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Asfixia em Geral
Asfixia em Geral
FISIOPATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA
Dividem-se em:
Sinais externos:
Manchas de Hipóstase
Cianose da face
Equimoses da pele e das mucosas
Sinais internos
Equimoses viscerais
Sangue escuro e líquido (exceções da morte por monóxido de carbono)
Congestão polivisceral (principalmente fígado e mesentério)
Distensão e edema dos pulmões
CLASSIFICAÇÃO
Afogamento
Soterramento
Asfixias Complexas à Constrição das vias respiratórias com anoxemia e excesso de gás
carbônico, interrupção por compressão dos elementos nervosos do pescoço:
Enforcamento
Estrangulamento
Obs. – O monóxido de carbono pode penetrar no sangue depois da morte, e isso deverá ser
levado em conta para afastar possíveis causas de erro. Para prevenir-se, basta recolher o
sangue do coração, dos grandes vasos ou das vísceras.
Sufocação
É produzida pelo impedimento da passagem de ar respirável por meio direto ou indireto de
obstrução
Direto à oclusão dos orifícios ou dos condutos respiratórios. Existem as seguintes
modalidades: Sufocação da boca e das fossas nasais e sufocação direta por oclusão das
vias respiratórias.
Indireta à compressão, em grau suficiente do tórax e abdome que impede os movimentos
respiratórios. É sempre acidental ou criminosa, um dos sinais mais importantes é a mascara
equimótica, produzida pelo reflexo sangüíneo da veia cava superior em face da compressão
torácica.
Soterramento
Obstrução das vias respiratórias por terra ou substâncias pulverulentas. É, na sua maioria,
acidental e, muito raramente, homicida ou suicida.
O diagnóstico se fez pelo estudo dos comemorativos e do local, pela presença de
substâncias estranhas, sólidas ou semi-sólidas, principalmente pulverulentas, no estômago e
esôfago e, ainda, pelos sinais gerais de asfixia.
Afogamento
É um tipo de asfixia mecânica, produzida pela penetração de um meio líquido ou semilíquido
nas vias respiratórias, impedindo a passagem do ar até os pulmões.
Pode ser acidental, suicida ou homicida.
A morte por afogamento dividi-se em três fases: Fase de defesa, fase de resistência e de
exaustão.
Sinais externos:
Temperatura baixa da pele;
Pele anserina;
Retração do mamilo, do escroto e do pênis;
Maceração da epiderme;
Tonalidade vermelha dos livores cadavéricos;
Cogumelo de espuma;
Erosão dos dedos e presença de corpos estranhos sob as unhas;
Equimoses da face e das conjuntivas;
Mancha verde de putrefação;
Lesões post-mortem produzidas por animais aquáticos;
hemorragia temporal;
hemorragia etmoidal;
à Putrefação
O cadáver retirado da água sofre, com o ar atmosférico, uma aceleração do fenômeno
putrefativo.
à Flutuação
Numa primeira fase, em virtude da densidade do corpo ser sempre maior que a do líquido de
submersão, a tendência do cadáver é ir para o fundo. Numa segunda fase, com o
aparecimento dos gases da putrefação, o cadáver flutuará. Na terceira fase, com a rotura
dos tecidos moles e o esvaziamento dos gazes, a densidade do corpo volta a prevalecer
sobre a da água e verifica-se a Segunda imersão. Finalmente, numa quarta fase, muito mais
adiante, com a evolução para a adipocera, diminuindo o peso específico do corpo, o cadáver
voltará a superfície, ocorrendo a Segunda flutuação.
Enforcamento
O enforcamento é uma modalidade de asfixia que se caracteriza pela interrupção do ar
atmosférico até as vias respiratórias, em decorrência da constricção do pescoço por um laço
fixo, agindo o peso do próprio corpo como força ativa.
É mais comum nos suicídios, podendo, no entanto, Ter como etiologia o acidente, o
homicídio e a execução judicial.
Modo de Execução
Há certas formas de enforcamento que seguem uma orientação determinada, devendo-se
considerar: a natureza e disposição do laço, o ponto de inserção superior e o ponto de
suspensão do corpo.
O laço que aperta o pescoço pode ser de várias naturezas: cordas, cintos, fios de arame,
lençóis, punhos de rede, gravatas, correntes, cortinas e até ramos de árvores. Sua
consistência varia entre os chamados duros (cordões, cordas e fio de arame), moles
(lençóis, cortinas e gravatas) e semi-rígidos (cintos de couro).
O nó pode faltar, tomando a forma de alça; pode ser corrediço ou fixo. Sua situação é
sempre posterior ou lateral, e raramente na porção anterior do pescoço.
Qualquer ponto de apoio serve como local para prender o laço, como caibros de telhado,
ramos de árvore, armadores de rede e trincos de portas.
Chama-se de suspensão típica ou completa aquela em que o corpo fica sem tocar em
qualquer ponto de apoio e suspensão atípica ou incompleta, se apoiado pelos pés, joelhos
ou outra parte qualquer do corpo.
Evolução
A morte por enforcamento pode surgir rápida ou tardiamente, dependendo das lesões locais
ou a distância.
Período inicial – Começa quando, pela constricção do pescoço, leva à sensação de calor,
zumbidos, sensações luminosas na vista e perda da consciência produzidos pela interrupção
da circulação cerebral.
Segundo Período – Caracteriza-se pelas convulsões e excitação do corpo provenientes dos
fenômenos respiratórios, pela impossibilidade de entrada e saída de ar, diminuindo o
oxigênio (hipoxemia) e aumentando o gás carbônico (hipercapnéia). Associados a pressão
do feixe vásculo- nervoso, comprimindo o nervo vago.
Terceiro Período – Surgem sinais de morte aparente, até o aparecimento da morte real, com
cessação da respiração e circulação.
Gerais: são referentes aos fenômenos asfíxicos e circulatórios, levando, às vezes, ao coma,
amnésia, perturbações psíquicas ligadas à confusão mental e à depressão; paralisia da
bexiga, do reto e da uretra.
Tempo necessário para a morte no enforcamento – varia de acordo com aspectos pessoais
e circunstanciais. A morte poderá ser rápida, por inibição, ou levar de 5 a 10 minutos,
conforme se observa em enforcamentos judiciais.
Lesões Anátomo-Patológicas
Na morte por enforcamento, a ação do laço sobre o pescoço nos permite estudar:
Aspecto do Cadáver – a posição da cabeça sempre se mostra voltada para o lado contrário
do nó, fletida para diante com o mento tocando o tórax.
A face pode apresentar-se branca ou arroxeada, e as equimoses são raras. Assinala-se a
presença de líquido ou espuma sanguinolenta pela boca e narinas. A língua é cianótica e
sempre está projetada além das arcadas dentárias. Olhos protusos e pavilhão auricular
violáceo, surgindo ocasionalmente otorragia.
Sinais Externos – Sulco do pescoço (mais importante), pode ser único, duplo, triplo ou
múltiplo a depender do número de voltas; situa-se na porção superior do pescoço e depois
desliza para o ponto de apoio da cabeça, dirigindo-se em sentido do nó, obliquamente, de
baixo para cima e de diante para trás (sulco típico). A consistência e a tonalidade do leito do
sulco variam com a consistência do laço, e a sua profundidade varia com a espessura do
laço.
Sinais encontrados nos sulcos dos enforcados:
Sinal de Ponsold – livores cadavéricos, em placas, por cima e por baixo das bordas do
sulco.
Sinal de Thoinot – zona violácea ao nível das bordas do sulco.
Sinal de Azevedo Neves – livores punctiformes por cima e por baixo das bordas do sulco.
Sinal de Neyding – infiltrações hemorrágicas punctiformes no fundo do sulco.
Sinal de Ambroise Paré – pele enrugada e escoriada do fundo do sulco.
Sinal de Lesser – vesículas sanguinolentas no fundo do sulco.
Sinal de Bonnet – marcas da trama do laço.
Lesões dos vasos – sinal de Amussat (secção de túnica interna da carótida comum), sinal de
Étienne Martin (secção da túnica externa da carótida comum), sinal de Friedberg (sufusão
hemorrágica da túnica externa da carótida comum), sinal de Lesser (rotura da túnica íntima
da carótida interna ou externa) e sinal de Ziemke (rotura da túnica interna das veias
jugulares).
Lesões do aparelho laríngeo – fraturas das cartilagens tireóide e cricóide, e do osso hióide.
Sinais à Distância:
São sinais encontrados nas asfixias em geral, como congestão polivisceral, sangue fluido e
escuro, pulmões distendidos, equimoses viscerais e espuma sanguinolenta na traquéia e
nos brônquios.
Estrangulamento
No estrangulamento, a morte se dá pela constricção do pescoço por um laço acionado por
uma força estranha, obstruindo a passagem do ar aos pulmões, interrompendo a circulação
do sangue ou encéfalo e comprimindo os nervos do pescoço. Nesse tipo de morte ao
contrário do enforcamento, o corpo da vítima age passivamente.
Sintomatologia:
Sinais Externos:
Fisiopatologia:
Derme:
Bordas do sulco cortadas a pique e o plano dérmico recoberto por sangue recente; rotura e
retração das fibras elásticas; extravasamento sanguíneo zonal.
Tela Subcutânea:
Rotura, deformação e achatamento das células adiposas;
Na constricção mais acentuada, extravasamento de gordura ao nível do sulco;
Muitas rotas comunicando-se entre si.
Camada Muscular:
Fibras musculares achatadas, deformadas e rechaçadas ao nível do fundo do sulco;
discreta hemorragia recente; figuras em "fuso" por estiramento e alargamento das fibras
musculares.
Linfonodos:
raramente mostram-se deformados;
aparecem infiltrados por sangue recente.
Esganadura
É a constricção do pescoço pelas mãos obstruindo a passagem do ar pelas vias
respiratórias até os pulmões. É sempre homicida.
Sintomatologia:
Este tipo de morte pode ser por asfixia, como por inibição, devido à compressão dos
elementos nervosos do pescoço. A esganadura vem sempre acompanhada de outras
lesões, principalmente traumáticas.
Sinais Externos Locais – os mais importantes são produzidos pelas unha do agressor, de
forma semilunar, apergaminhados, de tonalidade pardo-amarelada, conhecidos como
estigmas ou marcas ungueais. Podem surgir escoriações.
Fisiopatologia:
BIBLIOGRAFIA
FRANÇA, genival veloso de. Medicina Legal. 4ª Ed. RJ: Guanabara Koogan, 1995.