Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Ciola Tomás Maculanhane
Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3
3. Conclusão..............................................................................................................................24
4. Referências bibliográficas.....................................................................................................25
3
1. Introdução
O presente trabalho visa falar sobre o cálculo diferencial para função de uma variável.
Este, é um dos ramos da Matemática que mais auxiliaram na resolução de problemas das mais
variadas ciências, como Física, Engenharia, Astronomia, Biologia, etc. Podemos dizer que ele
nasceu na época de Galileu Galilei (1564-1642) e Johannes Kepler (1571-1630) e foi
sistematizado mais tarde, de modo independente um do outro, por Isaac Newton (1642-1727)
e Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716). Posteriormente, o cálculo diferencial recebeu
contribuições valiosas de Augustin Louis Cauchy (1789-1857) e de G. F. B. Riemann (1826-
1866). Hoje, o cálculo diferencial é a ferramenta, por excelência, de praticamente todas as
ciências.
'
f ( x )= lim
∆ x →0
( ∆∆ xy )= lim [ f ( x +∆∆xx)– f ( x ) ]
∆x→0
1 1
Assim, como ressalta Guidorizzi (2008), a derivada de uma função é o limite, caso
exista, que fornece o valor da declividade da recta tangente ao gráfico de y=f (x ) em
qualquer ponto ( x , y ) que, por sua vez, representa a taxa de variação dessa função num ponto
indicado. A derivada de uma função no ponto x é representada pelas notações:
df dy
f ' (x ), y ', ou
dx dx (lê-se: “derivada de y em relação a x”)
Para derivar uma função através da regra geral, devemos utilizar os seguintes passos:
y
4º Passo: Determina-se o limite do quociente , quando x tende para zero que, pela
x
definição, equivale a 1ª derivada, logo,
1
Exemplos: Calcule a derivada das funções y=x 2 e y=x 2.
1
a) y=x 2 = √ x
1º Passo:
y+Δy=√ x+ Δx
6
2º Passo:
4º Passo:
Lim
Δy
=Lim
√ x+Δx−√ x =0 (in det er min ação)
Δx Δx 0
Δx→0 Δx→0
Como temos um limite indeterminado, vamos levantar essa indeterminação
( )
2 2
( √ x + Δx ) − ( √ x )
Lim √
Δx(
x + Δx −√ x √ x + Δx + √ x
⋅
√ x + Δx + √ x
= Lim
Δx ( √ x+ Δx+ √ x ) ) =
Δx →0 Δx→0
Lim
[
x + Δx−Δx
Δx ( √ x +Δx + √ x )
= Lim
Δx
]
Δx( √ x +Δx+ √ x )
=
[ ]
Δx→0 Δx→0
1
Lim =
√ x+ Δx+ √ x 1 1
= =
Δx→0 √ x+0+ √ x 2 √ x
b) y=x 2
'
f ( x )= lim
∆ x →0
( ∆∆ xy )= lim [ f (x +∆∆xx)– f (x ) ]
∆x →0
1 1
[ ]
2 2
( x 1 +∆ x ) – x
¿ lim
∆ x→ 0 ∆x
[ ]
2 2 2
x + 2 x ∆ x+ ( ∆ x ) – x
¿ lim
∆ x→ 0 ∆x
7
[ ]
2
2 x ∆ x +( ∆ x )
¿ lim
∆ x→ 0 ∆x
¿ lim
∆ x→ 0
[ ∆ x ( 2 x +∆ x )
∆x ]
¿ lim (2 x +∆ x )
∆ x→ 0
¿ lim (2 x +0)=2 x
∆ x→ 0
P2 A( cateto oposto)
Tg β=
P1 A (cateto adjacente ) .
Δy
Tg β=
Como P2A = y e P1A = x, então: Δx *
Observe que, quando x tender para zero, o ponto P2 tende a se confundir com o ponto
P1, ou seja, a secante passa ser a tangente à curva no ponto P1 formando com o eixo-x um
ângulo α , logo,
lim
∆ x →0
( )
∆y
∆x
= y ' =tg ( α )
9
f +¿ ( x )=
'
1
lim ¿¿
∆x →0
+¿
[ ∆x ]
f (x 1 + ∆x) – f (x 1 )
¿
f −¿ ( x )=
'
lim ¿¿
1
∆ x→0
−¿
[ ∆x ]
f (x 1 + ∆x) – f (x 1 )
¿
Granville (1954) diz que, uma função é derivável em um ponto, quando suas derivadas
à direita e à esquerda nesse ponto existem e são iguais. Com base no estudo observa-se que
tanto a continuidade como a diferenciabilidade são propriedades desejáveis em um função.
Demonstração:
Hipótese: f é diferenciavel em a .
10
diferenciavel em a , tem-se:
f ( x )−f ( a )
lim [ f ( x )−f ( a ) ]=lim ∙ ( x−a )
x→ a x→ a ( x−a )
f ( x )−f ( a )
lim [ f ( x )−f ( a ) ]=lim ∙ lim ( x −a )
x→ a x→ a ( x−a ) x→ a
f ( x )−f ( a )
lim [ f ( x )−f ( a ) ]=lim ∙ lim ( a−a )
x→ a x→ a ( x−a ) x→ a
f ( x )−f ( a )
lim [ f ( x )−f ( a ) ]=lim ∙0
x→ a x→ a ( x−a )
f ( x )=f ( a ) + [ f ( x )−f ( a ) ]
lim f ( x ) =lim f ( a ) +0
x →a x→ a
lim f ( x ) =lim f ( a ) c . q . d
x →a x→ a
Consequentemente f é continua em a ’
{
2
−x + 4 , x< 2
Exemplo: Seja a função f ( x )= . Verifique se f é derivável em x=2.
¿ x 2−8 x+ 12, x ≥ 2
1º Passo: f +¿ (2) ¿
'
f +¿ (x )=
'
lim ¿¿
∆x →0
+¿
[ ∆x ]
f (x+∆ x)– f ( x)
¿
11
f +¿ (2)=
'
lim ¿¿
∆ x→0
+¿
[ f (2 +∆ x) – f( 2)
∆x
¿
]
f +¿ (2)=
'
lim ¿¿
2
+¿ ( 2+∆ x ) −8 ( 2+ ∆x ) +12−0
∆ x→0 ¿
∆x
f +¿ (2)=
'
lim ¿¿
+¿ ( ∆x )2 −4 ∆ x
∆ x→0 = lim ¿¿
∆x ∆x → 0 +¿ ( ∆ x−4) = lim ¿¿
∆x →0 +¿ ( 0−4)= −4¿
1º Passo: f −¿ (2 )¿
'
f −¿ ( x )=
'
lim ¿¿
∆x →0
−¿
[ f( x+ ∆x) – f (x)
∆x
¿
]
f −¿ (2 ) =
'
lim ¿¿
∆ x→ 0
−¿
[ f (2+ ∆ x)– f (2)
∆x
¿
]
f −¿ ( x )=
'
lim ¿¿
2
−¿ − (2+∆ x ) +4 −0
∆x →0 =f ' ¿
∆x − ¿ ( x )= lim ¿¿
2
−( ∆ x) +4∆ x
∆ x → 0−¿ ¿
∆x
f −¿ (2 )=
'
lim ¿¿
−¿
∆ x→ 0 (−∆ x−4 )= lim ¿¿
∆ x →0 −¿ (− 0−4)= −4¿
Demonstração:
∆y f ( x +∆ x )−f ( x ) k −k 0−0
lim = lim = lim = lim = lim 0=0
∆ x →0 ∆ x ∆ x →0 ∆x ∆ x →0 ∆ x ∆x → 0 ∆ x ∆x →0
Demonstração:
x + Δx −x Δx
lim = lim = lim 1=1
Δx →0 Δx Δx→0 Δx Δx →0
Δy
∴ y '= lim =1
Δx →0 Δx
Demonstração:
∆y cg ( x +∆ x )−cg ( x ) c [ g ( x + ∆ x ) −g ( x ) ]
lim = lim = lim
∆ x →0 ∆ x ∆ x →0 ∆x ∆ x →0 ∆x
g ( x+ ∆ x )−g ( x )
¿ c ∙ lim =c ∙ g ' ( x )
∆ x →0 ∆x
13
−x 2 y= 1
Exemplos: Calcule a derivada das funções y=x 5, y=2 x 4 , y= e .
3 x
Esta fórmula só pode ser aplicada quando o radicando é a variável x (função identidade).
Exemplos:
1
a) y= √ x ⟹ y =
3 '
5 √x
3 4
1
b) y= √ x ⟹ y =
'
2 √x
8 2
c) y=8 √ x ⟹ y =
4 '
=4
4 √x √ x3
4 3
Exemplos: Calcule a derivada das funções y=3 x 2−5 x−4 e y=4 x 3−5 x 2−3.
'
y ' =( 3 x 2 ) −( 5 x )' − ( 4 ) '
'
y =6 x−5−0=6 x−5
y= (2 x−3 ) ∙ ( x +5 )
2
15
y ' =2 ∙ ( x 2 +5 ) + (2 x−3 ) ∙ 2 x
' 2 2
y =2 x +10+ 4 x +6 x
' 2
y =6 x +6 x+ 10
u (x )
Seja y= ; se existirem as derivadas u'( x ) e v'( x ),
v( x)
u' v−uv '
então y '= 2 , para v ≠0 .
v
1 x4
Exemplo: Calcule a derivada das funções y= e y= x .
x e
b)
f ( x)=¿ {u(x)=x4⇒u'(x)=4x3 ¿ ¿¿¿ Substituindo os valores encontrados em
f ' (x)
,
temos:
f ' (x)=¿
f ' (x)=¿
1
A inversa da função y ( x ) a função dy dx .
x( y): =
dx dy
Seja f inversivel e sua inversa dada por f −1. Se f tem uma tangente de inclinação m≠ 0
em ( x , y ) , então a inclinação de f −1 em ( x , y ) é m−1. Como m=f ' ( y ) e m=f ' [ f −1 ( x ) ].
Dai m' =D f −1 ( x )
1
m' =
f [f ( x )]
' −1
16
Definição: se uma função derivável f tem inversa g, então g também derivável e vale a
seguinte expressão:
1
g [ f ( x ) ]=
'
f ' ( x)
Exemplo: Considere a função f ( x )=3 x 2 + x−1. Calcule a função inversa no ponto x=0 .
1
g' [ f ( x ) ] =
f ' ( x)
1 1
g [ f ( x ) ]=
'
=
3 x + x−1 6 x +1
2
1 1 1
g' ( 0 ) = = =1
6 ∙ 0+1 0+1 1
Seja y=f ( x ) uma função composta, isto é, que pode ser escrita sob a forma y=g (u),
u=(x ) ou ainda y=g [( x)], f ( x)=(g o)(x )¿. Vale então a seguinte regra:
Segundo Granville (1954), “se a função u=(x ) tem uma derivada no ponto x e a
função y=g (u) tem uma derivada para o valor correspondente de u, então no ponto x a
função composta y=g [( x)]”. Tem uma derivada igual a y ’=( g o) ’( x)=g ’ (( x )) ∙’(x ).
a) f ( x )=g 3 ( x )
f ( x )= ( 6 x – 5 ) ↔
3
{u=6x−5⇒u'=6¿¿¿¿
f ' ( x )=n ∙ x n−1
17
' 2 2
f ( x )=3 ∙ ( 6 x −5 ) ∙ 6=18∙ ( 6 x−5 )
b) k ( x )=h [ g ( x ) ]
k ( x )=sen ( 6 x−5 )
k ' ( x )=[ sen ( 6 x−5 ) ] '
k ' ( x )=cos ( 6 x−5 ) ∙ ( 6 x−5 ) '
k ' ( x )=cos ( 6 x−5 ) ∙ 6
k ' ( x )=6 cos ( 6 x−5 )
Imaginemos que uma função y=f (x ) admita a primeira derivada y '=f ’( x); a
segunda derivada y ' '=f ' ' (x ); ...; a n-ésima derivada y n=f n (x ). A essas derivadas
denominamos de derivadas sucessivas que serão indicadas pelas seguintes notações:
2 2
d f d y
f \( x \) ;y ; ;
a) Derivada segunda dx 2 dx 2
d3 f d3 y
f '''( x ); y ''', 3 ; 3
b) Derivada terceira: dx dx
n n
(n ) ( n) d f d y
f ( x); y ; ;
c) Derivada de ordem n dxn dxn
Solução:
2
f ' ( x)=6 x – 8 x +5 y '=3∙(2 x +3)3−1 .(2 x +3)’
a) 2x + y³
d d d dy
(2 x+ y 3 )= (2 x )+ ( y 3 )=2+3 y 2
dx dx dx dx
b) x + 3y
d d d dy
( x+3 y )= x + (3 y )=1+3
dx dx dx dx
c) 4x² + 9y² = 36
d d dy dy −8 x dy −4 x
(4 x2 +9 y 2 =36)⇔8 x+ (9 y 2 )=0 ⇔18 y =−8 x ⇔ = ⇔ =
dx dx dx dx 18 y dx 9 y
Seja {x =x ( t )
¿ y= y ( t )
, duas funções da mesma variável t , com t ∈ [a , b]; a cada valor de t ,
temos x e y definidos.
'
dy y ( t )
Das equações paramétricas temos: = ' .
dx x ( t )
'
dy y ( t ) ( 4 t+3 ) ' 4
= = = =2
dx x ' ( t ) ( 2t +1 ) ' 2
Δy y 2− y 1 f ( x 2 )−f ( x 1 ) f ( x 1 + Δx )−f ( x 1 )
tg=¿ = = =
Δx x 2−x 1 x 2 −x 1 x 2 −x1 .
Observemos o gráfico:
Solução:
a) f (x)=3 1e2
Como, f ( x) é uma função constante, podemos afirmar que, para qualquer valor
atribuído a variável independente x , o resultado (valor numérico) de f ( x) será sempre igual a
3. No nosso exemplo, temos que calcular f (1) e f (2).
¿¿
Δy f ( x 2 )−f ( x1 ) f ( 2 )−f ( 1) 3−3 0
= = = = =0
Δx Δx x 2 −x 1 2−1 1
20
b) f ( x)= x 2e4
¿¿
Δy f ( x 2 )−f ( x1 ) f ( 4 )−f (2) 4−2 2
= = = = =1
Δx Δx x 2 −x1 4−2 2
No intervalo [2,4] para cada unidade acrescida a x , a função cresce em média uma unidade.
( Δy
)
limite da Taxa de Variação Média da Função Δx quando Δx 0.
Lim
Δy
Δx ( )
= Lim
Δx [
f ( x 1 +Δx )−f ( x 1 )
]
Δx→0 Δx →0
Nota: É relevante observar que a taxa de variação média de uma função é determinada
num intervalo [ x1 , x2 ] e a taxa de variação instantânea é calculada em um ponto ( x 1 , f ( x 1)).
Observemos o gráfico:
21
a) C(q) = 4q + 54
C (q ) 4 q +54 4 q 54
=
54
= + =4 + unidade de milhar ( )
Cm(q) = q q q q q
No intervalo [1,5] para cada unidade acrescida a q, a função custo cresce em média
4.000,00.
b) C(q) = √ 4q+15+45
Cm(q )=
C (q )
=
√ 4 q+15+45 (unidade de milhar )
q q
No intervalo [1,5] para cada unidade acrescida a q, a função custo cresce em média
390,00.
1. Seja L(q)=−q3 +108 q +20 a função que dá o lucro (em reais) de uma determinada
indústria na produção/venda de certo número de carro em função da quantidade de mão-
de-obra q utilizada. Encontre os intervalos de crescimento e decrescimento dessa função e,
em seguida, esboce o gráfico de L(q).
22
Solução:
a) Calcula-se a 1ª derivada
3
L(q)=−q +108 q +20
2
L ’(q)=−3 q +108 (Função Lucro Marginal)
2
−3 q +108=0 ¿(−1)
2
−3 q +108
{ q ' =6 ¿ ¿ ¿¿
¿
{L'(q)>0,se0<q<6¿{L'(q)<0,seq<−6ouq>6¿¿ ¿
2. A função S(t) = 3t2 + 5t + 2 representa a posição (em km) de certo tipo de veículo em um
determinado instante (0 t 10). Então, calcule inicialmente, a velocidade média do
veículo nos intervalos de tempo [3; 3,1] e [3; 3,01], em seguida, a velocidade instantânea
desse veículo quando t = 3 horas.
A velocidade média é calculada pelo quociente da variação do espaço com a variação
do tempo, como segue:
ΔS S(t)−S(3)
Vm= = (t≠3)¿ {S (t)=3t 2+5t+2 ¿ ¿¿ ¿
Δt t−3
¿
23
3t 2+5t−42
Vm=
t−3
{ 3.(3,1)2+5.3,1−42 ¿
Vm(3,1)= =23,3 km/h ¿ ¿¿
3,1−3
¿
Agora, determinemos a velocidade instantânea do veículo quando t = 3. Neste caso,
devemos encontrar a derivada primeira da função velocidade média no ponto t = 3, ou seja, o
limite, quando existe, da velocidade média quando t se aproxima de 3, da seguinte maneira:
3t 2 +5 t−42
Vm=
t−3
Vm'=6 t+5
Vm'(3 )=6 . 3+5
Vm'(3 )=23 km/h
3. Conclusão
4. Referências bibliográficas
Faria, Sebastião Pereira de (1991). Cálculo I (8ª edição). São Paulo: Cop-Set Reproduções
Gráficas.