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sábado, 12 de junho de 2010

Orixá Oko

Orixá Okô

Orixá Oko - escultura de Carybé em madeira, em exposição no Museu Afro-Brasileiro,


Salvador, Bahia, Brasil
Okô é o orixá da agricultura.

Possui chibata de couro e um cajado de madeira. Toca uma flauta de osso.

Veste branco.

História

Divindade da agricultura, ligado a colheita dos inhames novos e a fertilidade da terra.

Orixá Nagô, pouco conhecido no Brasil.

Na época em que os escravos chegaram, não deram muita importância a este Òrìxá,
considerando-o como da agricultura, em seu lugar, Òfún, e dos grãos, Obaluaiyê.

Quando se manifesta, traz um cajado de madeira que revela sua relação com as árvores,
além de uma flauta de osso que lembra sua relação com a sexualidade e a fertilidade.

É confundido com Oxalá, pois ambos vestem o branco.

Seu Òpásórò (cajado), no Brasil, é confeccionado em madeira.

Sendo um Orixá raro, tem poucas qualidades conhecidas.

É um Orixá rico.

QUALIDADES:

ETEKO E LEJUGBÊ
1) BABA ETEKÔ:
Caminha com Oxaguian é inquiéto, vive nas matas e como todo tipo de comida branca.

2) BABA LEJUGBÊ:

É muito confundido com Oxalá por ser muito vagaroso e indeciso, muito chegado a Ayrá,
come com Yemanjá e Oxalufan.
Come também todo tipo de comida branca.

Seu nome vem do yoruba, significa: Orixá da Palavra.

É da agricultura junto com Ogum, e portanto, ligado às colheitas, principalmente de


inhame.

É representado por uma estátua de madeira provida de um imenso falo.

Seus símbolos são: cajado de madeira, uma flauta, uma chibata de couro, uma faca com
fileira de búzios.

Na África usam uma barra de ferro como símbolo.

O cajado revela suas relações com as árvores, a flauta revela sua relação com a sexualidade.

As abelhas são suas mensageiras.


Tem o poder de curar a malária, à qual estão expostos aqueles que lidam com agricultura.

É árbitro de conflitos, especialmente entre mulheres, e não raro, juiz das costumeiras
disputas entre os orixás.

Tem um título: Eni duru, que significa aquele que é erigido, personagem em pé, referência a
seus atributos fálicos.

Na época da colheita do inhame, ninguem comia o inhame novo sem antes fazer uma festa
para Okô.

As sacerdotisas do templo do orixá


ori xá se entregavam aos sacerdotes sexualmente, e todo
homem que encontrava uma mulher podia ter relação sexual naquele dia.

Na ocasião, todo tipo de vegetais produzidos pela terra eram cosidos e colocados na rua
para que todos se servissem à vontade.

Sacrificam-se galinhas d'angola macho, tudo com mel, pois não se usa dendê.

Come também cabritos brancos, novos de chifres virado, ou galos brancos com esporão
grande, além de pombos brancos.

As comidas devem ser brancas como: acassá de Oxalá, inhame cosido em fatias com mel,
canjica branca também com mel.

Uma bandeja de madeira contendo côco, cana de açúcar, milho, inhame, todos os produtos
da terra, todos crus, como oferenda.
LENDA DO ORIXÀ OKO

Quando o mundo foi criado, ainda não existia nada plantado. Aqui morava um homem que
nada fazia. Este homem se chamava Oko, o nome que ele tinha recebido do grande criador.
Um dia, Olorum chamou este velho e lhe disse:

- Olha, eu criei o mundo, porém, faltam as plantações, e eu não sei com fazê-las, como
plantar. Você vai ser incumbido desta tarefa.

Oko ficou sentado no chão, pensando:

Que grande incumbência Olorum me deu! O que eu vou fazer? Pensou, pensou, e aí se
lembrou de que nas suas andanças pelas estradas tinha encontrado uma palmeira, e que
embaixo dessa palmeira sempre tinha uns molequinho. Esse moleque era muito sapeca e
muito sagaz, com um corpo bem reluzente. Ele estava sempre com um pedaço de pau
mexendo na terra. Oko se lembrou de que um dia ele perguntou a esse rapazinho:

- Que estás a fazer?

E o rapaz lhe respondeu:

Você não sabe que a terra mexida e plantada dá frutos?


Plantada como? – perguntou Oko.

- É... A gente arruma semente, e tudo isso...

- Como arruma semente, se ainda não existe arvore, não existe nada? – interrompeu Oko. O
molequinho lhe disse:

- Olhe que prá Olorum nada é difícil!

Oko ficou admirado com as palavras daqueles molequinho. Quando Olorum lhe deu essa
empreitada, ele logo se lembrou de molequinho.

Voltou ao mesmo lugar e encontrou


encon trou o molequinho sentado embaixo da palmeira, cavando
terra. O buraco já estava maior, e daquele buraco já estava saindo uma terra mais
avermelhada. Oko perguntou ao menino:

- Porque esta terra está saindo mais vermelha?

- É sinal de que algo de diferente existe nas profundezas da terra. Você vê que eu estou
cavando e aqui em cima a terra é mais seca; agora, esta outra parte, é mais molhada, e agora
já está saindo uma parte mais densa, mais dura – respondeu o menino, mostrando a terra a
Oko.

- Continue a cavar – falou Oku.


Mas enquanto o menino estava cavando, a madeirazinha que ele estava usando quebrou.
Ele aí pelejou, esfregou no chão, e fez uma ponta na madeira. O menino estava descobrindo
naquele momento uma ferramenta na hora em que ele raspou a madeira no chão. E com ela
ele recomeçou a cavar juntos e tiraram uma lasca dessa terra, que era a pedra. Oko disse:

- Vamos fazer algo para a gente cavar a terra. Vamos ver se conseguimos qualquer coisa
com aquela lasca de pedra.

O molequinho continuou a trabalhar e Oko lhe disse:

- Eu vou me embora, você veja se sozinho consegue pensar em algo mais útil para nós
trabalharmos.

E foi embora, foi embora, foi embora. Foi andando e matutando pelo caminho.

No outro dia quando Oko voltou, o molequinho estava com o fogo aceso e com vários
pedaços daquela pedra de fogo. Quando o moleque fez aquele fogo, ele fez também um canal
saindo de dentro do fogo. No que as tais pedras iam de derretendo iam escorrendo e o
menino ia formando lâminas. Assim foi criado o ferro. E sabe quem era esse molequinho?
Era Ogum, o criador do ferro.

Daí em diante, Orixá Oko, o grande rezador e plantador, com suas idéias sobre plantação,
colheita
machado, e lavoura
a foice e,ae enxada,
Ogum, com as suas ferramentas
continuaram a trabalharpara ajudar
juntos a cavar a terra,
nas plantações o arado,
que têm o
grande
importância na criação do mundo.

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