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INSTITUTO LATINO-AMERICANO

DE CIÊNCIAS DA VIDA E DA NATUREZA


(ILACVN)
ENGENHARIA FÍSICA

RELATÓRIO DE ENSAIO POR ULTRASSOM

Profa. Alana Golin


DISCIPLINA EFI0078 - ENSAIOS EM ENGENHARIA FÍSICA

GRUPO:
BRUNO HENRIQUE DOURADO MACEDO
RENATA OLMEDO BENEDET

FOZ DO IGUAÇU - PR
28 de Agosto de 2023
MATERIAIS E METODOLOGIA

Para o presente relatório foi utilizado o equipamento detector de falhas por


ultrassom CTS-9006 (Shantou Institute of Ultrasonic Instruments - SIUI) com um
transdutor P4-10L, mostrados na Figura 1.

Figura 1 - a) detector de falhas por ultrassom CTS-9006 SIUI. [1] b)


transdutor P4-10L.

Primeiramente foram medidas as dimensões do bloco de calibração de


aço, Figura 2, com o paquímetro e micrômetro para espessura do acrílico, os
valores estão apresentados na Tabela 1.

Figura 2 - Bloco de calibração.


Tabela 1: Valores das dimensões do bloco de calibração e acrílico
distância do
altura largura espessura do acrílico
furo

100, 0 ± 0, 1 𝑚𝑚 25, 0 ± 0, 1 𝑚𝑚 15, 0 ± 0, 1 𝑚𝑚 23, 501 ± 0, 001 𝑚𝑚

Após a medição das dimensões do bloco com o paquímetro e micrômetro


foram efetuadas as medições com o uso do equipamento detector de falhas por
ultrassom e verificado se as mesmas eram correspondentes, para estas medidas
foi necessário a utilização de um óleo a fim de evitar interferências e garantir o
contato do transdutor com as superfícies.
Para determinar a velocidade do som no acrílico, como sabíamos sua
espessura, a velocidade foi sendo ajustada no equipamento até que o pico
ficasse correspondente ao valor medido com o micrômetro.
Outros dois objetos foram dimensionados com um paquímetro, Tabela 2,
para comparação com os resultados obtidos através do equipamento detector de
falhas por ultrassom, com seus valores de velocidade tabelados: uma barra fina
de alumínio (Figura 3 - a) e uma placa de vidro (Figura 3 - b).

Figura 3 - a) barra de alumínio. b) placa de vidro.

Tabela 2: Valores das espessuras da barra de alumínio e da placa de vidro


obtidas com o paquímetro.
alumínio vidro

4, 0 ± 0, 1 𝑚𝑚 7, 0 ± 0, 1 𝑚𝑚

A última parte da experimentação consistiu em descobrir a velocidade do


som em outros dois meios com espessura conhecida. Para isso foram utilizados
uma marreta de ferro (Figura 4 - a) e um pedaço de vidro (Figura 4 - b) diferente
do medido anteriormente.
Figura 4 - a) marreta de ferro. b) pedaço de vidro.

As espessuras dos objetos foram medidas com um paquímetro cujos


valores estão apresentados na tabela 3:

Tabela 3: Valores das espessuras da marreta de ferro e do pedaço vidro


obtidas com o paquímetro.
marreta de ferro vidro

45, 5 ± 0, 1 𝑚𝑚 10, 0 ± 0, 1 𝑚𝑚

A velocidade do som foi descoberta com o equipamento detector de falhas


por ultrassom ajustando o valor da mesma até que o pico aparecesse na
distância compatível com o valor medido pelo paquímetro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a realização da metodologia descrita no item anterior, foi realizado o


procedimento usando o aparelho de ultrassom para a confirmação experimental.
A Figura 5-a apresenta o bloco de calibração com a análise da altura a fim
de validar os resultados obtidos pela medida com o paquímetro, onde é possível
ver um pequeno pico próximo do valor esperado.
Figura 5 - a) Bloco de Calibração com ganho em 6dB. b) Espessura do
bloco com ultrassom 30dB.

A Figura 5-b apresenta o valor do primeiro pico de maior intensidade após


o aumento do ganho para 30dB, sendo este pico no valor de 100mm. É possível
observar as configurações do aparelho onde é informado o valor da velocidade do
som no aço, que é de 5960m/s, o ganho de inicialmente era de 6dB que após isso
passou para 30dB com o intuito de melhorar a resolução do pico, além de outros
parâmetros que não foram manipulados após a calibração descrita no item 1.
Após a realização da medida da altura do bloco realizou-se a medida da
largura do mesmo conforme a Figura 6-a.

Figura 6 - a) Bloco de Calibração na horizontal. b) Pico da espessura do


bloco.
Da mesma forma é possível verificar que a largura medida com o
paquímetro e a medida fornecida pelo equipamento são aproximadamente a
mesma de 25mm conforme é visto na Figura 6-b. Neste caso os parâmetros
foram mantidos com o ganho de 6dB, velocidade de 5960m\s apenas a distância
que foi alterada para um valor mais próximo do pico a fim de melhorar a
resolução.
A Figura 7-a mostra o momento em que foi realizada a medida a espessura
do acrílico, onde é possível observar que o acrílico tem uma espessura menor
que o bloco de aço, igual a 23mm segundo o gráfico.

Figura 7 - a) Bloco de Calibração na horizontal. b) Pico da espessura do


bloco.

Tanto pelo gráfico quanto pelo micrômetro os valores encontrados são


próximos, conforme citado no item anterior para determinar a velocidade do som
no acrílico foi ajustando a escala de velocidade no equipamento até o primeiro
pico, sendo este correspondente ao valor medido pelo micrômetro.
Após a análise da altura e largura do bloco passamos a análise dos pontos
de descontinuidade. A Figura 8-a apresenta alguns picos referentes a
descontinuidade que existe no bloco de aço, inicialmente foi analisada a altura do
aço até encontrar o primeiro furo, conforme mostra a Figura 8-a.
Figura 8 - a) Bloco de Calibração na horizontal. b) Pico da espessura do
bloco.

A Figura 8-b apresenta o primeiro pico após o ajuste realizado na escala de


distância para 22mm com o ganho em 6gB é possível ver que o pico começa
aproximadamente em 15mm, este valor é próximo do medido no anterior
apresentado na Tabela 1.
Para determinar a distância do acrílico foi preciso virar o bloco de “ponta
cabeça” conforme mostrado na Figura 9-a.

Figura 9 - a) Altura do acrílico. b) Pico da distância.


Para ter uma boa precisão na localização da distância do acrílico foi
preciso realizar ajustes no equipamento conforme é apresentado na figura 9-b,
essa alteração foi feita no Rchz que antes era de 0% passou a ser de 80%, além
de realizar ajustes novamente na escala de distância do aparelho para 5mm. Esta
função tem como objetivo diminuir o tamanho da curva dos picos, deixando-a
mais fina conforme a Figura 9 mostra, onde foi obtido o valor aproximado de
2mm.
A Figura 10-a mostra o valor obtido da espessura do alumínio, onde era
conhecido a velocidade do som neste meio (4420m/s)[2]. Manipulando a função
da distância no equipamento para localizar a espessura da placa de alumínio
conforme mostra Figura 10-b.

Figura 10 - a) Barra de alumínio. b) Pico da distância.

O pico correspondente a distância da espessura da barra apresentada na


Figura 10-b é de aproximadamente de 4mm, o que está de acordo com a medida
encontrada pelo paquímetro e apresentada na Tabela 2.
Realizou o mesmo procedimento para determinar a espessura de uma
placa de vidro mostrada na Figura 11-a. Sabendo que a velocidade do som no
vidro é de aproximadamente 5130m/s[3], manipulando a escala de distância.
Figura 11 - a) Barra de vidro. b) Pico da distância.

Ao analisar os picos no equipamento de ultrassom é possível ver muitos


picos de “ruídos” fazendo o mesmo procedimento com o Rchz, a fim de afinar os
picos foi possível determinar a espessura do vidro de aproximadamente 7mm. É
preciso comentar que o picos anteriores a 6mm são “ruídos” do equipamento e
isso foi percebido devido a remoção do transdutor da superfície analisada.

Figura 12 - a) Gráfico correspondente ao Pedaço de vidro. b) Gráfico


correspondente a Marreta de ferro.

Na Figura 12 apresenta os gráficos contendo os picos correspondentes a


espessura do pedaço de vidro Figura 12-a e da Marreta de ferro Figura 12-b.
Para ambos os casos foi utilizado o mesmo procedimento, onde sabíamos a
espessura, porém não sabíamos a velocidade do som no material
correspondente. Para isso colocamos a escala de distância próxima ao tamanho
da peça/objeto e manipulando a escala de velocidade no aparelho até o primeiro
pico aparecer, para o vidro de 10mm a velocidade encontrada foi de
aproximadamente 5190m/s e para a marreta de ferro de 45,5mm a velocidade foi
de aproximadamente 5120m/s. Vale ressaltar que na marreta de ferro devido a
sua rugosidade existem pequenos ruídos.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados foi possível verificar que o ensaio por ultrassom
é capaz de identificar descontinuidades em peças, de modo não destrutivo, cujo
valor da velocidade do som no meio é conhecida, e com isto também é possível
medir as espessuras das peças.
Se a velocidade do som no meio é desconhecida podemos encontrá-la
medindo a peça com um instrumento de medição comum, por exemplo um
paquímetro, e ajustar o parâmetro da velocidade até que o valor de pico
encontrado corresponda ao valor medido com o instrumento.
Observou-se grande similaridade entre os valores medidos pelo e
equipamento detector de falhas por ultrassom e os valores medidos pelo
paquímetro, porém não é simples de manusear o equipamento de ultrassom, pois
os parâmetro influenciam bastante no resultado das medições. Portanto é
necessária uma preparação técnica para realizar ensaios por ultrassom de
maneira confiável.

REFERÊNCIAS

1. SIUI (Shantou Institute of Ultrasonic Instruments Co., Ltd). Wu Sun Jiance.


2017. Disponível em:
http://www.siui.com/ax0/a/chanpinzhongxin/wusunjiance/20170824/42.html.
Acesso em: 25/08/2023.
2. Educa Mais Brasil. Velocidade do Som. Disponível em:
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/fisica/velocidade-do-som. Acesso em:
25/08/2023.
3. Canaltech. Velocidade do Som: entenda como funciona e o que acontece
se for ultrapassada. Disponível em:
https://canaltech.com.br/ciencia/velocidade-do-som-entenda-como-funciona-e-o-q
ue-acontece-se-for-ultrapassada-206044/. Acesso em: 25/08/2023.
4. Wikipedia. Velocidade do som. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Velocidade_do_som. Acesso em: 27/08/2023.
5. Universidade Federal da Bahia (UFBA). Velocidade do som. Disponível em:
http://www2.fis.ufba.br/dfg/fis2/Velocidade_som.pdf. Acesso em: 28/08/2023.

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