MARIA MULAMBO DA LIXEIRA

Uma pomba gira rara e dificilmente quem a conhece a esquece facilmente. Trata seus
consulentes como amigos – diz que veio conquistar a evolução e que vale mais uma amizade
do que um “cliente”. Todos falam muito bem dela. Está sempre disposta a ajudar aqueles que a
procuram e quando incorporada é sempre muito educada e gosta de conquistar seus adeptos
com suas piadas e cantigas.

É uma mulher inteligente, faz planos calculados, aconselha passo a passo as direções e
atitudes corretas a seguir; mas tem algo muito sistemático e é totalmente severa em suas
observações e diz que os donos da verdade são aqueles que só com pancadas da vida vão
aprender, isso é, se aprender! Pomba-gira muito séria e que gosta de tudo certo.

Dona Mulambo da lixeira nasceu para ser chefe de terreiro, diz em suas palavras: “na minha
casa eu sou rainha, na casa dos outros eu sou a pior puta”.

É considerada uma pomba gira quizilada e não gosta de ser tirada a prova. Segundo ela, “a
verdade dói”.
Ela trabalha na cura de viciados, no resgate de pessoas da escuridão e depressiva, na
reconstrução de famílias destruídas, na ajuda com comércios e até em tornar as pessoas
empreendedoras. Energiza as pessoas que lhe tocam e carrega todos os feitiços mais
pesados.

Trabalha no Umbral, resgatando almas perdidas e sofridas e encaminhando-as para os

espíritos de luz. Escolheu esse trabalho por livre arbítrio – decidiu não reencarnar para que
pudesse realizar este trabalho de evolução. Ela diz que esse mundo o qual habitamos é um
lugar que não vale à pena voltar e que, dentro da sua escolha, nos ajudaria muito mais; seu
trabalho é árduo e necessário.

É uma das pombagiras mais poderosas para desmanchar trabalhos feitos para o mal de uma
pessoa, pois conhece a arte da magia negra como ninguém.

Não gosta de trabalhar para arranjar homem para nenhuma pessoa. Ela costuma dizer que não
dá homem para ninguém, e sim pega para ela.

Ela diz que tudo é contagiante: “se a alegria, a gargalhada, um sorriso contagiam; a tristeza
também.”.

Chama-se assim devido à causa da sua morte. Também é chamada de Mulambo do Lixo ou de
Rainha do Cabaré (tornou-se mulher da vida quando encarnada).

Durante muito tempo os médiuns psicógrafos não admitiam que esta entidade pertencesse à
falange da grande mãe Maria Mulambo, mas, através de psicografias e conversas com a
entidade Mulambo das Almas, o grande mistério foi explicado e o porquê desta entidade fazer
parte da sua falange. Como Maria Mulambo trabalha muito no baixo astral, socorrendo espíritos
errantes, mulambo da lixeira fica o tempo inteiro por lá e com a sua vibração é muito mais fácil
para os espíritos de luz saberem qual o errante que está precisando de mais ajuda; e, por
morar direto com os feiticeiros da baixa magia, sabe a arte de mandar e desmanchar qualquer
feitiço.

Gosta de cigarros, cigarrilhas e charutos de boa qualidade.

Adora bebidas fortes e doces, também sempre de boa qualidade.
Suas roupas dependerão muito do trabalho que irá fazer – são finas e elegantes; grandes
lenços na cabeça e acessórios não muito exagerados.
Possui um jeito extravagante de ser, fica bem à vontade em suas conversas e consultas e nos
deixa sentir o mesmo.
Não gosta da luz comum do nosso século – gosta de luz de velas e tochas. É muito humilde e
não liga para luxo nem para roupas caras.
Seus trabalhos devem ser ofertados, de preferência, em lixeiras ou lugares sujos ou em
cruzeiros ou em encruzilhadas em forma de “T”, como todos os trabalhos que são entregues às
demais Mulambos.
Mulambo da lixeira gosta em suas oferendas o mesmo que outras Mulambos gostam – as
únicas diferenças estão na morada e no campo de atuação.

Trabalha com todos os exus e diz que não tem problema com Padilha – “a velha história que
Mulambo tem problema com Padilha”. Seus companheiros de trabalho são sr Tata Caveira, a
maioria dos exus da Calunga, Sete Catacumbas, exu Morcego, exu Quebra Ossos, maioria do
povo do Lodo, exu Brasa, malandro Zé do Morro e as bombogiras Maria Pimenta, Maria
Desgraçada, Maria dos Trouxas (qualidade de Maria Mulambo) e Rosa Caveira, entre outros.

🎶 Lá no morro tem,
Lá no morro há
Uma linda lixeira
Para a Mulambo morar
Bebe Mulambo, bebe
Ensina os seus filhos a viver

🎵🎶
Gira, Mulambo, Gira
Gira até o dia amanhecer