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QuemSão Eles,

Donde Vêm e o Que


Fazem Hoje
Quem São Eles ,
D onde Vêm e o Que
Fazem H oje

John Ankerberg
e John Weldon

tia Meia-Noite
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90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil
Fone: (51) 3241-5050 • Fax: (51) 3249-7385
Mateus 25.6 w w w .c h a m a d a .c o m .b r
Traduzido do original em inglês:
"The Facts on Angels"
Copyright © 1995 by
The Ankerberg Theological Research Institute
publicado por
Harvest House Publishers
Eugene, Oregon 97402 - EUA
Tradução: Eros Pasquini, Jr.
Revisão: Ingo Haake
Ingrid H. L. Beitze
Capa e Layoul: Reinhold Federolf
Todos os direitos reservados para os países de língua portuguesa
© 1995 Obra Missionária
Chamada da M eia-Noite
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"M as, à m eia-noite, ouviu-se um grito:
Eis o noivo! sa í ao seu encontro" (Mt 25.6).
A "Obra Missionária Chamada da Meia-Noile" é uma missão sem fins
lucrativos, que crê em toda a Bíblia como infalível e eterna Palavra de
Deus (2 Pe 1.21). Sua tarefa é alcançar todo o mundo com a mensagem
de salvação em Jesus Cristo e aprofundar os cristãos no conhecimento
da Palavra de Deus, preparando-os para a volta do Senhor.

CATALOGAÇÃO NA PONTE DO
DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO

A61 l f
A nkerberg, J oh n , 1 9 4 5 -
Os fa to s so b r e a n jos : q u em sã o e le s,
d on d e v ê m e o q u e fa z e m h oje / J o h n
A n k e r b e r g e J o h n W eldon ; [tradução: E ros
P a sq u in i Jr.]. - 2. ed. - P orto A le g r e : Obra
M is s io n á r ia C h am ad a da M eia-N oite, 1 9 9 9 .
9 7 p . ; 1 3 ,5 x l 9 ,5 c m . - (Os fa to s so b r e )
ISBN 8 5 - 7 4 0 8 - 0 2 6 - 8
T rad u ção de: T he fa c ts o n a n g e ls.
B ib liografia: p. 9 0 -9 6 .
1 .A njos I. W eldon, J o h n . II. T ítulo. III.
S érie.
CDD-235.3
ÍN<JÍCE

Prefácio
Anjos e Mais Anjos, Página
Por Toda Parte.................. 9

Introdução
1. Quão populares são os anjos hoje em dia
- e por quê?............................................................. 13

P r ím e ír a P a r te
Os Anjos Bons
2. Qual é o significado das palavras bíblicas para
o termo anjo?............................................................ 19
3. O que são os anjos?.................................................. 20
4. Quão poderosos são os anjos?.................................. 23
5. Quais são alguns conceitos populares, embora
falsos, acerca de anjos bons?.................................... 24
6. O que, na realidade, os anjos bons fazem
na Bíblia?.................................................................... 25
7. O que é que os anjos bons fazem hoje, e como
é que agem para conosco?........................................28
8. Todo mundo tem anjo da guarda?.............................. 31
S eCj UncJa P arte
Encontros Contemporâneos
com Anjos: os Anjos Populares
9. Qual é, para nós hoje, o significado do fato de que
Satanás e seus demônios foram um dia anjos san­
tos que caíram de sua gloriosa posição celeste?....33
10. Quem são, precisamente, os anjos maus, quais
são alguns conceitos falsos acerca deles, e que
poderes possuem?................................................... 34
1 1 .0 que anjos malignos fazem hoje em dia, como
são contatados, e como afetam nossas vidas?........ 36
12. Os anjos populares negam os ensinamentos
bíblicos fundamentais? Poderiam os anjos santos
negar os ensinamentos de Cristo?.............................39
13. Os anjos populares estão ativos nas seitas?
Quais são algumas abordagens cristãs falsas
acerca de anjos?........................................................40
14. Como é que os anjos populares apoiam o mundo
do ocultismo?.............................................................48
15. O que dizer sobre os anjos populares e o
fenômeno moderno da canalização?.........................52
16. O que dizer sobre os anjos populares, Maria,
o papa e o catolicismo romano?................................54
17. Por que os anjos populares estariam interessados
em apoiar o movimento ecológico moderno?........... 56
18. Que exemplos nos mostram como os anjos
populares distorcem a Bíblia?....................................58
19. Os anjos populares aparecem nas experiências
de quase-morte?........................................................60
20. Os anjos populares têm alguma ligação com os
OVNIs?.......................................................................61
21. O que é que os anjos populares ensinam acerca
da ética e da nova moralidade?............................... 62
22. Qual a ligação dos anjos populares com os
ensinamentos acerca do amor-próprio e da
auto-estima?............................................................. 64
23. Os anjos populares endossam a prática de
adivinhação?............................................................ 65
24. Será que os anjos populares endossam os
movimentos cristãos de “fé’Vconfissâo positiva?
Como os anjos populares poderiam se infiltrar
indiretamente na Igreja?........................................... 67
25. O que dizer acerca dos anjos populares e outros
métodos importantes de engano espiritual?............ 73
26. Os anjos populares desejam possuir aspessoas?... 76

Conclusão................................................... 80
Apêndice: A febre dos anjos noBrasil...... 81
Agradecimento........................................... 87
Notas............................................................ 90
Sobre os autores.......................................... 97
P r e Fá c ío

Anjos e Mais
Anjos, Por Toda
Parte
Por que é importante conhecermos o assunto "an­
jos"? Esse é um dos assuntos mais intrigantes que
alguém poderia estudar. O renomado filósofo Mor­
timer J. Adler, editor da Enciclopédia Britânica e
criador da série de livros The G reat Books o f th e
W estern W o rld (Os Grandes Clássicos do
M u ndo Ocidental), disse recentemente que os
anjos são um assunto mais fascinante que a ficção
científica ou a idéia de seres extraterrestres.1 Por
quê?

De acordo com a Bíblia, os anjos literalmente mol­


daram o curso da história humana e continuam a
fazê-lo hoje. Pense no anjo caído que arquitetou
astutamente a queda moral de toda a raça huma­
na no Jardim fdo Éden] (Gênesis 3). Ou então no
anjo que falou e mediou a lei de Moisés, que lite­
ralmente m udou o m undo ocidental (Atos 7.53;
Hebreus 2.2). Ou ainda, nos literalmente milhares
de encontros "angelicais" através da história, na vi­

9
da de indivíduos comuns e famosos, inclusive
Abraão Lincoln, o boxeador Evander Holyfield, ou
as estrelas do rock George Harrison e Carlos San-
tan (que invoca a presença de anjos antes de cada
show).2 O destacado místico William Blake disse
que estava sob a orientação de "anjos" dia e noi­
te.3

Desde os anjos terríveis do livro do Apocalipse -


cujo poder sobre a natureza e a humanidade é
tão aterrorizante que simples mortais não conse­
guem compreendê-lo (Apocalipse 8.6-12; 9.15) -
aos anjos que ministraram a Cristo quando das
Suas tentações no deserto e no Getsêmani e que
assistiram à igreja primitiva (Mateus 4.6,1 1; Lucas
22.43; Atos 10.22; 12.7), eles têm influenciado, di­
reta e indiretamente, as vidas de todos sobre a ter­
ra.

O m undo está, na realidade, bem interessado


em anjos. Na reportagem de capa de 27 de de­
zembro de 1993, a revista Time disse: "Se exis­
te alguma coisa semelhante a uma idéia univer­
salmente aceita, com um às culturas e através dos
séculos, a crença nos anjos é a que mais se
aproxima disso."4 Os anjos estão presentes em
todas as civilizações e culturas, tiveram papel de
destaque em quase todas as religiões do m un­
do, e estão m uito mais ativos nos negócios hu­
manos do que a maioria poderia sequer suspei­
tar. O "Anjo Gabriel", por exemplo, foi quem deu
a Maomé as revelações contidas no Alcorão, que
agora influencia mais de um bilhão de muçul­
manos.5 Quem pode, portanto, ignorar o assun­
to "anjos"?

10
O outro lado da moeda nos diz, entretanto, que
esse assunto tem sido ignorado pela maioria, até
mesmo pela igreja cristã em cujas Escrituras os an­
jos têm parte importante. Quando Billy Graham
escreveu seu bem-sucedido livro Anjos: Agentes
Secretos de Deus, ele ficou surpreso ao perceber
quão poucos livros havia sobre o assunto, e, ao re­
fletir, não conseguiu se recordar de ter ouvido al­
gum a vez um sermão sequer sobre os anjos.6 Os
anjos, todavia, não são mais ignorados hoje. Quer
seja no teatro, na televisão, na literatura, nos fil­
mes, na arte e na música - e mesmo entre os céti­
cos, que, às vezes,, parecem não conseguir evitá-
lo7 -, os anjos estão de volta ao cotidiano.

Tudo isso é para o bem, e por várias razões. Pri­


meiro, de forma inerente, os anjos relembram às
pessoas acerca de Deus, e da responsabilidade
que cada um tem diante dEle. Segundo, o próprio
assunto de uma raça de seres espirituais traz natu­
ralmente de volta as profundas perguntas que as
pessoas têm feito através da história. Se os anjos
existem, então não somos a única forma de vida
no Universo, e certamente não evoluímos de for­
ma naturalesca, a partir de gases interestelares pri­
mordiais.8 Se os anjos realmente existem, então
um m undo espiritual tem de existir, o que nos le­
va naturalmente de volta à questão profunda de
Deus como Criador, e de perguntas correlaciona­
das, tais como: Quem sou Eu? De onde eu vim?
Qual o propósito da minha vida? Para onde irei
quando morrer?

Uma última razão pela qual o assunto "anjos" não


deve ser ignorado é que nem todos os anjos são

11
bons, e as pessoas precisam saber disso hoje mais
do que nunca. Aliás, a Bíblia sugere que o número
de anjos maus é muito grande (Mateus 12.26;
Apocalipse 12.3,4,7-9] - um entre cada três exis­
tentes pode, de fato, ser maligno (Apocalipse
12.4). A Bíblia nos diz que havia anjos rebeldes
nos céus. Eles escolheram seguir a Satanás e fo­
ram expulsos dos céus com ele (Lucas 10.18). No
futuro, eles novamente "pelejarão no céu" contra
os anjos bons. Mas, mais uma vez, "não prevalece­
rão" e "Satanás...[será] atirado para a terra e,
com ele, os seus anjos" (Apocalipse 12.7-9).

Para a maioria, entretanto, o simples conceito de


um anjo mau é uma contradição, tal como água
seca ou calor frio. Os anjos não seriam todos bons
por natureza? Mas, e se todos não forem? A ju lg a r
pelos números e a influência a eles atribuídos na
Bíblia, se não nos dermos o trabalho de pelo me­
nos considerar a possibilidade de anjos maus, po­
deremos nos dar mai justamente por isso.

No final, quando terminar a história humana, a in­


fluência dos anjos neste mundo, a despeito de sua
invisibilidade, será provavelmente mais óbvia e cer­
tamente mais profunda do que jamais suspeita­
mos. Como sugeriu recentemente o teólogo J. I.
Packer: 'Tanto como comunicadores e como guar­
diães, o trabalho comum deles passa despercebi­
do, e não saberemos quanto devemos a isso até
chegarmos no céu."9

12
I N T R o d U ÇÃO

1. Quão populares são os anjos


hoje em dia - e por quê?
As pesquisas recentes revelam que três entre quatro
adultos ou adolescentes norte-americanos crêem em
anjos. Isso são cerca de 200 milhões de pessoas!10 A
“American Conference on Angels” (“Conferência
Americana Sobre Anjos”) reúne-se anualmente para
discutir o assunto. Existem hoje seminários sobre an­
jos, cartas circulares sobre anjos, matérias de facul­
dade sobre anjos, e setores inteiros em livrarias so­
bre anjos. Além dos “Hell’s Angels” (“Anjos do In­
ferno” - gangue de arruaceiros ao estilo “hippie” que
tem sede na Califórnia, nos Estados Unidos - N. T.),
e das “Charlie’s Angels” (“Anjos do Charlie” - série
de TV americana, denominada “As Panteras” no Bra­
sil - N. T.), da “Angel Watch Network” (“Rede de
Observação de Anjos”), e dos “Guardian Angels”
(“Anjos da Guarda”), existe ainda o “Angel Collec­
tors Club of America” (“Clube dos Colecionadores
de Anjos da América [do Norte]”), a “National As­
sociation of Angel Lovers” (“Associação Nacional de
Entusiastas de Anjos”), e dúzias de outros empreen­
dimentos tipo “Angels for All Seasons” (“Anjos pa­
ra Todas as Épocas”), da cidade de Denver, “Angels
in the Heaven Day Nursery” (“Anjos na Escola Ma­
ternal de Heaven Day”), da cidade de Cleveland, e

13
“Angel Threads” (“Filetes de Anjos”), uma butique
de crianças na cidade de Tucson.

O artigo da revista Time de dezembro de 1993, a que


nos referimos anteriormente, destacou que 5 livros den­
tre os 10 integrantes da lista dos mais lidos, na esfera
religiosa, eram sobre anjos, e comentou: “Essa crescen­
te fascinação é mais popular que teológica, uma revolu­
ção simples do âmbito espiritual na qual toda sorte de
pessoas está descobrindo inúmeras razões para buscar
respostas acerca de anjos, pela primeira vez na vida.”11
Mais de um ano depois, até mesmo o noticiário noturno
da rede de TV NBC destacou a fascinação nacional por
anjos.

Os anjos dos dias de hoje gozam de uma aura de bonda­


de, desde o caso de “Clarence”, no filme bastante popu­
lar de Jimmy Stewart It’s a Wonderful Life (É Uma Vida
Maravilhosa), ao anjo interpretado por Michael Landon
na série de TV Highway to Heaven (O Homem que Veio
do Céu), à mais recente série (também para TV) Tou­
ched by an Angel (Tocado por um Anjo), ou os últimos
especiais levados ao ar pelas principais redes de TV, on­
de os anjos sempre estão envolvidos em boas ações.

Com dezenas de milhões de pessoas agora interessadas


em anjos - e mesmo abertas à possibilidade de contatos
pessoais com eles - ninguém pode negar a importância
ou relevância desse assunto.

Se olharmos para uma lista recente de títulos de livros


sobre anjos, isso ilustra do que estamos falando: Angels
on Assignment (Anjos Comissionados), Devotion to the
Holy Angels (Devoção aos Santos Anjos), 100 Ways to
Attract Angels (100 Maneiras de Atrair os Anjos), Send
14
Me Your Guardian Angel (Envia-me Teu Anjo da Guar-
da), Ask Your Angels (Consulte Seus Anjos), Angels for
Your Children (Anjos para Seus Filhos), Creating with
the Angels: An Angel-Guided Journey into Creativity
(Criando com os Anjos: Uma Jornada Dirigida por An­
jos Rumo à Criatividade), Angels of Mercy (Anjos de
Misericórdia), Messengers of Light: The Angel’s Guide
to Spiritual Growth (Anjos de Luz: O Guia dos Anjos
para o Crescimento Espiritual), Angels Among Us (An­
jos Entre Nós), Angel Wisdom (Sabedoria Angelical),
Answers from the Angels (Respostas dos Anjos), Angel
Voices (Vozes de Anjos), The Angels Within Us (Os An­
jos Dentro de Nós), Angelic Messenger Cards (Cartas
das Mensagens Angelicais), There’s an Angel on Your
Shoulder: Angel Encounters in Everyday Life (Há um
Anjo no Seu Ombro: Encontros Angelicais no Dia-a-
Dia), A Treatise on Angel Magic (Um Tratado de Magia
Angelical), Angels and Mortals: Their Co-Creative Po­
wer (Anjos e Mortais: O Poder Co-Criativo Deles). Es­
tes são apenas alguns dos títulos que poderiam ser men­
cionados, e a maioria sugere que atualmente as pessoas
estão desejando comungar com os anjos de maneira
bem íntima. Os anjos populares de hoje exercem papéis
que vão de amigos pessoais a conselheiros de diretrizes,
até conselheiros espirituais. E muito mais. Quem sabe,
possamos dizer que os anjos vieram para ficar.

Mas isso não responde à indagação do por quê anjos de­


veriam ser tão populares. Existem, provavelmente, vá­
rias razões para isso. Primeiramente, esta é a geração
que testemunhou um reavivamento espiritual dramático
que incluiu tudo desde o próprio cristianismo até a No­
va Era, indo até às formas mais nefastas de ocultismo -
isso tudo certamente aumentou o interesse quanto ao as­
sunto de anjos e espíritos.
15
Em segundo lugar, existe uma espécie de fascinação
inata quanto ao assunto, por razões que abordamos an­
teriormente.

Em terceiro lugar, um modo de crer pré-existente com


relação aos anjos já está presente no cristianismo, no
paganismo e em virtualmente todas as tradições religio­
sas. Os católicos romanos, por exemplo, crescem rezan­
do aos seus anjos da guarda, enquanto na maioria dos
feriados religiosos como o Natal e a Páscoa invariavel­
mente relembram histórias de anjos todos os anos.

Em quarto lugar, na medida em que as pessoas estão


constantemente procurando respostas e significado para
a vida, é comum crer-se hoje que os anjos exercem pa­
pel preponderante no suprimento dessas respostas.
Existe, por exemplo, um movimento crescente que ensi­
na que os anjos já residem dentro de nós e estão aguar­
dando para dar um empurrão em nosso potencial huma­
no, aumentar nossa criatividade, e nos suprirem com
realização psicológica e auto-iluminação espiritual. As­
sim sendo, os promotores de anjos oferecem o que as
pessoas querem e precisam em momentos de necessida­
de: segurança, amor e direção. Eles afirmam coisas co­
mo: “Os anjos detêm as respostas para muitas de nossas
perguntas”, e: “Os anjos sempre têm ajuda espiritual à
disposição”, ou: “Os anjos querem que nos tornemos
iluminados”, e: “Os anjos são os guardiões de nossas al­
mas... o amor maravilhoso deles [está] por toda parte.”12

Em quinto lugar, na maior parte das mentes humanas,


existe uma pressuposição de que anjos são apenas bons,
portanto contatá-los só pode ser bom (e, consequente­
mente, sem riscos). Se os anjos podem ser contatados,
por que não fazê-lo? - e que bela aventura!
16
Em sexto lugar, os anjos buscam, por definição, intera­
gir com os seres humanos. O propósito principal dos
anjos bons é nos ajudar - e o propósito principal dos
anjos maus é nos enganar.

Em suma, os anjos são hoje populares porque, tendo em


vista a natureza deles e a nossa natureza, considerando
também a nossa cultura moderna, não poderia ser dife­
rente.

17
P r ím e ír a P a r te

Os Anjos Bons
2. Qual é o significado
das palavras bíblicas para o
termo anjo?
A palavra hebraica maUakh e o termo grego aggelos
significam ambos “mensageiro” e podem ser atribuídos
tanto a homens como a espíritos. Em Marcos 1.2, por
exemplo, o termo aggelos é atribuído a João Batista:
“Eis que envio diante da tua face o meu mensageiro
[aggelos]”, enquanto maUakh é usado na profecia cor­
respondente de Malaquias 3.1.

Já que o significado da palavra “anjo” é meramente


“mensageiro”, só pelo contexto podemos determinar se
o mensageiro em questão é humano ou angelical. São
raras as referências em que essa determinação é difícil.
Mas o uso comum do termo “anjo” na Bíblia é, de lon­
ge, uma referência a um mensageiro espiritual da parte
de Deus - o que normalmente enxergamos como um
anjo bom.

Quando as Escrituras usam os termos “santos anjos” ou


“anjos”, elas estão fazendo referência a espíritos piedo­

19
sos e não caídos, criados diretamente por Deus (Marcos
8.38; Lucas 9.26; Atos 10.22; Apocalipse 14.10). Quan­
do usam termos como “o diabo e seus anjos”, “espíritos
malignos”, “espíritos imundos” e expressões afins, refe­
rem-se aos anjos caídos, que são servos de Satanás
(Mateus 12.24; 25.41).

A palavra “anjo” aparece cerca de 300 vezes em 24 li­


vros da Bíblia; isso não inclui, entretanto, outros termos
também utilizados para designar anjos, como “estrelas
da manhã”, “querubins”, “serafins”, “espíritos ministra-
dores” e “vigias”. Ao todo, o termo “anjo” e seus equi­
valentes encontram-se em 35 dos livros da Bíblia.

3. O que são os anjos?


Os anjos são seres espirituais criados por Deus antes da
criação do Universo (Jó 38.7). Foram criados como ser­
vos de Deus, de Cristo, e da Igreja, para executarem a
vontade de Deus na terra (Hebreus 1.6,14). Aparente­
mente incontáveis, eles possuem várias patentes e capa­
cidades, além de terem várias responsabilidades (Apo­
calipse 5.11; 8.2; 9.15; 12.7; Efésios 1.21; Colossenses
1.16).

Os anjos são, sem sombra de dúvida, espíritos pessoais.


São possuidores de vontade própria (Hebreus 1.6), ex­
pressaram júbilo quando da criação do mundo (Jó 38.7),
regozijam-se quando um pecador se arrepende (Lucas
15.10), e demonstram preocupação e consternação, co­
mo quando o apóstolo João errou ao querer adorar um
anjo (Apocalipse 22.9). Além disso, são curiosos (1 Pe­
dro 1.10-12), conversam entre si (Apocalipse 14.18), e
adoram e louvam a Deus (Apocalipse 7.11). Quando em
20
forma humana, comunicam-se diretamente com os ho­
mens (Gênesis 19). Anjos podem comandar outros an­
jos (Apocalipse 7.3; 14.17,18) ou pelejar contra demô­
nios (Daniel 10.13; Apocalipse 12.7,8). Eles aparecem
em sonhos, como a José (Mateus 1.20), visivelmente
como homens comuns (Gênesis 18.1-8), ou como seres
de grande brilho ou vestidos de roupas resplandecentes
(Lucas 24.4). Quando aparecem diretamente a homens,
o resultado, invariavelmente, é de choque emocional ou
medo; daí, portanto, a expressão bastante comum dos
anjos da Bíblia: “não temas” (Lucas 1.13; 2.10). Ape­
nas três anjos na Bíblia possuem nome: Miguel, Gabriel
e Lúcifer.

Os anjos são imortais e não podem morrer (Lucas


20.35). Como veremos, são incrivelmente poderosos, e
possuem grande inteligência e sabedoria. Utilizam-se
das mesmas medidas que os homens (Apocalipse 21.17)
e podem comer tanto comida humana quanto comida
angelical (Gênesis 19.3; Salmo 78.23-25).

Os anjos têm, aparentemente, corpos espirituais.13 Em­


bora nunca se casem (Lucas 20.35,36), isso não impli­
ca, necessariamente, que não possuam sexo.

Em seu estado natural, os anjos podem mover-se em ve­


locidades tremendas e não estão confinados a espaço e
tempo como nós. Podem se fazer presentes em grande
número, e isso num espaço bastante limitado; sete de­
mônios, por exemplo, habitavam no corpo de Maria
Madalena (Marcos 16.9) e quem sabe milhares habita­
vam no corpo do endemoninhado gadareno ao mesmo
tempo (Lucas 8.30). Eles podem, seja por qual meio for,
estar a par de coisas como as orações dos seres huma­
nos assim como dos eventos futuros (Lucas 1.13-16). E
21
ainda assim, a despeito das capacidades que possuem,
eles são evidentemente limitados tanto em conhecimen­
to quanto em poder (Daniel 10.13; Mateus 24.36; 1 Pe­
dro 1.11,12; Apocalipse 12.7).

Em termos morais, há duas categorias de anjos: anjos


santos ou eleitos (1 Timóteo 5.21) e anjos caídos, que
são descritos na Bíblia como espíritos malignos ou de­
mônios. Esses demônios são anjos rebeldes que não se­
rão redimidos (Hebreus 2.11-17) e cujo fim será no lago
de fogo (Mateus 25.41). Enquanto alguns desses anjos
caídos estão, por ora, livres para vagar, outros estão
sendo mantidos, já no presente, em cativeiro eterno (Ju­
das 6; 2 Pedro 2.4).

Dentre as várias classificações dos anjos há os queru­


bins, que aparentemente são os anjos mais elevados e
possuem beleza e poder indescritíveis. Tais anjos foram
colocados no oriente do Jardim do Éden para guardar o
caminho da árvore da vida depois que o homem foi ex­
pulso de lá (Gênesis 3.24). Eles aparecem ligados ao lu­
gar de habitação de Deus no Antigo Testamento (Êxodo
25.17-22; Hebreus 9.5) e sua preocupação primordial é
a glória e a adoração de Deus. Os quatro seres viventes
de Ezequiel, por exemplo, são querubins (Ezequiel
1.1,28; 10.4,18-22). Os querubins jamais são chamados
de anjos, embora isso talvez se deva ao fato de que eles
não são mensageiros. O principal propósito deles é pro­
clamar e proteger a glória, a soberania e a santidade de
Deus. Satanás, aparentemente, também pertencia à pa­
tente de querubim, o que tornou sua rebelião e queda
ainda pior.

Uma segunda classificação dos anjos são os serafins,


cuja preocupação é com a devoção pessoal a Deus
22
(Isaías 6.3). Existem também os arcanjos, como Mi­
guel, outros anjos de patente ainda menor, e grupos es­
peciais de anjos (Apocalipse 1.7; 8.2; 15.1,7 etc.).

Quem sabe, deveríamos mencionar, a esta altura, que


uma expressão específica: “ o anjo do SENHOR” (Ma-
lach-YHWH) é usada através do Antigo Testamento
(por exemplo, em Gênesis 22.11,12; Êxodo 3.2; 2 Reis
19.35). Esse termo, entretanto, não se refere a um anjo
criado. Refere-se a Jesus Cristo. Muitos pensam que
Cristo só apareceu na terra quando da Sua encarnação
ao nascer em Belém. Ele, entretanto, apareceu repetida­
mente aos homens e sempre é descrito pelo nome “o an­
jo do SENHOR” no Antigo Testamento. A identidade
do anjo como Cristo é demonstrada não apenas pelos
atributos divinos de que Ele é possuidor, mas pelo fato
de que os próprios judeus viam esse anjo como o Mes­
sias divino.14

Embora se pense que os anjos piedosos habitem nos


céus (Apocalipse 10.1), nada nos é dito a respeito da
natureza da habitação específica deles, se é que existe.
É claro, entretanto, que se os anjos possuem algum tipo
de corpo espiritual, isso pode ser indicativo de que pos­
suem habitação fixa (Judas 6).

4. Quão poderosos são os anjos?


Os anjos são incrivelmente poderosos. Pedro trata a
questão com modéstia ao afirmar que eles são “maiores
em força e poder” do que os homens (2 Pedro 2.11).
Apenas um anjo, por exemplo, foi enviado para destruir
toda a cidade de Jerusalém (1 Crônicas 21.15), enquan­
to apenas dois anjos foram necessários para destruir So-
23
doma e Gomorra e as cidades circunvizinhas (Gênesis
19.13,24,25). Apenas um anjo será capaz de segurar o
próprio Satanás e de amarrá-lo durante dez séculos
(Apocalipse 20.1-3). “Anjos destruidores” produziram
as dez pragas do Egito, incluindo a morte dos primogê­
nitos - milhões de pessoas (Êxodo 12.13,23,29-30; Sal­
mo 78.43,49; Hebreus 11.28). Os quatro anjos do Apo­
calipse têm o poder sobre os ventos de toda a terra
(Apocalipse 7.2,3).

Outros anjos estão diretamente ligados à destruição de


um terço dos céus e da terra - um terço dos mares, dos
rios, da vegetação, e um terço do sol, da lua e das estrelas
(Apocalipse 8 e 9). Em Apocalipse 9.14-15, quatro anjos
destróem, de fato, um terço da população total da terra.

No fim do mundo, os anjos ajuntarão os espíritos dos


mortos salvos e perdidos. Eles ajuntarão os crentes du­
rante a volta de Cristo à terra (Mateus 24.30-31), e
ajuntarão os incrédulos para o juízo eterno (Mateus
13.39-43).

Na verdade, os anjos são “poderosos em força” (Salmo


103.20). Mas o que é, talvez, mais espantoso para o
crente simples em Cristo é que Deus nos diz que um dia
julgaremos e, quem sabe até, reinaremos sobre os pró­
prios anjos (1 Coríntios 6.2-3)!

5. Quais são alguns conceitos


populares, embora falsos, acerca
de anjos bons?
Devido à ignorância generalizada de nossa cultura
quanto ao ensino bíblico acerca de anjos, e devido tam­
24
bém ao reavivamento da Nova Era, das seitas, do ocul­
tismo, não é de se estranhar que conceitos falsos sobre
anjos tenham surgido. Entre essas crenças errôneas, en­
contramos: (1) que os anjos são seres humanos que já
morreram; ou seja, que nos tornamos anjos quando
morremos; (2) que os anjos realizam a obra de Deus
através das mais variadas práticas e atividades ocultis-
tas; (3) que o diabo não é um anjo caído, ou que Jesus
Cristo foi apenas um anjo; e (4) simplesmente pelo fato
de serem anjos, pode-se confiar que todos sejam bons.
Fica óbvio que este último item desconsidera o fato de
que talvez um terço dos anjos tenha se rebelado contra
Deus e agora são espíritos malignos cujo único propósi­
to é cumprir a vontade do diabo.

Esses tipos de crenças falsas indicam para nós que é de


vital importância que nos certifiquemos do que as Es­
crituras ensinam e deixam de ensinar acerca tanto dos
anjos bons quanto dos anjos malignos.

6. O que, na realidade, os anjos


bons fazem na Bíblia?
Os anjos que foram criados por Deus e Cristo (Nee-
mias 9.6; Colossenses 1.16) e que não se rebelaram
junto com Lúcifer (Neemias 9.6; Colossenses 1.16)
existem primordialmente para Deus e Cristo, tendo,
portanto, suas vidas centradas nEles. Eles adoram e
servem a Deus e a Cristo (Filipenses 2.9-11; Hebreus
1.6). Eles glorificam e celebram louvores a Deus e a
Cristo (Jó 38.7; Salmo 148.2; Isaías 6.3; Lucas
2.13,14; Apocalipse 5.11,12; 7.11,12). Eles se deleitam
em comunicar a vontade de Deus e de Cristo, e se de­
leitam em obedecer a Deus e a Cristo. Em tudo que fa­
25
zem, eles honram a Deus e a Cristo (Daniel 8.16,17;
9.21-23; 10.11; 12.6,7; Salmo 103.20; Mateus 2.13,20;
6.10; Lucas 1.19,28; Atos 5.20; 8.26; 10.5; 27.23;
Apocalipse 1.1).

Eles cumprem os propósitos de Deus e de Cristo na ter­


ra, incluindo o governar e o julgar a terra (Números
22.22; Salmo 103.19-21; Mateus 13.39-42; 28.2; João
5.4; Apocalipse 5.2; 2 Samuel 24.16; 2 Reis 19.35; Sal­
mo 35.5-6; Atos 12.23; Apocalipse 16.1). Eles estive­
ram ativos, por exemplo, no estabelecimento da lei mo­
saica de Deus no Antigo Testamento (Atos 7.38,53; Gá-
latas 3.19; Hebreus 2.2) e no executar os juízos de
Cristo no Novo Testamento (2 Tessalonicenses 1.7-8;
Apocalipse 7-9).

Ao fazerem a vontade de Deus e de Cristo, eles também


são espíritos ministradores tanto a crentes como a incré­
dulos, especialmente aos primeiros (1 Reis 19.5; Salmo
68.17; 104.4; Lucas 16.22; Atos 12.7-11; 27.23; He­
breus 1.14). Eles guiam, suprem, encorajam e livram o
povo de Deus (Mateus 1.20; 28.5-7; Gênesis 21.17-20;
1 Reis 19.5-7; 2 Reis 6.15-17; Daniel 6.20-23; 10.10-
12; Atos 5.17-20; 12.5-10). São enviados para respon­
der orações (Daniel 9.20-24; Atos 12.1-17; Apocalipse
8.4) e para assistir aos justos mortos (Lucas 16.22; Ju­
das 9). Eles também protegem o povo de Deus (Salmo
34.7; 35.4,5; Isaías 63.9) e podem pregar e prevenir ao
incrédulo (Apocalipse 14.6,7). Eles interpretam visões
divinas (Zacarias 4.1; 5.5; 6.5; Daniel 7.15-27; 8.13-26)
e profetizam com relação ao futuro (Daniel 9.20-27;
10.1-21; Apocalipse 1.1; 22.6,8). Além disso, eles po­
dem controlar as forças da natureza (Apocalipse 7.1;
16.3,8-9) e até influenciam nações (Daniel 10.13,21;
12.1; Apocalipse 12.7-9; 13.1-7; 16.13,14).
26
Na Bíblia, entretanto, os anjos são mais evidentes em
sua associação com a Pessoa e a obra de Jesus Cristo.
Eles anunciaram a concepção de Cristo, o nascimento
de Cristo, a ressurreição de Cristo, a ascensão e a se­
gunda vinda dEle. Eles protegeram e fortaleceram a
Cristo durante a tentação; eles conhecem e se deleitam
no Evangelho de Cristo e executam os propósitos de
Cristo. Eles acompanharão e assistirão a Cristo em Sua
segunda vinda, ajuntarão todos os homens, bons e
maus, para o juízo final de Cristo (Mateus 1.20,21;
2.13-15; 4.11; 13.39-43; 16.17; 24.31; 25.31; 28.5-7;
Lucas 2.10-12; 22.43; João 1.51; 5.22-29; Atos 1.11;
Efésios 3.9,10; 2 Tessalonicenses 1.7; 1 Timóteo 3.6; 1
Pedro 1.12).

O que é deveras relevante é o fato de que os anjos bons,


conforme a Bíblia, fazem exatamente o oposto daquilo
que os anjos populares (termo que estamos usando para
aqueles seres que são, de fato, anjos malignos ou demô­
nios) estão fazendo hoje. Conforme a Bíblia, os anjos
bons efetuam seu trabalho para Deus e aí desaparecem.
Os anjos populares, entretanto, agem como espíritos-
guias modernos. Eles não adoram a Cristo; eles negam
a Cristo e destróem o que Cristo ensinou. Eles rejeitam
a vontade de Deus e se rebelam contra a mesma ao pro­
curarem evitar que os homens sejam salvos.

Quando examinamos os anjos piedosos, verificamos


que a proclamação que fazem presta apoio aos propósi­
tos de Deus; os milagres que realizam fornecem susten­
tação aos interesses de Deus; a pregação que efetuam é
reconhecidamente comunicadora da vontade de Deus. O
amor que eles têm por Cristo é comprovado através das
Escrituras e através do que fazem hoje em dia. Ao mi­
nistrarem aos filhos de Deus, relembram-nos do amor e
27
do cuidado de Deus por eles (Mateus 18.10; Salmo
34.7; 91.11,12; Daniel 6.22). Vemos, também, que o ca­
ráter deles é comprovadamente sábio e santo pelo fato
de que recusam a adoração dos homens (Colossenses
2.18; Apocalipse 19.10; 22.9) e pelo fato de que a ado­
ração e a devoção deles é dada tão somente a Deus e a
Cristo.

Mas, quanto aos muitos anjos populares de hoje em dia,


é completamente outra a história, como veremos na se­
gunda parte.

7. O que é que os anjos bons


fazem hoje, e como é que agem
para conosco?
Há uma série de livros contemporâneos que narram his­
tórias dos anjos santos nas vidas de pessoas através da
história e hoje em dia. Tais narrativas são verdadeira­
mente encorajadoras e inspirativas. Tais anjos salvaram
as vidas de crentes genuínos, forneceram encorajamen­
to em tempos de perseguição, e facilitaram a conversão
de não-crentes.15Vamos ver alguns exemplos.

No livro A Rustle of Angels (Um Sussurro dos Anjos), a


crente evangélica Marilynn Webber relata sua história,
publicada pela primeira vez no Ladies’ Home Journal
(Jornal do Lar, Para Mulheres) de dezembro de 1992.
Um dia, abatida pelas circunstâncias, ela caminhava em
direção à sua casa, próxima a um trilho de trens. Atra­
vessando os trilhos lentamente, de repente ela se depa­
rou com o trem vindo em sua direção, mas já tão próxi­
mo que ela conseguiu ver a expressão de terror nos
olhos azuis do maquinista. Mas ela ficou paralisada de
28
medo. Em lugar de ser atropelada naquele instante, ela
foi miraculosamente empurrada para fora dos trilhos
como que por uma mão gigantesca, embora “não hou­
vesse ninguém por perto! Não havia uma viva alma ao
alcance da minha vista!”16Ela sobreviveu e, no mínimo,
viu seu interesse pelos anjos se renovar!

No livro Celebration ofAngels (Celebração dos Anjos),


encontramos outras histórias de livramento. Walt She-
pard, por exemplo, era um não-crente muito deprimido
que havia decidido dar cabo de sua vida: ele enfiou seu
carro esporte naquilo que pensou ser um carro abando­
nado à beira da estrada, e isso a 200 quilômetros por
hora. O carro explodiu e os dois veículos pegaram fogo.
Se o motorista e o passageiro do carro estacionado não
estivessem fora do mesmo, descansando, teriam morri­
do instantaneamente.

Walt voou através do pára-brisa e caiu por cima do mo­


tor em chamas. Preso ali, ele desmaiou. Embora o calor
fosse tão intenso que ninguém podia se aproximar para
ajudar, os policiais assistiram com assombro como dois
homens, que apareceram não se sabe de onde, tiraram
Walt do fogo, seguraram-no e ajudaram os paramédicos
a colocá-lo na ambulância. Tanto os policiais como o
gerente do Hotel Holiday Inn próximo “confirmaram
que os dois seres se aproximaram do carro como se não
houvesse fogo. As pessoas disseram que o calor do que
queimava era tão forte que mantinha as pessoas entre 18
e 35 metros de distância. Os policiais que atenderam a
ocorrência ficaram emudecidos pelo salvamento singu­
lar que presenciaram.”17Embora Walt tenha quase mor­
rido, e tenha passado por vários meses de hospitaliza­
ção com o corpo envolto em ataduras, ele reconheceu
que só pode ter sido salvo por anjos. Estava claro: agora
29
ele sabia que Deus queria que ele continuasse vivo. O
resultado da experiência dele foi a aceitação de Cristo
como seu Senhor e Salvador pessoal.

Há outros relatos de cristãos que ouviram vozes de ad­


vertência prevenindo-os a não fazerem alguma coisa ou
a não irem a um dado lugar - advertência que, mais tar­
de comprovaram, salvou a vida deles.1819

Ainda temos a história de David Moore e seu amigo


Henry Gardner, presos num pequeno avião, em meio a
um denso nevoeiro, e com pouquíssimo combustível.
Eles se comunicaram pelo rádio com o aeroporto de
Ashville, na Carolina do Norte, pedindo instruções para
a emergência, mas foram informados de que a pista es­
tava fechada devido ao nevoeiro e que o aeroporto não
possuía condições para o pouso de emergência por ins­
trumentos. Os pilotos foram instruídos a voltar e aterri­
zar em Greenville.

Henry avisou a torre de controle de que não havia com­


bustível suficiente para retornarem a Greenville e que,
portanto, precisavam aterrizar imediatamente. Houve
um breve silêncio. Aí ouviram uma voz dizendo que a
aterrizagem havia sido autorizada e que os preparativos
de emergência estavam sendo feitos. O controlador de
tráfego aéreo passou a dar-lhes instruções específicas e
detalhadas, que permitiram que o avião aterrizasse -
sob outras circunstâncias isso seria impossível. Numa
voz ainda trêmula, Henry agradeceu ao controlador de
tráfego aéreo por haver salvo a vida deles. Outro silên­
cio. O controlador respondeu: “Do que é que você está
falando? Nós perdemos o contato de rádio com vocês
quando dissemos para retornarem a Greenville.” “Vocês
o quê?”, Henry perguntou, incrédulo. “Nós não ouvi-
30
mos vocês depois daquilo, e nem ouvimos vocês falan­
do conosco ou com quem quer que seja”, retrucou o
controlador. “Ficamos abismados em avistar vocês
quando cruzaram as nuvens.”

A torre de controle de Ashville jamais deu permissão de


pouso àqueles pilotos, porque simplesmente não podia
- estava incapacitada de orientá-los a fazerem um pouso
seguro.20

Há centenas de histórias assim narradas na literatura an­


gelical moderna. Embora muitas vidas sejam salvas,
muitas outras obviamente não são. Por que Deus ajuda
uns e não a outros é algo que devemos deixar a critério
da sabedoria dEle. Mas não restam dúvidas de que os
anjos estão mais ativos neste mundo do que a maioria
das pessoas têm consciência. Como o servo de Eliseu,
se o véu fosse removido, as pessoas comuns ficariam de
queixo caído (2 Reis 6.15-17).

Os anjos podem tocar em nossas vidas a qualquer mo­


mento. Podemos descansar seguros de que, caso uma
intervenção angelical se faça necessária para cumprir os
propósitos de Deus, ela ocorrerá.

8. Todo mundo tem anjo da


guarda?
Embora as Escrituras não afirmem taxativamente que
todos têm um anjo da guarda, muitos comentaristas
pensam que isso poderia ser o caso, ao menos dos cren­
tes. Não restam dúvidas de que, devido às hostes inu­
meráveis de anjos e ao amor de Deus pelo Seu povo, es­
sa seria a conclusão lógica. Biblicamente falando, pare-
31
ce que ao menos as crianças possuem anjos da guarda
(Mateus 18.10).

Quer todo crente tenha um ou não, existem aqueles que


só poderiam ser chamados de “anjos da guarda” - aque­
les anjos que Deus envia em momentos específicos para
guardar, encorajar e proteger o Seu povo. Novamente,
isso pode ocorrer entre crentes quando serve aos propó­
sitos de Deus. Há, obviamente, muitos incrédulos que
ainda chegarão à fé em Cristo, que podem passar por
crises pessoais ou situações onde a vida corre perigo,
circunstâncias onde a intervenção angelical é necessária
para que essas pessoas sobrevivam e se tornem crentes
(Hebreus 1.14).

Mas a questão aqui não é se crentes, ou mesmo incrédu­


los, possuem anjo da guarda. Nossa preocupação se
prende à ênfase dada pela literatura angelical moderna
que afirma que todos têm anjo da guarda a quem devem
contatar especificamente para obter instrução constante
e direção espiritual. Como afirmam Terry Lynn Taylor e
Mary Beth Crain em seu livro de devoções diárias ins­
pirado pelos “anjos” populares: “Todos têm um anjo da
guarda”, e: “Quando Deus olha para você, Deus enxer­
ga dois seres: você e seu anjo da guarda. Seu anjo da
guarda é seu companheiro de jornada espiritual para a
vida toda... Seu anjo da guarda sabe para que você veio
a este mundo... Conhecer seu anjo da guarda haverá de
ajudar você a conhecer a si mesmo.”2125

32
ScquNclA P a r te

Encontros
Contem porâneos
com Anjos: os
Anjos Populares
9. Qual é, para nós hoje,
o significado do fato de que
Satanás e seus demônios foram
um dia anjos santos que
cafram de sua gloriosa
posição celeste?

A verdade bíblica de que alguns anjos são agora ma­


lignos significa que o discernimento espiritual, lon­
ge de ser um luxo, hoje em dia é uma necessidade.
Numa época tão marcada pelo reavivamento mun­
dial do ocultismo, ninguém deveria tentar fenôme­
nos tipo “contatar anjos”, ou “incorporar anjos”, ou
o desenvolvimento de uma “consciência angelical”,
e coisas assim. Todas essas coisas não passam de
ardis manipulados por anjos caídos malignos (demô­
33
nios), com o fim de camuflar seus verdadeiros pro­
pósitos.

Como é que sabemos que os anjos populares não são


quem eles reivindicam ser? Porque os anjos que se
mantiveram fiéis a Deus são santos e piedosos na ma­
neira de se portarem; as entidades por detrás das revela­
ções angelicais modernas não têm nada de santas nem
de piedosas. Os anjos piedosos glorificam a Deus e não
trazem revelações contrárias às Escrituras como fazem
os anjos populares. Os anjos bíblicos agem caracteristi-
camente “nos bastidores”. Os anjos populares estão
mais que dispostos a agirem abertamente e a se comuni­
carem na forma espírita. O fim das ações dos anjos pie­
dosos sempre trará glória a Deus; quanto aos anjos ma­
lignos, o resultado sempre será engano espiritual.26

Em suma, os anjos bons realizam seu trabalho e aí desa­


parecem. Eles jamais se demoram no local, como acon­
tece na tradição ocultista dos espíritos-guias, e nunca
dão recados que sejam frontalmente contra a doutrina e
a ética bíblicas.

10. Quem são, precisamente,


os anjos maus, quais são alguns
conceitos falsos acerca deles,
e que poderes possuem?
De acordo com a Bíblia, os anjos malignos são espíritos
moralmente corruptos, que estão rebelados contra Deus
(Salmo 106.37; João 8.44; 2 Pedro 2.4; Tiago 2.19; Ju­
das 6). A rebelião deles foi instituída debaixo da lide­
rança de Satanás (Judas 6; 1 João 3.8; Mateus 12,24,25;
25.41; Ezequiel 28.12-17) e resultou na expulsão deles
34
do céu (Lucas 10.18; conferir com Apocalipse 12.7-9).
Como resultado disso, eles se tornaram criaturas destru­
tivas e egocêntricas, que buscam frustrar os propósitos
de Deus e de Cristo (Deuteronômio 32.17; Salmo
106.37; Apocalipse 2.10; 1 Pedro 5.8; Efésios 6.11;
Mateus 13.39; Lucas 22.31; 1 Tessalonicenses 2.18; 1
Timóteo 4.1; Marcos 3.11; 4.15).

Uma das preocupações principais dos demônios é enga­


nar as pessoas através de religiões falsas e/ou falsos mi­
lagres e, com isso, conseguir cegá-las para a verdade es­
piritual (2 Coríntios 4.4; Atos 26.18; 2 Coríntios 11.14;
2 Tessalonicenses 2.9,10; Apocalipse 16.14; 20.10).

Os demônios estão afixados eternamente em seu com­


portamento, conhecem seu destino eterno e não têm
oportunidade de redenção. Assim sendo, serão lançados
para sempre no lago de fogo (Mateus 25.41; Apocalipse
20.2,3,7-10). Esse parece ser o motivo pelo qual eles
reagiram a Jesus com medo e escárnio, dizendo: “Que
tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?”
(Marcos 5.7; conferir com Lucas 4.41) e “Que temos
nós contigo, ó Filho de Deus? vieste aqui atormen­
tar-nos antes de tempo?” (Mateus 8.29).

Os demônios não são espíritos de seres humanos faleci­


dos ou de uma raça pré-adâmica, como querem alguns,
pois os espíritos de seres humanos mortos não estão li­
vres para vagar (Lucas 16.19-31; 2 Pedro 2.9). Não são,
tampouco, meras personificações do mal ou das forças
naturais (tais como os “deuses” da natureza), como que­
rem os céticos. Os demônios também não são a desig­
nação supersticiosa de doenças naturais específicas, tais
como a epilepsia ou a doença mental. As Escrituras fa­
zem uma distinção bastante clara entre essas doenças e
35
a possessão demoníaca, embora seja possível que am­
bas possam se fazer presentes ou que uma possessão
demoníaca possa incluir doença mental.27

Se fôssemos catalogar os poderes e habilidades dos an­


jos que a Bíblia alista, ganharíamos um vislumbre das
capacitações que possuem, e assim também discerniría­
mos as habilidades dos demônios como sendo de anjos
corrompidos. Precisamos, entretanto, jamais nos esque­
cer de que os demônios, em última análise, são criatu­
ras refreadas pelo poder e pelo propósito soberanos de
Deus. Quando necessário, o crente possui poder sobre
eles (1 João 4.4; Tiago 4.7) porque o próprio Cristo ob­
teve vitória sobre Satanás na cruz (Hebreus 2.14; Co-
lossenses 2.15; João 12.31). Jesus provou ter poder
completo sobre os demônios (Mateus 12.28; Marcos
1.34), com freqüência os expulsou de pessoas (Mateus
8.31; 15.22-28), e ordenou a Seus discípulos que fizes­
sem o mesmo (Marcos 6.13; Mateus 10.1; Lucas
10.17).

1 1 . 0 que anjos malignos


fazem hoje em dia, como são
contatados, e como afetam
nossas vidas?
A listagem relativa ao poderio demoníaco que a Bíblia
relata é surpreendentemente relacionada ao que os de­
mônios fazem nos dias de hoje. Por exemplo, como
documentamos detalhadamente em The Corning Dark­
ness (As Trevas Que Se Aproximam) e em outros li­
vros, os anjos malignos (demônios) imitam os bons an­
jos e expressam grande preocupação com o bem-estar
das pessoas; eles também proporcionam visões e reve­
36
lações falsas através de sonhos ou através de canaliza­
ção, psicografia, etc. Eles conseguem possuir as pes­
soas, realizar vários tipos de milagres, gerar insanida­
de, ou cometer homicídios. São capazes de causar vá­
rios tipos de indisposições físicas, doenças ou
tormentos. Eles podem prever o futuro, incentivar prá­
ticas ocultistas, e manipular a mente humana incutin­
do nela pensamentos, idéias ou imagens. Eles conse­
guem influenciar a natureza. Eles buscam ser adora­
dos, procuram perverter os caminhos de Deus, e podem
assumir qualquer forma física que desejarem, seja de
adulto ou de criança, de animal ou de criatura mitoló­
gica. Em suma, no fim das contas, eles destróem a vi­
da das pessoas.

Os métodos usados pelos anjos malignos para estabele­


cer contato com as pessoas são aqueles encontrados es­
pecificamente no mundo do ocultismo - através de es­
tados alterados de consciência, de capacidades psíqui­
cas, de métodos de adivinhação, das drogas, dos rituais
de magia, e assemelhados. Em suma, eles só precisam
do desejo e do compromisso de uma pessoa que se pro­
ponha a, pessoalmente, estabelecer contato com os an­
jos ou espíritos, convidando-os para adentrarem sua vi­
da. Veja, por exemplo: “Tudo que, por vezes, é neces­
sário para se estabelecer comunicação é o pensamento
a respeito de um anjo ou o desejo de contatar com
um... Escolha um anjo para com ele se harmonizar. Te­
nha papel e lápis no caso de vir uma mensagem que
você queira anotar.”28 Ou: “Marque um encontro de
oração com os anjos. Convide seu anjo da guarda, ou
quaisquer anjos de que você goste para se juntarem a
você. Ore da maneira como preferir e preste atenção a
quaisquer imagens, palavras ou idéias que surgirem em
você.”29
37
O método mais recomendado para se estabelecer con­
tato é provavelmente a meditação. Nesse caso, a pes­
soa busca entrar num estado de consciência “vazio”,
unitivo ou não cognitivo.30 É assim que ensina o au­
tor de Messengers of Light: The Angel’s Guide to
Spiritual Growth (Mensageiros da Luz: O Guia An­
gelical para o Crescimento Espiritual): “Há uma va­
riedade de maneiras de abordar a meditação, tais co­
mo focar a atenção num mantra, em imagens, em ob­
jetos físicos, ou simplesmente em prestar atenção à
respiração de outra pessoa... Quem sabe você prefira
usar o nome anjo como forma de mantra... Talvez as
mensagens não cheguem a você na forma de pala­
vras; é freqüente os anjos falarem a você através de
sentimentos ou imagens... a centralização [atenção
concentrada; “alinhamento” ocultista] é uma forma de
sincronizar a nossa energia... [que nos põe em con­
tato] com o nosso ser mais elevado e com os anjos
que nos guiam.”31

Oração e a criação de um “altar para anjos” são dois ou­


tros métodos populares de se estabelecer contato. 32 Por
exemplo: “Os anjos adoram luz de velas. A luz de velas
ilumina e purifica a atmosfera e atrai anjos. Depois de
ter feito seu próprio altar ou santuário, acenda uma vela
e permaneça quieto diante dela. ‘Curta’ a beleza e peça
aos anjos que se aproximem de você.”33

Por serem relativamente fáceis de se contatar por aque­


les que resolvem fazê-lo, os anjos malignos tocam nas
vidas das pessoas por meio de uma variedade pratica­
mente inumerável de maneiras nos dias de hoje. Antes,
entretanto, de entrarmos naquilo que é específico, é vi­
tal que atentemos para um fato bastante simples, porém
crucial:
38
12. Os anjos populares
negam os ensinamentos bíblicos
fundamentais?
Poderiam os anjos santos negar
os ensinamentos de Cristo?

Os anjos piedosos jamais negariam os ensinamentos de


Jesus Cristo e da Bíblia. Por outro lado, os anjos popu­
lares fazem isso rotineiramente. Pensemos em alguns
exemplos: “Deus é a totalidade de nossa experiência de
vida”34; “Deus é vida. Você e Deus partilham a mesma
cama, o mesmo carro, o mesmo copo d’água. Você e
Deus são um.”35-36

Os anjos populares ensinam as crenças pagãs, da No­


va Era, incluindo o hinduísmo, as práticas ocultistas,
o panteísmo (tudo é Deus, Deus é tudo), o universa­
lismo, e a concepção de que Cristo habita dentro das
pessoas, a despeito da fé que tenham ou não na Pes­
soa dEle.37

Por outro lado, esses “anjos” cometem erros simples de


fato tanto na área teológica como não teológica.38 Repa­
re nas seguintes afirmativas vindas de Angel Wisdom
(Sabedoria dos Anjos): “Os anjos não julgam”; “Nosso
verdadeiro ser é angelical”; “Todas as religiões... ado­
ram o mesmo Deus”; “Nossas almas permanecem num
estado puro de inocência”; e “Pense na possibilidade de
tudo ser, no final das contas, verdadeiro [leia 1 João
2 .21].” 39

Na medida em que as pessoas se envolvem com anjos


nos dias de hoje, elas deveriam reconhecer que os anjos
bons jamais mentem. O restante de nossa abordagem
39
acabará provando que os anjos populares não são quem
eles reivindicam ser.

13. Os anjos populares estão


ativos nas seitas? Quais são
algumas abordagens cristãs
falsas acerca de anjos?
A maioria das pessoas se surpreenderia ao saber que li­
teralmente muitas das seitas modernas e das novas reli­
giões foram instituídas e/ou são nutridas por meio de
contato “angelical”. Vejamos alguns exemplos. Como
deixamos muito bem documentado no livro Everything
You Ever Wanted to Know About Mormonism (Tudo
Que Você Sempre Quis Saber Acerca do Mormonismo),
não há qualquer outra seita mais anticristã que a mór-
mon (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias). E, apesar disso, teria sido o “anjo Moroni” que
conduziu o fundador do mormonismo, Joseph Smith, às
alegadas “tábuas de ouro” das quais o Livro de Mórmon
foi traduzido ocultamente.41’ A história do mormonismo
é repleta de orientação, direção e revelação angelical.

Assim como documentamos em The Facts on Jehovah ’s


Witnesses (Os Fatos Sobre as Testemunhas de Jeová),
os “anjos” desempenharam um papel essencial na reli­
gião das Testemunhas de Jeová e até mesmo na terrivel­
mente tendenciosa tradução da sua Bíblia, a Tradução
do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

Emanuel Swedenborg, o famoso médium do século


XVII, vivia contatando anjos e acabou dando início
a uma difundida seita anticristã, “A Igreja da Nova
Jerusalém”, por vezes conhecida como a Nova Igre-
40
ja ou Fé Swedenborguiana. Os anjos de Swedenborg
estavam constantemente com ele, cochichando, ensi­
nando, imprimindo pensamentos e idéias na mente de­
le.41

A antroposofia (uma combinação de teosofia e cristia­


nismo gnóstico) é outra ilustração de uma seita extre­
mamente anticristã que teve início com a ajuda de an­
jos. Rudolph Steiner, seu fundador, foi profundamente
influenciado por Swedenborg. Steiner consultava os
mortos e outros espíritos, incluindo anjos, a quem ele
descreveu detalhadamente em seus escritos e preleções.
Ele ensinou que cada pessoa possui um anjo da guarda
através de suas muitas encarnações na terra.42

José Silva é o fundador de uma religião que já conta


com oito milhões de seguidores, chamada Método Silva
de Controle Mental (MSCM). O objetivo é permitir que
as pessoas façam contato com seus “conselheiros inte­
riores” para obterem informações e orientação. O
MSCM teve início quando Silva contatou um “anjo”,
durante uma “projeção astral”, que passou a lhe dar os
princípios do movimento.43

Poderíamos citar outros exemplos, incluindo a Irmanda­


de da Auto-Realização, fundada por Paramahansa Yo-
ganda, e também a Escola Concórdia de Cristianismo,
fundada por Charles e Myrtle Fillmore.44Mas é evidente
que os anjos que ajudaram a fundar ou influenciaram
esse tipo de sistema religioso tão anticristão não podem
ter sido anjos bons porque as revelações que fizeram
são as mais antibíblicas possíveis. Qualquer leitura mais
atenta da literatura de tais grupos, especialmente da lite­
ratura teológica, haverá de comprovar isso. Ainda as­
sim, todos esses movimentos ou reivindicam ser cris­
41
tãos ou reivindicam não ser antagônicos à fé cristã. E
por isso mesmo, eles têm confundido alguns cristãos
que aceitaram suas práticas.

Mas há várias outras maneiras pelas quais espíritos en­


ganadores se infiltraram na Igreja. O incrível aumento
de livros advogando o contato angelical começou há
muitos anos com o livro do falecido reverendo Roland
Buck, intitulado Angels on Assignment (Anjos Comis­
sionados). Caracteristicamente, entretanto, esse texto
teve muito pouco a ver com os santos anjos. O conteúdo
do livro e um minucioso exame do que estava por trás
do mesmo, incluindo-se o fato de que as afirmativas ori­
ginais dos “anjos” foram modificadas para parecerem
consistentes com o ensinamento bíblico, demonstram
que Buck não havia participado de uma revelação ange­
lical piedosa, mas sim de uma fraude espírita. A despei­
to da sinceridade de Buck e de seus editores Charles e
Francis Hunter ao publicarem o livro, os ensinamentos
“angelicais”, como sempre, acabaram por revelar sua
verdadeira natureza.45

Uma edição do The Christian Parapsychologist (O Pa­


rapsicólogo Cristão) [um periódico que visa integrar
cristianismo e ocultismo] foi dedicada especificamen-
te ao assunto “anjos”. Ela trouxe cinco artigos - um
escrito por um médium, outro escrito por um sweden-
borguiano, outro por um místico naturalista, outro por
um antroposofista, e um escrito por um junguiano. No
artigo “Some Thoughts About Angels” (“Alguns Pen­
samentos Acerca de Anjos”), J. Dover Wellman, vigá­
rio da Igreja Emanuel e autor de A Priest’s Psychic
Diary (O Diário Mediúnico de um Padre), afirma o
que citamos a seguir. Assim como no mormonismo e
no swendenborguianismo, ele virtualmente agrega to­
42
dos os espíritos na categoria de seres humanos mortos
e incentiva vários métodos ocultistas de contato com
“anjos”:

Creio que as entidades espirituais estão em toda a nossa


volta... Nessa questão da nossa consciência da presença
de anjos, a iniciativa está sempre com eles como seres
superiores... Jesus Cristo foi, creio eu, um desses seres
angelicais pré-existentes... o objetivo da habitação dele
na terra foi de nos informar de nossa própria potencialida­
de como seres que precisam ser restaurados à ‘angelida-
de’...

Quando o estado de transe libera nosso espírito-alma de


nosso corpo-alma, agimos como um espírito puro. Nos­
sas percepções extra-sensoriais funcionam mais eficien­
temente, trazendo à tona aquilo que, de outra sorte, esta­
ria oculto... Nessa altura estaremos, por nós mesmos,
atingindo o nível de vida dos anjos... Nessa condição...
nosso comungar com eles será acentuado e a influência
deles sobre nós sobremaneira incrementada.46

Os outros autores da mesma edição de O Parapsicólogo


Cristão concordam. Brian Kingslake é ministro da No­
va Igreja, que se baseia nas revelações espíritas conce­
didas a Emanuel Swedenborg. Ele é o autor do livro in­
titulado Swedenborg Explores the Spiritual Dimension
(Swedenborg Explora a Dimensão Espiritual). Em seu
artigo A Heaven of Angels from the Human Race (Um
Céu de Anjos da Raça Humana), ele aceita o ensina­
mento comumente mediúnico e swedenborguiano de
que “todos os milhões de espíritos que habitam o mun­
do espiritual - tanto anjos como diabos - são seres hu­
manos que um dia habitaram nesta terra, ou em uma ou­
tra terra do universo material.” Ele prossegue dizendo
43
que o suposto objetivo de Deus é “formar um céu de an­
jos a partir da raça humana.”47

Dorothy Maclean é uma líder do movimento da Nova


Era e co-fundadora da comunidade espírita Findhorn,
da Escócia, assim como autora de vários livros acerca
de como contatar anjos e outros espíritos. No artigo
“Angels Today” (“Anjos Hoje”), ela relata sua experiên­
cia pessoal com anjos: “Eu descobri que não podia efe­
tuar o contato com os anjos até eu mesma me encontrar
num estado de consciência semelhante ao deles... Para
eles, nós somos possuidores de potencial divino magní­
fico... Fomos deuses a partir de nossa composição...
eles esperam nossa escolha de permitir que nossas vidas
sejam guiadas por nossas intuições, por nossa consciên­
cia angelical, para que cooperemos com eles.”48

No artigo “The Hierarchies Regained” (“As Hierarquias


Readquiridas”), a estudante antroposófica Evelyn Ca­
pei, ministra da comunidade de Rudolph Steiner chama­
da Comunidade Cristã, e autora de The Tenth Hierarchy
(A Décima Hierarquia), continua a encorajar a intera­
ção entre “anjos” e seres humanos em bases ocultistas.49

Por fim, no artigo “Angels and Archetypes” (“Anjos e


Arquétipos”), Christopher Bryant, um padre da Socie­
dade de São João Evangelista e um profundo estudioso
do psicólogo ocultista Cari Jung, diz: “E provável que,
mesmo sem saber, nos beneficiemos do ministério dos
anjos que executam seu trabalho nos níveis inconscien­
tes da mente que estão em contato com o mundo mediú-
nico.”50

Há muitos outros exemplos. O falecido e popular prega­


dor William Branham (fundador da seita “Tabernáculo
44
da Fé”, cuja sede brasileira se encontra em Goiânia - N.
R.) dizia falar em nome de Deus, mas durante toda sua
vida foi guiado por espíritos mentirosos (seus “anjos”),
que sussurravam a ele e, aparentemente, “curavam”
muitas pessoas anualmente de forma ocultista. A des­
peito da enorme influência que exerceu sobre o pente -
costalismo, ele foi um falso profeta que negou a verda­
deira natureza de Deus. Ele disse certa feita, por exem­
plo, que o “trinitarianismo [crença na Trindade] é coisa
do diabo! Eu o digo [com a autoridade de] ASSIM DIZ
O SENHOR.”51

O Rev. Edward W. Oldring é o autor de I Work with An-


gels (Eu Trabalho com os Anjos), e de / Walk and Talk
with Angels (Eu Caminho e Falo com os Anjos). Os
“anjos” apareceram supostamente a ele para assisti-lo
na “preparação de muitas pessoas [cristãs]... para traba­
lharem com os anjos de Deus... e para... cooperarem
com... os anjos.”52 Por isso, ele ensina que “há um espi­
ritualismo [contato com espíritos] que é ordenado por
Deus... E parte do plano de Deus.”53Entretanto, os anjos
que falam com ele fornecem interpretações declarada­
mente falsas da Bíblia e, portanto, não poderiam ser an­
jos piedosos.54

Vejamos uma ilustração final. G. Don Gilmore é pastor


da Igreja Congregacional Plymouth em Spokane, no es­
tado de Washington, e apresentador do programa diário
de rádio “Perspective on Living” (“Perspectiva de Vi­
da”). Ele é o autor do livro Angels, Angels Everywhere
(Anjos, Anjos Por Toda Parte), a respeito de contatos
“angelicais”. O livro dele é uma ilustração não apenas
do potencial de disfarce do espiritismo, mas também da
normalização e internalização ou “psicologização” da
experiência espírita. “Contatos angelicais”, para Gilmo-
45
re, englobam uma vasta gama de fenômenos. Incluem,
por exemplo, o conceito ocultista de “formas de pensa­
mento” - manifestações espirituais tidas como sendo
elaboradas mentalmente a partir de energia mediúnica.
E por isso:

Eu creio que anjos são formas, imagens e expressões


através das quais as essências e as forças energéticas
de Deus podem ser transmitidas e que, já que existe uma
infinidade dessas formas, o maior serviço que alguém po­
de prestar às hostes angelicais é jamais limitar conscien­
temente as maneiras dos anjos aparecerem a nós.55

Fica óbvio, a essa altura, que as portas estão escancara­


das a virtualmente toda sorte de fenômenos sobrenatu­
rais ocultistas. Toda manifestação religiosa/espírita re­
clama, nos dias de hoje, estar ligada à força “divina”
ou às “forças energéticas de Deus.” Aliás, Gilmore rei­
vindica que “a energia de Deus” está por trás não ape­
nas das manifestações angelicais tradicionais em várias
religiões do mundo, mas de muitas outras coisas tam­
bém.

Uma das principais preocupações de Gilmore é o desen­


volvimento daquilo que ele denomina “consciência an­
gelical”. Isso é, basicamente, um eufemismo para o de­
senvolvimento mediúnico, “consciência mais elevada”,
e/ou possessão espírita.5658 Dessa forma, “consciência
angelical” quer dizer simplesmente um estado alterado
de consciência e/ou uma abertura para o reino mediúni­
co, que é então vista como envolvimento com energias
e poderes divinos. Desenvolve-se “consciência angeli­
cal”, por exemplo, por meio de visualização criativa, o
que supostamente abre portas para “os fluxos móveis de
energia ilimitada.”59-60
46
Já que as “formas energéticas” essenciais de Deus es­
tão, alegadamente, por toda parte, afirma-se que é res­
ponsabilidade do cristão estabelecer contato com elas
para haver crescimento espiritual. De modo semelhante
a muitas formas de ocultismo, Gilmore sugere que po­
demos, na realidade, “evocar” anjos através dos poderes
de nossa própria consciência, tal qual os magos ocultis-
tas procuram evocar espíritos ou demônios através do
círculo de poder em seus rituais.61 Citando o famoso
ocultista Dion Fortune, Gilmore também interpreta o
contato angelical como um comungar com “nosso ser
mais elevado”:

Será que a melhor e mais elevada forma angelical não é


externa, mas sim o nosso melhor e mais verdadeiro ser?
Dion Fortune uma vez escreveu... ‘O Santo Anjo da Guar­
da, lembrem-se, é o nosso próprio eu elevado.’ ...Some-
se ao Ser Externo, o Ser Um, o corpo interior - instinto,
gênio, sexto sentido, percepção extra-sensorial, poder
mediúnico, conhecimento interior - e aí você, quem sabe,
tenha mais formas angelicais para utilizar em seu traba­
lho criativo.62

Gilmore diz aos seus leitores que o contato pessoal com


os anjos é fácil: “Você ficaria surpreso ao perceber quão
freqüentemente faz contato com a essência energética
de formas angelicais.”63 Ele também incentiva as afir­
mações mentais positivas para facilitar o processo de
consciência e contato angelical, como, por exemplo:
“Deus e os auxiliares de Deus jamais estão distantes...
A Luz de Deus me envolve... O Poder de Deus me pro­
tege... Onde quer que eu esteja, Deus está!”64

Concluindo, o contato “angelical” de Gilmore abrange


uma gama variada de formas de desenvolvimento me-
47
diúnico, espiritismo e manifestações ocultistas. Por isso
mesmo, dificilmente envolveria contato com anjos pie­
dosos, ou o fazer a vontade de Deus, que proíbe taxati­
vamente o envolvimento com o ocultismo (Deuteronô-
mio 18.9-12).

14. Como e que os anjos


populares apoiam o mundo
do ocultismo?
Seria impossível sequer suprir um levantamento su­
perficial das maneiras como os anjos populares pro­
movem o mundo do ocultismo. No livro Angel Wis-
dom (Sabedoria Angelical), somos encorajados a fa­
zer uso dos mantras e das mandalas; a explorarmos
as buscas visionárias xamanistas; a contatarmos o
animal de poder de alguém (um espírito-guia que
aparece na forma de um animal); e a perseguir a
cura mediúnica e a manipulação de chakras.65 No li­
vro Angelic Messenger Cards (Cartas das Mensa­
gens Angelicais), as pessoas são orientadas a buscar
contato com os mortos.66 No livro Creating with the
Angels (Criando com os Anjos), encontramos o li­
dar com sonhos: “Hora de sonhar é hora do espíri­
to e oferece uma grande oportunidade para se brin­
car com os anjos... Permita que os anjos ajudem vo­
cê a interpretar seus sonhos.”67 No livro The Angels
Within Us (Os Anjos Dentro de Nós), encontramos
anjos conduzindo pessoas a estados de profunda al­
teração de consciência para estabelecer contato com
elas.68 Esses “anjos” também patrocinam práticas me­
dicinais da Nova Era, assim como práticas medici­
nais holístico-ocultistas e religiões ocultistas como a
teosofia.69-70
48
Os anjos populares também promovem práticas como a
necromancia ou o contato com os mortos para adivinha­
ção, assim como várias formas de magia ocultista.71-72

Os anjos populares freqüentemente estimulam o desen­


volvimento de práticas como a psicografia e o ditado de
suas mensagens, para que elas sejam publicadas e circu­
lem.73 Karen Goldman, por exemplo, autora dos livros
Angel Voices (Vozes de Anjos) e The Angel Book (O Li­
vro de Anjos), crê que “os anjos estão dirigindo e orien­
tando o que ela escreve” (escrito na contra-capa de An­
gel Voices). Ela se utilizou da “Técnica de LIBERA­
ÇÃO do Método Sedona”, do Instituto Sedona, no
Arizona, para contatar o “anjo interior” dela, que agora
serve de guia para os escritos da autora.74 Sally Sharp,
autora de 100 Ways to Attract the Angels (100 Maneiras
de Atrair os Anjos), também foi introduzida à psicogra­
fia por seus anjos, assim como o foram vários outros
autores que escrevem sobre eles.75-76

Rosemary Ellen Guiley, autora de Angels of Mercy (An­


jos de Misericórdia) e de muitos outros livros de cunho
ocultista e místico, tais como The Encyclopedia of Wit­
ches and Witchcraft (A Enciclopédia de Bruxas e Bru­
xarias) e Harper’s Encyclopedia of Mystical and Para­
normal Experiences (Enciclopédia Harper de Experiên­
cias Místicas e Paranormais), recorda-se que a vida
dela tem sido dirigida por presenças invisíveis, que ela
crê serem anjos que a nortearam especificamente rumo
a essa área:

Durante muitos anos, eu senti a presença de guias em mi­


nha vida... Meu senso intuitivo logo de início me disse que
eram “anjos”, e que é assim que eu deveria sempre cha­
má-los... Eu sinto a presença de um grupo de anjos que

49
sempre me rodeou, sempre ligados à minha vida pessoal
e profissional. A eles se juntam outros anjos que vêm e
vão, dependendo das circunstâncias... Quando comecei a
escrever Anjos de Misericórdia, eles vieram em dose re­
forçada. Parecia que eu tinha um pequeno exército que
observava por sobre meus ombros, para exercer suas va­
riadas influências... Além de escrever, eu faço bastante
conferências, e aí eu sinto a presença de um “anjo pales­
trante”... Eu sinto a presença dele. Ele é um facilitador que
me ajuda a preparar e fazer minhas preleções.77

O nome do “anjo palestrante” é Platão, e ele de fato fala


por intermédio dela - assim como acontece com muitos
líderes espirituais de proeminência nos dias de hoje, in­
clusive Ram Dass, o falecido William Branham, e ou­
tros. Guiley afirma:

À medida que comecei minha palestra, senti uma clara


mudança em minha percepção, como se uma parte do
meu ser fora colocada de lado. Além disso, eu sentia o
peso de uma presença invisível sobre meus ombros, co­
mo se tivesse pousado neles... Falei durante duas horas
sem sequer olhar para minhas anotações, e recebi co­
mentários entusiásticos do auditório. “Você talvez não
saiba, mas é uma mestra por natureza!”... À medida que
o tempo passa, mais e mais tenho estado consciente
dessa mudança de percepção que ocorre quando profiro
uma palestra. De vez em quando, alguém que é vidente
se dirige a mim ao final do evento e me pergunta se eu
sei que tenho um anjo ou um ser em pé ao meu lado.
“Sim”, eu respondo, “é o meu anjo palestrante!”78

O que isso tudo significa é que boa parte - quem sabe


até a maior parte - da literatura produzida acerca de an­
jos populares vem dos próprios anjos populares.
50
Aliás, qual a parcela do ocultismo não infiltrada por an­
jos caídos? Astrologia e as demais formas de adivinha­
ção, magia cerimonial, exercício da mediunidade e ses­
sões espíritas, bruxaria e satanismo, desenvolvimento
mediúnico, xamanismo - tudo isso está literalmente in­
festado de anjos caídos e de seus enganos. Como afirma
a Harper’s Encyclopedia of Mystical and Paranormal
Experience (Enciclopédia Harper de Experiências Mís­
ticas e Paranormais), “na Nova Era, no ocultismo e nas
crenças religiosas, os anjos fizeram uma reaparição
cheia de popularidade. Eles são retratados nos aspectos
cármicos da astrologia, são incorporados, medita-se ne­
les, e afirma-se que existem no reino dos espíritos. In­
voca-se hostes angelicais nos rituais de magia e em vá­
rios tipos de magia e bruxaria. A concepção popular
afirma que existem anjos benevolentes que são diferen­
tes de demônios.”79

Sem dúvida, esse é um dos objetivos primordiais dos


demônios que imitam anjos piedosos - confundir as
pessoas quanto ao campo de operação deles. Se as pes­
soas puderem ser convencidas de que o reino do ocultis­
mo é o próprio domínio das manifestações angelicais,
elas estarão muito mais inclinadas a experimentá-lo. E,
além do mais, se ninguém sabe o que um anjo é de fato,
qualquer espírito que reivindicar ser um anjo soará con­
vincente. Por isso mesmo, um número muito grande de
pessoas que hoje contatam anjos estão lenta, porém de­
cisivamente, sendo levadas diretamente ao domínio das
trevas.80

Tais “anjos” alimentam uma esperança específica de al­


cançarem as crianças. A autora de The Circle of Angels
(O Círculo dos Anjos) foi possuída por um espírito que
anunciou a ela, via psicografia: “Eu sou o arcanjo Mi­
51
guel e juntos vamos salvar as crianças.”89 O resultado
disso foi a série Little Angel Books (Livros dos Peque­
nos Anjos) que procuram ajudar as crianças a chamarem
pessoalmente os anjos através de meditação ocultista.

15. O que dizer sobre os


anjos populares e o fenômeno
moderno da canalização?
Canalizar espíritos-guias é hoje uma indústria multibi-
lionária nos Estados Unidos. Mas canalizar anjos não é
diferente de incorporar espíritos-guias. Em ambos os
casos, a pessoa é possuída por um espírito controlador
como se fora um médium. Essa similaridade também fi­
ca evidenciada pelo fato de que as mensagens e os fenô­
menos presentes na incorporação de anjos e a encontra­
da no exercício da mediunidade são essencialmente as
mesmas.82

Considere a naturalidade com que espíritos e anjos in­


corporados estão ligados à literatura popular: “Todos te­
mos espíritos-guias, anjos que nos levam a níveis supe­
riores de percepção e conhecimento... Nossos guias po­
dem assumir forma física num sonho, durante a
meditação, ou a forma de um conselheiro ou mestre es­
piritual a quem poderemos encontrar inesperadamente...
Eu estou aberta a meus guias espirituais, e os saúdo
com euforia, respeito, admiração e amor.”83

Vamos considerar uma ilustração. A católica Roseann


Cervelli afirma estar envolvida na canalização de anjos
há mais de uma década em Martinsville, Nova Jérsei,
onde reside. Algumas das revelações recebidas durante
essas incorporações estão descritas em Voices o f Love
52
(Vozes do Amor). E como é que isso tudo começou? De­
pois de ter sido criada como católica, e de ter desenvol­
vido “um sentido muito profundo de espiritualidade”,
ela estudou as revelações em transe do médium Edgar
Cayce e os métodos de cura mediúnica, e dedicou-se à
“percepção de Cristo”. Com o passar do tempo, recebeu
a imposição de mãos de um padre católico que se tor­
nou seu mentor espiritual. No momento em que ele lhe
impôs as mãos, ela experimentou uma espécie de “aber­
tura” mediúnica: “Depois disso, durante um ano ou
mais, eu estudei com o padre e com pessoas que pensa­
vam como ele. Eu haveria de passar por uma experiên­
cia mística. Eu haveria de ser “puxada” para um estado
de unicidade e de meditação... Essas foram minhas pri­
meiras experiências com as energias espirituais - tre­
mendamente aconchegantes e cheias de amor.”84

Com o passar do tempo, ela conheceu um médium que


incorporava um espírito chamado “Mateus”. Após ouvir
os conselhos ocultistas de “Mateus”, Cervelli progrediu
rumo a uma forma de revelação mediúnica na qual ela
recebia energia através de sua própria cabeça. Aí veio a
psicografia, o que resultou em Voices of Love (Vozes de
Amor). Depois de “Mateus”, foi a vez dela conhecer um
outro espírito chamado “Elliot”, até que uma nova enti­
dade se apresentou dizendo: “Meu nome é João, e eu
vim para te ensinar a respeito do amor a ti mesma.”
Quando “Mateus”, “Elliot” e “João” decidiram ir embo­
ra, eles disseram a Roseann que ela seria agora habitada
por um grupo de anjos - e assim ela vem incorporando
“anjos” desde então.85

Como é que daria para ela perceber a diferença, espe­


cialmente levando-se em conta que as revelações foram
as mesmas?
53
Entre as mensagens-padrão que os “anjos” desejam co­
municar aos homens, está a informação de que “não es­
tamos separados de Deus. Nós somos Deus... Deus não
está apenas dentro de nós, mas ele é nós.”86É óbvio que
anjos piedosos jamais haverão de incentivar pessoas a
adotarem crenças panteístas que minam a própria essên­
cia da fé cristã.

16. O que dizer sobre os


anjos populares, Maria, o papa
e o catolicismo romano?
Como a maior parte das religiões não-bíblicas, o catoli­
cismo romano também alimenta uma longa tradição de
visitação de anjos. Uma “reza ao seu anjo da guarda”
católica comum, que a maioria dos católicos devotos
aprende, diz: “Anjo de Deus, meu querido guardião, a
quem o amor de Deus me confia aqui, esteja sempre co­
migo durante este dia (esta noite), para iluminar e guar­
dar, para reinar e guiar. Amém.”88

Oficialmente, a igreja católica ensina que todo ser hu­


mano tem seu anjo da guarda, e ela “incentiva a devo­
ção pessoal a esse anjo da guarda.”89

Diga-se de passagem, a igreja católica está se interes­


sando mais e mais pelo assunto. A “Opus Sanctorum
Angelorum” (“Obra dos Santos Anjos”) da Ordem Ca­
tólica da Santa Cruz agora é aceita como uma “institui­
ção reconhecida pela igreja”. Até mesmo o papa João
Paulo II vem expressando interesse pessoal nos anjos.90

Muitos dos livros contemporâneos a respeito de anjos


foram escritos por católicos. No “best-seller” Where
54
Angels Walk (Por Onde Caminham os Anjos), segundo
o jornal New York Times, a católica Joan Anderson in­
centiva o contato com anjos e as orações feitas a anjos.
Ela afirma que “a maioria dos católicos crê que todos
recebem um anjo da guarda quando nascem, um com­
panheiro de vida especialmente forjado para a persona­
lidade peculiar de cada um. As crianças católicas apren­
dem uma pequena e confortadora reza para ‘iniciar’ a
conversação com seu anjo e o Dia do Anjo da Guarda é
festejado todo dia 2 de outubro.”91

Livros como Devotion to the Holy Angels (Devoção


aos Santos Anjos), de W. Doyle Gulligan (Lumen
Christi, 1990), e as organizações católicas como a
“Opus Sanctorum Angelorum” citada anteriormente
(dedicada a explicar e incentivar a devoção aos an­
jos) provam que os devotos do catolicismo consti­
tuem um auditório pronto, suscetível ao fenômeno
popular dos anjos.92 A conhecida autora e espírita
Terry Lynn Taylor também sustenta que a devoção
católica a Maria está ligada ao ressurgimento dos an­
jos: “Maria, a Mãe de Cristo, é freqüentemente cha­
mada de Rainha dos anjos. Maria está tocando, de
forma profunda, a vida daqueles envolvidos com per­
cepção angelical... Por isso... os anjos predominam
tanto hoje em dia.”93

O resultado, entretanto, é que as revelações feitas por


Maria (e por anjos não raramente associados a ela)
apoiam, de maneira uniforme, a teologia e os ensina­
mentos do catolicismo, que são antibíblicos.94 As apari­
ções ocultistas de Maria em Medjugorje, na antiga Iu­
goslávia, incluem as aparições dos chamados putti, ou
anjos-crianças, e a mensagem que eles propagam nega a
mensagem de Cristo.95
55
17. Por que os anjos populares
estariam interessados em apoiar
o movimento ecológico
moderno?
O radicalismo ambiental já se tornou uma preocupação
nacional, conseqüência da ação de ativistas e políticos
zelosos além da medida, cuja conduta, por vezes desen­
caminhada, tem gerado mais dano do que bem ao meio
ambiente.96

Não é difícil encontrarmos uma profunda preocupação


com o meio ambiente na maioria dos escritos espíritas,
incluindo-se entre eles o dos “Native Americans”
(“Americanos Nativos”), contatadores de OVNIs, cana­
lizadores da Nova Era e de revelações modernas de an­
jos. O interesse dos espíritas nessa causa, entretanto, é a
promoção do panteísmo e da adoração à natureza - não
um meio ambiente mais limpo.

Revelações ligadas ao meio ambiente oriundas de “an­


jos” ensinam a importância sagrada do meio ambiente e
como as pessoas precisam estar mais preocupadas com a
Terra como sua “genitora” espiritual. De acordo com es­
sas revelações, as pessoas precisam aprender a enxergar
a Terra como divina, e reconhecer que a adoração da
criação é vital para uma espiritualidade renovada. É cla­
ro que isso tudo aponta para um retorno crescente à ado­
ração pagã da natureza (onde a própria Terra é deificada,
tornando-se uma deusa) e para o animismo (onde árvo­
res, plantas, pedras, etc. são vistas como que possuindo
espíritos viventes). O fato de que até mesmo o livro es­
crito pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore,
a respeito do meio ambiente, promove uma abordagem
pagã é simplesmente um infeliz sinal dos tempos.97
56
Os “anjos” que falam através de um canalizador de anjos
enfatizam: “O nível mais alto de cura de que falamos en­
volve o relacionamento entre o seu espírito e o espírito
da Terra... O planeta Terra possui um propósito de vida,
assim como você o tem... Seu desejo de buscar uma per­
muta mais profunda com a Natureza motiva o espírito
dela e ajuda a equilibrar todos os níveis de vida.”98

Os anjos populares também endossam o conceito pan-


teísta de Gaia: “O objetivo de seu espírito é facilitar a
cooperação entre você e Gaia, a Terra... à medida que vo­
cê desperta seu amor como um ser planetário... ele aca­
bará sendo, em última análise, o meio de sarar a Terra.”99

Exemplos de animismo podem ser vistos nas seguintes


revelações angelicais: “As árvores possuem espíritos
protetores, e nós podemos aprender muitas coisas quan­
do nos assentamos em silêncio perto de uma árvore e
nos comunicamos com a energia dela”1“1, e: “Os Espíri­
tos das Aguas são os anjos da guarda das fontes naturais
de água... todos os Espíritos das Aguas nos ensinam
acerca de nossos sentimentos íntimos. Podemos nos be­
neficiar muito, se aprendermos a nos contatar com
eles.”101

A comunidade espírita de Findhorn, na Escócia, é um


exemplo - a partir de sua adoração dos espíritos da na­
tureza (devas) e dos anjos - de como a ênfase que os
anjos colocam no ambientalismo conduz a um contato
direto com demônios sob o pretexto da harmonia com a
Mãe Terra. Como recompensa pelas orações dessas pes­
soas e da adoração aos espíritos das árvores, plantas, e
rios, os anjos prometem cura física, emocional e espiri­
tual a essas pessoas - além da promessa de que a pró­
pria Terra haverá de auto-evoluir rumo à perfeição.102

57
18. Que exemplos nos mostram
como os anjos populares
distorcem a Bíblia?
A característica mais consistente da maneira dos anjos
populares abordarem religião - além de inspirarem reli­
giões falsas, é lógico - é provavelmente a forma como
distorcem a Bíblia. Se fossem anjos piedosos - espe­
cialmente os anjos que participaram da outorga da lei de
Deus, e que O respeitam e honram eles não teriam
como distorcer a Palavra de Deus. Os demônios, por
outro lado, certamente o fariam. No livro Os Anjos
Dentro de Nós, por exemplo, as Escrituras são univer­
salmente mal interpretadas a fim de sustentarem o ocul­
tismo, violando as claras proibições bíblicas contra as
práticas ocultistas (veja, por exemplo, Deuteronômio
18.9-12). Assim sendo, a interpretação angelical de Ma­
teus 5.14 é torcida de forma a ensinar o panteísmo e a
idéia de que nós somos “a força criadora do Universo”;
2 Crônicas 20.17 é uma “mensagem codificada” que
“descreve o que acontece quando você assume a energia
do anjo”; o Salmo 91.11 é reinterpretado para incentivar
o espiritismo; João 15.1-11 é distorcido para significar
que devemos viver dentro do eu-Deus dentro de nós, a
ocultista “Presença EU SOU”.103

Ao ministrarem esses ensinamentos, os anjos, na reali­


dade, dirigem seus contatados a lerem essas passagens
na própria Bíblia, e aí dão curso às falsas interpreta­
ções para seus ouvintes.104O líder da Nova Era e canali­
zador angelical John Randolph Price afirma: “Os anjos
são tremendamente práticos ao nos mostrarem nossas
falsas crenças” - que, obviamente, incluem as tradicio­
nais interpretações cristãs das passagens bíblicas. Va­
mos tomar, como exemplo, o maior mandamento dado
58
por Jesus - amar a Deus sobre todas as coisas (Mateus
22.38). Eles nos dizem que o verdadeiro significado
disso é: “Comece com o primeiro e maior mandamento,
que é amar o Senhor Eu com cada partícula de senti­
mento que você possui.”106

O que é mais irônico, é que as Escrituras são torcidas


por esses chamados “anjos” para enganar as pessoas a
ponto de aceitarem seu próprio endemoninhamento! Ve­
ja, por exemplo, como três passagens bíblicas bastante
conhecidas são interpretadas:

Se formos totalmente sinceros e estivermos dispostos a


entregar o menor em troca do maior, o Santo Eu haverá
de ir suavizando a velha personalidade até repor essa
energia inferior Consigo mesmo... Um odre inteiramente
novo precisa ser preparado para um novo enchimento.
Paulo disse: “Dia após dia morro” (1 Coríntios 15.31) - e
é isso que precisamos fazer para assegurar a vitória final.
Lembre-se, “se alguém não nascer de novo, não pode ver
o reino de Deus” (João 3.3). E “quem perder a vida por
[amor do Cristo interior], achá-la-á” (Mateus 16.25).107

No fim das contas, “aceitar a Cristo” significa aceitar o


“anjo” interior e permitir que ele o possua.108

A maioria das pessoas pressupõe que se tais seres são


declaradamente anjos, eles haveriam de citar natural­
mente as Escrituras - não é isso que esperamos de an­
jos? Além do mais, “podería um anjo estar ligado a Sa­
tanás?”109 E claro que não; quem havería de esperar que
fosse assim?

Ainda assim, considere as seguintes revelações feitas


por anjos populares e então confira-as com as Escrituras
59
para provar a você mesmo que esses seres não são anjos
santos: “Você pode achar que só existe uma verdade;
mas nós, seus anjos, sugerimos que você tenha sua pró­
pria verdade, sua própria interpretação da lei divina.
Não existe um único caminho que seja certo ou erra­
do”110 (confira com João 14.6; 1 João 2.21); “[É errado]
pensar que apenas um caminho é o trajeto até Deus”111
(confira com João 10.1-12; Atos 4.12; 1 Timóteo 2.5,6);
“Amor... é ‘a capacidade de permitir que todas as outras
coisas vivas cresçam na plenitude da expressão do seu
ser’” 112 (confira com 1 Coríntios 13.3-8); “Em Verdade,
Eu sou o Espírito de Deus... pois Deus é tudo, e tudo é
Deus”113(confira com Ezequiel 28.2-4).

Considere ainda as seguintes meditações pessoais, for­


necidas por anjos populares, que eles desejam que as
pessoas assimilem, de forma que façam parte da per­
cepção delas. Pergunte-se quanto dessas afirmações po­
deriam vir de anjos piedosos: “Tudo que Deus é, EU
SOU... EU SOU pureza divina... EU SOU amor perfei­
to... EU SOU a paz que excede todo entendimento... EU
SOU onipotente... EU SOU juízo perfeito... EU SOU a
única fonte... EU SOU O QUE SOU... pois EU SOU a
alegria do mundo.”114

19. Os anjos populares


aparecem nas experiências de
quase-morte?
As pesquisas ligadas ao período próximo à morte tam­
bém indicam a influência moderna de “anjos”. Quase
15 milhões de pessoas já passaram por aquilo que se
tornou conhecido como “experiência de quase-morte”.
Trata-se da situação onde o indivíduo estava clinica-
60
mente morto, teve a percepção de estar fora de seu pró­
prio corpo, passando por um túnel, vendo uma luz, sen­
do envolvido pela luz, e tendo algum tipo de contato
com um ser de luz, com um morto, ou com anjos. Um
dos elementos mais constantemente presentes nessas si­
tuações é o aparecimento de um “ser de luz” (freqüente-
mente tido como sendo um anjo) que guia o moribundo
através do limiar da “morte”. Aliás, muitas enfermeiras
espíritas afirmam ter visto “anjos” aparecendo aos pa­
cientes delas no momento da morte para guiar o espírito
dos moribundos na vida pós-morte.115

Os anjos podem até ser uma ocorrência freqüente, ou


ainda uma percepção nas situações de “experiência de
quase-morte”, mas as mensagens que eles deixam não
são nem um pouco diferentes daquelas dadas na tradição
espírita em geral. Infelizmente, as “experiências de qua­
se-morte” profundas são, caracteristicamente, uma ini­
ciação ao ocultismo, com conseqüências nefastas. No li­
vro The Facts on Life After Death (Os Fatos Sobre a Vi­
da Após a Morte), fornecemos informações que avaliam
as “experiências de quase-morte” e esclarecem porque
cremos que o “ser de luz” ou os “anjos” não são o que
costumeiramente reivindicam ser. Recomendamos esse
livro aos leitores que desejarem maiores informações a
respeito do assunto (aguarde aviso de lançamento da
edição em português nos nossos periódicos - N. R.).

20. Os anjos populares têm


alguma ligação com os OVNIs?
O fascínio moderno com os OVNIs (Objetos Voadores
Não Identificados) tem crescido rapidamente desde que
Kenneth Arnold fez o primeiro relato de haver avistado
61
um deles em 1947. Hoje, o campo conhecido como ufo-
logia (derivado de “UFOs - Unidentified Flying Ob-
jects” - equivalente em inglês de OVNI - N. T.) é uma
indústria em franco desenvolvimento com inúmeras or­
ganizações ao redor do globo, com pelo menos uma dú­
zia de investigações sendo realizadas por órgãos gover­
namentais, e literalmente milhões de aparições - in­
cluindo-se milhares dos pretensos contatos ou
seqüestros por entidades [tripulantes] de OVNIs. Mui­
tos acham que os OVNIs não passam de embustes, de
más interpretações, de alucinações ou de visitas reais de
civilizações extraterrestres.

Provavelmente a última conclusão a que se chegaria é a


de que os OVNIs são fenômenos angelicais, e ainda me­
nos, que são produto do poder de anjos caídos. Mas é
exatamente isso que são. Vez por outra nos últimos 20
anos, o co-autor deste livro, John Weldon, tem pesqui­
sado essa área e já escreveu três livros, incluindo Os Fa­
tos Sobre OVNIs e Outros Fenômenos Sobrenaturais,
junto com John Ankerberg, nos quais apresenta evidên­
cias surpreendentes e convincentes de que os OVNIs só
podem ser explicados recorrendo à demonologia.

2 1 . 0 que é que os anjos


populares ensinam acerca da
ética e da nova moralidade?
Vários livros acerca de anjos chegam a dizer que Satanás
é “boa gente”! Com um senso de valores tão distorcido,
os valores éticos resultantes não constituem surpresa. Por
exemplo: “O Anjo da Materialidade e Tentação [ou seja,
“o Diabo”] opera conosco... ele é a energia que nos capa­
cita a dizer, com entendimento, ‘Eu vivo, não mais eu,
62
mas Cristo vive em mim.”116 Outro livro sobre anjos nos
diz que “Lúcifer é quem estava, na verdade, executando a
obra de Deus.”117 Em outro texto, somos literalmente en­
corajados a dar as boas vindas ao Anjo da Morte!:

Para a pessoa comum, o Anjo da Morte é muito temido,


mas para os aspirantes, discípulos e iniciados ele é “o
que é bem-vindo como o nascer do sol”. Faça contato
com ele agora e peça que ele o assista no passo final de
liberação e aceitação... lembre-se, não existe esse negó­
cio de morte, apenas uma mudança de energia... Na ver­
dade, o que chamamos de morte nada mais é do que a
entrada para uma vida mais gloriosa de alegria, realiza­
ção, paz e liberdade.118

A moralidade oferecida pelos anjos populares é coeren­


te com a que encontramos no ocultismo em geral - uma
moralidade auto-gerada, que é atingida através de uma
percepção “mais elevada”, que permite que se justifique
tudo e que se viva como bem se entender. Tais “anjos”
incentivam esse tipo de atitude, endossando coisas tipo
sexo livre, homossexualismo e lesbianismo, adultério,
aborto, divórcio, e praticamente todo tipo de deslize
moral. Alguns anjos endossam essa espécie de compor­
tamento em nome de uma compreensão “peculiar” de
certos tipos de verdades espirituais: que é preciso ir-se
além do bem e do mal para compreender a unidade sub­
jacente da criação, ou que Deus abrange tanto o bem
quanto o mal dentro de Seu próprio Ser.119

Fica claro que, se a percepção “mais elevada” ultrapas­


sa as categorias de bem e mal e se o Próprio Deus
abrange ambos, será difícil de atribuir um valor ético às
coisas. No fim das contas, o egoísmo, o hedonismo e a
sensualidade “dão as cartas”: “Moralidade... envolve fa­
63
zer as escolhas que são melhores para você”120 e: “Aci­
ma de tudo, os anjos desejam incentivar você a se diver­
tir, a ser selvagem... Os anjos são atraídos por espíritos
livres que não têm medo de serem eles mesmos, mesmo
que o grosso da sociedade pareça não entender... Nossas
imperfeições nos tornam interessantes... Não há proble­
ma se cometemos erros ou em sermos ‘errados’.”121

Também somos aconselhados a abandonar crenças reli­


giosas que já possuíamos e as normas que as acompa­
nham, pois são muito limitadoras.122Aliás, até mesmo o
mal praticado deliberadamente é dito ser um meio para
iluminação espiritual.123

Será que essas afirmações não soam um tanto não-orto­


doxas para serem ensinamentos de anjos? Ainda assim,
muitas pessoas acreditam que realmente são ensinamen­
tos de anjos! Mas se são, onde fica Deus nisso tudo?

22. Qual a ligação dos anjos


populares com os ensinamentos
acerca do amor-próprio e da
auto-estima?
Se nos lembrarmos que o pecado do diabo foi o orgulho
e o auto-engrandecimento, talvez não nos surpreenda
pensar que ele acharia difícil abrir mão do amor-próprio
que gerou sua notoriedade. Infelizmente, as pessoas di­
ficilmente compreendem com precisão onde uma filo­
sofia de amor-próprio que espelha a filosofia do próprio
diabo pode levá-las. Quem sabe, então, os autores que
escrevem sobre anjos e gostam tanto de definir o diabo
como “uma personalidade dominada pelo ego” preci­
sem repensar as implicações desse fato.124
64
Numa era tão egocêntrica, os anjos modernos se encai­
xam perfeitamente.

Um dos ensinamentos mais populares desses anjos é


que as pessoas precisam aprender o valor da auto-esti-
ma e do amor-próprio:

O amor-próprio haverá de educar e alimentar você... to­


me a dianteira e assuma os efeitos eternamente maravi­
lhosos do verdadeiro amor-próprio... É só permitir que os
sentimentos de amor por você mesmo surjam... Eles es­
tão chegando. Aqueça-se na luz do amor-próprio... Final­
mente, você haverá de encontrar-se plenamente na luz
dourada, na medida em que progride no caminho do
amor-próprio junto com seu guia angelical do sistema
energético do amor divino. Agradeça ao seu anjo-guia,
depois agradeça a você mesmo...125

Você não precisa pedir permissão para amar a si mes­


mo... nada menos que isso é suficiente para você ou para
Deus... [Reclamar] sua própria bondade... [haverá de] in­
crementar a bondade na terra.126

A única dificuldade é que toda essa conversa de auto-


estima se baseia no conceito falso de que o homem, na
sua verdadeira natureza, é divino; ou seja, que “você é
Deus’’, e que “Deus é vida”.127

23. Os anjos populares endossam


a prática de adivinhação?
Sistemas de adivinhação são tão velhos quanto a huma­
nidade e incluem coisas do tipo oráculos antigos, atra­
vés dos quais os espíritos (“deuses”) falaram, o I Ching,
65
cartas de Tarô, runas, tábuas de Ouija, e adivinhação
por todos os meios, desde comportamento e entranhas
de pássaros até contorno de crânios, leitura de mãos,
simples pontos e gravetos.

Nos dias de hoje, os anjos populares entraram no negó­


cio da adivinhação de forma grandiosa. No livro Ask
Your Angels (Consulte Seus Anjos), de Alma Daniel, Ti-
mothy Wyllie e Andrew Ramer, encontra-se o método
denominado de Processo GRACE (GRAÇA). Esse mé­
todo de adivinhação, também denominado “Oráculo An­
gelical”, é feito através de um baralho de cartas, dividido
em três partes. As primeiras cartas são atribuídas a qua­
tro arcanjos, e o apanhar das demais cartas ao acaso põe
você em contato com o sonhar criativo ou a resolução do
problema feita pelo anjo específico daquela carta. A se­
gunda parte das cartas contém 16 anjos que, quando tira­
dos, “ativam” o anjo associado à carta para ajudar a pes­
soa a ser bem-sucedida a selecionar as cartas da terceira
parte do baralho. Essa terceira parte contém 24 ativida­
des ou situações. Uma vez que uma delas é escolhida, a
pessoa deve prosseguir conforme a instrução da carta,
sabendo que o anjo que veio da segunda parte do bara­
lho haverá de guiá-la e dirigi-la ao cumprimento.

Outro sistema de adivinhação é chamado de Cartas dos


Anjos. Ele inclui um jogo de tábuas chamado “O Jogo
da Transformação”. Ele foi criado enquanto seus inicia­
dores viviam na Comunidade da Nova Era de Findhorn,
na Escócia. Esse jogo também visa estabelecer contato
com anjos, prever o futuro, e desenvolver uma percep­
ção “mais elevada”.128

Um terceiro sistema de adivinhação encontra-se no li­


vro Angelic Messengers Cards: A Divination System for

66
Spiritual Discovery (Cartas de Mensagens Angelicais:
Um Sistema de Adivinhação para Descoberta Espiri­
tual), que foi desenvolvido em associação com o espíri-
to-guia chamado “Mentor”. Esse sistema utiliza cartas
com imagens de plantas, que os anjos da pessoa em
questão utilizam para promover crescimento espiritual:
“As cartas atuam como uma ‘oração viva’ para nos aju­
dar a resolver problemas, desenvolver confiança inte­
rior, nos auto-afirmar, renovar e despertar a energia es­
piritual do amor... As cartas de mensagens angelicais
são uma ferramenta divinamente inspirada para a auto-
descoberta... contêm as sementes para a transformação
tanto pessoal como planetária.”129

O problema na utilização de qualquer tipo de adivinha­


ção é que, nas palavras do especialista em ocultismo W.
B. Crow, é “quase sempre perigoso”.130 Esses sistemas
são perigosos porque, primeiro, eles ligam as pessoas a
demônios; segundo, a informação obtida é constituída
freqüentemente de maus conselhos; e, terceiro, a adivi­
nhação traz consigo uma escravidão a um sistema ocul-
tista - leva pessoas a tomarem decisões que, de outra
sorte, não tomariam.

24. Será que os anjos populares


endossam os movimentos cristãos
de “fé”/confissão positiva? Como
os anjos populares poderiam se
infiltrar indiretamente na Igreja?
Muitos desses livros a respeito de anjos parecem utili­
zar terminologia voltada a crentes. Um texto ocultista
bastante forte incentiva os leitores a “dotar cada anjo
com a Vontade de Deus, o Amor de Cristo, e a Ação do
67
Espírito Santo.”131 A autora Sophy Burnham pergunta:
“Por que é que anjos gostam de disfarces? Parece que
eles assumem a forma que a pessoa a ser visitada esteja
disposta a aceitar.”132

Assim como documentamos em The Facts on the Faith


Movement (Os Fatos Sobre o Movimento de Fé) e em
The Facts on False Teachings in the Church (Os Fatos
Sobre Falsos Ensinamentos na Igreja), os líderes dos
movimentos modernos de “fé”/confissão positiva geral­
mente reivindicam ter recebido seus ensinamentos pe­
culiares através de revelação divina direta - inclusive
através da mediação de anjos. Nos livros supra-citados,
provamos que tais ensinamentos não são bíblicos, por­
tanto não podem ter vindo de Deus ou de anjos bons.

Se as reivindicações de inspiração sobrenatural feitas


por esses mestres forem legítimas, existe apenas uma
fonte de revelação que permanece. Quem sabe seja su­
gestivo o fato de muitos espíritos-guias terem uma série
completa de fitas de confissão positiva, que são vendi­
das por seus médiuns. (As fitas gravadas por “DaBen” e
“Orin” incluem títulos como “Creating Money: The
Spiritual Law of Prosperity and Abundance” (“Criando
Dinheiro: A Lei Espiritual da Prosperidade e Abundân­
cia”) e “Awakening Your Prosperity Self’ (Despertando
Seu Ser de Prosperidade”).133

Os anjos populares também sustentam e endossam ati­


vamente os ensinamentos da confissão positiva. Confor­
me afkma Terry Lynn Taylor: “Os anjos são o elo perdi­
do na corrente dos programas de... auto-ajuda, auto-de­
senvolvimento, e auto-confiança... Os anjos são agentes
enviados do céu que estão sempre disponíveis para aju­
dar a criar o céu em sua vida.”134
68
O objetivo central do livro Creating with the Angels:
An Angel-Guided Journey into Creativity (Criando com
os Anjos: Uma Jornada Dirigida por Anjos Rumo à
Criatividade) é usar anjos para criar sucesso em cada
área da vida.135 Como diz um anjo: “Abundância é um
estado de mente que conduz à manifestação física de
recursos físicos. Mais importante, entretanto, é o fato
de que a abundância é um estado de espírito que, de
início, desperta a mente para suas possibilidades criati­
vas. Você está sendo conduzido rumo a um pensar, um
sentir, um amar, e um participar da vida, tudo de forma
abundante, de forma que você se encontrará numa po­
sição para encorajar o holismo de todo tipo, onde quer
que o encontre.”136

Aliás, os anjos falam com precisamente os mesmos ter­


mos e citam exatamente os mesmos versículos que al­
guns dos mestres cristãos contemporâneos da prosperi­
dade. Em Os Anjos Dentro de Nós, lemos o seguinte:

A Bíblia também diz: “Porque pelas tuas palavras serás


justificado, e pelas tuas palavras serás condenado” (Ma­
teus 12.37); “A morte e a vida estão no poder da língua”
(Provérbios 18.21); e “Também determinarás algum ne­
gócio, e ser-te-á firme” (Jó 22.28). Charles Fillmore, co-
fundador da Unidade, escreveu: “Palavras proferidas car­
regam vibrações através do éter universal”... E Ernest
Holmes, fundador da Igreja da Ciência Religiosa escre­
veu: “A palavra confere forma ao que é informe.”137

Considere ainda o seguinte conselho dado pelo “anjo”


no mesmo livro ocultista: “Eu prometi a você prosperi­
dade ilimitada... Eu sou o Senhor que te cura, saro todas
as tuas enfermidades, restauro tua saúde, e saro tuas fe­
ridas. Isso não é algo que ainda virá. Já é realidade. Na

69
verdade, você está curado agora; você está são.”138 Por
isso, o autor diz a seus leitores: “Faça contato com o an­
jo e pergunte como você está limitando seu próprio su­
cesso. Deixe com que ele lhe mostre quaisquer crenças
falsas que possam estar bloqueando o fluir, pela pers­
pectiva dele.”139

Vamos agora avaliar os ensinamentos de outros livros


sobre anjos: “A verdadeira abundância é a capacidade
de enxergar a abundância que já é nossa.”140 “Eu tiro
proveito do poder que me capacita a reconhecer todos
os meus desejos e objetivos... Eu tenho o poder de saber
o que é melhor.”141“Se crermos que podemos possuir al­
go... nosso ser mais elevado - as partes de nossa psique
que estão se comunicando com os anjos - começará a
criar para nós.”142“Eu crio meus próprios milagres.”143

Tudo isso é prova cabal de que o movimento cristão


contemporâneo da prosperidade alinhou-se com os mes­
mos ensinamentos ministrados pelo mundo dos espíri­
tos. Pois bem, se sabemos que tais ensinamentos não
provêm de anjos, mas de demônios, e se sabemos que
os mestres da prosperidade reivindicam receber esses
ensinamentos via inspiração sobrenatural, a conclusão
surge, por si só, carregada de evidência: mestres que in­
fluenciam milhões de crentes talvez se tornem uma ver­
dadeira avenida para a aceitação de demônios mascara­
dos de anjos.

Analise o que vem a seguir, ouça as próprias palavras


de alguns desses mestres dos “movimentos de fé”, antes
de chegar às suas próprias conclusões.

Kenneth Copeland ensina que “quando você usa a Pala­


vra em nome de Jesus [isto é, a confissão positiva], eles
70
[os anjos] estão obrigados a seguir suas ordens.”144 Gló­
ria Copeland sugere que talvez haja 40.000 anjos desig­
nados a cada crente, ou seja, “não há escassez de pode­
rio angelical”145 e “quanto tempo você acha que seria
necessário para que eles o tornassem rico?”146 Infeliz-
mente, “para a maioria, os herdeiros da promessa não
têm se utilizado do poderio angelical que está à disposi­
ção deles.”147 Portanto, “suas palavras põem os anjos a
trabalhar em seu favor para fazer realizar o que quer
que você diga... as palavras de sua boca os amarram ou
libertam para que trabalhem para você.”148

Charles Capps afirma que Deus revelou as mesmas ver­


dades a ele de forma sobrenatural. No livro Angels (An­
jos), ele afirma: “Você precisa dos seres sobrenaturais
de Deus trabalhando em seu favor aqui na terra.”149 No
livro Releasing the Ability of God (Libertando a Capa­
cidade de Deus), ele diz: “O Espírito de Deus disse o
seguinte ao meu espírito tão claramente quanto se eu ti­
vesse ouvido com meus próprios ouvidos... Ele disse:
‘A Palavra afirma que os anjos são espíritos ministra-
dores. Esses espíritos ministradores ficam ao seu lado
diariamente e ouvem as palavras que você profere...
mas você é quem diz a eles o que fazer’.”'50 Portanto,
“Os anjos trabalharão para você. Eles haverão de se en­
volver em cada área de sua vida - seu lar, seus negó­
cios, tudo - mas apenas na medida em que você permi­
tir que eles operem.”151

O mestre da prosperidade Kenneth Hagin alega que “o


Senhor repentinamente apareceu”, diante dele, em
1958, com um anjo que ficava um metro atrás dele. No
livro I Believe in Visions (Eu Creio em Visões), ele reve­
la: “Ele [Jesus] disse: ‘Este é o seu anjo.’ ‘Meu anjo’,
eu perguntei? ‘Sim, seu anjo, e se você responder a ele,

71
ele haverá de aparecer a você o quanto Eu quiser; e ele
haverá de guiá-lo e dirigi-lo com relação às coisas da
vida.”152

Jerry Savelle afirma que quando aplicamos os princí­


pios do “movimento da fé”, “os anjos entram em cena
para garantirem que aquilo que você diz aconteça.”153

John Osteen ensina que “quando você se torna uma pes­


soa que faz aliança com Deus, Deus designa anjos para
guardarem você e sua família.”154

Robert Tilton afirma: “Quando você assume uma postu­


ra positiva quanto a seu sonho, você não apenas libera
sua essência, mas libera também os anjos para que tra­
balhem em seu favor, fazendo com que seu sonho se
torne realidade.”155

Benny Hinn também aceita o suposto ministério dos an­


jos “de fé”.156

A preocupação em tudo isso é que, ensinando às pes­


soas que os anjos estão aguardando ansiosos para reali­
zar suas ordens pessoais, tais mestres estão condicio­
nando as pessoas a alimentarem uma expectativa parti­
cular a respeito de anjos que não é bíblica. Ensinar as
pessoas que os anjos haverão de “guiar e dar direção” e
que haverão “de se envolver em cada área de sua vida”
e que gerarão muito dinheiro é exatamente o que os in-
corporadores de espíritos-guias reivindicam acerca dos
espíritos que eles contatam.

Em 1987, Kenneth Copeland profetizou “em nome de


Jesus” que “Jesus” prometeu que manifestações angeli­
cais novas e dramáticas haveriam de aumentar na igreja
72
e que muitos “seriam visitados pelo reino dos espíri­
tos”. Com relação aos anjos, “Jesus”, conforme alega
Copeland, teria dito:

Uma época muito especial está às portas. Uma época es­


tá chegando em que haverá mais manifestações de anjos
que de costume, mais do que houve no passado. Muitos
de vocês verão com seus próprios olhos o anjo que foi
designado para cuidar e comandar seu ministério e sua
vida. Muitos de vocês receberão visitação do mundo dos
espíritos.157

Mas esse mesmo “Jesus” também negou sua própria di­


vindade: “Não fiques perturbado se os outros te acusa­
rem de estares pensando que és Deus... Eles me crucifi­
caram porque eu reivindiquei ser Deus. Mas eu não rei­
vindiquei ser Deus; eu apenas reivindiquei andar com
Ele e que Ele estava em mim. Aleluia. E isso que estás
fazendo.”158(Confira com 2 Timóteo 2.13).

Se os crentes dão ouvidos a esse tipo de “Jesus” e fa­


zem contato com os “anjos” que ele promete enviar,
também não deveriam ficar surpresos com o desfecho
disso (conferir com Ezequiel 13.1-9).

25. O que dizer acerca dos


anjos populares e outros métodos
importantes de engano espiritual?
Cremos que a verdadeira razão pela qual os demônios
estão fazendo se passar por anjos piedosos, nos dias de
hoje, não é somente o objetivo de engano espiritual -
teológica e filosoficamente mas porque têm maior fa­
cilidade de possuir pessoas através do disfarce de per­

73
cepção mais elevada ou de contatos angelicais “profun­
dos”. E para que isso aconteça, os anjos precisam esta­
belecer uma confiança implícita com seus contatos hu­
manos. Uma das formas de consegui-lo é aparentando
aparecer num contexto e numa natureza diferentes dos
espíritos que são tradicionalmente tidos como malignos,
ou pelo menos questionáveis, tais como fantasmas, pol-
tergeists ou espíritos de mortos que aparecem em ses­
sões espíritas - tidos como espíritos de confusão, espíri­
tos “terrenos”. O Book ofAngels (Livro dos Anjos), por
exemplo, diz que “quando um espírito entra numa sala,
você sente calafrios... quando ele toca em você, ou
quando seu corpo passa através de você, você sente um
frio ártico... Mas os anjos são diferentes, e quem viu um
anjo nunca o confunde com um fantasma. Os anjos são
notáveis por seu calor e luz... Você é inundado por riso,
alegria... Os anjos ajudam, ou trazem mensagens de es­
perança, mas eles não vagueiam, presos à terra, como
os espíritos solitários que estão mortos.”159 (O que prova
que isso é falso, são os muitos casos recentes de incor­
poração onde os espíritos agem da maneira positiva aci­
ma descrita, e ainda assim sabemos serem demônios pe­
la mensagem que proferem.)

Outro ardil acontece quando os anjos desacreditam, de


saída, a interpretação dos crentes. Num cenário desses,
os crentes são agentes do “diabo”, sendo enredados por
idéias falsas e pelas conseqüências de confundirem an­
jos com demônios. É como enfatiza Rosemary Ellen
Guiley: “Se começarmos a desconfiar dos agentes da
luz, temendo que sejam demônios disfarçados, aí acaba­
remos nos paralisando - o que é precisamente aquilo
que as trevas desejam. Eles querem que não confiemos
em nada e que nos isolemos, tremendo de medo. Medo
é a melhor arma de que as trevas dispõem. O temor é
74
um campo fértil para o mal... Os maquinadores das tre­
vas possuem imenso poder, mas, a despeito disso, eles
não podem medir forças com o poder maior e impres­
sionante da luz e do amor.1611

Outro embuste é os demônios serem os mais gentis,


amáveis, protetores, e cheios de senso de humor possí­
vel, de forma a fazer baixar a guarda das pessoas. “Os
anjos nos amam sempre”; “Eu sei que os anjos estão
cuidando bem da minha alma”; “Os anjos estão, verda­
deiramente, por toda parte - seres bondosos que só que­
rem nos ajudar a nos amar”; “Nós, seus mestres angeli­
cais,... [prometemos] que você será sustentado eterna­
mente pelo amor divino”; “Nós, seus mestres
angelicais, pedimos que você aceite que... seu melhor
interesse a longo prazo está sempre sendo levado em
conta.”161

Tais enganos só podem ser reflexo verdadeiro do ódio


que os demônios nutrem pelos seres humanos.

Finalmente, considere os ensinamentos de anjos que


apelam para o ego das pessoas, para aquilo que desejam
ouvir, e para o uso de seu instinto místico em lugar do
pensamento racional:

Vulnerabilidade não é fraqueza; é força espiritual... Vi­


ver o momento é um dos ensinamentos universais mais
importantes para melhorar a qualidade de sua vida...
A verdade é a aceitação da voz de seu espírito e uma
disposição... para honrar a Força que lhe traz vida... A
vida é confusa quando você só ouve seu pensamento
racional... Nós, seus mestres angelicais, nada espera­
mos de você senão que você dê ouvidos ao seu co­
ração.162

75
Ao apelar para a singeleza ou ingenuidade humana, e
também aos instintos mais básicos como se constituíssem
orientação espiritual da melhor qualidade, como se fos­
sem o próprio céu e iluminação, os demônios são capazes
de levar as pessoas ao ponto exato que desejam. Lidare­
mos com isso respondendo nossa próxima pergunta.

26. Os anjos populares desejam


possuir as pessoas?
Seja lá por que razão, os demônios gostam de possuir
pessoas. Isso é corroborado pelo fato de que a posses­
são de espíritos tem sido um fenômeno universal das
culturas pagãs através da história. E com o reavivamen-
to moderno do movimento da Nova Era, do ocultismo,
das religiões orientais, da canalização, e do agora bas­
tante popular fenômeno dos anjos, a possessão está au­
mentando na cultura ocidental, que vem sendo pagani-
zada nesse processo.

No The Little Book ofAngels (O Pequeno Livro dos An­


jos), escrito por Peter L. Wilson, é-nos dito que pode­
mos não apenas adorar os anjos, mas que “existe um
outro tipo de rito angelical: um rito no qual eles são in­
vocados e chamados a descerem, ou para dar e receber
mensagens, ou para entrarem no corpo do participante
do ritual. Em sua manifestação mais simples, isso resul­
ta no fenômeno da possessão.”163

Alguns livros sobre anjos chegam a pressupor que os


anjos já existem dentro das pessoas, por isso não será
tão surpreendente seus defensores descobrirem, um dia,
que os anjos estão inesperadamente falando de dentro
deles. The Angels Within Us (Os Anjos Dentro de Nós)
76
é um livro que ensina as pessoas como serem possessas
por um espírito, sob a alegação de que isso é iluminação
espiritual. Ele afirma: “Dentro de seu campo de energia
individualizado, o microcosmo chamado você, existem
vinte e dois Poderes Casuais, ou anjos, que controlam
seu comportamento consciente e governam a manifesta­
ção de toda sorte de formas e experiências em sua vida
pessoal.”164 A essa altura, a possessão é aceita, crendo-
se ou não em anjos.

Em alguns livros, a meditação angelical predispõe a pes­


soa a aceitar o conceito de possessão. Por exemplo: “Eu
unirei meu espírito com os anjos”, ou: “Temos a gloriosa
oportunidade de aprender acerca dos poderes miraculosos
da oração e de nos rendermos a uma força superior.”165

Assim como é no mundo do ocultismo, vários conceitos


energéticos são enfatizados como forma de se racionali­
zar a possessão feita por espíritos como se fora um con­
tato espiritual com as forças energéticas da Natureza.
Por isso mesmo, um livro se utiliza do tema Natureza
para mascarar a possessão de uma pessoa: “Você está se
fundindo com aqueles na Terra e fora dela que são suas
energias-guia, porque você aceita um futuro diferente
para a humanidade... Assim, quando você se sentir lá
em baixo... fale com a Natureza. A Natureza está ao seu
redor, não importa onde você esteja vivendo na Terra. A
Natureza é toda sobre fusão, porque funciona como um
sistema totalmente entretecido. Você, como a Natureza,
está se tomando mais e mais ligado com outros obreiros
da luz, na realidade física e não-física.”'66

Em outras palavras, a fusão com a Natureza se torna a


base para a possessão demoníaca, racionalizada como
sendo um fundir ou um unir com as energias divinas da
77
Natureza. Ao dizer para as pessoas que “amor é ener­
gia”,167 fica clara a mensagem de que a possessão por
anjos ou sua energia é uma forma de amor: “Muitas
culturas fazem a iniciação de seus próprios aprendizes
das coisas espirituais, e nós, seus mestres angelicais,
também fazemos a iniciação de nossos próprios apren­
dizes. A iniciação pressupõe que você abandone idéias
pré-concebidas acerca do período de treinamento em
que você está entrando, e que você aceite o bem maior e
a orientação espiritual que coloca você debaixo da pro­
teção e da inspiração do Universo.”168

Observe agora as afirmações feitas por anjos ou autores


que falam sobre anjos, com respeito às energias divinas
nos possuindo: “Autoridade interior é energia espiritual
que nasce da união com o Divino.”169 “A energia espiri­
tual de sua vida brota do fundo de seu ser e circula pela
sua espinha para renovar sua vida. Você está em pleno
processo de gerenciar essa intensa energia emergente de
forma que você a direcione ao despertamento do Deus
interior.”170“Sempre que você permite que o fluir dessa
energia criativa - energia angelical - corra por todo o
seu ser, você expande essa energia.”171

“Quanto mais consciente você fica dessa percepção di­


vina, tanto mais suas energias dinâmicas poderão preen­
cher o plano físico da pessoa que você pensou que era.
E quando essa infusão estiver completa, você desperta e
compreende que incorporou todos os Poderes de
Deus.”172 “É o abrir mão de sua personalidade, de subs­
tituir a percepção humana pela percepção divina... Exis­
te o murchar de uma percepção e o crescer de outra.”173

Analise as palavras de uma pessoa que “se ligou na


energia” de um anjo: “Senti uma tremenda onda de
78
energia mover-se por minha espinha e então ouvi as pa­
lavras: ‘Eu sou a força de Jeová, poderoso na batalha
para matar os que contaminam’.”174No mesmo livro, en­
contramos um estudante motivado a ser possesso por
um anjo de morte e renascimento: “Esse anjo representa
a força da metamorfose, e sua função é... condicionar
nossa percepção para a infusão final da energia do
Deus-ser... Esse agente divino [é]... o Mestre da Mor­
te.”175

Na maioria das tradições ocultistas, o tema da morte é


sinônimo de possessão, porque a velha pessoa morre no
processo de transformação/possessão. Aliás, eles se tor­
nam uma nova entidade na qual a velha percepção passa
a “ser iluminada” e o espírito possuidor tem controle
completo - por vezes permanente, durando a vida toda
- da consciência da pessoa. Esse tema é tratado breve­
mente em nosso livro The Facts On Hinduism in Ameri­
ca (Os Fatos Sobre o Hinduísmo na America) e mais a
fundo no livro de Tal Brooke, Riders ofthe Cosmic Cir­
cuit (Cavaleiros do Circuito Cósmico).'16

É óbvio que anjos bíblicos ou piedosos jamais possuem


alguém - não há relato bíblico ou testemunho histórico
de algum anjo bom haver possuído alguém, em lugar al­
gum. Os demônios, por outro lado, têm uma longa tra­
dição de possuir pessoas - e essa é nossa prova final de
que os anjos populares de hoje são realmente coisa dife­
rente do que reivindicam ser.

79
C o n c Lusão
Vivemos numa era que requer uma atitude cada vez
mais crítica quanto a fenômenos espirituais e reli­
giões em geral. Isso inclui muitas práticas e crenças
que afirmam ser cristãs. Enquanto não se pode ne­
gar o ministério vital e piedoso dos anjos bons, nin­
guém jamais deveria se esquecer das atividades
multiformes dos anjos malignos. Fazer isso é sinô­
nimo de colocar a própria alma em risco.

Para aqueles que têm estado contatando anjos, mas


agora reconhecem que se trata de demônios, sugeri­
mos que façam a seguinte oração:

^Q uerido Deus, eu agora renuncio ao m ê u ^


envolvimento com esses espíritos que erro­
neamente pensei serem Teus anjos. Peco
que me protejas deles. Eu confesso meu pe­
cado de buscar a q u i l o q u e T u proibiste. Eu
creio que Jesus Cristo morreu na cruz pelo
meu pecado e ressuscitou no terceiro dia, e
agora recebo a Jesus Cristo como meu Se­
nhor e Salvador, pedindo que Ele entre em
minha vida e a torne agradável ao Senhor.
Reconheço que esta é uma decisão solene
^ q u e Tu consideras com muita seriedade.

Receber a Cristo é um compromisso sério.


Por obséquio, entre em contato com uma igreja
na sua localidade que honre a Jesus ou escreva para
esta editora se desejar maiores informações e
esclarecimentos.
80
A p Ê N d iC E

A febre dos anjos


no Brasil
A moda dos anjos também alcançou o Brasil. Como o
nosso povo é muito supersticioso, voltado para o misti­
cismo, não é de admirar que também tenha entrado na
onda das aparições angelicais.

Como outros assuntos sagrados, a Angelologia teve o


seu período de obscurantismo e ignorância no Brasil,
mas devido ao crescimento do movimento da Nova Era
estão aparecendo muitos livros a respeito, oficinas ven­
dem bonecos representando anjos, e são realizados inú­
meros cursos e palestras sobre eles.

No início de 1992, a agência Saldiva & Associados di­


vulgou uma pesquisa realizada com cerca de mil brasi­
leiros de ambos os sexos sobre a credibilidade de diver­
sas instituições e idéias no país. Os resultados mostra­
ram que: 93% acreditam em Deus, 91% em anjos, 64%
em santos, 43% em gnomos, 17% em fadas, e 73% já ti­
veram alguma experiência com anjos. Segundo os teste­
munhos dos entrevistados, os anjos seriam altos, ma­
gros, louros, alados e do sexo masculino.
81
Recentemente foi criado o chamado “Círculo dos An­
jos”, um movimento de divulgação e convocação não
obrigatória e gratuita, para todos aqueles que estiverem
interessados em participar espiritualmente, em sua pró­
pria casa, em qualquer horário, gastando pelo menos 10
minutos de tempo para orar e meditar evocando o ar­
canjo do dia para “o bem da humanidade”.

“Sob o domínio dos anjos”


A revista IstoÉ, n° 1353, de 6 de setembro de 1995,
trouxe como matéria de capa o seguinte tema: “Anjos -
Não Estamos Sós”. Em 6 páginas inteiras, o artigo “Sob
o domínio dos anjos” mostra como o culto a esses seres
celestiais tem extrapolado o modismo e arrebatado uma
legião de pessoas que acreditam ouvir suas vozes e tra­
balhar sob sua inspiração. Citamos alguns trechos:

Com um fabuloso poder de sedução, [os anjos] arreba­


nham um exército de pessoas que pregam, escutam suas
vozes, conversam e até invocam o poder de curar através
deles. São os interlocutores dos anjos, que garantem fa­
lar a sua língua e transmitir o que os chamados mensa­
geiros divinos querem dizer...

A economista paulista Adriana Feres é uma dessas pes­


soas. Católica de formação,... [ela] garante que se co­
munica com esses seres alados há pelo menos 20 anos.
Em aramaico. “Nunca tinha ouvido a antiga língua dos
hebreus, até que o anjo veio e soprou a vida de uma
mulher que encontrei na rua”, conta. “Entendi o que ele
me dizia pelas emoções.”... Atualmente, Adriana auxilia
pessoas com problemas de saúde, emocionais e fami­
liares. E são muitos os atendidos pelo anjo da econo-

82
mista. Até agora, ela contabiliza mais de 2,5 mil pes­
soas assistidas...

Livros e mais livros sobre anjos


É incrível a quantidade de livros sobre anjos nas livra­
rias seculares: hoje já há mais de 50 títulos, conforme o
Catálogo Brasileiro de Publicações (CBP) da Livraria
Nobel. Isso sem contar as editoras alternativas, que não
constam das listas do CBP.

No dia 19 de setembro de 1995, a Editora Três lançou a


publicação Anjos, tudo que você queria saber. Ao todo
são 20 fascículos, de 20 páginas cada um, com todas as
informações sobre esses seres. Cada fascículo é acom­
panhado por uma fita cassete com músicas da Nova Era
e um texto de meditação.

Continuamos citando do artigo “Sob o domínio dos an­


jos”:

[Em 1992] a empresária Monica Buonfiglio lançava seu


livro Anjos Cabalísticos. Foi um enorme sucesso de
vendas. Até hoje, o título figura na lista dos dez mais
vendidos na categoria de não ficção e só há quatro
meses saiu do primeiro lugar. “Vendo três mil exem­
plares por dia”, afirma. Tamanho êxito a impulsionou a
escrever outros dois livros: A magia dos anjos cabalís­
ticos e Tarot dos anjos. Mesmo sem fazer parte da tur­
ma que diz ver ou ouvir seres celestiais, a empresá­
ria parece abençoada por eles. Sua empresa, a Ofici­
na Cultural Esotérica, tomou impulso jamais imaginado
e agora conta 12 franquias espalhadas pelo País.
(IstoÉ, 6/9/95)

83
Paulo Coelho e os anjos
No livro As Valkírias de Paulo Coelho, publicado em
1992, o autor conta que, em 1988, ele e sua mulher pas­
saram 40 dias no deserto do Mojave, no sudoeste dos
Estados Unidos, em busca do seu anjo da guarda. O au­
tor narra a experiência de conversar com um jovem ma­
go, Took, que lhe dá conselhos diversos e ambíguos so­
bre anjos e também advertências práticas sobre como
evitar os perigos do deserto. Eles encontram as “Valkí­
rias”, um bando de oito mulheres que vive no deserto
do Mojave em motocicletas, sempre vestidas de couro
preto. Eles viajam pela região com as motoqueiras, que
lhes ensinam a maneira secreta de encontrar o anjo da
guarda. Tal “encontro” não passa de mais uma das vi­
sões fantásticas de Paulo Coelho com anjos caídos.

Anjos e OVNIs
No que se refere à relação entre anjos e OVNIs, convém
mencionar o depoimento de Marta Anderson, ex-miss
Espírito Santo e ex-atriz da TV Globo, que relata a ex­
periência de ter viajado numa nave espacial que, segun­
do sua descrição, seria a Nova Jerusalém que vai resga­
tar todos os salvos. Ela diz na página 20 do seu depoi­
mento:

Estava hospedada na residência de alguns irmãos crentes,


estudando a Bíblia em meu quarto, e, praticamente como
se entrando em outra realidade, vi-me dentro de um colos­
sal engenho, singrando pelo Universo. De pé naquela sun­
tuosidade, vi, à minha frente, um corredor reto e comprido,
que ao final dobrava-se num ângulo reto, indicando que,
portanto, o local era quadrado. À esquerda, a lateral era al­

84
go como vidro transparente, de onde se podia ver o céu.
Parecia-me muito maior do que as outras vezes. Às mi­
nhas costas estava um ser ou anjo, como um rapaz, porém
maior do que os humanos normais. Tinha cabelos louros
anelados e roupa como um vestido longo, franzido nos om­
bros e mangas de cor azul. Estava próximo de mim como
um guarda. Toda a parede, à direita, e o teto eram como
de metal fosco prateado. Sei que havia andares, talvez
centenas, à direita havia portas, como de elevadores muito
modernos, em toda a extensão. Senti o ímpeto de entrar
pela porta que estava ao nosso lado, pois sei que havia
uma cabine em cada uma. A ordem que vinha à minha
mente era para entrar e trocar a roupa. Enquanto me volta­
va em direção à porta mais próxima, o tal anjo guardião fa­
lou-me por trás: “Agora volte e escreva!”

No meu entender, fui levada ao futuro, assim como João


no Apocalipse, só que fui para viver apenas uma cena.
Penso que era a cidade da Nova Jerusalém.

A descrição de tais experiências pode parecer bonita e


muito impressionante, mas há inúmeras razões para se
concluir que os “anjos-tripulantes” de OVNIs são, na
verdade, demônios disfarçados.

Os anjos e sua influência


na Igreja brasileira
O livro Este Mundo Tenebroso, apesar do autor afirmar
claramente que todo o seu conteúdo não passa de fic­
ção, tem despertado dentro das igrejas um interesse
muito grande por seres angelicais, a ponto de pessoas
nas igrejas estarem invocando os anjos mencionados no
livro para socorrê-las.
85
A Bíblia já nos adverte com relação a essa paranóia an­
gelical: “Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vin­
do do céu vos pregue evangelho que vá além do que
vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dis­
semos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho
que vá além daquele que recebestes, seja anátema”
(G1 1.8-9). É exatamente isso que temos visto hoje no
Brasil: pessoas dando crédito a um outro evangelho re­
velado por experiências angelicais.

Realmente a crença nos anjos populares tomou conta do


Brasil em muitos níveis e segmentos da sociedade, mas
o apóstolo Paulo não deixa nenhuma dúvida de que tais
entidades são demônios: “Ora, o Espírito afirma ex­
pressamente que, nos últimos tempos alguns aposta-
tarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores
e a ensinos de demônios” (1 Tm 4.1).

86
A q R A c U c i M EN TO
Agradecemos ao Pr. Joaquim de Andrade, do
Instituto Cristão de Pesquisas, pela revisão final dos
termos deste livro e pela elaboração do Apêndice
"A febre dos anjos no Brasil".

In stitu to C ristã o de
Pe sq uisa s (IC P)
O ICP é uma agência de informações a serviço do pú­
blico. Seu quadro de pesquisadores e especialistas colhe
dados sobre movimentos religiosos e polêmicos, fome-
cendo-os à imprensa nacional e internacional, a igrejas
e ao público em geral.

Mantendo um acervo único especializado em seitas no


país, a biblioteca e o arquivo do ICP são diariamente
enriquecidos com informações de mais de 20 entidades
do exterior, além de publicações lançadas fora do país
que imediatamente chegam às mãos da equipe de ana­
listas e tradutores do Instituto.

Além da pesquisa de dados e do atendimento ao público


que o consulta para fundamentar reportagens, teses e
palestras, o ICP organiza e apresenta seminários, sendo
convidado por igrejas e interessados em analisar com
profundidade determinadas questões específicas sobre a
seriedade ou oportunismo de uma tendência religiosa e
suas conseqüências na vida das pessoas e das comuni­
dades envolvidas por ela.
87
BBS Christian Connection
Agora, diante do fantástico avanço na tecnologia dos
computadores, o ICP implantou um BBS cristão, cha­
mado Christian Connection.

BBS é um sistema de comunicação entre os computado­


res que utiliza a linha telefônica para transmitir e rece­
ber programas, arquivos e mensagens. Os assinantes re­
cebem diariamente toda a informação precisa e atuali­
zada.

Já existem alguns outros sistemas assim no Brasil,


mantidos por amadores: um gay, um esotérico e três
voltados para o satanismo. Agora temos um BBS
cristão com um padrão de qualidade e tecnologia
de primeiro mundo, funcionando 24 horas, todos os
dias.

C h ristian C on n ection tem como alvo principal


informar com rapidez e eficiência as verdades bíblicas,
e servir de apoio ao trabalho dos líderes cristãos, dos
formadores de opinião dentro das igrejas e organiza­
ções cristãs, enfim, daqueles que têm a obrigação de
tomar decisões difíceis que afetam a milhares de cris­
tãos, num mundo de muitas idéias confusas e dissonan­
tes.

Eis alguns dos serviços disponíveis através do C h ris­


tia n C on n ection :

B ib lioteca: Uma vasta biblioteca contendo as melho­


res obras já produzidas nas áreas de estudos bíblicos e
teológicos, religiões, seitas e novos movimentos religio­
sos controvertidos, ética e ciências humanas em geral.
88
N oticiário: Diariamente está disponível um noticiá­
rio geral, e estamos preparando um especializado em
religiões e assuntos de interesse para o líder cristão.

C on ferên cia: Troca de informações entre os assi­


nantes do BBS, tanto na área religiosa quanto em outras
áreas: comercial, educacional, tecnológica, pessoal, etc.
Todos os usuários do sistema têm sua própria caixa pos­
tal num correio eletrônico, e podem conversar com os
outros usuários on-line.

P rogram as: Milhares de programas bíblicos, e de in­


teresse geral proporcionam melhores e maiores recursos
para o usuário e muitas horas agradáveis de entreteni­
mento saudável. O assinante paga à Christian Connec­
tion a pequena quantia de R$ 8,00 por mês para a totali­
dade dos serviços.

Antes de adotar, rotular ou combater uma seita ou mo­


vimento religioso controvertido, consulte o acervo e os
especialistas do ICP. Para evitar análises incorretas ou
dados discutíveis é que essa instituição foi criada.

Instituto C ristão d e Pesquisas


Rua Belém , 267 - Belenzinho
03057-010 São Paulo-SP
C o rre s p o n d ê n c ia : C a ix a Postal: 5011
0 1 0 5 1 -9 7 0 - S Ã O P A U LO -S P
Fone/Fax: (0 1 1 )2 2 5 -0 9 86
BBS: (011) 2 2 5 -8 8 0 9 e (0 1 1 )2 3 0 -7 7 4 6

89
N otas

1. Em Marilyn Carlson Webber e William D. Webber, A Rustle


of Angels: Stories about Angels in Real-Life and Scripture
(Grand Rapids, Ml: Zondervan, 1994), p. 19.
2. Angels II: Beyond the Light, NBC, 30 de outubro de 1994,
apresentadora Stefanie Powers.
3. Ibid.
4. Artigo de capa, Time, 27 de dezembro de 1993, p. 58.
5. Cf., John Ankerberg e John Weldon, The Facts on Islam (Eu­
gene, OR: Harvest House, 1992).
6. Billy Graham, Angels: God’s Secret Agents (Dallas, TX:
Word, 1975), p. 17.
7. Cf., M. Cameron Gray, ed., Angels and Awakenings: Stories
of the Miraculous by Great Modern Writers (NY: Doubleday,
1994), pp. xv. xvi.
8. Veja John Ankerberg e John Weldon, Os Fatos Sobre Cria­
ção e Evolução (Porto Alegre, RS: Obra Missionária Chama­
da da Meia-Noite, 1995).
9. Timothy Jones, Celebration of Angels (Nashville: Nelson,
1994), p. xii.
10. Time, 27 de dezembro de 1993, p. 56; David Briggs, “Hea­
venly messengers Offer Comfort in Difficult Times”, Chatta­
nooga New Free Press, 19 de setembro de 1992, p. B 5.
11. Time, 27 de dezembro de 1993, p. 58.
12. Terry Lynn Taylor e Mary Beth Crain, Angel Wisdom: 365
Meditations and Insights from the Heavens (NY: Harper Col­
lins, 1994), 3 e 23 de fevereiro; 18 de maio; 16 de novembro;
e passim.
13. Cf., A. C. Gaebelein, What the Bible Says about Angels
(Grand Rapids, Ml: Baker, 1987), pp. 29-35.
14. Gaebelein, What the Bible Says, cap. 3; C. Fred Dickason,
Angels: Elect and Evil (Chicago, IL: Moody Press, 1975),
cap. 6; John Ankerberg e John Weldon, Os Fatos Sobre Je­
sus, o Messias (Porto Alegre, RS: Obra Missionária Chama­
da da Meia-Noite, 1995).
15. Jones, Celebration, pp. 3-16, 54-61.
16. Webber e Webber, A Rustle, p. 16.
17. Jones, Celebration, pp. 3-4.
18. Ibid., pp. 15-17.
19. Joan Wester Anderson, Where Angels Walk (NY: Valentine,
1992), pp. 26-27, 34, 46, 94-95, 121-124, 215-218, e passim.
20. Ibid., pp. 23-27.

90
21. Taylor e Crain, Angel Wisdom, Introdução e 14 de fevereiro.
22. Sanaya Roman e Duane Packer, Opening to Channel: How
to Connect with Your Guide, (Tiburon, CA: H. J. Kramer, Inc.,
1987), p. 43.
23. Meredith L. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards: A Di­
vination System for Spiritual Discovery (Walpole, NH: Still-
point, 1993), pp. 209-210.
24. Terry Lynn Taylor, Answers from the Angels (Tiburon, CA: H.
J. Kramer, 1993), p. 3.
25. Rosemary Ellen Guiley, Angels of Mercy (NY: Pocket Books,
1994), p. XV.
26. Webber e Webber, A Rustle, p. 180.
27. Veja Mateus 4.24; Marcos 1.32,34; Lucas 7.21 ;9.1 e Kurt
Koch, Occult Bondage and Deliverance (Grand Rapids, Ml:
Kregel, 1970).
28. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 4 de janeiro.
29. Ibid., 6 de fevereiro.
30. Ibid., 7 de outubro; Terry Lynn Taylor, Messengers of Light:
The Angels’ Guide to Spiritual Growth (Tiburon, CA: H. J.
Kramer, 1990), p. 27.
31. Taylor, Messengers of Light, pp. 107-109.
32. Ibid., pp. 110-112.
33. Ibid., p. 111.
34. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 58.
35. Ibid., p. 118.
36. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 10 de março.
37. E.g., Taylor, Messengers of Light, pp. 63, 139.
38. Ibid., p. 59; Taylor e Crain, Angel Wisdom, 1s de janeiro; 13
de abril.
39. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 1s de janeiro; 12-13, 28 de
abril; 5 de setembro.
40. Veja “Breve Análise do Livro de Mórmon” e “Origem do Livro
de Mórmon’’ no início de cada O Livro de Mórmon.
41. Samuel M. Warren, comp. A Compendium of the Theological
Writings o f Emanuel Swedenborg (NY: Swedenborg Founda­
tion, 1977), índice de referências a anjos, p. 749.
42. C. f., Rudolph Steiner, Rudolph Steiner, an Autobiography
(Blauvelt, NY: Rudoplh Steiner Publications, 1977); Rudoph
Steiner, From Jesus to Christ (London: Rudolph Steiner
Press, 1973); Rudolph Steiner, Cristianity and Occult Myste­
ries of Antiquity (Blauvelt, NY: Steinerbooks, 1977), pp. 163-
164, 168-172, e suas conferências sobre necromancia.
43. Transmitido a John Weldon por José Silva.
44. Angels II: Beyond the Light.

91
45. Charles e Francis Hunter (editores de Roland Buck), Angels
on Assignment (Houston, TX: Hunter Books, 1979), pp. 22-
24, 29, 52, 77, 81, 116-130, 142; James Bjornsiad, “Angels
on Assignment" em Institute of Contemporary Christianity
Newsletter (Box A, Oakland, NJ 07436), janeiro/fevereiro de
1980, pp. 2-3; “Angels on Assignment” por Leah Grossman e
Walter Martin, Christian Research Institute Fact Sheet, 1979
(Box 500, San Juan Capistrano, CA 92693), pp. 1-2, 10-12.
46. J. Dover Wellman, et al., The Christian Parapsychologist, vol.
5, n2 7, pp. 220-221.
47. Ibid., p. 225.
48. Ibid., pp. 229-232.
49. Ibid., p. 232-236.
50. Ibid., p. 240.
51. William Branham, Footnotes on the Sands o f Time: The Au­
tobiography of William Marrian Branham (Jeffersonville, IN:
Spoken Word Publishers, 1976), p. 606.
52. Edward W. Oldring, / Work with Angels (Vancouver, B. C.:
Note of Joy Books, 1979), pp. 14-15.
53. Ibid., pp. 126-127.
54. Ibid., pp. 65, 68.
55. G. Don Gilmore, Angels, Angels Everywhere (NY: Pilgrim
Press, 1981), p. xi; cf., pp. 164-82.
56. Taylor e Crain, Angel Wisdom, Introdução e 20 de outubro.
57. Veja John Weldon e Zola Levitt, Psychic Healing (Dallas, TX:
Zola Levitt Ministries, 1993).
58. Terry Lynn Taylor, Creating with the Angels: An Angel-Gui­
ded Journey into Creativity (Tiburon, CA: H. J. Kramer,
1993), pp. 153-154.
59. Gilmore, Angels, Angels Everywhere, p. 165.
60. Ibid., pp. 171-172.
61. Ibid, p. 173.
62. Ibid., pp. 173, 175-176.
63. Ibid., p. 182.
64. Ibid.
65. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 18, 28 de junho; 8, 22 de ju­
lho.; 20 de outubro.
66. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 31.
67. Taylor, Creating with the Angels, pp. 39, 41.
68. John Randolph Price, The Angels Within Us: A Spiritual Gui­
de to the Twenty-two Angels that Govern Our Lives (NY:
Fawcett, 1993), p. 16.
69. Angels II: Beyond the Light.
70. Jeoffrey Hodson, Clairvoyant Investigations (Wheaton, IL:
Theosophical, 1984), p. 2.

92
71. E. g., Don Fearheiley, Angels Among Us (NY: Avon, 1993),
p. 94; Price, Angels Within Us, pp. 10-17, 32-33; Taylor,
Messengers of Light, pp. 80-81, 111-112.
72. Taylor, Messengers of Light, p. 81.
73. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, pp. 14, 25; Phil
Phillips, Angels, Angels, Angels (Landcaster, PA: Starburst,
1994) , p. 122.
74. Karen Goldman, The Angel Book (NY: Simon & Schuster,
1992), p. 5; Karen Goldman, Angel Voices (NY: Simon &
Schuster, 1993), p. 6.
75. Angels II: Beyond the Light.
76. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 18.
77. Guiley, Angels of Mercy, pp. xi-xiv; cf., p. 90.
78. Ibid., pp. 97-98.
79. Ibid., p. 21.
80. C. f., Price, The Angels Within Us\ Taylor e Crain, Angel Wis­
dom, e Guiley, Angels of Mercy.
81. Angels II: Beyond the Light.
82. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 22, ênfase
acrescentada.
83. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 9 de dez.
84. Em Guiley, Angels of Mercy, pp. 98-99.
85. Ibid., pp. 98-102.
86. Ibid., p. 105.
87. Veja John Ankerberg e John Weldon, Protestants and Catho­
lics: Do They Now Agree (Eugene, OR; Harvest House,
1995) .
88. Redemptionist Fathers, Handbook for Today’s Catholic (Li-
guori, MO: Liguori Publications, 1978), p. 59.
89. Robert C. Broderick, ed., The Catholic Encyclopedia (NY:
Nelson, 1987), p. 37.
90. Robert J. Fox, “Work of the Holy Angels Recognized by
Church - Given New Norms”, Fatima Family Messenger, ou-
tubro-dezembro de 1992, p.28.
91. Anderson, Where Angels Walk, p. 10.
92. Laeh Garfield e Jack Grant, Companions in Spirit: A Guide to
Working with Your Spirit Helpers (Berkeley CA: Celestial
Arts), pp. 99-100.
93. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 15 de agosto.
94. John Ankerberg e John Weldom, Do Protestants and Catho­
lics Now Aqree (Chattanooga, TN: Ankerberg Theological
Institute, 1994).
95. Sophy Burnham, A Book of Angels: Reflections on Angels
Past and Present and True Stories of How They Touch Our
Lives (NY: Valentine, 1990) p. 48; cf., Ibid., cap. 11.

93
96. Cf., Jay H. Lehr, ed., Rational Readings on Environmental
Concerns (Van Nostrand Reinhold, 1992) e Michael S. Coff­
man, Saviors of the Earth? (Nodht\e\d, 1991).
97. AI Gore, Earth in the Balance: Ecology and the Human Spirit
(Houghton Mifflin, 1992); Cf., Berit Kjos Under the Spell of
Mother Earth (Wheaton, IL: Victor, 1992) e “AI Gore’s Envi­
ronmental Spirituality,” The Discerner, janeiro-março de
1993.
98. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 162.
99. Ibid., pp, 198, 206.
100. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 30 de abril.
101. Ibid., 20 de abril; cf., 18 de fevereiro, 14 de maio, 29 de ju­
lho, 12 de novembro, e 8 de dezembro.
102. Cf., Paul Hawkin, The Magic o f Findhorn: An Eyewitness Ac­
count (NY: Bantam, 1976).
103. Price, The Angels Within Us, pp. 60, 108, 114,122-123.
104. Ibid., pp. 60, 122.
105. Ibid., p. 62.
106. Ibid., p. 63.
107. Ibid., pp. 189-191, ênfase acrescentada.
108. Ibid., pp 187-191.
109. Ibid., p. 206.
110. Younq-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 113.
111. Ibid., p. 135.
112. Ibid., p. 138.
113. Price, The Angels Within Us, p. 145.
114. Ibid., p. 276.
115. Cf., Joy Snell, The Ministry of Angels (NY: Citadel, 1959).
116. Price, The Angels Within Us, p. 215; cf., p. 212.
117. Guiley, Angels o f Mercy, p. 221 citando o médium e canali­
zador de anjos inglês Eddie Burks.
118. Price, The Angels Within Us, pp. 190-191, 185, Cf., p. 212.
119. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, pp. 54,82; cf.,
John Ankerberg e John Weldon, Os Fatos Sobre o Movimen­
to da Nova Era (Porto Alegre, RS: Obra Missionária Chama­
da da Meia-Noite, 1995), com Emmanuel’s Book III: What Is
an Angel Doing Here? (NY Banta, 1993).
120. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 8 de setembro.
121. Taylor, Creating with the Angels, pp. 4-6.
122. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 28 de julho; Taylor, Creating
with the Angels, p. 37.
123. Guiley, Angels o f Mercy, p. 222; cf., as tradições hindu e bu­
dista de tantrismo.
124. Price, The Angels Within Us, p. 165.

94
125. Taylor, Creating with the Angels, pp. 152, 156-161.
126. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, pp. 98, 102.
127. Ibid., p. 118; cf., pp. 46, 54, 58.
128. Taylor, Messengers of Light, cap. 14.
129. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, pp. 24-25.
130. W. B. Crow, A History of Magic , Witchcraft and Occultism
(North Hollywood, CA: Wilshire Books, 1968), p. 29.
131. Price, The Angels Within Us, p. 31.
132. Burnham, A Book o f Angels, p. 110.
133. Sanaya Roman e Duane Packer, Opening to Channel: How
to Connect with Your Guide (Tiburon, CA: H.J. Kramer, Inc.,
1987), pp. 231-232.
134. Taylor, Messengers of Light, p. xvi.
135. Taylor, Creating with the Angels, pp. vii-xi.
136. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 214.
137. Price, The Angels Within Us, p. 268.
138. Ibid., pp. 263-264.
139. Ibid., p. 286.
140. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 8 de fev.
141. Ibid., 11,21 dejaneiro.
142. Ibid., 22 de maio.
143. Ibid., 14 de setembro.
144. Kenneth Copeland, The Laws of Prosperity (Ft. Worth, TX:
Kenneth Copeland Publications, 1974), p. 104.
145. Gloria Copeland, God’s Will Is Prosperity (Ft. Worth, TX:
Kenneth Copeland Publications, 1978), pp. 84-85.
146. Ibid., p. 86.
147. Ibid., p. 65.
148. Ibid., p. 88.
149. Charles Capps, Anqels (England, AZ: Charles Capps Publis­
hers, 1984) p. 80.
150. Charles Capps, Releasing the Ability of God (England, AZ:
Charles Capps Publishers, 1978), pp. 100-101, 105.
151. Capps, Angels, p. 173.
152. Kenneth Hagin, / Believe in Visions (Tulsa, OK: Kenneth Ha-
gin Ministries, 1984), p. 93.
153. Jerry Savelle, Energizing Your Faith (Ft. Worth, TX: Jerry Sa-
velle Ministries, 1983), p. 45.
154. John Osteen, Unraveling the Mystery o f the Blood Covenant
(Houston, TX: John Osteen Ministries, 1987), p. 45.
156. Em The Christian Sentinel, vol. 1, n - 1., p. 13.
157. Kenneth Copeland. “Take Time to Pray”, Believer’s Voice of
Victory, vol. 15, n9 2, fevereiro de 1987, p. 9.
158. Ibid.

95
159. Burnham, A Book of Angels, pp. 17-18.
160. Guiley, Angels of Mercy, p. 217.
161. Respectivamente, Taylor e Crain, Angel Wisdom, 6 de no­
vembro; Ibid., 24 de outubro.; Ibid., 16 de novembro; Gold­
man, The Angel Book, p. 50; Young-Sowers, Angelic Mes­
senger Cards, p. 146; Ibid., p. 218.
162. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, pp. 93, 105, 114,
121, 125, 146.
163. Peter L. Wison, The Little Book of Angels (Rockport, MA:
Element, 1993), p. 50.
164. Price, The Angels Within Us, p. 9.
165. Taylor e Crain, Angel Wisdom, 23 de janeiro; 19 de fevereiro.
166. Young-Sowers, Angelic Messenger Cards, p. 178, ênfase
acrescentada.
167. Ibid., p. 213.
168. Ibid., p. 142.
169. Ibid., p. 97.
170. Ibid., p. 110.
171. Taylor, Creating with the Angels, p. xv.
172. Price, The Angels Within Us, p. 50.
173. Ibid., p. 187.
174. Ibid., p. 163.
175. Ibid., p. 183.
176. O livro de Brooke está disponível pela SCP, P. O. Box 4308,
Berkeley, CA 97404.

96
S obR E o s A utores

John Ankerberg é produtor e apresentador do


“The John Ankerberg Show”, transmitido em rede nacional
nos EUA e premiado pela sua qualidade, alcançando uma
audiência de cerca de 185 milhões de pessoas, e podendo
ser visto semanalmente em todos os cinqüenta estados
americanos. O programa oferece oportunidade para dis­
cussão e debate sobre diversos tópicos, reunindo líderes
cristãos e não-cristãos e autoridades seculares de renome.

O Dr. Ankerberg recebeu quatro diplomas. Ele é Bacharel


(B. A.) pela Universidade de Illinois, M. A. (“Master of
Arts”) e M. Div. (“Mestre em Divindade”) com honrarias
acadêmicas pelo Trinity Seminary, onde se especializou
em História do Pensamento Cristão, e recebeu também o
diploma de Doutor em Ministério pelo Luther Rice Semi­
nary em Atlanta, Geórgia.

John Weldon diplomou-se com honra em Sociolo­


gia pela Califórnia State University, San Diego, Califórnia,
e possui mestrado em Apologética Cristã pela Simon
Greenleaf School of Law (summa cum laude); M. Div. e D.
Min. do Luther Rice Seminary (magna cum laude, em es­
tudos bíblicos e teologia das seitas americanas, respecti­
vamente) e um terceiro mestrado expedido em conjunto
pela William Carey International University, de Pasadena,
Califórnia, e Pacific College of Graduate Studies, de Mel-
bourne, Austrália. Diplomou-se também Doutor (Ph. D.)
em Religiões Comparativas, com ênfase em religiões
orientais, pela última instituição.

O Dr. Ankerberg e o Dr. Weldon escrevem juntos há mais de


quatro anos. Eles publicaram mais de trinta livros, com ven­
das superiores a setecentos e cinqüenta mil exemplares.

97
A série “Os Fatos Sobre” é uma fonte de recursos extremamente
valiosa para a compreensão e o testemunho eficaz do cristão
num mundo cada vez mais voltado ao paganismo. Recomendo
muito a sua leitura. _ D ave H unt
A fascinação pelos anjos explodiu! Milhões de pessoas rei­
vindicam ter tido encontros dramáticos com esses seres.
Quem são, porém, os anjos? Deveriam os cristãos procurar
contatá-los? Neste livro você encontrará respostas às suas
perguntas:
• O que exatamente a Bíblia ensina sobre os anjos?
• Qual é a razão da existência deles?
• Como é que seus equivalentes demoníacos enga­
nam as pessoas?
• Será que o interesse atual nesses seres está liga­
do ao movimento de canalização da Nova Era?
• De que formas específicas os anjos podem ajudar
o povo de Deus?
Descubra a verdade fascinante sobre os anjos em Os
Fatos Sobre os Anjos.
John Ankerberg é apresentador do premia­
do programa 'The John Ankerberg Show" em rede
nacional nos EUA. Ele é orador internacional e di­
plomou-se em teologia, história da igreja e pensa­
mento cristão.
John Weldon é autor e co-autor de 30 livros
sobre seitas, ocultismo e questões sociais. Formou-
se em sociologia, apologética cristã e religiões
comparadas.

Fone: (51) 241-5050 • Fax: (51) 249-7385


Caixa Postal 1688
90001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil
Mateus 25.6 www.chamada.com.br * mail@chamada.com.br

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