Você está na página 1de 12

CONSTRUÇÕES DE CURVAS

CONTÍNUAS EM UM SISTEMA DE
COORDENADAS DISCRETAS*

NILTON CEZAR FERREIRA

Resumo: neste trabalho é apresentada uma definição para sistemas de


coordenadas discretas no plano e curvas planas contínuas. Foram produzidos
alguns resultados matemáticos e métodos para auxiliar na construção de tais
curvas. Esses métodos, são modelos matemáticos que, se aplicados de forma
correta, combinados a alguns algoritmos, poderão trazer contribuições sig-
nificativas aos programadores, que desejam construir curvas em dispositivos
de tela gráficas, como computadores, smartphones, tablets, etc.

Palavras-chave: Sistemas. Coordenadas. Discretas. Curvas. Construção.


Continuidade.
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

E
ste trabalho surgiu durante a construção de um software voltado para
o estudo de Cálculo Numérico. Na implementação do algoritmo,
para construção de gráficos, sugiram algumas dificuldades que de-
ram origem a alguns questionamentos, dentre eles, destaco: como eu poderia
plotar uma curva contínua na tela do computador, visto que, o computador
possui uma quantidade finitas de pontos? quais os pontos discretos eu poderia
escolher, em um conjunto contínuo, de forma que, na tela do computador, a
curva ainda continuasse contínua? para responder estas e outras perguntas, foi
necessário um estudo matemático mais aprofundado e, até mesmo, demon-
strar alguns resultados.
Inicialmente, será apresentado a definição clássica de curvas em 2 e
em seguida uma definição de plano discreto, juntamente com alguns concei-
tos envolvidos. E, será apresentado também, um sistema de coordenadas para 128
uma definição de plano discreto, juntamente com alguns conceitos envolvidos. E,
será apresentado também, um sistema de coordenadas para

este plano e as aplicações que possibilitam transformar um ponto de !2 em um

ponto discreto, ilustrado através de alguns exemplos; finalmente, será dada uma
definição de curva e alguns resultados, necessários para a representação dessas
curvas, como sua continuidade em um plano discreto. Nenhum algoritmo será
apresentado, porém, será mostrado três métodos que podem auxiliar na geração de
pontos, parte importante, para a criação de algoritmos capazes de construir curvas
de forma eficiente.

CURVAS EM IR2

A definição 1, a seguir, apresenta o conceito de curva no plano. Não faremos um


tratamento detalhado desse conceito, porém, quem tiver interesse em se aprofundar
no assunto sugiro que estude (Carmo, 1971) ou (Tenenblat, 1990).

Definição 1

Uma curva plana é qualquer função C :[a,b] → !2 , isto é, uma lei que associa cada

t ∈[a,b] a um único ponto c(t) = (x(t), y(t)) ∈!2 .

Exemplo 1

São exemplos de curvas planas:

a) c(t) = (t,t2 ), − 1 ≤ t ≤ 1
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

b) k(s) = (sen(s),cos(s)), 0 ≤ s ≤ 2π
c) s(t) = (t,ln(t)), 0 < t ≤ 5,13

A representação gráfica de uma curva plana, é feita, destacando-se os pontos da


curva no plano. Para isso, é necessário o uso de um sistema de coordenadas, em
geral, o sistema de coordenadas cartesiana ou polar. A seguir, mostraremos a
representação geométricas das curvas do Exemplo 1, no sistema de coordenadas
cartesiana, que será o sistema usado nesse trabalho.

129
Figura 1

PLANO DISCRETO

Definição 2

Chamaremos de plano discreto o conjunto ℕ! = {(m,n)│m, n ∈ ℕ }.

Observação 1: O plano discreto também pode ser definido como o conjunto de pares
de qualquer conjunto que possui uma bijeção com ℕ! .

Definição 3

Uma curva no plano discreto é qualquer função C: [a, b] →ℕ! , isto é, qualquer lei
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

que associa cada 𝑡𝑡 ∈ 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 a um único ponto C(t) = (x(t), y(t)) do plano discreto.

Observe que uma curva no plano discreto é simplesmente uma curva em !2 , em


que, a sua imagem está em ℕ! e, na verdade, é uma restrição de ℝ! . Logo, a
representação geométrica no plano discreto é análoga a do ℝ! .

Definição 4

Seja C: [a, b] →ℕ! uma curva no espaço discreto ℕ! . Dizemos que C é uma curva
contínua em [a, b] se, para cada 𝑡𝑡! ∈ 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 existir 𝑡𝑡 ∈ 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 tal que C(t) = (x(𝑡𝑡! ) + i,
y(𝑡𝑡! ) + j ), tal que | i + j | ≤ 2, com i e j, ambos, não nulos.

Para entendermos melhor a Definição 4, basta observar a Figura 2: 130


Figura 2

Cada retângulo da Figura 2 representa um ponto do plano discreto ℕ! . O retângulo


preto corresponde ao ponto (x(𝑡𝑡! ), y(𝑡𝑡! ) ), enquanto que, a, b, c, d, e f, g, h
correspondem aos pontos C(t) = (x(𝑡𝑡! ) + i, y(𝑡𝑡! ) + j ) para | i + j | ≤ 2, isto é, a, b, c,
d, e, f, g, h correspondem, respectivamente a: (x(𝑡𝑡! ), y(𝑡𝑡! ) + 1), (x(𝑡𝑡! ) + 1, y(𝑡𝑡! ) + 1
), (x(𝑡𝑡! ) + 1, y(𝑡𝑡! )), (x(𝑡𝑡! ) + 1, y(𝑡𝑡! ) - 1 ), (x(𝑡𝑡! ) , y(𝑡𝑡! ) - 1 ), (x(𝑡𝑡! ) - 1, y(𝑡𝑡! ) - 1 ),
(x(𝑡𝑡! ) - 1, y(𝑡𝑡! )), (x(𝑡𝑡! ) - 1, y(𝑡𝑡! ) + 1 ).

Definição 5

Seja x um número inteiro, denominamos menor inteiro de x, e denotamos por 𝑥𝑥 , o


maior número inteiro menor que x.

É consequência imediata da Definição 5 que, se 𝑎𝑎 ∈ ℤ, ∀  𝜆𝜆 ∈ ℝ, tal que,


a ≤ λ ≤ a + 1 , temos 𝜆𝜆 = a, ou seja, os infinitos valores reais de 𝜆𝜆 produz um único
valor inteiro, por meios de .
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

Teorema 1

Sejam a,b ∈! , com b > a , o intervalo [a,b] possui exatamente N números inteiros,
onde:

𝑏𝑏 − 𝑎𝑎 ,      𝑠𝑠𝑠𝑠  𝑎𝑎 ∉ ℤ
𝑁𝑁 =
𝑏𝑏 − 𝑎𝑎 + 1, 𝑠𝑠𝑠𝑠  𝑎𝑎 ∈ ℤ

Demonstração

Se 𝑎𝑎 ∉ ℤ ⇒ 𝑎𝑎 + 1 é o primeiro inteiro no intervalo [a, b] e o último é 𝑏𝑏 . Assim,


os números inteiros do intervalo [a, b] são: 𝑎𝑎 + 1, 𝑎𝑎 + 2, ..., 𝑏𝑏 , cuja a
quantidade dá exatamente 𝑏𝑏 - ( 𝑎𝑎 + 1) + 1 = 𝑏𝑏 − 𝑎𝑎 . 131
Se 𝑎𝑎 ∈ ℤ ⇒ a = 𝑎𝑎 é o primeiro inteiro do intervalo [a, b], isto é, apenas um inteiro a
mais que no caso anterior. ■

Teorema 2

Seja f :[a,b] → ! uma função contínua. Se A = {⎢⎣ f (t) ⎥⎦ |a ≤ t ≤ b} , então existem

t1 ,t2 ,...,tN ∈[a,b] , tal que A = {⎢⎣ f (t1 ) ⎥⎦ , ⎢⎣ f (t2 ) ⎥⎦ ,..., ⎢⎣ f (tn ) ⎥⎦} com n ≤ N .

Demonstração

Como f é contínua em [a,b] (fechado e limitado), logo f possui máximo e mínimo


absoluto em [a,b] – mais detalhes sobre máximos e mínimos pode ser visto em mais
em (Thomas, 2010). Suponha que o máximo e o mínimo de f sejam M e m,
respectivamente. Assim, m ≤ f (t) ≤ M , ∀t ∈[a,b] ⇒ m − 1 ≤ ⎢⎣ f (t) ⎥⎦ ≤ M ⇒

A ⊂ [m − 1, M ] . Como os elementos de A são inteiros, pelo Teorema 1, o intervalo


[m − 1, M ] possui uma quantidade finita N, de inteiros. Como A ⊂ [m − 1, M ] , o
número de elementos de A não é maior que o número de inteiros de [m − 1, M ] , ou
seja, n ≤ N .
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

SISTEMA DE COORDENADAS NO PLANO DISCRETO

Como já vimos anteriormente, o plano discreto, é uma restrição do plano


cartesiano usual, isto é, os pontos do plano cartesiano usual, que possuem
coordenadas inteiras. Um sistema de coordenadas neste plano é análogo ao do plano
usual, isto é, o plano com um par de retas particulares.

As curvas no plano discreto serão representadas, geometricamente, no retângulo


{0,1,...,n}×{0,1,2,...,m} , m,n ≥ 0 . Esse retângulo será denominado retângulo
2
discreto e denotado por ! m×n , como é ilustrado na Figura 3. 132
(0,0) (n,0)
   

(0,m)   (n,m)
 

Figura 3

Observe que o ponto (0,0) localiza-se no canto superior esquerdo, e as


coordenadas de abscissas (horizontais) e ordenadas (verticais) crescem à direita e
para baixo, respectivamente.

Precisaremos, agora, relacionar cada ponto (x, y) ∈! 2 a um ponto


2
(r,s) ∈! m×n , para isso será preciso introduzir uma escala, isto é, definir quantos
2
pontos de ! m×n corresponderá a uma unidade do sistema de coordenadas usual.
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

Considerando essa escala como o inteiro k > 0 , temos:

2
i) Cada (x, y) ∈! 2 , que pode ser representado em ! m×n , deve pertencer ao retângulo

⎡ n n ⎤ ⎡ m m⎤
⎢ − 2k , 2k ⎥ × ⎢ − 2k , 2k ⎥ ;
⎣ ⎦ ⎣ ⎦

ii) Os eixo x e y do sistema de coordenadas cartesianas usuais, restringem-se aos


⎛⎢n⎥ ⎞ ⎛⎢n⎥ ⎞ ⎛ ⎢ m ⎥⎞
segmentos EF e GH , sendo E = ⎜ ⎢ ⎥ ,0⎟ , F = ⎜ ⎢ ⎥ ,m⎟ , G = ⎜ 0, ⎢ ⎥⎟ e
⎝⎣2⎦ ⎠ ⎝⎣2⎦ ⎠ ⎝ ⎣ 2 ⎦⎠

⎛ ⎢ m ⎥⎞
H = ⎜ n, ⎢ ⎥⎟ ;
⎝ ⎣ 2 ⎦⎠ 133
⎢ n⎥
2
iii) Cada (x, y) ∈! 2 corresponderá ao ponto (r,s) ∈! m×n , onde: r = ⎢ k ⋅ x + ⎥ e
⎣ 2⎦

⎢ m⎥
s = ⎢ −k ⋅ y + ⎥ . Note que essa correspondência não é injetora, ou seja, cada ponto
⎣ 2⎦
2
(r,s) ∈! m×n está associado a infinitos pontos (x, y) ∈! 2 .

No exemplo 2, será feita a conversão de alguns pontos de ! 2 em pontos de


2
! m×n , e, para cada caso, será feita a sua representação geométrica.

Exemplo 2

Considere a tela !205×105 com escala k = 10. Como n = 205 e m = 105, os pontos de

!2 que possui uma representação nessa tela devem pertencer ao retângulo


⎡ 41 41 ⎤ ⎡ 21 21 ⎤
⎢ − 4 , 4 ⎥ × ⎢ − 4 , 4 ⎥ . Em cada item iremos determinar o ponto de tela,
⎣ ⎦ ⎣ ⎦

⎡ 41 41 ⎤ ⎡ 21 21 ⎤
correspondente ao ponto (x, y) ∈ ⎢ − , ⎥ × ⎢ − , ⎥ .
⎣ 4 4⎦ ⎣ 4 4⎦

a) para (x, y) = (1, 1)

⎢ 205 ⎥ ⎢ 105 ⎥
r = ⎢10 ⋅1+ ⎥ = 112 e s = ⎢ −10 ⋅1+ = 42 ∴ (r, s) = (112, 42)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎥⎦
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

1
b) para (x, y) = (−2, )
3

⎢ 205 ⎥ ⎢ 1 105 ⎥
r = ⎢10 ⋅(−2) + ⎥ = 82 e s = ⎢ −10 ⋅ + = 49 ∴ (r, s) = (82, 49)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 3 2 ⎥⎦

c) para (x, y) = (− 3, π )

⎢ 205 ⎥ ⎢ 105 ⎥
r = ⎢10 ⋅(− 3) + ⎥ = 85 e s = ⎢ −10 ⋅ π + = 21 ∴ (r, s) = (85, 21)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎥⎦ 134
Representação geométrica de cada ponto apresentado no Exemplo 2:

a)

1
42
    (1,1) ≡ (112,42)
(102,52) 1

112

b)

49   1/3 1
(−2, ) ≡ (82,49)
–2   3

c)
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

21 π
 
  (− 3, π ) ≡ (85,21)
− 3

85

Observe que a posição de um ponto (r,s) depende de (x, y) e da escala k. Mudando


o ponto (x, y) podemos ter um novo ponto (r,s) ou não, e variando o valor de k
teremos uma aproximação ou um distanciamento, isto é, um zoom + ou zoom -. 135
CONTINUIDADE NO PLANO DISCRETO

Considere C(t) = (r(t), s(t)), i = 1,2,..., p uma curva na tela ! n×m determinada por

n
uma curva C(t) = (x(t), y(t)) . Se x(t) e y(t) são contínuas em [a,b], então k ⋅ x(t) +
2
m
e −k ⋅ y(t) + também são, para qualquer inteiro k. Logo, pelo Teorema 2, existem
2

t1 ,t2 ,...,tp ,t1 ,t2 ,...,tp ∈[a,b] , tais que:

{r(t) | a ≤ t ≤ b} = {r(ti ) | i = 1,2,..., p} e {s(t) | a ≤ t ≤ b} = {s(ti ) | i = 1,2,..., p} . Em

outras palavras, podemos gerar a curva C(t) através de uma variação finita para t,

em x(t) e y(t), ou seja, C(t) = (r(ti ),s(ti )), i = 1,2,..., p .

Considere vi e vi as variações de ti e ti , respectivamente, tal que uma das


três condições, descritas a seguir, ocorra:

i) | r(ti+1 ) − r(ti ) |= 1 e | s(ti+1 ) − s(t i ) | = 1

ii) | r(ti+1 ) − r(ti ) |= 1 e | s(ti+1 ) − s(t i ) | = 0

iii) | r(ti+1 ) − r(ti ) |= 0 e | s(ti+1 ) − s(t i ) | = 1


estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

Observe que, a ocorrência de um dos três casos indica apenas um deslocamento do


ponto (r(t),s(t)) na tela, na direção horizontal, vertical ou ambos. Assim, a escolha

adequada de vi e vi produzirá a construção contínua da curva na tela. Como já

vimos anteriormente, uma infinidade de valores para vi e vi poderá produzir o

mesmo ponto de tela, logo seria interessante escolher, adequadamente, seus valores
que não produza pontos repetidos, diminuindo, o que é chamado de tempo de
máquina ou custo computacional. O interessante seria, poder determinar os valores

de ti e ti , que produzem únicos pontos de tela de forma contínua, porém, isso não é

possível para toda função pelo fato da quantidade de ti e ti serem a mesma e, ainda, 136
seria necessário resolver equações envolvendo menor inteiro. Uma forma de produzir
1
vi e v j é, acrescentar uma fração do tipo , com λ inteiro e positivo. Ou seja,
λ
1
v1 = a e vi+1 = vi + com i = 1,2,..., λ (b − a) . De maneira análoga temos v1 = a e
λ
1
vi+1 = vi + com i = 1, 2,..., λ (b − a) .
λ

Pensando no plano discreto como uma tela de um computador, tablet ou outro

dispositivo com tela gráfica, a escolha de λ (e claro, de forma análoga, λ ) poderá ser
feita por:

i) Todos os pontos do plano discreto

A tela (ou o retângulo discreto) possui exatamente m × n pontos. Assim, o número


de pontos de uma curva será inferior a m × n . Para que a quantidade de valores de t
m× n
seja m × n , devemos ter λ ⎢⎣ b − a ⎥⎦ = m × n ⇒ λ = . É claro que, com essa
⎢⎣ b − a ⎥⎦

escolha, teremos pontos repetidos mas, considerando as telas dos equipamentos


usuais e sua velocidade de processamento, não teremos um grande custo
computacional. Esse custo poderá ser grande em produção de mídias com
movimentos ininterruptos de curvas, por um longo tempo;
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

ii) Soma dos comprimentos de abscissa e ordenada

Estima-se o comprimento da curva com a soma da suas distâncias horizontal


x(tmax ) − x(tmin ) e vertical y(tmax ) − y(tmin ) , onde tmax e tmin são os, respectivos, pontos

de máximos e mínimos das funções x e y – observe que tmax e tmin podem ser

diferentes para x e y. respectivamente. Assim, λ ⎢⎣ b − a ⎥⎦ =


⎢ x(t ) − x(tmin ) ⎥⎦ + ⎢⎣ y(tmax ) − y(tmin ) ⎥⎦
⎢⎣ x(tmax ) − x(tmin ) ⎥⎦ + ⎢⎣ y(tmax ) − y(tmin ) ⎥⎦ ⇒ λ = ⎣ max .
⎢⎣ b − a ⎥⎦

Essa escolha diminui o tempo computacional, mas as curvas que têm crescimento
muito rápido, poderá ficar comprometida na representação da sua continuidade,
principalmente, para valores pequenos de k. 137
iii) comprimento de curva

usando o comprimento da curva C para determinar o valor de λ . O comprimento de

C é dado pela integral curvilínea ∫ ds , onde s é uma reparametrização de C pelo


C

2 2
⎛ dx ⎞ ⎛ dy ⎞
comprimento de arco, ou seja, ds = ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ dt . Esse tipo de integral pode ser
⎝ dt ⎠ ⎝ dt ⎠

∫ ds
visto em (Stewart, 2011) e (Thomas, 2009). Assim, λ ⎢⎣ b − a ⎥⎦ = ∫ ds ⇒ λ = C .
C
⎢⎣ b − a ⎥⎦

Essa escolha, apesar de ter um custo computacional menor que os anteriores, tem boa
eficiência, apesar de não ser ideal, isto é, também poderá ter problema, dependendo
do comportamento das funções x(t) e y(t). Um outro fator ponderante é a exigência
da diferenciabilidade das curvas x(t) e y(t), e isso poderá limitar seu uso.

CONCLUSÃO

Este trabalho mostrou, a dificuldade de se construir curvas contínuas em um


sistema discreto e apresentou métodos que pode diminuir essa dificuldade. Apesar de
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

não resolver de forma definitiva este problema, poderá contribuir de forma


significativa, aos programadores, se combinados com: métodos que avalie,
antecipadamente, as funções que compõem a curva; a análise e correção da curva,
depois de construída; poderá produzir um algoritmo completamente eficaz, e,
aplicável a construção de qualquer tipo de curva. Esperamos também, além de dar
uma contribuição à prática de pessoas que necessitam trabalhar com curvas em um
sistema discreto, estimular novos pesquisadores a produzir métodos matemáticos
ainda mais eficientes. Para curvas no espaço, os métodos são os mesmo, visto que, os
dispositivos que representam curvas são planos. Eles criam um posicionamento
adequado capaz de dar uma ideia de terceira dimensão, em geral, feito por meio de
uma transformação linear, ou não. 138
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARMO, M. P. Elementos de geometria diferencial. Brasilia: Universidade de


Brasilia, 1971. 205p.

ELON, L. L. Coordenadas no plano: com as soluções dos exercícios. Rio de Janeiro:


SBM, 2002. 329p (professor de matemática).

JONAS, G.; LUIZ, V. Fundamentos de computação gráfica. Rio de Janeiro: IMPA,


2003. 585p. (computação e matemática)

STEWART, J. Cálculo. 6a edição. São Paulo: Cengage Learning, 2011. v1 e v.2.

TENENBLAT, K. Introdução à Geometria Diferencial. Brasilia: Universidade de


Brasilia, 1998. 278p.

THOMAS, G. Cálculo. 11a edição. São Paulo: Pearson, 2010. v1 e v2.

WAGNER, E. Construções geométricas. 6a edição. Rio de Janeiro: SBM, 2007.


110p. (professor de matemática).

*Recebido em: .Aprovado em: .


estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.

** Doutorando em Educação Matemática (UNESP - Rio Claro). Professor de


Matemática do IFG e membro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação
Matemática do IFG (NEPEM\IFG). e-mail: niltoncezar@gmail.com.

* Recebido em: 03.02.2014. Aprovado em: 27.02.2014.

NILTON CEZAR FERREIRA


Doutorando em Educação Matemática na Unesp - Rio Claro. Professor de Matemática no IFG. Membro
do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática do IFG (NEPEM\IFG). E-mail: niltonce-
zar@gmail.com 139

Você também pode gostar