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METODOLOGIA PARA REALIZAÇÃO DO AJUSTAMENTO DE REDES

GEODÉSICAS GPS DE DENSIFICAÇÃO OU EXTENSÃO


Methodology for the adjustment of GPS densification or extension geodetic networks

José Carlos Penna de Vasconcellos


Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
CARTO – Departamento de Engenharia Cartográfica
PGEC – Programa de Pós-graduação em Engenharia de Computação / Geomática
Rua São Francisco Xavier, 524 (5o andar) – Maracanã
Rio de Janeiro, RJ - CEP: 20550-013
Tel.: (21) 2587-7261;
e-mail: jcpvasconcellos@uol.com.br; jcpvasco@gmail.com

RESUMO
Este trabalho apresenta uma metodologia para ajustamento de redes geodésicas GPS de densificação ou extensão, a qual
substitui com vantagem o tratamento clássico que utiliza um ajustamento livre seguido por uma “transformação de
Helmert”. A característica deste método é introduzir um procedimento estatisticamente ótimo, baseado no princípio dos
mínimos quadrados, que permita ajustar a nova rede vinculando-a a pontos fiduciais e conectando-a a pontos de ligação
com redes vizinhas de mesmo nível, considerados “hierarquicamente superiores”. A técnica da “propriedade
reprodutora” permite que esses pontos sejam ponderados em função das variâncias decorrentes de suas determinações,
mas tenham suas coordenadas preservadas. O procedimento adotado consiste em fazer com que as variâncias dos
pontos de injunção sejam introduzidas na nova rede, e que as coordenadas desses pontos, modificadas pelo ajustamento,
sejam recuperadas.

Palavras chaves: ajustamento de redes geodésicas, Geodésia.

ABSTRACT
This work presents a methodology for the adjustment of GPS geodetic networks of densification or extension, which
substitutes with advantage the classic treatment that uses a free net adjustment followed by a “Helmert transformation”.
The feature of this method is to introduce a statistically optimal procedure, based on least squares principle, that allows
adjust the new network linking it to fiducial points and connecting it to tie-points with same level neighbor networks, all
them considered “hierarchically superior”. The “reproducing property” technique allows that these points were
weighted up in function of the variances gone of its determinations, but they have its coordinates preserved. The
adopted procedure consists in make that the constraint point variances were introduced in the new network, and that the
coordinates of these points, changed by the adjustment, were retrieved.

Keywords: geodetic networls adjustment, Geodesy

ser realizado utilizando o modelo paramétrico do


1 INTRODUÇÃO método dos mínimos quadrados aplicado a uma
formulação matemática que proporcione um tratamento
1.1 Redes geodésicas GPS vetorial a pares de pontos da rede, observados, não
Existem diversos métodos de utilização do necessariamente numa única sessão de levantamento.
Sistema de Posicionamento Global, tendo por princípio À medida que novas redes forem sendo
a medida das observáveis pseudodistância ou fase da implantadas, faz-se necessário sua vinculação àquelas já
onda portadora, seguida do ajustamento dessas disponíveis, de modo que cada nova rede deva ser
observáveis. considerada uma “extensão” ou “densificação” das
Após esse tratamento realizado com as anteriores. Para tanto, por ocasião de seu planejamento,
observáveis, há necessidade de ajustar vetorialmente a devem ser ocupados pontos das redes contíguas de
rede, caso se deseje homogeneizá-la e vinculá-la a uma modo a gerar uma vinculação entre elas.
rede fiducial ativa ou passiva. Esse ajustamento pode

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Um dos procedimentos clássicos para tratar da ⎧ dx i = x F − x I
densificação de redes geodésicas consiste num ⎪
ajustamento livre seguido por uma “transformação de ⎨dy i = y F − y I .
Helmert” com respeito aos pontos fiduciais utilizados ⎪ dz = z − z
como injunção, os quais devem ter suas coordenadas ⎩ i F I

preservadas (Oliveira et al., 1998).


Schaffrin (2001) considera esse tratamento 2.1 O modelo de densificação e tratamento ótimo
“não ótimo” porque não introduz na nova rede as Segundo Schaffrin (2001) o processo está
variâncias desses pontos fiduciais, e apresenta como apenas no tratamento, pois o modelo matemático, já em
alternativa um procedimento “ótimo”, baseado no sua forma linearizada, é amplamente conhecido e dado
princípio dos mínimos quadrados, de modo que as pelas equações:
( L)1 = n ( A1 ) l l (dX )1 + n ( A2 ) m−l m −l (dX 2 )1 + n (V )1
coordenadas desses pontos permaneçam invariáveis, 1
n
embora suas variâncias façam parte do ajustamento.
(1)
e
1.2 Proposta )
O presente trabalho propõe: l ( X )1 = l ( dX 1 )1 + l (V10 )1 = l ( K ) m m ( X )1 + l (V10 )1
1o) desenvolver uma metodologia que realize o (2)
ajustamento vetorial de redes geodésicas GPS de
densificação e extensão, utilizando o método dos onde: n é o número de observações,
mínimos quadrados, de maneira que as variâncias dos m é o número de parâmetros, e
pontos de injunção façam parte do ajustamento, sem l é o número de pontos de injunção,
alterar suas coordenadas;
2o) aplicar essa metodologia a uma rede geodésica já
sendo: ( K ) = I l 0 ; [ ]
implantada, de modo a permitir a comparação de e
resultados. ⎡V ⎤ ⎛ ⎡ 0 ⎤ 2 ⎡ P −1 0 ⎤ ⎞
∼ ⎜ ⎢ ⎥;σ 0 ⎢ ⎟,
⎢V 0 ⎥ 0⎥⎟
O estudo dessa metodologia carreou para o N (3)
⎜ ⎣ 0⎦
desenvolvimento de um algoritmo que empregasse esse ⎣ ⎦
1 ⎝ ⎣ 0 Q1 ⎦⎠
procedimento, seguido de um programa de computador,
o qual teve os seguintes passos: cuja definição dos parâmetros é a seguinte:
1o) nesse programa, em linguagem FORTRAN, foram rk(A2) = rank da matriz A2, de valor igual a (m-l);
considerados, além dos princípios fundamentais do rk(A1) = rank da matriz A1, de valor igual a q;
ajustamento, os conceitos que devem nortear a q = número de graus de liberdade (n-m), devendo ser
elaboração do projeto de construção da rede, tais como: (m-l) < q;
o tipo de rede, a subdivisão dessa rede em figuras L é o vetor (L0 – Lb) (nx1), acrescido das coordenadas
geométricas, vetores independentes e triviais, dos pontos de injunção;
confiabilidade, tipo de processamento e injunções; Lb é o vetor das observações brutas (nx1), acrescido das
2o) realizar o procedimento estatisticamente ótimo coordenadas dos pontos de injunção;
apresentado por Schaffrin (2001), de modo a permitir o dX1 é o vetor que incorpora as coordenadas dos pontos
ajustamento da nova rede de densificação ou extensão, de injunção (lx1);
vinculando-a a pontos fiduciais e conectando-a a redes dX2 é o vetor que incorpora as coordenadas dos pontos
contíguas já ajustadas, pela ligação vetorial de alguns de da rede (m-lx1);
seus pontos com os fiduciais e com os mais próximos A = [A1, A2] é a matriz dos coeficientes (nxm);
dessas redes vizinhas, preservando as coordenadas V é o vetor dos resíduos das observações (nx1);
desses pontos (aqui considerados hierarquicamente
superiores); X̂ 1 é o vetor (dado) das informações dos pontos de
3o) dotá-lo de recursos tais que possibilitem a execução injunção (lx1);
de ajustamentos livres e injuncionados, permitindo uma V10 é o vetor dos resíduos das coordenadas dos pontos
análise estatística de qualidade através da realização do
de injunção (lx1);
teste de hipótese conhecido como “Teste do Qui-
quadrado”, e também a detecção, investigação e σ 02 é o fator de variância arbitrado a priori (escalar);
adaptação de possíveis erros encontrados, através do P é a matriz dos pesos das observações (nxn);
“Teste dos Resíduos Padronizados” (“data snooping”).
Q10 é a matriz cofatora dos pontos de injunção (lxl), e
2 MODELO MATEMÁTICO
igual a: Q1 =
0 ∑ Xˆ 1
.
O modelo matemático adotado para o
2
σ0
ajustamento vetorial da rede propiciou a adoção do Assume-se que as coordenadas dos pontos de
modelo paramétrico linear do MMQ. Do conjunto de injunção e suas respectivas variâncias-covariâncias
vetores, destacando-se um i-ésimo vetor de origem “I” e sejam as mesmas em ambos os tratamentos: seja como
extremidade “F”, o modelo é o seguinte: parâmetros ou como observações.

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A BLUUE (Best Linear Uniformly Unbiased
Estimate – melhor estimativa linear uniformemente = (I λ + KN −1 K T P10 )
−1
(Xˆ 1 )
− KN −1C , (11)
imparcial) de m [X ] no modelo anterior pode ser σ Xˆ = 0 , σ Xˆ =0,
1 com ~ ~0
a ,V a ,V1

obtida pelo processo que se segue (Schaffrin, 2001). e


~ ~
Nas Equações 1, 2 e 3, a BLUUE é dada por: AT PV = C − NXˆ a = K T λˆa = − K T P10V10 , (12)
Xˆ a = (N + K T P10 K ) C + K T P10 Xˆ 1 , (4)
−1
( ) e suas matrizes variância-covariância através da
que, desenvolvendo, resulta em: equação:
Xˆ = N −1C + N −1 K T Q 0 + KN −1 K T
a ( 1 ) (X
−1
1 − KN −1C ) ∑V , V
~ ~
=
1
(5)
⎡P 0⎤
−1
⎡ A⎤
sendo C o vetor (m x 1) dado por:
= σ 02 ⎢ 0⎥
− σ 02 ⎢ ⎥ (N + K T P10 K ) AT K T .
−1
[ ]
C = [0 ... 1 0 0 ... 0 ] ,
T
T
⎣ 0 Q1 ⎦ ⎣K ⎦
(13)
N = AT PA (matriz normal),
e K uma matriz (l x m), devendo possuir três linhas de
Finalmente a BIQUUE (Best Invariant
zeros para cada ponto de injunção e, no cruzamento
Quadratic Uniformly Unbiased Estimate – melhor
dessas linhas com as três colunas referentes ao ponto de
estimativa invariante quadrática uniformemente
injunção correspondente, contendo uma matriz
identidade de dimensão (3 x 3). imparcial) de σ 02 pode ser calculada por:
A solução é obtida através das “equações
normais”: ~ ~ ~ T ~
V T PV + V10 Q10V10
⎡ N K ⎤ ⎡ Xˆ a ⎤ ⎡ C ⎤
T
σˆ =2
, (14)
=⎢ ⎥ n−m+l
0
⎢ 0 ⎥⎢ ˆ ⎥
(6)
⎣ K − Q1 ⎦ ⎣ λa ⎦ ⎣ X 1 ⎦
ˆ
onde σˆ 0 representa o fator de variância estimado a
2

onde o vetor λ̂a (lx1) corresponde às coordenadas dos posteriori, o numerador é a soma acumulada dos
pontos de injunção, modificadas pela consideração de “VTPV” das observações e dos pontos de injunção
suas variâncias no ajustamento. incluídos como parâmetros e o denominador é o número
de graus de liberdade do sistema.
As matrizes variância-covariância de X̂ a e
2.2 Aplicação da propriedade reprodutora
λ̂a são prontamente obtidas por: Embora o procedimento descrito apresente um
⎡∑ Xˆ a × ⎤
−1 método ótimo para a densificação, seu uso tem sido
⎡N K T ⎤
σ ⎢ 2
0⎥
= ⎢ ⎥ , (7) relutante devido a alterações apresentadas nas
⎣ K − Q1 ⎦ ⎢⎣ × ∑ λˆa ⎥⎦
0
coordenadas dos pontos de injunção, como
conseqüência de:
com × significando as covariâncias σ Xˆ ,λˆ = 0 ,
a a
l
[V~ ] ≠ 0.
1
0 1

ou, alternativamente, por: Isso pode ser resolvido pelo uso da técnica
denominada “propriedade reprodutora”, que consiste na
∑ Xˆ = σ 02 (N + K T P10 K ) =
−1
a utilização da equação:

( ) Xˆ a = Xˆ a + K T (KK T ) V10 ,
−1 ˆ −1 ~
= σ 02 N −1 − σ 02 N −1 K T Q10 + KN −1 K T KN −1 (15)
(8) ˆ
onde Xˆ a e X̂ a apresentam-se sob a forma:

∑ λˆ = σ 02 (Q10 + KN −1 K T ) = [ ]
−1

[ ]
1
⎡ Xˆ a 1 ⎤ ⎡ ˆ a 1⎤
1

Xˆ a = ⎢ ⎡ ˆ a ⎤1 ⎥ e Xˆ a = ⎢ m a1 1 ⎥ ,(16)
a
ˆ m 1 X
= σ P − σ P K (N + K P K ) K P [ ]
−1
2 0 2 0 T 0 T 0
1 ,
⎢ Xˆ ⎥ ⎢⎣ l Xˆ 2 ⎥⎦
⎢ ⎢ ⎥ ⎥
0 1 0 1 1
(9) m+l ⎣ l ⎣ 2
⎦ ⎦ m + l

se existirem as respectivas inversas. onde o sub-vetor Xˆ 2 representa as coordenadas dos


a

Os resíduos são proporcionados através das pontos de injunção modificadas pelo ajustamento
ˆa
equações: injuncionado e o sub-vetor Xˆ 2 representa as
~
V = L − A1 Xˆ 1a − A2 Xˆ 2a = L − AXˆ a , (10) coordenadas dos pontos de injunção, após a aplicação
da propriedade reprodutora, reproduzidos tal e qual elas
~ eram por ocasião da entrada de dados (Schaffrin, 2001).
V10 = Xˆ 1 − Xˆ 1a = Xˆ 1 − KXˆ a = −Q10 λ̂a =
2.3 O procedimento

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Na prática, o procedimento consiste em alterar variâncias, que aparecem nas matrizes variância-
convenientemente os dados de entrada e analisar o covariância dos parâmetros e das observações ajustadas.
comportamento dos novos dados de saída. Quanto aos parâmetros ajustados, seu vetor é
As dimensões aqui adotadas, n, m e l, em dado pelas Equações 4 ou 5, conforme a matriz Normal
qualquer caso, serão sempre múltiplas de 3. “N” seja inversível ou não, e a matriz variância-
covariância é dada pela Equação 8. Suas formas são
apresentadas respectivamente por:
2.3.1 Nos dados de entrada
[Xˆ ] ⎤⎥ ,
1
No programa DATA, que gera a entrada de ⎡ a 1
Xˆ a = ⎢ m
[Xˆ ] ⎥⎦
1
(20)
dados matriciais, todas as três matrizes devem ser a 1
alteradas. O vetor Lb deve ser acrescido das ⎢
m+l ⎣ l 2
coordenadas dos pontos de injunção, passando a ter a antes da aplicação da propriedade reprodutora,
seguinte forma:
e por:

[ ] [σ ] ⎤⎥
m+l
~ ⎡ n [Lb ] ⎤ 1 1

∑ Xˆ 1a
m l
Lb = ∑ Xˆ a = ⎢⎢ σ m
[ ]
⎢ ˆ 1⎥ , Xˆ 1a Xˆ 2a

[ ] [∑ Xˆ ] ⎥⎦
(17) m m .(21)
⎢ X 2 ⎥⎦
n +l ⎣ l
a l
m +l ⎣ l
Xˆ 1a Xˆ 2a l 2

e a matriz dos pesos das observações será aumentada,


assumindo a forma: Quanto às observações ajustadas, as expressões
para o vetor e a matriz variância-covariância ficam:
1
⎡ ⎡ Z ⎤
l

n +l
⎡ ⎡ ⎤1 ⎤
⎢ n ⎢ ⎥ ⎥ ⎢ ⎢ˆ ⎥ ⎥
⎢ ⎡ ⎤
La = ⎢⎢ ⎢ a ⎥ ⎥⎥ ,

E
⎥ ⎥ ˆ L
⎢ ⎢ (∑ L )−1 ⎥ ⎢ ⎥ ⎥ (22)
R ⎢ ⎥
⎢ ⎢ ⎥ ⎥ ⎢ n ⎣ ⎦1 ⎥
b
⎢ ⎥
P = σ 02 ⎢ n
⎢ ⎢
⎣ ⎦⎥ ⎢

O ⎥
⎥⎦

⎥ [ ]
⎢ Xˆ 2a ⎥⎦
n +l ⎣ l
n⎣
S
⎢ l
⎥ e
⎢ ⎡ ⎤ ⎥
n
⎤ ⎡ n +l
⎡ ⎡ ⎤
⎢ ⎢
( ) ⎥ ⎥
n l
⎥ ⎢ −1 ⎤ ⎡ ⎤
⎢ ⎢Z E R O S ⎥ ⎢ ∑ Xˆ 2 ⎥ ⎥ ⎢ ⎢ ⎥ ⎢σ ⎥ ⎥
⎢ ⎢ ⎦⎥ ⎢ ⎦⎥ ⎥⎦
⎢ ∑ Lˆa ⎥
n +l ⎣ l ⎣ l⎣ ∑ Lˆa = ⎢ ⎢⎢⎣ ⎥
⎥⎦
⎢ Lˆa , Xˆ 2a ⎥
⎢ ⎥⎦ ⎥
.(23)
n⎣
⎢n ⎥
[ ] [ ]
(18)
l ∑
l
⎢ σ Lˆ , Xˆ a n
Xˆ 2a ⎥
A matriz P é a matriz variância-covariância das n +l ⎣ l a 2 ⎦
observações brutas acrescida das variâncias-
covariâncias dos pontos de injunção ao longo da Finalmente, quanto aos resíduos, o vetor é dado
diagonal principal ou dos blocos diagonais (3x3), pela expressão:

[]
1
completada com zeros e posteriormente invertida e ⎡ n V~ 1 ⎤
multiplicada pelo fator de variância arbitrado a priori: ⎢ ⎥
A matriz dos coeficientes também deve ser V= ⎢ ⎥ , (24)
modificada, sendo acrescida a matriz K (lxm) da
seguinte maneira:
⎢ V ⎥
n +l ⎣
~
l 1
0
[ ]
1


⎡ n [ ( A) ]m ⎤
m
~ e sua matriz variância-covariância já foi apresentada
A= ⎢
]m ⎥⎦
. (19) pela Equação 13.
n +l ⎣ l
[ (K )
2.4 O programa “DATA”
2.3.2 Nos dados de saída O programa DATA tem por finalidade servir de
Nos dados de saída do programa AJUSTVET banco de dados matriciais para o programa AJUSTVET.
deve-se observar os vetores ajustados dos parâmetros e Sua saída fornece as seguintes informações:
das observações, as matrizes variâncias-covariância das Lb = vetor das observações brutas;
observações e dos parâmetros ajustados e, com bastante ∑Lb = matriz variância-covariância das observações
atenção, o vetor dos resíduos das observações, já que ele brutas;
é importante na análise dos resultados do ajustamento. A = matriz dos coeficientes do sistema.
As coordenadas dos pontos de injunção O vetor Lb e a matriz ∑Lb são os elementos de
aparecem nos vetores ajustados dos parâmetros e entrada da transformação estatística que o ajustamento
também das observações. O mesmo acontece com suas representa. Neste programa, eles são montados com os

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dados de saída do software que tenha sido empregado De acordo com Gemael (1994), quando se
no processamento dos vetores selecionados da rede. realiza o ajustamento livre, a matriz normal N tem
O vetor Lb contém os três componentes de cada determinante nulo, obrigando o uso da pseudo-inversa
vetor independente utilizado no ajustamento: dxi, dyi e ao invés da inversa ordinária. Para matrizes grandes,
dzi. como é o caso do ajustamento de redes geodésicas,
À matriz ∑Lb são dadas quatro opções de Chapman (1998) sugere o método de Banachievicz, que
montagem: como matriz cheia; como matriz bloco- utiliza a decomposição LU (Lower & Upper) da matriz
diagona; e como matriz diagonal com variâncias normal para calcular seu determinante, e assim
distintas ou constantes. determinar se a matriz é inversível ou não. Neste
A Matriz dos Coeficientes “A”, também método, a componente “U” contém, em sua diagonal
conhecida por “matriz design”, por sua vez, é “criada” principal, os autovalores da matriz que se deseja
com base no projeto de ajustamento vetorial da rede. inverter. Assim, o determinante é calculado por:
Os blocos 3x3 que representam a extremidade e a det( N ) = ∏ (λi ) .
origem dos vetores são preenchidos, respectivamente,
por matrizes “-I” e “I”. Os demais elementos da matriz Após o cálculo do mesmo, é aplicado um teste
A são zeros. Ela não é fisicamente digitada, porém seu que faz a opção pela inversa ordinária ou pela pseudo-
espaço é dimensionado e as posições das matrizes inversa.
identidades (3x3) “I” e “-I” são definidas. Se A inversa ordinária é obtida também pelo
necessário, ela pode ser impressa. método de Banachievicz, aplicando uma seqüência de
subrotinas específicas (Press et al, 1996a e 1996b).
2.5 O programa “AJUSTVET” A pseudo-inversa é obtida pela equação que se
O programa AJUSTVET tem por finalidade segue, apresentada por Leick (1994):

[ ]
realizar o ajustamento vetorial de redes geodésicas GPS,
utilizando o modelo paramétrico linear através do [
N * = AT * P * A + E T * E ]
−1
(
− ET E * ET * E * ET )−1
E,
método dos mínimos quadrados. (26)
O programa tem a possibilidade de realizar os onde
seguintes tipos de ajustamento:
− − −
NP
⎡1 0 0 1 0 0 1 0 0⎤
1- ajustamento livre;
E = ⎢0 1 0 0 1 0 − − − 0 1 0⎥ .
2- ajustamento injuncionado, onde são fixadas ⎢ ⎥
as coordenadas dos pontos de injunção bem como de ⎢0
3⎣
0 1 0 0 1 − − − 0 0 1 ⎥⎦
outros hierarquicamente superiores, conforme citado na (27)
Seção 1.2 (Vasconcellos, 2003).
O resultado da solução das equações normais é
o vetor dos parâmetros ajustados “Xa”, fornecido num
2.5.1 Elementos de entrada e saída primeiro momento em coordenadas cartesianas
O mecanismo de entrada e saída dos dados é tridimensionais (X, Y, Z), calculado pela equação:
[ ] .[A ]
feito de modo a permitir flexibilidade de INV
dimensionamento das variáveis alocadas às diversas X a = AT PA T
PLb , (28)
possibilidades do programa. onde o sobrescrito “INV” significa que a equação está
Os dados iniciais entram por quatro vias de sendo apresentada de forma genérica e, portanto, pode
acesso diferentes: tratar-se de inversa ordinária ou pseudo-inversa.
- Via direta: parâmetros constantes; A seguir, para levar as coordenadas ao
- Via teclado: número de vértices, de vetores e de elipsóide e oferecer os parâmetros ajustados em
pontos de injunção e o fator de variância a priori; coordenadas geodésicas, há necessidade de se realizar a
- Via banco de dados: matrizes iniciais, com suas transformação realizada por processo iterativo:
possibilidades, conforme foi visto na Seção 2.4;
- Via geração numérica: são geradas as seguintes ⎡X ⎤ ⎡ϕ ⎤
matrizes: ⎢
Xa = Y ⎥ ⇒ X a = ⎢λ ⎥ .
P = matriz dos pesos das observações, e ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
E = matriz auxiliar da pseudo-inversa (Leick, ⎢⎣ Z ⎥⎦ TRI ⎢⎣ h ⎥⎦ GEO
1994), descrita na Equação 27. De posse dos parâmetros ajustados em
coordenadas cartesianas, fica-se em condições de
2.5.2 Solução das equações normais determinar o vetor dos valores ajustados das
Na solução das equações normais será observações e o vetor dos resíduos das mesmas através
necessário inverter a matriz normal “N”, a qual é obtida das equações:
pela forma quadrática:
La = AX a , (29)
e
N = AT * P * A. (25)
V = La − Lb (30)

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2.5.3 Matrizes variância-covariância ∂ϕ K .δϕ a.e 2 . sen 2ϕ
= 2
∂z (x + y 2 + K 2 z 2 ) 2 (1 − e 2 sen 2 ϕ )3
Primeiramente é necessário calcular o fator de .
variância a posteriori pela equação:
V T PV
σˆ 02 = , (31)
(37)
df As variáveis δλ e δϕ serão definidas ao final
onde “df” é igual ao número de graus de liberdade do das apresentações das derivadas parciais que compõem
sistema. Posteriormente esse valor será usado na o bloco diagonal da matriz.
análise dos resultados do ajustamento.
A matriz variância-covariância dos parâmetros
ajustados, em coordenadas cartesianas tridimensionais, 2o) Para a longitude
é determinada pela expressão:
= σˆ 02 (NL) ⎡ y⎤
∑X λ = arctg ⎢ ⎥
INV
a ( TRI ) . (32)
⎣x⎦
∂λ − y.δλ
Para que se possa realizar sua transformação = (38)
∂x x 2 + y 2
[∑ X ]⇒ [∑ X ],
para coordenadas geodésicas,
∂λ x.δλ
= 2
a( TRI ) a( GEO )
(39)
é necessário empregar a propagação de variâncias, cuja ∂y x + y 2
expressão é
∂λ
[∑ X a( GEO ) ] = [D].[∑ X ].[D] . (33)
a( TRI )
T

∂z
= zero (40)

Cabe lembrar que a matriz D é bloco diagonal, 3o) Para a altitude


e que seus elementos são obtidos pelas derivadas
parciais das expressões iterativas de ϕ, λ e h, todas em h = x 2 + y 2 . sec ϕ + N (ϕ ) ,
relação a X, Y e Z, de modo que cada bloco diagonal (3
sendo N (ϕ ) =
a
x 3) da matriz D seja dado por:
⎡ ∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ ⎤ 1 − e 2 sen 2 ϕ
⎢ ∂x ∂y ∂z ⎥
⎢ ⎥ ∂h ⎡ x ⎤
[D] = ⎢ ∂λ ∂λ ∂λ ⎥
. (34)
=
∂x ⎢⎣ S . cos ϕ ⎥⎦
+ ...
⎢ ∂x ∂y ∂z ⎥
⎢ ∂h ∂h ∂h ⎥ ⎡ ⎡ Kz
+
Ne 2 sen 2ϕ ⎤ ⎡ − K . z . x. ⎤⎤
⎣ ⎣ cos ϕ 2(1 − e sen ϕ )⎦ ⎣ (x + y + K z )S .δλ ⎦ ⎦
⎢ ⎥ ⎢⎢ 2 2 ⎥.⎢ 2 2 2 2 ⎥⎥
⎣ ∂x ∂y ∂z ⎦
(41)
As expressões desenvolvidas para essas
derivadas parciais, com suas respectivas considerações ∂h ⎡ y ⎤
= + ...
são apresentadas a seguir (Vasconcellos, 2003). ∂y ⎢⎣ S . cos ϕ ⎥⎦
1o) Para a latitude ⎡ ⎡ Kz Ne 2 sen 2ϕ ⎤ ⎡ − Kzy. ⎤⎤
+
⎣ ⎣ cos ϕ 2(1 − e sen ϕ )⎦ ⎣ (x + y + K z )S .δλ ⎦ ⎦
⎢⎢ 2 2 ⎥.⎢ 2 2 2 2 ⎥⎥

⎡ ⎤
K .z (42)
ϕ = arctg ⎢ ⎥,
⎢⎣ x 2 + y 2 ⎥⎦ ∂h ⎡ Kz Ne 2 sen 2ϕ ⎤ ⎡ K .δϕ ⎤
=⎢ +
∂z ⎣ cosϕ 2(1 − e sen ϕ )⎦ ⎣ (x + y + K z )⎦

2 2
.⎢ 2 2 2 2 ⎥
1
sendo K =
1 − e2 (43)
As variáveis ainda não definidas são as
∂ϕ − K . z. x.δλ seguintes:
= 2 - δϕ: correção de latitude devida ao valor de 1”
∂x (x + y 2 + K 2 z 2 )S
(35)
de arco de meridiano, cujo valor foi considerado
∂ϕ − K . z. y.δλ constante para o território brasileiro e igual a:
= 2
∂y (x + y 2 + K 2 z 2 )S
(36)
δϕ = 30,775 [metros por segundo de arco]; (44)

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- δλ: correção de longitude devida ao valor de que, devido à forma quadrática de σˆ 02 , assume a
1” de arco de paralelo, possuindo a seguinte expressão:
distribuição χ . O nível de significância “α” do teste
2
a. cosϕ
δλ = [metros por segundo de arco]. indica a probabilidade de se rejeitar a hipótese básica
1 − e 2 . sen 2 ϕ sendo ela verdadeira (Monico, 2000).
(45) Observa-se que a χ2
distribuição é
empregada para testar se a diferença entre σˆ 0 e σ 0
2 2
A matriz variância-covariância das observações é
ajustadas é determinada pela expressão: ou não significativa. A rejeição da hipótese básica
[
∑ La = σˆ 02 A( NL) inv AT . ] (46) significa que o ajustamento apresenta problema, o qual
pode ser atribuído a várias causas.
Segundo Gemael (1994), a base do problema é
A matriz variância-covariância dos resíduos
um “VTPV” muito elevado, cuja primeira suspeita recai
pode ser determinada pela expressão: na possibilidade de presença de erros grosseiros, os
∑V = ∑ L + ∑ L a b . (47) quais provocariam grandes resíduos que atuariam
diretamente no cálculo da forma quadrática ponderada
2.5.4 Validação do ajustamento e detecção de erros dos resíduos (VTPV). Gemael (1994) salienta que
grosseiros podem existir outras causas, as quais deverão ser
O ajustamento supõe que os erros sistemáticos investigadas, entre as quais o autor cita:
e grosseiros das observações tenham sido eliminados.
Para validar essa suposição, deve ser aplicado um teste - modelo matemático inadequado;
de hipóteses a um nível de significância “α”, testando a - problemas na linearização;
- erros de cálculo;
hipótese básica que supõe as observações “L” ou “ΔL”
- sistema mal condicionado;
com distribuição normal, média “AX” e variância “∑L”,
- pesos incompatíveis para as observações;
contra a hipótese alternativa que supõe a presença de
- presença de erros grosseiros.
erros através de um desvio da média. Monico (2000)
define essas hipóteses através das expressões que se
Considerando a simplicidade do modelo
seguem:
matemático e o fato dele ser linear, mais a
H 0 : L ~ N ( AX ; ∑ L) (48) confiabilidade das sub-rotinas de cálculo, pode-se
H a : L ~ N ( AX + C∇; ∑ L) ,
negligenciar os três primeiros itens e concentrar os
(49) esforços nos três últimos.
onde: Para testar o condicionamento do sistema, são

n (C )q é uma matriz conhecida de característica


calculados e apresentados os números de condição de
Turing, de Todd e H da Matriz Normal, restando os
integral; pesos e os erros grosseiros.
q (∇)1 é um vetor incógnito; Logo após o cálculo da Matriz Normal, seus
números de condição são determinados e analisados.
q = n – m é o número de graus de liberdade; Gemael (1994) apresenta as seguintes equações
n é o número de observações; que determinam os números de condição:
m é o número de parâmetros.
Números de condição de Turing
Para a validação do ajustamento é adotado o
t.t ′
processo D-I-A (Detecção, Identificação e Adaptação), T1 = , (51)
realizado da maneira que se segue. n
onde:
a) Detecção
O primeiro teste para verificar a validade dos [
t = tr N T N ]
resultados obtidos no ajustamento é o Teste do Qui-
quadrado, que analisa o fator de variância a posteriori. [
t ′ = tr (N −1 ) (N −1 )
T
]
As hipóteses a serem testadas são: n = ordem da matriz Normal “N”,
H 0 : σ 02 = σˆ 02 e
T2 = n.máx nij .máx nij′ , (52)
H a : σ 02 ≠ σˆ 02
e o critério de rejeição é:
χ q2,α onde máx nij e máx nij′ representam os maiores
σˆ >
2
0 , (50) elementos (em módulo) das matrizes N e N-1,
q
respectivamente.

Número de condição de Todd

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máxλ Z ⎛ α 0 ⎞ ≤ wi ≤ Z ⎛α ⎞
. (63)
P= , (53) ⎜ ⎟ 1− ⎜ 0 ⎟
mínλ ⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
No caso de rejeição, conclui-se pela existência
onde os λi representam os autovalores da matriz N. de um erro grosseiro na i-ésima observação (Marini,
2002).
Número de condição H Várias observações podem apresentar resíduo
máxu maior que o intervalo estabelecido como aceitável.
H= , (54) Nesse caso, deve-se excluir a observação que apresenta
mínu maior resíduo e refazer o teste. Quando o número de
onde os ui representam os autovalores da matriz NTN. observações redundantes é muito grande, o teste perde a
eficiência. Nesse caso, é recomendável utilizar um
Lugnani (1975) apresenta os testes que valor padrão para αo igual a 0,1%. Na tabela da
relacionam os números de condição através das distribuição normal reduzida, tem-se:
seguintes inequações: Z ⎛ α ⎞ = Z ( 0,0005) = 3,29 .
⎜ ⎟
0
T1 ≤ T2 (55) ⎝ 2 ⎠
Esse teste unidimensional dos Resíduos
T2 ≤ n 2 .T1 (56) Padronizados, também chamado “data snooping”, é
T1 ≤ H (57) importante para a detecção de erros grosseiros ou
“outliers”. Em aplicações geodésicas, é muito
H ≤ n.T1 (58) explorado nos levantamentos GPS, onde, devido às
P≤H (59) correlações entre as observáveis de dupla e tripla

Conforme o número de inequações satisfeitas, a


diferença, a matriz “ ∑L b ” é quase cheia ou bloco-
matriz em teste pode ser considerada fortemente, bem, diagonal, por possuir covariâncias entre as observações
relativamente, suficientemente ou fracamente correlacionadas (Monico, 2000).
condicionada. Quando as observações não são
Lugnani (1975) também lembra que a matriz
Normal tem uma forte tendência ao mau
correlacionadas, a matriz “ ∑L b ” e, em conseqüência,

condicionamento, por ser uma forma quadrática da a matriz peso são diagonais, e o modelo do teste “data
matriz dos Coeficientes, que é uma matriz esparsa. snooping” pode ser reduzido à forma:
vi
wi = , (64)
b) Identificação σv
O teste do Qui-quadrado apenas detecta a i

presença de inconsistências no ajustamento, mas não os onde “vi” representa o i-ésimo resíduo e “ σ vi ”
localiza. Para identificá-la, é necessária sua representa o desvio-padrão desse resíduo.
especificação através da matriz “C”. No caso em que q
= 1, ela passa a ser um vetor (m x 1), dado por: c) Adaptação
Ci = [0 ... 1 0 0 ... 0] .
T
(60) Ao identificar o problema que provavelmente
tenha causado a rejeição do ajustamento, torna-se
A hipótese básica H0 é testada contra a hipótese necessário tomar algumas medidas para tornar a
alternativa Ha através da seguinte expressão: hipótese básica aceitável. Três medidas podem ser
T tomadas: a observação que contém o erro pode ser
Ci PV eliminada, ou substituída, ou as hipóteses podem ser
wi = . (61)
CiT P ∑V PCi reformuladas.
Se a observação for eliminada, o número de
redundância diminui, e deve ser aplicado um novo teste
A hipótese básica é: global, agora com menos graus de liberdade. Se a
H 0 : wi ~ N(0; 1), observação for substituída, essa observação também
deve ser testada, ou seja, deve ser aplicado um novo
e o nível de significância “α” usado no teste do Qui- teste global (χ2). Se as hipóteses forem reformuladas,
quadrado, ideal para “q=n-m” graus de liberdade, deve significa que a hipótese básica deve ser substituída por
ser adaptado ao número de erros “(1≤q<n-m)” que se uma nova hipótese que leve em conta o erro
pretende localizar. Nesse caso, com q=1, o nível de identificado. Nesse caso, a hipótese alternativa torna-se
significância do teste unidimensional, é adaptado para: a hipótese básica, e o teste global deve ser aplicado
α 0 = 1 − (1 − α ) m .
1
novamente (Marini, 2002).
(62)
Após a aplicação dos testes, pode ocorrer a não
aprovação no teste do qui-quadrado, e a não
A hipótese básica é aceita se: identificação no teste dos resíduos padronizados. Isso
significa que o fator de variância a posteriori continua

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incompatível com o fator de variância a priori. definido por duas funções trigonométricas para
Pressupõe-se que a precisão a priori dada às definição de seu quadrante.
observações (∑Lb) não está correta e, em conseqüencia, Para a barra de erro vertical, a expressão do
a matriz dos pesos (P) está incompatível. Nesse caso, a erro é:
prática aconselha a reconstruir a matriz ∑Lb, escalando- σ = ± q zz . (73)
a pelo fator de variância a posteriori, isto é, fazendo:
~

∑L b = σˆ 02 ∑ Lb , (65)

e repetindo-se todo o procedimento (Marini, 2002).


Nesse caso, o fator de variância a posteriori
deve multiplicar somente a parte da matriz que contém
as variâncias-covariâncias das observações
propriamente ditas, ou seja, a parte que foi aumentada
com as variâncias dos pontos de injunção não deve ser
escalonada para não alterar os pesos das injunções.

2.5.5 Elipses e barras de erro


A formulação necessária para a confecção
desses gráficos exige a montagem da matriz cofatora
“Q”, a qual é dada por:

Q=
∑X a( GEO )
, (66)
Fig. 1: Exemplo de uma elipse da rede de Santa Catarina.

σˆ 02
na qual cada bloco diagonal (3 x 3) corresponde a um 3 ESTUDO DE CASO: REDE GPS DO ESTADO
ponto ajustado da rede, donde se extraem os elementos: DE SANTA CATARINA
⎡ q ixx q ixy q xzi ⎤ A aplicação da metodologia a um caso real de
⎢ ⎥
Qi = ⎢ q iyx q i
yy q iyz ⎥ , extensão ou densificação de uma rede GPS, foi
realizada com a rede do Estado de Santa Catarina por
⎢ q zxi q i
q zzi ⎥⎦
⎣ zy enquadrar-se perfeitamente no problema proposto,
os quais são aplicados nas equações que determinam os tratando-se de um caso típico de uma rede estadual de
elementos de construção das elipses e barras de erros. extensão, vinculada à RBMC pela fixação de pontos de
As expressões para o cálculo da variância injunção, e conectada à rede vizinha do Paraná através
máxima e da variância mínima necessários à construção da ocupação de pontos da mesma, de modo a criar uma
das elipses são, respectivamente: região de interseção entre elas (Vasconcellos, 2003).
Nessa rede existem, portanto, dois tipos de
σˆ 02
σ 2
máx = (q xx + q yy + M ) , (67) pontos de injunção, hierarquicamente superiores, que
devem ter suas coordenadas preservadas: um ponto
2
e próximo, da RBMC, que lhe dará suporte de fixação e
três pontos de interseção com a rede vizinha do estado
σˆ 02
σ mín
2
= (q xx + q yy − M ) , (68) do Paraná, também ocupados na campanha de
2 observação, gerando vetores injuncionantes.
onde: A configuração final da rede ficou assim

+ (q xx − q yy ) ;
constituída, conforme pode ser visto na Figura 1:
M = 4.q xy
2 2
(69)
e, para o ângulo crítico: - Pontos da rede em Santa Catarina: 1-Blumenau, 2-
Caçador, 3-Campos Novos, 4-Chapecó, 5-Criciúma, 6-
2.q xx
sen( 2t ) = , (70) Florianópolis, 7-Imbituba, 8-Itajaí, 9-Ituporanga, 10-
M Joinville, 11-Lages, 12-Mafra, 13-São Miguel d’Oeste;
q xx − q yy - Pontos de injunção (conexão com o Paraná): 14-
cos(2t ) = , (71) Bituruna, 15-Clevelândia e 16-Francisco Beltrão;
M - Ponto de injunção (ligação com a RBMC): 17-PARA
2.q xx (Curitiba-PR).
tg ( 2t ) = . (72)
q xx − q yy

O ângulo crítico “t” é a inclinação da elipse de


erros em relação ao eixo das abscissas. Deve ser

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Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro LUÍS FELIPE AZEVEDO GAMA
BUARQUE pela colaboração prestada.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHAPMAN, S. J. FORTRAN 90/95 for scientists and


engineers. New York: McGraw-Hill International,
1998. 874p.

GEMAEL, C. Ajustamento de observações:


aplicações à Geodésia. Curitiba: UFPR, 1994. 320p.
Fig. 2: Vetores independentes da rede de Santa Catarina.
LEICK, A. GPS satellite surveying. 2. ed. Canada:
John Wiley & Sons, 1994. 560p.
4 COMPARAÇÃO DE RESULTADOS
LUGNANI, J. B. O problema dos sistemas de
O resultado da validade da aplicação dessa equações lineares mal condicionados e suas
técnica pode ser visualizado pela Tabela 1, que mostra implicações em Geodésia. Curitiba, 1975. 107p.
os valores fixados das coordenadas dos pontos de Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do
injunção, e seus valores ajustados antes e depois de sua Paraná.
recuperação pela propriedade reprodutora.
As Tabelas 1, 2, e 3 mostram a eficácia da MARINI, M. C. Integração da rede GPS ITESP ao
metodologia proposta e também do programa de sistema geodésico brasileiro. Presidente Prudente,
cálculo, comparando os resultados de saída do programa 2002. 118p. Dissertação (Mestrado)-Universidade
implementado, em efemérides precisas, com os Estadual Paulista.
correspondentes do IBGE. Como o IBGE divulga seus
resultados no Sistema Geodésico Brasileiro, cujo datum MONICO, J. F. G. Posicionamento pelo NAVSTAR-
é o SAD-69 (South American Datum – 1969), foi GPS: descrição, fundamentos e aplicações.
necessário realizar a transformação WGS-84/SAD-69. Presidente Prudente: Universidade Estadual Paulista,
As diferenças encontradas com os valores do 2000. 288p.
IBGE, da ordem de milésimo de segundo, devem-se ao
próprio método proposto, que introduziu na rede as OLIVEIRA, L. C. Realizações do sistema geodésico
variâncias dos pontos de injunção sem, contudo, alterar brasileiro associadas ao SAD-69: uma proposta
as coordenadas destes. metodológica de transformação. São Paulo, 1998.
197p. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo.
5 CONCLUSÕES
PRESS, W. H. et al. Numerical recipes in FORTRAN
O método proposto permite a possibilidade de 77: the art of scientific computing. 2ed. Cambridge:
fixação das coordenadas dos pontos de injunção e sua University Press, 1996a. 934p.
ponderação com o inverso de suas próprias variâncias.
A fixação e a ponderação das coordenadas dos pontos PRESS, W. H. et al. Numerical recipes in FORTRAN
de injunção modificam essas coordenadas, mas a 90: the art of parallel scientific computing. 2 ed.
aplicação da “propriedade reprodutora” as recupera, Cambridge: University Press, 1996b. p.935–1486.
conforme pode ser observado nas Tabelas 1 e 3.
Os programas comerciais existentes no SCHAFFRIN, B. Reproducing estimators via least
mercado apenas informam os elementos de plotagem squares: an optimal alternative to the Helmert
das elipses de erro, enquanto que o programa proposto transformation. “Quo vadis, Geodesia?”, Festschiff
realiza o desenho das elipses de erro dos vértices da fur E. Grafarend, (dedicated to Erik Grafarend at his
rede. 60th birthday). Berlin: Springer 2001.
A eficiência do método e a eficácia do
algoritmo são mostrados na Tabela 2, que compara VASCONCELLOS, J. C. P.; Estudo de metodologia
resultados com o IBGE, para vinculação e homogeneização de redes
geodésicas GPS – implementação de um programa
de ajustamento, São Paulo, 2003. 194p. Tese
6 AGRADECIMENTOS (Doutorado) – Universidade de São Paulo.

O Autor agradece ao IBGE pela cessão dos


dados e ao estudante de engenharia cartográfica da

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TABELA 1 – COORDENADAS AJUSTADAS DOS VÉRTICES DA REDE

VÉRTICES DA REDE Coordenadas ajustadas dos vértices (m)

Antes da aplicação da propriedade Depois da aplicação da propriedade


reprodutora reprodutora
X = +3.728.247,3511 X = +3.728.247,3511
Blumenau - SC X = -4.301.512,3947 X = -4.301.512,3947
Y = -2.867.528,4214 Y = -2.867.528,4214
X = +3.586.221,6604 X = +3.586.221,6604
Caçador - SC Y = -4.426.356,1654 Y = -4.426.356,1654
Z = -2.860.774,3184 Z = -2.860.774,3184
X = +3.550.558,5434 X = +3.550.558,5434
Campos Novos - SC Y = -4.418.525,3384 Y = -4.418.525,3384
Z = -2.916.481,4035 Z = -2.916.481,4035
X = +3.448.936,4207 X = +3.448.936,4207
Chapecó - SC Y = -4.516.670,4361 Y = -4.516.670,4361
Z = -2.887.489,5169 Z = -2.887.489,5169
X = +3.642.913,0539 X = +3.642.913,0539
Criciúma - SC Y = -4.251.649,1465 Y = -4.251.649,1465
Z = -3.044.869,0490 Z = -3.044.869,0490
X = +3.746.656,3215 X = +3.746.656,3215
Florianópolis - SC Y = -4.237.662,5539 Y = -4.237.662,5539
Z = -2.937.238,6182 Z = -2.937.238,6182
X = +3.714.672,3803 X = +3.714.672,3803
Imbituba - SC Y = -4.221.791,3967 Y = -4.221.791,3967
Z = -2.999.637,9224 Z = -2.999.637,9224
X = +3.750.352,0451 X = +3.750.352,0451
Itajaí - SC Y = -4.278.282,5862 Y = -4.278.282,5862
Z = -2.873.372,5330 Z = -2.873.372,5330
X = +3.668.805,5168 X = +3.668.805,5168
Ituporanga - SC Y = -4.317.963,7615 Y = -4.317.963,7615
Z = -2.9219.667,4802 Z = -2.9219.667,4802
X = +3.763.184,9254 X = +3.763.184,9254
Joinville - SC Y = -4.316.383,4685 Y = -4.316.383,4685
Z = -2.799.196,8493 Z = -2.799.196,8493
X = +3.604.322,7908 X = +3.604.322,7908
Lages - SC Y = -4.346.909,3661 Y = -4.346.909,3661
Z = -2.957.570,2678 Z = -2.957.570,2678
X = +3.699.681,6437 X = +3.699.681,6437

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Mafra - SC Y = -4.374.452,2369 Y = -4.374.452,2369
Z = -2.795.674,55299 Z = -2.795.674,5530
X = +3.388.805,2078 X = +3.388.805,2078
São Miguel d’Oeste - SC Y = -4.580.843,6861 Y = -4.580.843,6861
Z = -2.857.614,5296 Z = -2.857.614,5296
X = +3.563.604,4557 X = +3.563.604,4590
Bituruna – PR Y = -4.486.058,0063 Y = -4.486.058,0110
(Ponto de injunção) Z = -2.795.600,6767 Z = -2.795.600,6780
X = +3.492.090,1579 X = +3.492.090,1200
Clevelândia – PR Y = -4.526.286,0450 Y = -4.526.286,0610
(Ponto de injunção) Z = -2.820.900,0961 Z = -2.820.900,0890
X = +3.445.596,1304 X = +3.445.596,1250
Francisco Beltrão – PR Y = -4.583.326,4263 Y = -4.583.326,4230
(Ponto de injunção) Z = -2.785.258,5856 Z = -2.785.258,5810
X = +3.763.751,6360 X = +3.763.751,6380
PARA (Curitiba - RBMC) Y = -4.365.113,6849 Y = -4.365.113,6840
(Ponto de injunção) Z = -2.724.404,7725 Z = -2.724.404,7730

TABELA 2 - COMPARAÇÃO COM OS RESULTADOS DO IBGE


VÉRTICE DA REDE Resultado do IBGE Resultado Proposto Diferenças (mm)
ϕ = - 26 53 28,25624 ϕ = - 26 53 28,25600 δϕ = - 7,386
Blumenau - SC λ = - 49 04 59,07759 λ = - 49 04 59,07859 δλ = 27,465
h = 28,5952 m h = 28,5953 m δh = - 0,1
ϕ = - 26 49 07,08598 ϕ = - 26 49 07,08611 δϕ = 4,001
Caçador - SC λ = - 50 59 06,72783 λ = - 50 59 06,72773 δλ = - 2,746
h = 953,6838 m h = 953,6763 m δh = 7,5
ϕ = - 27 22 59,62357 ϕ = - 27 22 59,62395 δϕ = 11,694
Campos Novos – SC λ = - 51 12 55,66562 λ = - 51 12 55,66549 δλ = - 3,570
h = 970,2243 m h = 970,2088 m δh = 15,5
ϕ = - 27 05 25,32820 ϕ = - 27 05 25,32856 δϕ = 11,079
Chapecó – SC λ = - 52 38 02,67367 λ = - 52 38 02,67408 δλ = 12,618
h = 674,8891 m h = 674,8710 m δh = 18,1
ϕ = - 28 42 00,98638 ϕ = - 28 42 00,98566 δϕ = - 22,158
Criciúma – SC λ = - 49 24 31,52313 λ = - 49 24 31,52527 δλ = 58,775
h = 32,4030 m h = 32,3594 m δh = 43,6
ϕ = - 27 35 55,99636 ϕ = - 27 35 55,99608 δϕ = - 8,617
Florianópolis – SC λ = - 48 31 06,82765 λ = - 48 31 06,82855 δλ = - 49,437
h = 9,4479 m h = 9,4476 m δh = 0,3
ϕ = - 28 14 10,00130 ϕ = - 28 14 10,00049 δϕ = - 24,928

Revista Brasileira de Cartografia No 60/01, Abril 2008. (ISSN 1808-0936) 68


Imbituba – SC λ = - 48 39 20,12130 λ = - 48 39 20,12297 δλ = 45,866
h = 12,6416 m h = 12,6158 m δh = 25,8
ϕ = - 26 57 01,48800 ϕ = - 26 57 01,48778 δϕ = - 6,771
Itajaí – SC λ = - 48 45 41,89942 λ = - 48 45 41,90029 δλ = 23,894
h = 11,6927 m h = 11,6808 m δh = 11,9
ϕ = - 27 55 04,31424 ϕ = - 27 55 04,31459 δϕ = 10,771
Ituporanga – SC λ = - 49 38 46,49193 λ = - 49 38 46,49151 δλ = - 11,535
h = 488,3124 m h = 488,2901 m δh = 22,3
ϕ = - 26 12 06,27694 ϕ = - 26 12 06,27674 δϕ = - 6,155
Joinville – SC λ = - 48 54 58,96583 λ = - 48 54 58,96683 δλ = 27,465
h = 34,3846 m h = 33,3920 m δh = - 7,4
ϕ = - 27 48 05,66451 ϕ = - 27 48 05,66480 δϕ = 8,924
Lages – SC λ = - 50 20 06,09808 λ = - 50 20 06,09813 δλ = 1,373
h = 963,9393 m h = 963,9210 m δh = 18,3
ϕ = - 26 09 45,10508 ϕ = - 26 09 45,10496 δϕ = - 3,693
Mafra – SC λ = - 49 46 36,21593 λ = - 49 46 36,21550 δλ = - 11,809
h = 888,3901 m h = 888,4212 m δh = - 31,1
ϕ = - 26 47 16,83641 ϕ = - 26 47 16,83669 δϕ = 8,617
São Miguel d’Oeste – SC λ = - 53 30 22,59118 λ = - 53 30 22,59195 δλ = 21,148
h = 663,8076 m h = 663,7885 m δh = 19,1
ϕ = - 26 09 42,32672 ϕ = - 26 09 42,32672 δϕ = 0,0
Bituruna – PR λ = - 51 32 12,50928 λ = - 51 32 12,50928 δλ = 0,0
(Ponto de injunção) h = 894,9483 m h = 894,9479 m δh = 0,4
ϕ = - 26 24 57,81520 ϕ = - 26 24 57,81520 δϕ = - 0,0
Clevelândia – PR λ = - 52 20 55,76678 λ = - 52 20 55,76678 δλ = 0,0
(Ponto de injunção) h = 973,7568 m h = 973,7564 m δh = 0,4
ϕ = - 26 03 31,99221 ϕ = - 26 03 31,99221 δϕ = 0,0
Francisco Beltrão – PR λ = - 53 03 53,38075 λ = - 53 03 53,38075 δλ = 0,0
(Ponto de injunção) h = 652,0778 m h = 652,0768 m δh = 1,0
ϕ = - 25 26 52,36525 ϕ = - 25 26 52,36525 δϕ = 0,0
PARA - Curitiba (RBMC) λ = - 49 13 49,70216 λ = - 49 13 49,70216 δλ = 0,0
(Ponto de injunção) h = 928,7915 m h = 928,7920 m δh = 0,5

TABELA 3 - APLICAÇÃO DA PROPRIEDADE REPRODUTORA AOS PONTOS DE INJUNÇÃO

Coordenadas fixadas dos Coordenadas ajustadas dos pontos de injunção (m)


PONTOS DE Pontos de injunção (m) Antes da aplicação da Depois da aplicação da
INJUNÇÃO propriedade reprodutora propriedade reprodutora

Revista Brasileira de Cartografia No 60/01, Abril 2008. (ISSN 1808-0936) 69


X = +3.563.604,45953±0,018 X = +3.563.604,45566 X = +3.563.604,45953
Bituruna - PR Y = -4.486.058,01102±0,018 Y = -4.486.058,00632 Y = -4.486.058,01102
Z = -2.795.600,67813±0,018 Z = -2.795.600,67666 Z = -2.795.600,67813
X = +3.492.090,12002±0,018 X = +3.492.090,15793 X = +3.492.090,12002
Clevelândia - PR Y = -4.526.286,06113±0,018 Y = -4.526.286,04500 Y = -4.526.286,06113
Z = -2.820.900,08960±0,018 Z = -2.820.900,09608 Z = -2.820.900,08960
X = +3.445.596,12577±0,018 X = +3.445.596,13041 X = +3.445.596,12577
Francisco Beltrão - PR Y = -4.583.326,42342±0,018 Y = -4.583.326,42635 Y = -4.583.326,42342
Z = -2.785.258,58148±0,018 Z = -2.785.258,58557 Z = -2.785.258,58148
X = +3.763.751,63880±0,004 X = +3.763.751,63601 X = +3.763.751,63880
PARA (Curitiba - RBMC) Y = -4.365.113,68453±0,004 Y = -4.365.113,68486 Y = -4.365.113,68453
Z = -2.724.404,77361±0,004 Z = -2.724.404,77249 Z = -2.724.404,77361

Revista Brasileira de Cartografia No 60/01, Abril 2008. (ISSN 1808-0936) 70

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