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Sumário

1. Quais são os orixás que cultuamos na nossa casa? .................................. 1


OXALÁ ......................................................................................................... 2
Saudação: Epi Babá! Significa: O Sr. Realiza! Obrigada Pai! ..................... 2
OGUM ......................................................................................................... 3
Saudação: Ogum Yê, meu Pai! Significa: Salve o Sr. Da Guerra! ............... 3
OXÓSSI ....................................................................................................... 4
Saudação: Oke Arô! Significa: Dê seu brado, Majestade! ........................... 4
XANGÔ ........................................................................................................ 5
Saudação: Kâo Kabicilê! Significa: Permita-me vê-lo, Majestade! ............... 5
OXUM .......................................................................................................... 6
Saudação: Ora yeyê ó! Significa: Olha por nós, Mãezinha! ........................ 6
IANSÃ .......................................................................................................... 7
Saudação: Eparrei Oyá! Olha o Tempo, minha mãe! ................................. 7
NANÃ ........................................................................................................... 8
Saudação: Saluba Nanã! Siginifica: Limpeza ............................................. 8
OBALUAIÊ – OMULU ................................................................................... 8
Saudação: Atotô, meu Pai! – significa: Peço quietude, meu Pai! No sentido
de fazer silêncio. ....................................................................................... 9
IEMANJÁ ................................................................................................... 10
Saudação: Odoyá! Adoci-yaba! – significa: Salve a Senhora da ÁGUA ..... 10
EXÚ ORIXÁ................................................................................................ 11
Saudação: Laroyê Exu, Exu é Mojubá! Significa: Olhe por mim. ............. 11
ENTIDADES: EXÚ E POMBA GIRA ............................................................ 11
Pomba-Gira: ........................................................................................... 12

ORIXÁS CULTUADOS PELO TEMPLO CABOCLO 7 LUAS

1. Quais são os orixás que cultuamos na nossa casa?

O que é Orixá: é uma força pura, axé material que só se torna perceptível
aos seres humanos incorporando-se em um deles. (Definições por Pierre Verger)

Em nossa casa cultuamos Oxalá, Ogum, Iansã, Oxum, Oxóssi, Iemanjá,


Nanã, Obaluaiê/Omolu, Xangô e Exú Orixá.
Cultuamos Exú Orixá, que não é comum na Umbanda e sim no
candomblé porque uma de nossas mães de santo, mãe Laércia, é filha deste
orixá.

Os orixás representam os elementos da natureza e Olorum é a junção


de todas essas energias. Os orixás não são deuses, portanto as religiões que
cultuam os orixás são monoteístas. Há apenas um único Deus, nosso criador.

Sincretismo da Santíssima Trindade:

• Olorum: Criador de todos os orixás. Não aceita oferendas pois é


o criador de tudo, não há nada que ele não tenha.
• Ifá: seria o espírito santo na Santíssima Trindade
• Oxalá:

OXALÁ

Saudação: Epi Babá! Significa: O Sr. Realiza! Obrigada Pai!

Na mitologia Iorubá possuí outros nomes: Oxalufã (Oxalá mais velho),


Oxaguiã (Oxalá mais novo), Obatalá ou Orixanlá.

É o orixá mais respeitado por todos os outros, no sincretismo é Jesus


Cristo. O que não significa que ele está acima de todos os outros ou que não
deve respeitar os demais. Pelo contrário, no Itan da criação do mundo,
aprendemos justamente essa lição, vejamos:

A Lenda Da Criação Do Mundo:


Conta o Itan da criação de Aiê (terra/mundo) que o Orixá Oxalá,
"O Grande Orixá" ou "O Rei do Pano Branco" no Candomblé e
também na Umbanda. Foi o primeiro a ser criado por Olorum, o
deus supremo, e tinha um caráter bastante obstinado e
independente.
Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o poder
de sugerir (àbà) e o de realizar (àse). Para cumprir sua missão,
antes da partida, Olorum entregou-lhe o "saco da criação" para
que com os elementos contidos nele o Orixá pudesse criar, dar
forma e vida ao mundo. O poder que lhe fora confiado não o
dispensava, entretanto, de submeter-se a certas regras e de
respeitar diversas obrigações, inclusive para com os outros
orixás.
Em razão de seu caráter altivo, ele se recusou fazer alguns
sacrifícios e oferendas a Exú, antes de iniciar sua viagem para
criar o mundo.
Oxalá se pôs a caminho apoiado num grande cajado de estanho,
seu òpá osorò ou paxorô, e no momento de ultrapassar a porta do
Além, encontrou Exú, que entre as suas múltiplas obrigações,
tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos.
Exú descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as
oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede
gigantesca. Nada o fazia parar de ter sede, até que Oxalá para
matar sua sede, também usou como recurso o de furar com seu
paxorô a casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido
refrescante dele escorreu: era o vinho de palma.
Ele bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, não sabia
mais onde estava e caiu adormecido. Veio então Odudua, criado
por Olorum depois de Oxalá e o maior rival deste. Vendo o Grande
Orixá adormecido, furtou-lhe o "saco da criação", dirigiu-se à
presença de Olorum para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar
em que estado se encontrava Oxalá. Olorum exclamou: "Se ele
está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar o mundo!" Odudua
saiu assim do Além e encontrou adiante de uma extensão
ilimitada de água.
Deixou cair a substância marrom contida no "saco da criação".
Era terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a
superfície das águas. Aí, ele colocou uma galinha cujos pés
tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra
sobre a superfície das águas. Onde ciscava, cobria as águas, e a
terra ia se alargando cada vez mais, o que em iorubá se diz ilè nfè,
expressão que deu origem ao nome da cidade de Ilê Ifé. Odudua
aí se estabeleceu seguido pelos outros orixás, e tornou-se assim o
rei da terra.
Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o "saco
da criação". Chateado, voltou a Olorum e este, como castigo
pela sua embriaguez, proibiu ao Grande Orixá, assim como aos
outros de sua família, os orixás funfun, ou "orixás brancos",
beber vinho de palma e mesmo usar azeite-de-dendê. Mas
Confiou-lhe, entretanto, como consolo a tarefa de modelar no
barro o corpo dos seres humanos aos quais ele, Olorum, insuflaria
a vida.
Fontes: https://www.juntosnocandomble.com.br

OGUM

Saudação: Ogum Yê, meu Pai! Significa: Salve o Sr. Da Guerra!

Ogum é o orixá que representa a luta, as conquistas, ele é o deus da


guerra e o arquétipo do guerreiro. Ele é o senhor da guerra e padroeiro de todos
os trabalhadores cujo ofício exige a utilização de ferramentas.

Representação no cristianismo: São Jorge

Ogum era o filho mais velho de Odùdùa, o fundador de Ifé. Era


um temível guerreiro que lutava sem cessar contra os reinos
vizinhos. Dessas expedições, ele trazia sempre um rico espólio e
numerosos escravos. Guerreou contra a cidade Ará e a destruiu.
Saqueou e devastou muitos outros estados. Apossou-se da cidade
de Irê, matou o Rei e instalou seu próprio filho no trono,
retornando a Ifé glorioso.

Ogum teria sido o mais enérgico dos filhos de Odùdùa e foi ele que
se tornou regente do reino de Ifé quando Odùdùa ficou
temporariamente cego. Ogum decidiu, depois de numerosos anos
ausente de Irê, voltar para visitar seu filho (informação pessoal do
Oníìré em 1952).

Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia da sua


chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam
falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários
potes de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios.
Ninguém o havia saudado ou respondido às suas perguntas. Ele
não era reconhecido no local por ter ficado ausente durante muito
tempo.

Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio


geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com
golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter,
passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas; até que
seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas;
cabritos e feijão preto regado com azeite-de-dendê e potes de vinho
de palma. Enquanto saciava a sua fome e a sua sede, os
habitantes de Irê cantavam louvores em que não faltava a menção
a Ògúnjajá, o que lhe valeu o nome de ògúnjá.

Tomado pela culpa, Ogum se torna Orixá


Vestiram Ogum com roupas novas, cantaram e dançaram para
ele, mas Ogum estava inconsolável, pois havia matado os
habitantes de sua cidade. Não se dera conta da cerimônia tão
importante para todo o reino. Ogum sentia que já não podia ser o
rei. E Ogum estava arrependido de sua intolerância,
envergonhado por tamanha precipitação. Ogum fustigou-se dia e
noite em autopunição.

Não tinha medida o seu tormento, nem havia possibilidade de


autocompaixão. Ogum então enfiou sua espada no chão; e num
átimo de segundo a terra se abriu e ele foi tragado solo abaixo.
Ogum estava no Orum, o céu dos deuses. Não era mais humano.
Tornara-se um orixá.

Antes de desaparecer, entretanto, ele pronunciou algumas


palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum
aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém,
elas não devem ser usadas em outras circunstâncias; pois, se não
encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que o
evocou sem necessidade que Ogum se lançará em batalha.

OXÓSSI

Saudação: Oke Arô! Significa: Dê seu brado, Majestade!

É também chamado de Odé (que do termo iorubá odẹ, significa


“caçador”) e de Alákétu (Senhor da cidade de Kétu na Nigéria).
Tem como atributos a ligeireza, a astúcia, a sabedoria e a habilidade
para capturar uma caça, características que o tornam um grande caçador.
Aliados ao seu conhecimento e modo de vida na natureza, torna-se também um
sábio e poderoso guerreiro.

Ele está ligado a tudo que é natural, até mesmo aos dons como o da
dança, o canto e as artes plásticas. Ele também respeita tudo aquilo que o
mundo nos oferece naturalmente, portanto estar em conexão com este Orixá é
também bem viver, relaxar e descansar. Lembre-se: para contemplar é
necessário paciência e quietude.

Oxóssi era irmão de Ogum. Aliás, Ogum tinha pelo irmão um afeto
especial. Num certo dia em que voltava da batalha, Ogum
encontrou o irmão temeroso e sem reação, cercado de inimigos
que já tinham destruído quase toda a aldeia e que estavam prestes
a atingir sua família e tomar suas terras. Ogum vinha cansado de
outra guerra, mas ficou irado e sedento de vingança. Procurou
dentro de si mais forças para continuar lutando e partiu na
direção dos inimigos. Com sua espada de ferro pelejou até o
amanhecer.

Quando por fim venceu os invasores, sentou-se com o irmão e o


tranquilizou com sua proteção. Sempre que houvesse necessidade
ele iria até seu encontro para auxiliá-lo. Ogum então ensinou
Oxóssi a caçar, a abrir caminhos pela floresta e matas cerradas.
Desse modo, Oxóssi aprendeu com o irmão a nobre arte da caça,
sem a qual a vida é muito mais difícil. Ogum ensinou Oxóssi a se
defender por si próprio e também ensinou Oxóssi a cuidar da sua
gente.

Agora, Ogum podia voltar tranquilo para a guerra. Ogum fez de


Oxóssi o provedor. Ogum segue sendo o grande guerreiro dentre
os Orixás e Oxóssi tornou-se o mais exímio caçador do panteão
dos Orixás

XANGÔ

Saudação: Kâo Kabicilê! Significa: Permita-me vê-lo, Majestade!

(Shango ou Sango) é senhor dos raios e dos trovões. Filho de Iemanjá e


se casou com Iansã, Obá e Oxum. Xangô é o orixá da justiça, da retidão, do
equilíbrio e da determinação. As suas cores são o vermelho e o branco, ou o
marrom e o branco, podendo variar de acordo com a nação que é cultuado.
Ele rege os elementos Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões,
Terremotos e Raios. A sua ferramenta é o Oxê, machado duplo de dois cortes
laterais feito e esculpido em madeira ou metal e a sua pedra Edun Arà (pedra
do raio). Os animais associados a Xangô são: o leão, a águia, a tartaruga, o
falcão e o carneiro, cujos berros lembram o som do trovão. Outro símbolo de
Xangô é a estrela de seis pontas, que representa o poder de equilibrar o universo
e Pedreiras.

Os filhos de Xangô, geralmente são líderes conscientes, que se


comunicam bem, inteligentes e enérgicos. Apesar de autoritários, são bondosos,
generosos e justos.

Xangô Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do


velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá
era velho e lento, Por isso Xangô o levava nas costas. Quando se
aproximavam do destino, avistaram a grande pedreira de Xangô,
bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalá ao cume,
para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E
foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo
sua panela. Era Oyá! Era o amalá do rei que ela preparava!

Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oyá e amalá! Xangô


perdeu a cabeça e disparou pedreira abaixo, largando Oxalá em
meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalá se
enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos,
que atingiram diretamente o povo de Xangô.

Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca


e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá.
Oxalá aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de
caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu.

Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta
de fartar-se de boa comida, nunca mais poderia comer em prato
de louça ou porcelana ou em alguidar de cerâmica. Xangô só
poderia comer em gamela de madeira, como comem os escravos.

OXUM

Saudação: Ora yeyê ó! Significa: Olha por nós, Mãezinha!

Na cultura yorubá, Oxum é uma Yabá (orixá feminina) que reina sobre
as águas doces, rios e cachoeiras. É a deusa do rio Oxum, que fica no Sudoeste
da Nigéria. Oxum é considerada a deusa do amor, da beleza, da fertilidade, do
dinheiro, do ouro e das pedras preciosas.
Está ligada às riquezas espirituais e materiais da vida, da sensibilidade,
da sabedoria, do jogo de Búzios e do empoderamento feminino. Oxum é
cultuada como rainha da nação ijexá. Tem o título de Iyálodê: a grande mãe
entre os orixás. Deusa da beleza, Oxum é a Orixá do amor, da fertilidade e da
maternidade. É responsável pela proteção dos fetos e das crianças recém-
nascidas, e por isso, é muito adorada pelas mulheres que desejam engravidar.

IANSÃ

Saudação: Eparrei Oyá! Olha o Tempo, minha mãe!

Orixá Oyá (ou Oiá) tem esse nome em função do rio Níger, na Nigéria,
onde seu culto é realizado. O nome Iansã foi dado por Xangô, que faz referência
ao entardecer. Iansã quer dizer a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer.

Oyá é conhecida como a rainha dos raios, senhora das tempestades,


rainha guerreira e esposa de vários Orixás, especialmente Orixá Xangô e Orixá
Ogum. Oyá é conhecida como a energia transformadora da realidade. Ela destrói
e (re)constrói a todo momento. Ela impede a ruína do mundo, que sem Oyá,
estaria condenado ao apodrecimento e sua abundância se converteria em
escassez.

Ela é essa energia matriarcal e feminina dinâmica que faz pulsar a vida,
que está diretamente ligada à transformação da vida. Em toda sua glória, ela
consegue ser rainha, guerreira, serva, animal, coral ou vento.

Já Iansã, é o esteriótipo da mulher guerreira, que não tem medo de


arriscar-se e mudar de direção, caso julgue necessário. Ela vai à batalha sempre
pronta para lutar. Quem ora pela ajuda de Iansã e Oyá, encontra em sua
essência a garra e a coragem necessárias para vencer na vida e alcançar os seus
objetivos almejados.

Iansã também percorreu muitos reinos e viveu com outros Orixás, pois
tinha como objetivo conhecer e aprender sobre todas as coisas:

• Ogum ensinou a ela sobre manuseio da espada;


• Com Oxaguian aprendeu a como utilizar o escudo para se defender;
• Orixá Exu a ensinou sobre os mistérios do fogo e da magia;
• Com Oxóssi aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar
no próprio animal com magia;
• E com o próprio Logunedé aprendeu a pescar.

NANÃ

Saudação: Saluba Nanã! Siginifica: Limpeza

Por ser uma anciã, Nanã Buruque está presente desde a criação da
humanidade. Ela é a “Mãe –Terra Primordial”, dos grãos e dos mortos. É a
memória do povo, pois vivenciou toda a magia da concepção do Universo.

Cultuada no Brasil nas religiões de matriz africanas, Nanã Buruque é a


Senhora da Criação. Também é chamada de mãe, avó e “Senhora da Morte”,
pois é responsável pelos portais de entrada e saída das almas.

Nanã Buruque é uma grande matriarca de muita sabedoria. Representa


a velhice, a experiência da vida e os aprendizados mais profundos. De
temperamento brando, acolhe e orienta seus filhos. Muitas vezes, é temida,
intransigente e rigorosa. Mas respeitada como a mais velha das Yabás (orixás
femininas).

Nanã é responsável pelo portal entre a vida e a morte. Ela limpa a mente
dos espíritos desencarnados para que possam se livrar dos sofrimentos da sua
jornada, reencarnando sem os rastros da vida anterior. Por isso, quando
envelhecemos, ao decorrer dos anos, começamos a perder a memória.

Ela também é a protetora dos doentes, desabrigados, deficientes e


idosos. Senhora de muitos búzios, ela sintetiza em si morte, fecundidade e
riqueza.

Os domínios de Nanã Buruque são os lagos, mangues, pântanos e os


encontros do rio com o mar. Também são a lama, argila e terra molhada, da
qual se originou todo ser humano.

OBALUAIÊ – OMULU
Saudação: Atotô, meu Pai! – significa: Peço quietude, meu Pai! No sentido de
fazer silêncio.

É o responsável pela terra, pelo fogo e pela morte, por causa do seu
poder. É da Terra que tudo nasce e tudo tem seu fim, por isso Obaluaiê rege
estas questões. Obaluaê é sinônimo de respeito: ninguém esconde nada dele,
pois é capaz de enxergar qualquer detalhe da vida de uma pessoa.

É também protetor dos doentes e pobres, pois ele conhece o sofrimento


de carregar uma enfermidade e não quer que ninguém passe por essa dor.
Sendo assim, Orixá Obaluaê está associado à saúde e à cura.

Omolu Obaluaê tem o grande poder de causar uma epidemia, mas ao


mesmo tempo de curar qualquer mal. Ele carrega sempre sua lança de madeira,
seu Laguidibá e seu Xaxará para espantar as energias ruins e os eguns (espíritos
errantes).

A roupa de Obaluaê é especial: ele é coberto por uma palha e nenhum


humano pode ver Omulu Obaluaê sem ela, pois seu brilho é intenso como o Sol!
Tal evento mataria qualquer um. Por isso, ele sempre se apresenta vestido com
as roupas de palha de Filá e Azé, e curvado, como quem sente intensa dor e
sofrimento.

Orixá Obaluaê é senhor dos espíritos, mediador entre o mundo material


e espiritual. Ele conhece a tristeza e as dores como ninguém, e é a prova de que
tudo pode ser superado se você tiver coragem de seguir em frente e vontade de
viver.

Omolu Obalua é filho da Orixá Nanã Buruque e do Orixá Oxalá, e


irmão de Oxumaré. Devido a erros cometidos por Nanã ao
confrontar Oxalá, Obaluaê nasceu cheio de feridas e sua mãe o
abandonou para morrer na beira do mar.

Iemanjá, a rainha do mar, ao caminhar sobre seus domínios


encontrou a criança enferma e sendo comida por caranguejos. A
piedade e compaixão tomaram conta do coração de Iemanjá. Ela
o adotou e criou como seu filho, ensinando-lhe a superar os males
e a curar as doenças.

Orixá Obaluaê cresceu cheio de cicatrizes, e isso o deixava com


vergonha. Como meio de esconder, ele passou a cobrir-se todo
com palhas, ficando somente os braços e pernas de fora.
Ele cresceu tímido, sempre de cabeça baixa, se escondendo de
todos e pensando no porquê fora abandonado. Estes sentimentos
fizeram com Obaluaê se tornasse sério, pensativo e introspectivo.
Sempre compenetrado em seus pensamentos e de mau humor
com quem lhe interrompesse.

Certa vez quando estava caminhando pelo mundo, passou por


uma aldeia com fome e sede. Os moradores estranharam a figura
de Omolu Obaluaê coberta de palhas e não reconhecendo o Orixá,
negaram a dar até mesmo um copo com água para ele.

Muito desapontado e triste, Obaluaê ficou nos arredores da vila


observando aquele povo e durante este tempo, a aldeia caiu em
miséria: as pessoas adoeceram, o Sol queimou as lavouras.

Sem saber o que acontecia, os moradores da vila chegaram a


conclusão de que tudo havia iniciado depois de negarem água ao
desconhecido. Arrependidos, os líderes do povo recolheram o
pouco de alimento que restara e levaram ao forasteiro em pedido
de perdão.

Compreendendo sua dor, Obaluaê entrou novamente no vilarejo e


tudo voltou à vida imediatamente. Pediu a todos que nunca
negassem um prato de comida ou um copo com água a alguém
necessitado, porque somente quem sofre sabe o peso que carrega
nesta vida e não merece mais uma punição.

De volta à terra dos Orixás, Obaluaê chegou em meio a uma


grande festa com todas as divindades presentes. Como não
gostava de multidões e sentia vergonha de sua aparência, preferiu
se manter longe, apenas observando.

A Orixá Iansã, que domina os ventos, viu Obaluaê de canto e ficou


com muita curiosidade de saber como ele era! Ela enviou uma
ventania no Orixá que levantou as palhas que o cobriam.

Omolu Obaluaê ficou imóvel e assustado. Todos que estavam na


festa também pararam para ver pela primeira vez um rapaz tão
belo que brilhava como o Sol.

Iansã dançou com ele até o final da festa, e a partir desse dia, os
dois se uniram para combater a morte e as doenças.

IEMANJÁ

Saudação: Odoyá! Adoci-yaba! – significa: Salve a Senhora da ÁGUA

O culto a Iemanjá foi trazido ao Brasil nos séculos XVIII e XIX pelo povo
iorubá, uma das maiores etnias do continente africano, concentrado
especialmente na Nigéria.

Na África, é uma divindade das águas doces e rios. Está associada à


fertilidade das mulheres, à maternidade e ao processo de continuidade da vida.
No Brasil, especialistas contam que Orixá Iemanjá (e outras Orixás
ligadas à maternidade, como Oxum e Nanã), foram associadas às sereias do
paganismo europeu, às diferentes nominações de Nossa Senhora, e às iaras
ameríndias (variante das sereias).

Mesmo sendo considerada a Rainha do Mar, Iemanjá no Candomblé


continua sendo saudada com a expressão africana “Odoiyá”, que significa “mãe
do rio”.

Além disso, no Brasil, foram atribuídas duas características notórias


para Iemanjá: a de rainha que controla as marés, das quais depende a vida do
pescador; e a de personagem sedutora, que atrai o pescador para amá-lo ou
matá-lo.

EXÚ ORIXÁ

Saudação: Laroyê Exu, Exu é Mojubá! Significa: Olhe por mim.

Exú é que vem na frente dos Orixás: para se chegar a qualquer um deles
há primeiro que se pedir permissão a ele. Exú é uma das principais divindades
do povo Iorubá e das religiões de matriz africana. No candomblé, Exú é
considerado um dos maiores Orixás. Também é reverenciado em outros cultos
afro-descendentes, no Tambor de mina maranhense e na Umbanda.

Exu é o Orixá da comunicação e da linguagem: atua como mensageiro


entre os seres humanos e os outros Orixás, sendo travesso, fiel e justo. Exu é
representado pela liberdade, força e, principalmente, pelo trabalho.

É o rei da paciência, ordem, disciplina e sexualidade. Tem domínio sobre


o sexo, fertilidade, magia, união e o fogo da transformação. É considerado o
guardião de aldeias, cidades, casas e do Axé (poder, energia e força presentes
em cada ser e Orixá).

ENTIDADES: EXÚ E POMBA GIRA

Diferença de esquerda e direita:


Esquerda e direita, na umbanda, são dois conceitos relacionados ao
campo de atuação de entidades em algumas religiões afro-brasileiras,
notadamente na umbanda.

Uma vez que estas religiões não são essencialmente maniqueístas, o


polo "negativo", ou "de esquerda", não é necessariamente considerado algo
maligno.

A direita trabalha com fatores irradiadores e a esquerda trabalharia com


fatores consumidores. Assim, entidades de esquerda trabalhariam consumindo
e absorvendo os desequilíbrios, as viciações, os desvirtuamentos e a
negatividade. Enquanto a direita trabalharia reestruturando.

Pomba-Gira:

Pombagira (Pomba Gira, Pombajira ou Inzila) é uma entidade das


religiões de matriz africana, representada por uma mulher sensual,
independente e dominadora.

A Pombagira surgiu no início do século 20, simbolizando uma mulher


liberada da submissão e das opressões e preconceitos impostos ao sexo
feminino por uma sociedade machista e patriarcal. Ela é representada através
de atributos considerados da sacralidade feminina, como: poder pessoal, beleza,
sensualidade e trabalho social.

A Pombagira possui todos os instintos femininos ao extremo, ensinando


a todas e todos a agir com força e convicção. Tem uma visão ampla sobre a vida
e os instintos humanos. Isso a torna dominadora do campo onde se manifesta,
mas sempre passando sua mensagem com amor, sinceridade, facilidade,
verdade, sorriso e algumas gargalhadas!

Pombagira favorece seus anseios e desejos. Não apenas os sexuais,


como muitos pensam, mas também a motivação, vontade de viver e de correr
atrás de seus objetivos.

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