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Rasga Mortalha
Rasga Mortalha
Mesquita: Opa, boa noite, sabe me informar por onde tenho que ir pra chegar lá no
centro-oeste?
Yasmim: Ixi! oh, tu desce a trilha que dá na saída da aldeia, vira a esquerda, passa pelo
rio, dai tu vira a direita quando vistar uma árvore bem grande, segue direto e dai tu
chega na fronteira – Escutam gritos de Kétely.
Kétely: Fi da Eguaaa, onde tu se enviou turista da miséria? Oh, eguaaa, cunhaaa quanto
tempo, ce tá boa? Cheguei agorinha de viagem, peguei carona lá do Nordeste com esse
moço Pai d´égua, ce tava aqui né lazarento? – Escutam o canto da Coruja.
Yasmim – Eguaaa, que Matinta Pereira apareceu cedo por demais nessas bandas, se tu
entendeu tamo por indo, cunha tu vem comigo que nem te conto na promessa que me
meti – Yasmim e Kétely começam a sair de cena, mas o viajante as puxa de volta
Viajante: Eu não entendi foi nada com nada ces são daqui mesmo? E que história é essa
de Matuta Perereca?
Kétely: Eguaa, a cunha desconfia das nossas inteligências, ve se pode? Pois ssaibaque
essa aqui tem todo um borogodo na Geografia.
Mesquita : Ces fala tudo estranho e esse bicho infernal não para de cantar.
Yasmim: Tu tome cuidado como fala de Matinta Pereira, já tô em mal bucado com ela
então não piora a situação!
Mesquita : Como assim?
Yasmim: Chega aqui.
Yasmim: Matinta Pereira é uma bruxa velha que à noite se transforma em uma coruja
que pousa sobre os muros e telhados das casas e se põe a assobiar.
Kétely: Qual o nome da coruja mesmo? – Coça a cabeça toda confusa.
Matinta: “Rasga Mortalha”.
Kétely: Isso aí mesmo, dai ela só para de assobiar quando o morador, já muito
enfurecido pelo assobio dela.
Matinta: Promete algo em troca do meu silêncio.
Yasmim: E eu me enrolei nessa promessa com ela ontem e pelo visto a mesma veio
cobrar, porque dizem que no dia seguinte ela vai até a casa do morador perturbado para
cobrar o combinado, caso não cumpra o combinado...