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Cálculo Diferencial e Integral I
Professor: Álvaro Fernandes Serafim
a
ax
ln lim 1 25 .
x x
Qual o valor de a ?
George Polya
Limite e continuidade............................................................................................................. 3
Derivada................................................................................................................................... 22
A reta tangente.......................................................................................................................... 22
A reta normal............................................................................................................................ 25
A derivada de uma função num ponto......................................................................................25
Derivadas laterais...................................................................................................................... 26
Regras de derivação.................................................................................................................. 28
Derivada da função composta (Regra da cadeia)......................................................................30
Derivada da função inversa....................................................................................................... 32
Derivada das funções elementares............................................................................................ 33
Derivada da função exponencial............................................................................................... 33
Derivada da função logarítmica................................................................................................ 34
Derivada das funções trigonométricas...................................................................................... 34
Derivada das funções trigonométricas inversas........................................................................37
Tabela de derivadas.................................................................................................................. 39
Derivadas sucessivas................................................................................................................. 40
Derivada na forma implícita..................................................................................................... 42
Derivada de uma função na forma paramétrica........................................................................47
Diferencial................................................................................................................................ 51
Aplicações da derivada........................................................................................................... 53
A regra de L’Hospital............................................................................................................... 53
Interpretação cinemática da derivada........................................................................................ 55
Taxa de variação....................................................................................................................... 58
Análise gráfica das funções...................................................................................................... 61
Máximos e mínimos............................................................................................................. 61
Funções crescentes e decrescentes....................................................................................... 63
Critérios para determinar os extremos de uma função.........................................................65
Concavidade e inflexão........................................................................................................ 67
Assíntotas horizontais e verticais......................................................................................... 69
Esboço gráfico..................................................................................................................... 72
Problemas de otimização.......................................................................................................... 77
Álvaro Fernandes 2
Limite e continuidade
Exemplo 1. Se x 2 então
f 2 22 1 3 . Dizemos que a imagem de x 2 é o valor f 2 3 .
Graficamente:
x2 1
Considere agora uma outra função g x . Esta função está definida
x1
x 1 . Isto significa que não podemos estabelecer uma imagem quando x assume o valor 1.
g1 12 1
0
???
11 0
0
simboliza uma indeterminação matemática. Outros tipos de indeterminações matemáticas
0
serão tratados mais adiante.
Qual o comportamento gráfico da função g quando x assume valores muito próximos de 1, porém
diferentes de 1?
Álvaro Fernandes 4
Tabelas de aproximações
As tabelas de aproximações são utilizadas para aproximar o valor da imagem de uma
função (se existir) quando a variável x se aproxima de um determinado ponto.
Atribuindo a x valores próximos de 1, porém menores do que 1: (tabela A)
x 0 0,5 0,75 0,9 0,99 0,999 0,9999
g(x) 1 1,5 1,75 1,9 1,99 1,999 1,9999
Observemos que podemos tornar g(x) tão próximo de 2 quanto desejarmos, bastando
para isso tomarmos x suficientemente próximo de 1. De outra forma, dizemos:
1) Os dois tipos de aproximações que vemos nas tabelas A e B são chamados de limites laterais.
Quando x tende a 1 por valores menores do que 1 (tabela A), dizemos que x tende a 1 pela
esquerda, e denotamos simbolicamente por x 1 . Temos então que:
Quando x tende a 1 por valores maiores do que 1 (tabela B), dizemos que x tende a 1 pela
direita, e denotamos simbolicamente por x 1 . Temos então que:
3) O limite da função g(x) quando x se aproxima de 1, somente existe se os limites laterais são
iguais. Simbolicamente:
Será necessário sempre construir tabelas de aproximações para determinar o limite de uma função,
caso ele exista?
Álvaro Fernandes 5
0
Cálculo de uma indeterminação do tipo
0
0
Sempre que nos depararmos com uma indeterminação do tipo , deveremos simplificar* a
0
expressão da função envolvida. Logo após, calculamos o limite da função substituindo, na
expressão já simplificada, o valor de x.
* Para simplificar a expressão você deve utilizar fatoração, racionalização, dispositivo prático de
Briot-Ruffini para dividir polinômios, etc...
Observe que g1 que é uma indeterminação matemática! Quando a variável x está cada vez
0
0
mais próxima de 1, a função g está cada vez mais próxima de quanto? Devemos então simplificar a
expressão da função g e depois fazer a substituição direta.
x2 1 x 1x 1
x 1, x 1 Então:
g x
x1 x1
x 2
x 1x 1
1 1 1 2 .
x2 1
lim g x lim lim
lim x1 Logo, lim 2.
x1
x1 x x1 x1 x1
x1 x
1 1
Chegamos à mesma conclusão da análise feita pelas tabelas de aproximações, porém de uma forma
mais rápida e sistemática.
x2 1 x2 1
Vale lembrar que a expressão lim
2 significa que a função g x está
x1 x1 x1
tão próxima de 2 assim como x está suficientemente próximo de 1, porém diferente de 1.
Graficamente podemos verificar isso:
x2 1
Gráfico da função g x , x 1.
x1
Álvaro Fernandes 6
Álvaro Fernandes 7
x 0
Exemplo3. Determine lim (observe a indeterminação matemática ).
x1 1 0
x2
1
lim x1 x 1 x 1 x 1 1 1
lim .
lim lim x
x1 x2 x1 x 2 1
1 x1
x 1x 1 x1 x 1 1 4
1 x 1 x
Se você construir as tabelas de aproximações, constatará que g(x) está cada vez mais próximo de
1/4 a medida que x se aproxima de 1.
x3 8 0
Exemplo 4. Determine lim 2 (observe a indeterminação matemática ).
x2
3x 12 0
à L, isto é, lim f x lim f x L . Caso contrário, dizemos que o limite não existe, em
xa xa
símbolo lim f x .
xa
Se lim f x
e lim f x L , L1 L2 . Se o limite de uma função num ponto existe,
L 1
xa então
xa 2
então ele é único.
Se lim f x e
xa lim g x existem, e k é um número real qualquer, então:
xa
Álvaro Fernandes 8
f x lim f x
d) lim , lim g x 0 .
lim gx
xa
gx
xa
xa
xa
e) lim k k .
xa
Álvaro Fernandes 9
3x 2
Exemplo 5. Calcule lim usando as propriedades.
x2 6
2x 4
3x 2 3x 2 2 3 x2 2 3 lim x
2
3
lim lim 3 2 .
x2 6 x2 2x 2 2 24 4
lim x2 2 lim x 2
x2
2x 4
2 x2 x2
3x 2 6 3.22 6 12 6 6 3
Obteríamos este resultado substituindo diretamente: lim .
x2 2x 22 4 4 8 4
4 4
a) lim 4 x
2
x3 1
b) lim x 4x 3
2
c) lim 5x 5
x2 x1
2x x3 x2 x 6
d) lim 8 x3 x1
e) lim x 16
4
f) lim
x1 x 1
2 3
x2 4x x2 8x
1 x2 2 x 3 3 5 x
g) lim h) lim i) lim
x1 x 2 x x7 x 2 49 x4 1 5 x
x 2 1, x 0
a) f x , calcule: lim f x , lim f x e lim f x .
x 1, x
x1 x2 x0
0
x , x 2
2
b) g x , calcule: lim g x .
3, x 2 x2
4 x2 , x <1
c) h x , calcule: lim hx .
5 2x, x x1
1
2 x , x 0
Álvaro Fernandes 10
d) lx 1 x 2 , 0 x , calcule: lim lx, li lx, lim lx e lim l x .
2 m
x 0 x x x
2x 6 , x 2 2
Álvaro Fernandes 11
Limites infinitos
Quando resolvemos um limite e não encontramos como resposta valores numéricos, mas sim
infinito ( ou ), dizemos então que o limite é infinito.
x2 1
Exemplo 6. Calcule lim .
x1 x1
x2 1 0
Neste caso, quando fazemos a substituição de x por 1 na , =0.
expressão x1 2
encontramos
0
Esta não é uma situação especial. Sempre que na substituição de x ocorrer , k 0 , o resultado
k
do limite será sempre zero, naturalmente.
k
E se na substituição do valor de x ocorrer , k 0?
0
Vamos analisar esta situação num caso particular e depois formalizar uma regra.
1
Exemplo 7. Estude o seguinte limite: lim .
x0 x
Devemos analisar os limites laterais. Vamos recorrer às tabelas de aproximações:
Álvaro Fernandes 13
Regra (generalização)
k
Se no cálculo de um limite ocorrer uma situação do tipo , k 0 , então:
0
k k
, k 0 e , k 0.
0 0
k k
, k 0 e , k 0.
0 0
k
Desta tabela podemos perceber que 0. Se o denominador tende ao infinito com o
numerador constante, a razão se aproxima de zero. Como veremos agora.
Limites no infinito
Exemplo 8.
1
1 0 1 1 , na figura 2:
x 1
Na figura 1: lim lim
e na figura 3:
x
x
x
lim x 2 4 .
x
A tabela abaixo apresenta situações de soma e produto de infinitos que usaremos com freqüencia.
Álvaro Fernandes 14
Vale ressaltar ainda que, se n é um natural não nulo, então:
a) lim
3x b) lim 2
3x c) lim x 10
2
d) lim 2
x2
x5 x5 x2 x x6 x5 2x 10
x1 x x2
Expressões indeterminadas
0
Vimos que é uma expressão de indeterminação matemática. Também são:
0
,
0 1 , 00 e 0 .
, ,
Vamos analisar os quatro primeiros casos. Os outros serão tratados em capítulos posteriores.
A indeterminação do tipo .
a)
x 3 1
1
3 3
x1 13 lim x1 13
lim x x 1 0
x 1 lim x
li
x
m
5x 2 3 3 3 3
5 1 0
x
x
5x 2 1 x
51 lim 51 5
2 2
5x 2
5x x
5x
2 1 1 1
Álvaro Fernandes 15
2 x 1 2 1 2 lim 1 2
b) lim x lim x 1 0
x 1 lim x
x 1
0.
x x 4 x
x
4 1 x
2 1 2 1 1 0
x 1 3
x 1 3 lim x 1 3
x x x x
Álvaro Fernandes 16
1 1 1
6x2 1 6 1 lim 1
lim 6 x 2 6
x
c) lim 6 x 2 1 lim 6 x 2 2
6 x 6 1 0
1 1 3 1 2.
x 3x 2 x
3x 2 1 x 3 1
lim 1 3 1 0
x
3x
3x x
3x
Observamos que nas três situações analisadas as indeterminações do tipo produziram respostas
distintas (como era esperado, por isso que é indeterminação!) Você deve ter notado que para
resolver indeterminações deste tipo a idéia é colocar o termo de maior grau em evidência no
numerador e no denominador.
2x 3 1 x
a) lim b) lim x 3x x 2 2x 3
5 2
3 c) lim d) lim 2
4
x 5x x 1 x 2x 1 x 5x 3 x x 1 5x 2
A indeterminação do tipo -
a) lim
x x 2 x3 . b) lim 5x 2 x .
x
Podemos observar que estas expressões geram indeterminações do tipo - , mas não podemos
afirmar, a priori, o valor delas. Vejamos:
a) lim
x x5 x 3 2x . b) lim x 4 5x 6 .
x
A indeterminação do tipo 0
Álvaro Fernandes 18
Podemos observar que estas expressões geram indeterminações do tipo 0 , mas não podemos
afirmar, a priori, o valor delas. Vejamos:
a) lim
2
x 1 lim 2x
2
... Transformamos a indeterminação 0 em . Daí você
2
2
x3
x x x3
já sabe!
2x 2 2
... lim ... 0
x
x 3
.
... x 3x x x
lim 3x lim 3x lim lim 3 3 .
x x x x x x x x
a) lim
1
x 2 3. b) lim
2
x 2 25.
x x x5
x-5
O número e tem grande importância em diversos ramos das ciências, pois está presente
em vários fenômenos naturais, por exemplo: Crescimento populacional, crescimento de populações
de bactérias, desintegração radioativa (datação por carbono), circuitos elétricos, etc. Na área de
economia, é aplicado no cálculo de juros.
Foi o Matemático Inglês Jonh Napier (1550-1617) o responsável pelo desenvolvimento
da teoria logarítmica utilizando o número e como base. O número e é irracional, ou seja, não pode
ser escrito sob forma de fração, e vale aproximadamente:
e 2,7182818
f x ex Como o número e é encontrado em diversos fenômenos naturais, a função exponencial
é considerada uma das funções mais importantes da matemática, merecendo atenção
especial de cientistas de diferentes áreas do conhecimento humano.
1 x
Proposição: lim 1 e.
x
x
Álvaro Fernandes 19
A prova desta proposição envolve noções de séries. Utilizaremos o recurso das tabelas de
aproximações e gráfico para visualizar este resultado.
Álvaro Fernandes 20
Tabela
x 1 x
f x 1
x
100 2,7048..
1000 2,7169..
100.000 2,7182..
⁝ ⁝
x + f(x) e
Gráfico:
a) lim 1
5 4x
1 x . b) lim 1 3 .
x
x
x x
b)
Neste caso, usaremos uma mudança de variável...
Álvaro Fernandes 22
Conseqüências importantes do limite fundamental exponencial:
ax 1
i) lim 1 x e .
1
ii) lim lna, a 0 e a 1 .
x0 x x0
x
Atividades (grupo 9). Resolva os dois limites acima com as sugestões a seguir:
a) lim 1 2x .
1x
b) lim 3 x . ex 2 x
c) lim e 1 .
x
d) lim .
1
x0
x0 x x0 4x x0 x
A função f x
senx é par, isto é, f x f x , x 0 , pois
x
sen x senx senx
f x f x.
x x x
Se x 0 ou
x 0 , f x apresenta o mesmo valor numérico.
Tabela
x senx
f x x
0,1 0.9983341664683..
0,01 0.9999833334167..
0,001 0,9999998333333..
0,0001 0,9999999983333..
Álvaro Fernandes 23
0,00001 0,9999999999833..
-10 0,9999999999999..
10
⁝ ⁝
x0 f x 1
Álvaro Fernandes 24
senx
Visualizando o gráfico da função f x , podemos perceber também este resultado...
x
sen5x sen5x
5x 5x 5 x0
lim 5x 5 1 5
b) sen 5x lim .
lim
x0 sen3x x0 sen3x 3 sen3x 3 1 3
3x 3x lim
x0 3x
cosx 1 cosx 1 cosx 1 cos 2 x sen2 x
1
lim lim lim lim
xcosx 1 xcosx 1
c)
cosx 1
x x x
x x x
senx senx
lim 0
x0
x
1 x
cos 1 1 1 0 .
tgx senx 1
senx senx
d)
lim lim 1 1 1.
x lim lim lim
xcosx cosx cosx
x0
x0 x0 x x0 x x0 1
1
Álvaro Fernandes 25
a) lim sen4 x . b)
1 cosx 2e x 6 senx 6 x senx
lim . 2 d) lim .
c) lim .
3x 2x 3senx
x0 2
x0 x x0
3x x0
Álvaro Fernandes 26
Funções limitadas
Definição: Uma função y f x é chamada limitada, se existe uma constante k * , tal que
f x k ,x D f , isto é k f x k ,x D f . Em outras palavras, y f possui o
, x
conjunto imagem contido num intervalo de extremos reais.
Proposição: Se
lim f x 0 g x é uma função limitada, lim f x.gx 0 .
xa xa
ou e então ou
x x
Exemplo 15.
Álvaro Fernandes 27
Observe que as oscilações vão reduzindo a sua amplitude quando x . O resultado do limite
permanece o mesmo se x .
Álvaro Fernandes 28
b) Calcule lim cosx .
x x
Solução: de forma análoga...
1
lim cosx lim cosx 0 .
x x x x
Observe que, da mesma forma que a função anterior, as oscilações vão reduzindo a sua amplitude
quando x . O resultado do limite permanece o mesmo se x .
x1
c) Calcule lim cosx.
x
2 x
1
x1
lim x1 (Por quê?) e cos
Logo,x é uma função limitada. lim cosx 0 .
0
2x x 1 x2
x 1
x1
Gráfico da função f x x 2 1 cosx:
lim f x f x0 .
x
x0
Exemplo 16. A função do exemplo 1 (pág. 3) é contínua no ponto x0 2 , pois
lim f x f 2 3 . Na verdade esta função é contínua em , isto é, em todos os pontos da reta
x2
(do seu domínio).
Exemplo 17. Algumas funções que não são contínuas no ponto x0 :
a) b) c)
Pois...
a) não existe lim f x , apesar de f x0 existir, neste caso f x0 L ;
x
x0
b) existe
lim f x , isto é lim f x L1 . Existe f x0 , neste caso f x0 L2 , mas
x x
x0 x0
Exemplo 18. Verifique se as funções abaixo são contínuas nos pontos indicados:
1x2
x 1 , x 1
x 16 ,
2
8 2x x 4
a) f x 2x 2 2 x1
, x0 4 . b) g x , , x 1.
1x
0
2x 4, x 4
1 x1
5x,
Álvaro Fernandes 30
x2
lim
x 4x 4 lim x 4
Soluções: a) Calculando o limite, temos: lim
x4 16 x4 24 x x4
2 4 .
8 2x
Calculando a imagem, temos: f 4 24 4 4 . lim f x f 4, então a função não é
Como
x4
Álvaro Fernandes 31
b) Calculando o limite, temos:
1x2 x
1 x1 x x 1 1 x1 x 1
lim lim lim lim 1 x x 1 4
x1
x 1 x1
x 1 x x1
x1 x1
x 1x 1
lim 2x 1 2 lim
2x2 2 2
lim 2 lim x 1 2 2 4
x1
x1
x1
x1
1x 1x
1x
Como lim
x1 gx g1 , então a função é contínua no x0 1.
ponto
Determine, se possível, a constante a de modo que as funções abaixo sejam contínuas no ponto
xo , sendo:
3ax2 2, x 1 ax 2 2, x 1
a) f x xo 1. b) gx x o 1 .
x 2, x 1 a 2 , x
1
i) f g é contínua em ii) f .
g é contínua em
Álvaro Fernandes 32
x0 ;
iii) f / g é contínua em
x0 ;
Álvaro Fernandes 33
1. Problema da área sob o arco da parábola
y x no intervalo 0, 1 (Figura 1).
Método dos retângulos. 2
Figura 1.
, n ,
n
2
3o subintervalo 3 n n
, , ... , no subintervalo n 1 . Obs.: 1.
,
n
n
n n n
Vamos construir retângulos (Figura 2) cujas bases são ao subintervalos e cujas alturas são as
imagens dos extremos direito* de cada subintervalo pela função y x 2 :
*
a altura pode ser calculada sobre qualquer ponto do subintervalo, neste caso foi tomado o extremo
direito.
Figura 2. Figura 3.
calcular:
n
1 12
Álvaro Fernandes 34
t
22 32 n 2 12 2 2 32 L n 2
2 2
n n L
A n Ai n
2
n n
2
n
2
n
i1
Álvaro Fernandes 35
1 nn 12n 1 nn 12n 1
.
2 3
n 6n 6n
Figura 4.
Exercício 1: Se uma bateria de 12 volts é conectada a um circuito em série (como na fig. 4) no qual
o indutor é de 1/2 henry e o resistor é de 10 ohms, determine o valor da constante c e a corrente
it . Considere a corrente inicial e o tempo inicial iguais a zero.
Exercício 2: Determine
lim it , sendo it da equação (1).
t
R
t
L
Obs.: Quando t o termo c.e da equação (1) se aproxima de zero. Tal termo é
Álvaro Fernandes 36
usualmente denominado de corrente transitória. A razão E/R é chamada de corrente estacionária.
Após um longo período de tempo, a corrente no circuito é governada praticamente pela lei de Ohm
E Ri .
Álvaro Fernandes 37
Derivada
A reta tangente.
Suponha que a reta r da figura vá se aproximando da circunferência até tocá-la num único ponto.
Exemplos de retas que não são tangentes (no ponto Q) a algumas curvas:
Fig. 8 Fig. 9.
Estas retas não tocam suavemente as curvas nos pontos indicados como no exemplo da
circunferência (fig. 4). Elas “cortam” , “penetram” as curvas.
Álvaro Fernandes 38
Vamos determinar a equação da reta tangente a uma função (uma curva) num ponto do seu
domínio.
y y
yo
Suponha que o ponto Q mova-se sobre o gráfico de f em direção ao ponto P. Desta forma, a reta
s se aproximará da reta t. O ângulo se aproximará do ângulo , e então, a tg se aproximará da
tg . Usando a notação de limites, é fácil perceber que
lim f x f x o tg .
y yo
lim tg tg lim
QP x x xo x x xo
xo xo
Assim lim f x f x o tg .
xxo x xo
Álvaro Fernandes 39
Definição: Seja
y f x uma curva e Pxo , y o um ponto sobre o seu gráfico. O coeficiente
angular m da reta tangente ao gráfico de f no ponto P é dado pelo limite
f x f xo
m lim , quando este existir.
x xo x xo
m tg
yo
f xo
f x f xo
b) A reta x xo se x
lim for infinito.
vertical xo
xx
o
yo
f xo y o f 1 12 1 .
f x f xo f x f 1 x2
m lim lim lim L2.
x1 1
x xo
x1 x1
x xo x1
Álvaro Fernandes 40
Álvaro Fernandes 41
Equação da reta normal
Definição: Seja y f x uma curva e Pxo , y o um ponto sobre o seu gráfico. A reta normal (n)
ao gráfico de f no ponto P é a reta perpendicular a reta tangente (t).
vertical x xo .
Se f x f xo
lim for infinito, então a reta normal é horizontal e tem equação y yo .
x
xo
x xo
Determine a equação da reta tangente e da reta normal ao gráfico das funções abaixo nos pontos
indicados. Esboce os gráficos das funções com as retas.
a) f x x3
no ponto de abscissa xo 1 .
f x f xo
O limite lim é muito importante, por isso receberá uma denominação especial.
x
xo
x xo
f ' xo
Álvaro Fernandes 42
xlimx f x f xo
, quando este existir.
xx
o
f ' xo
lim f xo x f xo .
x0 x
Álvaro Fernandes 43
Outras notações para a derivada da função
y f x num ponto x qualquer:
Exemplo 20. Dada a função f x x 2 x 1, f ' 2. Use as duas formas da definição.
determine
f ' 2
f 2 x f 2 2 x 2 2 x 1 lim 4 4x x2 2 x 2
lim
3
lim
x0 x
x0 x x0 x
3x x 2 x3 x
lim lim lim 3
x 3 0 3.
x0 x x0 x x0
Derivadas laterais
Lembre-se que o limite de uma função num ponto somente existe se os limites laterais
existem e são iguais. Como a derivada de uma função num ponto é um limite, esta derivada
somente existirá em condições análogas.
Definição: Seja
y f x uma função e xo um ponto do seu domínio. A derivada à direita de f em
Álvaro Fernandes 44
xo , denotada por f ' x é definida por
o
f ' xo
lim f x f xo .
x xo
x xo
Álvaro Fernandes 45
Definição: Seja y f x uma função e xo um ponto do seu domínio. A derivada à esquerda de f
em xo , denotada por f ' x é definida por
o
f ' xo
lim f x f x o .
x xo
x xo
Uma função é derivável num ponto quando as derivadas laterais (a direita e a esquerda)
existem e são iguais neste ponto.
x 1, x 1
Sabemos que f x x 1 x 1, x 1 . Vamos f ' 1:
calcular
0, x 1
f ' 1
lim f x f 1 lim x 1 0 lim x 1 lim 1 1 .
x1 x1 x1 x x1 x x1
1 1
x1 x1
Como as derivadas laterais são distintas concluímos que não existe f ' 1.
Obs.: Quando as derivadas laterais existem e são diferentes num ponto, dizemos que este é um
Álvaro Fernandes 46
ponto anguloso do gráfico da função. Neste caso, não existe reta tangente num ponto anguloso.
Atividades (grupo 17). Verifique se a função abaixo tem derivada no ponto x . Este ponto é
o
anguloso? Esboce o gráfico da função e constate.
1 x 2 , x 0 x 2 x 1, x 0
a) f x no ponto xo 0 . b) g x no ponto xo 0 .
, x 0 , x0
x
x
e e
Álvaro Fernandes 47
Regras de derivação
Vamos apresentar algumas regras que irão facilitar o cálculo das derivadas das funções sem recorrer
a definição.
Se n é um inteiro positivo e
f x x n , f ' x nx n1 .
então
f x x f x x x x n n
Prova: f ' x lim lim
x0
x0 x x
n nn 1 n2 n
x x ... nxx x x n
2 n1
x nx n1 x
f ' x 2!
lim
x0 x
nn 1 n1
x x ... nxx x
n1 n2
n2
x nx
lim 2!
x0 x
nn 1
x n2 x ... nxx x
n1 n2 n1
nx n1 .
lim nx
x0 2!
1. Mostre, usando a regra e a definição, que a derivada da função f x x 1 f ' x x 2 .
é
1
x
2 x
Álvaro Fernandes 48
2. Mostre, usando a regra e a definição, que a derivada da função
f x é f ' x .
Álvaro Fernandes 49
3. Derivada do produto de uma constante por uma função.
Se f x é uma função derivável e c é uma constante real, então a função g x cf tem
x
derivada dada por g' x cf ' x .
Exemplo 25.
Se f x x3 x2 x então f ' x 3x 2 12 x x3 x0 1 4 x 3 6 x 2 2x 2 .
5x 2
8 10 x 2x 5x 2 8 2 5x 2 8
Exemplo 26. Se f x então f ' x ... .
2x 4x 2x 2
2
Álvaro Fernandes 51
Atividades (grupo 19).
a) f x x 2 3x 1. b)
f x x8 x 3 . c) f x 3x4 x6 x.
5x 3
d) f x x 2 3 2x 3 . e) f x 3 x . f) f x x1 4 2 x .
2
g) f x 2x
i) f x 4 x 3 1 x 2 .
x
x 2 6 . h) f x .
x x
1 2
da função composta gof x sem desenvolver o Binômio? A regra que veremos agora estabelece uma
forma de obter a derivada da função composta em termos das funções elementares f e g.
Regra da cadeia
Para calcular a derivada dessas funções, precisamos identificar as funções elementares y gu e
u f x (cujas derivadas conhecemos) que formam a função composta e aplicar a regra.
a) y 2x 1
3
yu3
u 2x 1
Álvaro Fernandes 52
Então y´x y´u u´x y´ x 3u 2 2 32x 1 2 6 2x 1 .
2 2
Logo
y´ x 6 2x 1 .
2
Álvaro Fernandes 53
b) y 5x 3
y u
u 5x 3
Então 1 5 5
y´x y´u u´x y´x 2 u 5 2 5x 3 . Logo y´x 2 5x 3 .
c) y x 5
1 3x
yu5
x
u
1 3x
Então y´ x y´u u´x 11 3x x 3
y´x 5u
4
1 3x 2
x 11 3x x
4
5x 4
3 .
5 1 3x 1 3x 2 1 3x 6
5x 4
Logo y´ x .
1 3x 6
Proposição: Se
f x é uma função derivável e n é um número inteiro não nulo, então
d
dx
f x n f x . f
n n1
´ x
Prova: Fazendo
y u n , onde u f x e aplicando a regra da cadeia, temos
Álvaro Fernandes 54
1
y´ x 4 1 x x 3 1 3x 2 .
2 3
Obs: Com a regra da proposição acima poderíamos calcular todos os exercícios do exemplo 27.
Mas a regra da cadeia é mais completa, ela possibilitará a resolução de outros problemas mais
complicados...
Álvaro Fernandes 55
Atividades (grupo 20). Calcule a derivada das funções abaixo:
a) y 2 x 3 .
6
b) y x 4 2 3 . c) y 2x 3 .
1 3x 2 2x 4 3
14x
d) y . e) y f) y
1 5x 1 x 3 x1
f 1 ´y ,f´ x 0 .
1
f´ x
Sabemos que f 1of x x . Aplicando a regra da cadeia, obtemos que f ´ f x f´x 1 , daí
1
f ´y
1 1
, desde que f´ x 0 .
f´ x
Invertendo a função:
y 1 3 1 y 2 3 1
y f x 5x 3 y Assim f 1 ´y
1
x f .
y
Logo 3
5 5 35 5
1 2 3
1 40 1 1 1
1 2 3
f ´ 40 3 5
5 15 8 1582 3 60 .
40
Se y 40 e 3 8
y f x 5x , então x 5 2 . Como f´ x 15x 2 , obtemos
3
3
f ´y
1
1
f´ x f ´40
1
Álvaro Fernandes 56
f´2 1 1
152
2
.
6
0
Álvaro Fernandes 57
Atividades (grupo 21).
1. Seja
y f x 5x 3 . Calcule a derivada f ´2 usando a regra da derivada da inversa.
1
2. Seja
y f x x 2 , x 0 . Calcule a derivada f ´3 usando a regra da derivada da inversa.
1
Proposição: Se
f x a x , a e a 1, então f´ x a x lna.
0
x0
x
exponencial (item ii pág. 14).
Caso particular: Se
f x e x , f´ x e x lne e x , onde e é o número neperiano.
então
a) f x 2 1x2
x1
. b) f x e2x . c) f x 3x e5 x1 . d) f x .
2 x2
e
2. Calcule a área do triângulo retângulo sombreado na figura abaixo, sabendo-se que n é a reta
normal a f x e x no ponto de abscissa x 1 .
0
Álvaro Fernandes 58
Resp.: e3 2
2. Derivada da função logarítmica.
1
Proposição: Se f x loga x, a 0 e a 1 , f´ x .
xlna
então
f´ x 1 1 1
.
f ´y
1
a y lna xlna
4 x1
Exemplo 31. Determine a deriva da função y e .
lnx
Usando a regra da derivada do quociente f ´ f´g fg´ e a regra da cadeia na função
g g2
exponencial, obtemos:
1
e 4x1
4lnx e4 x1 x
y´
ln x 2
Atividades (grupo 23).
a) f x 4 log
2 5x. b) f x ln2x 1 . c) f x e 3x ln x . d) f x ln3x .
e 2 x
Proposição:
a) y senx y´ cosx.
b) y cosx y´ senx .
c) y tgx y´ sec2 x .
d) y cot g x y´ cosec2 x .
e) y secx y´ secxtgx.
f) y cosecx y´ cosecxcot g x .
Álvaro Fernandes 59
Prova: Vamos provar os itens (a), (c) e (e). Os outros itens têm demonstrações análogas e ficam
como exercício.
Álvaro Fernandes 60
a) y senx. Aplicando a definição...
x
foi resolvido no exemplo 13 (c) da pág. 15.
c) y tgx
Como tgx senx e já sabemos a derivada função senx, podemos aplicar a derivada do
cos x
quociente:
e) y secx
1
Como secx e sabendo-se que a derivada da função cosx é senx, podemos aplicar
cosx
a derivada do quociente:
Álvaro Fernandes 62
b) y cos3 x
3 y u
2 2
y´ x y´ u u´ x 3u sen x 3 sen cos x .
x
u cos x
c) y tg x e 5x
d) tgx 1
y
secx
sec 2
x secx tgx 1 secxtgx
y .
´ sec2 x
tgx 1
Mostre que esta expressão é igual a y´ . Simplifique-a utilizando a relação trigonométrica
secx
1 tg 2
x sec x2
se necessário.
a) f x 3x secx 2 . d)
senx
f x 1 cot g x .
b) f x senxcos2x. e) x1
f x cosec x 1 .
c) f x tg x .
3
f) f x cos ex .
x
Álvaro Fernandes 63
4. Derivada das funções trigonométricas inversas
Proposição:
1
y´ .
a) y arcsenx 1 x2
1
y .
b) y arccosx ´
1 x2
1
2.
c) y arctgx y 1x
´
1
2.
d) y arc cot g x 1x
y
´ 1
, x 1.
xx 2 1
e) y arc secx
y
´
f) y arccos ecx 1
y´ , x 1.
x x2 1
Prova: Vamos provar os itens (a), (c) e (e). Os outros itens têm demonstrações análogas e ficam
como exercício.
f´ x 1 1 1
1 .
f 1
y cosy
1 sen 2 y 1x2
Observe que
y 2 , 2. Neste caso o sinal da cosy é positivo. Usando a relação
função
trigonométrica fundamental cos 2 y sen2 y 1 , obtemos cosy 1 sen 2 y .
c) Seja
f : 2 , 2 definida por y f x arctgx . Esta função tem como inversa a
função x f 1 y tg y . Podemos então usar o resultado da derivada da função inversa para
Álvaro Fernandes 64
determinar f´ x . Assim:
f´ x 1 1 1
1
1 tg 2 y
f 1
y sec2 y 1x2.
Álvaro Fernandes 65
e) Seja 1
y arc secx. Podemos reescrever esta expressão como y arccos x 1 . Usando o
, x
item (b) da proposiçãoe a regra da cadeia, obtemos:
1 1 1 x 1
y´ 1 12 .
x 2 x 2 1 xx 2 1
2
2 x 2 x2 1
11
x x 2 x 1 x2
x 2
2 x 1
x x
x2
1 1
Obs.: lembre-se que ´ 2 .
x x
Solução:
y arcsenu 1 2
y´x y´u u´x 1 u 2 2 .
u 2x 1 1 2x 12
x 2
b) y arctg 11
x 2 . Novamente a regra da cadeia...
y arctg u
1 2x1 x 2 1 x 2 2x
1x2 y´ x y´ u u´ x 2
1 x 2
2
u u 1
1x
2
1 4x 2x
2 simplifique esta expressão e mostre que é igual a .
1 x 2 2 1 x 2 1 x4
1
1 x 2
Álvaro Fernandes 66
Determine a derivada das funções:
Álvaro Fernandes 67
Tabela de derivadas
Vamos fazer um resumo das derivadas das principais funções vistas até aqui. Nesta
tabela u é uma função derivável na variável x. São constantes reais c, n e a.
1
y c y' 0 11 y secu y' secutgu.u'
2
y x n y' nx n1 y cos ecu y' cos ecucot gu.u'
3 12
y u y' n.u
n n1
.u' u'
y arc senu y'
1u2
4 13
y a u y' a u .lna.u'
1u2
u'
u' 14 y arc cosu y'
5 y loga u , y' u.lna
u'
15 y arc tgu y'
u'
1u2
6 y ln u , u y'
0 u
u'
16 y arc cotgu y'
7 y senu y' cosu.u' 1u2
u'
8 y cosu y' senu.u' 17 y arc secu, u 1 y'
uu 2 1
9 y tgu y' sec 2 u.u'
u'
y arc cosecu, u 1 y'
uu 2 1
10 y cot g u y' cos ec 2 18
u.u'
Regras operacionais
1) y u v y u v
2) y u v y u v u v
Álvaro Fernandes 68
u
3) v u v 2 u v
y y v
Álvaro Fernandes 69
Derivadas sucessivas
Em algumas aplicações precisamos derivar uma função mais de uma vez. Se uma
função y f x for derivável, isto é, existe f´ x , podemos pensar na derivada de f´ x e assim
sucessivamente.
Definimos e denotamos as derivadas sucessivas de uma função y f x de acordo com a tabela
abaixo:
dy
1a derivada ou derivada de 1a ordem f ´ x ou
dx
d2y
2a derivada ou derivada de 2a ordem f ´´ x ou
dx 2
f ´´´ d3y
3a derivada ou derivada de 3a ordem ou
x dx3
d4y
4a derivada ou derivada de 4a ordem f 4
x ou
dx4
⁝ ⁝
dny
a
n derivada ou derivada de n ordem a
f n
x ou
dx n
f´´ x f´x´ , f´´´ x f´´ x´ , a partir da quarta derivada usamos o cardinal.
d2y d dy
d3y d d2y
2 , e assim sucessivamente.
,
dx dx dx dx 3 dx dx 2
Exemplo 34.
a) Se
f x x 4 2x 1 , então:
f´ x 4 x 3 2
f´´ x 12x 2
f´´´ x 24
x f 4 x
24
f 5 x 0
...
f´ x 2e 2x
f´´ x 4e 2x
f´´´ x 8e 2x
f 4
x 16e 2x
...
f n
x 2 n e 2x .
c) Se
f x senx, então:
f´ x cosx
f´´ x senx
f´´´ x cosx
f 4 x senx
...
cosx, n 1,5,9,...
senx, n 2,6 ,10,...
n
cosx, n 3,7 ,11,...
senx, n 4,8,12,...
a) y 3x 4 2x 9, n 4 .
b) y ax 3 bx 2 cx+d, n 3 .
c) y
1 n3.
1 x,
d) y sen 5x,
n5.
e) y ln 1 x 2 n3.
,
Álvaro Fernandes 72
Derivada na forma implícita
Até agora sabemos derivar funções que são expressas na forma y f x . Agora iremos
determinar uma maneira de derivar expressões que não tenham a variável y isolada (explicitada)
em um dos membros. São exemplos dessas expressões x 2 y 2 1 , xy 2 lny 4 , etc. Em
algumas situações é inconveniente ou até mesmo impossível de explicitar a variável y nessas
expressões. O método da derivação implícita permite encontrar a derivada de uma expressão desta
forma, sem a necessidade de explicitá-la.
Uma função na forma y f x , onde a variável y aparece isolada no primeiro membro é chamada
de função explícita. Entretanto, algumas vezes as funções estão definidas por equações nas quais a
variável y não está isolada. Por exemplo
2yx2y1 x
não está na forma explícita y f x . Mesmo assim, esta equação ainda define y como uma função
de x, pois podemos escrevê-la como
x1
y x 2 2.
Uma equação em x e y pode definir mais do que uma função. Por exemplo x 2 y 2 1 que
representa graficamente uma circunferência de centro 0,0 e raio unitário (figura 1). Explicitando a
variável y encontramos duas funções
y 1 x 2 .
A função y
1 x 2 representa a semicircunferência superior (figura 2) e y 1 x 2
representa a semicircunferência inferior (figura 3).
Álvaro Fernandes 73
Às vezes o processo para explicitar a variável y é bastante longo e trabalhoso, como é o caso da
expressão
x 3 y 3 3xy 0
e até mesmo impossível por qualquer método elementar, como neste caso
senxy y 0 .
a) 2 y x 2 y 1 x 0 .
b) x 2 y 2 1 0 .
c) x 3 y 3 3xy 0 .
d) senxy y 0 .
Vamos agora mostrar como obter a derivada y´ , nos casos do exemplo 35, sem explicitar y.
Usaremos a regra da cadeia para derivar os termos da expressão F x, y 0 que envolvem y.
d
2 y x 2
y 1 x d 0 Derivamos ambos os membros em relação a x.
dx
dx
d
2 y d 2 d
dx
dx
x y 1 x 0
dx
Derivada de uma soma de funções.
d
2
dy
2xy x 2 dy 1 0
Observe que usamos a derivada de um produto em x y .
2
dx dx dx
1 2xy
y´ x 2 2 . Apenas mudamos os símbolos:
2 y´2xy x y´1 02
y´x 2 2 1 2xy
Álvaro Fernandes 74
dy
y´x y´ .
dx
Álvaro Fernandes 75
Poderíamos obter a derivada y´ derivando x1
y x 2 . Vejamos:
diretamente
2
1 x 2 2 x 12x 2 2x x 2
x 2 2x 2 2x x
2 2
y , logo y´ .
x 2
2
2 2x
´
2
x 2 2
x 2
2
2
x 2
2
2
x 1
2x 2 2x x 2 2 2x 2 2x
1 2x 2 1 x2 2 x2 2 2 2x x 2
x 2
y´
.
x
2
x 2
2
x
2
x 2
2
2
2 2
Atenção: Não é necessário verificar se as derivadas calculadas nas formas explícita e implícita
coincidem, mesmo porque em alguns casos não é possível mesmo isolar a variável y.
Caso queiramos calcular o valor da derivada y num ponto, por exemplo xo 2 , basta
´
encontrarmos o valor da imagem y , substituindo x na expressão 2 y x 2 y 1 x 0 . Depois
o o
calculamos 1
y´ com estes dois valores, y´ depende de duas variáveis. Vejamos:
2xy
pois x2 2
2 1
yo x 2 y o 1 xo 0 2 4 120 y .
o o
yo yo 6
1y 2x
1
1 22 6
1
y´ o o
.
x 22 22 2 18
o
Álvaro Fernandes 76
2 2x x2
Observe que encontramos este mesmo valor usando y no ponto xo 2 :
´ x 2
2
2
2 22
2
1
.
y 2
´ 2 36 18
2 2 2 2
Mas lembre-se: nem sempre é possível isolar a variável y para calcular y´ .
Álvaro Fernandes 77
b) x 2 y 2 1 0 .
d d d x
x 2
y 2 1 0 2x y 0 0
2
2x 2 yy´ 0 y´ .
dx dx dx y
c) x 3 y 3 3xy 0 .
d
d
x 3
y 3 3xy 0 3x 2
d
dy 3 xy 0
3
dx dx dx dx
2
3y y 3 1 y
2 2
2
3 y 3x 2
yx2
3x
´ xy´ 0 y´ 3 y 3x 3 y 3x y´ y´ .
3y2 2
y x
3x
d) senxy y 0 .
d
senxy y d
0
d
senxy
d
y
d
0 cosxy1y xy´ y´ 0
dx dx dx
dx dx
Vejamos alguns exemplos que ocorrem com maior freqüência em derivação implícita:
d
y ny
n n1
y´ .
dx
d
tgy sec2 y y´ .
dx
d
e e
y y
y´ .
dx
d 1
lny y´ .
dx y
d dx
arctgy 1
1y2
Álvaro Fernandes 78
y´ .
Álvaro Fernandes 79
Atividades (grupo 27).
a) x 2 y 2 4
b) xy 2 2 y 3 x 2 c) x 2 y 2 x seny 0
y
x y
d) e x y 3
xy e) y 3 0 f) tg y xy 1
x y
2. Determine a equação da reta tangente e da reta normal ao gráfico de cada função abaixo, nos
pontos indicados.
4. Determine a área do triângulo AOB na figura abaixo sabendo-se que r é a reta tangente a curva C,
dada implicitamente por e xy 2 cosx 2 1 3x , no ponto A1, 0 .
Álvaro Fernandes 80
Derivada de uma função na forma paramétrica
as funções x xt y yt forem contínuas, quando t variar de a até b, o ponto P descreverá
e
uma curva no plano.
As equações
parâmetro.
y y t
são chamadas de equações paramétricas da curva e t é chamado de
Mesmo quando a função x xt não admite inversa, em alguns casos, podemos obter uma forma
implícita da curva, eliminando o parâmetro t de forma conveniente.
x x t
Dizemos que as equações definem a forma paramétrica de uma curva plana.
y yt
Exemplo 36.
x 1 t
b) As equações , t , definem a parábola de equação y x 2 2x . Para verificar
yt2
1
isto basta isolar o parâmetro t na equação x 1 t e substituir em y t 2 1 .
x 2 cost
Álvaro Fernandes 81
c) As equações , t 0, 2, definem a circunferência de x2 y2 4.
equação
y 2 sen t
Álvaro Fernandes 82
x 2 y 2 2 cost 2 sent 4 cos 2 t 4 sen 2 t 4 cos 2 t sen 2 t 4 .
2 2
x x o2 y y 2 a2.
Prove!
x xo a cost
, t 0, 2, a b e ambos positivos, definem a elipse de equação
y y o b sent
x x 2 y y 2
o
o
1.
2 2
a b
x x o y yo
Pois cost , sent cos 2 t sen 2 t 1 .
e
a b
Vamos ver agora como obter a derivada de uma função na forma paramétrica.
x x t
Seja a forma paramétrica que define y como uma função de x.
y yt
Suponha que as
funções y y t x x t e a sua inversa t tx sejam deriváveis.
,
Podemos então obter a composta
y ytx e aplicar a regra da cadeia para calcular y´x:
y´x y´t t´x.
1
Vimos no estudo da derivada da função inversa que t´x . Daí, temos que
x´t
1 y´t
y´x y´t
.
x´t x´t
Álvaro Fernandes 83
y´x y´t
é a derivada de uma função na forma paramétrica.
x´t
Álvaro Fernandes 84
Exemplo 36.
a) Calcule a derivada y´x da função y yx definida na forma paramétrica por
x 3t
5 , t .
y1
6t
y´t 6
y´x 2 .
x´t 3
y´x 2t 1
y´x 21 x 1 2x 3 y´x 2x 3 .
Observe que novamente poderíamos obter este resultado eliminado o parâmetro t, obtendo a função
y 1 x 1 x e calculando y´ x 21 x 1 1 2x 3 .
2
x 1 2 cost
c) Determine a equação da reta tangente a elipse t 0,2 no ponto t .
y 2 4 sent 4
,
2
Cálculo de xo : x 1 2 cos 1 2 1 2.
2o
4
2
Cálculo de y : y 2 24 2
2 2 1 2 .
2
o o 4 sen 4 2
Cálculo de y´
Álvaro Fernandes 85
no ponto t :
4
y´t 4 cost
y´ 2 cot gt . y´ 2 cot g 21 2 .
x´t 2 sent 4
Logo, a reta tangente é igual a y 2 1
2 2 x 1 2
y 2x 4 1
2 .
ou
Álvaro Fernandes 86
Gráfico:
1. Calcule a derivada y´x das funções definidas parametricamente nos pontos indicados.
x sen2t x cos 3 t
a) t . b) , t .
y cos 3t 3 6
,
y3
sen t
2. Determine a equação da reta tangente e da reta normal ao gráfico de cada função abaixo, nos
pontos indicados.
x sen t o valor
3. Determine
a)
,t
daárea
, sombreada
, 6t 1 que
xSabe-se
na figura abaixo. t 2 r1é a reta tangente a elipse
y sen 2t 2 2 b) ,0 t 1 ,
x 2 cost
y 6t 2
1 t
2 1
no
C :ponto
t . , t
y sent 6
2 , no ponto t . no ponto de abscissa 12 .
0, 3 5
Obs.: A área da elipse é dada pela fórmula A ab , onde a e b são os comprimentos dos semi-
eixos.
Resp.: 8 3 3 6
Álvaro Fernandes 87
Diferencial
dy
Até agora tem sido visto apenas como uma simples notação para a derivada de uma função
dx
dy dy
y f x em relação a variável x, isto é, y´x f´ x . O que faremos agora é interpretar
dx
dx
como um quociente entre dois acréscimos (diferenciais).
Acréscimos e decréscimos
Seja y
f x uma função derivável e um acréscimo na variável x.
x
y f x dx f x
dy
De acordo com a figura podemos observar que o quociente tg. Mas tg f´ x , pois
dx
esta é a interpretação geométrica da derivada. Logo
f´ x
dy
dy f´ x dx
dx
O acréscimo dy pode ser visto como uma aproximação para y . Esta aproximação é tanto melhor
quanto menor for o valor de dx. Isto é,
Álvaro Fernandes 88
Daí podemos dizer que y dy
se dx 0 , então y dy 0 .
Álvaro Fernandes 89
Como y
f x dx f x e dy f´ x dx , obtemos que
Exemplo 37.
a) y x 3 2x . b)
y senx 2 . c) y lnsecx.
Soluções:
Solução:
Daí,
f x dx f´ x dx f x
f 19,9 220 0,1 20 2 40 0,1 400 4 400 396 . Logo f 19,9 396 .
1. Encontre y e dy para os valores dados nas funções abaixo e compare os resultados y dy :
x; 0,02; 2x 1
a) y 5x 2 6 x x 0. b) y ;
x1
Álvaro Fernandes 90
x 0,1; x 1.
Álvaro Fernandes 91
Aplicações da derivada
A regra de L’Hospital
0
Esta regra permite calcular certos tipos de limites (cujas indeterminações são do tipo ou )
0
aplicando as regras de derivação.
Sejam f e g funções deriváveis num intervalo aberto I, exceto possivelmente, num ponto a I .
Suponha que g´x 0, x I e x a .
f x f´x L ;
lim lim
xa gx xa g´x
f x f´x L .
lim lim
xa gx xa g´x
Exemplo 38.
senx x e) lim x 2 2x
x x
e x -1 x4 x 2 c) e
a) lim . b) lim lim x x
. d) lim . x0
2
x 1 . x0
e e 2 2
x0 x x1 x x
Soluções:
e x -1 lim e x
lim 1.
x0 x x0 1
Álvaro Fernandes 92
x4 x 2 0
b) lim 2 . (verifique a indeterminação do tipo )
x1
x 1 0
x4 x 2 4 x3 5 .
lim lim
x1 x2 1 x1 1 2
2x
senx x 0
c) lim . (verifique a indeterminação do tipo )
x x
x0 e e 2 0
senx x cosx 1 0
lim lim Observe que ainda há uma indeterminação do tipo .
x x
x0 e e x0
e x ex 0
2
Neste caso podemos continuar aplicando a regra...
cosx 1 0 senx x
lim lim 0 . Logo, lim 0.
senx
x x
x0
e x e
x0
e x ex 2
x0 e e 2
x
x
d) lim e
x x . (verifique a indeterminação do tipo )
2
e x
x
lim e lim Observe que ainda há uma indeterminação do tipo .
x x
2
x 2
x
e) lim x 2 2x .
x
Verifique que a indeterminação agora é do
00 . Neste caso, precisamos
tipo
x0
transformá-la em 0 0 ou para poder aplicar a regra de L´Hospital. Vamos usar duas
propriedades dos logarítimos. São elas: lna x xlna e elnx x .
x
lim x 2 2x lim e ln
x 2
2 x
2 x2
x x 2
2 x
ln x2 2 x x2 22x 2 x 2 x
3 2
lim e x ln lim 1x
lim e 1 x
lim e x 2 x
2
e
x0 x0 x0 x0 x0 x0
Álvaro Fernandes 93
2 x2 2 0
lim e x x2
lim e 2 lim e0 lim 1 1 .
x0 x0 x0 x0
a) lim
e x e x 2x
. b) senx lim secx tgx .
c) x d) lim 1 senx .
2 x
lim .
x sen x 2x 2
x0 x2 x0
Álvaro Fernandes 94
Interpretação cinemática da derivada
Vamos agora interpretar a derivada do ponto de vista da cinemática, que estuda o movimento dos
corpos. Veremos que a velocidade e a aceleração de um corpo podem ser determinadas através das
derivadas de primeira e segunda ordem, respectivamente, quando conhecemos a função horária do
movimento do corpo.
s st t st
A velocidade média do corpo neste intervalo de tempo é definida por vm .
t t
A velocidade média do corpo não dá uma informação precisa sobre a velocidade em cada instante
do movimento no intervalo de tempo t e t t . Para obtermos a velocidade instantânea do corpo
no instante t, precisamos calcular a velocidade média em intervalos de tempo cada vez menores,
isto é, fazendo t 0 .
vt lim s s t t s t
v lim lim s´t . Assim, .
m vt s´t
t 0 t 0 t t 0 t
v vt t v.t
am
t t
A aceleração instantânea do corpo no instante t é definida por
Como vt s´t podemos escrever a aceleração instantânea como a segunda derivada dos espaço
em relação ao tempo. Assim at s´´ t
.
2
at
Obs.: No M.R.U.V. a função horária é do segundo grau s t
Álvaro Fernandes 95
so v0 t ,sendo
const
antes 2
so o espaço inicial, vo a velocidade inicial e a a aceleração do movimento. Neste caso, a
velocidade instantânea é dada por vt st v e a aceleração instantânea é dada por
o
at vt a . at
Álvaro Fernandes 96
Exemplo 39.
a) Suponha que um corpo em movimento retilíneo tenha função horária definida por st 12t 2t 2
e no instante t ele inicia o movimento. Considere o espaço medido em metros e o tempo em
0
segundos. Determine:
Solução:
i) v s st t st s3 s1 18 10 8
4m / s .
m
t t 31 2 2
iii) a
b) Uma partícula em movimento retilíneo tem a função horária dada por st 2t 3 21t 2 60t 3 .
Considere o espaço medido em metros e o tempo em segundos. Determine:
Solução:
v t
0 6t 2t 5 t 2s ou t 5s . Assim a partícula tem velocidade nula
0
nos instantes t 2s e t 5s .
Álvaro Fernandes 97
Atividades (grupo 31).
1. Do solo um projétil é disparado verticalmente para cima. Sua altura (em metros) é dada em
função do tempo (em segundos) por ht 160t 10t 2 . Determine:
3
t
3. A equação horária do movimento retilíneo de uma partícula é st t2.
4
15
t 4 5
6
Considere s em metros e t em segundos. Determine em que instante t 0 a aceleração da partícula
é nula.
Álvaro Fernandes 98
Taxa de variação
Vimos na seção anterior que se s st é a função horária do movimento retilíneo de um corpo, a
vt s´t lim e at v´t lim são exemplos de taxas instantâneas de variação
s v
t
t 0 t 0 t
num ponto, ou simplesmente taxas de variação num ponto.
y
Definição: De uma forma geral, se y f x é uma função, a razão
x é chamada de taxa média
de variação da função f no intervalo x, x x e a derivada
y f x x f x
f´ x lim lim é chamada de taxa de variação da função f no ponto x.
x0 x x0 x
“Toda taxa de variação pode ser interpretada como uma derivada”.
Interpretando a derivada desta forma, podemos resolver diversos problemas das ciências que
envolvem razões instantâneas de variação.
Exemplo 40. Suponha que um óleo derramado através da ruptura do tanque de um navio se espalhe
em forma circular cujo raio cresce a uma taxa de 2m/h. Com que velocidade a área do
derramamento está crescendo no instante em que o raio atingir 60m?
Solução:
A taxa com que o raio cresce é de 2m/h. Podemos interpretar e denotar esta taxa de variação como
dr
2m / h .
dt
Queremos calcular a taxa com que a área cresce em relação ao tempo. Podemos denotar esta taxa de
variação como dA . A área do derramamento é circular, logo
A r 2 .
dt
dA dr
Queremos calcular e temos . A regra da cadeia relaciona estas razões através de
dt dt
dA dA dr dA
. Assim, 2r 2 4r . Quando o raio atingir 60m a área do derramamento
dt dr dt dt
estará crescendo a uma taxa de 460m2 / h 240m2 / h .
Álvaro Fernandes 99
Diretrizes para resolver problemas de taxa de variação
Exemplo 41. Um tanque de água tem a forma de um cone circular invertido com base de raio 2m e
1. Desenhe
altura igual a uma figura
4m. Se paraestá
a água auxiliar
sendoa bombeada
interpretação do problema;
dentro do tanque a uma taxa de 2m3/min, encontre
a2.taxa
Identifique
na qual oenível
denote
da as taxas
água estáque são conhecidas
elevando quando aeágua
a queestá
seráa calculada;
3m de profundidade.
3. Ache uma equação que relacione a quantidade, cuja taxa será encontrada, com as quantidades
cujas taxas são conhecidas;
dV dh
4. Derive esta equação em relação 2ou
Dadoao tempo, m3use
mina regra
, devemos encontrar
da cadeia, ou a derivação implícita
para determinar a taxa desconhecida;dt dt
quando h = 3m. As grandezas V e h estão
5. Após determinada a taxa desconhecida, calcule-a em um ponto apropriado.
relacionadas pela equação V 1 r 2 h , que é o
3
volume do cone. Para obter o volume V como função
da altura h, podemos eliminar a variável r usando
semelhança de triângulos:
r 2 h 1 h 2
r . Assim, V h h3 .
h 4 2 3 2 12
dV dV dh
dV 2 dh dh 4 dV
3h
dt h2 dt
.
dt dh dt dt 12 dt
dV
Substituindo
dt 2 m min e h = 3m, temos
3
dh 4 28
dt 32 0,28 m min .
9
Álvaro Fernandes 10
Atividades (grupo 32).
1) Uma bola de neve esférica é formada de tal maneira que o seu volume aumenta à razão de 8
cm3/min. Com que velocidade aumenta o raio no instante em que a bola tem 4 cm de diâmetro?
3) Uma escada com 13m de comprimento está apoiada numa parede vertical e alta. Num
determinado instante a extremidade inferior, que se encontra a 5m da parede, está escorregando,
afastando-se da parede a uma velocidade de 2 m/s. Com que velocidade o topo da escada está
deslizando neste momento?
5) Despeja-se água num recipiente de forma cônica, à razão de 8 cm3/min. O cone tem 20 cm de
profundidade e 10 cm de diâmetro em sua parte superior. Se existe um furo na base, e o nível da
água está subindo à razão de 1 mm/min, com que velocidade a água estará escoando quando esta
estiver a 16 cm do fundo?
6) Um lado de retângulo está crescendo a uma taxa de 17 cm/min e o outro lado está decrescendo a
uma taxa de 5 cm/min. Num certo instante, os comprimentos desses lados são 10 cm e 7 cm,
respectivamente. A área do retângulo está crescendo ou decrescendo nesse instante? A que
velocidade?
8) Um triângulo isósceles tem os lados iguais com 15 cm cada um. Se o ângulo entre eles varia à
razão de 90 por minuto, determine a variação da área do triângulo quando 6 rad .
rad
Álvaro Fernandes 10
Análise gráfica das funções
Máximos e mínimos
Álvaro Fernandes 10
Proposição: Seja y f x uma função definida num intervalo aberto I a,b. Se f tem um
extremo relativo em k I f ´ x existe para todo x I , então f´k 0 .
e
Definição: Um ponto c D f tal que f´c 0 ou f ´c não existe é chamado de ponto
crítico de f.
a) b) c)
y x3
y x12 y x 1 1
2
Observações:
Algumas funções podem não apresentar extremos relativos num intervalo. Por exemplo
y x, x 2,2 .
Definição: Uma função y f x , definida num intervalo I, é crescente neste intervalo se para
quaisquer x0 , x1 I , x0 x1 , temos f x0 f x1 . (ver Fig. 1)
que
Definição: Uma função y f x , definida num intervalo I, é decrescente neste intervalo se para
quaisquer x0 , x1 I , x0 x1 , temos f x0 f x1 . (ver Fig. 2)
que
Fig. 1 Fig. 2
Podemos identificar os intervalos onde uma função é crescente ou decrescente através do estudo do
sinal da derivada da função. Segue a proposição.
Álvaro Fernandes 10
Proposição: Seja f uma função contínua no intervalo a,b e derivável no intervalo a,b.
Noção geométrica:
a) Se a função derivada é positiva para todo x a,b então, geometricamente, a reta tangente tem
inclinação positiva para todo x a,b.
f´ x tg 0 0 90o .
b) Se a função derivada é negativa para todo x a,b então, geometricamente, a reta tangente tem
inclinação negativa para todo x a,b.
f´ x 4 x 3 8 x 4 xx 2 2.
Logo:
Álvaro Fernandes 10
x , 2 0, , pois a derivada é negativa nestes
Álvaro Fernandes 10
Critérios para determinar os extremos de uma função
a) Se
f´ x 0 para todo x < k f´ x para todo x > k, então f tem um máximo relativo em k;
e 0
b) Se
f´ x para todo x < k e f´ x 0 para todo x > k, então f tem um mínimo relativo em k;
0
Interpretação geométrica:
a) A função f é crescente para todo x < k , pois f´ x 0 e é decrescente para todo x > k , pois
f´ x 0 . Desta forma, f assume um ponto de máximo relativo em x k .
b) A função f é decrescente para todo x < k , pois f´ x 0 e é crescente para todo x > k , pois
f´ x 0 . Desta forma, f assume um ponto de mínimo relativo em x k .
Álvaro Fernandes 10
O seguinte teorema também é utilizado para determinação de extremos de uma função. Ele é
aplicado quando a análise do sinal da primeira derivada não é imediata (simples).
Teorema: (Critério da segunda derivada para determinação de extremos)
Seja f uma função derivável num intervalo a,b e k um ponto crítico de f neste intervalo, isto é,
f´k 0 . Então:
Exemplo 47. Determine os extremos da função f x lnx x 2 , x 0 , usando o teste da segunda
derivada.
1
f´ x 2x .
x
f´ x
1
2x
1
2x x2
2
. Como x 0 , temos que x
2
x
0 0x x 1 2 2
2
é o ponto crítico de f.
2
Vamos agora determinar o sinal de f´´ :
2
1 2
f´´ x 2 . Assim f´´ 4 0 e então x 2
x2 2 2
Álvaro Fernandes 10
é ponto de máximo relativo de f.
Álvaro Fernandes 11
Concavidade e ponto de inflexão
Definição: Dizemos que uma função f tem concavidade voltada para cima (C.V.C) num intervalo
a,b se f´ é crescente neste intervalo. Em outras palavras, se o gráfico da função estiver acima de
qualquer reta tangente.
Figura 1
Definição: Dizemos que uma função f tem concavidade voltada para baixo (C.V.B) num intervalo
a,b se f´ é decrescente neste intervalo. Em outras palavras, se o gráfico da função estiver abaixo
de qualquer reta tangente.
Figura 2
Através do estudo do sinal da segunda derivada podemos determinar os intervalos onde uma função
tem concavidade voltada para cima ou para baixo. Vejamos a seguinte proposição.
Álvaro Fernandes 11
Proposição: Seja f uma função contínua e derivável até a segunda ordem no intervalo a,b:
a) Se
f´´ x 0 para x a,b, então f tem concavidade voltada para cima em a,b;
todo
b) Se
f´´ x para todo x a,b, então f tem concavidade voltada para baixo em a,b.
0
Prova:
a) Como f´´ x para todo x a,b, então f´ x é crescente em a,b. Desta forma, o gráfico
0
de f tem o aspecto do gráfico da figura 1 anterior. De forma análoga prova-se o item b.
Figura 3 Figura 4
Para verificar a existência de um ponto de inflexão Pk, f k no gráfico de uma função f, basta
verificar a mudança de sinal da segunda derivada na passagem por k.
Exemplo 48.
Determine os intervalos onde a função f x x 4 4 x tem concavidade voltada para cima, para
baixo e os pontos de inflexão. 2
Álvaro Fernandes 11
Temos que
f´ x 4 x 3 8 x f´´ x 12x 2 8 .
e
2 2
3 3
f´´ x x2
8
12x 2 8 0 x ou x .
0 2
12 3
2
f´´ x 8 2
0 12x 2 8 0 x
2
3 x2 .
12 3 3
2 3, 2
3 . Os pontos de inflexão ocorrem nas abscissa x
0 3
2
e x1
3
2
.
Álvaro Fernandes 11
Vamos tratar mais detalhadamente das assíntotas horizontais e verticais.
Álvaro Fernandes 11
Definição: A reta de equação
x k é uma assíntota vertical do gráfico de uma função y f x ,
se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:
i)
lim f x ;
xk
ii)
lim f x ;
xk
iii)
lim f x ;
xk
iv)
lim f x .
xk
Exemplo 49
l 1
b) A reta de equação x 1 é assíntota vertical da função y , pois lim .
x 1 2 x1 x 12
l
Observe o gráfico da função y :
x
2
Álvaro Fernandes 11
Definição: A reta de equação y k é uma assíntota horizontal do gráfico de uma função
y f x , se pelo menos uma das seguintes afirmações for verdadeira:
i)
lim f x k ;
x
ii)
lim f x k .
x
Exemplo 50
x2 1 x2 1.
a) A reta de equação y 1 é assíntota horizontal da função y , pois li
m 1
1x2 x 1x2
o
x
x2 1
Observe o gráfico da função y :
1x2
senx
b) A reta de equação y é assíntota horizontal da função y , lim senx 0 .
0
x
ou
x
pois x
x
Graficamente podemos perceber que as oscilações vão reduzindo a sua amplitude e o gráfico da
senx
função y vai se aproximando da reta y 0 .
x
Álvaro Fernandes 11
Esboços de gráficos
Utilizando todos os resultados da análise gráfica das funções, podemos resumir numa tabela os
procedimentos para esboçar o gráfico de uma função.
Passos Procedimento
1o passo (Domínio):
x2 10 1
x2 1 x x 1 . D f 1, 1.
Logo
y com o eixo x (faça 0) : 0 x 0. Logo temos o ponto 0,0.
x
x2
1
0
com o eixo y (faça x 0) : y y 0. O mesmo ponto 0,0.
0 2
1
f ' x 0 x2 1
0 x 10 x 2 1 . Não existem pontos críticos,
x 2
1
2
2
Álvaro Fernandes 11
4o passo (Intervalos de crescimento e decrescimento):
f ' x x2 1
. Estudando o sinal da derivada...
x 1
2 2
Como o sinal de f ' x não muda (é sempre negativo), então não existem extremos relativos para f.
12x 2xx 2 3
f' ' x .
...
x 2
x 2
1
3
1
4
f tem C.V.C.
x 1, 0 1, .
f tem C.V.B.
x , 1 0, 1.
Como x 1 e x 1 não fazem parte do domínio da função f , então o único ponto de inflexão é
x 0 pois f ' muda de sinal quando passa por ele.
'
Álvaro Fernandes 11
7o passo (Assíntotas horizontais e verticais):
lim x x 1 1
lim .
x1 2
x 1 x1 x 1x 1 20 0
A reta x 1 assíntota.
x x 1 1 é
lim lim .
Vertical: x1 x x 1 x1 x 1x 1 2 0 0
lim lim x 1 1
x1 x2 1 x1 x 1x 1
2 .
0
0
x 1
lim lim x . A reta x 1 assíntota.
1 é
x1 x2 x1
x 1x 1 0 2
0
1
x
lim (L´Hospital) lim 1 0.
Horizontal: x 2
x 1 x 2x 0A reta y é assíntota.
x 1
(L´Hospital) lim 0.
lim
x x 2 x 2x
1
Álvaro Fernandes 11
Atividades (grupo 33)
Pontos críticos.
a) f x 3x 2 . d) f x ex x .
b) f x x2 3x 8 . e)
f x x 2
4.
x
c) f x 3 x3 . f) f x 4x 3 12x2 .
Crescimento e decrescimento.
a) f x 2x 1 . e) f x x.ex .
b) f x 3x 2 6 x 7 1
f) f x .
.
x
x
c) f x x3 2x 2 4x 2 . g)
f x 2 cos x x 0, 2 .
sen2x,
d) f x e x . h)
f x x x 1 .
2
a) f x x3 3x 2 1 . d) f x 5x 5 25x3 .
b) f x 8 x2 4x 3 . e) f x x 1 x 1 .
c) f x x3
3 x2 2 6 x 5 . f) f x xex .
Álvaro Fernandes 12
Concavidade e ponto de inflexão.
5. Determinar os intervalos onde as funções têm concavidade voltada para cima (C.V.C.) e
concavidade voltada para baixo (C.V.B.). Determine também os pontos de inflexão (P.I.).
a) f x x3 2x 2 x 1. d) f x x 2 1 2 .
b) f x 3x4 4x3 6 . e) f x 5 x 1 .
c) f x 2x 6 6 x4 . f) f x xex .
Assíntotas.
a) f x x3 3x 2 2 . x2
d) f .
x2 x 2
x
2x 2 sen x
b) f x 2 . e) f x .
9x x
x2
c) f x . f) ln x
x 9 f x 3 x
.
Esboço gráfico.
7. Para cada função a seguir, determine (se possível): o domínio, as interseções com os eixos, as
assíntotas horizontais e verticais, os intervalos de crescimento e decrescimento, os máximos e
mínimos relativos, os intervalos onde o gráfico tem concavidade para cima e onde o gráfico tem
concavidade para baixo, os pontos de inflexão e o esboço gráfico.
Obs: Para confirmar a sua resposta, construa os gráficos utilizando um software matemático.
a) f x 10 12x 3x 2 2x 3 . d) f x e x 2 .
b) f x x 1 x 1 . e) f x x.ln x .
c) f x x4 6 x2 3 . f)
f x e x x .
Álvaro Fernandes 12
Problemas de otimização
Exemplo 52. De todos os cilindros de volume igual a 300ml, qual possui menor área total (raio da
base e altura)?
Queremos determinar os valores do raio (r) da base e a altura (h) de um cilindro de 300 ml de
volume (V) que possua mínima área total (A).
Já sabemos determinar o ponto de mínimo de uma função através dos dois critérios vistos, mas a
função área possui duas variáveis r e h. Poderemos resolver este problema isolando uma das
variáveis em V r 2 (com V 300 ) e substituí-la A 2r 2 2rh .
h em
300 r 2 h
300
h r 2 .
300 600
Temos então que A 2r 2 2r 2r 2 . Conseguimos então tornar a função área como
r r 2
função de uma única variável. Vamos determinar o ponto crítico desta função:
600
A´ 4r . Resolvendo agora a
A´ 0 :
equação
r2
Álvaro Fernandes 12
Diretrizes para resolução de problemas de otimização
1. Leia cuidadosamente o problema. Esboce uma figura para auxiliar a sua interpretação;
2. Identifique e denomine com variáveis as quantidades informadas no problema;
3. Determine algumas relações (ou fórmulas) entre as variáveis;
4. Determine qual variável deve ser otimizada (maximizada ou minimizada) . Expresse esta variável
como função de uma das outras variáveis;
5. Determine o ponto crítico da função obtida o item anterior;
6. Determine o(s) extremo(s) com o auxílio dos critérios da 1a e 2a derivadas.
Exemplo 53. Determine as dimensões (base e altura) do retângulo de área máxima que pode ser
inscrito em um semicírculo de raio constante a, como mostra a figura.
Podemos dizer que este retângulo tem base igual a b e altura igual a h.
a é o raio do semicírculo.
4a 2 b 2
Ab 1
2 b4a 2 b2 . Lembre-se que a é uma constante!
2
1 b 2b b2
A´ 4a 2 b2 4a 2 b2 .
2 2 2 4a 2 b 2 2 2 4a 2 b 2
A´ 0 4a 2 b2
b2 4a b b2 2b2 4a 2
2 2 4a 2 b2 2 2
Álvaro Fernandes 12
b 2a 2 b a2 .
Substituindo b a 2 em h 4a 2 b2 , obtemos h a 2 .
2 2
1) De todos os retângulos de comprimento fixo L, qual possui maior área? Determine a base e a
altura de tal retângulo.
2) Uma reta variável passando por P1,2 corta o eixo Ox em Aa,0 e o eixo Oy em B0,b .
Determine o triângulo OAB de área mínima, para a e b positivos.
5) Usando uma folha quadrada de cartolina, de lado igual a 60 cm, deseja-se construir uma caixa
sem tampa, cortando seus cantos em quadrados iguais e dobrando convenientemente a parte
restante. Determinar o lado dos quadrados que devem ser cortados de modo que o volume da caixa
seja o maior possível.
Álvaro Fernandes 12
6) A potência P de uma bateria de um automóvel é dada por P VI I 2 R , sendo I a corrente para
uma voltagem V e resistência interna da bateria R. São constantes V e R. Que corrente corresponde
à potência máxima?
7) O departamento de trânsito de uma cidade, depois de uma pesquisa, constatou que num dia
normal da semana à tarde, entre 2 e 7 horas, a velocidade do tráfego é de aproximadamente
V t 2t 3 27t 2 108t 35 quilômetros por hora, onde t é o número de horas transcorridas após o
meio dia. A que horas do intervalo de 2 às 7 o tráfego flui mais rapidamente e a que horas flui mais
lentamente, e com que velocidade?
9) Um gerador de corrente elétrica tem uma força eletromotriz de volts e uma resistência interna
de r ohms. e r são constantes. Se R ohms é uma resistência externa, a resistência total é (r + R)
ohms e se P watts é a potência então, P 2 R r R . Qual o valor de R que consumirá o máximo
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10) Corta-se um pedaço de arame de comprimento L em duas partes. Com uma das partes faz-se
uma circunferência e com a outra um quadrado. Determine o raio da circunferência e o lado do
quadrado para que a soma das áreas compreendidas pelas duas figuras seja mínima.
Álvaro Fernandes 12
Álvaro Fernandes 12