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LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964.

§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:

ATUALIZADA ATÉ 16/08/2023. I - Quadros demonstrativos da receita e planos de


aplicação dos fundos especiais;
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma
da União, dos Estados, dos Municípios e do dos Anexos nºs 6 a 9;
Distrito Federal.
III - Quadro demonstrativo do programa anual de
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu trabalho do Govêrno, em têrmos de realização de
sanciono a seguinte Lei; obras e de prestação de serviços.

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas


as receitas, inclusive as de operações de crédito
Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito autorizadas em lei.
financeiro para elaboração e contrôle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, Parágrafo único. Não se consideram para os fins
dos Municípios e do Distrito Federal, de acôrdo deste artigo as operações de credito por
com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da antecipação da receita, as emissões de papel-
Constituição Federal. moeda e outras entradas compensatórias, no ativo
e passivo financeiros . (Veto rejeitado no DOU,
TÍTULO I de 5.5.1964)

Da Lei de Orçamento Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá tôdas as


despesas próprias dos órgãos do Govêrno e da
CAPÍTULO I administração centralizada, ou que, por
intermédio dêles se devam realizar, observado o
Disposições Gerais disposto no artigo 2°.

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará


discriminação da receita e despesa de forma a dotações globais destinadas a atender
evidenciar a política econômica financeira e o indiferentemente a despesas de pessoal, material,
programa de trabalho do Govêrno, obedecidos os serviços de terceiros, transferências ou quaisquer
princípios de unidade universalidade e anualidade. outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu
parágrafo único.
§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:
Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da
I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas
por funções do Govêrno; quaisquer deduções.

II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa § 1º As cotas de receitas que uma entidade


segundo as Categorias Econômicas, na forma do pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como
Anexo nº 1; despesa, no orçamento da entidade obrigada a
transferência e, como receita, no orçamento da
III - Quadro discriminativo da receita por fontes e que as deva receber.
respectiva legislação;
§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo
IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e anterior, o calculo das cotas terá por base os
da Administração. dados apurados no balanço do exercício anterior
aquele em que se elaborar a proposta CAPÍTULO II
orçamentária do governo obrigado a transferência.
(Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964) Da Receita

Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter Art. 9º Tributo é a receita derivada instituída pelas
autorização ao Executivo para: entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da
I - Abrir créditos suplementares até determinada constituição e das leis vigentes em matéria
importância obedecidas as disposições do artigo financeira, destinado-se o seu produto ao custeio
43; (Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964) de atividades gerais ou especificas exercidas por
essas entidades (Veto rejeitado no DOU, de
II - Realizar em qualquer mês do exercício 5.5.1964)
financeiro, operações de crédito por antecipação
da receita, para atender a insuficiências de caixa. Art. 10. (Vetado).

§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes


indicará as fontes de recursos que o Poder categorias econômicas: Receitas Correntes e
Executivo fica autorizado a utilizar para atender a Receitas de Capital. (Redação dada pelo
sua cobertura. Decreto Lei nº 1.939, de 1982)

§ 2° O produto estimado de operações de crédito e § 1º - São Receitas Correntes as receitas


de alienação de bens imóveis sòmente se incluirá tributária, de contribuições, patrimonial,
na receita quando umas e outras forem agropecuária, industrial, de serviços e outras e,
especìficamente autorizadas pelo Poder ainda, as provenientes de recursos financeiros
Legislativo em forma que jurìdicamente possibilite recebidos de outras pessoas de direito público ou
ao Poder Executivo realizá-las no exercício. privado, quando destinadas a atender despesas
classificáveis em Despesas Correntes.
§ 3º A autorização legislativa a que se refere o (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
parágrafo anterior, no tocante a operações de 1982)
crédito, poderá constar da própria Lei de
Orçamento. § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da
realização de recursos financeiros oriundos de
Art. 8º A discriminação da receita geral e da constituição de dívidas; da conversão, em espécie,
despesa de cada órgão do Govêrno ou unidade de bens e direitos; os recursos recebidos de outras
administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, pessoas de direito público ou privado, destinados
incisos III e IV obedecerá à forma do Anexo nº 2. a atender despesas classificáveis em Despesas de
Capital e, ainda, o superávit do Orçamento
§ 1° Os itens da discriminação da receita e da Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei nº
despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°, e 13, 1.939, de 1982)
serão identificados por números de códigos
decimal, na forma dos Anexos nºs 3 e 4. § 3º - O superávit do Orçamento Corrente
resultante do balanceamento dos totais das
§ 2º Completarão os números do código decimal receitas e despesas correntes, apurado na
referido no parágrafo anterior os algarismos demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não
caracterizadores da classificação funcional da constituirá item de receita orçamentária.
despesa, conforme estabelece o Anexo nº 5. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
1982)
§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não
prejudicará a adoção de códigos locais.
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao Despesas de Custeio
seguinte esquema: (Redação dada pelo
Decreto Lei nº 1.939, de 1982) Transferências Correntes

RECEITAS CORRENTES DESPESAS DE CAPITAL

RECEITA TRIBUTÁRIA Investimentos

Impostos. Inversões Financeiras

Taxas. Transferências de Capital

Contribuições de Melhoria. § 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as


dotações para manutenção de serviços
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES anteriormente criados, inclusive as destinadas a
atender a obras de conservação e adaptação de
RECEITA PATRIMONIAL bens imóveis.

RECEITA AGROPECUÁRIA § 2º Classificam-se como Transferências


Correntes as dotações para despesas as quais não
RECEITA INDUSTRIAL corresponda contraprestação direta em bens ou
serviços, inclusive para contribuições e
RECEITA DE SERVIÇOS subvenções destinadas a atender à manutenção
de outras entidades de direito público ou privado.
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos
OUTRAS RECEITAS CORRENTES desta lei, as transferências destinadas a cobrir
despesas de custeio das entidades beneficiadas,
RECEITAS DE CAPITAL distinguindo-se como:

OPERAÇÕES DE CRÉDITO I - subvenções sociais, as que se destinem a


instituições públicas ou privadas de caráter
ALIENAÇÃO DE BENS assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS II - subvenções econômicas, as que se destinem a


emprêsas públicas ou privadas de caráter
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL § 4º Classificam-se como investimentos as


dotações para o planejamento e a execução de
CAPÍTULO III obras, inclusive as destinadas à aquisição de
imóveis considerados necessários à realização
Da Despesa destas últimas, bem como para os programas
especiais de trabalho, aquisição de instalações,
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes equipamentos e material permanente e
categorias econômicas: (Veto rejeitado no DOU, constituição ou aumento do capital de emprêsas
de 5.5.1964) que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

DESPESAS CORRENTES § 5º Classificam-se como Inversões Financeiras


as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já Inativos
em utilização;
Pensionistas
II - aquisição de títulos representativos do capital
de emprêsas ou entidades de qualquer espécie, já Salário Família e Abono Familiar
constituídas, quando a operação não importe
aumento do capital; Juros da Dívida Pública

III - constituição ou aumento do capital de Contribuições de Previdência Social


entidades ou emprêsas que visem a objetivos
comerciais ou financeiros, inclusive operações Diversas Transferências Correntes.
bancárias ou de seguros.
DESPESAS DE CAPITAL
§ 6º São Transferências de Capital as dotações
para investimentos ou inversões financeiras que Investimentos
outras pessoas de direito público ou privado
devam realizar, independentemente de Obras Públicas
contraprestação direta em bens ou serviços,
constituindo essas transferências auxílios ou Serviços em Regime de Programação Especial
contribuições, segundo derivem diretamente da
Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, Equipamentos e Instalações
bem como as dotações para amortização da dívida
pública. Material Permanente

Art. 13. Observadas as categorias econômicas do Participação em Constituição ou Aumento de


art. 12, a discriminação ou especificação da Capital de Emprêsas ou Entidades Industriais ou
despesa por elementos, em cada unidade Agrícolas
administrativa ou órgão de govêrno, obedecerá ao
seguinte esquema: Inversões Financeiras

DESPESAS CORRENTES Aquisição de Imóveis

Despesas de Custeio Participação em Constituição ou Aumento de


Capital de Emprêsas ou Entidades Comerciais ou
Pessoa Civil Financeiras

Pessoal Militar Aquisição de Títulos Representativos de Capital de


Emprêsa em Funcionamento
Material de Consumo
Constituição de Fundos Rotativos
Serviços de Terceiros
Concessão de Empréstimos
Encargos Diversos
Diversas Inversões Financeiras
Transferências Correntes
Transferências de Capital
Subvenções Sociais
Amortização da Dívida Pública
Subvenções Econômicas
Auxílios para Obras Públicas Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre
que possível, será calculado com base em
Auxílios para Equipamentos e Instalações unidades de serviços efetivamente prestados ou
postos à disposição dos interessados obedecidos
Auxílios para Inversões Financeiras os padrões mínimos de eficiência prèviamente
fixados.
Outras Contribuições.
Art. 17. Somente à instituição cujas condições de
Art. 14. Constitui unidade orçamentária o funcionamento forem julgadas satisfatórias pelos
agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas
órgão ou repartição a que serão consignadas subvenções.
dotações próprias. (Veto rejeitado no DOU,
de 5.5.1964) II) Das Subvenções Econômicas

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção
consignadas dotações a unidades administrativas das emprêsas públicas, de natureza autárquica ou
subordinadas ao mesmo órgão. não, far-se-á mediante subvenções econômicas
expressamente incluídas nas despesas correntes
Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da do orçamento da União, do Estado, do Município
despesa far-se-á no mínimo por elementos. ou do Distrito Federal.
(Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
Parágrafo único. Consideram-se, igualmente,
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento como subvenções econômicas:
da despesa com pessoal, material, serviços, obras
e outros meios de que se serve a administração a) as dotações destinadas a cobrir a diferença
publica para consecução dos seus fins. (Veto entre os preços de mercado e os preços de
rejeitado no DOU, de 5.5.1964) revenda, pelo Govêrno, de gêneros alimentícios ou
outros materiais;
§ 2º Para efeito de classificação da despesa,
considera-se material permanente o de duração b) as dotações destinadas ao pagamento de
superior a dois anos. bonificações a produtores de determinados
gêneros ou materiais.
SEÇÃO I
Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda
Das Despesas Correntes financeira, a qualquer título, a emprêsa de fins
lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções
SUBSEÇÃO ÚNICA cuja concessão tenha sido expressamente
autorizada em lei especial.
Das Transferências Correntes
SEÇÃO II
I) Das Subvenções Sociais
Das Despesas de Capital
Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das
possibilidades financeiras a concessão de SUBSEÇÃO PRIMEIRA
subvenções sociais visará a prestação de serviços
essenciais de assistência social, médica e Dos Investimentos
educacional, sempre que a suplementação de
recursos de origem privada aplicados a êsses Art. 20. Os investimentos serão discriminados na
objetivos, revelar-se mais econômica. Lei de Orçamento segundo os projetos de obras e
de outras aplicações.
Parágrafo único. Os programas especiais de a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios
trabalho que, por sua natureza, não possam anteriores àquele em que se elaborou a proposta;
cumprir-se subordinadamente às normas gerais
de execução da despesa poderão ser custeadas b) A receita prevista para o exercício em que se
por dotações globais, classificadas entre as elabora a proposta;
Despesas de Capital.
c) A receita prevista para o exercício a que se refere
SUBSEÇÃO SEGUNDA a proposta;

Das Transferências de Capital d) A despesa realizada no exercício imediatamente


anterior;
Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio
para investimentos que se devam incorporar ao e) A despesa fixada para o exercício em que se
patrimônio das emprêsas privadas de fins elabora a proposta; e
lucrativos.
f) A despesa prevista para o exercício a que se
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se refere a proposta.
às transferências de capital à conta de fundos
especiais ou dotações sob regime excepcional de IV - Especificação dos programas especiais de
aplicação. trabalho custeados por dotações globais, em
têrmos de metas visadas, decompostas em
TÍTULO II estimativa do custo das obras a realizar e dos
serviços a prestar, acompanhadas de justificação
Da Proposta Orcamentária econômica, financeira, social e administrativa.

CAPÍTULO I Parágrafo único. Constará da proposta


orçamentária, para cada unidade administrativa,
Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária descrição sucinta de suas principais finalidades,
com indicação da respectiva legislação.
Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder
Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos CAPÍTULO II
prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis
Orgânicas dos Municípios, compor-se-á: Da Elaboração da Proposta Orçamentária

I - Mensagem, que conterá: exposição SEÇÃO PRIMEIRA


circunstanciada da situação econômico-
financeira, documentada com demonstração da Das Previsões Plurienais
dívida fundada e flutuante, saldos de créditos
especiais, restos a pagar e outros compromissos Art. 23. As receitas e despesas de capital serão
financeiros exigíveis; exposição e justificação da objeto de um Quadro de Recursos e de Aplicação
política econômica-financeira do Govêrno; de Capital, aprovado por decreto do Poder
justificação da receita e despesa, particularmente Executivo, abrangendo, no mínimo um triênio.
no tocante ao orçamento de capital;
Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de
II - Projeto de Lei de Orçamento; Aplicação de Capital será anualmente reajustado
acrescentando-se-lhe as previsões de mais um
III - Tabelas explicativas, das quais, além das ano, de modo a assegurar a projeção contínua dos
estimativas de receita e despesa, constarão, em períodos.
colunas distintas e para fins de comparação:
Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de II - justificação pormenorizada de cada dotação
Capital abrangerá: solicitada, com a indicação dos atos de aprovação
de projetos e orçamentos de obras públicas, para
I - as despesas e, como couber, também as cujo início ou prosseguimento ela se destina.
receitas previstas em planos especiais aprovados
em lei e destinados a atender a regiões ou a Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de
setores da administração ou da economia; arrecadação organizar demonstrações mensais da
receita arrecadada, segundo as rubricas, para
II - as despesas à conta de fundos especiais e, servirem de base a estimativa da receita, na
como couber, as receitas que os constituam; proposta orçamentária.

III - em anexos, as despesas de capital das Parágrafo único. Quando houver órgão central de
entidades referidas no Título X desta lei, com orçamento, essas demonstrações ser-lhe-ão
indicação das respectivas receitas, para as quais remetidas mensalmente.
forem previstas transferências de capital.
Art. 30. A estimativa da receita terá por base as
Art. 25. Os programas constantes do Quadro de demonstrações a que se refere o artigo anterior à
Recursos e de Aplicação de Capital sempre que arrecadação dos três últimos exercícios, pelo
possível serão correlacionados a metas objetivas menos bem como as circunstâncias de ordem
em têrmos de realização de obras e de prestação conjuntural e outras, que possam afetar a
de serviços. produtividade de cada fonte de receita.

Parágrafo único. Consideram-se metas os Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão
resultados que se pretendem obter com a revistas e coordenadas na proposta geral,
realização de cada programa. considerando-se a receita estimada e as novas
circunstâncias.
Art. 26. A proposta orçamentária conterá o
programa anual atualizado dos investimentos, TÍTULO III
inversões financeiras e transferências previstos no
Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital. Da elaboração da Lei de Orçamento

SEÇÃO SEGUNDA Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no


prazo fixado nas Constituições ou nas Leis
Das Previsões Anuais Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo
considerará como proposta a Lei de Orçamento
Art. 27. As propostas parciais de orçamento vigente.
guardarão estrita conformidade com a política
econômica-financeira, o programa anual de Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de
trabalho do Govêrno e, quando fixado, o limite Lei de Orçamento que visem a:
global máximo para o orçamento de cada unidade
administrativa. a) alterar a dotação solicitada para despesa de
custeio, salvo quando provada, nesse ponto a
Art. 28 As propostas parciais das unidades inexatidão da proposta;
administrativas, organizadas em formulário
próprio, serão acompanhadas de: b) conceder dotação para o início de obra cujo
projeto não esteja aprovado pelos órgãos
I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma competentes;
estabelecida no artigo 22, inciso III, letras d, e e f;
c) conceder dotação para instalação ou
funcionamento de serviço que não esteja Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de
anteriormente criado; natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que
d) conceder dotação superior aos quantitativos forem arrecadados, nas respectivas rubricas
prèviamente fixados em resolução do Poder orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto
Legislativo para concessão de auxílios e Lei nº 1.735, de 1979)
subvenções.
§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis
TÍTULO IV pelo transcurso do prazo para pagamento, serão
inscritos, na forma da legislação própria, como
Do Exercício Financeiro Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a
sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será
Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano escriturada a esse título. (Incluído pelo
civil. Decreto Lei nº 1.735, de 1979)

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro: § 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda
Pública dessa natureza, proveniente de obrigação
I - as receitas nêle arrecadadas; legal relativa a tributos e respectivos adicionais e
multas, e Dívida Ativa não Tributária são os demais
II - as despesas nêle legalmente empenhadas. créditos da Fazenda Pública, tais como os
provenientes de empréstimos compulsórios,
Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as contribuições estabelecidas em lei, multa de
despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias,
de dezembro distinguindo-se as processadas das foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação,
não processadas. custas processuais, preços de serviços prestados
por estabelecimentos públicos, indenizações,
Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta reposições, restituições, alcances dos
de créditos com vigência plurienal, que não responsáveis definitivamente julgados, bem assim
tenham sido liquidados, só serão computados os créditos decorrentes de obrigações em moeda
como Restos a Pagar no último ano de vigência do estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança,
crédito. aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de
outras obrigações legais. (Incluído pelo
Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, Decreto Lei nº 1.735, de 1979)
para as quais o orçamento respectivo consignava
crédito próprio, com saldo suficiente para atendê- § 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em
las, que não se tenham processado na época moeda estrangeira será convertido ao
própria, bem como os Restos a Pagar com correspondente valor na moeda nacional à taxa
prescrição interrompida e os compromissos cambial oficial, para compra, na data da
reconhecidos após o encerramento do exercício notificação ou intimação do devedor, pela
correspondente poderão ser pagos à conta de autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data
dotação específica consignada no orçamento, da inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da
discriminada por elementos, obedecida, sempre conversão, a atualização monetária e os juros de
que possível, a ordem cronológica. mora, de acordo com preceitos legais pertinentes
(Regulamento) aos débitos tributários. (Incluído pelo Decreto
Lei nº 1.735, de 1979)
Art. 38. Reverte à dotação a importância de
despesa anulada no exercício; quando a anulação § 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos
ocorrer após o encerramento dêste considerar-se- mencionados nos parágrafos anteriores, bem
á receita do ano em que se efetivar. como os valores correspondentes à respectiva
atualização monetária, à multa e juros de mora e
ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei III - os resultantes de anulação parcial ou total de
nº 1.025, de 21 de outubro de 1969, e o art. 3º do dotações orçamentárias ou de créditos adicionais,
Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. autorizados em Lei; (Veto rejeitado no DOU,
(Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979) de 5.5.1964)

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e IV - o produto de operações de credito autorizadas,


inscrita na Procuradoria da Fazenda Nacional. em forma que juridicamente possibilite ao poder
(Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 1979) executivo realiza-las. (Veto rejeitado no
DOU, de 5.5.1964)
TÍTULO V
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a
Dos Créditos Adicionais diferença positiva entre o ativo financeiro e o
passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os
Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de saldos dos créditos adicionais transferidos e as
despesa não computadas ou insuficientemente operações de credito a eles vinculadas. (Veto
dotadas na Lei de Orçamento. rejeitado no DOU, de 5.5.1964)

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: § 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para
os fins deste artigo, o saldo positivo das diferenças
I - suplementares, os destinados a refôrço de acumuladas mês a mês entre a arrecadação
dotação orçamentária; prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a
tendência do exercício. (Veto rejeitado no
II - especiais, os destinados a despesas para as DOU, de 5.5.1964)
quais não haja dotação orçamentária específica;
§ 4° Para o fim de apurar os recursos utilizáveis,
III - extraordinários, os destinados a despesas provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-
urgentes e imprevistas, em caso de guerra, se-a a importância dos créditos extraordinários
comoção intestina ou calamidade pública. abertos no exercício. (Veto rejeitado no DOU,
de 5.5.1964)
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais
serão autorizados por lei e abertos por decreto Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos
executivo. por decreto do Poder Executivo, que dêles dará
imediato conhecimento ao Poder Legislativo.
Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e
especiais depende da existência de recursos Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência
disponíveis para ocorrer a despesa e será adstrita ao exercício financeiro em que forem
precedida de exposição justificativa. (Veto abertos, salvo expressa disposição legal em
rejeitado no DOU, de 5.5.1964) contrário, quanto aos especiais e extraordinários.

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a
artigo, desde que não comprometidos: (Veto importância, a espécie do mesmo e a
rejeitado no DOU, de 5.5.1964) classificação da despesa, até onde fôr possível.

I - o superávit financeiro apurado em balanço TÍTULO VI


patrimonial do exercício anterior; (Veto
rejeitado no DOU, de 5.5.1964) Da Execução do Orçamento

II - os provenientes de excesso de arrecadação; CAPÍTULO I


(Veto rejeitado no DOU, de 5.5.1964)
Da Programação da Despesa Art. 54. Não será admitida a compensação da
obrigação de recolher rendas ou receitas com
Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei direito creditório contra a Fazenda Pública.
de Orçamento e com base nos limites nela fixados,
o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas Art. 55. Os agentes da arrecadação devem
trimestrais da despesa que cada unidade fornecer recibos das importâncias que
orçamentária fica autorizada a utilizar. arrecadarem.

Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo § 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa
anterior atenderá aos seguintes objetivos: que paga a soma arrecadada, proveniência e
classificação, bem como a data a assinatura do
a) assegurar às unidades orçamentárias, em agente arrecadador. (Veto rejeitado no DOU,
tempo útil a soma de recursos necessários e de 5.5.1964)
suficientes a melhor execução do seu programa
anual de trabalho; § 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.

b) manter, durante o exercício, na medida do Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-
possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a se-á em estrita observância ao princípio de
despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo unidade de tesouraria, vedada qualquer
eventuais insuficiências de tesouraria. fragmentação para criação de caixas especiais.

Art. 49. A programação da despesa orçamentária, Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único
para efeito do disposto no artigo anterior, levará em do artigo 3. desta lei serão classificadas como
conta os créditos adicionais e as operações extra- receita orçamentária, sob as rubricas próprias,
orçamentárias. tôdas as receitas arrecadadas, inclusive as
provenientes de operações de crédito, ainda que
Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas não previstas no Orçamento. (Veto rejeitado
durante o exercício, observados o limite da no DOU, de 5.5.1964)
dotação e o comportamento da execução
orçamentária. CAPÍTULO III

CAPÍTULO II Da Despesa

Da Receita Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado


de autoridade competente que cria para o Estado
Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado obrigação de pagamento pendente ou não de
sem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado implemento de condição. (Veto rejeitado no
em cada exercício sem prévia autorização DOU, de 5.5.1964)
orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o
impôsto lançado por motivo de guerra. Art. 59 - O empenho da despesa não poderá
exceder o limite dos créditos concedidos.
Art. 52. São objeto de lançamento os impostos (Redação dada pela Lei nº 6.397, de 1976)
diretos e quaisquer outras rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato. § 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da
Constituição Federal, é vedado aos Municípios
Art. 53. O lançamento da receita é ato da empenhar, no último mês do mandato do Prefeito,
repartição competente, que verifica a procedência mais do que o duodécimo da despesa prevista no
do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e orçamento vigente. (Incluído pela Lei nº 6.397,
inscreve o débito desta. de 1976)
§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no II - a importância exata a pagar;
mesmo período, assumir, por qualquer forma,
compromissos financeiros para execução depois III - a quem se deve pagar a importância, para
do término do mandato do Prefeito. (Incluído extinguir a obrigação.
pela Lei nº 6.397, de 1976)
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos
§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não feitos ou serviços prestados terá por base:
se aplicam nos casos comprovados de
calamidade pública. (Incluído pela Lei nº I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;
6.397, de 1976)
II - a nota de empenho;
§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os
empenhos e atos praticados em desacordo com o III - os comprovantes da entrega de material ou da
disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prestação efetiva do serviço.
prejuízo da responsabilidade do Prefeito nos
termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho
de 27 de fevereiro de 1967. (Incluído pela Lei exarado por autoridade competente,
nº 6.397, de 1976) determinando que a despesa seja paga.

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá
prévio empenho. ser exarada em documentos processados pelos
serviços de contabilidade (Veto rejeitado no
§ 1º Em casos especiais previstos na legislação DOU, de 5.5.1964)
específica será dispensada a emissão da nota de
empenho. Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado
por tesouraria ou pagadoria regularmente
§ 2º Será feito por estimativa o empenho da instituídos por estabelecimentos bancários
despesa cujo montante não se possa determinar. credenciados e, em casos excepcionais, por meio
de adiantamento.
§ 3º É permitido o empenho global de despesas
contratuais e outras, sujeitas a parcelamento. Art. 66. As dotações atribuídas às diversas
unidades orçamentárias poderão quando
Art. 61. Para cada empenho será extraído um expressamente determinado na Lei de Orçamento
documento denominado "nota de empenho" que ser movimentadas por órgãos centrais de
indicará o nome do credor, a representação e a administração geral.
importância da despesa bem como a dedução
desta do saldo da dotação própria. Parágrafo único. É permitida a redistribuição de
parcelas das dotações de pessoal, de uma para
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado outra unidade orçamentária, quando considerada
quando ordenado após sua regular liquidação. indispensável à movimentação de pessoal dentro
das tabelas ou quadros comuns às unidades
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na interessadas, a que se realize em obediência à
verificação do direito adquirido pelo credor tendo legislação específica.
por base os títulos e documentos comprobatórios
do respectivo crédito. Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda
Pública, em virtude de sentença judiciária, far-se-
§ 1° Essa verificação tem por fim apurar: ão na ordem de apresentação dos precatórios e à
conta dos créditos respectivos, sendo proibida a
I - a origem e o objeto do que se deve pagar; designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos
para êsse fim. Disposições Gerais

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos Art. 75. O contrôle da execução orçamentária
casos de despesas expressamente definidos em compreenderá:
lei e consiste na entrega de numerário a servidor,
sempre precedida de empenho na dotação própria I - a legalidade dos atos de que resultem a
para o fim de realizar despesas, que não possam arrecadação da receita ou a realização da
subordinar-se ao processo normal de aplicação. despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e
obrigações;
Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em
alcance nem a responsável por dois II - a fidelidade funcional dos agentes da
adiantamento. (Veto rejeitado no DOU, de administração, responsáveis por bens e valores
5.5.1964) públicos;

Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e III - o cumprimento do programa de trabalho


a adjudicação de obras e serviços serão regulados expresso em têrmos monetários e em têrmos de
em lei, respeitado o princípio da concorrência. realização de obras e prestação de serviços.

TÍTULO VII CAPÍTULO II

Dos Fundos Especiais Do Contrôle Interno

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de
receitas especificadas que por lei se vinculam à contrôle a que se refere o artigo 75, sem prejuízo
realização de determinados objetivos ou serviços, das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão
facultada a adoção de normas peculiares de equivalente.
aplicação.
Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de
Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias execução orçamentária será prévia, concomitante
vinculadas a fundos especiais far-se-á através de e subseqüente.
dotação consignada na Lei de Orçamento ou em
créditos adicionais. Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas
anual, quando instituída em lei, ou por fim de
Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei gestão, poderá haver, a qualquer tempo,
que o instituiu, o saldo positivo do fundo especial levantamento, prestação ou tomada de contas de
apurado em balanço será transferido para o todos os responsáveis por bens ou valores
exercício seguinte, a crédito do mesmo fundo. públicos.

Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da
determinar normas peculiares de contrôle, proposta orçamentária ou a outro indicado na
prestação e tomada de contas, sem de qualquer legislação, caberá o contrôle estabelecido no
modo, elidir a competência específica do Tribunal inciso III do artigo 75.
de Contas ou órgão equivalente.
Parágrafo único. Êsse controle far-se-á, quando fôr
TÍTULO VIII o caso, em têrmos de unidades de medida,
prèviamente estabelecidos para cada atividade.
Do Contrôle da Execução Orçamentária
Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou
CAPÍTULO I órgãos equivalentes verificar a exata observância
dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada Art. 85. Os serviços de contabilidade serão
unidade orçamentária, dentro do sistema que fôr organizados de forma a permitirem o
instituído para êsse fim. acompanhamento da execução orçamentária, o
conhecimento da composição patrimonial, a
CAPÍTULO III determinação dos custos dos serviços industriais,
o levantamento dos balanços gerais, a análise e a
Do Contrôle Externo interpretação dos resultados econômicos e
financeiros.
Art. 81. O contrôle da execução orçamentária,
pelo Poder Legislativo, terá por objetivo verificar a Art. 86. A escrituração sintética das operações
probidade da administração, a guarda e legal financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo
emprêgo dos dinheiros públicos e o cumprimento método das partidas dobradas.
da Lei de Orçamento.
Art. 87. Haverá contrôle contábil dos direitos e
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará obrigações oriundos de ajustes ou contratos em
contas ao Poder Legislativo, no prazo estabelecido que a administração pública fôr parte.
nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos
Municípios. Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados
com individuação do devedor ou do credor e
§ 1º As contas do Poder Executivo serão especificação da natureza, importância e data do
submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer vencimento, quando fixada.
prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.
Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos
§ 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de ligados à administração orçamentária, financeira
Contas ou órgão equivalente, a Câmara de patrimonial e industrial.
Vereadores poderá designar peritos contadores
para verificarem as contas do prefeito e sôbre elas CAPÍTULO II
emitirem parecer.
Da Contabilidade Orçamentária e Financeira
TÍTULO IX
Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus
Da Contabilidade registros, o montante dos créditos orçamentários
vigentes, a despesa empenhada e a despesa
CAPÍTULO I realizada, à conta dos mesmos créditos, e as
dotações disponíveis.
Disposições Gerais
Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa
Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a far-se-á de acôrdo com as especificações
Fazenda Pública a situação de todos quantos, de constantes da Lei de Orçamento e dos créditos
qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem adicionais.
despesas, administrem ou guardem bens a ela
pertencentes ou confiados. Art. 92. A dívida flutuante compreende:

Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de I - os restos a pagar, excluídos os serviços da


Contas ou órgão equivalente, a tomada de contas dívida;
dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros
públicos será realizada ou superintendida pelos II - os serviços da dívida a pagar;
serviços de contabilidade.
III - os depósitos;
IV - os débitos de tesouraria. autárquica, manterão contabilidade especial para
determinação dos custos, ingressos e resultados,
Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far- sem prejuízo da escrituração patrimonial e
se-á por exercício e por credor distinguindo-se as financeira comum.
despesas processadas das não processadas.
Art. 100 As alterações da situação líquida
Art. 93. Tôdas as operações de que resultem patrimonial, que abrangem os resultados da
débitos e créditos de natureza financeira, não execução orçamentária, bem como as variações
compreendidas na execução orçamentária, serão independentes dessa execução e as
também objeto de registro, individuação e contrôle superveniências e insubsistência ativas e
contábil. passivas, constituirão elementos da conta
patrimonial.
CAPÍTULO III
CAPÍTULO IV
Da Contabilidade Patrimonial e Industrial
Dos Balanços
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os
bens de caráter permanente, com indicação dos Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão
elementos necessários para a perfeita demonstrados no Balanço Orçamentário, no
caracterização de cada um dêles e dos agentes Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na
responsáveis pela sua guarda e administração. Demonstração das Variações Patrimoniais,
segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os
Art. 95 A contabilidade manterá registros quadros demonstrativos constantes dos Anexos
sintéticos dos bens móveis e imóveis. números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as
imóveis terá por base o inventário analítico de cada receitas e despesas previstas em confronto com
unidade administrativa e os elementos da as realizadas.
escrituração sintética na contabilidade.
Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a
Art. 97. Para fins orçamentários e determinação receita e a despesa orçamentárias bem como os
dos devedores, ter-se-á o registro contábil das recebimentos e os pagamentos de natureza extra-
receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua orçamentária, conjugados com os saldos em
efetivação. espécie provenientes do exercício anterior, e os
que se transferem para o exercício seguinte.
Art. 98. A divida fundada compreende os
compromissos de exigibilidade superior a doze Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício
meses, contraídos para atender a desequilíbrio serão computados na receita extra-orçamentária
orçamentário ou a financeiro de obras e serviços para compensar sua inclusão na despesa
públicos. (Veto rejeitado no DOU, de orçamentária.
5.5.1964)
Art. 104. A Demonstração das Variações
Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada Patrimoniais evidenciará as alterações verificadas
com individuação e especificações que permitam no patrimônio, resultantes ou independentes da
verificar, a qualquer momento, a posição dos execução orçamentária, e indicará o resultado
empréstimos, bem como os respectivos serviços patrimonial do exercício.
de amortização e juros.
Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que
não organizados como emprêsa pública ou I - O Ativo Financeiro;
§ 1° Os valores em espécie, assim como os
II - O Ativo Permanente; débitos e créditos, quando em moeda estrangeira,
deverão figurar ao lado das correspondentes
III - O Passivo Financeiro; importâncias em moeda nacional.

IV - O Passivo Permanente; § 2º As variações resultantes da conversão dos


débitos, créditos e valores em espécie serão
V - O Saldo Patrimonial; levadas à conta patrimonial.

VI - As Contas de Compensação. § 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens


móveis e imóveis.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos
e valores realizáveis independentemente de TÍTULO X
autorização orçamentária e os valores numerários.
Das Autarquias e Outras Entidades
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens,
créditos e valores, cuja mobilização ou alienação Art. 107. As entidades autárquicas ou
dependa de autorização legislativa. paraestatais, inclusive de previdência social ou
investidas de delegação para arrecadação de
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as contribuições parafiscais da União, dos Estados,
dívidas fundadas e outras pagamento independa dos Municípios e do Distrito Federal terão seus
de autorização orçamentária. orçamentos aprovados por decreto do Poder
Executivo, salvo se disposição legal expressa
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as determinar que o sejam pelo Poder Legislativo.
dívidas fundadas e outras que dependam de (Vide Decreto nº 60.745, de 1967)
autorização legislativa para amortização ou
resgate. Parágrafo único. Compreendem-se nesta
disposição as emprêsas com autonomia
§ 5º Nas contas de compensação serão financeira e administrativa cujo capital pertencer,
registrados os bens, valores, obrigações e integralmente, ao Poder Público.
situações não compreendidas nos parágrafos
anteriores e que, mediata ou indiretamente, Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas
possam vir a afetar o patrimônio. no artigo anterior vincular-se-ão ao orçamento da
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais Federal, pela inclusão:
obedecerá as normas seguintes:
I - como receita, salvo disposição legal em
I - os débitos e créditos, bem como os títulos de contrário, de saldo positivo previsto entre os totais
renda, pelo seu valor nominal, feita a conversão, das receitas e despesas;
quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio
vigente na data do balanço; II - como subvenção econômica, na receita do
orçamento da beneficiária, salvo disposição legal
II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de em contrário, do saldo negativo previsto entre os
aquisição ou pelo custo de produção ou de totais das receitas e despesas.
construção;
§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
ponderado das compras. Federal, realizados por intermédio das entidades
aludidas no artigo anterior, serão classificados
como receita de capital destas e despesa de Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão,
transferência de capital daqueles. até 30 de abril, os orçamentos do exercício, e até
30 de junho, os balanços do exercício anterior.
§ 2º As previsões para depreciação serão
computadas para efeito de apuração do saldo Parágrafo único. O pagamento, pela União, de
líquido das mencionadas entidades. auxílio ou contribuição a Estados, Municípios ou
Distrito Federal, cuja concessão não decorra de
Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades imperativo constitucional, dependerá de prova do
compreendidas no artigo 107 serão publicados atendimento ao que se determina neste artigo.
como complemento dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das
Distrito Federal a que estejam vinculados. presentes normas, o Conselho Técnico de
Economia e Finanças do Ministério da Fazenda
Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades atenderá a consultas, coligirá elementos,
já referidas, obedecerão aos padrões e normas promoverá o intercâmbio de dados informativos,
instituídas por esta lei, ajustados às respectivas expedirá recomendações técnicas, quando
peculiaridades. solicitadas, e atualizará sempre que julgar
conveniente, os anexos que integram a presente
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação lei.
fixar, os balanços serão remetidos ao órgão central
de contabilidade da União, dos Estados, dos Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo,
Municípios e do Distrito Federal, para fins de poderão ser promovidas, quando necessário,
incorporação dos resultados, salvo disposição conferências ou reuniões técnicas, com a
legal em contrário. participação de representantes das entidades
abrangidas por estas normas.
TÍTULO XI
Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir
Disposições Finais de 1º de janeiro de 1964 para o fim da elaboração
dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965,
Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e quanto às demais atividades estatuídas.
Finanças do Ministério da Fazenda, além de outras (Redação dada pela Lei nº 4.489, de 1964)
apurações, para fins estatísticos, de interêsse
nacional, organizará e publicará o balanço Art. 115. Revogam-se as disposições em
consolidado das contas da União, Estados, contrário.
Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e
outras entidades, bem como um quadro Brasília, 17 de março de 1964; 143º da
estruturalmente idêntico, baseado em dados Independência e 76º da República.
orçamentários.
JOÃO GOULART
§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a
estrutura do Anexo nº 1. Abelardo Jurema

§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será Sylvio Borges de Souza Motta


publicado até o último dia do primeiro semestre do
próprio exercício e o baseado nos balanços, até o Jair Ribeiro
último dia do segundo semestre do exercício
imediato àquele a que se referirem. João Augusto de Araújo Castro

Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo Waldyr Ramos Borges


precedente, a União, os Estados, os Municípios e o
Expedito Machado

Oswaldo Costa Lima Filho

Júlio Furquim Sambaquy

Amaury Silva

Anysio Botelho

Wilson Fadul

Antonio Oliveira Brito

Egydio Michaelsen

Este texto não substitui o publicado no DOU de


23.3.1964, retificada no DOU de 9.4.1964 e
retificada no DOU de 3.6.1964

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