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Estudo de caso, Corte x Aterro

O presente estudo de caso analisa uma situação onde temos CORTE e


ATERRO apenas.

Seria por exemplo, o caso da abertura de uma estrada vicinal qualquer.

Neste exemplo, será fácil entendermos o diagrama de Bruckner, que será


traçado no M$ Excel e na ferramenta Mass Haul Diagram do Civil 3D.

Inicialmente, precisamos de uma fonte de dados, isto é, um projeto em


que tenhamos Corte e Aterro. Use o desenho que está no pacote do
programa, na pasta ./dwg/ddm_2012_corte_aterro.dwg.

Nele, identifique o Sample Line Group do eixo e veja suas propriedades:


Nós só vamos analisar CORTE x ATERRO, então elimine os demais
materiais do Material List. Teremos para este projeto, por exemplo:
Ao traçar o Diagrama de Bruckner para este projeto com o
comando CREATEMASSHAULDIAGRAM, teremos:

Note que temos uma pequena sobra de material. Muito bem. O fator de
homogeneização usado é 1.13. Dado este que veio das orientações de
terraplenagem fornecidas pela equipe de geotecnia.

Se olharmos novamente para o Material List temos:


Veja que, para o diagrama de Brukner funcionar, todo material escavado
pode ser usado. Isto é, não há menção ainda sobre a qualidade dos
materiais escavados. Da mesma forma, todos os aterros tem as mesmas
características. Isso deixa de ser verdade nos projetos da Estrada de Ferro
Carajás, que inspirou a criação do programa DDM.

Para extrair os dados das áreas das seções transversais e desenhar


o diagrama de Bruckner no Excel, você pode usar o NOTASERV , ou
mesmo o comando GENERATEQUANTITIESREPORT
Copia e cola no M$ Excel e Adicione as fórmulas.

Bem, agora passa a fase de distribuição. Na teoria, qualquer linha


desenhada horizontalmente no diagrama de Bruckner, equilibra o corte e
aterro se formar um polígono fechado:

Aqui vemos uma compensação onde o corte é próximo do aterro:


Aqui, vemos uma compensação onde o corte é distante do aterro:

Note a construção dos retângulos de área equivalente para determinação


do DMTs entre a origem e o destino. Esta construção terá de ser feita
tantas vezes quanto necessário, até que indiquemos todos os pares
Origem x Destino, com seus respectivos volumes e DMTs. O resultado
disso, é o que chamamos de quadro de distribuição.

Note que o Civil 3D não oferece um método prático para fazer esta
distribuição. Isto é feito manualmente.

Sim, você pode levar para o Excel os dados de Corte e Aterro, tabular
estes dados com suas respectivas DMTs e proceder o uso do Solver.

Até encorajo você a fazer isso, veja um exemplo de como seria:


Explicando:

 A1 a A5 são os ATERROS, definidos pelo diagrama de Bruckner


 C1 a C5 são os CORTES, definidos pelo diagrama de Bruckner
 A tabela DMTs são as distâncias entre os centros de massa de cada
corte para cada aterro, será lido no projeto
 A tabela Volumes, será calculada pelo Solver, do Excel
 A tabela matriz minimizar é usada para calcular a Função
Objetivo, que no caso é Minimizar o valor do momento de
transporte
 O valor do momento de transporte é dado por:

Momento de transporte = Somatório (VOLUMEij * DMTij)

 Veja que para cada linha da tabela de Volumes, o somatório é igual


ao volume do corte
 E também para cada coluna da tabela de volumes, o somatório é
igual ao volume do aterro
 Na tabela de Volumes, somente valores maiores ou iguais a zero
podem ser inseridos
 Os três itens acima, entram como restrições no Solver
 Usei o método simplex no solver

Após o solver solucionar a distribuição, vemos que teremos determinados


cortes alimentando mais de um aterro, por exemplo, C4 alimenta A2 a A5

Só tem um pequeno detalhe. Eu observei que o solver está limitado a 16


ofertas por 16 demandas. Então, se vira com isso!!!

Fazendo a distribuição do Bruckner no Excel teremos:


Note, estas planilhas estão na pasta do programa. Você poderá conferir os
dados lá.

Como era de ser esperar, o gráfico é igual aquele do Civil 3D

Mas ainda não temos a distribuição.


Agora, vamos usar o   DDMLINK para processar os dados.

Primeiro, volte ao Civil 3D. Esquece o Excel por enquanto.

Se você ainda não instalou, siga os procedimentos para instalar.

Em seguida, use o comando   DDMLINK e clique enter, para selecionar


uma Sample Line Group.

1. Após selecionar a Sample Line Group., irá abrir a tela do DDM


2. Inicialmente, clique a aba Origens. Nela, inclua um tipo que
chamaremos CORTE. Isto irá definir como o programa trata o
material de corte e servirá para o comando   DDT
3. Agora, na coluna Equação, insira:

if ({CORTE} > 1.13 * {ATERRO}, {CORTE} - 1.13 *


{ATERRO}, 0)

Note que isso nos dá o CORTE REMANESCENTE, que aparece na


planilha do Bruckner que está no arquivo do Excel, por isso este
coeficiente 1.13 multiplicando. Ele nada mais é que o Fator de
Homogenização

4. Ainda nesta aba, olhe a tabela Intervalos, ela fica na parte inferior


da tela do DDM. Nela, inclua uma linha e defina:
o Progressiva Inicial = 0.0
o Progressiva Final = 1000000
o CBR = 10
o Expansão = 10

Veja como fica na imagem:


5. Clique a aba Destinos. Nela, inclua um tipo que
chamaremos ATERRO. Isto irá definir como o programa trata o
material de aterro e servirá para o comando   DDT
6. Ainda nesta aba Destinos, defina:
o Expansão Máxima = 11
o CBR Mínimo = 9

Note que estes valores são um artifício para burlar o programa. Nós
consideraremos que todos os aterros aceitam qualquer tipo de
material. Por isso esses valores são tais que qualquer material
exclusivamente do corte remanescente sirva para ele.

7. Na coluna Equação, insira:

if (1.13 * {ATERRO} > {CORTE}, 1.13 * {ATERRO} -


{CORTE}, 0)

Note que isso nos dá o ATERRO HOMOGENEIZADO


REMANESCENTE, que aparece na planilha do Bruckner que está no
arquivo do Excel, por isso este coeficiente 1.13 multiplicando. Ele
nada mais é que o Fator de Homogenização

Veja como fica na imagem:


8. No topo da tela do programa, clique o botão   Atualizar Áreas
9. Aguarde a barra de progresso atingir o final. Será emitido um aviso
ao terminar.
10. Observe as tabelas:
o Origens / Áreas e Volumes
o Destinos / Áreas e Volumes

Veja que elas foram preenchidas com o valor das


áreas Remanescentes de Corte e Aterro, respectivamente.

11. Observe o botão   Classificar. Ele indica que é preciso


classificar os volumes. Na prática significa definir onde começam e
terminam os cortes e aterros.
12. Agora, você já pode clicar a aba DMTs. Verá que em cada
linha esta inserido o nome da Origem, no caso, os cortes. Em cada
coluna está o nome do destino. Na posição de Linha x Coluna, está o
DMT entre estes dois
13. Agora, Clique o botão   Calcular Distribuição
14. Veja que a aba atual passa a ser a aba Resultados
15. Note: O nosso balanço de massa tem um problema: temos
material sobrando. Fazendo a Análise na aba Resultados, vemos
que precisamos criar um ADME ou botafora para este material.
Inclusive o programa indicou quais cortes serão destinados ao
botafora. Portanto, veja a possibilidade de incluir um botafora nas
imediações deste(s) cortes. No exemplo, inclui um destino chamado
ADME, com capacidade de 13000m³:
16. Mas e a Compensação lateral?
17. No Excel, a fórmula para obter é:

Compensação lateral = Mínimo (Volume de Corte, Volume


Aterro Homogeneizado)

18. No DDM, inclua uma nova linha em Origens, chame


de Compensação lateral e inclua a equação:

Min ({CORTE}, 1.13 * {ATERRO})

19. Na aba Origens / Intervalos, defina:


o Progressiva Inicial = 0.0
o Progressiva Final = 1000000
o CBR = 20
o Expansão = 20
o Comprimento Máximo = 15000

Fica assim:
20. Na aba Destinos, inclua uma novo material e chame ele
também de Compensação Lateral
Isso mesmo, a compensação irá entrar tanto
como Origem quanto Destino
21. Ainda na aba Destinos, defina:
o Expansão Máxima = 21
o CBR Mínimo = 19
o Comprimento Máximo = 15000

Fica assim:

Veja que isso faz a Compensação lateral que está na


aba Origens só se enquadrar na faixa da Compensação Lateral que
está na aba Destinos

22. Agora, clique o botão  Classificar e em seguida, o botão 


Calcular Distribuição
23. Observe a aba Resultados Note que a Compensação
Lateral de origem somente se destina à Compensação Lateral de
destino e o DMT é ZERO. Isto era de se esperar, afinal é definição
de compensação lateral.

Agora, precisamos desenhar o resultado da planilha Resultados

Para fazer isso, vamos usar o programa   DDT

1. Vá na aba Origens, nela configure os itens:


o Corte
 Afastamento = 150
o Compensação Lateral
 Afastamento = 300
2. Vá na aba Destinos, nela configure os itens:
o Aterro
 Afastamento = 100
o Compensação Lateral
 Afastamento = 250
o ADME
 Afastamento = 40
3. Abra o arquivo ddt_2012_corte_aterro.dwg. Ele já tem o
resultado pronto, mas vamos desenhar novamente. A ideia é usar
os blocos que já estão lá e que nos servirão de modelo.
4. Chame o comando   DDT. Selecione o
arquivo ddm_2012_corte_x_aterro. DDM
5. Clique a opção para Configurar. Na tela que se abre, informe:

1. Blocos
 Retângulo = RETANGULO
 Bolinhas = MOVIMENTO
 Bloco estaca cheia = ESTCHEIA
 Bloco estaca intermediária = ESTINTERMEDIARIA
2. Bolinhas
 Intervalo = 100
3. Eixo e Estacas
 Intervalo estaca Cheia = 100
 Intervalo estaca intermediaria = 20
6. Clique o botão   Desenhar, o ponto de inserção e veja o
resultado:

Considerações finais:

 Compensação lateral - é um item pago como Escavação e


também em Compactação de aterros
 Corte Remanescente - é pago como Escavação, Carga e
Transporte
 Aterro Remanescente é pago como Compactação de aterros
 ADME - ou botafora é pago como compactação de aterro sem
controle, A escavação, carga e transporte pode ser pago no mesmo
item do corte, ou em item separado

Se você precisa classificar seus materiais como primeira, segunda e


terceira categorias, deverá modelar isso nas seções. Para tal, precisará
das sondagens que geram os pontos, que dão subsídios para criar as
superfícies correspondentes. Aí, no Sample Line Group terá materiais
escavados de primeira, segunda e terceira categorias separadamente.

No DDM os materiais de primeira, segunda e terceira categorias poderão


ser classificados de tal forma que o material de primeira categoria pode ir
para o corpo de aterro. O de segunda, para a camada inicial de aterro.
Esta camada deverá se modelada a fim de quantificar o local e quantidade
a ser usado. O material de terceira poderá ser destinado a ADMP, ou bota
espera, afim de ser levado para algum local para ser britado e
posteriormente ser usado na superestrutura. Isso fica a critério do
projetista.

O arquivos ddm_2012_corte_aterro.dwg, e também o
arquivo solver.Xlsx e o
arquivo ddm_2012_corte_x_aterro.Ddm estão na pasta "dwg" que
acompanha o programa DDM.

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