóssil e, em algumas situações, lenha obtida de
desmatamento ilegal. A operação dos edifícios é responsável por uma parcela significativa do
consumo de energia nacional. O setor e seus clientes – todas as pessoas, portanto –
contribuem de forma importante para as mudanças climáticas quando compram ou usam
produtos da construção civil.
As mudanças climáticas vão exigir a redução das emissões de gases do efeito estufa – muito já
pode ser feito na área de construção e até em outras atividades de consumo – e a adaptação
do ambiente construído – cidades, pontes, estradas –, pois muitos dos efeitos previstos não
poderão ser mais evitados.
6.1.3. CONSUMO DE ENERGIA E ÁGUA
Toda a geração de energia implica impacto ambiental. Em nível mundial, mais de 80% da
energia é produzida a partir de fontes combustíveis fósseis, gerando poluentes como Nox e
SO2 e a maior parte do CO2 antropogênico mundial: a energia fóssil é responsável pela parcela
mais significativa da mudança climática.
A operação do ambiente construído brasileiro foi responsável por 44% do consumo de energia
elétrica em 2007 (ANEEL, 2008), e existe a tendência de aumento desta participação. Por outro
lado, variáveis do projeto dos edifícios podem significar importantes economias do consumo e
redução de impactos associados à geração da energia (LAMBERTS, DUTRA & PEREIRA, 1997).
A economia de energia em edifícios, mesmo que ela seja renovável, implica significativos
ganhos ambientais e economia de recursos.
A construção civil consome cerca de 21% da água tratada no planeta, segundo o US Green
Building Council. Mais de um terço da água retirada da natureza pelas empresas de água é
perdido durante o processo de distribuição. O consumo médio de água no Brasil é de cerca de
150L/hab por dia, sendo que regiões de maior renda apresentam consumo maior (REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL, 2010).
Segundo o Ministério das Cidades, apenas 50,6% dos domicílios urbanos são atendidos por
esgotos sanitários, mas apenas 34,6% do esgoto coletado é tratado (SNIS, 2008; República
FEDERATIVA DO BRASIL, 2010): dejetos sem tratamento são lançados nos cursos hídricos ou no
solo, podendo gerar contaminação e doenças. O mesmo se aplica à boa parte das águas
contaminadas por processos industriais e atividades de irrigação. Além do esgoto e dos
resíduos líquidos industriais, a lixiviação de espécies químicas presentes nos materiais de
construção, defensivos agrícolas e, até mesmo, resíduos de fármacos, incluindo
anticoncepcionais, contaminam as águas com espécies químicas que as estações de
tratamento não conseguem remover (BILA & DEZOTTI, 2003).

7. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Para o desenvolvimento de projetos mais sustentáveis no Brasil, dentro do setor residencial,
um dos critérios principais a ser levado em consideração é a questão da eficiência energética,
que traz a aplicação de estratégias passivas/bioclimáticas idealizadas ainda na fase de
elaboração do projeto e é fundamental para um bom desempenho térmico da edificação, pois
permite a redução no consumo de eletricidade, lenha e gás, e um aumento do uso de fontes
renováveis de energia.
Nessa categoria são abordados critérios usados como estratégias para que as edificações
tenham uma boa eficiência energética, trazendo pontos como o grande consumo de
eletricidade por uso final do setor e de medidas que devem ser adotadas nos
empreendimentos, de modo a torná-los mais eficientes com relação à conservação de energia.
Menciona também o uso de equipamentos eficientes, tendo uma excelente classificação
dentro do Programa Brasileiro de Etiquetagem – PBE, do Inmetro, tanto em relação ao
consumo de eletricidade quanto ao de gás. Mais um ponto citado é sobre as fontes de energia
alternativa, principalmente as direcionadas a habitações de baixa renda, como o aquecimento
solar. E por fim, medidas de economia de energia afim de que os usuários se tornem mais
conscientes em relação ao seu consumo de energia, vendo quando há necessidade de adotar
medidas de economia e monitorar a evolução do seu consumo ao longo do tempo.
7.1. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PROPOSTOS PARA A CATEDORIA DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
7.1.1. LÂMPADAS DE BAIXO CONSUMO – ÁREAS PRIVATIVAS
Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica mediante o uso de lâmpadas eficientes. Esse
item é obrigatório somente para empreendimentos de habitação de interesse social
destinados a famílias com renda mensal de até três salários mínimos.
É importante considerar que a primeira ação para diminuir o uso de energia através da
iluminação artificial é utilizar os recursos naturais como a iluminação natural do próprio
ambiente nas horas diurnas, implantada pelas estratégias que devem ser pensadas ainda na
fase da elaboração de projetos. E também, frente ao incentivo ao uso de lâmpadas
fluorescentes convencionais e compactas, é importante pensar em termos do descarte das
mesmas ao final do seu ciclo de funcionamento, incentivando parcerias com os fornecedores
desses componentes.

7.1.2. DISPOSITIVOS ECONOMIZADORES – ÁREAS COMUNS


Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica mediante a utilização de dispositivos
economizadores e/ou lâmpadas eficientes nas áreas comuns. Esse item é um critério
obrigatório.
Uma das formas de diminuir o consumo de energia por iluminação artificial em áreas comuns
de edificações residenciais multifamiliares é por meio do uso de dispositivos economizadores,
como é o caso dos sensores de presença, minuterias e lâmpadas de baixo consumo energético.
As áreas comuns destas edificações podem ser divididas entre espaços de permanência
prolongada, que ficam com as luzes acessas por longos períodos, como é o caso de portarias,
salões de jogos/festas; e espaços transitórios, como halls de elevadores, escadas e corredores.
As ações de redução de consumo de energia por iluminação artificial nestes espaços partem
primeiro do uso de iluminação natural durante as horas diurnas.

7.1.3. SISTEMA DE AQUECIMENTO SOLAR


Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica ou de gás para o aquecimento de água. Esse
item é um critério de livre escolha.
O emprego de energia solar para aquecimento de água nas habitações constitui uma das
alternativas mais viáveis, ambiental e economicamente, para o emprego de energias
renováveis nas edificações. Para os usuários da tecnologia, o emprego da energia solar
representa uma redução nas despesas mensais com energia e maior conforto no banho
quente.
O projeto e a instalação do sistema de aquecimento solar de água (SAS) devem obedecer
fundamentalmente à norma específica sobre aquecimento solar de água – NBR 15569, às
normas de instalações de água fria e quente – NBR 5626 e NBR 7198 – e às normas relativas ao
aquecimento auxiliar (backup). Se for elétrico, são as normas NBR 5410 e NBR 5419; se for a
gás, a NBR 13103 e a NBR 15526, além de outras regulamentações, normativas ou leis
municipais.

7.1.4. SISTEMA DE AQUECIMENTO A GÁS


Objetivo: Reduzir o consumo de gás com o equipamento. Esse item é um critério de livre
escolha.
A racionalização do uso da energia é fundamental para diminuir impactos ambientais, reduzir
custos, aumentar a produtividade e assegurar o desenvolvimento sustentável do País. Seu
principal objetivo é incentivar o uso eficiente destas fontes de energia não renováveis no
transporte, nas residências, no comércio, na indústria e na agropecuária.

7.1.5. MEDIÇÃO INDIVIDUALIZADA - GÁS


Objetivo: Proporcionar aos moradores o gerenciamento do consumo de gás da sua unidade
habitacional, conscientizando-os sobre seus gastos e possibilitando a redução do consumo.
Esse item é um critério obrigatório.
O benefício socioambiental é a economia no consumo de gás, pois o consumo é individual para
cada unidade autônoma, incentivando, desta forma, a redução do consumo para o usuário, já
que a economia gerada reverte em benefício próprio.

7.1.6. ELEVADORES EFICIENTES


Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica com a utilização de sistemas operacionais
eficientes na edificação. Esse item é um critério à livre escolha.
O controle de tráfego de elevadores sempre é importante, na medida que se tenha mais do
que um elevador. Para a sua instalação, deve ser verificado o cálculo de tráfego dos elevadores
a fim de se obter o número de usuários necessários e, com isso, verificar quais são os horários
de maior uso.

7.1.7. ELETRODOMÉSTICOS EFICIENTES


Objetivo: Reduzir o consumo de energia com eletrodomésticos. Esse item é um critério à livre
escolha.
O objetivo deste critério é incentivar a entrega de unidades habitacionais, principalmente
habitações de interesse social, e áreas comuns condominiais com eletrodomésticos eficientes,
em especial geladeira, para contribuir com o aumento da economia de energia e melhorar a
renda dos futuros usuários.

7.1.8. FONTES DE ALTERNATIVA DE ENERGIA


Objetivo: Proporcionar menor consumo de energia por meio da geração e conservação por
fontes renováveis. Esse item é um critério à livre escolha.
A incorporação de fontes de energia alternativa ao projeto deve depender de uma avaliação
do empreendimento por meio de estudo da relação custo-benefício, pois algumas tecnologias
possuem um custo considerado elevado. São levadas em conta, para produção de energia
elétrica, fontes renováveis, tais como: energia solar fotovoltaica, energia eólica e produção a
partir de biomassa (óleos vegetais, madeira e resíduos agrícolas).
8. EXEMPLOS DE EDIFICAÇÕES COM CERTIFICAÇÃO DO SELO CASA AZUL

8.1. CONDOMÍNIO E /CONDOMINIO G – PARAISÓPOLIS, SP

A Caixa Econômica Federal concedeu o Selo Casa Azul – Nível Ouro ao projeto dos
Condomínios E e G do Complexo Paraisópolis (SP), integrantes do Programa de Aceleração do
Crescimento (Urbanização de Favelas). O projeto, apresentado pela prefeitura de São Paulo,
possui 171 unidades habitacionais divididas em sete blocos de edifícios.

O projeto englobou, de maneira eficiente, os pilares da sustentabilidade econômica, ambiental


e muito especialmente o social.

Para conceder o Selo, a CAIXA analisou critérios agrupados em seis categorias: inserção
urbana, projeto e conforto, eficiência energética, conservação de recursos materiais, uso
racional da água e práticas sociais. De 46 itens analisados, o projeto atendeu a 39 critérios da
metodologia do Selo Casa Azul, obtendo assim a classificação Ouro, a mais elevada.

Para atendimento da categoria Qualidade Urbana, o projeto foi inserido em malha urbana, em
área dotada de serviços e infraestrutura, garantindo à população o acesso fácil ao comércio,
escolas, transporte público, áreas de lazer, atendimento de saúde e segurança, etc. Além disso,
foram realizadas obras de melhorias no entorno e recuperação de áreas ambientalmente e
socialmente degradadas.

No quesito Projeto e Conforto, a proposta utilizou materiais que garantem condições


favoráveis de insolação, ventilação e projeto de paisagismo que contempla local para coleta
seletiva, espaços para lazer e convívio social. Já no critério Eficiência Energética, está prevista a
entrega das unidades habitacionais com lâmpadas econômicas, uso de dispositivos
economizadores de energia nas áreas comuns e medição individualizada de gás para garantir a
gestão do consumo.

Visando a Conservação dos Recursos Materiais, o projeto foi elaborado dentro dos conceitos
da coordenação modular, evitando o desperdício de materiais de construção. Para a redução
do consumo e a gestão de água, a proposta prevê a medição individualizada de água e a
utilização de bacia sanitária com duplo acionamento, além de arejadores nas torneiras e
reguladores de vazão. Essas medidas podem reduzir em até 30% o consumo de água no
edifício. O projeto possui também área permeável acima do exigido pela legislação local,
garantindo a reposição do lençol freático e reduzindo enchentes.
8.2. RESIDENCIAL LIBERDADE DO COMPLEXO FOR LIFE MARAPONGA, FORTALEZA-CE

O residencial Liberdade do Complexo For Life Maraponga construído pela MRV Engenharia em
Fortaleza, recebeu o Selo Casa Azul Nível Ouro da Caixa Econômica Federal. O condomínio é o
primeiro empreendimento MRV a obter a certificação, concedida pela Caixa. O projeto foi
obtido com o trabalho conjunto das áreas de Inovação, Crédito Imobiliário, Engenharia e
Saúde, Segurança e Meio Ambiente da construtora.

No projeto do residencial Liberdade que conta com 380 unidades, a MRV priorizou itens que
visam a economia do consumo materiais, de energia e de água, garantido que o
empreendimento seja viável economicamente, socialmente justo e ecologicamente correto.
Além dos diversos itens sustentáveis a construtora optou ainda pela instalação de medidores
de água individualizados, que permitem a redução de até 50% no consumo mensal para os
condôminos, descargas econômicas em sistema dual flush, com opção de fluxos de água de
acordo com a necessidade. O sistema conta com bacias com caixa acoplada à descarga, que
permitem economia de até 20 litros de água por acionamento, quando comparada ao modelo
convencional. Será instalado ainda sensores de presença que controlam o sistema de luz para
que quando não houver pessoas trafegando no local, as lâmpadas permaneçam apagadas,
economizando energia. Foram 32 critérios atendidos, sendo 13 itens de livre escolha, além dos
obrigatórios, o que garantiu a mais alta certificação.

Entre os itens opcionais atendidos pelo empreendimento estão a execução de melhorias no


entorno da obra, a instalação de bicicletário, a utilização de escada pré-moldada e laje içada,
com objetivo de reduzir a perda de materiais e a geração de resíduos, o uso de madeira de
reflorestamento; a instalação de elevadores que promovam redução no consumo de energia, a
utilização de torneiras com arejadores para reduzir o consumo de água entre outros itens
sustentáveis.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS/ ELETRÔNICAS

ANDERY, P. R. P. ; VIEIRA, M. P. C. Dificuldades e Estratégias para Sustentação dos Programas


de Garantia da Qualidade na Construção Civil Brasileira. In: Simposio Iberoamericano sobre
Calidad y Competitividad en las Construcciones, Cuba, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 13531: Elaboração de projetos


de edificações – atividades técnicas. Rio de Janeiro, 1995.

BOLLMANN, C.; SCHEER, S.; STUMM, S. B. Engenharia colaborativa: uma visão para a
engenharia simultânea e o uso de ambientes colaborativos para arquitetura e engenharia
civil. In: Seminário de Tecnologia da Informação e Comunicação. São Paulo, 2005.

http://www.caixa.gov.br/Downloads/selo_casa_azul/Selo_Casa_Azul.pdf

https://www.atex.com.br/blog/sustentabilidade/como-reduzir-o-consumo-de-agua-na-
construcao-civil/

https://sustentarqui.com.br/impactos-ambientais-da-construcao-civil/

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustent
avel/

https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/ISMS-842G7C/1/diserta__o_silvio_motta.pdf

http://www.caixa.gov.br/Downloads/selo_casa_azul/Ficha_Selo_Paraisopolis.pdf

https://envolverde.cartacapital.com.br/empreendimento-da-mrv-engenharia-recebe-
certificacao-selo-casa-azul/

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