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INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMÉRCIO E FINANÇAS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO – MOCUBA

TEMA: INTRODUÇÃO A CÁLCULOS DIFERENCIAIS

DISCENTE
1. Cristina Américo Marques
2. Suneima Ossuame Aboo

MOCUBA, OUTUBRO DE 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE GESTÃO, COMERCIO E FINANÇAS
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO – MOCUBA

TEMA: INTRODUÇÃO A CÁLCULOS DIFERENCIAIS

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Matemática II, leccionado no curso de
Administração Pública, Comércio e Finanças,
turma única, regime pós laboral.

DOCENTE
dr. Hélio Magamela

DISCENTE
1. Cristina Américo Marques
2. Suneima Ossuame Aboo

MOCUBA, OUTUBRO 2022

ii
iii
ÍNDICE

INTRODUÇÃO.............................................................................................................1

1.1. Conceito de Razão Incremental..........................................................................2

1.2. Derivada e Diferencial de uma Função...............................................................3

1.2.1. Derivada..........................................................................................................3

1.2.1.1. Definição.....................................................................................................3

1.2.1.2. Regra Geral para o Cálculo das Derivadas..................................................4

1.2.1.3. Regras de Derivação................................................................................8

1.2.1.4. Derivadas Laterais.....................................................................................16

1.2.1.5. Derivabilidade e Continuidade de uma função.........................................17

1.2.2. Diferencial de uma função............................................................................18

1.2.2.1. Definição...................................................................................................18

2. CONCLUSÃO......................................................................................................20

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................21
INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa versa sobre a Introdução a Cálculos Diferenciais. Em


linhas gerais, o conteúdo de Cálculo é muito importante para estudantes universitários
das áreas de ciências exatas, mas também é consenso, segundo o ponto de vista dos
estudantes, que o aprendizado desta matéria é muito difícil.

O conceito de diferencial foi criado por Leibniz e, como consequência, ele criou
também as notações e para simbolizar os diferenciais em e , respectivamente.

São dele, também, as regras de diferenciação enunciadas anteriormente. Em sua obra,


publicada em 1684, ele concebeu e como sendo as menores diferenças ou diferenças
infinitamente pequenas em e, respectivamente.

Nesse mesmo sentido considerava que o quociente representava a divisão dos dois
infinitésimos como resultado da razão incremental, quando e, consequentemente,
tornavam-se arbitrariamente próximos de zero. Em razão disso é que em laboratórios,
dependendo da precisão exigida, costuma-se aproximar o valor de pelo valor do
quociente.

Também será demonstrado como as derivadas podem ser usadas para aproximar
funções complicadas por funções lineares mais simples através de exemplos práticos.

1
1. INTRODUÇÃO A CÁLCULOS DIFERENCIAIS
1.1. Conceito de Razão Incremental
Incremento em linguagem matemática significa variação, em uma função de 1 variável (
Estudo no qual inicialmente vamos nos concentrar) teremos a abscissa (x) e a função
[f(x) ou y] cujo valor depende dela.

Por definição o incremento da variável x é dado por (x-xo) e o incremento da função


f(x) é dado por f(x) - f(xo).

A razão incremental seria f(x)-f(xo)/x-xo.

Exemplos
Na função F(x) = x² - 2x quando a variável independente passa do valor 2 para 4,
pergunta-se:
a) Qual o incremento da variável independente?
b) Qual o incremento da variável dependente?
c) Qual o valor razão incremental?

Resolução:
a) Variável independente neste caso será o x, portanto seu incremento é dado por:
xo=2 e x=4
x-xo=4-2
x-xo=2 (Que nada mais é que o delta de x)

b) Variável dependente é aquela que "funciona" de acordo com a variável independente


x, logo seria a própria função:
F(xo)=xo²-2xo
F(2)=2²-2.2
F(2)=4-4
F(2)=0

F(x)=x²-2x
F(4)=4²-2.4
F(4)=16-8
F(4)=8

2
Portanto o incremento da variável dependente será:
F(x)-F(xo)=F(4)-F(2)
F(x)-F(xo)=8-0
F(x)-F(xo)=8 ( Valor do delta de y)

c)A razão incremental por definição é dada por:


R=F(x)-F(xo)/x-xo
R=8/2
R=4

1.2. Derivada e Diferencial de uma Função


1.2.1. Derivada
1.2.1.1. Definição
Seja a função y = f(x) representada pelo gráfico.

A derivada de y, em relação a x, é o limite, quando existe, do quociente da variação y


[f(x2 – f(x1)] da função pelo acréscimo correspondente x (x2 – x1) da variável, quando
x tende para zero:

Assim, a derivada de uma função é o limite, caso exista, que fornece o valor da
declividade da reta tangente ao gráfico de y = f(x) em qualquer ponto (x, y) que, por sua
vez, representa a taxa de variação dessa função num ponto indicado.

3
A derivada de uma função no ponto x é representada pelas notações:

df dy
f ' ( x ), y ', ou
dx dx (lê-se: “derivada de y em relação a x”)

1.2.1.2. Regra Geral para o Cálculo das Derivadas

Para derivar uma função através da regra geral, devemos utilizar os seguintes passos:
1º) Substitui-se x por x + x e determina-se o valor da nova função y + y.
2º) Subtrai-se o valor da função do novo valor encontrado, achando-se y.
3º) Divide-se y por x.

4º) Determina-se o limite do quociente y/x, quando x tende para zero que, pela
definição, equivale a 1ª derivada, logo,

Lim
Δy
Δx( ) dy∗¿
¿
Δx →0 = y’ = f’(x) = dx *Lê-se: derivada de y em relação a x

Exemplos

01- Derivar as seguintes funções aplicando a regra geral (definição):


1
y=
a) y = 3x2 d) √ x+ 3

b) y = √ x e) y= √√3 x , em x = 4
c) y = 4x – 1
Solução
a) y = 3x2

4
1º passo:

y = 3x2

y + x = 3(x + x)2

y + y = 3[x2 + 2xx + (x)2]

y + y = 3x2 + 6xx + 3(x)2

2º passo:

y + y –y = 3x2 + 6xx + 3(x)2 – 3x2

y = 6xx + 3(x)2

3º passo:

2
Δy 6 x . Δx+3 ( Δx )
=
Δx Δx
Δy
=6 x +3 . Δx
Δx

4º passo:

Δy
y '=Lim =Lim ( 6 x +3 . Δx )=6 x
Δx
Δx→0 Δx→0

b) y = √ x
1º passo:

y +Δy=√ x+ Δx

2º passo:

y+Δy− y= √ x+Δx−√ x
Δy=√ x+ Δx− √ x

5
3º passo:

Δy √ x+ Δx−√ x
=
Δx Δx

4º passo:

=Lim √
Δy x+ Δx−√ x 0
Lim = (indet er min ação)
Δx Δx 0
y’= Δx →0 Δx→0

Como temos um limite indeterminado, vamos levantar essa indeterminação

multiplicando o limite por √ x+ Δx+ √ x que é o fator racionalizante.

Lim √
Δx(
x+ Δx− √ x √ x+ Δx + √ x

√ x+ Δx + √ x
= Lim
) (
( √ x+ Δx )2 −( √ x )2
Δx ( √ x + Δx+ √ x )
=
)
Δx →0 Δx →0

Lim
[
x+ Δx−Δx
Δx ( √ x+ Δx + √ x )
= Lim
]
Δx
[
Δx( √ x+ Δx+ √ x )
=
]
Δx →0 Δx →0
1
Lim =
√ x + Δx + √ x 1 1
= =
Δx →0 √ x+ 0+ √ x 2 √ x
c) y = 4x - 1

1º passo:

y + y = 4(x + x) -1

y + y = 4x + 4x – 1

2º passo:

y + y – y = (4x + 4x – 1) – (4x – 1)

y = 4x + 4x -1 – 4x + 1

6
y = 4x

3º passo:

Δy 4 Δx
y '= = =4
Δx Δx

4º passo:

Lim 4=4
Δx →0 (limite de uma constante é a própria constante)

02- Dada a função quadrática y = x2 – 4:

a) calcule a sua derivada;

b) Calcule o valor da derivada em x = 2 e interprete o resultado.

Solução

a) y = x2 – 4

1º passo:

y + x = (x + x)2 - 4

y + y = x2 + 2xx + (x)2 - 4

2º passo:

y + y –y = x2 + 2xx + (x)2 -4 – x2 + 4

y = 2xx + (x)2

3º passo:

2
Δy 2 x . Δx+ ( Δx )
=
Δx Δx
Δy
=2 x+. Δx
Δx

4º passo:

Lim (2x+Δx ) ∴ y '=2x


y’ = Δx →0

7
b) y’ = 2x ∴ y’(2) = 4

Este resultado significa que, nesse caso, a tendência da função y = x 2 – 4, no ponto dado
(x = 2), é de crescimento 4.

1.2.1.3. Regras de Derivação


Como, derivar funções utilizando o conceito de derivada torna-se um processo
longo, foram introduzidas algumas regras objetivando uma maior rapidez nas soluções
das mesmas. Então, a partir de agora, utilizaremos algumas regras práticas para calcular
derivadas de funções.

1ª) Derivada de uma Função Constante: a derivada de uma função constante é sempre
igual a zero. f(x) = k  f’(x) = 0 (k representa uma constate)

Exemplo

- Derivar as funções:

a) f(x) = -2  f’(x) = 0
b) f(x) = 154  f’(x) = 0
c) f(x) = 2a3 + 1  f’(x) = 0
d) f(p) = -4x  f’(p) = 0

Para entender o resultado (nulo), observe no gráfico da função f(x) = -2 abaixo que,
quando a variável independente x apresenta uma variação de x1 para x2, a função f(x),
não apresenta modificação, isto é, y = 0, logo:

Lim ( Δy
Δx )
Lim (0Δx ) = Lim 0 = 0
f’(x) = Δx → 0 = Δx → 0 Δx → 0

2ª) Derivada da Função Identidade: a derivada da função identidade é igual a 1 (um).

8
O gráfico abaixo mostra que, a variação dada à variável independente x resulta em uma
variação de igual valor na variável dependente y (x = y), logo:

Lim ( Δy
Δx ) = Lim (
Δx )
Δx
= Lim 1 = 1

f’(x) = Δx → 0 Δx → 0 Δx → 0

3ª) Derivada de uma Função Potência f(x) = xn.

Apliquemos a regra geral das derivadas, vista no início, para chegarmos a essa fórmula:

1º passo:

y + Δy=( x + Δx ) n

2º passo:

y +Δy− y= ( x + Δx )n −x n
Δy=[ ( x +Δx ) −x ] . [ ( x+ Δx ) . x 2 +.. .+x n−1 ]
n−1 n−2 n−3
+ ( x+ Δx ) . x + ( x +Δx )

Δy=Δx . [ ( x+ Δx )n−1 + ( x + Δx )n−2 . x + ( x + Δx ) n−3 . x2 +.. .+ x n−1 ]

3º passo:

Δy Δx. [ ( x +Δx ) + ( x +Δx ) . x + ( x +Δx ) . x +. ..+x ]


n−1 n−2 n−3 2 n−1
=
Δx Δx
Δy
=( x + Δx )n−1 + ( x +Δx )n−2 . x+ ( x + Δx )n−3 . x 2 +. ..+x n−1
Δx

4º passo:

9
Lim [ ( x+Δx )n−1 + ( x+ Δx )n−2 . x+ ( x+ Δx )n−3 .x 2 +...+x n−1 ] =
Δx →0
¿ x n−1 + x n−2 .x+x n−3 .x 2 +...+ x n−1 = x n−1 .x n−1 .x n−1 +...+x n−1 = n.x n−1
Portanto: f(x) = xn  f’(x) = n.xn-1

Exemplo:

- Derivar as funções:

5
2
a) f(x) = x4 d) f(x) = x

y= √ x 2 , em x = 8
3
b) f(q) = 3q6 e)

c) f(x) = -5x

Solução

a) f(x) = x4

f’(x) = 4x4-1

f’(x) = 4x3

b) f(q) = 3q6

f’(q) = 6.3x6-1

f’(p) = 18x5

c) f(x) = -5x

f’(x) = 1.(-5)x1-1

f’(x) = -5x0 = -5

10
5
f ( x )=
x 2
k
a n (
=k .a
−n
)
−2
d) f ( x )=5 x

f’(x) = -2.5x-2-1

−10
3
f’(x) = -10x-3 ou f’(x) = x

y= √ x 2 , x =8
3

2 a

e) y=x √x
3 b a
=x
b

2
2 −1
y ' .x3
3

−1
3
y '= x 3
2
3
y '= 3
2. √ x
3 3
y ' ( 8 )= 3 =
2. √ 8 4
4ª) Derivada de uma Função Exponencial.

f(x) = ax (1  a > 0) 
{ f (x)=ax→f ' (x)=ax .Lna ¿ ¿¿¿ (Ln e = log e e = 1)

Exemplo

Calcular a derivada de cada função:

a) f(x) = 2x c) f(x) = 3.ex

b) f(x) = (1/2)x , em x = 0 d) y = -4.ex

11
Solução

a) f(x) = 2x f ' ( x )=a x . Lna

f’(x) = 2x.Ln 2

f’(0) = (1/2)0.Ln(1/2)

f’(0) = Ln (1/2)

b) f(x) = (1/2)x f ' ( x )=a x . Lna

f’(x) = (1/2)x.Ln(1/2)

c) f(x) = 3.ex f ' ( x )=e x . Lne=e x

f’(x) = 3.ex.Ln e

f’(x) = 3.ex

d) y = -4.ex f ' ( x )=e x . Lne=e x

y’ = -4.ex.Lne

y’ = -4ex

5ª) Derivada de uma Função Logarítmica.

f(x) = Log a x (1  a > 0) 


{ 1
f (x)=Loga x→f'(x)= ¿ ¿¿¿
x.Lna

12
Exemplo

Encontrar a derivada de cada função:

a) y = Log 3 x , em x = ½

b) f(x) = 4.Log 1/3 x

c) y = 7.Ln x , em x = 7/2

Solução

1
f ' ( x )=
a) y = Log 3 x x . Lna

1
y’ = x . Ln3

1 2
=
1 Ln 3
. Ln 3
y’(1/2) = 2

1
f ' ( x )=
b) f(x) = 4.Log 1/3 x x . Lna

1
f’(x) = 4. x. Ln(1/3)

4
f’(x) = x. Ln(1/3)

1 1
f ' ( x )= =
c) y = 7.Ln x x . Lne x

1
y’=7. x
2
y’(7/2) = 7. 7 = 2

13
6ª) Derivada de uma Soma Algébrica.

Devemos derivar cada termo da soma, como segue:

y = f(x) + g(x) + h(x) + ...  y’ = f’(x) + g’(x) + h’(x) + ...

Exemplo

Derivar as funções:

a) y = 3x – 7

b) y = 4x2 – 5x + 6, em x = -2

c) y = -2x3 + 3x2 – 5x + 43

Solução

a) y = 3x – 7

y’ = 3

b) y = 4x2 – 5x + 6
y’ = 8x – 5
y’(-2) = 8.(-2) -5 = -21

c) y = -2x3 + 3x2 – 5x + 43
y’ = -6x2 + 6x - 5

7ª) Derivada do Produto de Funções.

f(x) = u(x).v(x)  f’(x) = u(x).v’(x) + u’(x).v(x)

Exemplo

14
Derivar a função f(x) = 2x3. ex , em x = 1.

Solução

f(x) = 2x3. ex
{u (x)=2x3⇒u'(x)=6x2¿ ¿¿¿
f(x) = u(x).v(x)  f’(x) = u(x).v’(x) + u’(x).v(x)

Substituindo os valores encontrados em f’(x), temos:

f’(x) = 2x3.ex + ex.6x2

Coloca-se em evidência 2x2.ex

f’(x) = 2x2ex(x + 3)

Substituindo o valor de x = 1, temos:

f’(1) = 2.12.e1(1 + 3)

f’(1) = 8e

Obs.: F(x) = U(x).V(x).Z(x)  F’(x) = U(x).V(x).Z’(x) + U(x).V’(x).Z(x) +


U’(x).V(x).Z(x).

8ª) Derivada do Quociente de Funções

u( x ) v ( x ).u ' ( x )−u( x ). v '( x )


2
f(x) = v ( x )  f’(x) = [ v ( x )]

Exemplo

x4
x
Derivar a função f(x) = e , em x = 1.
Solução

15
x4
f(x) = e
x {u (x)=x4⇒u'(x)=4x3 ¿ ¿¿¿
u( x ) v( x).u ' ( x)−u( x ). v '( x)
2
f(x) = v ( x )  f’(x) = [ v( x )]

Substituindo os valores encontrados em f’(x), temos:

e x . 4 x 3 −x 4 . e x
f’(x) = ( ex )2 (:ex)

4 x 3 −x 4
f’(x) = ex
Substituindo o valor de x = 1, temos:

4 . 13 −14 3
1
=
f’(x) = e e

1.2.1.4. Derivadas Laterais

Como a derivada de uma função f em um ponto x o é um caso particular de limite, então


tem sentido calcular os limites laterais abaixo, à esquerda e à direita em x o:

Lim f(x) - f(xo)


f '(xo-) = (x<xo)
x xo- x-xo
Lim f(x) - f(xo)
f '(xo+) = (x>xo)
x xo+ x-xo

Quando tais limites existem, eles são, respectivamente denominados, derivada lateral de
f à esquerda em xo e derivada lateral de f à direita no ponto x o. Se ambos os limites
existem e são iguais, dizemos que f possui derivada no ponto xo.

A função modular definida por f(x)=|x| tem derivada lateral à direita no ponto x=0 igual
a +1 e derivada lateral à esquerda no ponto x=0 igual a -1, o que significa que tais
derivadas laterais no mesmo ponto são diferentes. Para todo x não nulo, as derivadas
laterais à esquerda e à direita coincidem.

16
1.2.1.5. Derivabilidade e Continuidade de uma função

Existem funções que não têm derivada em um ponto, embora possam ter derivadas
laterais à esquerda e à direita deste ponto e ser contínua neste ponto.

Exemplo: A função modular (valor absoluto) definida por f(x)=|x|, não tem derivada em
x=0, mas:

(a) f é contínua em toda a reta;

(b) Derivada lateral à direita: f '(0+)=+1;

(c) Derivada lateral à esquerda: f '(0-)=-1.

Este exemplo mostra que a continuidade de uma função em um ponto não garante a
existência da derivada da função neste mesmo ponto, mas a recíproca é verdadeira, isto
é, a existência da derivada de f em um ponto, implica na continuidade de f neste ponto.

Observação: Um termo comum na literatura sobre derivadas é a palavra suave.


Dizemos que uma função derivável em um ponto é suave nas vizinhanças deste ponto,
motivado pelo fato que, se o gráfico da função possui um bico, como a função modular,
por exemplo, este fato implica na existência de derivadas laterais diferentes, garantindo
que a função não tem derivada neste ponto.

Função Derivada Função Derivada


0 0 1 0
n
ax+b a x n xn-1
exp(x) exp(x) log(x) 1/x
sen(x) cos(x) cos(x) -sen(x)
2
arcsen(x) R[1/(1-x )] arccos(x) -R[1/(1-x²)]
tg(x) sec²(x) cot(x) -csc²(x)
sec(x) sec(x) tg(x) csc(x) -csc(x) cot(x)
arctg(x) 1/(1+x²) arccot(x) ???

onde R[z] representa a raiz quadrada de z>0.

17
1.2.2. Diferencial de uma função
1.2.2.1. Definição
A função é diferenciável em se existir um número e uma função de ,
, tal que:

O termo é chamado de diferencial de em , sendo denotado por , ou


seja .

Exemplo 1.

A função é diferenciável em

Como
teremos:
ou

Comparando com a expressão construída na Definição , se conclui que:

Portanto a função é diferenciável em e .


Exemplo 2.

Podemos estender o resultado do exemplo anterior e afirmar que a função é


diferenciável em qualquer ponto do seu domínio, pois, procedendo como antes
teremos:

Pela Definição 6.1 concluímos que:

Portanto, é diferenciável em e .

18
Observa -se que em ambos os casos o valor de m coincide com o valor da derivada de
no ponto considerado. Como tivemos, no primeiro caso
e, no segundo caso, . Assim a diferencial coincidiu com o

valor .

1.2.2.2. Regras de Diferenciação

Como a diferencial de é dada por segue-se que são válidas


para as diferenciais regras operatórias semelhantes às de derivação. Listamos a seguir
essas regras:

1)
2)
3)

Exemplo

A regra da diferencial de uma soma, regra (1) relacionada anteriormente é demonstrada


da seguinte maneira:

Outras regras são, também, demonstradas utilizando-se das regras conhecidas para a
derivação.

O conceito de diferencial foi criado por Leibniz e, como consequência, ele criou
também as notações e para simbolizar os diferenciais em e , respectivamente.
São dele, também, as regras de diferenciação enunciadas anteriormente. Em sua obra,
publicada em 1684, ele concebeu e como sendo as menores diferenças ou
diferenças infinitamente pequenas em e , respectivamente.

Nesse mesmo sentido considerava que o quociente representava a divisão dos


dois infinitésimos como resultado da razão incremental , quando e,
consequentemente, tornavamse arbitrariamente próximos de zero. Em razão disso é
que em laboratórios, dependendo da precisão exigida, costuma-se aproximar o valor de
pelo valor do quociente .

19
2. CONCLUSÃO
Tendo em vista as abordagens desenvolvidas no presente trabalho de pesquisa,
ressaltamos que a diferença entre derivada e diferencial não é tão evidenciada e até se
confundem para funções de uma variável real, no entanto, para funções de várias
variáveis a diferença é mais evidenciada.

Com isso vemos que existem várias dificuldades para o entendimento do conceito de
derivada e diferencial para funções de várias variáveis: o nível de abstração, a perda de
visão geométrica (caso n>2), as várias representações da derivada e diferencial, o pouco
tempo dedicado ao assunto nos cursos de cálculo.

Um dos factores mais determinantes para a falta de percepção dos conceitos de derivada
e diferencial supomos ser o pouco tempo dedicado a este assunto nos cursos de cálculo,
mesmo dentro dos cursos de matemática. Também o relacionamento das diversas
disciplinas não é explorado em profundidade, seja pela falta de maturidade dos alunos
que em geral encontram-se no segundo ou terceiro semestre da universidade, seja pela
falta de tempo.

Consideremos que a diferença entre derivada e diferencial pode ser mais explorada e
também que o uso de recursos tecnológicos e artefatos podem vir a ser um auxiliar no
ensino das aulas de cálculo.

20
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Baranenkov, G E Demitovith, B. Problemas e Exercícios de Análise Matemática.


Moscou: Mir, 1978.

Granville, W. A. (1954). Elementos de Cálculo Diferencial e Integral. Rio de Janeiro:


Científica

Guidorizzi, Hamilton Luiz. (2008). Um curso de cálculo. V.2. Rio de Janeiro: LTC

Iezzi, Gelson ET AL. (1993). Fundamento da matemática elementar. São Paulo: Atual
10v.

Leithold, Loui. (2000). O Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo: Harbra

21

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