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CENA I

(A cena se inicia com o velório das “Julietas”, ambas em caixões


em cada ponta do palco.)

(Entra Ama e se posiciona no centro do palco)

Ama - Verona, Itália. Montecchios (aponta para Montecchios) e


Capuletos (aponta para Capuletos), inimigos de longa data, o que
um dia fora uma grande amizade, fora destruída pela ganância. Do
seio destas duas famílias, nascem duas amantes predestinadas,
que pagaram o preço mais alto.

(Entra Benvolio, pega uma rosa com frei e se posiciona ao lado


do caixão de Petra)

(Entra Tebaldo, pega uma rosa com frei e se posiciona ao lado do


caixão de Bianca)

(Entra Mercucio, pega uma rosa com frei e se posiciona ao lado


do caixão de Petra)

(Entram as mães Capuleto pegam uma rosa com frei e se


posicionam ao lado do caixão de Bianca)

(Entra os pais Montecchios, pegam uma rosa com frei e se


posiciona ao lado do caixão de Petra)

TODOS: Esta manhã nos trouxe paz sombria: esconde o sol, de


pesadume, o rosto. Ide; falai dos fatos deste dia; serei clemente, ou
rijo, a contragosto, há de ficar em memória de Petra e Bianca, a
triste história.
(Ao finalizar o texto, um por um deixam uma flor no respectivo
caixão de sua conhecida e se retiram, Louren é o último a sair,
deixando sua flor no centro do palco.)

*BLACKOUT*

(Petra caminha devagando, senta-se no degrau e após alguns


segundos Benvolio aparece)

Benvolio - Finalmente, prima! Bom dia!

Petra - Já é dia? Mal percebi. A dor escurece os meus dias…

Benvolio - Se me permite, que dor seria esta?

Petra - Do amor, de fora dele. Primo, em verdade, eu amo uma


mulher… (segurando as mãos de Benvolio de frente para ele)

Benvolio - Você amando? Não há de ser novidade, estou para


conhecer um coração mais aventureiro.

Petra - Não fale assim, admito ser fraca com tantas beldades por
este mundo, mas ela…Possui algo especial.

Benvolio - Consegui acertar o alvo ao te imaginar apaixonada. É


Rosalina, não é? Essa é a donzela da vez?

Petra - É, primo…É Rosalina. Ótimo atirador. (se levanta indo para


a outra ponta do palco) Mas a seta do Cupido não cogita bater
nela. Oh, primo! Mas é tão rica em beleza! Mais que bela, porque a
beleza morrerá com ela…
Benvolio - (se levanta e vai até Petra) Prima, dê liberdade ao seus
olhos, se permita examinar outras belezas. Isso aqui há de te
alegrar (tira do bolso dois pequenos bilhetes e os abana)
convites para a festa na casa das Capuleto! Não faltará beldades
por lá…

(Petra tenta alcançá-los e Benvolio a “arrasta” para a outra


ponta do palco até que consegue apanhar um)

(Petra volta até a outra ponta e lê o convite)

Petra - “As Senhoras Capuleto convidam todos para o baile de


máscaras…”

Benvolio - “...Celebre conosco mais uma primavera de nossa


amada filha Bianca.”

(Petra suspira profundamente, consente com a cabeça e ambos


saem juntos.)

*BLACKOUT*

CENA II

(A cena começa com as Senhoras Capuleto chamando por


Bianca. )

Senhoras Capuleto - Bianca? Onde estas, querida? Bianca? Venha


logo!

(param)

Senhoras Capuleto - Ama!


(Ama entra e as cumprimenta)

Ama - Pois não, senhoras?

S. Capuleto I - Ama, onde está Bianca? Chame-a, por favor.

Ama - Já a chamei, minha senhora. Biancaaaaa, onde está minha


ovelhinha? Venha, meu coração!

(Bianca entra)

Bianca - Que houve? Quem me chama?

Ama - Vossas mães.

S. Capuleto II - Ora, aí está Bianca. Ama, nos deixe sozinhas por


algum tempo, temos de falar em particular com nossa filha.

(Ama começa a sair em passos lentos e arrastados)

S. Capuleto I - Pensando bem, volte aqui, Ama! Preciso que ouça


nossa conversa, já que conheces Bianca há muito tempo.

(Ama volta correndo saltitante)

S. Capuleto II - Bianca, te chamamos para falarmos sobre


casamento…

(S. Capuleto I começa a pentear os cabelos de Bianca)

Ama - (Fala enquanto puxa Bianca para seu lado) Oh! Bianca,
foste a criança mais linda que já criei, se um dia puder te ver
casada! É tudo que sonhei!
S. Capuleto I -(Fala enquanto puxa Bianca para seu lado)
Prosseguindo…Em que disposição está para isso?

Bianca - Ah…(suspirando) é uma honra com a qual jamais sonhei.

Ama - (Fala enquanto puxa Bianca para seu lado) Honra! Se não
tivesse tido apenas uma ama, afirmaria que com o leite tinhas
mamado juízo!

S. Capuleto II (Fala enquanto puxa Bianca para seu lado) - Para


ser breve, já há uma jovem que solicita vosso amor.

Ama - (tenta puxar Bianca novamente mas desiste pelos olhares


das senhoras) Ah! Mas que grande mulher! Uma mulher destas só
feita por encomenda…

(Ama sai)

(Ama sai de cena)

S. Capuleto I - Ela estará no baile de hoje, aproveite a noite,


folheai o livro de seu belo rosto, que nele encontrará doces
encantos escritos pela pena da beleza.

Bianca - Vou ver se prendo nela os meus olhares…

*SOM DE CORNETA*

(Ama volta ofegante)


Ama - Senhoras, os hóspedes já chegaram, a comida está na mesa,
estão sendo procuradas, reclamam a presença da senhorita e na
copa amaldiçoam a ama, vinde logo!

Bianca - Estou indo…

Senhoras Capuleto- Estaremos logo atrás…

*BLACKOUT*

CENA III

*MÚSICA DE BAILE*

(Todos montam o cenário de maneira dançante e coreografada)

(Mercúcio, Petra e Benvolio estão à frente enquanto os outros


personagens estão ao fundo dançando ou bebendo)

Mercúcio - (Embriagado segurando uma garrafa de bebida, fala


para Petra puxando-a pelo ombro) Entenda, se o amor contigo é
duro, seja mais ainda com ele! Revide todas as pancadas que der,
ponha-o no chão!

Benvolio - (também embriagado falando para Petra puxando-a


pelo ombro) Essa noite irá te suprir a carência, vê se façam bom
uso das pernas!

Petra - Céus, ainda tenho receio. Sinto que algo que ainda pende
das estrelas, vai iniciar seu fatal curso esta noite, pondo termo a
vida desprezível que carrego no peito, mas vejamos o que o destino
me reserva!
Benvolio e Mercucio (juntos em tom de festividade ajoelhados
ao lado de Petra) - TOCAI, TAMBOR!

(Entram Senhoras Capuleto e Bianca)

S. Capuleto II - (proclamando aos convidados com uma taça na


mão) Sejam bem-vindos senhoras e senhores! Dancem até que
surjam calos em vossos pés!

Senhora Capuleto I - Lembro-me dos dias que punha uma


máscara e sabia cochichar uma ou duas palavras nuns ouvidos
bonitos, mas já vai tempo…Tudo passa!

SENHORAS CAPULETO - Desfrutem!

(Tebaldo se aproxima de S. Capuleto II)

Tebaldo - Tia, tia! Aquela é uma Montecchio! (aponta para Petra)


Vou logo buscar minha espada, como ousa essa escrava, com essa
máscara grotesca, invadir nossa festividade? Dar-lhe a morte não
julgo ser pecado.

(S. Capuleto I vê a cena ao longe e vai intervir)

S. Capuleto I - O que se passa, Tebaldo? Aquela não é Petra


Montecchio? Deixe-a em paz! É uma boa jovem, Verona se orgulha
dela.

Tebaldo - Mas como? É nossa inimiga!

S. Capuleto II - Aquieta-te, Tebaldo. Quem mandas aqui, somos


nós ou você? Anda, não vá querer ser o brigão da cerimônia,
aquieta-te e desfrute da festa.
Tebaldo - Que seja então. Mas lembre-se, o intruso que hoje é mel,
amanhã será o mais amargo fel. (se afasta lentamente)

(Coreografia c/ música Linda Demais - Roupa Nova)

Petra - Se minha mão profana o sagrado, em perdão aceito a


penitência: meu lábio, peregrino solitário, demonstrará, com
sobra, reverência.

Bianca - Ofendeis vossa mão, boa peregrina, que se mostrou


devota e reverente. Nas mãos dos santos pega o paladino. Esse é o
beijo mais santo e conveniente.

Petra - Os santos e os devotos não tem boca?

Bianca - Sim, peregrina, só para orações.

Petra - Deixai então, ó santa! Que esta boca mostre o caminho


certo aos corações.

Bianca - Sem se mexer, o santo exalça o voto.

Petra - Então ficai quietinha, eis o devoto. Em tua boca me limpo


dos pecados. (Beija-a)

Bianca - Que passaram, assim, para meus lábios.

(Ama se aproxima)

Ama - Vossa mãe quer falar-vos, senhorita.

(Bianca sai)
Petra - Quem é a mãe dela?

Ama - Ora essa! As madames donas desta casa! Certamente uma


digna senhora, honesta, sábia. Amamentei-lhe a filha, a senhorita
com que falastes. E uma coisa lhe afirmo, quem vier a desposá-la,
ficará cheio de ouro.

Petra - É Capuleto? Oh conta cara! Minha vida é dívida de hoje em


diante no livro do inimigo…

(Benvolio se aproxima e arrasta Petra)

Benvolio - A festa já acabou, vamos embora.

(Benvolio, Petra e Mercucio vão saindo aos poucos, Bianca


retorna para falar com a Ama)

Bianca - Ama, quem é aquela? Que ora passa pela porta…

Ama - Petra é o nome dela, uma dos Montecchios, filha única de


vosso grande inimigo.

Bianca - Do amor a inimizade me arde! Como o amor, este monstro,


brinca comigo? Apaixonada pelo inimigo!

Ama - Como assim?

Bianca - Não é nada, apenas uma rima que aprendi com quem
dancei há pouco.

Ama- Já vamos! Está na hora, os hóspedes já foram embora.

*BLACKOUT*
CENA IV

(Mercúcio, Petra e Benvolio em cena, Petra se embebeda)

Petra - Não posso crer, supero Rosalina para apaixonar-me por


Capuleto? Maldição!

Mercucio - Então era com a senhorita Capuleto que dançara? Vi ao


longe vossas silhuetas enquanto virava a garrafa hahahaha

Benvolio - Mais uma para a conta, prima? Logo há de ser outra!

Mercucio - Ouça bem, Petra, quem sabes desse sentimento não


nasce a paz entre vossas famílias? O amor é capaz de curar essas
enfermidades!

Petra - Difícil de acreditar, conhece meus pais, Mercucio. Não


posso me dar ao luxo desta ilusão…

Mercucio - Pois bem! Os conheço bem o suficiente pra reconhecer


o amor que carregam no peito, e conheço também as Capuleto! São
boas pessoas, Petra, a verdade é que as motivações dessa briga já
se perderam há muito tempo, vossas famílias só replicam os
comportamentos por não saberem lidar de outra forma.

Benvolio - Amamos o seu otimismo, Mercucio!

Petra - Ora, Mercucio, se todos pensassem como você o mundo


seria muito mais belo, a bebida entra e saem as palavras mais
belas que já ouvi hahaha
Benvolio - Mercucio vê o melhor em todos, mesmo que seja difícil
as vezes, as Capuleto pouco me incomodam, mas aquele
Tebaldo…Ele é diferente, viram a forma como nos olhava?

Mercucio - Este é um pobre adoecido também, apenas mais uma


vítima desta tradição de ódio, mas noto o grande amor e apreço
que ele tem pela própria família, mesmo neste coração nebuloso
ainda há algo a se salvar.

Benvolio - Olhando por este lado talvez consiga ter mais apreço
por ele, mas ainda não me inspira confiança.

Mercucio - Ora, esperemos o melhor, Benvolio! Imagine, um dia


nós quatro reunidos no casamento de Petra e Bianca, cada qual
com sua bebida favorita, uma mesa farta e sorrisos não faltariam
no salão!

Petra - Hahaha que lindo seria, não? Mercucio, que coração


sonhador o seu, que nunca lhe falte isto e que nunca nos falte
você!

Benvolio - Que nunca nos falte bons momentos e boa bebida, hein!

Mercucio - Pois que nunca falte festas na casa Capuleto com


bebida de graça! Hahahaha

*Todos riem e brindam*

Todos - Saúde!

CENA V

(Casa dos Montecchio, os pais estão em cena)


S. Montecchio I - Ouvira sobre o baile das Capuleto ontem a noite?
Certamente nosso nome não saira de suas bocas.

S. Montecchio II - E o que importa, querido? Deixai que falem até


que a língua caia de suas bocas.

(Entra Petra e Benvolio e os cumprimentam)

S. Montecchio I - Olá minha doce Petra, o que houvera? Parece


abatida…

S. Montecchio II - Parece não ter pregado os olhos a noite!

Petra - Creio que seja o amor me abatendo novamente…

S. Montecchio I - Hahaha, pois o de costume! Petra, está na hora


de domar este coração selvagem…

S. Montecchio II - De acordo! E será para a pretendente que lhe


arranjamos, moça de boa família, como tu és!

Petra - Não entendem…O que desejo és proibido. Em verdade, eu


que não entendo o pecado nisto.

S. Montecchio I - Como assim, Petra?

Benvolio - Ignorem-a! Pobrezinha não dormiste bem esta noite e


está confusa em vossos pensamentos.

Petra - Nunca estive tão lúcida!

Benvolio - Não minta para si, florzinha…Vamos ter uma


conversinha…
(A cortina se fecha, MONTAGEM DO CENÁRIO DA BANCADA,
Benvolio e Petra se sentam na escada)

Benvolio - Estas louca, Petra? Seus pais não devem sequer


imaginar que está apaixonada pela Capuleto!

Petra - Que seja, Benvolio. O que de pior me fariam? O que há de


ser pior do que viver sem o amor de Bianca?

Benvolio - Aquieta-te, prima…Principalmente a língua, há de ser


segredo!

*BLACKOUT*

CENA VI

(Entra Petra pelo fundo e caminha até a escada onde se ajoelha)

Petra: Só ri das cicatrizes quem nunca sofreu feridas no corpo.


Que luz se escoa agora da janela? Será Bianca, o sol daquele
oriente? Surge formoso sol, e mata a lua cheia de inveja, que se
mostra pálida e doente de tristeza, por ter visto que é mais bela
que ela.

Bianca: Ai de mim! Petra, Petra! Ah, por que és tu Petra?


Despoja-te de teu nome. Ou então, se não quiseres, jura ao menos
que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.
Risca teu nome! E em troca dele, que não é parte alguma de ti, fica
comigo inteira.
(Entram trovadores cantando Todo Azul do Mar - Flavio Venturini)

Petra: Sim! Aceito a tua palavra. Dá-me o nome de amor que ficaria
rebatizada.

Bianca: Agora há de ir, Petra, se te verem aqui, poderão matar-te!


Leve como prova de meu amor. (Joga o arquinho para Petra)

Petra: Em teus braços corro maior perigo do que em vinte punhais


de teus parentes. Sua doçura supera o ódio deles.

(Ama entra chamando por Bianca)

Ama - Senhorita! Senhorita Bianca!

Bianca - Já vou! Minha amada, boa noite vezes mil…

(Bianca sai)

Petra - Não…Má noite, sem tua luz gentil.

Petra - Serás o meu amor, serás a minha paz.

Trovador - Mas se a ciência provar o contrário

Petra - E se o calendário nos contrariar

Petra e trovador - Mas se o destino insistir em nos separar…


Danem-se os astros (os autos)
Os signos (os dogmas)
Os búzios (as bulas)
Anúncios (tratados)
Ciganas (projetos)
Profetas (sinopses)
Espelhos (conselhos)
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor
Serás, amor, a minha paz

*BLACKOUT*

CENA VII

(Casa Capuleto, Ama, Senhoras Capuleto e Tebaldo em cena)

(Bianca entra)

Ama - Até que enfim, queridinha! Suas mães querem falar contigo!

Bianca - Sim?

S. Capuleto I - Oh querida, sabemos que mal tivemos tempo para


conversarmos sobre o baile, mas nos conte, aproveitara aquela
noite?

S. Capuleto II - Modéstia à parte, sabemos como dar uma festa!

Ama - Ora se sabem, minhas senhoras! Até a ama aproveitou de


molhar os lábios com boa bebida!

Bianca - Fora uma boa noite, uma ótima noite…

S. Capuleto I - E prendera os olhos na jovem que lhe dissemos?

Bianca - Não me lembro…


S. Capuleto II - Ora, Bianca, mas como? Está muito avoada, o que
se passa?

Ama - Achava que somente eu ainda tinha bebida no sangue…Que


amarga ressaca.

Bianca - Não é isto, eu apenas não me recordo bem de todos


presentes, não depois de ter olhos somente para ela…

Senhoras Capuleto - Ela quem?

Bianca - Não há de importar.

Ama - Mas é claro que há! Há de ser a jovem que falamos, a mais
bela do reino! Estas tímida, doçura?

Bianca - Era. A mais bela do reino. Mas não a que prometeram-me.


Jamais. Que doloroso sonhar com isto…

S. Capuleto I - Pois então há de ser somente fogo de baile, sua


mão já possui destino, Bianca.

Bianca - E meu coração? Será que já não era destinado a cair nas
mãos de vosso inimigo? Não entendo porque há de ser assim.

S. Capuleto II - O que quer dizer, Bianca?

Ama - É, o que quer dizer?

Tebaldo - Apaixonada pela Montecchio, Bianca? Eu a vi naquela


noite. Quis negar a mim mesmo a cena que presenciei. Aquela
maldita lhe seduziu? Aposto que é uma armadilha para afetar
nossa família!
(Todas surpresas)

S. Capuleto I - Bianca, isto é verdade?

Bianca - Como esconder aquilo que transborda o coração?

Tebaldo - Lhe disse aquela noite, tia! Montecchios não deveriam


sequer respirar o mesmo ar que vós, quem dirás pisar em nosso
território!

Bianca - Primo, não! Petra é uma mulher cujo nem meus sonhos
podiam criar, a amo tanto…

Tebaldo - Está seduzida pelo que, Bianca? A honra de nossa


família é maior que um fogo de baile!

S. Capuleto II - Aquieta-te, Tebaldo! Bianca, estamos


decepcionadas. Puderamos acreditar que não se apaixonaria por
quem lhe arranjassemos. Mas isto? Isto é demais!

S. Capuleto I - Sua mãe está certa. Esqueça essa história, Bianca.


Tantas moças neste mundo e se apaixona por uma Montecchio?
Céus, isto parece um pesadelo!

Tebaldo - Porque é um pesadelo! Mas darei um fim nele…Farei


Bianca despertar…(quase cochichando)

Bianca - Não há sentido! Sentimento mais puro, desconheço, pelo


que me impedem de vive-lo? Não me importam os seus motivos.

(Senhoras Capuleto falando ao mesmo tempo que isso não é


certo, que isto nunca dará certo, que são inimigos desde sempre,
etc)
Ama - Senhoras! Tebaldo! Acalmem-se. Não mencionei a bebida
no sangue? Há de ser isto, logo Bianca se cura desta ressaca,
vamos.

(Leva Bianca embora, Senhoras Capuleto saem em seguida,


ficando somente Tebaldo)

Tebaldo - Pela honra de minha família, darei fim a este pesadelo.


Se com minha querida prima quer viver, a escória Montecchio terá
de passar por cima de meu cadáver.

*BLACKOUT*

CENA VIII

(Elementais no centro do palco, Bianca e Petra uma de cada


lado, as luzes alternam entre suas falas)

Gabriel - O que te trazes aqui, minha jovem?

Petra - A dor. (Luz na Petra)

Bianca - O amor. (Luz na Bianca)

Natasha - Sentimos o que somos, mas não somos somente o que


sentimos.

Petra - A dor de amar o que não posso ter… (Luz na Petra)

Bianca - O amor que me dói…(Luz na Bianca)


Kauê - Aos que se desolam, procuram conforto e respostas em
meu recinto. Sinto, é sobre aquela mulher?

Bianca e Petra - Sim! É ela! (Luz em ambas)

Nara - Vossas famílias nutrem ódio, procuram doença em vossos


saudáveis corações apaixonados.

Petra - Eu…Eu não entendo de onde veio isto! (Luz na Petra)

Gabriel - O que há bom tempo se tornara ódio, um dia fora uma


grande amizade. O poder da pena e do pergaminho os dividira há
tempo. Soas como novidade? Muitos já morreram antes. A arma
mais mortal, há de ser a pena e o pergaminho…

Bianca - Tratando sobre morte, não seria capaz de viver sem ela!
(Luz na Bianca)

Natasha - Sois o amor…Uma sugestão lhe dou, que se vão, para


onde não as alcancem. Darei a vós minha ajuda e orações.

Petra - É minha única saída, fora daí apenas a morte! Nada há de


ser pior que viver sem ela! (Luz na Petra, ela sai de cena)

Kauê - Tomais disso, jovem. Para que não sejam seguidas,


acreditarão em seu óbito e a paz terá. Envia uma carta a tua amada
e uma a tuas mães, morte para elas, a fuga para vós.

(Entrega o sonífero para Bianca)

Bianca - Sou grata! Há de dar certo… (Luz na Bianca)

Nara - Há de dar certo…


*BLACKOUT*

CENA IX

(Casa dos Montecchio, estão os pais Montecchio, Mercucio e


Benvolio)

Mercucio - Então lhe disse, "vive na cintura dela ou no meio de


seus favores?" Hahahahaha

(Todos riem, o ambiente está descontraído)

S. Montecchio I - Ora Mercucio, retorne mais vezes a nos visitar! És


praticamente da família!

Mercucio - Sois grato pela recepção de sempre, são família para


mim igualmente.

S. Montecchio II - Onde está Mercucio estão as risadas!

Benvolio - Por falar em família, Petra há de demorar para retornar?

S. Montecchio I - Sobrinho, verdade há de ser dita, sua prima anda


por ai a devagar, presa em seus pensamentos como sempre, mal
fala conosco.

S. Montecchio II - Certamente sofrendo pelos seus amores de


sempre.

Mercucio - Ah…Minha grande amiga Petra, não a vejo desde a


noite do baile, ficarei convosco até seu aguardado retorno.

Benvolio - És mais que bem vindo, meu amigo! Vou buscar algo
para bebermos!
(Benvolio sai)

S. Montecchio I - Este Benvolio…Não sabe fazer boa prosa sem


bebida!

Mercucio- Deve ser de família! Hahahaha

S. Montecchio II - Até sabeis mas fica bem melhor! Hahaha

(Benvolio retorna sem nada, cochicha algo na orelha de


Mercucio, o mostra um papel e ambos se olham por um instante)

S. Montecchio I - Ora Benvolio, bebeste tudo no caminho,


fanfarrão?

Benvolio - Amados tios, pedimos licença, não encontreis a bebida


que gostaria em vossa adega, eu e Mercucio iremos em busca de
algo mais forte!

S. Montecchio I - Que seja, vão garotos!

*BLACKOUT*

CENA X

(Bianca e Ama em cena)

Bianca - Ama, preciso lhe pedir um favor, o maior que já pedi.

Ama - Mas é claro minha Bianca, faço lhe o favor que for, diga me
o que posso fazer por ti florzinha?
Bianca - Essas duas cartas, preciso que entregue esta (mostra uma
carta com um laço de cor X) para minhas mães e esta (mostra uma
carta com outro laço de cor X) para Petra Montecchio, esta hora
ainda a encontrará em sua casa. Preciso que faça isto no dia em
que a lua minguará, assim que o sol se por.

Ama - O que você está aprontando, hein Bianca?

Bianca - Ama, por favor, faça isto. Lhe imploro, por favor, lhe
suplico, por todo amor que sentes por mim, minha ama querida!

Ama - Ora céus, você sabe que não resisto a essa sua carinha fofa!

Bianca - Agradeço, Ama!

(Bianca sai e a Ama fica sozinha em cena)

Ama - Hum…O que será que Bianca quer comunicar em carta para
suas mães? Não seria mais simples só falar? E a Petra Montecchio?
Esses sentimentos que nutre por ela…Não são coisa boa…Mas,
mas, sei que ela está sofrendo…Será que consigo ler alguma
frestinha por aqui…………

(Bianca volta ou não pra cena)

Bianca - Amaaaa, por favor, não leia as cartas! Suplico se o que


mais quer é me ver feliz.

(Ama se recompõe)

Ama - Mas é claro, senhorita…

Cena XI
(Cena do duelo de Mercucio e Tebaldo)

(Tebaldo em cena andando de um lado para o outro, impaciente,


até ouvir os passos)

Tebaldo - Chegaste, maldita Montecchio? Que bom que é


minimamente corajosa para dar as caras!

(Mercucio e Benvolio aparecem)

Tebaldo - Que diabos? Eu solicitei a presença de Petra Montecchio


para acertar as contas, não de seus vassalos.

Benvolio - O que está dizendo, Tebaldo? Fiquei horrorizado com


sua proposta quando li o bilhete. O que pensa que estas a fazer?
Quer matar Petra?

Tebaldo - Não a mataria sem chances de revidar! Por isso a


convidei para um duelo e não para um assassinato.

Mercucio - A convidaste para aceitar morrer então, Tebaldo? Petra


jamais machucaria alguém, não há motivos para isto. Amigo,
devemos por um fim nesta guerra.

Tebaldo - Não há? Se fazem de idiotas? Sou Capuleto, não me


misturo com gente da sua laia, e não permitirei que Bianca o faça,
se ocorrer, é porque estarei morto!

Mercucio - Ouça bem, Tebaldo. Eu não possuo sangue Montecchio


e nem o vosso, possuo apenas a vista de fora, de que todo este
ódio é perda de tempo e saúde.

Tebaldo - Acabara de responder seus próprios questionamentos,


se não há este sangue em você, nada lhe interessa!
Benvolio - Mercucio está mais lúcido que você! De onde viera toda
esta crise entre nossas famílias?

Tebaldo - Não sou eu quem irei te responder isso, pouco me


importam motivos que originaram, não permitirei minha prima nas
garras de uma Montecchio, uma vilã!

Benvolio - Anseio por quebrar-te a cara…

Tebaldo - O que disseste, vilão?

(Tebaldo saca a espada para Benvolio)

(Criar fala de pacificação de Mercucio)

Mercucio - Se controle! Conheço também as Capuleto, não são má


gente, e tu sabes disto, recolha tua espada e recolha a ti mesmo!

Tebaldo - Você fala demais!

Mercucio - Eu os amaldiçoo, Capuleto e os amaldiçoo Montecchio,


enquanto debaixo do sol e de baixo da lua vosso ódio derramar
sangue, Capuletos e Montecchios serão amaldiçoados! Pestes em
vossas casas! Pela graça de Deus!

*BLACKOUT*

Cena XII

(Montecchios, Capuletos e Ama velando o corpo de Mercucio)


(Bianca e Petra sequer interagem nesta cena)
Benvólio - Aqui descansará Mercucio, vítima do sangue.
Permitam-me, pode o momento não ser o mais adequado, mas
este que agora repousa no além, carregou como causa da morte, o
sentimento oenfermo de vossas famílias.

S. Montecchio I - Não sou capaz de acreditar no que vejo,


Mercucio…Nosso amigo…Tão jovem…

S. Montecchio II - Fora ceifado por semelhante jovem.

S. Capuleto I - Tebaldo não era má pessoa, eu juro! Não sei o que


passou em sua cabeça, e seu coração…

S. Capuleto II - O que passara ainda há de importar? Ou devemos


remediar essa enfermidade de nossos corações?

Ama - O que passara é fruto de tudo que há de mal entre nós, que
seja podado, para que não haja mais sangue derramado.

S. Montecchio I - Devemos aceitar a paz entre nós…Não suportaria


ver o rosto de Mercucio ao nos ver brigando.

S. Capuleto I - Há de ser…Mercucio era nosso conhecido, não dos


mais íntimos mas era bom moço. Que respeitemos sua memória.

S. Montecchio II - Para onde fora Tebaldo?

S. Capuleto II - Fugira…Ah, meu tolo sobrinho, o que fizeste…

S. Montecchio II - Pois o encontrem. Só aceitarei a paz ao ver


Tebaldo pagar por seu crime! Quero ve-lo pagar a penitência de
seu pecado com o próprio sangue.
S. Capuleto II - O que estas dizendo? Quer matar Tebaldo? Anseia
por mais um cadáver, senhor Montecchio?

Benvólio - Tebaldo fugira da própria morte. Já fora sentenciado a


tal. Prefiram sua ausência ao seu sangue.

S. Montecchio I - Meu marido tem razão. Isto não há de ser justo!


Nada trará Mercucio de volta, mas que vós sintam a mesma dor
que nós!

S. Capuleto I - No velório de Mercucio já planejam outra morte,


esperado de Montecchios, degradante! Malditos!

DISCUSSÃO

Petra - Vão embora! Todos vocês! Me deixem a sós com Benvolio,


respeitem minha dor e se retirem.

(Todos saem exceto Benvolio)

Petra - Primo…O que fizeram? O que pensavam? Era a mim quem


ele queria! Eu lhe cortaria o pescoço sem pensar duas vezes!
Maldito, mil vezes maldito…

Benvolio - Sei que não é isto que faria, e nem Mercucio.

Petra - Não posso suportar mais este fardo…Irei fugir com Bianca.
Conto apenas a ti o nosso segredo. Diga o que quiser a quem
perguntar, diga que fugi, diga que morri, pouco me importa.

Benvolio - Faças a escolha certa, prima…

Petra - Meu amigo…Mercucio…


(Petra e Benvolio se abraçam)

*BLACKOUT*

Cena XIII

(Ama em cena)

Ama - É agora…Preciso entregar as cartas, esta para as madames


e esta para a Petra. Ou era o contrário? Oh céus, não não, tenho
certeza, esta era a de Petra. Na verdade, certeza tenho de nada!

(Capuletos entram)

Ama - Aaah minhas senhoras, como estão? É… Bianca me pediu


que lhes entregasse.

(Ama vai entregar uma carta e muda umas duas vezes de opção)

Senhora Capuleto I - Ama, obrigada! Deve ser importante para ser


comunicado em carta, não? Mal vi Bianca hoje. Iremos ler, obrigada
por nos entregar.

(Ama tentando bisbilhotar até as Capuleto a expulsarem)

Senhora Capuleto II - Ama, poderia ir até a venda para nos


garantir o jantar desta noite?

Ama - Ah, é claro, minhas senhoras, vou indo…

(Ama sai, Petra entra e fica na outra ponta do palco)

Ama - Petra Montecchio?


Petra - Sou eu…Eu lhe conheço, lhe conheço do baile, é a Ama de
Bianca, o que houve? Viera me rogar uma desgraça?

Ama - Não fale assim, nada tenho a ver com tudo isto. Bianca me
pediu para que lhe entregasse isso. Ou era a outra. (Entrega a
carta)

Petra - Lhe agradeço então, Ama… Se fora por Bianca, agradeço.

(Petra começa a abrir a carta para ler e Ama fica espiando)

Ama - Posso saber do que se trata? Hã? Vamos ler juntas!

Petra - Não acho que essa tenha sido a intenção de Bianca…Por


favor, tenho coisas a fazer logo mais.

Ama - Hum, que seja então. Até mais ver.

(Petra e Capuletos frente ao palco)

(Petra e Capuleto leem suas cartas)

Petra - "A vós que amei e me amaram, despeço me neste fúnebre


bilhete…"

Capuletos - "Encontrai me na capela ao anoitecer, amada Petra…"

Petra- "...quando tiverem essa carta em mãos, já terei partido, para


que no além possa desfrutar do que não encontrei em vida, a paz."
Bianca? Suicídio? Mas, mas, mas…Não pode ser…
(Sai de cena desnorteada)

Capuletos - "...espere que os outros se dissipem, acordarei e


partiremos, última vez que acordarei fora de seu abraço." Bianca
quer fugir com a Montecchio? Como ousa? Vamos imediatamente
buscá-la!
(Sai de cena)

*BLACKOUT*

CENA XIV

(Petra arranja o veneno)

Gabriel - Logo ela chegará…Tão jovem…

Nara - Devemos permitir que se vá assim?

Gabriel - Não podemos decidir por ela…Ninguém pode.

Natasha - Tens razão, não somos nós que tomamos as decisões,


apenas concretizamos.

Kaue - O destino já estava escrito.

Nara - Somos vida e morte…O fogo que aquece, a água que sacia,
a terra que alimenta, o ar que vós respiram…

Kaue - Somos o ciclo…O ciclo natural.

Natasha - Um suicídio não há de se encaixar no natural.

Nara - Retornará à terra, mas é uma pobre alma. É sua escolha? Ou


amor a corroeu?

Gabriel - O contrário. Petra escolhe beber o veneno, mas muitas


mãos estão cheias de sangue.
Todos - Pobre alma…

(Petra entra)

Natasha - Estávamos à sua espera

Kaue - O veneno como a água que se faz necessária e hora te


afoga, se sufoca de seu excesso e morre, como suas lágrimas. Está
feito.

(Entregam o frasco)

Nara - Beberá até a última gota, será quase indolor.

Gabriel - O coração dos que lhe amam irá partir junto ao seu.

Kaue - Que seja feita vossa triste vontade.

CENA XV

Bianca - Há de dar certo…Teremos paz finalmente, minha amada,


logo me encontrarei em seus braços, onde quero passar o resto de
minha vida. Há de ter lido a carta…(Bebe o sonífero)

(Se deita aos poucos)

(Bianca adormecida no chão, Petra entra aos poucos momentos


depois)

Petra - Não posso acreditar no que vejo…Que amargo o sabor da


morte que há tempos sinto em minha boca. Um dia enterro
Mercucio, no outro…? Não serei capaz de não ir contigo. Me
pergunto o que te adoecera a este ponto. Culpa pelo crime de
Tebaldo? Temor da represália? Nada importas agora. Trouxe isto
comigo, concretizo nossa fuga, amada, concretizo nossa paz.

(Tira o frasco de veneno do bolso)

(Bebe o veneno e enquanto está morrendo Bianca acorda aos


poucos)

Bianca - Petra? Você chegou meu amor! Petra? O que é isso?


Petra? NÃO! O que está havendo ? O que fizera? Céus, Petra! Não
há de ser possível…É veneno…Por Deus, o que houvera, Petra?

(Chora sobre o corpo de Petra)

Bianca - Que tamanha dor toma conta de meu peito…Não há de ser


possível existir dor maior… (Pega a faca de seu bolso) isto não irá
chegar perto da dor que já sinto. Quero arrancar o coração de meu
peito. Oh Petra, te encontrarei.
(Enfia a faca em seu peito e morre, ficando ao lado de Petra)

*BLACKOUT*

CENA XVI

(Montecchios e Capuletos chegam próximos aos corpos das


jovens)

Senhora Capuleto I - Por Deus! Bianca! É isto que os Montecchio


carregam no sangue, desgraça!

Senhora Capuleto II - Minha filha, não acredito nisso.


Seus desgraçados!
Senhor Montecchio I - Não esqueçam que é nossa filha ao lado da
tua! Petra sempre possuiu um coração mole e vocês se
aproveitaram disso e destruíram nossa família! Malditas!

Senhor Montecchio II - Nos chama de desgraça? Quem trouxe a


maldição fois vós! Foi só mostra-lá ao mundo que tudo começou!
Maldito seja vosso sangue!

Senhora Capuleto II - Não invertam o caso, a escória sempre fois


vós! vós que incitaram o ódio!

Senhor Montecchio I - Queira nos recordar então, já que falas com


tamanha propriedade, quem trouxe a enfermidade para os
corações de vossas famílias?

Senhora Capuleto I - Foi há tanto tempo que a história se perdeu,


e de que isto importa? Trará minha Bianca de volta?…Mas não me
importaria de enterrar todos os Montecchios!

Senhor Montecchio II - Calada! Calada! Pois saiba que sua filha


não há de voltar! É uma Capuleto a menos neste mundo!

Senhora Capuleto I - Como ousas ser tão baixo?

Senhor Montecchio I -
Após a morte de Mercucio e Petra conseguem desejar mais sangue
derramado? Vocês que são baixas, suas malditas!

(A discussão perde o controle e todos falam ao mesmo tempo


até a Ama entrar e interromper)

Ama - Senhoras! Parem! Senhores…Perdoem-me, eu as segui…Me


perdoem, isso que está diante de nós é culpa minha! Jamais serei
capaz de me perdoar…Tenho sangue na mão e a culpa carregarei
em minhas costas para o resto de minha vida! Que tragédia!

Senhora Capuleto I - Basta, ama…Isso não é sua culpa, é nossa.

Senhor Montecchio I - Somos nós os culpados, são nossas mãos


que tem sangue…Como dissestes, Capuleto, nada há de traze-las
de volta. A culpa é minha, sempre colaborei com esse ódio entre as
famílias.

Senhor Montecchio II - A culpa é nossa! Não importa o tamanho


da dor que nos consome, nada mudará o passado.

Senhora Capuleto I - Nossa dor é a mesma…Perdoe-nos, não


podemos derramar mais sangue por esta terra…

Senhora Capuleto II - Infelizmente nosso ódio falou mais alto.


Agora só resta perdoarmos uns aos outros

Senhor Montecchio I - Perdoe-nos…Devemos tornar esta guerra,


esquecida. Em memória e respeito de nossas filhas, que tanto se
amaram. A maldição e a desgraça não habitava em vossos
corações.

Senhor Montecchio II - E nem nos vossos, amado…Nunca existiram


tais desgraças e maldições.

Senhora Capuleto I - Basta então, sem ofensas, sem sangue, não


mais.

TODOS (juntos) - Não mais.

(As famílias se abraçam)


CENA XVII
(Velório de Bianca e Petra, a cena inicial se repete)

Ama - Montecchios (aponta para Montecchios) e Capuletos


(aponta para Capuletos), inimigos de longa data, o que um dia fora
uma grande amizade, fora destruída pela ganância. Do seio destas
duas famílias, nascem duas amantes predestinadas, que pagaram
o preço mais alto.

(Entra Benvolio, pega uma rosa com frei e se posiciona ao lado do


caixão de Petra)

(Entra Tebaldo, pega uma rosa com frei e se posiciona ao lado do


caixão de Bianca)

(Entra Mercucio, pega uma rosa com frei e se posiciona ao lado do


caixão de Petra)

(Entram as mães Capuleto pegam uma rosa com frei e se


posicionam ao lado do caixão de Bianca)

(Entra os pais Montecchios, pegam uma rosa com frei e se


posiciona ao lado do caixão de Petra)

TODOS: Esta manhã nos trouxe paz sombria: esconde o sol, de


pesadume, o rosto. Ide; falai dos fatos deste dia; serei clemente, ou
rijo, a contragosto, que há de viver de todos na memória de Petra e
Bianca, a triste história.

Agradecimento:

Brás e Isa
Gabs e Kauê
Nara e Naty
Victor e Thais
Angela e Nalu

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