Você está na página 1de 3

O Chamado para Líderes Cristãos

No livro “O Chamado para Líderes Cristãos”, escrito por John Stott, o autor traz uma
abordagem explanativa sobre a sua interpretação dos 4 primeiros capítulos do livro de 1
Coríntios.

Tema 1: A ambiguidade da Igreja

O primeiro tema abordado por John Stott, é a constante ambiguidade em que o Ap. Paulo
fala sobre a realidade dos santos em Cristo dirigindo-se à Igreja do Corinto. Corinto era uma
colônia romana, se localiza em rota comercial estratégica, por ter grande influência de
imigrantes era cheia de diversidade cultural, o autor a define como “uma cidade agitada,
progressista, rica, arrogante e permissiva. E dentro desse contexto social que um grupo de
pessoas aceita o evangelho de cristo, uma igreja nasce e começa a crescer. Paulo, então
no começo desta carta deixa bem claro sobre a ambiguidade da igreja. A igreja é santa em
Cristo, mas também chamada de santidade. Em uma citação de John Newton isso fica
muito claro “ Eu não sou o que deveria ser, não sou o que gostaria de ser , não sou o que
espero ser num outro mundo. Mas, ainda assim, não sou o que eu era, e pela graça de
Deus sou o que sou.’ A igreja em sua essência ela é perfeita, mas ainda precisa lidar a sua
maneira imperfeita de lidar com as situações e pecados, esta é a ambiguidade da igreja,
interiormente nós já somos em cristo, mas exteriormente procuramos ser como ele.

Tema 2:O Poder por meio da franqueza

Assim como nos tempos de Paulo o autor, nos mostra que o ser humano dentro ou fora da
igreja possui uma natureza caída que busca por poder, mas um poder que muitas vezes na
verdade só quer exaltar o homem como sua figura principal, eles usam de pessoas e
instituições apenas para se promover, e é justamente isso que Cristo quando instruiu os
seus discípulos e Paulo instruindo a igreja de Corinto, combate.
A mensagem da cruz para aquela sociedade ludibriada por seu alto conhecimento na
filosofia humana e retórica, para aqueles homens essa mensagem era loucura pois falava
da franqueza que o homem se fazia na aceitação, para homens de ego muito acrescido isso
era impensável. A mensagem da cruz que não via distinção entre homens, que todos eram
os mesmos perante a cruz de Cristo, o autor então defende que na igreja de Corinto
existam em sua maioria pessoas marginalizadas, pois era mais fácil para elas se
identificarem com a mensagem da cruz.(porém, não era só para elas o evangelho da cruz).
Fato é que nós que fomos chamados para sermos ministro do evangelho da cruz, devemos
entender que o poder de Deus deve se aperfeiçoar na nossas fraquezas, nós não usamos
de motivações humanas para cumprir a vida de devoção a o Senhor, nós sim entregamos
tudo o que nós somos, ainda que imperfeitos buscando se parecer com aquele que é
perfeito, não buscando o poder, mas para buscar a “fraqueza” de estarmos vulneráveis com
um coração totalmente voltado a aquele que nos chamou.

Tema 3: O Espírito Santo e as Sagradas Escrituras

O Espírito Santo não é apenas mais uma companhia, ele é o próprio Espírito de Deus dado
por Deus a sua igreja. O Espírito Santo e as Escrituras formam uma unidade indissociável,
não há como compreender as escrituras sem buscar por aquele que conhece o coração e
os pensamentos de Deus. Existe uma certa mudança de perspectiva de AT para o NT, por a
revelação que os Apóstolos do cordeiro tiveram depois de sua vinda é hoje a base do
ccristianismo, a mensagem do cristo crucificado e a salvação dos que aceitam essa
verdade. Apesar de diferentes autores, com formas e características diferentes de escrita,
todos seus livros são inspirados pelo Espírito Santo. Se não entendemos que a bíblia é a
revelação de Deus, a sua leitura se torna um estudo meramente intelectual. Mas assim
como Paulo disse em 1 Coríntios 2:14 “Ora, o homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem
espiritualmente.” A Palavra nos é revelada e instrutiva, ou seja, nos conduz em um caminho
claro, quando discernida a partir do Espírito Santo de Deus Ele é a Luz, que faz com que
enxergamos nas escrituras a sua verdade.

Tema 4: A igreja e a Trindade

O quão importante é para a igreja de cristo hoje compreender o capítulo 3 de 1 Coríntios, a


explanação de John Stott foi cirúrgica trazendo os termos em que Paulo cita no original,
totalizando assim a compreensão do que realmente o autor queria dizer. Paulo quando
confronta aqui a igreja de Corinto , ele não está duvidando de sua conversão como igreja,
mas ele os exorta a respeito de sua fragilidade infantil. Acredito que esse ainda hoje é um
problema da Igreja do Senhor, temos muitas formas de dimensionar se uma igreja é
saudável, mas acredito que uma das formas principais de sabermos disso, e qual vemos
que essa igreja caminha para maturidade individualmente para que se expressa no coletivo.
Todo cristao a medida que crescer deve sair da posição de “nepioi” (bebe) e se tornar um
“teleios” (maduro). Assim, olharemos para as figuras de autoridade como servos uns dos
outros, sem tomar partidarismo, entendendo que cada um cumprindo seu papel, juntos
servimos ao propósito maior de Deus, que dá o crescimento a sua igreja. Como
construtores temos a responsabilidade (não o mérito) de fundamentar e construir a Igreja,
sobre a verdade do seu evangelho, biblicamente instruídos e dirigidos na verdadeira
sabedoria que ele nos capacita.

Tema 5:Modelos de ministério

O autor então dá 4 princípios básicos do ministério pastoral autêntico; É fundamental que o


líder cristão entenda que, este não foi designado pela igreja, mas sim pelo próprio Cristo,
sendo assim somos ministros dEle. Deus é o nosso juiz, o que Paulo defende dizendo que
ninguém o julga e um pico contraditório com aquilo que vemos nos sistemas hierárquicos
hoje da igreja, claro que existe aqui uma distinção de Paulo como apóstolo do cordeiro, para
os ministros de Cristo hoje. Mas fato é que hoje existe uma hierarquia evangélica que julga
os atos de ministros que estão debaixo dela. Paulo instruiu e exortou Timóteo, mas não o
julgava, pois o julgamento tem haver com uma questão de coração, e só Deus pode ver os
corações. Mas a ênfase de Paulo aqui é que a igreja não tem o papel de julgar seus
ministros, mas Deus é o único juiz sobre todos.
Como pastores devemos nos esmerar em conhecer as escrituras, estudá-las, quando
soubermos em um púlpito em em um ensinamento, não ensinamos de nós mesmo, nem de
sabedoria humana, mas da sabedoria divina contida nas escrituras e na mensagem da cruz.

“ o denominador comum desses quatro modelos é: a humildade diante de Cristo, de quem


somos servos; humildade diante das Escrituras; de quem somos despenseiros; humildade
diante do mundo, cuja oposição somos obrigados a encarar e diante da congregação, cujos
membros devemos amar e servir” John Stott

Você também pode gostar