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07/10/2021 15:30 Limites - parte 1

3.1 Objetivos

Nesse tópico, você aprenderá a expressar algebricamente a definição de limite de uma função de uma maneira intuitiva; enunciar e aplicar os
teoremas de limites; calcular limites laterais; resolver exercícios de limites quando ocorrer um tipo de indeterminação; identificar e calcular
limites no infinito e limites infinitos. Bem como, calcular limites através dos limites fundamentais e analisar a continuidade de uma função.

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3.2 Noção intuitiva

A concepção de limite sempre esteve presente nos avanços do Cálculo Diferencial e Integral. O desenvolvimento do cálculo foi estimulado por
dois problemas geométricos: determinação da reta tangente a uma curva e o cálculo de áreas de figuras planas. Estes dois problemas
requerem, como alicerce, o conceito de limite. Na verdade, todos os conceitos envolvidos no Cálculo estão alicerçados no conceito de limite.
Portanto, será o referencial teórico para o estudo de todos os conteúdos de Cálculo.

Conceitos do tipo limite são utilizados frequentemente no pensamento “não-matemático” em diálogos do dia-a-dia. Por exemplo, a produtividade
máxima teórica de uma máquina ou de uma fábrica é um limite. O qual representa o desempenho ideal (ou limitante), que nunca é atingido na
prática, mas que pode ser aproximado arbitrariamente. Esta mesma ideia aplica-se ao desempenho de qualquer dispositivo mecânico ou
eletrônico, para o qual os engenheiros podem calcular um desempenho (ou limitante). Ela também se aplica, por exemplo, aos lucros sob
condições ideais, à quilometragem de gasolina sob condições e operações ideais, e assim por diante. Da mesma forma, existem limites
inferiores de custo, desgaste desperdício, e assim por diante.

Para responder esta pergunta, observe os exemplos de sequências numéricas:

Figura 1

perceba que os números aproximam-se cada vez mais de zero.

Dizemos que x tende a zero e escrevemos x → 0 .

Figura 2

Já na sequência apresentada na figura 2, os números crescem sem limitação, dizemos então que a sequência tende ao infinito e escrevemos
x → +∞ .

Agora vamos discutir o conceito de tendência no contexto das funções.

Exemplo 1: O que acontece com f (x ) = x


2
+ 3 quando x aproxima-se de 3?

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Figura 3

Tabela 1: Apresenta valores arbitrários de x e sua correspondência com f (x )

Solução

Perceba através da Tabela 1 e do gráfico apresentado na Figura 3, que, quando x aproxima-se de 3, tanto pela direita, quanto pela esquerda,
os valores de f (x ) ficam mais próximos de 12.

Dizemos que o limite de f (x ) = x


2
+ 3 é 12, quando x tende a 3 e denotamos por:

2
limx →3 (x + 3) = 12

Exemplo 2: Considerando a função do Exemplo 1 f (x ) = x


2
+ 3 , pergunta-se: o que acontece com os valores de f (x ) , quando x cresce
indefinidamente?

Solução

Utilizando a Tabela 2 de valores temos:

Tabela 2: Apresenta valores arbitrários de x e sua correspondência com f (x ) .

Dizemos então que quando x tende ao infinito, os valores de f (x ) também tendem ao infinito, e escrevemos:

2
limx →∞ (x + 3) = +∞

Perceba a validade do resultado no gráfico do Exemplo 1.

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Exemplo 3: Uma empresa de confecção estima que uma funcionária do setor de costura, em treinamento por x dias,tem sua capacidade de produção, de p
peças por dia, dada por
2
30x
p (x ) =
2 +2x +7
x

Nessas condições, mesmo após longo treinamento, qual será a produção diária máxima?
Solução
Nota-se pela tabela abaixo que à medida que aumentamos o número x de dias de treinamento os valores de p(x ) se estabilizam próximos a 30.

x 5 10 20 30 50 80 100 150 300

p(x ) 17,86 23,62 26,84 27,92 28,77 29,23 29,39 29,6 29,8

Portanto, após longo treinamento a funcionária será capaz de produzir 29 peças por dia, como pode ser verificado no gráfico abaixo:

Exemplo 4: Analise o comportamento da função f (x ) =


1
, quando x aproxima-se de zero.
x

Solução

Observa-se que quando aproximamo-nos de 0 pela direita, o gráfico da função "cresce ilimitadamente" sem aproximar-se de um valor particular,
neste caso dizemos então que quando x tende à zero pela direita, os valores de f (x ) tendem ao infinito positivo, e escrevemos:

1
lim x →0 + = +∞
x

Aproximando-se de zero pela esquerda, o gráfico da função "decresce ilimitadamente'' e tampouco se aproxima de um valor em particular, neste
caso dizemos então que quando x tende à zero pela esquerda, os valores de f (x ) tendem ao infinito negativo, e escrevemos:

1
lim x →0 − = −∞
x

Os limites calculados no exemplo são chamados limites laterais, e serão discutidos posteriormente de maneira detalhada.

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Figura 4

sin(x )
Exemplo 5: Analise o comportamento de limx →0
x

Solução

sin(x )
A função f (x ) =
x
, não está definida em x = 0 , mas isso não interfere no limite, com a utilização da calculadora ajustada em radianos
obtemos a Tabela 3:

Tabela 3: Apresenta valores arbitrários de x e sua correspondência com f (x ) .

sin(x ) sin(x )
a qual sugere que limx →0 x
= 1 e este resultado, está em conformidade com o gráfico f (x ) =
x
, apresentada na Figura 5.

Figura 5

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3.3 Definição formal de limites

Para obtermos uma demonstração, no sentido matemático do termo, de uma afirmação envolvendo limites, torna-se necessário definir com rigor e precisão
o que significam expressões do tipo "a medida que x se aproxima de x0 , os valores de f (x ) se aproximam de L "ou " podemos tornar a diferença entre
f (x ) eL , em valor absoluto, tão pequena quanto quisermos, bastando para isso considerar x bastante próximo de x0 , sem no entanto nunca atingir esse

valor".

Na verdade o significado preciso de expressões do tipo acima, foi alvo de discussões acaloradas e acirradas entre os matemáticos, durante séculos. Foi
somente no final do século XIX que o matemático alemão Karl Weierstrass (1815-1897) formulou a definição de limite que usamos nos dias de hoje e que
apresentamos a seguir.

De um modo mais geral e preciso, seja ε um número positivo fixo qualquer. Não importa quão pequeno seja ε , podemos tornar a distância de f (x ) a
L menor que ε bastando para isso que x esteja suficientemente próximo de a ou, em linguagem matemática, sempre podemos determinar um número δ

positivo, tal que

A Figura 6 apresenta a definição:

Figura 6

Os pontos do gráfico de f (x ) que satisfazem a desigualdade |f (x ) − L| < ε são os pontos que estão entre as duas retas horizontais y = L − ε e
y = L + ε(ε > 0) (Por quê?). Da mesma forma, os pontos desse gráfico que satisfazem a desigualdade 0 < |x − a| < δ são aqueles que estão entre as

retas verticais x = a − δ e x = a + δ. Dessa maneira a definição de limite nos diz que: sendo dadas duas retas horizontais y = L − ε e
y = L + ε (ε > 0) é possível escolher duas retas verticais x = a − δ e x = a + δ (δ > 0) de tal maneira que todo ponto do gráfico de f (x ) que está

entre as duas verticais deve estar também entre as duas horizontais. (Observe animação da Figura 7).

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Figura 7

Observe que não importa quão próximas estejam as retas horizontais (isto é, quão pequeno seja ε ), sempre será possível determinar duas retas verticais tais
que todo ponto do gráfico de f (x ) que está entre as duas verticais deve estar também entre as duas horizontais.

Repare que, na seção anterior, ao estudarmos o limite quando tendia a de funções do tipo , essas funções não estavam definidas em
f (x )−f (x 0 )
x x0
x −x 0

x0 (reveja os exemplos 4 e 5 na seção anterior). Este é um importante aspecto do estudo de limites. Uma função não precisa estar necessariamente definida
no ponto a – o ponto não precisa pertencer ao domínio da função – para que possamos estudar o limite de f (x ) em a , nem tampouco importa o seu valor
nesse ponto, exige-se tão somente que a função f esteja definida em alguma vizinhança restrita de a , isto é, em um conjunto obtido de um intervalo aberto
contendo a , excluindo-se esse ponto. Por exemplo, para estudar o limx →a f (x ) basta que f esteja definida em intervalos abertos do tipo (a − 0, 5; a) e
(a; a + 0, 5) ou (a − 0, 1; a) e (a; a + 0, 1) ou equivalentes.

Exemplo 1: Vamos usar a definição acima para provar rigorosamente que lim x →3 (3x − 4) = 5 .

Solução

Para isso é preciso descobrir um modo de determinar um valor de δ que torne a implicação |f (x ) − L| < ε existente na definição de limite verdadeira qualquer
que seja o valor de ε dado. O método de determinar δ , depende da função f , e dos valores de a e de L .

Dado ε > 0 deve-se obter um δ > 0 tal que se 0 < |x − a| < δ então |f (x ) − L| < ε ou seja, substituindo f (x ) ,
= 3x − 4 a = 3 eL = 5

se 0 < |x − 3| < δ então 0 < |(3x − 4) − 5| < ε .

Assim, o exame da desigualdade envolvendo ε proporciona uma condição para a escolha de δ . Devemos desenvolver |(3x − 4) − 5| buscando obter algo
semelhante a |x − 3| para usarmos a hipótese de que 0 < |x − 3| < δ .

As seguintes desigualdades são equivalentes:

|(3x − 4) − 5| < ε

|(3x − 9)| < ε

Colocando o número 3 em evidência

|3 (x − 3)| < ε

Das propriedades de módulos |3 (x − 3)| = |3| |3x − 9| = 3 |x − 3| segue

3 |x − 3| < ε

ε
|x − 3| <
3

Lembrando da hipótese 0 < |x − 3| < δ , a última desigualdade nos sugere a escolha do δ . Logo, δ =
ε

3
.

Podemos perceber então que, qualquer que seja o número ε > 0 dado inicialmente, basta escolher δ =
ε

3
para obtermos as desigualdades desejadas. Este
exemplo ilustra também o fato de que o número δ é, em geral, escolhido em função do número ε . Por fim, prova que limx →3 (3x − 4) = 5 .

Para ilustrar a demonstração acima, tomemos ε = 3 então teremos δ =


3
= 1 , representando graficamente:
3

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−−−−

Exemplo 2: (THOMAS, 2002, p.91): Para o limite limx →5 √x − 1 = 2 , determine um δ > 0 que sirva para ε = 1 , ou seja, um δ > 0 tal que, para todo x ,
−−−−

0 < |x − 5| < δ ⇒ |√x − 1 − 2| < 1

Solução:
Para determinar δ > 0 , devemos começar pensando no que queremos ao final do exercício.
−−−−
− −−−−

Queremos sempre que 0 < |x − 5| < δ . Assim, devemos começar resolvendo a inequação |√x
|√x − 1 − 2| < 1 − 1 − 2| < 1 , para obtermos pistas
sobre δ .
Usando as propriedades de módulo, podemos escrever:
−−−−
− −−−−
− −−−−

|√x − 1 − 2| < 1 ⇔ −1 < √x − 1 − 2 < 1 ⇔ 1 < √x − 1 < 3

Elevando todos os termos ao quadrado, nessa última inequação simultânea:


1 < x − 1 < 9

o que nos leva a


2 < x < 10

isto é, x ∈ (2, 10)


Agora, vejamos que informações esse resultado nos fornece em termos de δ .
−− −−−
Queremos um δ tal que 0 < |x − 5| < δ ⇒ |√x − 1 − 2| < 1
0 < |x − 5| < δ significa encontrar um intervalo em torno de x = 5 , então, devemos pensar em um δ tal que 5 − δ < x < 5 + δ , isto é tal que

x ∈ (5 − δ, 5 + δ), o qual deve estar contido no intervalo (2, 10) . A distância do 5 em relação a 2, é de 3 unidades, e a distância do 5 em relação ao 10 é de

5 unidades, então tomando δ = 3 (ou um número positivo menor que 3), teremos (5 − δ, 5 + δ) ⊂ (2, 10) .
−−−−−
Isto é, tomando 0 < |x − 5| < 3 teremos |√x − 1 − 2| < 1.

Exemplo 3: Provando que lim x →4 (x


2
) = 16 .

Solução

Partindo da definição de limites, dado ε > 0 precisamos obter um δ > 0 tal que ∣∣(x 2 ) − 16∣∣ < ε toda vez que tivermos 0 < |x − 4| < δ .

Da desigualdade que envolve ε , tem-se:

2

∣x − 16∣
∣ < ε

|x − 4| . |x + 4| < ε

Necessitamos agora substituir |x + 4| por um valor constante (k) para contornar a dificuldade encontrada na expressão |x − 4| . |x + 4| < ε , agora
determinando δ tal que:

k . |x − 4| < ε se 0 < |x − 4| < δ

Esta afirmativa pode ser reescrita como:

|x − 4| <
ε
se 0 < |x − 4| < δ
k

A qual pode ser satisfeita fazendo:

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ε
δ =
k

Supondo que k pode ser selecionado de tal forma que:

|x + 4| < ε

Neste caso,

|x − 4| . |x + 4| < ε se k . |x − 4| < ε

Para determinar k, arbitrariamente, propõe-se que 0 < δ ≤ 1 , e então, de 0 < |x − 4| < δ , tem-se as desigualdades equivalentes:

|x − 4| < 1

−1 < x − 4 < 1

\(3<x<5\\)

Somando 4 a todos os termos da desigualdade para podermos estimar x + 4 segue

7 < x + 4 < 9

Portanto, |x + 4| < 9 .

Assim, dado ε > 0 , podemos tomar K = 9 , logo:

ε ε
δ = =
k 9

ou menos, sujeito à restrição δ ≤ 1 . Dessa forma, pode-se tomar δ como mínimo entre ε

9
e 1, que à s vezes é escrito como δ = mi n (
ε

9
, 1) . Isto prova que
lim x →4 (x
2
) = 16 .

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MDK7D-5c87I

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3.4 Limites laterais

Consideremos o problema já discutido anteriormente:

“O que acontece com f(x)=x^2+3 quando x aproxima-se de 3?”

Por meio de uma tabela e também do gráfico dessa função, víamos que, quando x aproxima-se de 3 os valores de f(x) ficam próximos de 12, e
escrevemos que \lim_{x\rightarrow3}\left(x^2+3\right)=12. Note que, nesse caso, os valores de f(x) ficam próximos de 12 quando x tende a 3
tanto pela direita (valores maiores) quanto pela esquerda (valores menores). Dizemos, portanto, que esse limite é bilateral.

Contudo, algumas funções exibem comportamentos diferentes em cada um dos lados de um ponto a, e nesse caso é necessário distinguir se
x está próximo de a do lado direito ou do lado esquerdo, de modo que possamos examinar seu comportamento no limite.

Para examinar essa situação, consideremos a seguinte situação: o custo para enviar pelo correio
um impresso normal com peso. A tabela a seguir ilustra o preço P como função do peso x.

A tabela nos mostra, por exemplo, que para impressos com peso até 20g, o preço é R$0,80. Ou
seja, quando x se aproxima de 20 do lado esquerdo (ou seja, para valores menores ou iguais a
20), o valor da função preço é R$0,80. Já quando x se aproxima de 20 do lado direito (ou seja,
para valores maiores que 20), o valor da função preço é R$1,22. Denotamos esses limites
escrevendo:

\lim_{x\rightarrow20^-}P\left(x\right)=0,80 e \lim_{x\rightarrow20^+}P\left(x\right)=1,22

O símbolo “-“ é utilizado para representar um limite à esquerda (e “+” para representar um limite à direita).

Note que, no exemplo em questão, como são diferentes os limites laterais, não faz sentido falarmos no limite bilateral, ou seja,
\lim_{x\rightarrow20}P\left(x\right) não existe. Para que exista o limite bilateral de uma função f\left(x\right) em x=a, os valores de
f\left(x\right) devem tender a um número real L quando x tende a a, e esse número deve ser o mesmo, independentemente de x tender a a pela
esquerda ou pela direita.

Assim: Se f\left(x\right) é uma função e C e L são números reais, \lim_{x\rightarrow c}f\left(x\right)=L , se somente se, os limites pela
esquerda e pela direita forem iguais a L.

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Exemplo 1: O gráfico de uma função f\left(x\right) é dado. Para cada valor de x indicado, determine se existir:

i) o valor de f(x);

ii) os limites laterais;

iii) o limite bilateral.

a) x=-1

Solução

\begin{array}{l}i)\;\;f\left(-1\right)=2\\ii)\;\;\lim_{x\rightarrow-1^-}f\left(x\right)=-1,\;\;\lim_{x\rightarrow-1^+}f\left(x\right)=0\\iii)\;\;\lim_{x\rightarrow-
1}f\left(x\right)\;\;nao\;existe\end{array}

b) x=1

Solução

\begin{array}
{l}i)\;\;f\left(1\right)=2\\ii)\;\;\lim_{x\rightarrow1^-}f\left(x\right)=2,\;\;\lim_{x\rightarrow1^+}f\left(x\right)=+\infty\\iii)\;\;\lim_{x\rightarrow1}f\left(x\right)\;\;nao

c) x=2

Solução

\begin{array}
{l}i)\;\;f\left(2\right)\;\;nao\;existe\\ii)\;\;\lim_{x\rightarrow2^-}f\left(x\right)=1,\;\;\lim_{x\rightarrow2^+}f\left(x\right)=1\\iii)\;\;\lim_{x\rightarrow2}f\left(x\right

Exemplo 2: Utilizando limites laterais, explique porque não existe \lim_{x\rightarrow3}\frac{\left|x-3\right|}{x-3}.

Solução

Como \textstyle\left|x-3\right|=\left\{\begin{array}{l}-\left(x-3\right),\;se\;x<3\\x-3,\;se\;x\geq3\end{array}\right. temos que:

\lim_{x\rightarrow3^-}\frac{\left|x-3\right|}{x-3}=\lim_{x\rightarrow3}\frac{-\left(x-3\right)}{x-3}=\lim_{x\rightarrow3}\left(-1\right)=-1 e
\lim_{x\rightarrow3^+}\frac{\left|x-3\right|}{x-3}=\lim_{x\rightarrow3}\frac{x-3}{x-3}=\lim_{x\rightarrow3}\left(1\right)=1, ou seja, os limites laterais
são diferentes.

Exemplo 3: Determine, se existir, \lim_{x\rightarrow2}f\left(x\right), com f\left(x\right)=\left\{\begin{array}{l}3-x,\;\;se\;x\leq2\\3x-


x^2,\;\;se\;x>2\end{array}\right..

Solução

Para x\leq2, temos que f\left(x\right)=3-x. Logo, \lim_{x\rightarrow2^-}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow2}3-x. Como esse limite não envolve
indeterminações, pode ser resolvido por substituição direta (Isso você verá com mais detalhes em Propriedades Operatórias de Limites).
Assim temos: \lim_{x\rightarrow2^-}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow2}(3-x)=3-2=1.

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Para x>2, temos que f\left(x\right)=3x-x^2. Logo, \lim_{x\rightarrow2^+}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow2}(3x-x^2). Esse limite também não
envolve indeterminações e pode ser resolvido por substituição direta: \lim_{x\rightarrow2^+}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow2}(3x-x^2)=3.2-2^2=6-
4=2.

Como \lim_{x\rightarrow2^-}f\left(x\right)\neq\lim_{x\rightarrow2^+}f\left(x\right), concluímos que \lim_{x\rightarrow2}f\left(x\right) não existe.

Exemplo 4: Determine, se existir, \lim_{x\rightarrow0}f\left(x\right), com f\left(x\right)=\left\{\begin{array}{l}\frac{\sqrt{x+1}-1}x,\;x>0\\\frac{x^5-x}


{x^2-2x},\;x<0\\-\frac12,\;x=0\end{array}\right..

Solução

Calculando os limites laterais, ficamos com \lim_{x\rightarrow0^+}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow0^+}\frac{\sqrt{x+1}-1}x. Como esse limite


envolve uma indeterminação (não podemos usar substituição direta pois obteríamos uma divisão por 0), então, racionalizamos o numerador
para eliminar a indeterminação, ficando com:

\lim_{x\rightarrow0^+}\frac{\left(\sqrt{x+1}-1\right)\left(\sqrt{x+1}+1\right)}{x\left(\sqrt{x+1}+1\right)}=\lim_{x\rightarrow0^+}\frac{\left(x+1-1\right)}
{x\left(\sqrt{x+1}+1\right)}=\lim_{x\rightarrow0^+}\frac x{x\left(\sqrt{x+1}+1\right)}=\lim_{x\rightarrow0^+}\frac1{\sqrt{x+1}+1}.

Agora podemos resolver o limite por substituição direta, ficando com:

\lim_{x\rightarrow0^+}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow0^+}\frac1{\sqrt{x+1}+1}=\frac1{\sqrt{0+1}+1}=\frac1{1+1}=\frac12.

Então, vamos calcular o limite à esquerda. Esse limite também envolve uma indeterminação (não podemos usar substituição direta pois
obteríamos uma divisão por 0), então; fatorando numerador e denominador para tentar eliminar a indeterminação temos:

\lim_{x\rightarrow0^-}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow0^-}\frac{x^5-x}{x^2-2x}=\lim_{x\rightarrow0^-}\frac{x\left(x^4-1\right)}{x\left(x-
2\right)}=\lim_{x\rightarrow0^-}\frac{x^4-1}{x-2}=

\frac{0-1}{0-2}=\frac12

Como \lim_{x\rightarrow0^+}f\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow0^-}f\left(x\right)=\frac12, concluímos que o limite bilateral


\lim_{x\rightarrow0}f\left(x\right)=\frac12. Note que esse limite existe, mesmo sendo seu valor diferente do valor da função em x=0.

Em alguns casos, quando a função não está definida por várias sentenças, ou não temos o gráfico da função, temos que utilizar uma mudança
de variável inserindo o incremento h(x) para encontrar os limites laterais.

Isto é:

Exemplo 5: Calcule por mudança de variáveis os limites laterais à esquerda e à direita respectivamente, da função f\left(x\right)=2x^2-4, no
ponto x=2.

Solução
Para calcular o limite a esquerda \lim_{x\rightarrow2-}(2x^2-4) fazemos x=2-h, com h\rightarrow0:

\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow2-}(2x^2-4)=\lim_{h\rightarrow0}2\left(2-h\right)^2-4\\=\lim_{h\rightarrow0}2\left(4-
4h+h^2\right)-4\\=\lim_{h\rightarrow0}8-8h+2h^2-4\\=\lim_{h\rightarrow0}4-8h+2h^2\\=4\end{array}

E para calcular o limite a direita \lim_{x\rightarrow2+}(2x^2-4) fazemos x=2+h, com h\rightarrow0:

\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow2+}(2x^2-4)=\lim_{h\rightarrow0}2\left(2+h\right)^2-
4\\=\lim_{h\rightarrow0}2\left(4+4h+h^2\right)-4\\=\lim_{h\rightarrow0}8+8h+2h^2-4\\=\lim_{h\rightarrow0}4+8h+2h^2\\=4\end{array}

Note que os limites laterais são iguais a 4, logo, podemos afirmar que o limite bilateral \lim_{x\rightarrow2}(2x^2-4)=4.

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3.5 Propriedades operatórias dos limites

Nas discussões anteriores, você teve a oportunidade de entender o comportamento de uma função \(f(x)\) próximo de um ponto \(a\). Utilizou,
para isso, de algumas maneiras de estudar este comportamento, tais como, tabela de valores, gráfico da função \(f(x)\), ou mesmo a definição
usando \(\varepsilon\) e \(\delta\). Todos os métodos são bastante eficientes, mas um tanto cansativos.

Muitas funções do Cálculo podem ser obtidas como somas, diferenças, produtos, quocientes e potências de funções simples. Introduziremos
propriedades que podem ser usadas para simplificar as funções mais elaboradas sem a necessidade de utilizar \(\varepsilon\) e \(\delta\) para
demonstrar o limite.

Então:

1. Regra da Soma: O limite da soma ou diferença de duas funções é a soma de seus limites, isto é,

\(\lim_{x\rightarrow x_0}\left[f\left(x\right)\pm g\left(x\right)\right]=\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)\pm\lim_{x\rightarrow x_0}g\left(x\right)=L\pm


M\)

Exemplo 1: Calcular \(\lim_{x\rightarrow2}\left(x^4+x^2-x\right)\)

Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow2}\left(x^4+x^2-x\right)\\=\lim_{x\rightarrow2}x^4+\;\lim_{x\rightarrow2}x^2-
\lim_{x\rightarrow2}x\\=\left(2\right)^4+\left(2\right)^2-2\\=16+4-2\\=18\end{array}\)

2. Regra do Produto: O limite do produto de duas funções é o produto de seus limites, isto é,

\(\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right).g\left(x\right)=\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right).\lim_{x\rightarrow x_0}g\left(x\right)=LM\)

Exemplo 2: Calcular \(\lim_{x\rightarrow0}x\cos\left(x\right)\)

Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow0}x\cos\left(x\right)\\=\lim_{x\rightarrow0}x.\lim_{x\rightarrow0}\cos\left(x\right)\\=0.1\\=0\end{array}\)

3. Regra da Multiplicação por Constante: O limite de uma constante multiplicada pela função é a constante multiplicada pelo limite da
função, isto é,

\(\lim_{x\rightarrow x_0}c.f\left(x\right)=c.\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)=cL\)


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Em particular, seja \(k\) uma constante temos

\(\lim_{x\rightarrow x_0}k=k\)

Exemplo 3: Calcular \(\lim_{x\rightarrow2}4x\)

Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow2}4x\\=\lim_{x\rightarrow2}4.\lim_{x\rightarrow2}x\\=4.2\\=8\end{array}\)

Exemplo 4: Calcular \(\lim_{x\rightarrow2}5\)

Solução

\(\lim_{x\rightarrow2}5=5\)

4. Regra do Quociente: O limite do quociente de duas funções é o quociente de seus limites, desde que o limite do denominador seja
diferente de zero, isto é,

\(\lim_{x\rightarrow x_0}\frac{f\left(x\right)}{g\left(x\right)}=\frac{\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)}{\lim_{x\rightarrow x_0}g\left(x\right)}=\frac


LM\;\left(\lim_{x\rightarrow x_0}g\left(x\right)\neq0,M\neq0\right)\)

Exemplo 5:

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^2+3}{x+1}\\=\frac{\lim_{x\rightarrow1}\left(x^2+3\right)}
{\lim_{x\rightarrow1}\left(x+1\right)}\\=\frac{\lim_{x\rightarrow1}x^2+\lim_{x\rightarrow1}3}
{\lim_{x\rightarrow1}x+\lim_{x\rightarrow1}1}\\=\frac{\left(1\right)^2+3}{1+1}\\=\frac{1+3}2\end{array}\)

5. Regra da Potenciação: O limite de uma potência racional de uma função é a potência do limite da função, desde que a última seja
um número real, isto é,

\(\lim_{x\rightarrow x_0}\left[f\left(x\right)\right]^n=\left[\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)\right]^n=L^n\), para qualquer inteiro positivo n;

Exemplo 6: Calcular o limite \(\lim_{x\rightarrow3}\sqrt{2+x}\)

Considere: \(\lim_{x\rightarrow x_0}\sqrt[n]{f\left(x\right)}=\sqrt[n]{\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)}=\sqrt[n]L\) se \(\lim_{x\rightarrow


x_0}f\left(x\right)>0\) e n inteiro ou se \(\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)\leq0\) e n é um inteiro positivo ímpar.

Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow3}\sqrt{2+x}\\=\sqrt{\lim_{x\rightarrow3}\left(2+x\right)}\\=\sqrt{2+3}\\=\sqrt5\end{array}\)

Exemplo 7: Calcule \(\lim_{x\rightarrow3}x^2\)

Considere: \(\lim_{x\rightarrow x_0}\left(f\left(x\right)\right)^{g\left(x\right)}=\left[\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)\right]^{\lim_{x\rightarrow


x_0}g\left(x\right)}=L^M\)

Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow3}x^2\\=\left[\lim_{x\rightarrow3}x\right]^2\\=3^2\\=9\end{array}\)

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Exemplo 8: Calcule \(\lim_{x\rightarrow3}\left(\log2x\right)\)

Considere:\(\lim_{x\rightarrow x_0}\log_bf\left(x\right)=\log_b\left[\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)\right]=\log_b\left(L\right)\) se \


(\lim_{x\rightarrow x_0}f\left(x\right)>0\)

Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow3}\left(\log2x\right)\\=\log\left(\lim_{x\rightarrow3}2x\right)\\=\log\left(6\right)\end{array}\)

Exemplo 9: Calcule \(\lim_{x\rightarrow\frac{\pi}2}\left(\sin\left(x\right)\right)\).

Considere: \(\lim_{x\rightarrow x_0}\sin\left(f\left(x\right)\right)=\sin\left[\lim_{x\rightarrow a}f\left(x\right)\right]=\sin\left(L\right)\)

Solução

\(\begin{array}
{l}\lim_{x\rightarrow\frac{\pi}2}\left(\sin\left(x\right)\right)\\=\sin\left(\lim_{x\rightarrow\frac{\pi}2}x\right)\\=\sin\left(\frac{\pi}2\right)\\=1\end{array}\)

Vejamos agora o teorema do confronto (também conhecido por “teorema do sanduíche”):

Exemplo 10: Calcule \(\lim_{x\rightarrow0}x^2\sin\left(\frac1x\right)\).

Solução

Sabemos que a função seno é uma função limitada, ou seja, \(-1\leq\sin\left(\frac1x\right)\leq1\).

Como \(x^2\geq0,\forall x\in\mathbb{R}\) podemos multiplicar essa inequação por \(x^2\), sem alterar a desigualdade. Teremos então:

\(-x^2\leq x^2\sin\left(\frac1x\right)\leq x^2\)

Assim, tomando \(g\left(x\right)=-x^2\) e \(h\left(x\right)=x^2\), como

\(\lim_{x\rightarrow0}-x^2=\lim_{x\rightarrow0}x^2=0\),
Pelo teorema do confronto podemos afirmar que

\(\lim_{x\rightarrow0}x^2\sin\left(\frac1x\right)=0\)

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Vamos apresentar para você alguns problemas resolvidos indicando o caminho para sua resolução.

Até o momento, calculamos limites do quociente entre duas funções aplicando a regra do quociente, veja o exemplo resolvido, \
(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^2+3}{x+1}=2\). Utilizando a regra do quociente, você notou que não houve nenhuma dificuldade para encontrar o
valor do referido limite, mas podem ocorrer situações em que você usando de forma errônea essa regra e encontre \(\frac00\) ou \(\frac c0\) e
cuidado quando isto ocorrer o limite nunca é \(\frac00\) ou \(\frac c0\), pois \(\frac00\) ou \(\frac c0\) não são número algum, neste caso, o que
fazer? É o que iremos discutir a seguir.

Considerando \(f(x)\) e \(g(x)\) funções tais que \(\textstyle\lim_{x\rightarrow0}f\left(x\right)=0\) e \(\textstyle\lim_{x\rightarrow0}g\left(x\right)=0\). A


princípio, nada se pode afirmar sobre o

\(\textstyle\lim_{x\rightarrow0}\frac{f\left(x\right)}{g\left(x\right)}=\frac{\lim_{x\rightarrow0}f\left(x\right)}{\lim_{x\rightarrow0}g\left(x\right)}=\frac00\)

Dependendo das funções \(f(x)\) e \(g(x)\) o limite pode assumir qualquer valor real ou não existir. Diz-se que \(\frac00\) é uma indeterminação, ou
um símbolo de indeterminação. Para um melhor entendimento, acompanhe os exemplos abaixo.

Lembre que ao calcular limites de funções, aplicando as regras e proposições discutidas, você pode chegar a outras expressões cujo
significado, ou valor, não é determinado. Ao todo são sete as indeterminações:

\(\textstyle\frac00,\;\frac\infty\infty,\;0.\infty,\;\infty-\infty,\;0^0,1^\infty\;e\;\infty^0\)

Vamos então calcular alguns limites.

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Exemplo 11: Calcular \(\textstyle\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^2-1}{x-1}\)

Solução

Usando as propriedades, tem-se:

\(\textstyle\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^2-1}{x-1}\\=\frac{1^2-1}{1-1}\\=\frac00\end{array}\)

A primeira dedução que se tira precipitadamente é que \(\textstyle\frac00=0\) o que não é verdade.

Neste caso apresentado, a substituição direta não deve ser realizada, pois de acordo com a regra do quociente de limites, o limite do
denominador deve ser diferente de zero, o que não é o caso. Necessita-se então de uma fatoração:

Observe que \(1\) é uma raiz do polinômio \(x-1\) que aparece no denominador, então tentamos fatorar o numerador dividindo-o por \(x-1\) ,
assim

Voltando ao limite temos então:

\(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^2-1}{x-1}\)

\(\textstyle\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow1}\frac{\left(x-1\right).\left(x+1\right)}{x-1}\\=\lim_{x\rightarrow1}\left(x+1\right)\\=1+1\\=2\end{array}\)

Perceba que \(\frac00\) pode ser qualquer coisa, neste caso específico valeu 2, este tipo de expressão é chamada de indeterminação.

Exemplo 12: Calcular \(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^3-4x^2-7x+10}{x^2+2x-3}\).

Solução

Observe que \(1\) é uma raiz do polinômio \(x^2+2x-3\) que aparece no denominador, então tentamos fatorar o numerador e o denominado
dividindo-os por \(x-1\), assim

e para o denominador

Voltando ao limite, temos então:

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow1}\frac{x^3-4x^2-7x+10}{x^2+2x-3}\\\lim_{x\rightarrow1}\frac{\left(x-1\right).\left(x^2-3x-10\right)}{\left(x-
1\right).\left(x+3\right)}\\=\lim_{x\rightarrow1}\frac{\left(x^2-3x-10\right)}{\left(x+3\right)}\\=\frac{1-3-10}{3+1}\\=\frac{-12}4\\=-3\end{array}\)

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Exemplo 13: Calcular \(\lim_{x\rightarrow4}\frac{\sqrt{x+12}-4}{x-4}\)

Solução

Novamente temos uma indeterminação do tipo \(\frac00\). Para este exemplo, aplica-se a racionalização do numerador, ou seja, multiplicamos o
numerador e o denominador pelo conjugado.

Lembrando que o conjugado de uma expressão do tipo \(\sqrt{x+a}+b\) é dado por \(\sqrt{x+a}-b\).

Perceba que foi realizada a troca do sinal entre os termos da expressão. Logo, para a expressão em tela, o conjugado de \(\sqrt{x+12}-4\) é \
(\sqrt{x+12}+4\). Assim:

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow4}\frac{\sqrt{x+12}-4}{x-4}\\=\lim_{x\rightarrow4}\frac{\left(\sqrt{x+12}-4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}{\left(x-
4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}\\=\lim_{x\rightarrow4}\frac{\left(\sqrt{x+12}-4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}{\left(x-
4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}\\=\lim_{x\rightarrow4}\frac{\left(\sqrt{x+12}\right)^2-4^2}{\left(x-
4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}\\=\lim_{x\rightarrow4}\frac{x+12-16}{\left(x-4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}\\=\lim_{x\rightarrow4}\frac{x-4}
{\left(x-
4\right).\left(\sqrt{x+12}+4\right)}\\=\lim_{x\rightarrow4}\frac1{\left(\sqrt{x+12}+4\right)}\\=\frac1{\left(\sqrt{4+12}+4\right)}\\=\frac1{\left(\sqrt{16}+4\right)}

Exemplo 14: Calcular \(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x-1}{\sqrt x-1}\)


Solução
Neste exemplo utilizaremos novamente a racionalização para remover a indeterminação:

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow1}\frac{x-1}{\sqrt x-1}\\=\lim_{x\rightarrow1}\frac{\left(x-1\right)\left(\sqrt x+1\right)}


{\sqrt{x^2}-1^2}\\=\lim_{x\rightarrow1}\frac{\left(x-1\right).\left(\sqrt x+1\right)}{\left(x-1\right)}\\=\lim_{x\rightarrow1}\sqrt
x+1\\=\sqrt1+1\\=2\end{array}\)

Exemplo 15: Calcular \(\lim_{x\rightarrow7}\frac{\sqrt x-\sqrt7}{x-7}\)


Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow7}\frac{\sqrt x-\sqrt7}{x-7}\\=\lim_{x\rightarrow7}\frac{\left(\sqrt x-7\right)\left(\sqrt x+\sqrt7\right)}{\left(x-


7\right).\left(\sqrt x+\sqrt7\right)}\\=\lim_{x\rightarrow7}\frac{\left(\sqrt{x^2}-\sqrt{7^2}\right)}{\left(x-7\right).\left(\sqrt
x+\sqrt7\right)}\\=\lim_{x\rightarrow7}\frac{\left(x-7\right)}{\left(x-7\right).\left(\sqrt x+\sqrt7\right)}\\=\lim_{x\rightarrow7}\frac1{\left(\sqrt
x+\sqrt7\right)}\\=\frac1{\left(\sqrt7+\sqrt7\right)}\\=\frac1{2\sqrt7}\end{array}\)

Exemplo 16: Calcular \(\lim_{x\rightarrow0}\frac{\sqrt{x+9}-3}x\)


Solução

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow0}\frac{\sqrt{x+9}-3}x\\=\lim_{x\rightarrow0}\frac{\left(\sqrt{x+9}-3\right).\left(\sqrt{x+9}+3\right)}
{x.\left(\sqrt{x+9}+3\right)}\\=\lim_{x\rightarrow0}\frac{\sqrt{\left(x+9\right)^2}-3^2}{x.\left(\sqrt{x+9}+3\right)}\\=\lim_{x\rightarrow0}\frac{x+9-9}
{x.\left(\sqrt{x+9}+3\right)}\\=\lim_{x\rightarrow0}\frac
x{x\left(\sqrt{x+9}+3\right)}\\=\lim_{x\rightarrow0}\frac1{\sqrt{x+9}+3}\\=\frac1{\sqrt{0+9}+3}\\=\frac1{\sqrt9+3}\\=\frac16\end{array}\)

Exemplo 17: Calcular \(\lim_{x\rightarrow0}\frac{\left|x\right|}x\)


Solução
Neste exemplo utilizaremos a definição de módulo:
\(\left|x\right|=\left\{\begin{array}{lc}x,&se\;x\geq0\\-x,&se\;x<0\end{array}\right.\)
Assim, ao invés de calcularmos de imediato o limite bilateral \(\lim_{x\rightarrow0}\frac{\left|x\right|}x\), calcularemos primeiro os limites laterais \
(\lim_{x\rightarrow0+}\frac{\left|x\right|}x\) (para \(x\geq0\)) e \(\lim_{x\rightarrow0-}\frac{\left|x\right|}x\) (para \(x<0\))
\(\lim_{x\rightarrow0+}\frac{\left|x\right|}x=\lim_{x\rightarrow0+}\frac xx=\lim_{x\rightarrow0+}1=1\)
e
\(\lim_{x\rightarrow0-}\frac{\left|x\right|}x=\lim_{x\rightarrow0-}\frac{-x}x=\lim_{x\rightarrow0-}-1=-1\)
Como os limites laterais são diferentes, concluímos que o limite bilateral \(\lim_{x\rightarrow0}\frac{\left|x\right|}x\) não existe.

Exemplo 18: Calcular \(\lim_{x\rightarrow4}\frac{x-4}{\left|x-4\right|}\)


Solução
Da definição de módulo segue:
\(\begin{array}{l}\left|x-4\right|=\left\{\begin{array}{lc}x-4&se\;x-4\geq0\\-\left(x-4\right)&se\;x-4<0\end{array}\right.\\=\left\{\begin{array}{lcc}x-
4,&se\;x\geq4&\left(limite\;lateral\;direita\right)\\-\left(x-4\right),&se\;x<4&\left(limite\;lateral\;esquerda\right)\end{array}\right.\end{array}\)

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07/10/2021 15:30 Limites - parte 1

Calculamos agora os limites laterais


\(\lim_{x\rightarrow4+}\frac{x-4}{\left|x-4\right|}=\lim_{x\rightarrow4+}\frac{x-4}{x-4}=\lim_{x\rightarrow4+}1=1\)
e
\(\lim_{x\rightarrow4-}\frac{x-4}{\left|x-4\right|}=\lim_{x\rightarrow4-}\frac{x-4}{-\left(x-4\right)}=\lim_{x\rightarrow4+}-1=-1\)
Como os limites laterais são diferentes, concluímos que o limite bilateral \(\lim_{x\rightarrow4}\frac{x-4}{\left|x-4\right|}\) não existe.

Exemplo 19: Calcular \(\lim_{x\rightarrow5}\frac{\left|x-5\right|}{x^2-25}\)


Solução
Neste exemplo utilizaremos novamente a definição de módulos:
\(\left|x-5\right|=\left\{\begin{array}{lc}x-5&se\;x-5\geq0\\-\left(x-5\right)&se\;x-5<0\end{array}\right.\)
\(=\left\{\begin{array}{lcc}x-5&se\;x-5\geq0&(limite\;lateral\;direita)\\-\left(x-5\right)&se\;x-5<0&(limite\;lateral\;esquerda)\end{array}\right.\)
Calculamos agora os limites laterais
\(\lim_{x\rightarrow5+}\frac{\left|x-5\right|}{x^2-25}=\lim_{x\rightarrow5+}\frac{x-5}{\left(x-
5\right).\left(x+5\right)}=\lim_{x\rightarrow5+}\frac1{\left(x+5\right)}=\frac1{5+5}=\frac1{10}\)
e
\(\lim_{x\rightarrow5-}\frac{\left|x-5\right|}{x^2-25}=\lim_{x\rightarrow5-}\frac{\left(x-5\right)}{\left(x-5\right).\left(x+5\right)}=\lim_{x\rightarrow5-}\frac{-1}
{\left(x+5\right)}=\frac{-1}{5+5}=-\frac1{10}\)
Como os limites laterais são diferentes, concluímos que o limite bilateral \(\lim_{x\rightarrow5}\frac{\left|x-5\right|}{x^2-25}\) não existe.

Exemplo 20: Calcular \(\lim_{x\rightarrow8}\frac{\sqrt[3]x-2}{x-8}\)

Solução

Neste limite se você tentar utilizar a regra do quociente de limites (que não pode ser aplicado, pois o denominador tem limite 0), você chegará a
indeterminação \(\frac00\) . Neste caso transformamos a expressão cujo limite se quer calcular num quociente entre dois polinômios para
remover a indeterminação e para isto realizamos uma mudança de variável, escrevendo \(\textstyle\sqrt[3]x=u\).

De \(\textstyle\sqrt[3]x=u\) temos que \(\textstyle u=\sqrt[3]x=x^\frac13\) e elevando a igualdade a terceira potência vem \(\textstyle
u^3=\left(x^\frac13\right)^3=x\). Observe que, quando \(x\) tende para 8, \(u\) tende para 2, de fato, em \(\textstyle\sqrt[3]x=u\), faça \(x=8\) e terá
\(u=2\).

Assim, o limite dado passa de \(\textstyle\lim_{x\rightarrow8}\frac{\sqrt[3]x-2}{x-8}\) para \(\textstyle\lim_{u\rightarrow2}\frac{u-2}{u^3-8}\) ou \


(\lim_{x\rightarrow8}\frac{\sqrt[3]x-2}{x-8}=\lim_{u\rightarrow2}\frac{u-2}{u^3-8}\). Agora, a fatoração do denominador é obtida dividindo \
(\textstyle u^3-8\) por \(u-2\) cujo quociente é \(\textstyle u^2+2u+4\).

Então, \(\textstyle u^3-8=\left(u-2\right).\left(u^2+2u+4\right)\)

Logo,

\(\textstyle\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow}\frac{\sqrt[3]x-2}{x-8}\\=\lim_{u\rightarrow2}\frac{u-2}{u^3-8}\\=\lim_{u\rightarrow2}\frac{u-2}{\left(u-
2\right)\left(u^2+2u+4\right)}\\=\lim_{u\rightarrow2}\frac1{\left(u^2+2u+4\right)}\\=\frac1{4+4+4}\\=\frac1{12}\end{array}\)

Portanto,

\(\lim_{x\rightarrow8}\frac{\sqrt[3]x-2}{x-8}=\frac1{12}\)

Exemplo 21: Calcular \(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x-1}{x\sqrt x-1}\)


Solução
Neste exemplo também transformaremos a expressão cujo limite se quer calcular num quociente entre dois polinômios para removermos a indeterminação e
para isto realizaremos a mudança de variável \(x=u^2\).
De \(x=u^2\) temos que o denominador \(x\sqrt x=u^2\sqrt{u^2}=u^3\). Observe que, quando \(x\) tende para 1, \(u\) tende para 1, de fato, faça \(x=1\) em
\(x=u^2\) e em \(x\sqrt x=u^3\) e terá \(u=1\).
Assim, o limite dado \(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x-1}{x\sqrt x-1}=\lim_{x\rightarrow1}\frac{u^2-1}{u^3-1}\). Agora, a fatoração do denominador é obtida
dividindo o numerador e o denominador por \(u-1\).

Então, \(u^2-1=\left(u-1\right).\left(u+1\right)\) e \(u^3-1=\left(u-1\right).\left(u^2+u+1\right)\)


Logo,

\(\begin{array}{l}\lim_{x\rightarrow1}\frac{x-1}{x\sqrt x-1}\\=\lim_{u\rightarrow1}\frac{u^2-1}{u^3-1}\\=\lim_{u\rightarrow1}\frac{\left(u-

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07/10/2021 15:30 Limites - parte 1
1\right)\left(u+1\right)}{\left(u-1\right)\left(u^2+u+1\right)}\\=\lim_{u\rightarrow1}\frac{u+1}{u^2+u+1}\\=\frac{1+1}{1^2+1+1}\\=\frac23\end{array}\)

Portanto,

\(\lim_{x\rightarrow1}\frac{x-1}{x\sqrt x-1}=\frac23\)

http://univesptv.cmais.com.br/calculo/home/regras-de-calculo-de-limite

http://www.youtube.com/watch?v=PeCS7QSwX7A

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