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(texto e desenhos)
AFORISMOS
MMXXIII
1
Edição do autor
Série Direct edition
ISBN 9798388622389
Selo editorial: Independently published
2
Índice
I
Iniciação
II
Soneto da tinta da China
E do papel do Japão
III
Associação livre
IV
Etiologia
V
Biblioteca
VI
Saudade
VII
Repetição
VIII
Possibilidade
IX
Curiosidade
X
Jacob e o Anjo
XI
Edições
XII
...in pulverum reverteris
XIII
Encruzilhada
XIV
Caminhos Percorridos
XV
Vocação poética
XVI
Massificação
XVII
Brave new world
XVIII
Contradições histórico-psicológicas
XIX
3
Tempo Triste
XX
Escriba
XXI
STOP
XXII
Que Paz!
XXIII
Missão
XIV
Janela
XXV
More Geometrico
XXVI
Simplex
XXVII
Ego
XXVIII
Síntese
XXIX
Mais Além
XXX
Númeno
XXXI
Novo Cântico
XXXII
Imperativo
XXXIII
Milagres do Tempo
XXXIV
Diálogo
XXXV
Paradoxo
XXXVI
Que gente!
XXXVII
Graal
XXXVIII
Bússola
XXXIX
Utilitarismo bem entendido
XL
Memória
4
XLI
Originalidade
XLII
A fava
XLIII
Humor
XLIV
Pretenciosos
XLV
Máscara vacilante
XLVI
E sereis salvo...
XLVII
Vocações
XLVIII
Vanitas
XLIX
Modelos
L
Xerazaad
LI
Preconceitos
LII
Currente Calamo
LIII
Regeneração
LIV
Linhas Vermelhas
LV
When you wish upon a star
LVI
Sinteticamente
LVII
Carne e peixe
LVIII
Pavão
LIX
Querelas
LX
Monumento
LXI
Elogio do Bom Senso
5
LXIIDever de simpatia
LXIII
Complacência
LXIV
Coração ao alto
LXV
Democratizar a ciência
LXXVI
Pílulas de pensamento
LXVII
Homo sum
LXVIII
Decorum et Ratio
LXIX
Mínimo ético (hoc sensu)
LXX
Partilhar
LXXXI
Passividades
LXXII
Síndromes
LXXIII
Extremismos de atitude
LXXIV
Biologia gráfica
LXXXV
Imperium
LXXXVI
Arqueologia mais funda
LXXVI
Adversidade e engenho
LXXXIX
Túnel musical
LXXX
Salvaste-te?
LXXXI
Em demanda da individualidade perdida
LXXXII
Élan vital
LXXXIII
Rio da História
LXXXIV
Planícies e relevos
6
LXXXV
Instintos de defesa
LXXXVI
Que fizeste tu?
LXXXVII
Os Eleitos
LXXXVIII
Recordar
LXXXIX
Aparências
XL
(Des)ilusões
XCI
Igualdade
XCII
Tipos
XCIII
Relapsos e Impenitentes
XCIV
Aceitação
XCV
Sinas
XCVI
Reductio
XCVII
Posfácio
7
I
Iniciação
Delicado o toque
No papel cuidado
Vindo d’Oriente
Onde tudo
É requintado.
8
II
Soneto da tinta da China
E do papel do Japão
9
III
Associação livre
Concentro-me, cálamo
Em riste.
Uma transmissão existe,
Certamente,
Como um álamo altivo,
E resistente.
Voga o pensar. Los Álamos!
Os cálamos, esses de tanto
Lapsus.
De um scriptorium
Conventual, tecendo
Iluminuras, coloridas,
Com monstros simpáticos
E zoológicas ou botânicas
Travessuras (lidas?)
Por entre essas texturas
O que veramente
Procuras?
Sempre se corre
Por alguma cousa
Em baixos e alturas.
10
IV
Etiologia
Cansaço que é
Certamente
Nome profano
De muito entendimento,
Oásis no deserto
Onde já
Não há vozes que
Clamam.
11
V
Biblioteca
12
VI
Saudade
13
VII
Repetição
Cansaço que é
Embalo dolente da mente
Não poder estar de pé
Cansaço somente?
Cansaço presente
Omnipresente.
14
Para onde?
Espreita a sombra
Do cansaço de sobra
Ela se te cola ao ombro
E escorre até teus pés.
Vês?
15
VIII
Possibilidade
16
Saiu-me assim,
Comedidamente
(e isso já é um principium sapientiae)
O reconhecimento otimista
Mas sobretudo probabilista
De uma (aliás remota)
Possibilidade).
Essa é que é a verdade.
17
IX
Curiosidade
18
X
Jacob e o Anjo
Previne-me tu da verdade
Faz-me essa gentileza...
19
XI
Edições
20
XII
...in pulverum reverteris
21
Nada se pode cobiçar no vasto mundo
Precisamente por ser tão grande
E tão vária, bem vistas as coisas,
Essa divindade misteriosa
Caprichosa
A que se chama Fortuna. A Sorte.
22
XIII
Encruzilhada
No nó da encruzilhada
O ponderado sábio
Oscila.
Pondera prós- e contras.
Vacila.
Da trilha da direita
Vê virem viandantes amargos
Do caminho da esquerda
Chegam passantes circunspetos
Da estrada da frente
Regressam romeiros indiferentes
E para todas as vias
Vê dirigirem-se,
De roupas garridas
E sorrisos abertos
Mesmo com francas gargalhadas,
Galhardos peregrinos
Festivos e esperançosos.
23
A tentação é de não ir
De permanecer na encruzilhada
Dos caminhos
Onde afinal pode contemplar
O espetáculo
De todos os tipos de gentes
Sem arriscar um caminho
Menos agradável.
Mas um paraquedista
Que subiu aos céus
E decerto daí viu
Os vários destinos
Lá do alto,
Aterrando junto do sábio
Adivinhou o seu dilema
E disse:
Todos os três, amigo,
São o mesmo lugar.
24
XIV
Caminhos Percorridos
25
XV
Vocação poética
Pergunto-me como
Sem treino do gosto
Sem estudo obrigatório
(só pode ser assim...)
dos clássicos
Pode ainda haver
Que se sinta atraído
Pela Poesia. Lida e escrita.
Snobismo ainda? Arcaica coisa.
Marginalidade chique, ou outra?
Imitação não é, que não há
Muitos e visíveis
A quem imitar.
Será um impulso interior,
Fruto de ciência infusa,
Ainda que confusa?
Diamantes em bruto
Os que procuram a Poesia
Têm de não se contentar
Com prosa enfileiradinha
Ou rimazita banal
Até boçal.
Por mais que seja o chamamento
Há que cultivar o gosto
Não ficar no sentimento.
26
XVI
Massificação
27
Do seu tempo.
28
XVII
Brave new world
Apesar de tudo,
Por entre a multidão
De coisas, de chamamentos,
De apelos,
Há motivos excelentes
Em que parar
E degustar.
29
Ultrapassada em muitos a escassez
O tempo e as posses se libertaram.
Brave new world poderia ser
De Paz, de Progresso, de Fraternidade.
Infelizmente, no DNA da espécie
Parece haver marca de Caim
Ancestral grilhão
De servidão.
30
XVIII
Contradições histórico-psicológicas
31
XIX
Tempo Triste
Sendo de hoje
Sei que não sou deste tempo.
Quer dizer: estou nele, mas
Não comungo do que nele
Serão novidades específicas.
A Cultura é antiquíssima.
A Espiritualidade é conatural
À Humanidade.
A Justiça e a sua forma
Sempre houve, e foi altissimamente
Cunhada epistemicamente
Pelos Romanos.
A Ética atingiu nos livros sapienciais
Da Bíblia e na pena
De Aristóteles cumes
Dificilmente igualáveis –
- deixem-se os novos
de ridículas presunções.
A Democracia é grega
Se não anterior.
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
32
Cristalizaram nessa tríade sagrada
Há dois séculos.
A técnica mais apurada
Já construiu as pirâmides
Do Egito
E nem se sabe hoje bem como.
A Medicina tem em Kós
A memória do hospital
De Hipócrates
Que nos deu ainda
Um juramento inigualável.
E o futuro?
Gostaríamos todos
De crer que será melhor.
Haverá que fazer por isso.
Mas como?
Muitos dos caminhos clássicos
Estão cortados.
33
E é precisa muita imaginação
E luta, decerto,
Para rasgar novas clareiras
E sendas não ainda trilhadas.
34
XX
Escriba
35
XXI
STOP
Se passares bem
Se bem pensares
Compreenderás que azares
Do louco vaivém
São miragens, só ares,
Fumos do Real.
Se parar ousares
Moderas o mal.
36
XXII
Que Paz!
Dou graças
Por não dever
Nem poder
Excessivamente opinar.
Já penso tanto...
E assim tanto sofro...
Para quê envolver-me
Nas vãs e sinuosas
Querelas da Ágora?
Que paz!
37
XXIII
Missão
38
XXIV
Janela
39
XXV
More Geometrico
De algo valeu
Alguma vez
Judiciosas e axiomáticas
Máximas
Éticas austeras
Abstratas
Até à maneira
Dos geómetras?
Valem mais
Loucuras desbragadas
Vitupérios tremendos
Blasfémias a todas
As coisas sagradas,
Sejam sacras
Ou profanas?
40
XXVI
Simplex
Há uma extrema
Extrema e extremada
Simplicidade nas coisas importantes.
Desde a Infância que somos
Ensinados, antes de tudo,
Acima de tudo,
A muito complicar.
Não.
Degradaram-nos o sentido
Das coisas simples
Mas não simplórias
41
Nem blasées
Nem pseudoclássicas
E pseudo pagãs.
Para mim,
Como dizia alguém,
Pagão é hoje
O que paga a conta.
Tudo é simples,
Se consultares com ponderação
E um mínimo de estudo
O conselheiro permanente
Do teu coração
E a sábia lição
Da tua mente.
As tuas angústias
Nem são só tuas
Nem nasceram ontem.
Milhões as partilham contigo.
42
Não acredites em gurus.
XXVII
Ego
Sê tu próprio
Quanta coisa ruim
Decorre de quereres imitar
O teu vizinho.
Torna-te autossuficiente
O mais possível.
Só assim serás de forma
Sã
Convivencial, convivente.
Disto fica ciente.
43
XXVIII
Síntese
44
XXIX
Mais Além
45
Para além da multidão
Dos materiais?
Como testemunhar os “ais”
Mais profundos?
É preciso olhar mais fundo
É necessário fazer a síntese
E entender os sentidos,
Por detrás dos faits divers
E mesmo os mitos
(grandes narrativas explicadoras)
desvendar.
Mesmo muitos intelectuais
Vivem
Ao rés-do-chão da verdade,
Até da realidade mais simples.
Esfalfam-se, torram os miolos e
Queimam as pestanas.
E o Ser
Ri-se a bandeiras despregadas
Dessa exaustão voluntária
Que só serve esse mesmo propósito:
Extenuar.
46
XXX
Númeno
N’opacidade do mundo
Há tempos de primavera
Em que realidade fera
Mostra mais seu ser profundo.
E o milagre da visão
Consumada em comunhão
É uma outra alegria.
47
XXXI
Novo Cântico
48
XXXII
Imperativo
49
XXXIII
Milagres do Tempo
Mas mais:
Há metamorfoses
De pessoas
Até de sentimentos.
Amores se volvem ódios
E presenças ausências
E lamentos.
Rigores mudam em bródios:
São fases.
E se a roda da fortuna
Volve o pobre em rico
E este em indigente,
Algumas vezes,
Uma magia profunda
E muito estranha
De um ser banal
50
Já desentranha
Um génio, herói, alguém
Que abunda em Graça
E a Luz do Bem
Espalha aonde passa.
51
XXXIV
Diálogo
- És um cético!
- Não.
Em muito creio.
Só que não tenho esteio
Na tua visão.
E tenho um fundo ético,
Eclético.
52
XXXV
Paradoxo
53
XXXVI
Que gente!
Intriga-me
E indigna-me
(confesso a minha fraqueza)
A pedante superioridade
De quem nada sabe e
De quem nada fez
Ante quem trabalha
Duramente
Quem fala com simplicidade
Quem bem pensa e sente
Que gente!
54
XXXVII
Graal
Perante o vendaval
De maledicências
De malquerenças
De ódios
Desavenças
Bródios
Nesciências,
Perante tanto mal.
Só um silêncio
De pedra conventual.
Uma muralha,
Eriçada de espadas,
Flamejantes gládios,
Colocando bem ao longe
Ruído mundanal.
E, no santo dos santos,
55
Oficiar humildemente
Breve oração somente.
Esse o sagrado Graal.
56
XXXVIII
Bússola
Já não pensas em ti
Senão como te querem;
Já não desces ao fundo
Do que realmente és.
Abre-te a ti!
Abre o sacrário interior!
Olha-te ao espelho.
E vê se o teu retrato
Se assemelha àquela pessoa
Que és tu.
Com quem ainda sonhas.
Sonha-te agora acordado!
Reinventa-te!
Esse talismã
Que trazes no peito
É uma bússola.
57
XXXIX
Utilitarismo bem entendido
58
XL
Memória
59
XLI
Originalidade
Tenta escrever
O que realmente
Pensas e
Sentes.
Tenta, depois,
Depurar o que
Realmente é teu
E não ouvido
Aqui e acolá.
Conseguiste
Preencher uma página?
Meia?
Quantas linhas?
Uma só?
Parabéns!
És um pensador.
60
XLII
A fava
61
XLIII
Humor
O humor é sempre
Muito conveniente.
Opaco ou transparente
É verdadeiro e mente.
62
XLIV
Pretensiosos
63
XLV
Máscara vacilante
A dificuldade em estar
Socialmente
Pode ser-nos simpática.
Mas o incómodo dessa falta
De à vontade
Pode levar a reações desagradáveis.
Antes quem saiba
Segurar bem
Sua máscara.
64
XLVI
E sereis salvo...
A Palavra é mágica.
Inúmeras aproximações clássicas
E bíblicas e de outras sapiências
Nos confirmam
o Poder da Palavra.
E a logoterapia e a
Biblioterapia e a
Psicanálise certamente.
A Palavra cria. Fiat lux.
Por isso, se diz que logo depois
De Deus
Esteve a Palavra.
In principium erat Verbum.
A Palavra é origem.
O Verbo é mais que a Palavra,
Mas é-o também.
Não estranhes a conclusão,
Banalíssima e profana:
é óbvio que, com tamanha
força,
65
a palavra
(agora com minúscula)
a nossa palavra,
é um bálsamo.
Falar faz bem –
- digam-no tantos tagarelas.
Escrever faz muito bem.
Dizemos nós.
66
XLVII
Vocações
Se todas as palavras
Que se ocupam
E que vibram
Com o seu grande desporto nacional
(seja ele qual for)
se ocupassem em política
digamos, “local”.
e aderissem a ONG’s e que tal
Haveria decerto um campeonato
De política local ou internacional
E a forma das polémicas desportivas
Passaria a ter repercussão
Nessa outra dimensão.
E se depois, por difusão,
Os que nos bares ou à televisão
Discutem os jogos da divisão
Passassem a discutir apenas
A grande política da nação?
Seria uma enorme mole de gente
Para isso muito certamente
Bem pouco competente.
E seria essa mobilização total
Da retórica e paixão nacional
Algo excelente?
Duvido, profundamente.
Decerto a divisão dos interesses
(a diferente vocação)
é certa, boa, suficiente.
67
XLVIII
Vanitas
Ir a um alfarrabista
É um excelente
Calmante das vaidades
E das pretensões
De fama.
Hoje vi uma boa dúzia
De livros
De um autor quase
Ignorado.
Cada livro que ele viu
Sair dos prelos
Deve ter sido
Um nascimento
Uma promessa.
Não necessariamente
De fama
Ou de riqueza
Mas ao menos de algum
Reconhecimento.
Jaz, como que por favor,
Num alfarrabista
A preço muito abaixo
De qualquer ilusão.
RIP.
68
XLIX
Modelos
69
Propagandeados agora.
E em que estamos submersos.
Será que a falta
De espírito crítico
Tão generalizada
Será que a escravatura de trabalho
Tão constrangedora
Será que os ópios mediáticos
Tão avassaladores
Não deixam entrever?
Te comemos quase só
gato por lebre?
Ou será que a pessoa moderna
É de si tão ciosa
Que modelos a sério
Seriam um choque excessivo
Que lhe faria entrar
Em depressão?
70
L
Xerazaad
Gosto de recordar
Estórias reais
E exemplares.
Para cada situação
Há um caso antigo,
Pessoal e de segunda mão
Que pode ficar contigo
Avançar a solução.
71
LI
Preconceitos
Um dogmático feroz
De privilégios senhor
Pode ser maior mentor
Duma hipocrisia atroz.
72
LII
Currente Calamo
73
LIII
Regeneração
Seria importante
Haver estudos abrangentes
(e divulgados)
sobre a mudança nas pessoas.
Até que ponto e como
As pessoas mudam?
Certamente pessoas de uns grupos
Mudam mais facilmente
E para melhor
Que outros.
Pode também extrapolar-se:
Se uma pessoa comum
Dificilmente, por exemplo,
Se cura de um vício,
Como se poderá pretender
Que a Humanidade ganhe emenda?
E, contudo, há quem
Vença os vícios e
Renasça.
Essa a esperança
Para esses
E indiretamente
Para o Mundo.
74
LIV
Linhas Vermelhas
A paciência esgota-se,
Embora haja quem seja
Um poço sem fundo
De paciência infinda,
Quase infinda.
75
LV
When you wish upon a star
76
LVI
Sinteticamente
Não se trata
De falar demais.
Não se trata
De falar muito.
Há quem fastidiosamente
Fale por horas e horas
Sem nada de importante dizer
- que terrível tortura!
Trata-se de dizer as coisas todas
De forma um pouco
Mais completa
E ainda assim
Fica sempre tanto
(mas tanto do importante,
não do banal e até
do nocivo)
por dizer.
77
LVII
Carne e peixe
78
LVIII
Pavão
Devia apenas
Achar ridícula
A atitude de quem
Muito se tem
Em conta.
É curioso que quando
Alguém assim
Ainda possui
Alguma réstia
De valor
É pecado venial.
Mas quando é apenas
Um galaró emplumado
(ou afim)
sem conteúdo e sem nada
E pior se vexando
O primeiro desgraçado
Que lhe passar no caminho
Isso me tira do sério
E digo-o sem mistério:
Essa figura animal
Nem um pecado mortal
Comete, assim, afinal.
É nulo e é deletério.
79
LIX
Querelas
A maior parte
Das discussões
Nada significam
Em si mesmas.
São animosidades
Verbalizadas
Frustrações e
Medos
Feitas argumentos
Não são palavras
São só sentimentos
Não interessa o que digam
Os contendores
Poderiam
Facilmente
Mudar de posição
Têm só em mente
Gratuita agressão.
Ai, assim não!
80
LX
Monumento
Há monumentos
Às mais variadas causas.
Por um momento
Pensei num monumento
Não a um deus desconhecido
Nem a um soldado olvidado
Mas a uma virtude esquecida.
81
à deusa insensatez.
LXI
Elogio do Bom Senso
O Bom senso
É velho, é sábio;
Não deixa de ser audaz,
Mas é sempre bem capaz
De ter cuidado, ter tento,
Ele é cauto e é sagaz.
82
LXII
Dever de simpatia
A simpatia é um dever
Não a untuosidade
Não louvaminha fazer
Sempre sempre pois manter
Altivez e hombridade
Mas amável deves ser.
83
LXIII
Complacência
84
LXIV
Coração ao alto
Algo me segreda
Que melhor triunfa
Uma qualquer empresa
Se se tiver o coração sem presa.
Desprendido da sorte da jogada
Ao audaz bafejam os deuses.
85
Jogam precocemente mal.
E, seja como for,
Perdem sempre.
Podemos jogar.
Mas saibamos jogar bem.
Desprendidamente.
E conscientemente...
86
LXV
Democratizar a ciência
87
LXXVI
Pílulas de pensamento
88
LXVII
Homo sum
89
Pascal do próprio Homem.
Homo sum.
90
LXVIII
Decorum et Ratio
91
LXIX
Mínimo ético (hoc sensu)
92
Éticas
E de as propor.
Não de as impor.
Mas há um “mínimo ético” que
(transversal) talvez deva mesmo
ser imposto.
Nele se integra
(ou com ele se confunde?)
o Direito.
Não podemos queixar-nos
Da mínima moral
Imposta pelo Direito.
Deixemo-nos de chinoiseries
Intelectualistas.
93
LXX
Partilhar
94
O mesmo tesouro civilizacional.
Uns (poucos) ainda parte dele
Possuem.
Outros quase nada.
Este é um sério problema.
95
LXXXI
Passividades
96
Desporto?
LXXII
Síndromes
Há quem padeça
Do trauma, do bloqueio,
Do chamado “síndrome
Do papel branco”.
Como somos todos
Bem diferentes!
A mim
O papel
Seja ele branco
Ou de qualquer cor
(mesmo o negro,
que é ausência dela)
chama-me
impele-me
obriga-me
Força-me a mão
A escrever
Não tenho como
Dele fugir.
É só obedecer.
97
LXXIII
Extremismos de atitude
98
LXXIV
Biologia gráfica
Quando desenhas
Mobilizas uma enzima
De concentração
E excitas uma hormona
De felicidade.
Não é isto
(que eu saiba)
absolutamente científico...
Digo-o apenas
Por ser verdade
Independentemente
Da terminologia.
Mas sabemos
Que dito assim
Teria mais peso,
Mais respeitabilidade,
Outra plausibilidade,
Verosimilhança.
Faria a diferença
Ou diferança...
99
LXXXV
Imperium
100
LXXXVI
Arqueologia mais funda
101
LXXVII
Adversidade e engenho
102
LXXXIX
Túnel musical
Entrar na música
Música música, não mero ruído,
É ir por um túnel
Almofadado
Como uma tuba enorme
Que nos engole e acolhe
E nada há mais
Que essa outra dimensão
Por isso mesmo uma sinfonia
Retumbante
Não pode nunca
Fazer adormecer.
103
LXXX
Salvaste-te?
Tornaste-te, intimamente,
Como pessoa a sós, naquilo /e /a
Que tinhas sonhado
Ou mesmo planeado?
É um balanço a fazer na maturidade
E de preferência várias vezes
Durante esses anos de balanço
(e em todo o limite
de idade).
Podias ter planos exagerados,
Desmedidos, insensatos.
Se os não cumpriste,
Fizeste bem.
Alguns vão involuntariamente
Além dos seus planos.
Mas é caso
Para perguntar
Se esse ir além
Teve boas ou nocivas
Consequências
104
(não vás pelas aparências)
Não na persona exterior
Mas no ser interior
De cada um.
Pode-se ganhar o Mundo
E perder a sua alma.
O que tem de ser
Interpretado
Em termos muito latos.
Perder a alma é também
Perder o seu tempo
Em dissipação pura
Ou muito mau
Negócio.
Por exemplo, em trabalho
Improdutivo.
Tudo depende.
Mas vê se te salvaste.
Isso é importante.
105
LXXXI
Em demanda da individualidade perdida
Quando já apenas se é
Uma diligentíssima máquina
De trabalho, a individualidade
Passa a ser, não um ser com
Ipseidade, mas...
Uma diligentíssima máquina
De trabalho.
A função transforma
Não o órgão,
Mas todo o organismo.
Donde, o burocrata não seja já
Pessoa
Mas a encarnação total
E completa
Da própria Burocracia.
E, de um modo ou de outro,
A sociedade atual tende para
Transformar mesmo as profissões
Mais livres
E criativas
Em vis e subordinados mesteres
Submersos em corveias vãs
Das mais néscias.
Como reencontrar a Pessoa
106
Por detrás da carapaça
Da estúpida função?
Se ser competente é ser
Tanto mais estúpido?
Quando vejo num profissional
De sucesso
Um hobbie que não seja
Meramente extensão ou subsídio
Do seu sucesso profissional
(como para tantos o ténis
na juventude
e na maturidade o golfe)
rejubilo. After all...
Mas um hobbie, convenhamos,
Não é apesar de tudo
Suficiente.
É preciso algo mais
Para redimir um embotamento
Diuturno.
107
LXXXII
Élan vital
A ilusão da realidade
e da função social
Da escrita
Apanha e enleia
Mesmo quem tem consciência
Dessa sutil teia.
Dá uma fúria criadora
A quem escreve,
Quando o que escreve
Lhe sai mesmo d’Alma.
E procura transcrever
O que vai dentro
No íntimo do Ser.
Pode montanhas mover,
Esse élan vital,
Mesmo se tudo
Parece ir muito mal.
Os doentes recobram forças
É certo que alguns autores
Não terminaram,
Colhidos pela morte,
Os manuscritos que criaram.
Pouca sorte.
Mas certamente
Tendo o fim pela frente
Muitos conseguiram iludir
A dama negra, adiar o desfecho.
É que uma das maiores
Forças humanas é o sentir
Que se faz algo com sentido
108
E utilidade.
Não importa a doença,
Não releva a idade.
Pela mesma razão é que tantos
Reformados, aposentados, jubilados,
Partem depressa.
Falta sentido.
Sentem lançados
Definitivamente
Aqueles seus dados.
109
LXXXIII
Rio da História
110
Marginais.
Esses não ficam nos anais.
111
LXXXIV
Planícies e relevos
112
LXXXV
Instintos de defesa
113
LXXXVI
Que fizeste tu?
114
LXXXVII
Os Eleitos
115
Completamente.
Porque os dados do jogo
da vida
afinal são outros,
só para eles
privativos.
Há sempre uma nova lei
Privada (privilégio)
Um álibi, uma exceção,
Ou uma nova regra
Que não apenas os isenta,
Como até os exalta e acalenta.
Assim a vida é fácil.
116
LXXXVIII
Recordar
Outras coisas
117
(como as línguas,
parece)
já não retornam assim
com tanta facilidade.
Algo sempre se esquece.
E a ética acuidade?
Quando há que exercê-la
De novo,
Que coisa acontece?
Terás tu Liberdade?
O que te parece?
118
LXXXIX
Aparências
Amontoados colados,
Agregados ou prensados
De folhas, com um certo
Volume, dão alguma
Tranquilidade. Imponentes,
Infundem algum respeito.
Um livro volumoso
É um tijolo.
Pode bem ser
Uma arma
De arremesso...
Antigamente, ainda
Em certos países,
Um livro de cheques
Volumoso
Fazia pensar
Em grossa conta.
119
E o volume impresso
Também grosso e grande
Seria sinal se não
De ciência
Ao menos de vasta
Erudição.
Impressionamo-nos sempre
(ou quase, ou quase todos)
com aparências
demasiado evidentes
para serem verdadeiras.
120
XL
(Des)ilusões
A opção é simples:
Ou ter desilusões pontuais
Porque se anda em geral iludido
Ou ser um desiludido
E nada o iludir
Não podendo também
Nada o desiludir.
Apesar de toda a frieza
Há sempre, ainda que
Por momentos,
Um grau de desilusão
Mesmo que parcial,
Limitada,
Cheia de medos
E prevenções.
Por isso é que
Mesmo os mais desiludidos
Se iludem, e sobretudo
(porque isso mais se nota)
se desiludem.
Afinal, até eles
São uma desilusão.
121
XCI
Igualdade
A ideia de privacidade,
Em termos absolutos,
Se é obviamente
Algo de civilizacionalmente
Progressivo
(noutros tempos,
nem os reis a tinham),
também comporta
algumas limitações,
que não ferem o seu cerne,
mas são, contudo, laterais.
Porém, a ter em consideração.
122
Não podemos recortar
Uma dúzia de tipos humanos
Com suas estórias
E baralhá-las
Distribuindo-as
Por toda a Humanidade?
Protege a tua pequena estória.
Sim. Protege a tua
Pequenina e pessoal versão
Da estória padrão universal
X, y, z...
Não creias que és muito diferente
Nem muito importante.
Olha as estorinhas de tantos
famosos
Na comunicação social.
Vês alguma coisa de novo?
É tudo muito igual.
Será pelo gosto
De ler estórias repetidas
Com peripécias consabidas
Que as pessoas tanto procuram
Por esse tipo de “informação”?
Talvez seja um calmante,
Um tranquilizante,
Saber que tudo é igual.
Sensaborão.
123
XCII
Tipos
Há pessoas sensíveis e
Gentes insensíveis.
Para as primeiras, um simples
Bulir de folhas no outono
É já uma revolução.
E pior: um sobressalto
Interior
Maior.
Às segundas, por mais emoções
Que procurem
Nada lhes chega e atinge.
Há hipersensibilidades
Mesquinhas
Muito pequeninas.
Mas há ainda
sensibilidades nobres.
Como há insensibilidades
Embrutecidas e outras
Só anestesiadas ou abúlicas.
As sensibilidades nobres, porém,
Necessitam de algumas
Armaduras
Senão soçobram.
E seria uma grande pena.
124
XCIII
Relapsos e Impenitentes
125
XCIV
Aceitação
126
Que possa transformar-se
Em real.
Não experimentes, pois.
Eu não arriscaria
A trocar absolutamente
Nada.
Tudo está bem
Como está.
Aceita.
127
XCV
Sinas
128
XCVI
Reductio
129
Tudo o resto é
Uma enorme, grandiosa,
Confusa, pretensiosa
Encenação.
Como quem vai ao circo
Para esquecer a doença mortal,
O desespero.
E contudo
Não digas que não há
Nada a fazer
E que a vida não tem
Qualquer sentido.
Bastaria que tentássemos
Diminuir a imensa
Dor de tantos
Que não têm tempo
(e muito menos dinheiro)
Para filosofar.
Mas é mais fácil
Arrastar esse ócio indigno
Pelas festas e mascaradas
E mesmo esbanjar
As horas em neuras
Mortais.
130
XCVII
Posfácio
131
OUTROS LIVROS DO AUTOR
1987
(1) O Procedimento Administrativo, Coimbra, Almedina, 1987 (esgotado);
(2) Quadros Institucionais – do social ao jurídico, Porto, Rés, 1987 (esgotado); refundido e aumentado
no volume seguinte:
(2 a) Sociedade e Direito. Quadros Institucionais, Porto, Rés, 1990 (esgotado);
1988
(3) Introdução à Teoria do Direito, Porto, Rés, 1988 (esgotado);
(4) Noções Gerais de Direito, Porto, Rés, 1.ª ed., 1988, 2.ª ed. 1991, há outras edições ulteriores (em
colaboração). Edição bilingue português-chinês, revista, adaptada e muito aumentada: Noções Gerais de
Direito Civil, I, trad. de Vasco Fong Man Chong, Macau, Publicações O Direito, ed. subsidiada pelo
Instituto Português do Oriente e Associação dos Advogados de Macau, 1993; nova edição pela
Calendário das Letras, Vila Nova de Gaia, 2015; nova edição pela Primeira Edição editora, 2020.
(5) Problemas Fundamentais de Direito, Porto, Rés, 1988 (esgotado);
1990
(6) Direito, Porto, Edições Asa, 1990; 2.ª ed. 1991; 3.ª ed., 1994 (esgotado);
(7) Mito e Constitucionalismo. Perspectiva conceitual e histórica, Coimbra, 1988, Separata do
“Suplemento ao Boletim da Faculdade de Direito de Coimbra”, vol. III, Coimbra, 1990 (esgotado);
(8) Pensar o Direito I. Do realismo clássico à análise mítica, Coimbra, Almedina, 1990 (esgotado);
(9) Direito. Guia Universitário, em colaboração, Porto, Rés, 1990 (esgotado);
1991
(8 a) Pensar o Direito II. Da Modernidade à Postmodernidade, Coimbra, Almedina, 1991 (esgotado);
(10) História da Faculdade de Direito de Coimbra, Porto, Rés, 1991, 5 vols. (com colaboração de
Reinaldo de Carvalho, Prefácio de Orlando de Carvalho);
1992
Mythe et Constitutionnalisme au Portugal (1777-1826). Originalité ou influence française?, Paris,
Université Paris II, 1992 (tese policopiada e editada parcialmente);
1993
(11) Princípios de Direito. Introdução à Filosofia e Metodologia Jurídicas, Porto, Rés, 1993 (esgotado);
1995
(12) Para uma História Constitucional do Direito Português, Coimbra, Almedina, 1995 (esgotado);
(13) Tópicos Jurídicos, Porto, Edições Asa, 1.ª e 2.ª ed., 1995 (esgotado);
(14) “Peço Justiça!”, Porto, Edições Asa, 1995 (esgotado) – há edição em Braille, Porto, Centro Prof.
Albuquerque e Castro, n.º 1176, 8 volumes;
(15) Amor Iuris, Filosofia Contemporânea do Direito e da Política, Lisboa, Cosmos, 1995 (esgotado);
1996
132
(16) Constituição, Direito e Utopia. Do Jurídico-Constitucional nas Utopias Políticas, Coimbra,
Faculdade de Direito de Coimbra, Studia Iuridica, Coimbra Editora, 1996;
(17) Peccata Iuris. Do Direito nos Livros ao Direito em Acção, Lisboa, Edições Universitárias
Lusófonas, 1996;
(18) Arqueologias Jurídicas. Ensaios jurídico-humanísticos e jurídico-políticos, Porto, Lello, 1996;
1998
(19) Lições Preliminares de Filosofia do Direito, Coimbra, Almedina, 1998, esgotado, há 2.ª ed. e 3.ª ed.;
(20) A Constituição do Crime. Da substancial constitucionalidade do Direito Penal, Coimbra, Coimbra
Editora, 1998;
(21) Instituições de Direito. I. Filosofia e Metodologia do Direito, Coimbra, Almedina, 1998
(organizador e coautor), Prefácio de Vítor Manuel Aguiar e Silva;
(22) Res Publica. Ensaios Constitucionais, Coimbra, Almedina, 1998;
1999
(23) Lições de Filosofia Jurídica. Natureza & Arte do Direito, Coimbra, Almedina, 1999;
(24) Mysteria Ivris. Raízes Mitosóficas do Pensamento Jurídico-Político Português, Porto, Legis, 1999;
2000
(25) Le Droit et les Sens, Paris, L’Archer, dif. P.U.F., 2000;
(26) Teoria da Constituição, vol. II. Direitos Humanos, Direitos Fundamentais, Lisboa, Verbo, 2000;
(27) Temas e Perfis da Filosofia do Direito Luso-Brasileira, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda,
2000;
(20 a) Instituições de Direito. vol. II. Enciclopédia Jurídica, (organizador e coautor), Coimbra, Almedina,
2000;
(28) Responsabilité et culpabilité. Abrégé juridique pour médecins, Paris, P.U.F., 2000 (esgotado);
2001
(29) O Ponto de Arquimedes. Natureza Humana, Direito Natural, Direitos Humanos, Coimbra,
Almedina, 2001 (esgotado);
(30) Propedêutica Jurídica. Uma perspectiva jusnaturalista, Campinas, São Paulo, Millennium, 2001
(em colaboração com Ricardo Dip);
2002
(31) Lições Preliminares de Filosofia do Direito, 2.ª edição revista e atualizada, Coimbra, Almedina,
2002;
(25 a) Teoria da Constituição, vol. I. Mitos, Memórias, Conceitos, Lisboa, Verbo, 2002;
(32) Faces da Justiça, Coimbra, Almedina, 2002 (esgotado);
2003
(33) Direitos Humanos. Teorias e Práticas, Coimbra, Almedina, 2003 (org.), com Prefácio de Jorge
Miranda;
(34) O Século de Antígona, Coimbra, Almedina, 2003;
(35) Teoria do Estado Contemporâneo (org.), Lisboa / São Paulo, Verbo, 2003;
(36) Política Mínima, Coimbra, Almedina, 2003 (esgotada a 2.ª ed.);
(37) Miragens do Direito. O Direito, as Instituições e o Politicamente Correto, Campinas, SP,
Millennium, 2003;
(38) Droit et Récit, Québec, Presses de l’Université Laval, 2003;
2004
(39) Memória, Método e Direito, Coimbra, Almedina, 2004 (esgotada a 2.ª ed.);
(40) O Tímpano das Virtudes, Coimbra, Almedina, 2004;
(41) Filosofia do Direito – Primeira Síntese, Coimbra, Almedina, 2004 (esgotado);
(42) Direito Natural, Religiões e Culturas, org., Coimbra, Coimbra Editora, 2004;
2005
(43) Anti-Leviatã, Porto Alegre, Sérgio Fabris, 2005;
133
(44) Repensar a Política. Ciência & Ideologia, Coimbra, Almedina, 2005 (esgotado; há 2.ªed., com uma
Apresentação de J. J. Gomes Canotilho);
(45) Lusofilias. Identidade Portuguesa e Relações Internacionais, Porto, Caixotim, 2005 (Menção
Honrosa da SHIP);
(46) Escola a Arder, Lisboa, O Espírito das Leis, 2005;
(35 a) Política Mínima, 2.ª ed., corrigida e atualizada, Coimbra, Almedina, 2005 (esgotado);
(47) Novo Direito Constitucional Europeu, Coimbra, Almedina, 2005;
(48) História do Direito. Do Direito Romano à Constituição Europeia, Coimbra, Almedina, 2005 (em
colaboração com Joana de Aguiar e Silva e António Lemos Soares), esgotado, foi feita reimpressão, de
novo esgotada, e mais recentemente 2.ª ed.;
(49) Direito Natural, Justiça e Política, org., Coimbra, Coimbra Editora, vol. I, 2005;
(50) O Essencial sobre Filosofia Política Medieval, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2005;
2006
(51) O Essencial sobre Filosofia Política Moderna, Lisboa, INCM, 2006;
(52) Per-Curso Constitucional. Pensar o Direito Constitucional e o seu Ensino, Prefácio de Manoel
Gonçalves Ferreira Filho, São Paulo, CEMOROC- EDF-FEUSP, Escola Superior de Direito
Constitucional, Editora Mandruvá, 2006 (esgotado);
(53) O Essencial sobre Filosofia Política da Antiguidade Clássica, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, 2006;
(54) Pensamento Jurídico Luso-Brasileiro, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2006;
(55) Raízes da República. Introdução Histórica ao Direito Constitucional, Coimbra, Almedina, 2006
(esgotado);
(56) Direito Constitucional Geral, Lisboa, Quid Juris, 2006 (esgotado; há nova edição);
(57) Filosofia do Direito, Coimbra, Almedina, 2006 (esgotado; há 2.ª edição);
(56 a) Direito Constitucional Geral. Uma Perspectiva Luso-Brasileira, São Paulo, Método, 2006,
Prefácio de André Ramos Tavares (Prémio Jabuti para o melhor livro de Direito);
(58) Constituição da República da Lísia, Porto, Ordem dos Advogados, 2006;
2007
(59) A Constituição Viva. Cidadania e Direitos Humanos, Porto Alegre, Editora do Advogado, 2007,
Prefácio de Ingo Sarlet;
(45 a) Repensar a Política. Ciência & Ideologia, 2.ª ed., revista e atualizada, Coimbra, Almedina, 2007,
com uma Apresentação de J. J. Gomes Canotilho;
(60) Direito Constitucional Aplicado, Lisboa, Quid Juris, 2007;
(61) O Essencial sobre Filosofia Política Liberal e Social, Lisboa, INCM, 2007;
(62) O Essencial sobre Filosofia Política Romântica, Lisboa, INCM, 2007;
(63) Manual de Retórica & Direito, Lisboa, Quid Juris, 2007, colaboração com Maria Luísa Malato
(esgotado; 2.ª ed. em preparação);
(64) Constituição, Crise e Cidadania, Porto Alegre, Livraria do Advogado Editora, 2007, com Prefácio
de Paulo Bonavides;
2008
(65) Direito Constitucional e Fundamentos do Direito, Rio de Janeiro / São Paulo / Recife, Renovar,
2008, com um texto de J. J. Gomes Canotilho;
(66) Comunicação e Direito, Porto Alegre, Livraria do Advogado Editora, 2008;
(67) Tratado da (In)Justiça, Lisboa, Quid Juris, 2008;
(68) Direito Constitucional Anotado, Lisboa, Quid Juris, 2008 (esgotado);
(69) Fundamentos da República e dos Direitos Fundamentais, Belo Horizonte, Forum, 2008,
Apresentação de André Ramos Tavares;
(70) O Essencial sobre Filosofia Política Contemporânea (1887-1939), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa
da Moeda, 2008;
(71) O Essencial sobre Filosofia Política do séc. XX (depois de 1940), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa
da Moeda, 2008;
2009
(72) Filosofia Jurídica Prática, Lisboa, Quid Juris, 2009;
(73) Direito Constitucional & Filosofia do Direito, Porto, Cadernos Interdisciplinares Luso-Brasileiros
(coord.), 2009 (esgotado);
134
(72 a) Filosofia Jurídica Prática, Belo Horizonte, Forum, 2009, Prefácio de Willis Santiago Guerra Filho,
Apresentação de Regina Quaresma;
(74) Da Declaração Universal dos Direitos do Homem, Osasco, São Paulo, Edifieo, 2008 (2009);
(75) Geografia Constitucional. Sistemas Juspolíticos e Globalização, Lisboa, Quid Juris, 2009;
(76) Direito & Literatura, coord., Porto / São Paulo, Cadernos Interdisciplinares Luso-Brasileiros 2009
(esgotado);
(77) Síntese de Filosofia do Direito, Coimbra, Almedina, 2009;
(67 a) Breve Tratado da (In)Justiça, São Paulo, Quartier Latin, 2009;
(31 a) Lições Preliminares de Filosofia do Direito, 3.ª ed., Coimbra, Almedina, 2009;
(39 a) Iniciação à Metodologia Jurídica. Memória, Método e Direito, Coimbra, Almedina, 2009
(esgotadas a 2.ª ed. e 3.ª eds.);
(78) Pensar o Estado, Lisboa, Quid Juris, 2009;
2010
(79) Presidencialismo e Parlamentarismo, Belo Horizonte, Forum, 2010, Prefácio de Marcelo
Figueiredo, Apresentação de Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha;
(80) Traité de Droit Constitutionnel. Constitution universelle et mondialisation des valeurs
fondamentales, Paris, Buenos Books International, 2010 (também com edição em eBook);
(81) Justiça & Direito. Viagens à Tribo dos Juristas, Lisboa, Quid Juris, 2010;
(82) Para uma Ética Republicana. Virtude(s) e Valor(es) da República, Lisboa, Coisas de Ler, 2010,
Prefácio de Eduardo Bittar;
(83) Filosofia Política. Da Antiguidade ao Século XXI, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010;
2011
(84) O Essencial sobre a I República e a Constituição de 1911, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da
Moeda, 2011;
2012
(85) Droit naturel et méthodologie juridique, Paris, Buenos Books International, 2012, Prefácio de
Stamatios Tzitzis;
(86) Avessos do Direito. Ensaios de Crítica da Razão Jurídica, Curitiba, Juruá, 2012, Prefácio de Lênio
Streck, Apresentação de Maria Francisca Carneiro;
(87) Constituição & Política. Poder Constituinte, Constituição Material e Cultura Constitucional,
Lisboa, Quid Juris, 2012;
2013
(88) Rethinking Natural Law, Berlin / Heidelberg, Springer, 2013, Prefácio de Virginia Black;
(57 a) Filosofia do Direito. Fundamentos, Metodologia e Teoria Geral do Direito, 2.ª edição revista
atualizada e desenvolvida, Coimbra, Almedina, 2013 (esgotado);
(89) Filosofia do Direito e do Estado, Prefácio de Tercio Sampaio Ferraz Junior, Apresentação de
Fernando Dias Menezes de Almeida, Belo Horizonte, Forum, 2013;
(90) Repensar o Direito. Um Manual de Filosofia Jurídica, Prefácio de Mário Bigotte Chorão, Posfácio
de José Adelino Maltez, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2013;
(56 b) Direito Constitucional Geral, Nova Edição (2.ª): Aumentada, Revista e Atualizada, Lisboa, Quid
Juris, 2013;
(57 b) Filosofia do Direito. Fundamentos das Instituições Jurídicas, Rio de Janeiro, G/Z, 2013;
(91) Nova Teoria do Estado. Estado, República, Constituição, São Paulo, Malheiros, 2013, Prefácio de
Paulo Bonavides, Apresentação de Carmela Grüne;
2014
(92) O Contrato Constitucional, Lisboa, Quid Juris, 2014;
(93) La Constitution naturelle, Paris, Buenos Books International, 2014;
(94) Direitos Fundamentais. Fundamentos e Direitos Sociais, Lisboa, Quid Juris, 2014;
(95) Desvendar o Direito. Iniciação ao Saber Jurídico, Lisboa, Quid Juris, 2014;
(96) Republic: Law & Culture, Saarbrucken, Lambert Academic Publishing, 2014, Prefácio de Patrick
Hanafin;
(35 b) Política Mínima, nova edição (3.ª), com Prefácio de Adriano Moreira, Lisboa, Quid Juris, 2014;
(39 b) Iniciação à Metodologia Jurídica, 3.ª ed., Coimbra, Almedina, 2014 (esgotada);
(97) Constitution et Mythe, com prefácio de François Vallançon, Quebeque, Presses de l'Université Laval,
2014.
135
2015
(98) Fundamentos del Derecho. Iniciación Filosófica, Prólogo de Francisco Puy Muñoz. Estudio
Introductorio de Milagros Otero Parga, Epílogo de Santiago Botero Gómez, Biblioteca Jurídica
Americana, México, Editorial Porrúa y Red Internacional de Juristas para la integración Americana,
2015;
(4 a) Noções Gerais de Direito, Vila Nova de Gaia, Calendário das Letras (nova edição, em colaboração);
(86 a) Avessos do Direito. Ensaios de Crítica da Razão Jurídica, edição portuguesa, Lisboa, Juruá, 2015,
Prefácio de Lênio Streck, Apresentação de Maria Francisca Carneiro, Posfácio de António Braz Teixeira;
(99) Political Ethics and European Constitution, Heidelberg, Springer, 2015, Prefácio de Paulo Archer de
Carvalho;
2016
(100) Palimpsesto: A Democracia. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2016 (org. em colab. com Sérgio
Aquino);
2017
(101) Direito Internacional. Raízes & Asas, Belo Horizonte, Forum, 2017, Prefácio de Marcílio Franca e
Posfácio de Sérgio Aquino;
(102) Pour une Cour Constitutionnelle Internationale, em colaboração com Yadh Ben Achour, Oeiras, A
Causa das Regras, 2017;
(103) Direito Fraterno Humanista. Novo Paradigma Jurídico, Rio de Janeiro, G/Z, 2017, Prefácio de
Germano Schwartz, Posfácio de Reynaldo Soares da Fonseca;
(104) Tributo a César. Arte, Literatura & Direito, Florianópolis, Empório do Direito, 2017, Prefácio de
António Arnaut, Posfácio de Paulo Bomfim;
2018
(105) Síntese de Justiça Constitucional, Oeiras, A Causa das Regras, 2018, Prefácio de André Ramos
Tavares;
(106) Teoria Geral do Estado e Ciência Política, São Paulo, Saraiva, 2018, Prefácio de Ricardo Aronne;
(57 c) Filosofia do Direito. Fundamentos, Metodologia e Teoria Geral do Direito, 3.ª edição revista
atualizada e aprofundada, Coimbra, Almedina, 2018;
(107) Teoria Geral do Direito. Uma Síntese Crítica, Oeiras, A Causa das Regras, 2018;
2019
(48a) História do Direito, 2.ª ed., Coimbra, Almedina, 2019 (em colaboração com Joana de Aguiar e
Silva e António Lemos Soares).
(101a) Repensar o Direito Internacional. Raízes & Asas, Coimbra, Almedina, 2019, Prefácio de Maria
Helena Pereira de Melo.
(57d) Filosofia do Direito. Fundamentos, Metodologia e Teoria Geral do Direito, 3.ª edição revista
atualizada e aprofundada, Coimbra, Almedina, 2019, reimpressão.
2020
(108) Dicionário de Metodologia Jurídica. Guia Crítico de Fundamentos do Direito, São Paulo, Tirant
Brasil, 2020, Prefácio de Jean-Marc Trigeaud, Introdução de Lenio Luiz Streck.
(109) Crimes & Penas. Filosofia Penal, Coimbra, Almedina, 2020, Prefácio de Cândido da Agra.
(110) Filosofia do Direito e do Estado. História & Teorias, Coimbra, Almedina, 2020.
(111) O IV Cavaleiro. Direito, Cultura e Apocalipses, Coimbra, Almedina, 2020, Prefácio de José
António Henriques dos Santos Cabral.
(112) Primavera Outono. Direito & Artes, Oeiras, A Causa das Regras, 2020, Prefácio de Gonçal Mayos,
Átrio de Emerenciano, Posfácio de Henrique Fabião e Sérgio Amorim.
(113) Pós-Estética? Diálogo sobre Arte e Pensamento, colaboração com Sousa Dias, Porto, Quadras
Soltas, 2020.
(114) Vontade de Justiça. Direito Constitucional Fundamentado, Coimbra, Almedina, 2020, Prefácio de
Luiz Edson Fachin.
(4b) Noções Gerais de Direito, Primeira edição editora (nova edição, em colaboração), 2020.
136
2021
(39 c) Metodologia Jurídica - Iniciação & Dicionário, 4.ª ed., atualizada, revista e ampliada, Coimbra,
Almedina, 2021, Prefácio de Joana Aguiar e Silva.
(115) Justiça Social, Coimbra, Gestlegal, 2021, Prefácio de Arnaldo de Pinho.
(116) Cultura & Cidadania, Coimbra, Gestlegal, 2021, Prefácio de António Braz Teixeira.
(89a) Filosofia do Direito e do Estado, 2.ª ed., Belo Horizonte, Forum, 2021.
(117) Medicina ou Magia? Um Olhar Jurídico, João Pessoa-PB, Editora Porta, Prefácio de Luís Bigotte
Chorão, Posfácio de José Pedro Lopes Nunes, 2021.
2022
(118) Observar a Justiça, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
(119) Arte Constitucional. Novos Ensaios, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022, Prefácio de Karine
Salgado, Posfácio de Antonio-Carlos Pereira Menaut.
(120) Lições de Desumanidade. Entre Paz e Guerra, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
(121) O que é o Direito?, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
(122) Arte Justa. Constituição & Justiça na Sociedade Global, Coimbra, Gestlegal, 2022, Prefácio de
Alexandre Reis.
(123/ 107a) Observação das Marés. Primeiro Manual de Direito, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022,
Prefácio de João Relvão Caetano.
(124) Observação dos Ventos. Sociedade & Direito (2010-2022), Coimbra, Imprensa da Universidade de
Coimbra, 2022, Prefácio de Guilherme d’Oliveira Martins.
(125) Crítica & Construção. Para uma Metodologia, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
(126) Da Biblioteca e seu redor, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
(56 c) Direito Constitucional Geral, 4.ª ed., Curitiba, Intersaberes, 2022.
2023
(127) Constitucionalismo Moderno – Origens e Futuro (1820 * 2023), Coimbra, Almedina, 2023.
Ficção e Poesia
(1) Tratado das Coisas não Fungíveis, Porto, Campo das Letras, 2000;
(2) E Foram Muito Felizes, Porto, Caixotim, 2002;
(3) Escadas do Liceu, São Paulo, Mandruvá, 2004, Apresentação de Gilda Naécia Maciel de Barros;
(4) Livro de Horas Vagas, São Paulo, Mandruvá, 2005, Prefácio de Jean Lauand;
(5) Linhas Imaginárias, Dover, Buenos Books America, 2013, com um Prólogo de José Calvo;
(6) Caderno Permitido, Lisboa, A Causa das Regras, 2014;
(7) Relatório sem Contas, Oeiras, A Causa das Regras, 2017, Prefácio de Luiz Rodolfo de Souza Dantas,
Posfácio de Roberto Senise Lisboa;
(8) Estado das Cidades, Oeiras, A Causa das Regras, 2018;
(9) Fauves, Oeiras, A Causa das Regras, 2019, Prefácio de Gabriel Perissé, Posfácio de Luis Rodolfo
Ararigboia de Souza Dantas.
(10) Ponte Suspensa, João Pessoa-PB, Editora Porta, Prefácio de Jean Lauand, Posfácio de João Sérgio
Lauand, 2021.
(11) Fármaco & outras Ficções, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
(12) Prova Devida, João Pessoa-PB, Editora Porta, 2022.
137
138