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Aula 01 - Prof Herbet

Almeida
Prefeitura de São Paulo (Fiscal de
Posturas) Legislação Municipal - 2023
(Pós-Edital)

Autor:
Equipe Direito Administrativo,
Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos, Herbert
Almeida, Equipe Legislação
26 de Maio de 2023
Específica Estratégia Concursos
Equipe Direito Administrativo, Equipe Direito Constitucional Estratégia Concursos, Herbert Almeida, Equipe Legislação Específi
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Índice
1) Abertura de curso
..............................................................................................................................................................................................3

2) Lei 8.989/1979 - Estatuto dos Servidores de São Paulo (Município)


..............................................................................................................................................................................................5

3) Questões comentadas - Lei 8.989/1979 - Estatuto dos Servidores de São Paulo (Município)
..............................................................................................................................................................................................
52

4) Lista de questões - Lei 8.989/1979 - Estatuto dos Servidores de São Paulo (Município)
..............................................................................................................................................................................................
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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Olá concurseiros e concurseiras.

É com muita satisfação que estamos lançando este livro digital de Direito Administrativo.

Antes de mais nada, gostaria de me apresentar. Meu nome é Herbert Almeida, sou Auditor de
Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo aprovado em 1º lugar no
concurso para o cargo. Além disso, obtive o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do
TRT/23º Região/2011.

Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu através das Forças Armadas. Durante
sete anos, fui militar do Exército Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor
Financeiro, Pregoeiro, responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe de Seção.
Sou professor de Direito Administrativo e Administração Pública aqui no Estratégia Concursos.

Além disso, tenho quatro paixões na minha vida! Primeiramente, sou apaixonado pelo que eu faço.
Amo dar aulas aqui no Estratégia Concursos e espero que essa paixão possa contribuir na sua
busca pela aprovação. Minhas outras três paixões são a minha esposa, Aline, e meus filhotes, Pietro
e Gael (que de tão especial foi presenteado com um cromossomosinho a mais).

Agora, vamos falar do nosso curso! O curso é composto por teoria, exercícios e videoaulas. Além
disso, abordaremos a teoria completa, mas de forma objetiva, motivo pelo qual você não precisará
complementar os estudos por outras fontes. As nossas aulas terão o conteúdo suficiente para você
fazer a prova, abrangendo a teoria, jurisprudência e questões.

Observo ainda que o nosso curso contará com o apoio da Prof. Leticia Cabral, que nos auxiliará
com as respostas no fórum de dúvidas. A Prof. Leticia é advogada e trabalha também como
assessora de Procurador do Estado em Vitória-ES. Atualmente também é aluna do mestrado em
Direito Processual na UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Com isso, daremos uma
atenção mais completa e pontual ao nosso fórum.

Vamos fazer uma observação importante! Ao longo da aula, vamos utilizar questões de várias
bancas de concurso, porém com assertivas adaptadas para verdadeiro ou falso. O motivo dessa
adaptação é permitir a contextualização do conteúdo do capítulo recém estudado com o tema da
questão. Já ao final da aula, teremos uma super bateria de questões devidamente comentadas
para você resolver.

Por fim, se você quiser receber dicas diárias de Direito Administrativo, siga-me nas redes sociais
(não esqueça de habilitar as notificações no Instagram e Youtube, assim você será informado
sempre que eu postar uma novidade por lá):

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@profherbertalmeida

/profherbertalmeida

/profherbertalmeida

/profherbertalmeida e /controleexterno

Se preferir, basta escanear as figuras abaixo:

Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da
Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras
providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos
honestamente através do site Estratégia Concursos ;-)

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O Regime Jurídico Único para os servidores públicos da Prefeitura do Município de São Paulo consta na Lei
8.989, de 29 de outubro de 1979. Trata-se de uma Lei Municipal e, portanto, aplica-se exclusivamente ao
município de São Paulo.

Além disso, o 225 do Estatuto dispõe que as suas regras aplicam-se, no que couber, aos Conselheiros dos
Tribunais de Contas do Município, aos funcionários da Câmara Municipal, do Tribunal de Contas do
Município e das Autarquias Municipais, não se aplicando às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, cujos empregados públicos submetem-se às regras da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Devo ressaltar, porém, que esse “no que couber” se aplica mais aos Conselheiros dos Tribunais de Contas,
uma vez que esses cargos possuem uma natureza político-administrativa (híbrida). Por outro lado, para os
demais grupos de servidores mencionados (funcionários da Câmara Municipal, do Tribunal de Contas do
Município e das Autarquias Municipais), a norma deverá se aplicar quase integralmente, uma vez que a
Constituição Federal de 1988 passou a exigir um regime jurídico único para os servidores da administração
direta, autárquica e fundacional.

Nesse contexto, acrescenta-se que a Lei 8.989/1979 é o Estatuto dos servidores públicos, em sentido
estrito. São os chamados servidores estatutários, justamente porque sua relação profissional se dá por
meio das regras previstas em um “estatuto” que, no caso, é a Lei 8.989/1979. Assim, tal diploma legal
costuma ser chamado de Estatuto dos Servidores Públicos do Município de São Paulo1.

Assim, enquanto o vínculo dos empregados públicos é contratual, a relação entre os servidores públicos e
o poder público é legal. Por conseguinte, para os empregados públicos o pacto contratual só poderá ser
alterado por concordância das duas partes (empregado e poder público). Por outro lado, o regime jurídico
dos servidores públicos poderá ser alterado sempre que o estatuto sofrer alterações. Vale dizer, o servidor
público não está livre de modificações legais, que poderão alterar os termos de sua relação com a
Administração Pública.

Com efeito, devemos observar que, em vários julgados, o STF e o STJ já reconheceram que o servidor
público não possui direito adquirido à imutabilidade do regime jurídico. Dessa forma, como toda lei é
passível de modificação, é possível a modificação legal do regime jurídico inicial de um servidor público.
Por exemplo, no MS 28.433 Agr/PB, o Supremo Tribunal Federal entendeu que “o servidor público não tem

1 No decorrer da aula, mencionaremos apenas “Estatuto dos Servidores de São Paulo” ou “Estatuto”. Entretanto, fica
subentendido que o Estatuto referido é o municipal, corresponde à Lei 8.989/1979.

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direito adquirido a regime jurídico, o que, consequentemente, significa que não há violação a direito
quando se altera a jornada de trabalho anteriormente fixada”2.

Entretanto, as modificações em lei não poderão retirar aquilo que o servidor já alcançou a título de direito
adquirido, ou seja, os direitos dos quais ele já tenha preenchido os requisitos para gozá-los devem ser
respeitados.

A Lei conceitua funcionário como a pessoa legalmente investida em cargo público (art. 2º).

Por outro lado, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º). Ademais, os cargos públicos, acessíveis a
todos os brasileiros, são criados por lei, em número certo, com denominação própria e vencimento pago
pelos cofres municipais, para provimento em caráter efetivo ou em comissão.

O cargo público é, portanto, uma unidade de competência atribuída a um servidor público, criada por lei e
prevista em número certo, possuindo denominação própria. Por exemplo, são cargos públicos: Auditor
Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, Analista Tributário da Receita Federal do
Brasil, Auditor Fiscal do Município, etc.

Vale destacar que os cargos públicos podem ser de provimento efetivo, quando dependerão de prévia
aprovação em concurso público, e de provimento em comissão, situação em que serão de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente.

Dessa forma, tanto os servidores aprovados em concurso público quanto os chamados servidores
comissionados submetem-se às disposições do Regime Estatutário.

Servidor público é o ocupante de cargo público, podendo ser de provimento efetivo ou


em comissão.

Outra característica apontada na Lei 8.989/1979 para os cargos públicos é que eles poderão ser isolados
ou de carreira (art. 6º). Ademais, os cargos públicos são integrados em (i) quadro geral e (ii) quadros
especiais, cujos cargos são agrupados por similitude das atividades neles compreendidas (art. 7º).

Nessa linha, o art. 9º menciona que aos cargos públicos corresponderão referências numéricas ou símbolos
de identificação, seguidas de letras em ordem alfabética, indicadoras de graus. Estes podem ser entendidos
como:

2No STF, ver MS 28.433 AgR/DF; no mesmo sentido, podemos observar o EDcl no AgR no RESp 1.349.802/RJ, nos seguintes
termos: “Ocorre que a natureza do vínculo que liga o servidor ao Estado é de caráter legal e pode, por conseguinte, sofrer
modificações no âmbito da legislação ordinária pertinente, as quais o servidor deve obedecer, de modo que não há direito
adquirido do servidor a determinado regime jurídico, nos termos de tranquila jurisprudência da Suprema Corte”.

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o Referência: número ou conjunto de sigla e número indicativo da posição do cargo na escala básica
dos vencimentos (art. 9º, §1º); e
o Grau: letra indicativa do valor progressivo da referência (art. 9º, §2º).

O conjunto de referência e grau constituiu o padrão de vencimentos (art. 9º, §3º).

Ainda com foco nas definições, o Estatuto determina ainda que classe é o agrupamento de cargos da
mesma denominação e idêntica referência de vencimento (art. 4º) e carreira é o conjunto de classes da
mesma natureza de trabalho, escalonadas segundo a responsabilidade e a complexidade das atribuições
(art. 5º).

Por fim, as atribuições dos cargos serão definidas em lei ou em decreto. Dessarte, é vedado atribuir ao
funcionário encargos ou serviços diversos dos inerentes a seu cargo, ressalvadas a hipótese de readaptação,
as funções de direção e chefia, bem como as designações especiais.

As regras sobre concurso público guardam muita relação com o que dispõe a Constituição Federal. O
concurso possui, basicamente, dupla finalidade. A primeira é a de selecionar os melhores candidatos para
o preenchimento da vaga, conforme nível de conhecimento demonstrado na avaliação. A outra finalidade
é garantir a todas as pessoas que atendem aos requisitos do cargo o direito de concorrer à vaga.

Assim, o concurso poderá ser de provas ou de provas e títulos, sendo que as normas gerais para sua
realização serão estabelecidas em decreto e cada concurso será regido por instruções especiais expedidas
pelo órgão competente (arts. 12 e 13).

O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por
igual período (art. 14). Portanto, o prazo máximo que um concurso poderá chegar é de quatro anos.
Acrescenta-se que o prazo de prorrogação idêntico ao período inicial de validade. Assim, se o concurso tiver
a validade de noventa dias, o edital poderá prever a sua prorrogação por outros noventa, por exemplo.

Nesse contexto, o prazo de validade do concurso e as condições de sua realização devem ser fixados em
edital.

Por fim, estabelece o parágrafo único do art. 14, que a não dessas regras implicará a nulidade do ato e a
punição da autoridade responsável.

De acordo com a Lei 8.989/1979, são requisitos básicos para a investidura em cargo público (art. 11):

a) a nacionalidade brasileira;

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b) a idade mínima de dezoito anos;


c) o gozo dos direitos políticos;
d) a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
e) ter boa conduta;
f) o gozo de boa saúde física e mental e não ser portador de deficiência física incompatível
com o exercício do cargo
g) o nível de habilitação profissional exigido para o exercício do cargo, quando for o caso;
h) a prévia habilitação em concurso público, ressalvadas as exceções legalmente previstas;
i) o atendimento às condições especiais, prescritas em lei ou decreto, para determinados
cargos.

Como vimos na última exigência citada, as atribuições do cargo poderão justificar a exigência de outros
requisitos estabelecidos em lei ou decreto. Esse ponto merece ser destacado. Os concursos públicos devem
permitir a maior competição possível, exigindo-se como requisitos apenas aqueles essenciais para o
desempenho das atribuições do cargo. Contudo, qualquer exigência diferenciada deverá ser feita em lei,
não se podendo utilizar atos infralegais para criar condições para acesso aos cargos públicos.

Porém, o próprio Estatuto dispõe que as exigências também podem ser feitas em decreto. Para fins de
prova, devemos analisar isso com muita cautela. Em regra, o avaliador vai exigir o conteúdo literal do
Estatuto. Todavia, alguma questão poderá tentar fazer uma análise mais profunda. Nesse caso, devemos
lembrar que as condições para ingresso no cargo devem ser feitas por lei, cabendo aos atos infralegais,
como o decreto, apenas detalhar essas exigências.

Por conseguinte, não se admite que atos administrativos venham a estabelecer restrições. Nesse sentido,
a Súmula 14 do STF estabelece que “Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade,
inscrição em concurso para cargo público”. Na mesma linha, a Súmula Vinculante 44, também do STF,
dispõe que “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.

Por exemplo, se determinado cargo exigir que o candidato possua curso superior para a investidura, sem
definir área de formação, não poderá o edital restringir o acesso somente aos formados em direito. Isso
porque tal requisito deverá constar em lei.

Também não pode, por exemplo, limitar a idade ou a altura simplesmente por regra no edital do concurso,
uma vez que tal exigência deverá estar amparada em lei.

Ademais, vimos também que um dos requisitos para ingresso nos cargos públicos é ter nacionalidade
brasileira. Entretanto, a Emenda Constitucional 19/1998 modificou a redação do inciso I do art. 37 da CF
para permitir também o ingresso de estrangeiros, na forma da lei. Trata-se, portanto, de norma de eficácia
limitada, uma vez que a lei deverá dispor sobre as situações em que o estrangeiro poderá ingressar.

Exercícios, partiu!?

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(TRT 17 ES - 2013) Considere que, em janeiro de 2012, João tenha completado dezessete anos de idade e
começado a cursar Direito, sua primeira graduação. Considere, ainda, que, no fim do mesmo ano, ele
tenha sido aprovado em concurso público para um cargo de nível superior. Nessa situação, João estava
habilitado para tomar posse no referido cargo em fevereiro de 2013.
Comentários: pegadinha das mais baixas! Os requisitos para investidura no serviço público encontram-se
no artigo 11 da Lei 8.989/1979, vejamos:
Art. 11 - Só poderá ser investido em cargo público quem satisfazer os seguintes requisitos:
I - ser brasileiro;
II - ter completado dezoito anos de idade;
III - estar no gozo dos direitos políticos;
IV - estar quite com as obrigações militares;
V - ter boa conduta;
VI - gozar de boa saúde física e mental e não ser portador de deficiência física incompatível com o exercício
do cargo;
VII - possuir habilitação profissional para o exercício do cargo, quando for o caso;
VIII - ter sido previamente habilitado em concurso, ressalvadas as exceções legalmente previstas;
IX - atender às condições especiais, prescritas em lei ou decreto, para determinados cargos.
Em geral, esses requisitos devem ser comprovados na hora da posse. Vejam que, em fevereiro de 2013,
João já terá completado 18 anos, porém não terá concluído o curso superior, ou seja, ele não terá cumprido
as condições de habilitação para o cargo.
Acrescento, por oportuno, que o STF possui entendimento de que a comprovação de idade máxima
estabelecida em lei deve ocorrer no momento da inscrição no certame, uma vez que é impossível se
dimensionar o período que será transcorrido entre a abertura das inscrições do concurso público e sua
efetiva homologação3. A idade mínima, porém, é comprovada no momento da posse.
Gabarito: errado.

Feitas essas considerações, vamos analisar as formas de provimento.

Segundo Hely Lopes Meirelles4, provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público,
com a designação de seu titular. Assim, a Lei 8.989/1979 estabelece oito hipóteses de provimento, vejamos:

3 Nesse sentido: ARE 730.959 AgR/BA.


4 Meirelles, 2013, p. 482.

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a) nomeação;
b) transposição;
c) acesso;
d) transferência;
e) reintegração;
f) readmissão;
g) reversão; e
h) aproveitamento.

As formas de provimento apresentadas acima dividem-se em provimento originário e provimento


derivado.

O provimento originário é o que se faz através da nomeação, constituindo o preenchimento inicial do cargo
sem que haja qualquer vínculo anterior com a administração. Quando se tratar de provimento em cargos
efetivos, o provimento originário dependerá sempre de prévia aprovação em concurso público.

A nomeação é a única forma de provimento originário.

Todos os demais tipos constituem hipóteses de provimento derivado, uma vez que pressupõem a existência
de prévio vínculo com a Administração. Vale dizer, no provimento derivado, há uma modificação na
situação de serviço da pessoa provida, que já possuía um vínculo anterior com o poder público.

Por exemplo, a reintegração é forma de provimento derivado, prevista no art. 41, §2º, da CF, em que o
servidor estável é reintegrado ao serviço público em decorrência de invalidação de sua demissão. Nesse
caso, o servidor estável foi reintegrado ao serviço público, ou seja, já existia uma prévia relação com o
poder público, procedendo-se apenas a invalidação de sua demissão, com consequente reintegração.

Dessa forma, podemos mencionar que são formas de provimento derivado previstas na Lei 8.989/1979
reintegração, reversão e aproveitamento.

Alerta-se que na redação da Lei 8.989/1979, ainda constavam a transposição, o acesso, a transferência e a
readmissão. Todavia, tais formas de provimento são consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal
Federal.

Nessa linha, podemos mencionar o conteúdo da Súmula Vinculante 43 do STF, que estabelece que “É
inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia

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aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido”5.

Assim, a transposição, o acesso, a transferência e a readmissão6 são formas de provimento consideradas


inconstitucionais pelo STF, uma vez que permitem o ingresso em carreira diversa daquela para a qual o
servidor público ingressou por concurso7. Outras formas de provimento derivado, muito semelhantes com
as mencionadas acima, também são consideradas inconstitucionais, por permitirem o ingresso em cargo
que não integra a carreira para a qual o servidor prestou o concurso, tais como a ascensão, a transformação
ou a ascensão funcional8.

Das formas de provimento derivado, a reintegração e o aproveitamento possuem previsão expressa no


texto constitucional (CF, art. 41, §§2º e 3º). Portanto, possuem respaldo diretamente na Constituição da
República, motivo pelo qual não podem ser consideradas ilegítimas.

É importante frisar isso, pois, ao “pé-da-letra”, o aproveitamento permite o reingresso do servidor em


carreira distinta daquela em que ele foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre quando um
servidor é reintegrado e, por consequência, eventual servidor que passou a ocupar o seu cargo precisa ser
reconduzido ao cargo de origem ou, se não houver vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade (CF, art. 41, §2º).

Exige-se, nesse caso, que o cargo de aproveitamento seja de atribuições e vencimentos semelhantes ao
anterior (Lei 8.989/1979, art. 37, §1º).

Assim, a redação da Súmula Vinculante 43 do STF deve ser analisada com uma certa ressalva, uma vez que
existe, no próprio texto constitucional, forma de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou
concurso público.

Além disso, a Lei 8.989/1979 apresenta outra forma de provimento derivado, mas que não consta
expressamente na Constituição da República. Trata-se da reversão.

O fato é que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento originário (nomeação) e três
formas de provimento derivado (reintegração, reversão e aproveitamento), conforme iremos discutir
abaixo.

A nomeação é a única forma de provimento originário admitida em nosso ordenamento jurídico, podendo
dar-se para provimento de cargo efetivo ou em comissão. Na primeira situação (cargo efetivo), a nomeação
dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, e obedecerá sempre

5 Apesar de a Súmula Vinculante mencionar “em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido”, a
interpretação que costuma ser dada à redação é que são inconstitucionais formas de provimento em cargo distinto ao
qual o servidor prestou o concurso público, existindo, porém, algumas ressalvas, conforme discutiremos ao longo da aula.
6 Perdeu a eficácia por contrariar o Artigo 37 - II da Constituição Federal/88.
7 ADI 231/RJ.
8 RE 602.264/DF.

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à ordem de classificação. Já quando for para provimento de cargo em comissão, não depende de aprovação
em concurso, uma vez que se trata de cargo de livre nomeação ou exoneração.

Vale destacar que como forma de provimento originário, a nomeação independe de prévio vínculo com a
Administração. Na verdade, em regra, o nomeado não possui nenhum vínculo com o Poder Público antes
de sua nomeação.

Entretanto, existirão situações em que a pessoa já ocupará algum cargo, de provimento efetivo ou em
comissão, mas isso não muda a natureza de provimento originário da nomeação. Isso porque a nova
nomeação não possui nenhuma relação com o vínculo anterior. Vejamos dois exemplos para deixar as
coisas mais claras.

Pedro é servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no gabinete de um Conselheiro X no


Tribunal de Contas. Posteriormente, Pedro veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete
do Secretário Y, no Poder Executivo Municipal. Nesse caso, a nomeação continua sendo provimento
originário, pois o provimento no novo cargo não possui relação com o anterior (qualquer pessoa poderia
ter sido nomeada para o segundo cargo). Dessa forma, mesmo já sendo agente público, Pedro terá um
novo provimento originário quando for nomeado para o outro cargo.

Vamos ao segundo exemplo. Lúcio é servidor efetivo no Tribunal Regional do Trabalho, ocupando cargo de
técnico administrativo para o qual foi aprovado por meio de concurso público. Alguns anos depois, Lúcio
concluiu seu curso superior e prestou concurso para cargo de analista no mesmo órgão. Obtendo a
aprovação, foi nomeado para ocupar o cargo. Nessa situação, mesmo já sendo servidor efetivo, Lúcio terá
novo provimento originário, pois novamente a nomeação no segundo cargo não possui nenhuma relação
com o cargo anterior. Mesmo que Lúcio não fosse servidor, poderia ter prestado o concurso e, depois, ser
nomeado para o cargo.

Dessa forma, independentemente se a pessoa possui vínculo anterior ou não, a nomeação é forma de
provimento originário, justamente por independer de qualquer vínculo prévio com o Poder Público.

Com efeito, a nomeação é o ato administrativo unilateral, pois é a manifestação de vontade unicamente
da autoridade administrativa competente. Dessa forma, a nomeação não gera nenhuma obrigação para o
candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo à posse, por meio da qual será formalizado
o vínculo funcional com a administração pública.

Portanto, o candidato nomeado não possui obrigação de ocupar o cargo, mas apenas o direito a formalizar
seu vínculo funcional por meio da posse. Não desejando ocupar o cargo, não ocorrerá nenhuma penalidade
ao candidato, pois não lhe há obrigação de tomar posse.

Além disso, um ponto muito interessante a se discutir é sobre o direito do candidato aprovado em concurso
público de ser nomeado.

Há poucos anos, a nomeação era tratada como ato administrativo discricionário, na qual a autoridade
competente, por meio de seu juízo de conveniência e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou não o
candidato aprovado em concurso público.

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Todavia, nos últimos anos, esse entendimento sofreu importantes modificações. Atualmente, é firme o
entendimento de que o candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas
no edital, possui direito subjetivo à nomeação.

Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra é a nomeação do candidato aprovado dentro
das vagas previstas em edital, afastando-se tal dever apenas em situações excepcionalíssimas, que
justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Assim, para
justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública,
é necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes características9:

a) superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser


necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público;
b) imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis
à época da publicação do edital;
c) gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves,
implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo
das regras do edital;
d) necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser
extremamente necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando
absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e
imprevisível.

Por outro lado, no caso de candidato aprovado fora do número de vagas, o tema não se encontra
consolidado na jurisprudência. No STF, temos dois julgamentos com conclusões totalmente opostas. Nessa
linha, a 2ª Turma do STF entendeu que o direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado
fora do número de vagas previstas no edital, desde que surjam novas vagas no prazo de validade do
concurso10. Em sentido inverso, a 1ª Turma do STF decidiu que a criação de novas vagas durante o prazo
de validade de concurso não gera, automaticamente, direito à nomeação dos candidatos aprovados fora
das vagas do edital, salvo se comprovados arbítrios ou preterições11.

Portanto, tal tema é controverso no Supremo Tribunal Federal, sendo que o caso deverá ser solucionado
apenas no julgamento do RE 837.311/PI, em que o Plenário deverá firmar o seu entendimento com
repercussão geral12.

A reintegração é forma de provimento derivado, constando expressamente no art. 41, §2º, da Constituição
Federal, e no art. 27 da Lei 8.989/1979.

9 RE 598099/MS.
10 ARE 790.897-AgR (Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 7/3/2014).
11 ARE 757.978-AgR (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7/4/2014),
12 RE 837.311/PI. Para maior aprofundamento sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte artigo que publiquei no site do

Estratégia Concursos: Candidato aprovado fora do número de vagas tem direito à nomeação?

Prefeitura de São Paulo (Fiscal de Posturas) Legislação Municipal - 2023 (Pós-Edital) 13


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Nesse contexto, a reintegração ocorrerá quando for invalidada a demissão, por decisão judicial, do
servidor público.

Devemos observar que, expressamente, a Constituição Federal e o Estatuto só mencionam a invalidação


judicial. No entanto, a Administração submete-se ao princípio da autotutela e, por conseguinte, pode
anular seus atos ilegais. Dessa forma, a própria administração poderá anular uma demissão que ocorreu de
forma irregular.

Ademais, tanto a demissão judicial quanto a administração possuem efeitos retroativos, desfazendo aquilo
que ocorreu desde o início da ilegalidade.

Logo, não há dúvidas que uma invalidação administrativa da demissão também terá por efeito a
reintegração do servidor. De qualquer forma, ressaltamos que, expressamente, a CF e o Estatuto
mencionam apenas a invalidação judicial como causa reintegração,

Ocorrendo a reintegração, o servidor retornará ao cargo de origem, ou ao cargo decorrente de sua


transformação, devendo ser ressarcido de todas as vantagens a que teria direito.

Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor será posto em cargo de vencimento e habilitação
profissional equivalentes.

Entretanto, não sendo possível a reintegração, o servidor ficará em disponibilidade com vencimentos
proporcionais ao tempo de serviço, até o seu aproveitamento (Lei 8.989/1979, art. 28, §2º).

Além disso, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será exonerado ou, se for ocupante
de outro cargo, será a ele reconduzido, sem direito à indenização (art. 29).

Encerrando o assunto, vemos no texto do art. 30 que transitada em julgado a sentença que determinar a
reintegração, o respectivo título deverá ser expedido no prazo máximo de 30 dias.

Devemos observar ainda que o texto constitucional dispõe que a reintegração se aplica ao servidor estável.
Todavia, é inadmissível cogitar que o servidor não estável possa ser demitido e, posteriormente, sendo
reconhecida a invalidade de sua demissão, ele não possa retornar ao serviço público.

Com efeito, a anulação dos atos administrativos provoca efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, desde a
origem. Dessa forma, reconhecendo-se a ilegalidade da demissão do servidor público, obviamente que ele
retornará ao serviço ativo, seja ele estável ou não.

Nesse contexto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo13 reconhecem que, em tal situação, o servidor não
estável retornará sim ao serviço público. Os autores apenas ressaltam que esse retorno não é denominado
reintegração, uma vez que não guarda relação com o conceito legal dessa forma de provimento. Assim,
mesmo que não tenha um “nome” específico, o certo é que invalidada a demissão de servidor não estável,
terá ele o direito de regressar ao serviço público.

13
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 353.

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A reversão é forma de provimento derivado, constante no art. 32 da Lei 8.989/1979, consistindo no retorno
à atividade de servidor aposentado.

O Estatuto previa duas formas de reverão: de ofício (ex officio) e a pedido. Esta última, no entanto, perdeu
a eficácia por contrariar a Constituição Federal de 1988.14

Nesse contexto, a reversão de ofício (ex officio) ocorrerá quando junta médica oficial declarar que
deixaram de existir os motivos que levaram à aposentadoria por invalidez permanente. Nesse caso, o
entendimento é muito simples. Inicialmente, o servidor foi aposentado por invalidez permanente, mas após
inspeção por junta médica oficial constatou-se que os motivos que levaram à aposentadoria não subsistem
mais. Dessa forma, trata-se de situação vinculada para o servidor e para a Administração, pois inexistindo
as causas da aposentadoria por invalidez deverá ele retornar à ativa. Com efeito, independe, para fins de
reversão de ofício, se o servidor era estável ou o cargo está ocupado ou não.

Outrossim, o funcionário que reverter e não tomar posse ou não entrar em exercício dentro do prazo legal,
terá sua reversão tornada sem efeito e cassada a sua aposentadoria (art. 32, §2º).

Ademais, o servidor retornará ao mesmo cargo que ocupava antes da aposentadoria ou no cargo resultante
de sua transformação (art. 33). Além disso, será contado, para fins de nova aposentadoria, o tempo em que
o funcionário revertido esteve aposentado por invalidez (art. 34).

O aproveitamento é forma de provimento derivado com previsão expressa na Constituição Federal (art.
41, §3º) e na Lei 8.989/1979 (arts. 36 a 38).

Dispõe o art. 41, §3º, da Constituição Federal que, uma vez extinto o cargo ou declarada a sua
desnecessidade, o servidor estável que o ocupava ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, o aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade, devendo


ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Vale dizer, que
em nenhum caso poderá efetivar-se o aproveitamento sem que, mediante inspeção médica, fique provada
a capacidade para o exercício do cargo.

Devemos observar que quando for extinto o cargo público, o servidor estável não poderá ser demitido. Por
isso que a Constituição lhe assegura o direito à disponibilidade, isto é, o direito a ficar sem exercer suas
funções temporariamente, mantendo-se o vínculo com a Administração e assegurando-lhe o direito a
receber remuneração proporcional ao tempo de serviço, até que seja adequadamente aproveitado em

14 Atualmente, a Constituição permite a ocorrência de reversão a pedido. No entanto, essa hipótese não está
regulamentada na Lei 8.989/1979.

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outro cargo. Dessa forma, podemos perceber que o aproveitamento se aplica exclusivamente ao servidor
estável.

Ademais, o aproveitamento é vinculado para o agente público e para a Administração. Nessa linha, se
houver vaga, o poder público se obriga a realizar o aproveitamento, da mesma forma como o servidor posto
em disponibilidade é obrigado a entrar em exercício. Assim, dispõe o art. 37, §3º da Lei 8.989/1979 que
será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
exercício no prazo legal15.

Com efeito, a cassação de disponibilidade é uma penalidade administrativa, na forma do art. 184, V,
confirmando o caráter obrigatório para o servidor público.

Outro detalhe que merece ser mencionado é que havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá
preferência o que contar mais tempo de disponibilidade e, em igualdade de condições, o de maior tempo
de serviço público (art. 38).

Embora não conste expressamente no rol de formas de provimento, a readaptação está disposta na Lei
8.989/1979. Assim sendo, vamos estuda-la.

A readaptação é forma de provimento derivado constante no art. 39 da Lei 8.989/1979, representando a


investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha
sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em exame médico.

Assim, na readaptação, o servidor público estava investido em determinado cargo, mas posteriormente
veio a sofrer alguma limitação em sua capacidade física ou mental, devidamente verificada em inspeção
médica. Nesse caso, o servidor será investido em outro cargo, que possua compatibilidade com a sua
limitação.

Ademais, a readaptação deve ser efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida,
nível de escolaridade e equivalência de vencimentos.

Percebe-se, portanto, que na readaptação o servidor passará a ocupar cargo semelhante ao que ocupava
anteriormente, sendo-lhe assegurada a equivalência em seus vencimentos. Assim, o agente público não
ocupará cargo superior nem inferior, mas apenas será investido em cargo compatível com sua limitação.
Trata-se de uma forma de evitar a aposentadoria de um servidor, em situação na qual ele simplesmente
poderia ser readaptado, alternativa muito mais vantajosa para o interesse público.

Finalmente, o art. 41 frisa que as normas inerentes ao sistema de readaptação funcional, inclusive as de
caracterização, serão objeto de regulamentação específica.

15
A Lei 8.989/1979 não fixa o prazo para que o servidor em disponibilidade entre em exercício quando
ocorrer o seu aproveitamento.

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Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondução, que é o retorno do servidor estável
ao cargo anteriormente ocupado. Trata-se, pois, de provimento derivado previsto expressamente no texto
constitucional (art. 41, §2º).

Assim, existem uma hipótese em que ocorre a recondução, aplicável apenas ao servidor estável:

a) reintegração do anterior ocupante do cargo (hipótese prevista na Constituição Federal – art. 41, §2º).

Para melhor elucidação, vejamos o que dispõe o art. 41, §2º, da CF:

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.

Vamos a um exemplo. Lucas é servidor estável no cargo X. Entretanto, sem observar os requisitos legais,
sofreu a pena de demissão a bem do serviço público. Em seguida, Otávio, que era servidor estável no cargo
Y, foi nomeado para ocupar o cargo de Lucas, uma vez que obteve aprovação em concurso público para
aquele cargo. Meses depois, Lucas consegue anular judicialmente a sua demissão, sendo devidamente
reintegrado ao cargo X. Nessa situação, Otávio será reconduzido ao cargo Y, sem direito à indenização.

*****

A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na Lei 8.989/1979 e na Constituição Federal.

Originário Nomeação

Reintegração
Formas de provimento
Reversão

Aproveitamento
Derivado
Readaptação

Recondução
(presente apenas na
CF/88)

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Para fixar, vamos dar uma olhada em questões.

(TRE GO - 2015) Pedro, auditor fiscal de contas, tomou posse no TCM/SP em 10/10/2011; Gilson, outro
auditor fiscal de contas, que havia sido demitido do serviço público, foi reintegrado ao cargo, já ocupado
por Pedro, em dezembro de 2014. Nessa situação, o cargo deve passar a ser novamente ocupado por
Gilson, e Pedro deve ser aproveitado em outro cargo.
Comentários: inicialmente, devemos observar que Pedro já deve ser estável. Em que pese a questão não
mencione isso expressamente, como Pedro tomou posse há mais de três anos, e continua em exercício,
devemos presumir que ele é estável.
Como Gilson foi reintegrado, realmente ele deverá passar a ocupar novamente o cargo, tendo em vista que
a reintegração decorre da invalidação da demissão.
E o que ocorre com Pedro? A resposta encontra-se na CF (art. 41, §2º):
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Assim, Pedro deverá: (i) ser reconduzido ao cargo de origem; (ii) aproveitado em outro cargo; ou (iii) posto
em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
Assim, podemos ver que a assertiva está correta.
Gabarito: correto.
(TRE GO - 2015 – adaptada) Nomeação e readaptação são formas de provimento em cargo público.
Comentários: muitos simples! São formas de provimento: nomeação; reintegração; reversão;
aproveitamento; readaptação; recondução (incluídas as hipóteses constitucionais).
Gabarito: correto.
(ANTT - 2013 – adaptada) A reintegração e a recondução são formas de manejo do servidor público
municipal. A reintegração consiste na reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado,
quando invalidada a sua demissão por decisão judicial. A recondução, por sua vez, refere-se ao retorno
do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em razão de reintegração do anterior ocupante.
Comentários: relembrando os termos:
• reintegração - ocorre quando um servidor tem sua demissão invalidada por processo judicial. Nesse caso,
o servidor deve retornar ao cargo de origem, recebendo ressarcimento de todas as vantagens a que teria
jus durante o período de desligamento;
• recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de
reintegração do anterior ocupante.

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Logo, como podemos observar, a questão está corretíssima!


Gabarito: correto.
(ANTT - 2013 – adaptada) O servidor público reintegrado ao cargo em razão da declaração judicial de
nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo de serviço, aos vencimentos e às vantagens que
lhe seriam pagos durante o período de afastamento.
Comentários: a reintegração somente irá ocorrer quando a demissão do servidor for invalidada por decisão
judicial. Caso a reintegração aconteça, o servidor terá direito ao ressarcimento de todas as vantagens
pertinentes ao cargo
Gabarito: errado.
(DEPEN - 2013 – adaptada) De acordo com a Lei n.º 8.989/1979, são formas de provimento em cargo
público a nomeação e a reversão.
Comentários: são formas de provimento de cargo público a nomeação; a reintegração, a reversão e o
aproveitamento, presentes taxativamente no Estatuto dos Servidores de São Paulo. Além dessas, temos
ainda a readaptação (presente na Lei, mas não no rol de formas de provimento) e a recondução (presente
na CF/88).
Apesar de incompleta, a questão não está errada, pois não consta nenhum termo limitar como “somente”,
“apenas” ou “exclusivamente”. Assim, realmente a nomeação e a reversão são formas de provimento,
motivo pelo qual a questão está correta.
Gabarito: correto.

Determina o art. 20 da Lei 8.989/1979 que a investidura no cargo público ocorre com a posse.

Desde já, devemos destacar que não ocorre posse no caso de reintegração (art. 20, parágrafo único).

Dessa forma, é a partir da posse que se firma o vínculo funcional com a Administração, momento em que
o nomeado passará a servidor público. Vale dizer, antes da posse, o candidato nomeado não é servidor
público nem possui vínculo jurídico funcional, condição que só ocorrerá no ato da posse.

Nessa linha, a posse é o ato bilateral por meio do qual o servidor é investido no cargo público, assumindo
os seus deveres e responsabilidades. Não se trata, todavia, de contrato administrativo em sentido próprio,
uma vez que o servidor público estatutário não firma contrato de trabalho com o poder público. Isso porque
a relação entre o servidor público e a Administração é de natureza legal ou estatutária. Assim, a posse é o
ato necessário para que se firme o vínculo funcional, representando a condição para o seu
aperfeiçoamento. Cabe ao nomeado apenas concordar com os termos constantes na posse, adentrando ao
regime jurídico aplicável ao cargo.

Nessa linha, a posse dar-se-á por meio da assinatura do termo de posse, nos termos do art. 21 da Lei
8.989/1979, vejamos:

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Art. 21 - A posse verificar-se-á mediante a assinatura, pela autoridade competente e pelo


funcionário, do termo pelo qual este se compromete a observar fielmente os deveres e
atribuições do cargo, bem como as exigências deste Estatuto.

Além disso, o prazo para tomar posse é de quinze dias, contados da publicação do ato de provimento
(nomeação) – art. 23. Porém, se o nomeado estiver no gozo de férias ou licenças16 previstas no Estatuto, o
prazo será contado do término do impedimento (art. 23, §2º). Se a posse não ocorrer dentro do prazo legal,
o ato de provimento será tornado sem efeito (art. 24). Logo, não se trata de exoneração, pois o vínculo
funcional sequer foi consolidado.

Interessante notar, ademais, que a posse é a formação do vínculo jurídico, com aceitação das
responsabilidades e atribuições. Por isso, ela poderá ocorrer por meio de procuração específica, ou seja, o
nomeado poderá outorgar, por meio de procuração, a competência para que outra pessoa assine o termo
em seu lugar. Obviamente que tal regra é apenas para a posse, uma vez que o exercício só poderá ser
realizado pelo próprio candidato aprovado em concurso e nomeado.

No ato da posse, o servidor apresentará declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego
ou função pública (art. 21, §1º). Ademais, a lei especificará os casos em que, no ato da posse, será exigida
declaração de bens e valores que constituem o patrimônio do servidor.

Por fim, dispõe o art. 22 sobre quem é competente para dar posse. São eles:

a) o Prefeito, os Secretários Municipais e autoridades a estes equiparadas;


b) o responsável pelo órgão do pessoal, nos demais casos.

De toda forma, a autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de responsabilidade, se foram
satisfeitas as condições legais para a investidura no cargo.

Vamos dar uma olhada como o assunto já foi cobrado.

(TRT 17 ES - 2013) Se a publicação do ato de provimento de determinado indivíduo em cargo público


municipal tiver ocorrido em 29 de abril de 2013, mas sua posse, somente no dia 15 do mês seguinte, a
posse será considerada com efeito, por ter ocorrido dentro do prazo previsto na legislação em vigor.
Comentários: o prazo para a pessoa tomar posse é de quinze dias a contar da publicação do ato de
provimento. Assim, o indivíduo não tomou posse dentro do prazo legal, uma vez que entre o dia 29 de abril
e o dia 15 de maio decorreram dezesseis dias.
Gabarito: errado.

16 Excetuada a licença para tratar de interesses particulares.

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A vacância corresponde às hipóteses em que o servidor desocupa o seu cargo, tornando-o passível de
preenchimento por outra pessoa. As hipóteses de vacância estão previstas no artigo 62 e são as seguintes:

a) exoneração;
b) transposição;
c) demissão;
d) transferência;
e) acesso;
f) aposentadoria;
g) falecimento.

No caso da exoneração, da demissão e do falecimento, ocorre o rompimento definitivo do vínculo do


servidor com a Administração. Já na aposentadoria, ocorre a alteração do vínculo ou faz-se surgir um
novo17.

A aposentadoria ocorre quando o servidor passa à inatividade por ato da Administração Pública, podendo
ocorrer de forma voluntária, compulsória (aos 70 anos) ou por invalidez permanente.

Por outro lado, o falecimento é o fato administrativo que gera a vacância em decorrência da morte do
servidor.

Já a demissão ocorre em decorrência de cometimento de infração funcional ensejadora da perda do cargo.


Portanto, a demissão é uma penalidade administrativa, prevista no art. 184, III.

Por fim, a exoneração é a forma de vacância em que ocorre a dissolução do vínculo jurídico, sem caráter
punitivo, que encerra a relação funcional do servidor com a Administração.

A exoneração do servidor efetivo poderá ser a pedido, ou seja, quando o próprio servidor solicita a sua
exoneração; ou de ofício, isto é, quando a iniciativa decorre da própria Administração. Utilizando as
palavras de Matheus Carvalho, relacionamos as seguintes hipóteses de exoneração de ofício1819:

a) quando não satisfeitas as condições do estágio probatório (inabilitação em estágio probatório), ou


seja, quando o poder público, ao final do período de testes, entender que o servidor não está apto
para exercer as funções inerentes àquele cargo;

17 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 367.


18 Carvalho, 2014.
19 Por se tratar de uma lei municipal, fizemos adequações no texto do autor para que pudéssemos utilizar os seus

ensinamentos.

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b) quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido em lei.
Nesse caso, há uma presunção legal de desinteresse pelas atividades inerentes ao cargo e a
determinação de vacância do cargo para que possa ser preenchido por outro agente público, nos
termos da lei – essa hipótese é prevista também na Lei 8.989/1979, art. 62, §1º, III;
c) quando o servidor estável não consegue atingir as metas mínimas de eficiência e é considerado
insatisfatório na avaliação periódica de desempenho (insuficiência de desempenho) prevista no art.
41 §1º, III, da Constituição da República, sempre garantidos, nestes casos, o contraditório e a ampla
defesa. Ressalte-se que a avaliação periódica de desempenho depende de regulamentação por lei
específica que definirá as regras aplicáveis, tratando-se o dispositivo constitucional mencionado de
norma de eficácia limitada;
d) em casos de excesso de despesas com pessoal, para adequação aos limites previstos na Lei de
Responsabilidade Fiscal, consoante disposição do art. 169 da Carta Magna, situações em que o ente
estatal determinará (nesta ordem) a exoneração de servidores comissionados, em um percentual
mínimo de 20%; passando à exoneração de servidores não estáveis; e, por fim, em havendo
necessidade, realizando a exoneração de servidores estáveis, nos termos da lei;
e) em casos de servidores detentores de cargos em comissão, casos em que a exoneração será feita
por livre decisão do Prefeito sem a necessidade de motivação, haja vista se tratar de cargo previsto
em lei como cargo de livre nomeação e de livre exoneração – essa hipótese é prevista também na
Lei 8.989/1979, art. 62, §1º, II.

Além dessas, podemos acrescentar ainda a possibilidade de o servidor não estável, quando estiver
ocupando cargo que deverá ser provido por servidor reintegrado que o ocupava anteriormente, mas foi
demitido de forma ilegal20.

*****

Exoneração

Demissão
Formas de Vacância
Aposentadoria

Falecimento

Vamos aos exercícios!

20 Alexandrino e Paulo, 2013, p. 368.

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(STF - 2013 – adaptada) A vacância decorre, entre outros fatos, da transposição e da transferência.
Comentários: a vacância corresponde às hipóteses em que o servidor desocupa o seu cargo, tornando-o
passível de preenchimento por outra pessoa. Segundo o artigo 62, ela poderá ocorrer através de
exoneração; transposição; demissão; transferência; acesso; aposentadoria e falecimento.
Isso quer dizer, que de fato a transposição e a transferência aparecem como formas de vacância. Todavia,
como já vimos nas formas de provimento, ambas foram consideradas inconstitucionais (ADI 837/98) e,
desse modo, não podem ser consideradas em nossa resposta.
Gabarito: errado.

Determina o art. 89 do Estatuto que poderão ser deferidas ao funcionário as seguintes vantagens
pecuniárias:

a) diárias;
b) auxílio para diferença de caixa;
c) salário-família;
d) salário-esposa;
e) auxílio-doença;
f) gratificações;
g) adicional por tempo de serviço;
h) sexta-parte;
i) outras vantagens ou concessões pecuniárias previstas em leis especiais ou neste
Estatuto.

Porém, na ocorrência de um funcionário receber dos cofres públicos vantagem indevida, será ele
responsabilizado se tiver agido de má-fé. De toda forma, em qualquer caso, ele responderá pela reposição
da quantia que houver recebido, solidariamente com quem tiver autorizado o pagamento.

Por sua vez, o art. 90 determina que é proibido ceder ou gravar vencimento ou quaisquer vantagens
decorrentes do exercício do cargo ou função pública.

Os servidores públicos exercem sua atividade funcional profissionalmente e, por isso, recebem uma
contraprestação em dinheiro. Tal retribuição pelos serviços prestados recebe diversas nomenclaturas da
Constituição Federal e da legislação decorrente.

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Existem diversas composições da contraprestação recebida pelos agentes públicos. Nesta aula, o nosso
foco será as designações utilizadas pela Lei 8.989/1979, sem aprofundar nas disposições doutrinárias sobre
o tema.

Nessa linha, o art. 91 denomina de vencimento a retribuição mensal paga ao funcionário pelo efetivo
exercício do cargo, correspondente ao padrão e vantagens incorporadas para todos os efeitos legais.

Acrescenta-se ainda que se denomina de provento a retribuição pecuniária que recebe o servidor público
aposentado. Portanto, fala-se em vencimento para o servidor ativo e em provento para o servidor
aposentado.

Além disso, devemos destacar que a Administração Pública está vinculada ao princípio da legalidade. Assim,
entende o STF que a fixação de vencimentos e concessão de vantagens deve ocorrer por meio de lei, motivo
pela qual não pode ser objeto de convenções ou acordos coletivos de trabalho21.

Súmula 679 do STF: "A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto
de convenção coletiva".

O art. 7º, inc. IV, da CF, assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o salário mínimo. Por sua vez, o art.
39, §3º, da Constituição, estende esse direito aos servidores ocupantes de cargo público.

Nesse contexto, por meio da Súmula Vinculante 16, o STF firmou entendimento de que o salário mínimo
dos servidores ocupantes de cargo público refere-se ao total da remuneração recebida pelo servidor
público, vejamos:

Súmula Vinculante 16: Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição,
referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.

Complementando, vejamos alguns precedentes:

Servidor público: salário mínimo. É da jurisprudência do STF que a remuneração total do servidor
é que não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda que os vencimentos sejam
inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir tal limite, não há falar
em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição. Inviável, ademais, a pretensão de
reflexos do referido abono no cálculo de vantagens, que implicaria vinculação

21 ADI 559-6/MT, de 15/2/2006.

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constitucionalmente vedada (CF, art. 7º, IV, parte final). (RE 439.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.)

Agravo regimental no recurso extraordinário. Servidor público. Salário mínimo. Garantia. Total
da remuneração. Abono. Inclusão no cálculo de outras vantagens pecuniárias. Impossibilidade.
Precedentes. 1. É pacífica a jurisprudência desta Corte de que a garantia de percepção de salário
mínimo conferida ao servidor por força dos arts. 7º, inciso IV, e 39, § 3º, da Constituição Federal,
corresponde à sua remuneração total e não apenas ao vencimento básico, que pode ser inferior
ao mínimo, e, também, que sobre o abono pago para atingir o salário-mínimo não devem incidir
as gratificações e demais vantagens pecuniárias, sob pena de ofensa ao art. 7º, inciso IV, da
Constituição Federal. 2. Agravo regimental não provido. (RE 439.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda
Pertence, julgamento em 9-8-2005, Primeira Turma, DJ de 2-9-2005.)

Sempre que exercer suas funções, o servidor deverá receber a devida remuneração. No entanto, o art. 92
dispõe que o servidor perderá (a) o vencimento do dia em que faltar ao serviço, quando fizer após a hora
seguinte à marcada para o início dos trabalhos ou se retirar antes da última hora; (b) 1/3 (um terço) do
vencimento do dia, quando comparecer ao serviço dentro da hora seguinte à marcada para o início dos
trabalhos, ou quando se retirar dentro da última hora.

------

Façamos uma pausa para explicar essa situação.

Se o servidor chegar até uma hora atrasado, não haverá desconto do dia. Somente se ele se atrasar POR
MAIS de uma hora. Da mesma forma, se ele sair a menos de uma hora do final do expediente, não haverá
desconto do dia todo.

Se ele chegar com até uma hora de atraso, ou se sair faltando menos de uma hora para o final do
expediente, o desconto será de 1/3 (um terço). Por outro lado, se ele se atrasar por mais de uma hora, ou
se sair faltando mais de uma hora para concluir o expediente, o desconto será INTEGRAL.

Por exemplo, vamos supor que o expediente seja das 8h às 17h. Se ele chegar 9h30 (1h30 de atraso), o
desconto será integral. Da mesma forma, se ele sair às 15h30 (1h30 antes), o desconto também será
integral. Por outro lado, se ele chegar às 8h15 (15 minutos de atraso) ou sair às 16h45 (15 minutos antes)
o desconto será de um terço.

Claro que isso depende de causa SEM JUSTIFICATIVA. Acredito que, no dia a dia, as coisas sejam um pouco
distintas disso. Mas, nesse momento, vale para a gente o que consta na lei.

------

Prosseguindo, temos ainda mais uma determinação no art. 92, qual seja (c) a perda do vencimento
correspondente aos domingos, feriados e dias de ponto facultativo intercalados, no caso de faltas
sucessivas, justificadas ou injustificadas.

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Com efeito, as faltas ao serviço, até o máximo de 6 por ano, não excedendo a uma por mês, poderão ser
abonadas por motivo justificado ou a critério da autoridade competente, no primeiro dia em que o
funcionário comparecer ao serviço (art. 92, parágrafo único).

Em contrapartida, o funcionário não sofrerá quaisquer descontos do vencimento nos casos de (art. 93):

o férias;
o casamento, até oito dias;
o luto, pelo falecimento do cônjuge, companheiro, pais, irmãos e filhos, inclusive natimorto, até oito
dias;
o luto, pelo falecimento de padrasto, madrasta, sogros e cunhados, até dois dias;
o exercício de outro cargo em comissão ou função na administração direta ou indireta;
o convocação para cumprimento de serviços obrigatórios por lei;
o licença por acidente de trabalho ou doença profissional;
o licença à gestante;
o licença compulsória;
o faltas abonadas, nos termos vistos acima;
o missão ou estudo de interesse do Município em outros pontos do território nacional ou no exterior,
quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Prefeito;
o participação de delegações esportivas ou culturais pelo prazo oficial da convocação, devidamente
autorizada pelo Prefeito, precedida da requisição justificada do órgão competente;
o desempenho de mandato legislativo ou chefia do Poder Executivo.

Ademais, nos casos de necessidade, devidamente comprovados, o período de trabalho poderá ser
antecipado ou prorrogado (art. 94).

Prosseguindo, a frequência do funcionário será apurada por meio de ponto, registro que assinala o
comparecimento do funcionário ao serviço e pelo qual se verifica, diariamente, a sua entrada e saída, ou
pela forma determinada em regulamento, quanto aos funcionários não sujeitos ao ponto.

Dessarte, afora os casos determinados, é vedado dispensar o funcionário do registro do ponto e abonar
faltas ao serviço, sob pena de responsabilidade da autoridade que tiver expedido a ordem, sem prejuízo da
ação disciplinar que for cabível.

Os artigos 96 a 98 do Estatuto dos Servidores de São Paulo estabelecem regras sobre a proteção da
remuneração e sobre as formas de incidência de descontos.

Nessa linha, o art. 97 estabelece que nenhum desconto poderá incidir sobre o vencimento ou provento do
servidor, salvo por imposição legal ou por autorização expressa do funcionário por danos causados à
Administração Municipal. Permite-se ainda a existência de consignação em folha de pagamento, mas esta
será disciplinada em decreto (art. 98).

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Além disso, de acordo com o art. 96 da Lei 8.989/1979, as reposições e indenizações ao erário poderão ser
parceladas. No caso de parcelamento, o valor de cada parcela não poderá exceder à décima parte do
vencimento líquido do funcionário. Porém, se o servidor solicitar exoneração, for demitido, ou abandonar
o cargo, não caberá reposição parcelada.

Podemos aproveitar este momento para discutirmos a possibilidade de restituição (repetição) de valores
indevidamente recebidos pelo servidor público ativo ou aposentado.

Existem três situações distintas: (a) recebimento em decorrência de decisão administrativa posteriormente
revogada; (b) recebimento por força de decisão judicial precária posteriormente revogada; (c) recebimento
em decorrência de decisão judicial transitada em julgado posteriormente desconstituída por meio de ação
rescisória.

Na primeira situação, isto é, quando o servidor recebe determinado valor em decorrência de decisão
administrativa posteriormente revogada, o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento de que é
incabível a devolução em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da
Administração Pública. Tal entendimento fundamenta-se no caráter alimentício que possui a remuneração
ou provento e também no princípio da legítima confiança ou da segurança jurídica e, por isso, pressupõe-
se a boa-fé do servidor que recebeu os valores dos cofres públicos22.

Com efeito, a Advocacia Geral da União apresentou orientação no mesmo sentido, conforme Súmula
Administrativa 34, nos seguintes termos: “Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé
pelo servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da
Administração Pública”.

Na segunda situação, ou seja, no caso de recebimento por força de decisão judicial posteriormente
revogada, é devida a restituição dos valores por parte do servidor. Nesse caso, entende o STJ que não é
possível alegar a boa-fé, uma vez que o servidor é sabedor da fragilidade e provisoriedade da decisão23.

Por fim, na hipótese de recebimento em decorrência de decisão judicial transitada em julgado, mas que
posteriormente foi desconstituída por ação rescisória, a devolução também é incabível. Assim, a
jurisprudência do STJ firmou o entendimento no sentido de que “em virtude da natureza alimentar, não é
devida a restituição dos valores que, por força de decisão transitada em julgado, foram recebidos de boa-
fé, ainda que posteriormente tal decisão tenha sido desconstituída em ação rescisória”24.

Assim, podemos apresentar o seguinte resumo sobre os casos em que deve ou não ocorrer a devolução de
valores recebidos indevidamente:

22 RESp 1.244.182/PB, de 10/10/2012; o Tribunal de Contas da União possui entendimento semelhante, porém com
exigência de erro escusável na interpretação de lei, conforme Súmula TCU 249: “É dispensada a reposição de importâncias
indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável de
interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em função de orientação
e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais”.
23 EAREsp 58.820/AL, de 8/10/2014.
24 AgRg no AREsp 2.447/RJ, de 17/4/2012; no mesmo sentido: AgR no AREsp 463.279/RJ, de 8/9/2014.

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NECESSIDADE
SITUAÇÃO
DE DEVOLUÇÃO
Recebimento em decorrência de decisão administrativa
Não
posteriormente revogada
Recebimento por força de decisão judicial precária posteriormente
Sim
revogada
Recebimento em decorrência de decisão judicial transitada em julgado
Não
posteriormente desconstituída por meio de ação rescisória

Será concedida gratificação ao funcionário (arts. 99 e 100):

a) pela prestação de serviço extraordinário;


b) pela prestação de serviço noturno;
c) pelo exercício em Gabinete do Prefeito, de Secretário Municipal e de outras autoridades, até o nível
de Diretor de Departamento, e pelo exercício em função de Diretor de Divisão**;
d) pela elaboração ou execução de trabalho técnico ou científico de utilidade para o serviço público**25;
e) pela participação em Conselhos, Comissões ou Grupos de Trabalho especiais, quando sem prejuízo
das atribuições normais;
f) outros casos previsto em lei.

O adicional noturno é devido ao servidor que exercer suas atividades em horário compreendido entre 22
horas de um dia e 6 horas do dia seguinte. Nesse caso, o valor-hora devido ao servidor, integrante do
Quadro de Cargos de Natureza Operacional, será acrescido em 25% em relação ao que lhe seria devido
pelo trabalho diurno.

Portanto, se um servidor recebe R$100,00 (cem reais) por hora de atividade diurna, ele receberá, durante
o período em que é devido o adicional noturno, o valor de R$ 125,00 (cento e vinte e cinco reais).

25Tais gratificações serão arbitradas pelo Prefeito através de decreto, não podendo ultrapassar 1,5 (uma e meia) vez o
valor padrão de Secretário Municipal.

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Como o próprio nome sugere, trata-se de mais um salário concedido ao servidor municipal, até o dia 22 do
mês de dezembro de cada ano.

Nessa linha, o valor a ser percebido corresponderá a 1/12 da remuneração integral relativa a dezembro,
por mês de serviço municipal do ano correspondente, sendo que a fração superior a 14 dias de trabalho
será havida como mês integral para esse propósito.

Por outro lado, para o servidor exonerado de cargo em comissão, ou que tiver cessada a designação para
substituição, a partir do mês de novembro, terá o 13º salário calculado pela média dos meses anteriores; e
quanto aos servidores inativos o 13º salário é devido om base no valor integral dos proventos de dezembro.

Em continuação, o §5º do art. 2º da Lei 10.779/198926 indica que não incluem a remuneração ou proventos:

a) o valor do próprio 13º salário;


b) os valores decorrentes de conversão de licença-prêmio em dinheiro;
c) os valores pagos a título de indenização em geral, exceto a gratificação de gabinete;
d) os valores pagos a título de atrasados de meses anteriores;
e) os valores referentes às férias em pecúnia e aos acréscimos de 1/3 a elas relativas;
f) os valores pagos a qualquer título pela participação em órgãos de deliberação coletiva;
g) os valores dos créditos de PIS/PASEP e outros, não pertinentes à própria remuneração ou proventos
e lançados em folha em virtude de convênios.

Além disso, o servidor exonerado, demitido ou dispensado receberá o 13º salário devido, calculado sobre
a remuneração a que teria direito no mês do desligamento do serviço público.

Para o servidor falecido, será garantido aos beneficiários da previdência social ou seus sucessores, nos
termos da lei civil, a percepção do 13º salário, calculado sobre a remuneração a que o servidor teria direito
no mês do falecimento.

Finalmente, cabe informar que sobre o 13º salário, incidirá contribuição em favor do IPREM.

Outrossim, todas as regras aqui mencionadas se aplicam aos Conselheiros e servidores do Tribunal de
Contas do Município e aos servidores das Autarquias e funcionários e inativos da Câmara Municipal de São
Paulo.

26Revogou a seção IV do capítulo III da Lei 8.989/1978, e adaptou a gratificação de natal ao disposto nos Artigos 39, § 2º
e 7º, inciso III, da Constituição Federal transformando-a em 13º salário.

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O quinquênio refere-se a um adicional concedido ao servidor, ativo ou inativo, após cada período de cinco
anos de serviço público municipal, contínuos ou não (art. 112).

Dessarte, o benefício será calculado sobre o padrão de vencimento do cargo exercido pelo servidor, da
seguinte forma:

▪ de 5 a 10 anos _______________________ 5%;


▪ de 10 a 15 anos __________________ 10,25%;
▪ de 15 a 20 anos _________________ 15,76%;
▪ de 20 a 25 anos _________________ 21,55%;
▪ de 25 a 30 anos __________________ 27,63%;
▪ de 30 a 35 anos _________________ 34,01%;
▪ mais de 35 anos ________________ 40,71%.

Contudo, é preciso sinalizar que os percentuais acima são exclusivos, ou seja, não podem ser recebidos
cumulativamente.

Além disso, o adicional por tempo de serviço incorpora-se ao vencimento para todos os efeitos legais,
observada a forma e o cálculo nele determinado.

Benefício concedido ao funcionário que completar 25 anos de efetivo exercício no serviço público
municipal.

Nessa situação, caberá ao funcionário perceber a importância equivalente à sexta parte do seu vencimento,
valor esse que será incorporado ao vencimento para todos os efeitos legais.

O salário-família será devido a todo funcionário ou inativo, que tiver alimentário sob sua guarda ou
sustento, no valor correspondente ao fixado para o Regime Geral de Previdência Social (art. 117).

Em contrapartida, o funcionário que não possuir direito de percepção de seus vencimentos, também não
poderá receber o auxílio família – situação não aplicada aos casos disciplinares e penais, nem aos de licença
por motivo de doença em pessoas de família.

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Assim, podemos entender como alimentários, desde que vivam total ou parcialmente às expensas do
funcionário ou do inativo, os filhos ou equiparados27 com idade até 14 anos (art. 118).

Embora o texto da norma determine que o benefício será concedido até os 14 anos do alimentário, na
hipótese de este sofrer de invalidez permanente de qualquer natureza, pericialmente comprovada, o
salário-família será devido sem qualquer limite de idade.

Por fim, dispõe o art. 119 que não tem direito ao salário-família o cônjuge do servidor em atividade,
inatividade ou disponibilidade da União, do Estado ou de outros Municípios e das respectivas
Administrações Indiretas que esteja gozando ou venha a gozar de idêntico benefício em razão do mesmo
alimentário.

Portanto, quando o pai e a mãe28 tiverem ambos a condição de funcionário público ou inativo e viverem
em comum, o salário-família será concedido a um deles. Porém, se eles não viverem em comum, será
concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda ou a ambos de acordo com a distribuição dos
dependentes (art. 122).

O segundo benefício citado nesse título é o salário-esposa, que será concedido ao funcionário ou ao inativo,
desde que sua mulher ou companheira não exerça atividade remunerada (art. 121).

O auxílio-funeral é devido ao cônjuge do servidor falecido na atividade ou inatividade, em valor equivalente


a um mês da remuneração ou provento, mediante a apresentação do atestado de óbito, pelo cônjuge ou
pessoa a cujas expensas houver sido realizado o funeral (art. 125). Nesse último caso, a indenização
somente será feita a terceiro que provar ter feito despesas, em virtude do falecimento.

O auxílio-doença, disposto no art. 126 da Lei 8.989/1979, corresponderá a um mês de vencimento, após
cada período de 12 meses consecutivos de licença para tratamento de sua saúde.

Dispõe o art. 128 da Lei 8.989/1979 que o servidor que, a serviço, afastar-se do Município em caráter
temporário, fará jus a transporte e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinárias
com pousada, alimentação e locomoção urbana.

27 Equipara-se a filho, mediante declaração escrita do servidor ou do inativo e comprovação da dependência econômica,
o enteado e o menor sob tutela ou guarda, desde que não possuam bens suficientes para o próprio sustento e educação.
28 Ao pai e a mãe se equiparam o padrasto e a madrasta, e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes (art.

123).

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Por exemplo, se um servidor de algum órgão de fiscalização afastar-se de sua sede para realizar uma
auditoria em um município do interior, ele deverá receber as passagens e as diárias para indenizar
eventuais despesas que vier a ter com pousada, alimentação e locomoção urbana no local da fiscalização.

A diária destina-se a custear as despesas extraordinárias para deslocamentos da sede


em caráter eventual ou transitório.

Diferente do benefício que acabamos de ver, a ajuda de custo destina-se a compensar as despesas do
servidor que, no interesse do serviço, permanecer fora do Município por mais de 30 dias, seja por missão
ou estudo (art. 129).

Com efeito, a concessão de ajuda de custo não interfere no recebimento das diárias que forem devidas ao
servidor.

Acho que este é um assunto de interesse de todos! ☺

O direito às férias encontra-se previsto no art. 7º, XVII, da CF, representando o período anual de descanso
do servidor. Na Lei 8.989/1979, esse direito encontra-se previsto nos arts. 132 a 137.

As férias têm duração de trinta dias anuais, que podem ser acumuladas, apenas no caso de indeclinável
necessidade do serviço ou motivo justo comprovado, por até o máximo de dois anos consecutivos, caso
esse em que o período poderá ser gozado ininterruptamente. Nesse período, o servidor ficará afastado do
exercício de suas atribuições, mas receberá todas as vantagens como se não estivesse afastado.

O primeiro período aquisitivo de férias ocorre depois de doze meses de exercício (art. 1032, §3º).
Exemplificando, se um servidor entrar em exercício no dia 1º de agosto de 2014, ele completará os doze
meses de exercício no último dia do mês de julho de 2015, ganhando o direito ao primeiro período de férias
– relativas ao exercício de 2015.

O §2º do art. 132 veda que se leve à conta de férias qualquer falta ao serviço. Dessa forma, se o servidor
faltar ao serviço injustificadamente, deverá ser descontada à sua remuneração correspondente aos dias de
ausência, não se podendo descontar esses dias do período de férias.

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Ademais, o Estatuto determina que caberá à chefia de cada unidade organizar, no mês de dezembro, a
escala de férias para o ano seguinte, sendo ela alterável de acordo com a conveniência dos serviços (art.
134).

De mais a mais, se no decorrer das férias o funcionário for removido, ele poderá apresentar-se ao final
desse período (art. 137).

De acordo com o art. 138 da Lei 8.989/1979, conceder-se-á ao servidor licença:

a) para tratamento de saúde;


b) por motivo de doença em pessoa da família;
c) à gestante;
d) por motivo de afastamento do cônjuge;
e) para o serviço militar;
f) para tratar de interesses particulares;
g) compulsória;
h) por acidente de trabalho ou doença profissional.

Antes de falarmos das particularidades das licenças, vejamos algumas regras gerais.

A primeira delas encontra-se no art. 139 do Estatuto. Lá, vemos que a licença dependente de inspeção
médica será concedida pelo prazo indicado pelo órgão oficial competente, mas poderá ser prorrogada de
ofício ou a pedido do servidor.

Ao findar da licença, o funcionário deverá retornar ao exercício. Todavia, se enquanto licenciado, o servidor
decidir retornar ao serviço, será permitido, desde que inspeção médica o julgue apto.

A última regra geral é referente às licenças (a) para tratamento de saúde, (b) por motivo de doença em
pessoa da família, (c) compulsória, e (d) por acidente de trabalho ou doença profissional. Nessas situações,
o funcionário licenciado será obrigado a reassumir o exercício do cargo, se for considerado apto em
inspeção médica realizada “ex-officio” ou se não subsistir a doença em pessoa de sua família (art. 141).

Agora, vamos analisar cada uma das licenças.

Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, sem prejuízo da
remuneração a que fizer jus.

No entanto, para a concessão dessa licença, por período superior a 90 dias, é obrigatória a perícia médica
(art. 145).

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Além disso, a licença poderá ser prorrogada (i) de ofício, caso em que o órgão competente irá decidir pela
prorrogação, ou (ii) a pedido do interessado, por meio de solicitação formulada até oito dias antes de findo
o prazo da licença.

A licença por motivo de doença em pessoa da família, disciplinada no art. 146 da Lei 8.989/1979, poderá
ser concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge e de parentes até segundo grau, mediante
comprovação por inspeção médica.

Apesar de o texto da lei mencionar expressamente que a licença “poderá” ser concedida, o entendimento
atual é que sua concessão é vinculada, ou seja, se estiverem preenchidos os requisitos legais, a
Administração deverá conceder a licença.

Com efeito, a licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não
puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo.

Assim, podemos resumir os seguintes aspectos para a concessão da licença por motivo de doença em
pessoa da família:

a) a doença deve ser do cônjuge ou parente até segundo grau;


b) a doença deverá ser comprovada em inspeção médica;
c) a assistência direta do servidor deve ser indispensável e não poderá ser prestada simultaneamente
com o exercício do cargo.

Devemos acrescentar ainda que, durante o período dessa licença, é vedado o exercício de atividade
remunerada, sob pena de ter cassada a licença e ser promovida sua responsabilidade (art. 140). O
entendimento é muito simples, se a licença é indispensável para que o servidor possa prestar a assistência
à pessoa da família, obviamente que ele não poderia se ocupar em outra atividade remunerada.

Outra característica dessa licença é que ela não poderá ultrapassar o prazo de 24 meses (art. 146, parágrafo
único).

Na sequência, o art. 147 estabelece que a licença será concedida com vencimento, até um mês, e com os
seguintes descontos:

a) de 1/3 (um terço), quando exceder a um mês e até dois meses;


b) de 2/3 (dois terços), quando exceder a dois meses e até seis meses;
c) total, do sétimo ao vigésimo quarto mês.

Por fim, a licença concedida dentro de 60 dias, contados do término da anterior, será considerada como
prorrogação.

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A licença concedida à servidora gestante será concedida no curso ou além do início do oitavo mês de
gestação, ou até o décimo dia do puerpério, observadas as indicações médicas, e terá a duração de 180
(cento e oitenta) dias consecutivos. Essa licença não acarreta prejuízos a remuneração da servidora (art.
148).

Na ocorrência de natimorto será concedida licença para tratamento de saúde a critério médico (art. 148,
§2º).

No decorrer da licença, fica proibido à funcionária o exercício de qualquer atividade remunerada ou


mantiver a criança em creche ou organização similar. Quanto ao último caso, essa proibição não se aplica
ao período de 15 dias que antecedam ao termo final da licença, que se destinará à adaptação da criança a
essa nova situação (art. 148, §§ 3º e 4º).

Por fim, no caso da solicitação da licença após o parto e além do décimo dia do puerpério, o benefício será
concedido mediante a apresentação da certidão de nascimento e vigorará a partir dessa data, podendo
retroagir até 15 dias.

Segundo o art. 149 da Lei 8.989/1979, poderá ser concedida licença à servidora para acompanhar cônjuge,
funcionário público civil ou militar, que foi deslocado para prestar serviços, independentemente de
solicitação, fora do Município.

Essa licença será por prazo indeterminado, mediante pedido instruído com documento comprobatório, e
sem vencimento (art. 149, parágrafo único).

Será concedida licença ao servidor convocado para o serviço militar ou estágios militares obrigatórios,
sem prejuízo de direitos e vantagens de seu cargo, com vencimento integral (art. 150). O mesmo é válido
para todo aquele que for designado para o cumprimento de outros serviços públicos obrigatórios por lei.

Concluído o serviço militar, o servidor terá até trinta dias para reassumir o exercício do cargo (art. 151).

Vale acrescentar que, ao funcionário que houver feito curso para ser admitido como oficial da reserva das
Forças Armadas será também concedida licença sem vencimentos durante os estágios prescritos pelos
regulamentos militares (art. 152).

A licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida, a critério da Administração, ao
servidor ocupante de cargo efetivo, pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem remuneração (art. 153).

A concessão da licença ocorre de forma discricionária pela Administração, podendo-se interrompê-la, a


qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço (arts. 154 e 155).

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Claro que, se a licença é discricionária, ela poderá ser negada quando o afastamento do funcionário for
inconveniente ao interesse do serviço. Assim sendo, após solicitar a licença, o funcionário deverá aguardar
em exercício o despacho concessório ou denegatório da mesma.

Em conclusão, só poderá ser concedida nova licença após o decurso de dois anos do término da anterior
(art. 156).

Com base no art. 157, esse benefício poderá ser concedido, a juízo da autoridade sanitária competente, ao
funcionário ao qual se possa atribuir a condição de fonte de infecção de doença transmissível, enquanto
durar essa condição.

Verificada a procedência da suspeita, o funcionário será licenciado para tratamento de saúde,


considerando-se incluídos no período da licença os dias de licenciamento compulsório (art. 158). Por outro
lado, se não for confirmada a moléstia, o funcionário deverá retornar ao serviço, considerando-se como de
efetivo exercício, para todos os efeitos legais, o período de licença compulsória (art. 159).

Essa licença trata apenas de um benefício, mas sim de um “combo” deles. Isso, pois o art. 160 do Estatuto
dispõe que ao funcionário que sofrer acidente do trabalho ou for atacado de doença profissional é
assegurado:

a) licença para tratamento de saúde, com o vencimento integral a que faria jus
independentemente da ocorrência do acidente ou moléstia, em caso de perda total e
temporária da capacidade para o trabalho;
b) auxílio-acidentário, na forma que a lei estabelecer, para os casos de redução parcial e
permanente da capacidade laborativa;
c) aposentadoria com proventos integrais quando do infortúnio, da moléstia profissional,
ou de seu agravamento, sobrevier perda total e permanente da capacidade para o
trabalho;
d) pecúlio, a ser pago de uma só vez e na conformidade do que dispuser a lei, se do
acidente resultar aposentadoria, por invalidez ou morte do agente;
e) pensão aos beneficiários do funcionário que vier a falecer em virtude de acidente do
trabalho ou moléstia profissional, a ser concedida de acordo com o que estipular a lei;
f) assistência médica domiciliar, ambulatorial, hospitalar e cirúrgica , ainda que plástico-
estética, farmacêutica e dentária, bem como serviços de prótese, totalmente gratuita,
desde o momento do evento e enquanto for necessária.

Ademais, os benefícios mencionados deverão ser pleiteados no prazo de cinco anos contados:

i. da data da perícia médica, nos casos de agravamento da incapacidade;


ii. da data da verificação, pelo médico ou por junta médica, quando se tratar de doença profissional;

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iii. da data do acidente, nos demais casos.

Salientamos, que para os efeitos determinados nesse título, os conceitos de acidente do trabalho e
respectivas equiparações, bem como a relação das moléstias profissionais e as situações propiciadoras da
concessão do auxílio-acidentário, serão os mesmos adotados pela legislação federal vigente à época do
acidente (art. 161).

(TRE GO - 2015 – adaptada) Caio, auditor fiscal de contas do TCM/SP, está em gozo de licença para tratar
de interesses particulares. Nessa situação, a referida licença pode ser interrompida, a qualquer tempo,
se for de interesse do tribunal.
Comentários: a licença para tratar de interesses particulares poderá ser concedida ao servidor ocupante
de cargo efetivo, a critério da Administração, pelo prazo de até dois anos consecutivos, sem remuneração
(art. 153). A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do
serviço (arts. 154 e 155). Conforme se vê, a licença é discricionária, cabendo ao Poder Público decidir sobre
a conveniência em concedê-la ou não e, ainda, podendo revogá-la a qualquer momento, no interesse do
serviço. Portanto, a questão está correta.
Gabarito: correto.
(FUB - 2015) A licença de um servidor para tratar de assuntos particulares, desde que preenchidos os
requisitos previstos em lei, dependerá da concessão da administração. No entanto, a interrupção da
licença somente ocorrerá com o consentimento do servidor licenciado.
Comentários: assim fica fácil demais, acabamos de ver isso! A licença para tratar de assuntos particulares
é concedida de forma discricionária pela Administração. Além disso, ela poderá ser interrompida, a
qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço (arts. 154 e 155). Portanto, a licença
poderá ser revogada no interesse do serviço, independentemente de o servidor concordar ou não.
Gabarito: errado.

O direito de petição possui previsão constitucional (CF, art. 5º, XXXIV, “a”). No Estatuto, esse direito possui
uma previsão mais restrita, uma vez que é aplicável aos servidores públicos. Basicamente, representa uma
forma de solicitar direitos ou providências da Administração.

O art. 176 assegura ao servidor o direito de requerer ou representar, pedir reconsideração e recorrer aos
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo, desde que respeitadas as seguintes regras:

a) nenhuma solicitação, qualquer que seja a sua forma, poderá ser encaminhada sem
conhecimento da autoridade a que o funcionário estiver direta ou imediatamente
subordinado;

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b) o pedido de reconsideração deverá ser dirigido à autoridade que houver expedido o


ato ou proferido a decisão e somente será cabível quando contiver novos argumentos;
c) nenhum pedido de reconsideração poderá ser renovado;
d) somente caberá recurso quando houver pedido de reconsideração desatendido;
e) o recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o
ato ou proferido a decisão e, em última instância, ao Prefeito;
f) nenhum recurso poderá ser encaminhado mais de uma vez à mesma autoridade.

Consoante o art. 177, o prazo para interposição de pedido de reconsideração de despacho ou de recurso
é de sessenta dias, a contar da publicação oficial do ato impugnado.

De mais a mais, o pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito suspensivo, salvo nos casos
previstos em lei. Os que forem providos, porém, darão lugar às retificações necessárias, retroagindo os seus
efeitos à data do ato impugnado, desde que a autoridade competente não determine outras providências
quanto aos efeitos relativos ao passado.

Por fim, as decisões do Prefeito, proferidas em grau de recurso ou em pedido de reconsideração de


despacho, encerram a instância administrativa (art. 176, §2º).

Os deveres são as obrigações ou condutas que os agentes devem adotar em conjunto com as suas
atribuições funcionais. Na Lei 8.989/1979, eles estão dispostos no art. 178, nos seguintes termos:

Art. 178 - São deveres do funcionário:

I - ser assíduo e pontual;

II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;

III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;

IV - guardar sigilo sobre os assuntos da Administração;

V - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o público em geral;

VI - residir no Município ou mediante autorização, em localidade próxima;

VII - manter sempre atualizada sua declaração de família, de residência e de domicílio;

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VIII - zelar pela economia do material do Município e pela conservação do que for confiado à
sua guarda ou utilização;

IX - apresentar-se convenientemente trajado em serviço, ou com o uniforme determinado,


quando for o caso;

X - cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho;

XI - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que
digam respeito às suas funções:

XII - proceder, pública e particularmente, de forma que dignifique a função pública.

Apenas para pontuar, conforme podemos observar, o inciso II determina que é dever do servidor cumprir
as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais. Da análise desse dispositivo,
podemos perceber que, sempre que receber uma ordem, o servidor público terá algum dever a cumprir.
Em regra, ele deve cumprir a ordem emanada da autoridade superior. Porém, quando receber uma ordem
manifestamente ilegal, ele deverá abster-se de cumpri-la; devendo, por outro lado, levar a conhecimento
da autoridade superior – ou, quando esta for suspeita de envolvimento, de outra autoridade competente
para realizar a apuração. Portanto, ou o servidor cumpre a ordem, ou representa a outra autoridade
quando for manifestamente ilegal.

As proibições são condutas vedadas aos servidores públicos, estando enumeradas no art. 179 da Lei
8.989/1979. Isto posto, é proibida ao funcionário toda ação ou omissão capaz de comprometer a dignidade
e o decoro da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a eficiência do serviço ou causar
dano a Administração Pública, especialmente:

a) referir-se depreciativamente em informação, parecer ou despacho, ou pela imprensa,


ou por qualquer meio de divulgação, às autoridades constituídas e aos atos da
Administração29;
b) retirar, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto existente na unidade de trabalho;
c) valer-se da sua qualidade de funcionário para obter proveito pessoal;
d) coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natureza político-partidária;
e) exercer comércio entre os companheiros de serviço, no local de trabalho;
f) constituir-se procurador de partes, ou servir de intermediário perante qualquer
Repartição Pública, exceto quando se tratar de interesse do cônjuge ou de parente
até segundo grau;

29 Revogado pela Lei 15.135/2010.

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g) cometer a pessoa estranha, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo
que lhe competir ou que competir a seus subordinados;
h) entreter-se, durante as horas de trabalho, em palestras, leituras ou atividades
estranhas ao serviço;
i) empregar material do serviço público para fins particulares;
j) fazer circular ou subscrever rifas ou listas de donativos no local de trabalho;
k) receber estipêndios de fornecedores ou de entidades fiscalizadas;
l) designar, para trabalhar sob suas ordens imediatas, parentes até segundo grau, salvo
quando se tratar de função de confiança e livre escolha, não podendo , entretanto,
exceder a dois o número de auxiliares nessas condições;
m) aceitar representação de Estado estrangeiro, sem autorização do Presidente da
República;
n) fazer, com a Administração Direta ou Indireta, contratos de natureza comercial,
industrial ou de prestação de serviços com fins lucrativos, por si ou como
representante de outrem;
o) participar da gerência ou administração de empresas bancárias ou industriais ou de
sociedades comerciais, que mantenham relações comerciais ou administrativas com
o município, sejam por este subvencionadas, ou estejam diretamente relacionadas
com a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado;
p) exercer, mesmo fora das horas de trabalho, emprego ou função em empresas,
estabelecimentos ou instituições que tenham relações com o Município, em matéria
que se relacione com a finalidade da unidade ou serviço em que esteja lotado;
q) comerciar ou ter parte em sociedades comerciais que mantenham relações
comerciais ou administrativas com o município, sejam por este subvencionadas, ou
estejam diretamente relacionadas com a finalidade da unidade ou serviço em que
esteja lotado, podendo, em qualquer caso, ser acionista, quotista ou comanditário;
r) requerer ou promover a concessão de privilégio, garantias de juros ou outros favores
semelhantes, estaduais ou municipais, exceto privilégio de invenção própria;
s) trabalhar sob as ordens diretas do cônjuge ou de parentes até segundo grau, salvo
quando se tratar de função de imediata confiança e de livre escolha.

Vejamos como isso aparece em provas.

(CNJ - 2013) O servidor que carregar consigo documentos institucionais sem prévia autorização não
poderá sofrer penalidade se for constatado que não havia ninguém responsável por autorizar a retirada
dos documentos.

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Comentários: o art. 179, II, estabelece que o servidor não pode retirar, sem prévia anuência da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto da repartição. Portanto, ele não pode simplesmente alegar
que não havia ninguém para autorizá-lo, uma vez que a retirada de documentos da repartição sempre
depende da devida autorização.
Gabarito: errado.
(CNJ - 2013) O servidor público deve adotar um comportamento de colaboração com seus colegas quando
perceber que, em sua organização, os deveres e os papéis são desempenhados adequadamente e em
conformidade com a lei.
Comentários: esse é um item lógico. Ele não possui previsão expressa na Lei 8.989/1979, mas decorre da
interpretação de seus dispositivos. Nesse contexto, o art. 178, dispõe, entre outras coisas, que é dever do
servidor exercer com zelo e presteza as atribuições do cargo (inc. III), tratar com urbanidade os
companheiros de serviço e o público em geral (inc. V), cooperar e manter espírito de solidariedade com os
companheiros de trabalho (inc. X) e estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens
de serviço que digam respeito às suas funções (inc. XI).
Assim, sempre que os deveres e os papéis são desempenhados adequadamente e em conformidade com a
lei, o servidor deverá adotar um comportamento de colaboração com seus colegas. Logo, o item está
correto.
Gabarito: correto.

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor público poderá responder nas esferas civil, penal e
administrativa, sendo responsável por todos os prejuízos que, nesta qualidade, causar à Fazenda
Municipal, por dolo ou culpa, devidamente apurados (art. 180). Basicamente, a esfera civil decorre da
ocorrência de dano e consiste no respectivo ressarcimento; a espera penal ocasiona a aplicação de sanções
penais (p. ex.: detenção); por fim, a esfera administrativa decorre da prática dos ilícitos administrativos,
previstos no Estatuto dos Servidores.

Segundo o parágrafo único do mesmo artigo, fica caracterizada, especialmente, a responsabilidade:

i. pela sonegação de valores ou objetos confiados à sua guarda ou responsabilidade;


ii. por não prestar contas ou por não as tomar, na forma e nos prazos estabelecidos em leis,
regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço;
iii. pelas faltas, danos, avarias , e quaisquer outros prejuízos que sofrerem os bens e os materiais sob sua
guarda ou sujeitos a seu exame e fiscalização;
iv. pela falta ou inexatidão das necessárias averbações nas notas de despacho, guias e outros
documentos da receita ou que tenham com eles relação;
v. por qualquer erro de cálculo ou redução contra a Fazenda Municipal.

Voltando ao assunto das várias responsabilidades, justamente por possuírem fundamentos diversos, a
regra é que cada uma dessas instâncias seja independente. Portanto, um mesmo servidor público poderá
ser condenado simultaneamente a ressarcir o dano (esfera civil), sofrer a pena de demissão (esfera
administrativa) e ainda ser condenado à prisão (esfera penal). É possível, por outro lado, que um servidor

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seja condenado civil e administrativamente, mas absolvido no processo penal. Logo, existem várias
combinações possíveis.

Nesse contexto, a responsabilidade administrativa não exime o funcionário da responsabilidade civil ou


criminal que no caso couber, nem o pagamento da indenização a que ficar obrigado o exime da pena
disciplinar em que incorrer (art. 183).

Enfim, nos casos de indenização à Fazenda Municipal, o funcionário será obrigado a repor, de uma só vez
e com os acréscimos de lei e correção monetária, a importância do prejuízo causado em virtude de alcance,
desfalque, remissão ou omissão em efetuar recolhimentos ou entradas nos prazos legais (art. 181). Nos
demais casos, não destacados na norma, será admitido o pagamento parcelado, desde que as parcelas não
excedam a décima parte do vencimento líquido do funcionário (art. 182).

Vejamos como isso aparece em provas.

(CNJ - 2013) Considere que determinado servidor público, dentro de suas atribuições, tenha se afastado
do interesse público e atuado abusivamente. Nessa situação hipotética, esta conduta estará sujeita à
revisão judicial ou administrativa, podendo, inclusive, o servidor responder por ilícito penal.
Comentários: se o servidor se afastou do interesse público e atuou abusivamente, significa que ele cometeu
irregularidades. Nesse caso, sua conduta pode ser revista judicial ou administrativamente, podendo o
servidor responder por eventuais ilícitos administrativos, civis e penais.
Gabarito: correto.
(MDIC - 2014) Se determinado servidor público for preso em operação deflagrada pela Polícia Federal,
devido a fraude em licitações, a ação penal, caso seja ajuizada, obstará a abertura ou o prosseguimento
do processo administrativo disciplinar, visto que o servidor poderá ser demitido apenas após o trânsito
em julgado da sentença criminal.
Comentários: já discutimos que as esferas civil, penal e administrativa são, em regra, independentes. Assim,
a instauração da ação penal não impede o prosseguimento do processo administrativo disciplinar.
Gabarito: errado.

As penalidades disciplinares são as sanções administrativas impostas aos servidores em decorrência da


prática dos ilícitos administrativos. Nesse contexto, dispõe o art. 184 da Lei 8.989/1979 que são penalidades
disciplinares:

a) repreensão;
b) suspensão;

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c) demissão;
d) demissão a bem do serviço; e
e) cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

A advertência é uma punição mais branda e deve ser aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta
de cumprimento dos deveres funcionais (art. 185).

A suspensão, que não poderá exceder a 120 dias, será aplicada nos casos de falta grave ou de reincidência
(art. 186).

Como podemos notar, a lei determina que a pena de suspensão não poderá exceder a 120 dias. Portanto,
caberá à autoridade competente analisar o caso e decidir, de forma discricionária, qual o prazo da
suspensão. Claro que a decisão será devidamente fundamentada, devendo ser aplicada dentro dos
parâmetros da razoabilidade e da proporcionalidade.

Ademais, permite o Estatuto dos Servidores que a penalidade de suspensão poderá ser convertida em
multa, não excedente à metade dos vencimentos do funcionário e desde que não perdure por mais de 120
dias. Nesse caso, a suspensão será trocada pela multa e, assim, o servidor ficará obrigado a permanecer em
serviço (art. 186, §§ 2º e 3º)

Além disso, o funcionário suspenso perderá, durante o período de cumprimento da suspensão, todos os
direitos e vantagens decorrentes do exercício do cargo.

***

Façamos uma pausa para detalhar um pouco as duas penalidades já comentadas.

Com base no art. 187 da Lei 8.989/1979, a autoridade que tiver conhecimento de infração funcional que
enseje a aplicação de penas de repreensão e suspensão até cinco dias deverá notificar por escrito o servidor
da infração a ele imputada, com prazo de três dias para oferecimento de defesa – também por escrito, e
com entrega de contra recibo.

O não acolhimento da defesa ou sua não apresentação no prazo legal acarretará a aplicação das
penalidades, mediante ato motivado, expedindo-se a respectiva portaria e providenciada a anotação, em
assentamento, da penalidade aplicada, após publicação no Diário Oficial do Município.

A pena de demissão será aplicada nos seguintes casos (art. 188):

a) abandono do cargo;

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b) faltas ao serviço, sem justa causa, por mais de 60 dias interpolados durante o ano;
c) procedimento irregular de natureza grave;
d) acumulação proibida de cargos públicos, se provada a má fé;
e) ofensas físicas, em serviço ou em razão dele, a servidores ou particulares, salvo se em legítima defesa;
f) transgressão das proibições constantes dos incisos XII, XIII, XV, XVI, XVII e XVIII do artigo 179 –
conforme vimos no tópico sobre as proibições; e
g) ineficiência no serviço.

O abandono de cargo decorre da ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
consecutivos (art. 187, §1º).

Para finalizar, a aplicação de pena de demissão por ineficiência no serviço só poderá ocorrer quando
verificada a impossibilidade de readaptação.

A aplicação dessa penalidade ocorrerá ao funcionário que (art. 189):

a) praticar ato de incontinência pública e escandalosa, ou dar-se a vícios de jogos


proibidos;
b) praticar crimes hediondos previstos na Lei Federal nº 8.072, de 25 de julho de 1990,
alterada pela Lei Federal nº 8.930, de 6 de setembro de 1994, crimes contra a
administração pública, a fé pública, a ordem tributária e a segurança nacional;
c) revelar segredos de que tenha conhecimento em razão do cargo ou função, desde que
o faça dolosamente, com prejuízo para o Município ou para qualquer particular;
d) praticar insubordinação grave;
e) lesar o patrimônio ou os cofres públicos;
f) receber ou solicitar propinas, comissões ou vantagens de qualquer espécie,
diretamente ou por intermédio de outrem, ainda que fora de suas funções, mas em
razão delas;
g) pedir, por empréstimo, dinheiro ou quaisquer valores a pessoas que tratem de
interesse, ou tenham na unidade de trabalho, ou estejam sujeitas à sua fiscalização;
h) conceder vantagens ilícitas, valendo-se da função pública;
i) exercer a advocacia administrativa.

Frisamos, que o ato de demitir o funcionário mencionará sempre a disposição legal em que se fundamente
(art. 190).

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do inativo que, comprovadamente (art. 191):

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o praticou, quando em atividade, falta grave para a qual, neste Estatuto, seja cominada pena de
demissão ou demissão a bem do serviço público;
o aceitou ilegalmente cargo ou função pública;
o aceitou a representação de Estado estrangeiro, sem prévia autorização do Presidente da República;
o praticou a usura em qualquer de suas formas.
******

As penalidades poderão ser abrandadas pela autoridade que as tiver de aplicar, levadas em conta as
circunstâncias da falta disciplinar e o anterior comportamento do funcionário. De toda forma, qualquer que
seja a penalidade aplicada ao servidor, deverá constar em seu assentamento individual (art. 193).

Outrossim, uma vez submetido a inquérito administrativo, o funcionário só poderá ser exonerado a pedido,
depois de ocorrida absolvição ou após o cumprimento da penalidade que lhe houver sido imposta. As únicas
ressalvas quanto a isso são: a demissão (i) por abandono de emprego, e (ii) e por faltas ao serviço, sem
justificativa, por mais de 60 dias interpolados durante o ano, situações essas em que a autoridade
competente para impor a pena decidirá pela aplicação ou não da regra.

Aliás, aproveitando o ensejo de quem é competente para aplicar as penas, o art. 195 determina que são
competentes:

1. o Prefeito – que poderá delegar essa competência aos Secretários para demissão por abandono de
emprego; por faltas ao serviço, sem justificativa, por mais de 60 dias interpolados durante o ano; e
por ineficiência no serviço;
2. os Secretários Municipais, até a de suspensão;
3. os Diretores de Departamento ou autoridades equiparadas, até a de suspensão, limitada a 15 dias;
4. as demais chefias a que estiver subordinado o funcionário, nas hipóteses de repreensão e suspensão
até 5 (cinco) dias.

Todavia, existe um prazo previsto para a prescrição da pena. Assim, prescreverá (art.196):

a) em dois anos, a falta que sujeite às penas de repreensão ou suspensão;


b) em cinco anos, a falta que sujeite às penas de demissão, demissão a bem do serviço
público e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

A contagem acima deve se iniciar na data em que a autoridade tomar conhecimento da existência da falta
(art. 197).

Frisamos, contudo, que a falta também prevista como crime na lei penal prescreverá juntamente com ele,
aplicando-se ao procedimento disciplinar, neste caso, os prazos prescricionais estabelecidos no Código
Penal, quando superiores a cinco anos.

Deve-se destacar, ademais, que as ações de ressarcimento são imprescritíveis, na forma do §5º, art. 37, da
Constituição Federal. Portanto, mesmo com a prescrição da capacidade punitiva, caso subsista dano ao

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erário em decorrência de ação dolosa ou culposa do servidor, ainda assim poderá ser realizado o
procedimento para obter o ressarcimento desse dano.

Ressalta-se, ainda, que de acordo com o §1º, do art. 197, a abertura de procedimento administrativo
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. A interrupção faz com
que o prazo comece a correr do zero no momento em que se encerrar o seu motivo. Por exemplo, se
determinada ação prescreve em 180 dias, caso o prazo seja interrompido aos 110 dias, no momento em
que cessar o motivo da interrupção, o prazo começará a contar novamente, iniciando do zero.

Nesse contexto, o §2º, do art. 197, determina que interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

Dessa forma, uma vez iniciado o procedimento administrativo, o prazo de prescrição será interrompido,
reiniciando-se, em regra, ao término da conclusão do processo.

Para exemplificação, vamos ver como isso poderá ser cobrado.

(CNJ - 2013) São penalidades disciplinares a repreensão, a suspensão e a cassação de disponibilidade.


Comentários: questão bem simples. São penalidades disciplinares as seguintes (art. 184): repreensão;
suspensão; demissão; demissão a bem do serviço; e cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Como podemos observar, a repreensão, a suspensão e a cassação de disponibilidade são penas
disciplinares. Dessa forma, o item está correto.
É importante notar que a questão, apesar de incompleta, está correta. Ela somente poderia ser considerada
errada se existisse algum limitar como “somente”, “exclusivamente”, “apenas”, etc.
Gabarito: correto.
(TRT 10 - 2013) Havendo conveniência para o serviço, a pena de suspensão pode ser convertida em multa,
que não poderá exceder à metade dos vencimentos, ficando o servidor obrigado a permanecer no
desempenho de suas atribuições.
Comentários: de acordo com o art. 186, §§ 2º e 3º, da Lei 8.989/1979, quando existir conveniência para o
serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, que não poderá exceder à metade dos
vencimentos, nem perdurar por mais de 120 dias, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Gabarito: correto.
(TCDF - 2013) Nas hipóteses em que o ilícito administrativo praticado por servidor, nessa condição, dê
ensejo à cassação de aposentadoria e também seja capitulado como crime, a prescrição da pretensão
punitiva da administração terá como baliza temporal a pena em concreto, aplicada no âmbito criminal,
devendo ser observados os prazos prescricionais do CP.
Comentários: a expressão “prescrição da pretensão punitiva da administração” é utilizada para designar a
situação em que a Administração Pública perde a capacidade de aplicar as sanções administrativas em
decorrência da aplicação do prazo de prescrição.

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Nesse contexto, a ação disciplinar prescreve em cinco anos, quanto às infrações puníveis com demissão,
demissão a bem do serviço e cassação de aposentadoria ou disponibilidade (art. 196, II).
Entretanto, quando a infração disciplinar também for capitulada como crime ou contravenção, o prazo de
prescrição será o mesmo previsto na legislação penal (art. 196, parágrafo único).
Assim, deverá ser observado o prazo prescricional do Código Penal, de acordo com a pena aplicada no caso
em concreto.
Gabarito: correto.

A apuração de responsabilidade de servidores públicos por infrações praticadas no exercício de suas


funções, ou que tenham relação com as atribuições do seu cargo, é realizada por meio de procedimento
disciplinar.

Nessa linha, esse é o instrumento utilizado para apurar os fatos, conceder o contraditório e a ampla defesa
e, se for o caso, aplicar as sanções administrativas aos servidores que cometerem infrações. Com efeito,
somente as penalidades administrativas são punidas em processo administrativo, sendo que as penas de
natureza civil e penal devem ser apuradas e penalizadas por meio de instrumentos próprios, perante o
Poder Judiciário.

De acordo com a Lei 8.989/1979, a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é
obrigada a tomar providências, imediatamente, para a apuração dos fatos e responsabilidades (art. 200,
caput). Com efeito, as providências de apuração serão adotadas na unidade onde os fatos ocorreram,
consistindo na elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo sobre os fatos, instruído com a oitiva
dos envolvidos e das testemunhas, além de outras provas indispensáveis ao seu esclarecimento (art. 200,
§ 1º).

Com efeito, a Constituição Federal de 1988 impede que qualquer penalidade seja aplicada sem a concessão
do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV). Assim, desde o advento da atual Carta Política, não existe
nenhum fundamento para impor uma sanção sem que o acusado possa se defender, tal como ocorria na
chamada “verdade sabida”. Dessa forma, mesmo que existam as mais fortes evidências de que
determinada pessoa cometeu uma infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser concedida a
oportunidade de defesa.

Salienta-se que a averiguação preliminar sobre as irregularidades deverá ser adotada pela autoridade que
tiver ciência da irregularidade, podendo ainda ser cometida a funcionário ou comissão de funcionários (art.
201, § 2º). Essa averiguação preliminar deverá ser concluída no prazo de vinte dias, sendo que ao seu
término os autos serão remetidos para o Titular da Pasta ou da Subprefeitura a que pertencer a unidade
em que o fato ocorreu, o qual, após criteriosa análise, determinará:

a) a aplicação de penalidade de repreensão e suspensão até cinco dias, quando a responsabilidade


subjetiva pela ocorrência encontrar-se definida, porém a natureza da falta cometida não for grave,
não houver dano ao patrimônio público ou se este for de valor irrisório;

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b) o arquivamento do feito, quando comprovada a inexistência de responsabilidade funcional pela


ocorrência irregular investigada;
c) a remessa dos autos ao Departamento de Procedimentos Disciplinares - PROCED ou, em se tratando
de servidor integrante do Quadro dos Profissionais da Guarda Civil Metropolitana, à Secretaria
Municipal de Segurança Urbana, quando: (i) a autoria do fato irregular estiver comprovada; (ii)
encontrar-se perfeitamente definida a responsabilidade subjetiva do servidor pelo evento irregular;
(iii) existirem fortes indícios de ocorrência de responsabilidade funcional, que exijam a
complementação das investigações mediante sindicância.

Assim, se existirem suficientes indícios da ocorrência de infração disciplinar e de sua autoria, será
instaurado procedimento disciplinar para se aplicar a devida punição.

Vejamos algumas questões sobre o assunto.

(PGE BA - 2014) prerrogativa de presunção de veracidade dos atos da administração pública autoriza a
aplicação de penalidade disciplinar a servidor público com base na regra da verdade sabida.
Comentários: mesmo que existam as mais fortes evidências de que determinada pessoa cometeu uma
infração, ela não pode ser penalizada antes de lhe ser concedida a oportunidade de defesa. Dessa forma, a
Constituição garante ao acusado a oportunidade de contraditório e ampla defesa, não exigindo a
possibilidade de aplicação da “verdade sabida”.
Gabarito: errado.
(MPU - 2013) Considere que determinado auditor de fiscalização do TCM-SP tenha cometido infração
disciplinar e que seu chefe imediato tenha dela tomado conhecimento no dia seguinte ao da prática do
ato. Nesse caso, deve o chefe do servidor promover a apuração imediata da irregularidade.
Comentários: de acordo com a Lei 8.989/1979, a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço
público é obrigada a tomar providências objetivando a apuração dos fatos e responsabilidades (art. 201).
Logo, o item está correto.
Destaco, porém, que o “chefe imediato” causa certa confusão, uma vez que não necessariamente seria o
chefe imediato, mas a autoridade que tiver ciência do fato, que nem sempre será o chefe imediato.
Contudo, o gabarito final foi este mesmo, demonstrando que precisamos de um “jogo de cintura” em
questões de concursos.
Gabarito: correto.

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O processo sumário será instaurado quando a falta disciplinar, pelas proporções ou pela natureza, não
comportar demissão, ressalvado o disposto no artigo 18730.

Aliás, como já é sabido, o servidor terá direito à defesa. Posto isso, após a instrução, dar-se-á vista ao
funcionário para apresentação de defesa em cinco dias, seguindo-se a decisão (art. 202, parágrafo único).

A sindicância é peça preliminar e informativa do inquérito administrativo destinada a investigar os fatos


que não estiverem definidos ou quando faltarem elementos indicativos da autoria (art. 203).

Vale dizer, o objetivo da sindicância não é aplicar qualquer penalidade, mas simplesmente apurar os fatos.
Por conseguinte, a sindicância não comporta o contraditório e tem caráter sigiloso, devendo ser ouvidos,
no entanto, os envolvidos nos fatos (art. 204).

A sindicância não comporta defesa, dado o seu papel meramente investigatório.

Prosseguindo, vemos no art. 205 que o relatório da sindicância conterá a descrição articulada dos fatos e a
proposta objetiva ante o que se apurou, recomendando o arquivamento do feito ou a abertura do inquérito
administrativo. Nesse segundo caso, o relatório deverá ainda apontar os dispositivos legais infringidos e a
autoria apurada.

Enfim, o prazo para a conclusão da sindicância é de trinta dias, e só poderá ser prorrogado mediante
justificação fundamentada.

30 Art. 187 - A autoridade que tiver conhecimento de infração funcional que enseje a aplicação de penas de repreensão e
suspensão até 5 (cinco) dias deverá notificar por escrito o servidor da infração a ele imputada, com prazo de 3 (três) dias
para oferecimento de defesa.
§ lº - A defesa dirigida à autoridade notificante deverá ser feita por escrito e entregue contra recibo.
§ 2º - O não acolhimento da defesa ou sua não apresentação no prazo legal acarretará a aplicação das penalidades
previstas no “caput” deste artigo, mediante ato motivado, expedindo-se a respectiva portaria e providenciada a anotação,
em assentamento, da penalidade aplicada, após publicação no Diário Oficial do Município.

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O inquérito administrativo será instaurado quando a falta disciplinar, por sua natureza, possa determinar a
pena de demissão – assegurada a ampla defesa ao acusado (art. 207).

A competência para a determinação de instauração de inquérito administrativo, bem como a sua decisão,
pertence ao Prefeito que, no entanto, poderá delegar essas atribuições, nos casos de demissão (i) por
abandono de emprego, (ii) por faltas ao serviço, sem justificativa, por mais de 60 dias interpolados durante
o ano, e (iii) por ineficiência no serviço.

Ainda com esse foco, o inquérito administrativo será conduzido por Comissão Processante, permanente ou
especial, presidida obrigatoriamente por Procurador Municipal e composta sempre por funcionários
efetivos.

O inquérito administrativo será iniciado no prazo de cinco dias, contados do recebimento dos autos pela
Comissão Processante e concluído no prazo de 180 dias, contados do seu início. Entretanto, o prazo para
conclusão do inquérito poderá ser prorrogado, a juízo da autoridade que determinou sua instauração,
mediante justificação fundamentada.

Ademais, nos casos de prática de penalidades puníveis com demissão a bem do serviço público, ou quando
o funcionário for preso em flagrante delito ou preventivamente, o inquérito administrativo deverá ser
concluído no prazo de 60 dias, contados da citação válida do indiciado, podendo ser prorrogado, a juízo da
autoridade que determinou a instauração, mediante justificação, pelo prazo máximo de 60 dias (art. 209,
§ 2º).

O art. 210, prossegue o processo de inquérito afirmando que, recebidos os autos, a Comissão promoverá o
indiciamento do funcionário, apontando o dispositivo legal infringido.

A partir daí, o indiciado será citado para participar do processo e se defender. Essa citação será pessoal e
deverá conter a transcrição do indiciamento, bem como a data, hora e local, marcados para o interrogatório
(art. 211).

Na hipótese de não ser encontrado o indiciado, ou ignorando-se o seu paradeiro, a citação será feita por
editais publicados no órgão oficial durante três dias consecutivos.

Se ainda assim o indiciado não comparecer, será decretada a sua revelia e designado um Procurador
Municipal para se incumbir da defesa. Isso, pois nenhum funcionário será processado sem assistência de
defensor habilitado, ou seja, caso ele não possua advogado, será dado a ele um defensor na pessoa de
Procurador Municipal.

Com efeito, o indiciado poderá estar presente a todos os atos do processo e intervir, por seu defensor, nas
provas e diligências que se realizarem.

Assim, de todas as provas e diligências será intimada a defesa, com antecedência mínima de 48 horas.

Dando sequência, o art. 215 determina que realizadas as provas da Comissão, a defesa será intimada para
indicar, em três dias, as provas que pretende produzir.

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Encerrada a instrução, dar-se-á vista ao defensor para apresentação, por escrito e no prazo de 5 dias, das
razões de defesa do indiciado.

O mesmo prazo, ou seja, 5 dias, será aplicado à Comissão para a apresentação do relatório, posterior à
defesa escrita (art. 217). Esse relatório trará a apreciação, em relação a cada indiciado, sobre as
irregularidades imputadas, as provas colhidas e as razões da defesa, propondo-se justificadamente a
absolvição ou punição, indicando-se, neste caso, a pena cabível e sua fundamentação legal (art. 218).

Outrossim, cabe, também, à Comissão sugerir outras medidas que se fizerem necessárias ou forem de
interesse público.

Em conclusão, recebido o processo com o relatório, a autoridade competente proferirá a decisão por
despacho fundamentado (art. 219).

Após a conclusão do inquérito administrativo, a revisão somente será recebida e processada mediante
requerimento quando (art. 220):

a) a decisão for manifestadamente contrária a dispositivo legal, ou a evidência dos autos;


b) a decisão se fundar em depoimentos, exames periciais, vistorias ou documentos
comprovadamente falsos ou eivados de erros;
c) surgirem, após a decisão, provas da inocência do punido.

Desse modo, a simples alegação de injustiça da penalidade, não constitui fundamento para a revisão, ela
só será empregada quando enquadrada em umas das situações apontadas.

Cabe destacar que a revisão, que observará, no que couber, os parâmetros do procedimento disciplinar,
poderá verificar-se a qualquer tempo. Todavia, ela não autoriza a agravação da pena.

Além disso, caso o punido venha a falecer, o pedido de revisão poderá ser formulado pelo cônjuge ou
parente até segundo grau.

Continuando, o art. 221 dispõe que o pedido de revisão será sempre dirigido ao Prefeito, que decidirá sobre
o seu processamento.

Entretanto, a Comissão que participou do processo disciplinar primitivo, ficará impedida de funcionar no
processo revisional.

Finalmente, julgada procedente a revisão – fundamentada e publicada no órgão oficial do Município –, a


autoridade competente determinará a redução, o cancelamento ou anulação da pena.

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1. (Cetro – PM-SP/2014) A foto de um carro da Prefeitura de São Paulo estacionado em vaga


destinada a deficientes físicos de um shopping center da cidade de São Paulo é objeto de matéria de um
jornal local. Com base no Título VI Dos Deveres e da Ação Disciplinar da Lei Municipal nº 8.989/1979,
assinale a alternativa que apresenta o que poderá ocorrer com o funcionário que indevidamente ali
estacionou o veículo.
a) pelo fato de a conduta do funcionário ter ocasionado desgaste político à imagem da gestão da Prefeitura,
ele será, ex officio, afastado de suas funções pelo prazo de 5 (cinco) dias. A aplicação da penalidade é de
competência exclusiva do Prefeito. O referido funcionário será notificado para apresentar sua defesa
administrativa por meio de Portaria publicada no Diário Oficial, com consequente anotação da penalidade
aplicada no prontuário do funcionário.
b) ainda que tenha sido apurado que essa é a primeira falta cometida pelo referido funcionário público, o
Prefeito, nos termos da Lei, deverá demiti-lo por ineficiência no serviço.
c) trata-se de falta sujeita à penalidade de suspensão de 15 (quinze) dias do referido funcionário, sendo
que a aplicação da referida penalidade é de competência exclusiva do Secretário Municipal, bem como
anotação, em assentamento, da penalidade aplicada.
d) o chefe direto do funcionário faltoso deverá repreendê-lo diretamente, de forma oral, perante os demais
funcionários alocados em seu setor, sendo facultado ao mencionado apresentar sua defesa imediatamente
ou, por escrito, no prazo de 5 (cinco) dias, bem como anotação, em assentamento, da punição aplicada.
e) a não apresentação de defesa por parte do funcionário acarretará a aplicação da penalidade de
repreensão, mediante ato motivado, expedindo-se Portaria para publicação no Diário Oficial e anotação,
em assentamento, da penalidade aplicada.

Comentário:

a) a autoridade que tiver conhecimento de infração funcional que enseje a aplicação de penas de
repreensão e suspensão até 5 dias deverá notificar por escrito o servidor da infração a ele imputada, com
prazo de 3 dias para oferecimento de defesa. Com isso, já sabemos que a alternativa está errada, pois não
apenas o Prefeito pode aplicar a penalidade e nem existe a menção expressa de que o servidor deverá ser
avisado mediante Portaria publicada no DO. Além disso, a penalidade só poderá ser registrada no
assentamento individual do servidor na aplicação da penalidade (art. 187, caput e § 1º) – ERRADA;

b) como pudemos ver no Estatuto, apenas a pena de demissão, demissão a bem do serviço, e cassação de
aposentadoria e disponibilidade deixam expressa quais as causas que ensejam a sua aplicação. Assim,
caberá a autoridade determinar qual a pena a ser aplicada nos casos mais “simples”. Contudo, o fato de ser

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a primeira falta do servidor faz com que a sua pena seja “abrandada”. Ademais, caso o servidor seja
realmente demitido, a competência para a aplicação da penalidade é do Prefeito, mas no caso de
ineficiência do serviço, essa competência pode ser delegada aos Secretários (art. 195, parágrafo único) –
ERRADA;

c) a suspensão poderá ser aplicada nos casos de falta grave (o que acreditamos não ser o caso) e de
reincidência (com certeza não é o nosso caso) (art. 186). Além disso, a aplicação de penalidades até a
suspensão de 15 dias pode ser feita pelos diretores de departamento ou autoridades equiparadas (art. 195,
III), ou seja, não é exclusiva dos Secretários – ERRADA;

d) a pena de repreensão deverá ser aplicada por escrito, nos casos de indisciplina ou falta de cumprimento
dos deveres funcionais (art. 185). Como vimos na alternativa A, será concedido ao funcionário o prazo de 3
dias para apresentar a sua defesa – que deverá ser por escrito –, e a anotação no assentamento individual
só poderá ocorrer com a devida aplicação da pena (art. 187, caput e § 1º) – ERRADA;

e) agora sim! O não acolhimento da defesa ou sua não apresentação no prazo legal acarretará a aplicação
da devida penalidade, que no caso mencionado é a repreensão, mediante ato motivado, expedindo-se a
respectiva portaria e providenciada a anotação, em assentamento, da penalidade aplicada, após publicação
no Diário Oficial do Município (art. 187, §2º) – CORRETA.

Gabarito: alternativa E.

2. (FCC – Prefeitura de São Paulo/2008) Segundo o Estatuto dos funcionários públicos do município
de São Paulo, um dos requisitos para desempenhar a função de Agente de Apoio Administrativo é
a) ser brasileiro e manter endereço fixo há mais de dois anos.
b) possuir carteira nacional de habilitação e título de eleitor.
c) desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido.
d) ter o nome limpo no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
e) pagar regularmente os impostos municipais, como o IPTU.

Comentário: questão bem “mais ou menos” essa.

Ao mencionar “requisitos para desempenhar a função”, o candidato tende a pensar em requisitos


necessários para entrar no funcionalismo público. Todavia, as alternativas não apresentam qualquer
relação com isso. Vejamos:

Art. 11 - Só poderá ser investido em cargo público quem satisfazer os seguintes requisitos:

I - ser brasileiro;

II - ter completado dezoito anos de idade;

III - estar no gozo dos direitos políticos;

IV - estar quite com as obrigações militares;

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V - ter boa conduta;

VI - gozar de boa saúde física e mental e não ser portador de deficiência física incompatível com
o exercício do cargo;

VII - possuir habilitação profissional para o exercício do cargo, quando for o caso;

VIII - ter sido previamente habilitado em concurso, ressalvadas as exceções legalmente


previstas;

IX - atender às condições especiais, prescritas em lei ou decreto, para determinados cargos.

Por outro lado, analisando as alternativas, a única semelhança que encontramos no Estatuto é com os
deveres do servidor. Assim, vamos dar uma olhada:

Art. 178 - São deveres do funcionário:

I - ser assíduo e pontual;

II - cumprir as ordens superiores, representando quando forem manifestamente ilegais;

III - desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido;

IV - guardar sigilo sobre os assuntos da Administração;

V - tratar com urbanidade os companheiros de serviço e o público em geral;

VI - residir no Município ou mediante autorização, em localidade próxima;

VII - manter sempre atualizada sua declaração de família, de residência e de domicílio;

VIII - zelar pela economia do material do Município e pela conservação do que for confiado à
sua guarda ou utilização;

IX - apresentar-se convenientemente trajado em serviço, ou com o uniforme determinado,


quando for o caso;

X - cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros de trabalho;

XI - estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e ordens de serviço que
digam respeito às suas funções:

XII - proceder, pública e particularmente, de forma que dignifique a função pública.

Portanto, embora não seja uma “grande” questão, podemos assinalar a alternativa C como nosso gabarito.

Gabarito: alternativa C.

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3. (Vunesp – Câmara de São Paulo/2007) Nos termos do que dispõe a Lei Municipal n.º 8.989/79, o
funcionário público municipal que exercer a advocacia administrativa ficará sujeito à pena disciplinar de
a) demissão.
b) suspensão por até 90 dias.
c) suspensão por até 30 dias.
d) demissão a bem do serviço público.
e) repreensão.

Comentário: para o servidor que desempenhar advocacia administrativa, dentre outras ações, será
aplicada a penalidade de demissão a bem do serviço (art. 189, IX).

Gabarito: alternativa D.

4. (Vunesp – Câmara de São Paulo/2007) Um funcionário público municipal tem sua demissão
anulada por sentença judicial transitada em julgado. Neste caso, conforme o disposto na Lei n.º 8.989/79,
o funcionário deve retornar ao seu cargo público por meio da
a) reintegração; e o ocupante da vaga, se ocupava outro cargo, será a este reconduzido, sem direito a
indenização.
b) reversão; e o ocupante da vaga será exonerado, ou se ocupava outro cargo, a este reconduzido, sem
direito a indenização.
c) readmissão; e o ocupante da vaga será colocado em disponibilidade, com vencimentos proporcionais.
d) readmissão; e o ocupante da vaga será colocado em disponibilidade, se não ocupava outro cargo
anteriomente.
e) reintegração; e o ocupante da vaga será colocado em disponibilidade, com vencimentos proporcionais,
ou se ocupava outro cargo, a este será reconduzido, com direito a indenização.

Comentário: com uma rápida olhada nas alternativas já podemos excluir as opções C e D, afinal, como
vimos em nossa aula, a readmissão é considerada inconstitucional e não poderia ser a nossa resposta.

Com isso, sobram as opções A, B e E. Então, vamos relembrar os conceitos de reintegração e reversão:

o Reintegração: reingresso do funcionário no serviço público, em virtude de decisão judicial transitada


em julgado;
o Reversão: ato pelo qual o funcionário aposentado reingressa no serviço público, a seu pedido ou “ex-
officio”.

Dessarte, já podemos excluir a alternativa B também.

Agora, aproveitamos para relembrar toda a seção que menciona a reintegração:

Art. 27 - A reintegração é o reingresso do funcionário no serviço público, em virtude de decisão


judicial transitada em julgado.

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Art. 28 - A reintegração será feita no cargo anteriormente ocupado.

§ 1º - Se o cargo anteriormente ocupado houver sido transformado, a reintegração se dará no


cargo resultante; se houver sido extinto, em cargo de vencimento e habilitação profissional
equivalentes.

§ 2º - Não sendo possível a reintegração na forma prescrita neste artigo, será o funcionário
posto em disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Art. 29 - O funcionário que estiver ocupando o cargo objeto da reintegração será exonerado, ou
se ocupava outro cargo, a este reconduzido, sem direito a indenização.

Art. 30 - Transitada em julgado a sentença que determinar a reintegração, o respectivo título


deverá ser expedido no prazo máximo de 30 (trinta) dias.

Portanto, o funcionário deve retornar ao seu cargo público por meio da reintegração, e o ocupante da vaga,
se ocupava outro cargo, será a este reconduzido, sem direito a indenização (alternativa A).

Gabarito: alternativa A.

Bons estudos.

HERBERT ALMEIDA.

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1. (Cetro – PM-SP/2014) A foto de um carro da Prefeitura de São Paulo estacionado em vaga


destinada a deficientes físicos de um shopping center da cidade de São Paulo é objeto de matéria de um
jornal local. Com base no Título VI Dos Deveres e da Ação Disciplinar da Lei Municipal nº 8.989/1979,
assinale a alternativa que apresenta o que poderá ocorrer com o funcionário que indevidamente ali
estacionou o veículo.
a) pelo fato de a conduta do funcionário ter ocasionado desgaste político à imagem da gestão da Prefeitura,
ele será, ex officio, afastado de suas funções pelo prazo de 5 (cinco) dias. A aplicação da penalidade é de
competência exclusiva do Prefeito. O referido funcionário será notificado para apresentar sua defesa
administrativa por meio de Portaria publicada no Diário Oficial, com consequente anotação da penalidade
aplicada no prontuário do funcionário.
b) ainda que tenha sido apurado que essa é a primeira falta cometida pelo referido funcionário público, o
Prefeito, nos termos da Lei, deverá demiti-lo por ineficiência no serviço.
c) trata-se de falta sujeita à penalidade de suspensão de 15 (quinze) dias do referido funcionário, sendo
que a aplicação da referida penalidade é de competência exclusiva do Secretário Municipal, bem como
anotação, em assentamento, da penalidade aplicada.
d) o chefe direto do funcionário faltoso deverá repreendê-lo diretamente, de forma oral, perante os demais
funcionários alocados em seu setor, sendo facultado ao mencionado apresentar sua defesa imediatamente
ou, por escrito, no prazo de 5 (cinco) dias, bem como anotação, em assentamento, da punição aplicada.
e) a não apresentação de defesa por parte do funcionário acarretará a aplicação da penalidade de
repreensão, mediante ato motivado, expedindo-se Portaria para publicação no Diário Oficial e anotação,
em assentamento, da penalidade aplicada.

2. (FCC – Prefeitura de São Paulo/2008) Segundo o Estatuto dos funcionários públicos do município
de São Paulo, um dos requisitos para desempenhar a função de Agente de Apoio Administrativo é
a) ser brasileiro e manter endereço fixo há mais de dois anos.
b) possuir carteira nacional de habilitação e título de eleitor.
c) desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for incumbido.
d) ter o nome limpo no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito).
e) pagar regularmente os impostos municipais, como o IPTU.

3. (Vunesp – Câmara de São Paulo/2007) Nos termos do que dispõe a Lei Municipal n.º 8.989/79, o
funcionário público municipal que exercer a advocacia administrativa ficará sujeito à pena disciplinar de
a) demissão.
b) suspensão por até 90 dias.
c) suspensão por até 30 dias.
d) demissão a bem do serviço público.
e) repreensão.

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4. (Vunesp – Câmara de São Paulo/2007) Um funcionário público municipal tem sua demissão
anulada por sentença judicial transitada em julgado. Neste caso, conforme o disposto na Lei n.º 8.989/79,
o funcionário deve retornar ao seu cargo público por meio da
a) reintegração; e o ocupante da vaga, se ocupava outro cargo, será a este reconduzido, sem direito a
indenização.
b) reversão; e o ocupante da vaga será exonerado, ou se ocupava outro cargo, a este reconduzido, sem
direito a indenização.
c) readmissão; e o ocupante da vaga será colocado em disponibilidade, com vencimentos proporcionais.
d) readmissão; e o ocupante da vaga será colocado em disponibilidade, se não ocupava outro cargo
anteriomente.
e) reintegração; e o ocupante da vaga será colocado em disponibilidade, com vencimentos proporcionais,
ou se ocupava outro cargo, a este será reconduzido, com direito a indenização.

1. E
2. C
3. D
4. A

ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro:
Método, 2011.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.

BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

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DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.

JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.

MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.

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