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Personagens:
Miss Jane - Noiva do Chucky –
Conchita - Edward -
Mourão - Malévola -
Bruxa 01 - Samara -
Bruxa 02 - Aranha 01 -
Bruxa 03 - Aranha 02 –
Múmia - Aranha 03 –
Loira do Banheiro - Orfã -
Lobisomem - Wandinha -
Norman Bates - Vampira –
Marshmallow -
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CENA INICIAL - Narração
(A luz acende no palco principal, aparecem todos os monstros assustadoramente, com uma
música de suspense, no ponto auge do suspense, a música cessa, e o personagem do centro
grita “Buh!”, nada assustador).
Bruxa 01 – O mundo é um lugar estranho, cheio de gente estranha. Aqui, nessa casa, criaturas
fantásticas, lendas urbanas, monstros eternos e psicopatas cruéis se misturam aos simples
mortais.
Bruxa 02 - Por séculos eles alimentaram o medo na mente dos inocentes. As atrocidades
cometidas por essas criaturas bestiais jamais serão esquecidas... Mas eles tentarão...
Bruxa 03 - Sim, pois aqui nessa casa eles buscam a redenção!! Por todo o sangue que beberam
e que derramaram, pelas vísceras que arrancaram e pelas almas que condenaram, eles pedem
paz! (música de reggae, os monstros dançam)
Bruxa 02 - E você?! E você?! E todos VOCÊS?! Acham que eles vão conseguir?? É o que vocês
vão descobrir, se estiverem aqui... Até o final!!
(Coreografia)
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CENA 1 - Apresentação
Conchita - SILÊNCIO!!!
Todos – Ahn?! Oi, Conchita
Conchita – Gente, por favor... Música há essa hora? Son las 3 de la mañana!!!! Vocês estão
loucos?
(Todos fazem caretas)
Loira do banheiro – Si, si, como no... Pero no mucho… la garantia soy yo... Conchita, dá pra
falar mais devagar?
Conchita – Loira do banheiro, vai ver se eu to lá no lavabo.
Loira – Aí credo, que mau humor, hein?
Todos – Uiiiiii!!!!!
Conchita –Não é nada disso! Miss Jane é quase surda, mas com certeza pode sentir o piso
tremer com essa dança de vocês!
(música da Família Adams, todos vão andando em direção a Conchita)
Conchita – PÁRA!!!!!!
Múmia – Ai, e daí??? (começa a tocar música do Egito) Esse lugar ta precisando mesmo de um
auê, né gente? A gente vive aqui, nessa casa enorme, praticamente vazia, com uma velha quase
surda que não tem noção do que acontece por aqui, a gente ta longe de tudo, longe do agito
(UH!! UH!!!), do glamour (JAZZZZ)... Na boa, se eu quisesse isolamento, eu estava dentro de um
sarcófago, no fundo da pirâmide, lá no Egito!!
Bruxa 01 – Múmia, vigésima quarta sobrinha-neta de Tutancamon. Frustrada por ser uma
velharia.
Loira – Ai gente, coitadinha da Múmia, eu acho que ela está muito conservadinha...
Aranha 2– Olha lá, a Loira do Banheiro fazendo amizade.
Norman Bates – Oh Loira, que tal parar de fazer intriguinha aí e....(tema do “psicose”) ir tomar
um bainho.
Conchita – NORMAN!!!!!!!!
Bruxa 02 – Norman Bates! Fruto da mente de Alfred Hitchcock!
Marshmellow – Ô, Norman Bates! Vem cá amigão, vamos conversar. Quantas vezes a gente vai
ter que te falar que a Loira já morreu ó, faz muito tempo?
Noiva do Chucky – Desiste amiguinho. Facada aqui não faz mal pra ninguém... Com exceção da
Miss Jane e da Conchita...
Todos – QUE NÃO PODEM SER ESFAQUEADAS!
Wednesday – ENTENDEU?????
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Norman – Tá, tá...
Loira - E não se esqueçam que todos vocês estão aqui graças a mim!
Todos – QUÊ???
Loira – Eu fui a primeira moradora sobrenatural dessa mansão...
Mourão – Helloooo!
Bruxa 03 – Mourão! Esposo falecido de Miss Jane que se recusa a deixar a mansão e a
companhia da esposa. Sempre foi muito romântico. Se emocionava até quando assistia “O
Iluminado”.
Lobisomem – Aúúúúúúú!!!! Aí, Mourão, como é que andam as coisas aí no seu purgatório? (ri)
Mourão – Com certeza bem melhor que no seu “pulgatório”.
Lobisomem – Já vi que as coisas andam meio tensas por aqui hein!!!
Mourão – Desculpa garoto, é que eu estou muito preocupado com o futuro da minha querida
Jane. Se ao menos eu pudesse voltar ao mundo dos vivos.
Múmia – Nossa, seria um desbunde, né Mourão? Você poderia reencarnar como, sei lá um.... Um
Pavão Misterioso!!
(toca a música do Pavão Misterioso)
Mourão – Ah pela mãe do guarda!!! Que utilidade eu teria como um pavão?
Múmia - Sinceramente, eu não tenho noção. Mas que seria engraçado, seria.
Wednesday– Mas, Mourão…
Mourão – Sim , Wednesday!
Wednesday – É assim tão grave?
Todos – GRAVE???
Aranha 02 – Fala Mourão...
Aranha 03 – É... você está nos deixando aflitas!!!!!
Mourão – É grave!! A prefeitura quer simplesmente despejar Miss Jane e Conchita da mansão.
Todos – (bem desanimado) Nããão!!!!!
Mourão – Sim! Eles pretendem construir aqui um imenso condomínio!... Loft!... Aquático!...
Cyber!... Flat!... Fitness-shopping-spa-park-hotel!! Bem em cima da nossa casa!
Loira – Nossa, em cima da nossa casa? Vai dar um trabalhão, hein?
Malévola – É, eles vão ter que construir tipo um piso enorme em cima da casa.
Aranha 02 – Sim, uma ponte muito larga!
Samara – A gente podia fazer um vídeo e mandar pra BAND pro Vídeos Incríveis.
(começam a viajar no projeto.).
Marshmallow – PÁÁÁÁRAAAAA!!! Deixem a orfã falar!
Orfã – Ai gente sabe o que é? É que eles vão DEMOLIR A CASA, IMBECIS!!
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Todos – Demolir?! (todos entram em desespero)
Noiva do Chuck – Onde é que a gente vai morar?
Aranha 3 – A gente vai ter que sair daqui.
(Primeira aparição da Vampira; luzes ficam subitamente fracas)
Wednesday – Gente, eu acho que acabou a luz!!!!
Norman – Calma, calma, calma! É a Vampira, nossa amiga anti-social e o Edward, aquele
vampiro que brilha no sol.
Edward – Você tem inveja porque eu sou galã na minha história e você apenas um filhinho de
mamãe.
Norman – Você nem é Vampiro, Edward, você é fada.
Vampira – Silêncio Norman, nestes momentos que eu lembro porque não gosto de humanos.
(inexpressiva, blasé) Ai... que tédio!
Norman - Ah, vá tomar banho Vampira. Mas não tranca a porta!
Miss Jane – (em off) Conchita!!!!
Conchita – Uhhh!! A gente acordou a Miss Jane!
Miss Jane – Ai, Conchita... Eu tive uma noite tão agitada... Uns sonhos estranhos... Primeiro
sonhei com um homem bem alto, todo de terno e sem rosto, seu rosto era uma máscara branca.
Depois tive uns pesadelos com aquelas pessoas da prefeitura... Parece que nossos dias por aqui
estão contados. Eu nunca vou conseguir arranjar o dinheiro dos impostos atrasados a tempo. E
ainda tem essa história de shopping center... Eu não vou aguentar ver essa casa sendo
demolida. Se ao menos o Mourão ainda estivesse por aqui.
Conchita – Miss Jane, nós vamos dar um jeito.
Miss Jane – Foi... uma dor no peito... caiu duro pra nunca mais...
Conchita – Não... Eu quero dizer que o dinheiro está precário, mas nós vamos conseguir.
Miss Jane – Ah isso eu concordo. Este povo mercenário deveria explodir.
Conchita – Não... Miss Jane. Eu quis dizer que (faz gestos) a casa será sua.
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Miss Jane – É... é minha, apesar de não ser mais a mesma. A luz do sol já não entra mais pelas
janela com a mesma força de antes, (levanta) os cômodos parecem mais tristes e os móveis mais
cansados. (os móveis reagem). A nossa casa envelhece com a gente. Eu e o Mourão nunca
tivemos filhos, mas a casa parecia estar sempre cheia de gente, cheia de vida, de felicidade...!
Bons tempos aqueles. Agora está tudo tão diferente. (vai saindo). Parece, Conchita, que tudo o
que restou nessa casa foram os fantasmas... os fantasmas!
(Acendem as luzes)
Todos – Ixi!! Já era!!!!
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(coreô do THRILLER – o Lobisomem faz uma parte sozinho e a Múmia fica gritando por ele)
CENA 3 - Bingo
Mourão – Pobre Jane. Além de ter confundido a minha voz com a de uma múmia, agora acha
que jogando no bingo vai conseguir dinheiro pros impostos. E tudo por minha culpa. Eu nunca
vou me perdoar por ter deixado ela nessa situação. (começa a chorar)
Malévola – Homens, sempre traindo as mulheres e causando problemas, não é mulherada?
Lobisomem – Malévola, você está muito abusada. Vou cortar suas asinhas, hein!
Samara – É... Estamos no fundo do poço.
Lobisomem – Samara, não piora!!... Ô, Morengueira! Relaxa aí brother! O que é isso?! Fica
tranquilo parceiro, nosso show vai ser um sucesso! Já tem até uma galera ensaiando umas
cenas. Inclusive nossos Vampiros. Chega ai pessoal...
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(eles se viram pra assistir)
Edward – É isto mesmo! Nós vamos passar a nossa cena do Drácula! Que eu acho que é uma
coisa sangrenta, sombria, que é a minha cara pro nosso show...
Múmia – Gente, para tudo, ele está falando sério?
Edward – Múmia, não atrapalha. Vampira, vamos pegar daquela parte em que a mina finalmente
se lembra que é a esposa reencarnada do Conde!
Vampira – Eu começo... “Tive tanto medo de nunca mais sentir o seu toque...Eu pensei que
estivesse morto.”
Edward – (pega a mão dela e encosta em seu peito) Não há vida nesse corpo.
Vampira– (Tira a mão) Mas você está vivo... Vivo! O que é você então? Tenho de saber! Você
precisa me dizer!
Edward – Eu sou um nada... Sem vida... Sem alma.
Vampira – O quê?!
Edward – Odiado e temido... Aos olhos do mundo, eu estou morto...
Vampira – Mas...
Edward – Ouça! Eu sou aquele que os homens querem destruir... Eu sou Drácula!
Vampira – (cai na gargalhada)
Edward – Que foi?! O QUE FOI??????
Vampira – É que o Drácula que eu conheci era diferente, ele dava medo de verdade, não era
vampiro vegetariano...
Edward – O Drácula que você conheceu era diferente? Ah entendi!! Onde é que está o Drácula
que você conheceu mesmo? Ahhh lembrei!!!! Tá moooooooorrrrrrrrrrto!!! Moooooooorrrrrrrrrrto!!!
Genial o seu Drácula, morto por um raio de sol!!
Vampira– Pelo menos ele era um vampiro normal, não de filminho adolescente.
Edward – Vamos fazer o seguinte? Humm.... Forget about it, tchau!
Vampira – (blasé) Oh o Edward se chateou... Ai... Que tédio. (ela sai).
Lobisomem – Ok, esta cena talvez não role pro show, alguém tem uma ideia melhor?
Conchita – Ah eu tenho, tenho uma ideia pra uma cena com o Norman, vem aqui querido.
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Norman – Eu também tenho!
Conchita – Fala a sua primeiro!
Norman – É assim, você coloca uma peruca grisalha, com um coque em cima. Eu até tenho uma
que eu posso te emprestar. Aí você veste um dos vestidos da mamãe, eu tenho vários
guardados. Aí eu sento você de costas pra mim, então, viro...
Conchita – NOOOOOOOO!!!!!!!!!!!
Norman – Lindo! Perfeito!
Conchita – NEM PENSAR!!
Norman – O quê?
Conchita – Eu não vou interpretar a su mama!
Norman – Mas você nem ouviu o final da cena. É assim ó: Eu entro e digo, ”Mamãe, o que
teremos pro jantar?”. Aí você...
Conchita – EU NÃO VOU INTERPRETAR A SU MAMITA!!
Norman - Tudo bem. Então qual que é a sua “grande idéia” pra nossa cena?
Conchita – Ahhh!! Eu acho que a gente podia fazer um número musical. Eu vou te transformar
num amante latino!
Norman – (com tom de perturbado) No Latino?? Não, aquela música do apê é uma droga. Não,
não dá pra cantar aquilo...
Conchita – Mas não é “o Latino”, é um amante latino! Genérico!!!!!
Norman – Amante latino? Eu não sei se mamãe gostaria de me ver interpretando este papel.
Conchita – (Para a platéia) O pior tipo de sogra é aquela que não deixa a gente em paz mesmo
depois de morta.
Norman – Não fala assim da mamãe! Já não basta você não querer que ela venha morar aqui
com a gente, agora você ainda vai me provocar, é? Eu queria ver só se ela estivesse aqui, na sua
frente, em roupa e osso... se você teria coragem de dizer isso na cara dela!
Conchita – Desculpa Norman, é que eu acho que tua mãe ia ficar muito orgulhosa de te ver
cantando una musica caliente!!
Norman – Pois eu acho essa sua idéia ridícula! A minha é muito melhor!
Conchita – Quer saber? Acho que eu me enganei com relação a você.
Norman – (irônico) Ah... se enganou? Então espere e verá (sai)
Conchita – Você é muito filhinho de mamãe pra fazer uma cena dessas comigo. Eu deveria
saber que você não ia me surpreender desse jeito. Acho melhor a gente fazer nossas cenas
separadas. Eu sozinha e você com a sua MAMÃEZINHA (Conchita sai irritada)
Norman – (Gritando de fora do palco) Ahhh não posso te surpreender, é? Me aguarde
Madrecita!!!
Conchita – (volta) Eu odeio esse apelido!
Norman – (volta segurando uma rosa vermelha) E eu odeio ser desafiado!
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(começa música do Magal – Todos dançam e ao final saem. Pequeno Black-out. Luz acende em
foco em um lado do palco. Vemos Miss Jane olhando para um álbum de fotografias)
(Miss Jane olha para álbum de fotografias de Mourão, ambos falando como pessoas idosas):
Miss Jane – Mourão, meu amor. Você estava tão bonito nesse dia. Aliás, você sempre foi muito
bonito.
Mourão – Você sempre foi exagerada, meu amor.
Miss Jane – Me lembro da primeira viagem juntos, pra Paris. Só nós dois.
(A partir de agora o texto é todo falado como pessoas normais, não mais usando voz de gente
idosa)
Mourão – E você não queria subir na Torre, tava com medo.
Miss Jane – Eu tava morrendo de medo de subir na Torre. Mas ai, você olhou bem nos meus
olhos, pegou na minha mão e disse:...
Mourão – Jane, se você cair, é só abrir as asas e voar. Esqueceu que você é um anjo?
Miss Jane – Naquele momento todo medo foi embora. Não só o medo de subir na torre, mas
passou o medo de passar a vida sem te encontrar. Você tava ali bem na minha frente. E eu era a
mulher mais corajosa do mundo.
Mourão – Você ainda é, meu amor!
Miss Jane – Essa casa está tão vazia sem você.
Mourão – Mas eu posso te ouvir. Você pode falar comigo quando quiser.
Miss Jane – Eu sei que você pode me ouvir.
Mourão – (olha assustado pra Miss Jane) Então... Você sabe que eu sempre estive aqui? Que eu
nunca te abandonaria?
(Voz de idosa)
Miss Jane – Se ao menos eu pudesse te ouvir. (ele sai, ela observa a casa sem os “móveis)
Miss Jane – CONCHITA!!!!! (Conchita entra correndo) Conchita, mas o que está acontecendo
nessa casa? Olha o meu salão, cadê os móveis dessa casa Conchita? Cadê?
Conchita – Os móveis? Eu tirei. Si, porque pra limpar fica mais fácil. Passa o rodo pra lá, passa o
rodo pra lá!!!!! Entende?
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Miss Jane – É, Conchita, ta precisando mesmo dar uma limpada nessa casa...Olha só a
quantidade de teia de aranha que tem aqui Conchita. Está uma pouca vergonha. Eu acho melhor
até eu chamar um dedetizador.
(Ouve-se o som das aranhas, apavoradas)
Conchita – NO!
Miss Jane – Por quê?
Conchita – Eu tenho uma receita caseira de desinfetante natural que é tiro e queda.
(Ouve-se o som novamente, mais forte)
Conchita – Brincadeira!
Miss Jane – Caranguejeira?!! Onde Conchita?! Eu tenho horror de aranha!!!!
Conchita – Não! Eu disse cadeira... Vai para sua cadeira tricotar um pouquinho, relaxar.
Miss Jane – Tá bom, eu vou Conchita. Agora dá um jeito nessa sala porque tá uma imundice! Tá
uma pouca vergonha!! Você viu a quantidade?
Conchita – Pode deixar, a senhora paga em dia, eu limpo em dia!!! (Miss Jane sai) Aranhas...
Aranhitas...
Aranha 03 – (Chega assustada) Ai Conchita você não tava falando sério quando você falou sobre
o inseticida natural, né? O que é isso Conchita?????
Conchita – No!!! Eu não tava falando sério! Mas alguém pode me explicar o por quê dessas teias
de aranha por todo salão?
Aranha 02 – Desculpa, Conchita! Sabe o que é, é que a gente tava ensaiando a nossa cena pro
show, entendeu?
Conchita – Qual cena??????
Aranha 01– Quer ver! O Marshmallow que coreografou tudo. Marsh, vem cá! (ele entra triste)
Conchita – Gente colocaram o menino de novo perto da lareira? No pode, tadinho. Tá
derretendo!!!!!
Aranha 02 – ok, amiguinhas!!!!! Todas prontas?
Aranha 01, 03 – Sim!
(Coreografia delas. Ao final, foco na lateral do palco. Samara e Múmia batem palma. Entra a
Múmia batendo palma)
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Malévola- – (Cortando) Vamos pegar daquela parte em que o seu personagem, Stanley
Kowalsky, volta pra casa, bêbado e arrependido depois de ter batido em sua esposa, Stella.
(Se concentram um pouco e começam)
Lobisomem – Cheguei! Stellaaaaa!! Stellaaaa!!!
Malévola- Vá dormir!
Lobisomem – Não!!! Eu quero que você venha aqui agora! Stellaaaaaaa!!!!
Malévola- – Fique quieto ou chamarei a polícia!
Lobisomem – Não, mas... mas.... mas.... Stellaaaaaaa!!!!!!! Stellaaaaaaaa!!!!
Malévola- – Não pode bater numa mulher e chamá-la de volta. Ela não virá!
Lobisomem – Eu não ligo... Stellaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!! Stellaaaaaaaa!!!! (percebe que ela parou
de interpretar) O quê foi???
Malévola- – Vamos passar de novo?
Lobisomem – O que aconteceu? Você tinha que vir agora com outra peruca, com outra roupa,
vestida de Stella. O que aconteceu?
Malévola- – É que o tom... O tom não era esse!
Lobisomem – Que tom, minha filha?! O Tom e Jerry, o Tom Jobim? Que tom é esse???
Malévola- – Eu não sei, acho que seu Marlon ta um pouco Brando.
Lobisomem – Meu Marlon tá Brando? Sabe como ta a sua amiga da Stella? Uma porcaria!! Uma
porcariiaaaaa!!!
Malévola – Olha como fala comigo, sua praga.
Lobisomem – Ah quer saber? Deixa pra lá. Tchau... sua... sua... chifruda!! (sai)
Malévola- – Espera vamos tentar outra cena, ninguém quer contracenar comigo e eu odeio
humanos, eles são todos traidores... (entra a Noiva de Chucky) E ai, Noiva do Chucky, vai fazer
um número com seu marido?
Noiva de Chucky – Nada, desde que eu tive filho ele fica mais fora de casa do que dentro, nunca
o vejo.
As duas – (com desprezo) Homens!
Malévola – Mas então, vai fazer o que? Já pensou?
Noiva de Chucky – Estava pensando em fazer aquele número que eu saía rolando na cozinha,
tirava o facão e saía atrás das pessoas com os olhos em chamas!! (risos maquiavélicos)... Ai era
genial! Você precisava ver, eu e o bonequinho assassino indo atrás das pessoas na cozinha e
elas se encolhendo de medo!!! Era demais, com uma peixeira enorme assim!!! Muito divertido!
(entra Conchita correndo)
Conchita – Pero que eu acho que ninguém pagará pra esta cena, melhor mudar de ideia.
Noiva de Chucky – Ah, Conchita!!! Você censura tudo. Nenhuma das minhas ideias você
deixou... (saem as três discutindo)
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CENA 10 - Miss Jane e os homens da prefeitura
CENA FINAL
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(Miss Jane aparece e observa, admirada, tudo que está acontecendo. No final da dança, ela
aplaude entusiasmada.)
Miss Jane – Nossa, parabéns!! Bis!! Bis!! Gente adorei que gracinha!!!
Todos – (Assustados) AHHHHHHHHHNNN!!!!!
Miss Jane – Nossa, Conchita que dança bonita, são seus parentes? Você não me disse que
teríamos visitas.
Conchita – Miss Jane, você pode ver essas pessoas?
Miss Jane – Tá maluca, Conchita? Eu sou surda, não sou cega!
Conchita - Claro... Desculpa... Bom...Esses são... Digo, essa é a... A Monstruosa Cia. De
Espetáculos!
Lobisomem – Monstruosa o quê, Conchita?????
Todos – Shhh!!
Conchita – Eles são artistas que souberam do nosso problema e resolveram nos ajudar. Eles.
Digo, nós vamos a fazer um show.
Miss Jane – Um show?
Conchita – Si, aqui na mansão!
Miss Jane – Aqui??
Conchita – Si, pra ajudar a senhora a pagar a sua dívida.
Miss Jane – E por que você não me disse isso antes, Conchita?
Conchita – Porque a gente tava esperando ficar pronto. E está quase pronto.
Miss Jane – E como você conheceu essas pessoas?
Conchita - Miss Jane, esse aqui é o Norman. Eu e ele... A gente...
Miss Jane – Já entendi, né Conchita, sou meio surda, mas não toda burra. Agora você poderia
ter me contado antes.
Norman – É um prazer conhecê-la, Miss Jane. (beija-lhe a mão). Hummm, que cheirinho bom.
Que sabonete a senhora usa?
Miss Jane – O alfinete e a blusa??!
Norman – NÃO, O SABONETE!!!
Conchita – Norman!!!!!
Wednesday – Não liga, não, dona Miss Jane, ele é assim mesmo.
Miss Jane – Torresmo? Eu não quero torresmo!!! Mas quanta gente empolgada e bonita. Olha
esta menina, parece um anjo.
Orfã – (fala com linguagem de sinais) Sou órfã, Miss Jane, a senhora não quer me adotar?
Miss Jane – Olha ela sabe até linguagem de sinais, que bonitinha. Se fosse antigamente, com o
Mourão vivo, eu adoraria te adotar, mas agora sou muito velha.
Orfã – (contrariada) Não se preocupe, a senhora vai pro céu.
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Miss Jane – Que encantadora!
Conchita – Ihhh não cai nessa não, Miss Jane. Aliás, eu peço desculpas por não ter lhe falado
antes. A senhora sabe que eu nunca trairia a sua confiança. Eu sou muito agradecida por tudo o
que a senhora tem feito por mim! Mas a gente tá fazendo isso pra salvar a mansão.
Miss Jane – Ai, que bonitinha, Conchita. Eu sei disso, minha grande amiga. Agora entendi o que
eram todos aqueles barulhos e vozes que eu meio que ouvia. E eu achando que eram sinais do
Mourão. Se ele estivesse aqui pra ver isso tudo que vocês estão fazendo pela mansão. Ah, ele ia
adorar. Ele gostava tanto dessa coisa de teatro, de música...
(Todos se entreolham; Mourão, que está visível para a plateia, mas não para Miss Jane, diz):
Mourão – Eu ainda gosto, meu amor.
Miss Jane – Vocês ouviram essa voz?
(Ninguém responde)
Mourão – Jane, você pode me ouvir?
(Nesse momento, Mourão surge para Miss Jane; todos se congelam; o tempo pára; apenas os
dois podem ser testemunhas do momento)
Miss Jane – Mourão? É você mesmo?
(A partir daí os dois começam a falar o texto como jovens, sem fazer voz de velho)
Mourão – Eu sabia que um dia você iria me ouvir. Eu sempre estive aqui, nunca te abandonei.
Miss Jane - Eu sempre senti sua presença. Mas está sendo difícil suportar a sua falta.
Mourão – Também sinto falta. Saudade das nossas conversas, das peças de teatro...
Miss Jane – Das nossas viagens! Lembra da nossa primeira visita a Paris?
Mourão – É claro que eu me lembro. Não te disse que você era um anjo?
Miss Jane – Disse!
Mourão – O tempo só serviu pra confirmar o que eu te disse naquele dia. Percebe, Jane? Quanta
coisa boa a gente tem pra lembrar? Não deixe a tristeza da nossa breve separação te abalar.
Enquanto isso confie na Conchita e nos seus amigos, eles vão salvar a nossa mansão, querida.
Miss Jane – Eu sei disso, mas eu tenho tanta coisa pra te contar. Ontem eu fui...
Mourão – Agora eu preciso partir. Finalmente eu posso partir em paz. Mas vou estar sempre,
sempre te olhando meu amor.
Miss Jane – Mourão, não passará um dia sem que eu lembre de você!!!
Mourão – Eu também jamais te esquecerei!!
(Coreografia Final)
FIM
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