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Edição 116 | Ano XIX | Agosto de 2023

Inspeção Subaquática:
um mergulho nas incríveis atividades
em alto mar

Estamos a poucos dias do


maior evento industrial do
País. Fique por dentro da
programação!
Editorial

A utilização de Ensaios Não Destrutivos no setor subaquático é de extre-


ma complexidade devido à profundidade em que se encontram os mate-
riais a serem inspecionados como, por exemplo, tubulações usadas na ex-
tração de petróleo. As inspeções são usualmente realizadas através de
Veículos Operados Remotamente, os chamados ROV (sigla em inglês
para Remote Operated Vehicle).
Através do ROV são feitos: Ensaios Visuais (EV), Medição de Espes-
sura (ME), Medição de Potencial Eletroquímico e a Medição de Campos
de Corrente Alternada (ACFM, em inglês). Em águas menos profundas,
tais ensaios podem ser executados por mergulhadoras e mergulhadores
que sejam altamente treinados.
A Abendi qualifica e certifica inspetoras e inspetores com o objetivo de
atender a este setor de elevada importância.
Desejo a todos uma excelente leitura!
Vicente Abate
Presidente da Abendi

Acervo André Nicolau


“Em águas menos profundas
tais ensaios podem ser
executados por mergulhadoras
e mergulhadores que sejam
altamente treinados”.
06 Notícias
• Corseg tem novo coordenador e suplente.
• Visitas à nossa sede.
• Abendi participa do ENOAC 2023.
• Participação da Abendi em evento da API – American Petroleum
Institute e IBP - Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás.
• Abendi participará de um movimento liderado pela ABEMI.
• Abendi marcou presença na 13ª Conferência Europeia de END,
em Lisboa.
ISSN: 1980-1599 • Abendi participa da Intermach 2023.

Expediente 10 Área Técnica


O valioso trabalho voluntário das comissões de normalização
Conselho Editorial
Alessandra Alves - Abendi em END.
Jan Smid – Radiolab
Wagner Romano – GE 14 Sócios Patrocinadores
Oswaldo Rossi Júnior – INTERMETRO Metal-Chek e Spectro-UV trazem tecnologia de inspeção
Carlos Madureira – BBL fluorescente avançada ao Brasil.
Comitê Científico
Prof. Sérgio Brandi – USP 16 Sócios
Prof. Sérgio Barra – UFRN Quer ser fluente em inglês?
Prof. Thomas Clarke – UFRGS
Prof. Armando Albertazzi – UFSC 20 Treinamentos
Prof. Américo Scotti - UFU
Os Ensaios Não Destrutivos no setor subaquático.
Profa. Raquel Gonçalves – Unicamp
Prof. Armando Shinohara – UFPE
22 Certificação
Prof. Francisco Ilo – UPE
Minha edificante carreira na área de END e Inspeção.
Equipe Por Marciel Amorim de Souza.
Coordenadora: Paula Giora
Jornalista responsável: Alexandra Alves 24 Eventos
(MTB 26660)
Conaendi 2023: estamos quase lá!
Comercial: Elaine Alonso
Revisor: Armando Ferraz (MTB 90944) 27 Caderno Segurança
Projeto Gráfico e Diagramação: Giovana
Garofalo
Digitalização contínua em áreas classificadas.
Fotos/Capa: Canstock Photos e acervo de Por Andre Frisch/Tradução: Bruno Visini.
André Nicolau
Edição Gráfica: Giovana Garofalo
Gráfica: Duograf Gráfica 43 Artigo Técnico
Público leitor
Avanços recentes na avaliação da profundidade de trincas de corrosão
Profissionais especializados: engenheiros, sob tensão usando Correntes Parasitas Array Tangencias em tubulações
gerentes, administradores de empresas de de aço carbono.
END e Inspeção, usuários dessa tecnologia, Por Michael Sirois e Mathieu Bouchard.
técnicos (supervisores, inspetores e operado-
res) que estão diretamente envolvidos com o
tema e instituições de ensino.
A Abendi não se responsabiliza por ideias e
conceitos emitidos em artigos ou matérias
assinadas, que expressam apenas o pen-
samento dos autores, não representando
necessariamente a opinião da revista. À pu-
blicação reserva-se o direito de, por motivo
de espaço e clareza, resumir cartas e artigos.
Sócios recebem gratuitamente a revista.

Nesta edição, você poderá acompanhar todos os movimentos do evento.


Se você tiver ideias, sugestões ou críticas a fazer, Esperamos por você!
envie e-mail para: comunicacao@abendi.org.br
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Acervo André Nicolau


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32
Inspeção Subaquática: Para anunciar nos Veículos Abendi
um mergulho nas incríveis Elaine Alonso - comercial@abendi.org.br
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atividades em alto mar
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* Índice dos anunciantes da edição

............................................................................02

....................................................................................... 11

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* O conteúdo das publicidades das empresas anunciantes da Revista Abendi são de inteira responsa-
bilidade das mesmas.
Notícias

Visitas à nossa sede

07 de junho: Javier Alejandro Carreno Velasco, junto 21 de junho: O diretor de Fabricação do Exército Brasilei-
com sua equipe: Rejane Therencio Batista, Rodrigo Vieira ro, general Tales Eduardo Areco Villela, esteve conhecen-
Landim e Hugo Leonardo de Aquino Keide, representando do as instalações da Abendi. Acompanhado por uma comi-
a COTEM - Coordenação de Tecnologia de Materiais, do tiva, eles foram recebidos pelos representantes da Abendi:
INT - Instituto Nacional de Tecnologia, que é uma unidade João Conte (diretor-executivo), Antonio Aulicino (gerente
de pesquisa vinculada ao MCTI - Ministério da Ciência, Tec- executivo de desenvolvimento de negócios) e Cláudio For-
nologia e Inovações, foram recebidos na Abendi. jaz (consultor de END). Na ocasião, o general mostrou in-
Durante a visita foram discutidos assuntos de interesse teresse em treinar e qualificar seu pessoal em Ensaios Não
mútuo entre as entidades, no que diz respeito à pesquisa, Destrutivos, a fim de melhorar a qualidade dos serviços
desenvolvimento e inovação em demandas atuais e futu- de inspeção nas organizações militares. O general também
ras da indústria, com foco na otimização de processos de participou do quadro “Papo de Líder”, com Alexandra Al-
inspeção e implementação de metodologias. u ves, na nossa WEB TV Abendi no Ar. u

Aproveite e confira as Aproveite e assista na íntegra,


notícias de junho, no blog a entrevista do general Tales
do diretor.executivo no QR Villela, para Alexandra Alves,
Code ao lado na nossa WEB TV Abendi no
Ar, canal no YouTube.

Abendi participa do ENOAC 2023


A coordenação geral de acreditação do Inmetro promo- em 2022; e identificar melhorias a serem implementadas
veu o XIVo Encontro de Organismos de Avaliação da Con- no processo de acreditação.
formidade — ENOAC, nos dias 12 a 15 de junho, com a O evento foi promovido pelo Inmetro, com a secretaria da
finalidade de estabelecer maior interação de seu quadro ASBM – Associação Brasileira de Metrologia. A Abendi este-
funcional e direção com os representantes dos organismos ve presente em um dos painéis, onde falou sobre a importân-
de avaliação da conformidade acreditados e em fase de cia do reconhecimento internacional do Inmetro e o impacto
acreditação; apresentar resultados e ações empreendidas disso na qualificação e certificação de pessoas em END. u

6 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Especial

Marcamos presença na 13ª Conferência


Europeia de END em Lisboa
A 13ª Conferência Europeia de En- à certificação de pessoas, os END 4.0,
saios Não Destrutivos foi um sucesso! comunicação, treinamento e desenvol-
O evento ocorreu entre os dias 3 a 7 de vimento de pessoas, entre outros.
julho, em Lisboa/Portugal, e foi orga- Durante o evento, foi apresentado pe-
nizado pela Sociedade Portuguesa de la Abendi, o livro “Mundo dos END 4.0
Ensaios Não Destrutivos, em conjunto – Que comece a jornada”, de Ripi Singh
com o RELACRE, que é a rede de labo- e Johannes Vrana. A obra traduz as úl-
ratórios credenciados de Portugal. timas discussões mundiais em torno do
A Conferência contou com cerca de tema que evolui diariamente, lançando
1.180 participantes e teve uma exposi- novos mecanismos digitais capazes de
ção técnica de equipamentos, produtos romperem as fronteiras da engenharia
e serviços de inspeção, com cerca de preventiva, amparada em técnicas de
2.000 m² montados. Ensaios Não Destrutivos. Com o apoio
A Abendi participou ativamente da da Abendi, a publicação foi traduzida
Conferência com um estande, além das para o português com o objetivo de
reuniões do ICNDT - Comitê Interna- difundir o conhecimento, promover e
cional de Ensaios Não Destrutivos, que fomentar o ensino. Um dos autores do
por meio de vários subcomitês e gru- livro, Ripi Singh, estará no Conaendi
pos de trabalho, discutiu temas ligados para um momento de autógrafos! u

Na foto acima, temos Johanners Vrana, um dos


autores do livro: “Mundo dos END 4.0 - Que
comece a Jornada”, lançado em língua portuguesa
pela Abendi, durante o evento em Lisboa, com
João Conte, diretor-executivo da Abendi. Ao lado,
à esquerda, confiram o estande da Abendi e à
direita, um momento da apresentação ICNDT,
durante a apresentação no evento

abendi.org.br 7
Notícias

Abendi também esteve na Intermach 2023!


A Feira e Congresso Intermach 2023 sul do Brasil, além de outros estados e
- Tecnologia para a Indústria Metalme- países que visitam o evento. A Abendi
cânica, que ocorreu entre os dias 11 participou da rodada de negócios com
a 14 de julho, em Joinville/ SC, é con- os principais players da indústria.
siderada uma das mais importantes Durante a feira, 50 máquinas fizeram
da América Latina, devido ao polo in- demonstrações ao vivo, além de des-
dustrial onde é realizada. Desde 1997, tacar as mais modernas práticas ope-
esse evento promovido bianualmen- racionais das empresas, que levam em
te, funciona como um indutor de ne- conta redução de custos, Inteligência
gócios, disseminando as tecnologias Artificial, integração de tecnologias 4.0,
mais avançadas do mundo para todo o sustentabilidade e meio ambiente. u

ABEMI conta com o apoio da Abendi em um movimento


A Abendi participará de um movi- que os preços praticados sejam muito presidente em exercício, Vicente Aba-
mento em favor da utilização do gás altos, impactando negativamentes as te, na ocasião, esteve discutindo com
natural, organizado pela ABEMI – As- empresas diretamente. A ABEMI está Joaquim Maia, presidente da ABEMI,
sociação Brasileira de Engenharia In- liderando este movimento cujo objeti- alguns aspectos da problemática atual
dustrial, entidade extremamente im- vo é discutir, coletar propostas e ideias na indústria brasileira, e confirmou a
portante para o desenvolvimento de para levar, a nível de governo federal, participação da Abendi. Essa é mais
empresas brasileiras no setor de en- essa questão. uma das ações que a entidade faz em
genharia industrial. A Abendi, com muita satisfação, foi prol dos Ensaios Não Destrutivos e
O Brasil carece de gás e isso faz com convidada a aderir esse movimento e o Inspeção e de seus associados. u

8 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Corseg tem novo coordenador e suplente Aproveite e
confira as notí-
Os especialistas, Gabriel Souto teção Radiológica Industrial, sendo
cias de julho no
(PRO-RAD Consultores) e Rodrigo a maioria, supervisores certificados
blog do diretor.
Milhomem (Metaltec), são os novos co- pela CNEN e que trabalham em dife-
executivo no QR
ordenador e suplente da Comissão de rentes segmentos técnico-científicos,
Code ao lado
Radioproteção e Segurança da Abendi colaborando voluntariamente com a
(Corseg), respectivamente. Eles foram Abendi.
eleitos durante a 283ª reunião da Co-
missão realizada no dia 27 de junho. Os interessados em participar das discussões devem entrar em contato
A Corseg representa um grupo de com a Secretaria da Corseg: anapaula@abendi.org.br
profissionais especializados em Pro-

Evento da API (American Petroleum Institute e IPB (Instituto Brasileiro de Petróleo e


Gás) contou com representante da nossa instituição
O evento foi realizado no Rio de Janeiro e estiveram presentes perto de 100 pessoas, entre as quais se destacavam pre-
sidentes e CEOs das maiores empresas do setor de óleo e gás, além de representantes e entidades de instituições ligadas
ao tema. A Abendi foi representada pelo engenheiro Antonio Aulicino, gerente executivo desenvolvimento de negócios da
Abendi. Como se sabe a Abendi mantem um acordo de cooperação com a API em diversas áreas de atuação, sendo extre-
mamente importante para a comunidade tecnológica nacional, no que se refere ao setor de inspeção.

abendi.org.br 9
Á r e a Té c n i c a

O valioso trabalho voluntário das comissões de


normalização em END

D
esde janeiro, estamos celebrando os 20 anos de par-
ceria com ABNT, na qual a Abendi é a única entidade
credenciada no Brasil a desenvolver normas de En-
saios Não Destrutivos, em nome da instituição em questão. E
dando continuidade às edições comemorativas, conheça al-
guns coordenadores de comissões de END que contribuem
voluntariamente com o desenvolvimento do País.

“Como Nível 3 de LP, PM, US, ER e EV, trabalho há mais de 30 anos com Ensaios Não
Destrutivos. Sou coordenador da comissão de métodos superficiais e represento a
Magnaflux do Brasil nas reuniões da ABNT. Participo a mais de 10 anos do comitê
e cerca de dois anos como coordenador. Eu acho que foi um marco a aprovação na
comissão do Mercosul da Norma NM 342 - Partículas Magnéticas - Detecção de des-
continuidades, devido à sua extensão e da sua abordagem ampla. Parabéns a ABNT
pelos 20 anos de contribuição para a normalização no Brasil, essencial para o desen-
volvimento e segurança de produtos e serviços”.
Marcelo Neris

“Sou engenheiro mecânico (UFMG), mestre e doutor em Engenharia Mecânica


(Unicamp) e trabalho há 15 anos como engenheiro de equipamentos – ênfase mecâ-
nica, na Petrobras, no Centro de Pesquisa da Petrobras, na área de elevação e escoa-
mento. Atuo no desenvolvimento de novas tecnologias para o bombeamento (ou bom-
beio), centrífugo submerso e para o monitoramento da produção. Sou coordenador
técnico da CE, de Análise de Vibração em Máquinas (CE-058.003.002), desde 2021.
Uma das principais normas revisadas no período foi a “ABNT NBR 10082 - Avaliação
da vibração mecânica de máquinas com velocidades de operação de 600 r/min a 5
000 r/min”. Tal norma, medular para o engenheiro de máquinas, serve como ponto de
partida para a análise de vibrações”.

Bernardo Pereira Foresti

10 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


“Sou técnico mecânico, engenheiro metalúrgico e mestre em Ciências Metalúrgicas e de
Materiais. Trabalhei por 36 anos na Petrobras como engenheiro de inspeção de equipamentos e
sou especialista de END e certificado como CP-N3. Atuo no Grupo Técnico de Normalização da
Abendi há mais de 30 anos. O trabalho mais importante foi a elaboração da norma ABNT NBR
17046, Ensaios Não Destrutivos - Correntes Parasitas - Ensaio de Correntes Parasitas Pulsadas
em componentes metálicos ferromagnéticos”.
Ricardo Carneval

“Tenho 45 anos, sou casado com Neildes dos Santos, pai de Ícaro Filho, residente na cida-
de de Camaçari/BA, inspetor certificado pela Abendi desde 2005. Estudante de engenharia
mecânica, certificado em Emissão Acústica N2 (EA-N2-G) e candidato a N3 (segunda etapa).
Atuo na Comissão ABNT/ONS-058/CE 058 005 003, há 4 anos, e estou no meu segundo
ano como coordenador. A Norma ABNT NBR 16601, com sua última revisão publicada em
2021, participei de maneira efetiva desta revisão junto com profissionais de diversas áreas, a
fim de garantir mais confiabilidade e segurança utilizando o Ensaio de Emissão Acústica para
monitoramento e inspeção de Guindastes com e sem Cesto Acoplado”.
Ícaro Martins dos Santos
Á r e a Té c n i c a

“Meu nome é Marcos Aiub de Mello, consultor sênior de END na Petrobras e


atuo como coordenador das CE de Radiografia e CE de Inspeção e ensaios em
soldas. Também participo como membro da CE de Ultrassom, a qual fui coorde-
nador durante vários anos. Comecei a participar das comissões de normalização
há cerca de 20 anos. Eu poderia mencionar várias normas relevantes que participei
ativamente, mas vou destacar a elaboração da ABNT NBR 16339 - Ensaio Não
Destrutivo - Ultrassom - Phased Array para inspeção de solda”.

Marcos Aiub de Mello

“Diretor da empresa ICON Tecnologia, sou engenheiro metalurgista, termografis-


ta Nível 3 e Categoria 3 pela Abendi, SNQC 16015, e atuo nas comissões da Abendi
e ABNT há mais de 25 anos. Completei, recentemente, 44 anos de trabalhos em ter-
mografia infravermelha. Também sou membro da Comissão de Certificação de Termo-
grafia Nível 3 e Categoria 3 da Abendi, desde 2007. Atualmente, coordeno a comissão
de Comissão de Estudo de Termografia, (CE 058.000.011) do Organismo de Normali-
zação Setorial de Ensaios Não Destrutivos (ABNT/ONS-058). O trabalho mais impor-
tante foi na elaboração da norma ABNT 16818:20202 - Procedimento Termográfico,
crucial para o método. Neste momento, estou revisando a norma ABNT 15572:2013
Norma de Aplicações do Método da Termografia Infravermelha em Sistemas Elétricos.”

Attílio Bruno Veratti

Quer fazer de uma comissão? Então entre em contato agora mesmo com a coordenadora de Norma-
lização da Abendi: anapaula@abendi.org.br

12 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Sócios Patrocinadores

Metal-Chek e Spectro-UV trazem tecnologia


de inspeção fluorescente avançada ao Brasil

A
inspeção de materiais de- um papel vital na detecção de falhas, minosa de materiais deu um salto gi-
sempenha um papel vital na trincas e defeitos em materiais. Com gantesco em eficiência, desempenho e
garantia da qualidade, se- uma variedade de dispositivos de alta sustentabilidade.
gurança e confiabilidade de produtos precisão, a Spectroline NDT tem sido Os LEDs oferecem benefícios no-
e estruturas industriais. Com o avan- uma força motriz na indústria, e essa táveis, como acendimento instantâ-
ço tecnológico, novas soluções estão tecnologia de ponta está disponível neo, eficiência energética aprimorada
emergindo para aprimorar essa área no Brasil, exclusivamente através da e uma gama mais ampla de opções
crucial, e uma parceria notável vem Metal-Chek. de iluminação. Há mais de 15 anos, a
iluminando o caminho no Brasil. A Uma das mudanças mais signifi- Metal-Chek trouxe essa tecnologia re-
Metal-Chek, reconhecida empresa de cativas na indústria de inspeção foi a volucionária ao Brasil. A Spectro-UV
consumíveis para Ensaios Não Des- transição da tecnologia de iluminação continua liderando essa revolução ao
trutivos, mantém a parceria exclusiva baseada em mercúrio para os moder- oferecer aos profissionais de inspe-
com a Spectro-UV, líder global em tec- nos LEDs. A iluminação de mercúrio, ção novos modelos de luminárias que
nologias de inspeção ultravioleta (UV), apesar de sua utilidade no passado, elevam a precisão e confiabilidade na
com a marca Spectroline NDT. tinha limitações significativas, como detecção de defeitos e falhas em ma-
A Spectroline NDT, uma marca um tempo de inicialização prolonga- teriais.
Spectro-UV, é conhecida mundialmen- do, maior consumo de energia além A confiabilidade na precisão dos re-
te por sua inovação e excelência na da presença de mercúrio, um material sultados de inspeção é de suma impor-
criação de produtos de inspeção por prejudicial ao meio ambiente. Com a tância, especialmente em setores onde
luz ultravioleta, que desempenham introdução dos LEDs, a inspeção lu- a segurança e a qualidade são funda-
mentais. As luminárias portáteis da
Spectroline NDT possuem certificação
ASTM E3022, um selo da qualidade
que atesta o desempenho excepcio-
nal desses dispositivos. A aderência a
essa norma rigorosa assegura que os
equipamentos atendam aos mais ele-
vados padrões de desempenho e con-
fiabilidade, proporcionando resultados
A Metal-Chek, reconhecida empresa de consumíveis para de inspeção consistentes e precisos.
A atualização constante das ferra-
Ensaios Não Destrutivos, mantém a parceria exclusiva com mentas de inspeção é fundamental
a Spectro-UV, líder global em tecnologias de inspeção para se manter à frente das demandas
em constante evolução da indústria.
ultravioleta (UV), com a marca Spectroline NDT. Os modelos de luminárias portáteis da
Spectroline NDT oferecem uma gama

14 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


de recursos aprimorados que atendem troline NDT, destacam-se três mode- laterna com Bateria de Íon de Lítio, a
às necessidades mais exigentes de los de luminárias portáteis que estão uVision 365 Deluxe Series LED e o
inspeção. transformando a inspeção de mate- modelo mais novo Classic Series Dual
No catálogo diversificado da Spec- riais: a Clarity 365 LED 365nm UV-A Beam LED 365nm Ultraviolet.

Clarity 365 LED 365nm uVision 365 Deluxe Series Classic Series Dual Beam LED 365nm
LED 365nm
Esta lanterna inovadora é uma ferra- A mais recente adição à família de
menta essencial para a inspeção preci- Projetada com a mais recente tecno- produtos, a Classic Series Dual Beam
sa de materiais. Equipada com um LED logia de LEDs UV-A, a uVision 365 é combina dois LEDs UV-A de ultra alta
UV-A de alta intensidade de 365nm, uma luminária portátil que oferece um intensidade com um LED branco, pro-
a Clarity 365 oferece uma iluminação espectro de inspeção mais amplo. Com porcionando versatilidade e flexibili-
confiável e uniforme para testes de sua construção robusta e resistente a dade incomparáveis. Seu design ergo-
partículas magnéticas e líquidos pe- impactos, essa luminária é ideal para nômico e sistema de resfriamento sem
netrantes. Sua bateria de íon de lítio aplicações em ambientes desafiado- ventoinha tornam-na uma escolha ide-
de longa duração garante horas de res, como a indústria petroquímica e al para testes de partículas magnéti-
operação contínua, aumentando a efi- de construção. cas e líquidos penetrantes, bem como
ciência dos processos de inspeção em outras aplicações especializadas.
locais de difícil acesso.

A parceria entre a Metal-Chek e a uVision 365 e Classic Series Dual lência na inspeção de materiais. Com
Spectro-UV traz uma nova era de ins- Beam, os profissionais de inspeção a exclusividade na distribuição da
peção luminosa ao Brasil, capacitando têm à disposição ferramentas pode- marca Spectroline NDT, a Metal-Chek
as indústrias a aprimorar a detecção rosas para enfrentar os desafios mais reforça seu compromisso de fornecer
de defeitos e garantir a integrida- complexos. tecnologia de ponta e suporte excep-
de dos materiais. Com os avançados A Metal-Chek continua a liderar cional aos seus clientes, contribuindo
modelos de luminárias portáteis da o caminho, oferecendo soluções de para um futuro mais seguro e confiá-
Spectroline NDT, como a Clarity 365, vanguarda que impulsionam a exce- vel em diversos setores industriais. u

Clique aqui para mais informações sobre os produtos da Spectroline NDT, disponíveis através da Metal-
-Chek, visite o site oficial da Metal-Chek e entre em contato com nossos vendedores: metalcheck.com.br

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16 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


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E TREINAMENTOS LTDA GEOCIÊNCIAS MARINHAS LTDA • KUBIKA COMERCIAL LTDA
• AMAZONIA AZUL TECNOLOGIAS • ELETROBRAS ELETRONUCLEAR • LENCO - CENTRO DE CONTROLE
DE DEFESA S.A - AMAZUL • EM&I BRASIL INTEGRITY SERVICOS TECNOLÓGICO LTDA
• APPLUS QUALITEC TECNICOS LTDA • LIDER - INSPEÇÕES E CONTROLES
• ARAUJO ENGENHARIA E • EMBRAEND • LIFTING ASSITÊNCIA TÉCNICA
INTEGRIDADE EM EQUIPAMENTOS • END OLIVEIRA ENSAIOS NÃO ELÉTR.E COMERCIAL LTDA
• AROTEC S/A DESTRUTIVOS • MAGNAFLUX
• ASP SERVIÇOS INDUSTRIAIS • END-CHECK CONSULT. E SERV. • MARQUES & CIA. LTDA
• AWI SERVICE ESPEC.DE PEÇAS E EQUIP • MAXIM INSPEÇÕES
• BRITO E KERCHE INSPEÇÕES E • ENDVALE • METAL-CHEK DO BRASIL
SERVIÇOS LTDA ME • ENGISA ENSAIOS NÃO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
• BRUKE DO BRASIL LTDA DESTRUTIVOS • METALTEC NÃO
• BVSI - SERVICOS E INSPECOES • ENVESP DESTRUTIVOS LTDA
• C.I.C CERTIFICAÇÃO EM EQUIP. • FLIR SYSTEMS BRASIL COM. DE • METRÔ SP - CIA DO
IND. E CABOS LTDA CÂMERAS INFRAVERMELHA METROPOLITANO DE SÃO PAULO
• CARESTREAM HEALTH • FUGRO BRASIL • MF LIFTING
• CARIFLEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO • FUNDAÇÃO VALLOUREC • MISTRAS SOUTH AMERICA LTDA
DE PRODUTOS • FURNAS CENTRAIS • MKS SERVIÇOS ESPECIAIS DE
• CENTRO DE PESQUISA ENERGIA ELÉTRICAS S/A ENGENHARIA LTDA
ELÉTRICA - CEPEL • HCG EQUIPAMENTOS LTDA • MODEC SERVICOS DE PETROLEO
• CIA ENGENHARIA • IB NDT SERVIÇOS DE INSPEÇÃO E DO BRASIL LTDA.
• CLG GUINDASTES COMERCIO E COMERCIO LTDA. • MOPERT EDUCAÇÃO
MANUTENÇÃO DE EQUIP. HI • ICV BRASIL LTDA CONTINUADA
• CONFAB INDUSTRIAL S/A • IKM SUBSEA BRASIL LTDA • NEWS CERTIFICADORA
• CONSINSP • INSTRUMENTAL INST. DE • NUCLEBRÁS EQUIPAMENTOS
• COOINSP MEDIÇÃO LTDA PESADOS S/A - NUCLEP
• CTP - ALAGOAS • ÍNTEGRA INTEGRIDADE DE • NÚCLEO SERVIÇOS DE INSPEÇÃO
• DIAGNOSTIC IMAGIND EQUIPAMENTOS DE EQUIPAMENTOS LTDA
AUTOMAÇÃO LTDA • INTERMETRO SERVIÇOS • NW ENGENHARIA
• DOF SUBSEA ESPECIAIS LTDA • OCEANEERING
• EDDYFI • ISQ BRASIL - INSTITUTO DE • OCEANICA ENGENHARIA E
SOLDADURA E QUALIDADE L CONSULTORIA S/A

18 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


• OES SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS • QUALY END INSPEÇÕES LTDA • SOBRATEMA
DE PETROLEO E GÁS LTD • RHODIA BRASIL • SYSTEM ASSES., INSP. E
• PHOTONITA METROLOGIA • ROPE MANUTENÇÃO CONTROLE DA QUALIDADE LTDA
ÓPTICA LTDA. NDUSTRIAL LTDA • T&D INSPEÇÕES E CONSULTORIAS
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GEOGRAFICOS E AMBIENTAIS EIREL • SAIPEM DO BRASIL SERVIÇOS DE INSPEÇÕES TÉCNICAS LTDA
• POLIMETER COMÉRCIO E PETRÓLEO LTDA • TEROTEC SOLUÇÕES
REPRESENTAÇÕES LTDA • SANESI ENGENHARIA E PROATIVAS LTDA
• POLYTESTE INSPEÇÕES SANEAMENTO LTDA • TESTTORQUE DO BRASIL
• POTENCIAL PLUS SERVICOS E • SANETRIX SOLUÇÕES EM • TF TELHADOS E
INFRA-ESTRUTURA LTDA SANEAMENTO LTDA ENGENHARIA LTDA
• PREDICTIVE SERVICE COMÉRCIO E • SANTEC TECNOLOGIA DE • USIMINAS
REPRESENTAÇÕES LTDA SOLDAGEM • VALLOUREC SOLUCOES
• PRINER SERVICOS • SEMAR NDT TUBULARES DO BRASIL S.A.
NDUSTRIAIS S.A • SENAT GROUP DO BRASIL - • VALLOUREC TUBOS DO BRASIL
• PROAQT EMPREEDIMENTOS SERVIÇOS MARÍTIMOS E TERR • VILLARES METALS S/A
TECNOLÓGICOS • SERV-END INDÚSTRIA E • VOITH HYDRO LTDA
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MANUTENÇÃO LTDA. • SERVIÇOS MARÍTIMOS • YGGDRASIL GREEN ENGINEERING
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Tr e i n a m e n t o s

Os Ensaios Não Destrutivos no setor


subaquático
O
s Ensaios Não Destrutivos são gulhadores, utilizando câmeras fotográ- ma de transmissão remota para que o
geralmente realizados após ficas ou filmagens caracterizadas pela inspetor e a tripulação acompanhem em
uma inspeção visual com a fi- maior atuação de agentes humanos, e tempo real, dispensando o contato com
nalidade de detectar descontinuidades por sua vez, mais propenso a viés. a equipe de mergulho.
superficiais, realizando um acompanha- • As indiretas: utilizam-se equipa- Os dois tipos de inspeção, realizam
mento periódico do estado geral das mentos operados remotamente (ROV), movimentos perfeitos ao navegarem
estruturas submergidas, com o objetivo que são os submarinos compostos por no fundo mar ou na superfície, gerando
de proporcionar maior segurança a con- câmeras, thursters (hélices dos propul- imagens em tempo real para um moni-
tinuidade operacional. sores do ROV), sensores, etc. tor. Podemos classificar tais imagens,
Existem dois tipos de inspeções visu- Todas as modalidades devem, prefe- em cinco tipos:
ais subaquáticas: rencialmente, ter um recurso de grava- • Classe 1: somente observação (Ins-
• As diretas: são realizadas por mer- ção em áudio e vídeo, além de um siste- peção Submarina);

Acervo: André Nicolau

20 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


• Classe 2: observação de coletas de peções de cascos de navios FPSO, con- Atualmente a Abendi têm quatro
matérias e transporte de pequenas fer- tribuindo para a melhoria de qualidade grandes escolas reconhecidas, as quais
ramentas; no atendimento proposto pelo cliente. são líderes no mercado subaquático por
• Classe 3: veículos para trabalhos Estes métodos proverão as informa- seu compromisso contínuo na qualida-
gerais com intervenção chamados de ções mais precisas embasadas nas con- de em seus serviços de formação, pro-
work class; dições externas (meio-ambiente), trei- porcionando assim, eficiência e eficácia
• Classe 4: tratores submarinos ou namento (qualificação do pessoal) e em seus processos, com profissionais
enterradores de cabos e linhas; usabilidade do equipamento necessá- treinados, qualificados e certificados.
• Classe 5: protótipos ou veículos rio para realizar uma inspeção dentro Nossas escolas passaram por um
usados na área militar.1 do proposto da análise das embarca- processo de validação, auditoria e su-
Além do Ensaio Visual, existem ou- ções, e, estes dados analisados, levarão pervisão técnica, cumprindo os requi-
tras técnicas aplicadas como: em consideração todos os parâmetros sitos e processos exigidos pela Abendi
• Inspeção por ACFM; apresentados dentro da ferramenta do para seu reconhecimento.
• Ultrassom – Medição de Espessura; diagrama, trazendo à luz a assertivida- • AGE Treinamentos (RJ);
• Ultrassom - Verificação da apare- de em solucionar os problemas ali per- • Kommandor (ES);
lhagem de medição de espessura de cebidos e resolvidos em meio à execu- • Senai (RJ);
parede para Inspeção Subaquática; ção da inspeção. • Solver Services (RJ).
• Partículas magnéticas — Avaliação Nos últimos cinco anos, as escolas re- Todos os profissionais certificados no
da aparelhagem para Inspeção Suba- conhecidas (OTs) da Abendi treinaram setor subaquático, passam inicialmente
quática; mais de 2.200 profissionais em técnicas por uma trilha de conhecimento: forma-
• Medição de Potencial Eletroquímico como: SM-PM-N2-YO, SM-EV-N2-G, ção, experiência, capacitação por nos-
– Inspeção Subaquática; SM-PE-N2-G, SM-US-N2-ME, SM-PM sas OT´s e por último, pelo processo
• Partículas Magnéticas – Inspeção -N2, SM-PE-N2 e SM-EV-N2-ROV, ge- de certificação, sendo um indicador de
Subaquática. rando compromisso, qualidade, segu- compromisso com a excelência e a bus-
O requisito básico da Inspeção Suba- rança e confiança de todo o setor su- ca pela melhoria contínua de todas as
quática é garantir que uma instalação ou baquático. áreas de atuação. u
equipamento seja capaz de efetuar as
suas funções de forma correta e segura.
Desta forma, verifica-se a necessidade
Acesse o QR Code abaixo e participe
de inspecionar todos os seus elementos Acesse o QR Code abaixo e verifique
do próximo Treinamento de Nive-
e acessórios frequentemente. todos os treinamentos que nossas
lamento de acordo com NA-001 e
Os critérios de aceitação básicos para escolas são reconhecidas
NA-003 - 25/9 a 30/10 (on-line)
a realização dessas inspeções são: a
certificação de seguro, que assegura a
confiabilidade e o laudo de segurança
estrutural, que visa evitar acidentes, pa-
radas operacionais e danos ao meio am-
biente. Os resultados das análises das
inspeções ajudam no desenvolvimento
de projetos futuros, evitando desta for-
ma, que novos erros não ocorram.2
Todas as técnicas aplicadas no setor 1
CHRIST, Robert D. The ROV Manual: a user guide for observation class remotely operated vehicles.
subaquático estão constantemente se Burlington: [Elsevier], 2017c. 305 p.
desenvolvendo ao longo do tempo, [6] DOF Subsea. Treinamento - Trainee ROV: conceitos e práticas - módulo básico. [Rio de Janeiro]:
DOF Brasil Serviços Ltda., [2016?]. Apostila em PDF, 148 p.
trazendo novos dados de lições apren- 2
NICOLAU, André Luiz. Intervenção Subaquática: Inspeção Visual Subaquática. [Rio de Janeiro],
didas nos projetos realizados nas ins- 2020. Apostila em PDF, 207 p.

abendi.org.br 21
Certificação

Minha edificante carreira na área de END e Inspeção


Iniciei minha carreira na área de ins- Ultrassom, o que foi excelente para o
peções há vinte anos, em uma peque- meu currículo, pois a partir dessa fase,
na e recém-inaugurada empresa de pude participar de grandes projetos de
inspeções em usinas de açúcar e álco- óleo e gás, eólica, hidroelétrica, mine-
ol, a Copertec Inspeções e Engenharia. ração e etc.
Eu frequentava uma vez por semana Por causa do trabalho em obras,
gratuitamente, para ajudar com os pude conhecer minha parceira de vida e
preparativos iniciais das inspeções, a hoje somos uma família com nossa lin-
fim de poder aprender Ultrassom, pois da bebê que nos traz muita felicidade!
não sabia do que se tratava, mas um Em 2018, após muito esforço, con-
amigo, irmão de um dos sócios, dizia quistei a certificação US N3 e, a partir
que era interessante. disso, novos e gratificantes desafios
Como eu era recém-formado em surgiram, o que vem contribuindo ain-
Marciel Amorim de Souza eletrotécnica, não tive muitas dificul- da mais para o meu crescimento pro-
SNQC 11604 dades de adaptação e devido a esse fissional.
LP N2 G conhecimento, fui levado a princípio, Mesmo assim, continuo exercendo
US N2 S2.1 / AE1
aos serviços de tratamento térmico e também atividades de N2 em uma
US N2 PA
US N3 acompanhamento de solda. A empre- metalúrgica tradicional de Piracicaba/
sa, embora pequena, tinha gestores SP, contribuindo também com o de-
muito experientes e capacitados que senvolvimento do sistema de controle
me forneceram toda a base profissio- de qualidade.
nal que utilizo até hoje. Aconselho a todos que desejam in-
Com o passar do tempo, fiz cursos gressar na área, que escolham um bom
nas OTRs e na Abend”e”. Fiquei sócio curso técnico na área metal mecânica e
e iniciei o processo de qualificação em conversem com vários profissionais de
Ultrassom, inclusive me lembro de que inspeção para orientações. Embora seja
cheguei a fazer empréstimo bancário e gratificante, são necessárias muitas re-
também com um dos sócios para cus- núncias de vida para alcançar objetivos.
tear o retreinamento para as provas Gratidão a Deus e a todos que de
práticas. alguma forma contribuíram nessa es-
Após alguns anos e por conta da mi- calada, em especial a Copertec (João
nha certificação, fui convidado para in- Osmar Corrêa e José Roberto Este-
tegrar o quadro da antiga NDT do Bra- vam), Rui (Abendi), Luiz F. Prolungatti
sil, que era referência em ensaios, com e Marcelo Salomão. Todos precisamos
novas tecnologias de inspeção por de mestres para nos guiar! u

Aconselho a todos que desejam ingressar na área, que escolham um bom curso técnico na
área metal mecânica e conversem com vários profissionais de inspeção para orientações.

22 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


abendi.org.br 23
Eventos

Estamos quase lá!


O Conaendi apresenta o melhor da inspeção industrial

O
Conaendi, em sua 39ª edição, traz temas importantes a
serem discutidos para o mercado de END e Inspeção. Con-
fira nas sessões que teremos, além de muitas outras no-
vidades! Você poderá acompanhar todos os movimentos do even-
to, acessando o nosso aplicativo e em tempo real! Te aguardamos!

O que você vai ver no Conaendi 2023?


Confira algumas sessões
Sessões confirmadas até o fechamento dessa edi-
ção: Energia; análise de falhas; metroferroviário;
Workshop Industria 4.0; RBI; INI; mineração, star-
tups de mineração; óleo e gás; integridade estrutu-
ral; materiais compósitos; construção civil; visão de Ricardo Caldeira, diretor da Abendi e
mercado/contratação de fornecedores; APIs e ma- coordenador da sessão inédita de mineração,
deira. Acesse o QR Code para mais informações impulsionou uma ação das startups desse setor

Empresas expositoras confirmadas até a data do fechamento dessa edilção.

24 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Atenção! Todos os inscritos no
Conaendi ganharão um minicurso EAD!
Ainda teremos mais de 60 trabalhos técnicos,
Tema: “Introdução ao TFM”
com os seguintes comitês: organizador; executi-
Ministrado por Geraldo Jr (Smart NDT).
vo-técnico e o científico.

abendi.org.br 25
Eventos

3ª edição do NDE Aerospace: a inspeção dos aviões evolui diariamente

Sempre reunindo os mais renomados es-


pecialistas na área de manutenção de aero-
naves, a 3ª edição do Fórum Aeroespacial
Internacional de Avaliação (NDE Aerospa-
ce) abordará temas como manutenção de
aeronaves, motores e turbinas em aspectos
fundamentais, destacando inspeção, auto-
mação, digitalização, monitoramento, visão
computacional, manutenção 4.0, descarbo-
nização, entre outros.

26 Revista Abendi n o 116


115 Agosto
Junho dede2023
2023
Caderno Segurança

Digitalização contínua em áreas classificadas


Por: 1Andre Frisch - Tradução: Bruno Visini

Novos padrões para Ethernet intrinsecamente segura-Ethernet-APL e muito mais!

A Ethernet industrial está assumindo da proteção IP. No setor de processos, I Div. 2 com os cabos FO mesmo em
um papel fundamental na digitalização o uso da Ethernet depende de várias Zona 0 e Classe I Div.1.
pronta para o futuro da automação de condições adicionais. Juntamente com
processos. Ainda hoje, soluções abran- os longos ciclos operacionais para sis- Ethernet intrinsecamente segura
gentes de comunicação de IP estão temas de controle distribuídos, dis- define novos padrões
disponíveis da sala de controle ao cam- positivos de campo e infraestruturas Embora as fibras ópticas com o tipo
po e até em áreas classificadas no setor instaladas, isso inclui proteção prática de proteção “op is” tenham sido usa-
de processos. No que diz respeito aos contra explosão, a fim de implementar das como solução há muito tempo,
padrões uniformes e interoperáveis, os redes até o nível do campo, incluindo aplicativos e usuários finais geralmen-
principais fabricantes e organizações qualquer área classificada. te exigem o uso de cabos de cobre em
continuam a impulsionar o desenvolvi- áreas classificadas. Por exemplo, a re-
mento de conceitos de Ethernet intrin- Várias opções de instalação até comendação Namur NE168 “Requisi-
secamente seguras, desempenhando zona 1 e classe I Div. 1 tos para um sistema de comunicação
um papel ativo na formação de novas Para interagir com as áreas classi- Ethernet em nível de campo” especi-
soluções de plataforma para a automa- ficadas remotas usando Ethernet, as fica o uso de cabos de dois fios para
ção industrial digital. fibras ópticas podem ser usadas para conectar dispositivos de campo. Para
O crescente volume de dados na au- estabelecer uma conexão. O cabea- isso, o tipo de proteção de “segurança
tomação de processos requer larguras mento FO sem interferência não re- intrínseca” tornou-se o padrão global
de banda mais altas e taxas de trans- quer aterramento ou blindagem de- estabelecido e comprovado em uso
ferência mais rápidas, a fim de monito- morados e permite a troca de dados para o setor de processos. Os padrões
rar e controlar os processos em tempo entre os sensores e atuadores, siste- sobre redes Ethernet interoperáveis e
real, o melhor possível. A crescente mas de E/S remotos e monitoramento intrinsecamente seguras de dispositi-
demanda por dados de diagnóstico e de câmeras com distâncias de vários vos e sistemas de campo estão abrin-
informações do dispositivo apresenta quilômetros. As potenciais fontes de do novas possibilidades na automação
requisitos adicionais. Como resultado, ignição são inibidas de acordo com de processos digitais. A proteção do
a importância das redes de Ethernet o tipo de proteção “op is”, conforme dispositivo oferecida pela seguran-
contínuas em todas as plantas indus- o IEC 60079-28, limitando a energia ça intrínseca, de acordo com a IEC
triais nunca foi tão grande. Com Ether- óptica no feixe de luz em uma exten- 60079-11, exige que a quantidade de
net/IP, Hart-IP, OPC UA e Profinet, uma são não ignitora. As instalações pro- energia dentro de um circuito seja limi-
gama de padrões foi estabelecida para tegidas dessa maneira também per- tada a uma extensão não ignitora, de
comunicação IP na tecnologia de pro- mitem a construção de anéis ópticos modo que as faíscas e os efeitos tér-
cesso. A Ethernet industrial se destaca com diagnósticos e funções de men- micos não podem atuar como fontes
de outras soluções por vários motivos, sagem convenientes, mesmo em áre- de ignição. Sistemas intrinsecamente
incluindo sua transmissão determinís- as classificadas. Para este propósito, seguros de Fieldbus, como o Profibus
tica de dados e componentes projeta- conversores de mídia e switches cor- DP, via RS485, são usados há muito
dos para serem robustos, com maior respondentes estão disponíveis para tempo para redesenhar os sistemas de
resistência à temperatura e aumento instalações em Zonas 1 e 2 e Classe E/S remotos, operação de terminal e

abendi.org.br 27
Caderno Segurança

equipamento de análise. Hoje, as ins- Rede de campo até Zona 0 e Classe de explosão de sistemas Ethernet in-
talações de Fieldbus intrinsecamente I Div. 1 trinsecamente seguros de dois fios e
seguras de dois fios com Profibus PA e Desde o ACHEMA 2021, as espe- é adequado para uso em campo até
Foundation FieldBus H1 são frequen- cificações Ethernet-APL estão dis- zona 0 de acordo com a ATEX e IE-
temente usadas para comunicação di- poníveis como uma solução dedicada CEX, e para instalações Div. 1 dentro
gital até o dispositivo de campo. para o uso de dispositivos de campo do escopo da NEC 500. Através do
As vantagens decisivas do tipo de intrinsecamente seguros de dois fios uso de parâmetros “ex i” padroniza-
proteção intrinsecamente segura in- na automação de processos. Essa tec- dos, dispositivos Ethernet-APL de
cluem o fato de que dispositivos intrin- nologia é baseada na camada física da uma variedade de fabricantes podem
secamente seguros são convenientes Ethernet de par única (SPE) 10base- ser interconectados sem a necessida-
e fáceis de manusear, porque o tra- -T1L de acordo com a especificação de de verificação de circuitos intrinse-
balho de modificação e manutenção IEEE STD 802.3CG-2019. O SPE usa camente seguros e sem precisar levar
em circuitos ou dispositivos intrin- condutores de dois fios para preencher em consideração os parâmetros do
secamente seguros podem ser reali- distâncias de até 1.000 metros com cabo dentro do contexto das condi-
zados em áreas classificadas. Como taxas de transferência de 10 Mbit/s ções especificadas para Ethernet-APL
o encapsulamento do invólucro não e, opcionalmente, para fornecer ener- ou 2-WISE. Para facilitar o máximo
é mais necessário, não são necessá- gia conectada com potência via PoDL possível a migração às instalações de
rios métodos de proteção morosos e (Linha de dados Power Over Data). Fieldbus existentes, os parâmetros de
caros, como o uso de invólucros com O Ethernet-APL é compatível com o segurança intrínsecos compatíveis são
proteção “d” ou “p”. Extensões e re- SPE, mas usa seu próprio conceito de especificados para o 2-WISE com a
paros podem ser realizados em equi- suprimento que difere do PoDL para Fisco; além disso, os cabos do Tipo A
pamentos “vivos” (trabalho quente) e dispositivos de campo, a fim de permi- Fieldbus podem continuar sendo usa-
os dispositivos podem ser adicionados tir o uso do tipo de proteção intrínseca dos. O conceito 2-WISE foi publicado
ou separados sem precisar desligar o de segurança. Para atender aos requi- como uma especificação técnica sob a
sistema ou partes do sistema (troca sitos da automação de processos, ne- designação IEC TS 60079-47 “Prote-
a quente). Sua excelente flexibilidade nhum conector SPE específico é usa- ção do equipamento por conceito de
faz do tipo de proteção intrínseca uma do, mas terminais padrão de parafuso Ethernet intrinsecamente seguro de 2
solução atraente para as redes Ether- ou mola. Os fabricantes e os principais fios (2-WISE)” desde março de 2021,
net em áreas classificadas também. SDO (organizações em desenvolvi- para que os dispositivos Ethernet-APL
Para desenvolver soluções futuras mento de padrões) colaboraram no possam ser certificados corretamente
para sistemas Ethernet interoperáveis desenvolvimento da Ethernet-APL pa- a partir de agora.
e intrinsecamente seguros, a R. Stahl ra garantir a compatibilidade com O Ethernet-APL permite o uso de vá-
colaborou com outros fabricantes em protocolos de comunicação Hart-IP rias topologias de instalação. Na topo-
dois grupos de trabalho. Ambos os (FieldComm Group, FCG), Ethernet/IP logia estrela, os switches Ethernet-AL
grupos de trabalho - o projeto da ca- (ODVA), OPC-UA (OPC Foundation) e com uma fonte de alimentação exter-
mada física e Ethernet (Ethernet-APL) Profinet (Profibus e Profinet Interna- na são conectados às redes Ethernet
e o grupo de trabalho da Ethernet tional, PI). padrão, como 100Base-TX ou –FX.
intrinsecamente seguro - desenvol- Com base no conceito FISCO com- Esses switches de campo, dependen-
veram padrões internacionais para a provado em uso, o conceito de prote- do de sua certificação, podem ser ins-
Ethernet intrinsecamente segura com ção contra explosão 2-WISE (2-Wire talados na zona 2, Div. 2 ou zona 1 e
base em tecnologias de 10base-t1l (10 Intrinsically Safe Ethernet) foi projeta- operam dispositivos de campo intrin-
mbit/s. Ethernet de 2 fios) e 100Base- do em conjunto com o DEKRA EXAM. secamente seguros na zona 1, zona 0
-TX (100 Mbit/Sec. Ethernet de 4 fios). O 2-WISE será usado para proteção ou Div.1. Esses dispositivos de campo

28 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Artigo

se comunicam e obtêm sua energia da”. O novo padrão 100BASE-TX-IS PTB usando a ferramenta ISpark. Isso
operacional dos spurs intrinsecamente fornece altas taxas de dados de 100 significa que o planejador não precisa
seguros de um switch de campo com Mbit/s para controle de processos, co- executar nenhum cálculo - a verifica-
uma distância no máximo de 200 m. A leta e análise de dados. A Ethernet de ção da segurança intrínseca é limitada
topologia estrela pode lidar com cer- quatro fios protegida contra explosão à documentação e ao documento de
ca de 250 dispositivos de campo por é completamente interoperável com proteção contra explosão necessário
rede, dependendo dos recursos do o padrão IEEE 802.3. Em combinação para a instalação.
controlador. Na topologia trunk-spur, com uma tecnologia front-end intrin- 100Base-TX-IS deve ser integrado
um switch APL fornece a rede (trunk) secamente segura e, se aplicável, iso- às séries padrão IEC 61158-2 “Redes
até aprox. 92 watts de potência. Os lamento galvânico, permite a conexão de comunicação industrial - especi-
switches APL que são instalados no de eletrônicos industriais convencio- ficações do campo - Parte 2: Especi-
campo e alimentados pelo trunk con- nais com o uso contínuo do contro- ficação da camada física e definição
vertem a energia fornecida em energia le de acesso à mídia (MAC) e PHY. de serviço” e IEC 61784 “Redes de
intrinsecamente segura e a distribuem Em contraste com o Ethernet-APL, o comunicação industrial” de maneira
através dos spurs. Ao colocar em cas- 100Base-TX-IS não fornece alimen- semelhante ao Intrinsecamente segu-
cata o switch campo APL, um total de tação por meio da rede. Além disso, ro FieldBus RS485-IS, que é frequen-
aproximadamente 50 dispositivos de o caminho de transmissão via cabos temente usado para a instalação de
campo “ex i” podem ser operados por CAT é limitado à distância Ethernet redes DP Profibus em áreas classifica-
rede APL em uma topologia de trunk- padrão de 100 metros. Para distâncias das. Os primeiros dispositivos 100Ba-
-spur. A R. Stahl apresentará seus significativamente maiores de até 30 se-TX-IS chegarão no mercado como
switches de campo Ethernet-APL para quilômetros, comutadores 100-BA- E/S remota da Zona 1 IS1+ da R. Stahl.
a instalação na Zona 2 e Zona 1 no se- SE-TX-IS e conversores de mídia com
gundo semestre de 2023. Esses dis- interfaces adicionais, por exemplo com Resumidamente
positivos também oferecem um modo o tipo de proteção “op is”, estará dis- A digitalização está mudando as in-
de operação para dispositivos PROFI- ponível em breve. Da mesma forma dústrias inteiras e será o fator decisivo
BUS PA por um PROFINET PA-Proxy que a Ethernet-APL, 100Base-TX-IS para a competitividade no futuro. Ain-
integrado, permitindo uma mistura de não requer verificação demorada da da hoje, soluções eficazes para redes
dispositivos de campo PA e APL em segurança intrínseca. Uma compa- IP de alta largura de banda em áreas
um switch de campo - uma solução ração dos participantes da rede para classificadas estão disponíveis para o
ideal para projetos de migração. determinar sua conformidade com o setor de processos. Com o Ethernet-
padrão subjacente é suficiente. Como -APL e 100Base-TX-IS, a R. Stahl está
Larguras de bandas altas e ótima os parâmetros auxiliares de uma ins- trabalhando ao lado de outras empre-
compatibilidade talação de 100Base-TX-IS são conhe- sas e organizações industriais para im-
Para terminais operacionais de rede cidos - exatamente dois participantes pulsionar o desenvolvimento de novos
IP, equipamentos de análise e sistemas (e, portanto, duas fontes de energia) padrões para a Ethernet intrinseca-
de E/S remotos que requerem larguras em uma conexão ponto a ponto via mente segura. As duas soluções são
de banda mais altas e mais potência, CAT 5/6/7 cabos a uma distância máx. completamente transparentes em re-
a R. Stahl trabalhou dentro do grupo 100 m – verificada e aceita geralmente lação aos seus protocolos de comuni-
de trabalho Ethernet intrinsecamente como segurança intrínseca pode ser cação, suportam Ethernet/IP, Profinet,
seguro para desenvolver uma versão obtida com base nos IEC 60079-25 OPC UA e Hart-IP e podem ser com-
intrinsecamente segura da Ethernet “sistemas elétricos intrinsecamente binadas de várias maneiras diferentes.
100base-TX amplamente usada, tam- seguros”. Para fins exemplares, isso Por exemplo, os dispositivos de campo
bém conhecido como “Ethernet rápi- já foi realizado e documentado pelo Ethernet-APL intrinsecamente segu-

abendi.org.br 29
Caderno Segurança

ros de dois fios podem ser conectados sitivos de campo não Ethernet à rede IECEX e NEC, bem como em tópicos
através fios de campo por um backbo- de controle. Além disso, a R. Stahl está futuros relacionados, como Namur
ne de 100base-tx-is, com os sistemas trabalhando ativamente no estabeleci- Open Architecture (NOA) e Open Pro-
de E/S da Zona 1 para conectar dispo- mento de padrões no campo da ATEX, cess Automation Forum (OPAF). u

Imagem 1: Ethernet industrial intrinsecamente segura forma a base para redes digitais integradas na automação de processos

Imagem 2: Mudanças não gerenciadas da série 9721 com quatro Imagem 3: Os sistemas de E/S remotos já suportam a transmissão Ethernet protegida
portas FX para fibra óptica para estabelecer uma infraestrutura contra explosão via conexão FO Ex “op is”
Ethernet rápida em áreas classificadas

30 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Artigo

Imagem 4: Especificação do novo padrão para Ethernet intrinsecamente segura

Imagem 5: Exemplo de topologia para o uso de Ethernet-APL em plantas


de processo

Imagem 6: Topologia para a rede 100Base-TX-IS IS e a remota


para Zona 1 IS1+

1
André Fritsch é gerente de produto sênior para tecnologias de remotas I/O, fieldbus e redes para áreas classificadas na R. STAHL GmbH. Ele começou em
1988, na empresa, e em 2005, assumiu a responsabilidade global pelo sistema Remotas I/O IS1+ da R. STAHL. André Fritsch já esteve envolvido no proje-
to Ethernet-APL, desde o início e participou dos grupos de trabalho para criação do “Guia de Engenharia Ethernet-APL e Marketing”. Além disso, é membro
dos comitês de marketing PI (PROFIBUS+PROFINET International), FCG (FieldComm Group) e também atuante no projeto NAMUR Open Architecture.

abendi.org.br 31
Capa

Inspeção Subaquática:
um mergulho nas incríveis atividades em alto mar
A certificação profissional é uma das principais formas de manter a segurança em um
trabalho que não permite erros
Alexandra Alves

Adobe Stock
P
or ser um grande produ-
tor de Petróleo, o Brasil
sempre ofereceu excelen-
tes oportunidades de tra-
balho no Setor Subaquático. Na Pe-
trobras, por exemplo, a necessidade
de mão de obra qualificada, no sen-
tido de dar suporte operacional às
suas instalações nos campos de pro-
dução em alto mar, é constante, seja
em plataformas fixas ou nos navios
FPSO (Floating, Production, Stora-
ge and Offloading) e FSO (Floating,
Storage and Offloading), para a pro-
dução de petróleo em águas profun-
das e ultra profundas. Nas páginas
a seguir, a revista Abendi apresenta
um pouco da história desse segmen-
to de trabalho, confrontando com a
realidade atual, a partir das experi-
ências de quem vive essa rotina em
diferentes aspectos... acompanhe...

32 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Um pouco de história da área
Por Umberto Tomasi - Inspetor Subaquático Nível 3 e instrutor de mergulho

Depois da segunda guerra mundial, sua produção através da instalação de ções e a garantia da continuidade ope-
desencadeia-se uma crise do petróleo sistemas antecipados e de plataformas racional, segurança para as pessoas
provocada pelo embargo dos países fixas de produção de petróleo e mais re- que as operam e a segurança ao meio
membros da OPEP. A crise foi desen- centemente de navios FPSO (Floating, ambiente.
cadeada num contexto de déficit de Production, Storage and Offloading) e Na década de 1980, a Petrobras
oferta com o início do processo de na- FSO (Floating, Storage and Offloading) através da sua gerência de qualifica-
cionalizações e de uma série de con- para a produção de petróleo em águas ção de pessoal – SEQUI, desenvolveu
flitos envolvendo os produtores ára- profundas e ultra profundas. os primeiros sistemas de qualificação
bes da OPEP. Os preços do barril de Estas estruturas, dependendo da de pessoal em Inspeção Subaquática
petróleo atingiram valores altíssimos, sua localização, podem alcançar pro- (que na época era denominada inspe-
chegando a aumentar até 400% de fundidades de centenas e milhares de ção submarina), baseados nos sistemas
outubro de 1973 a março de 1974. metros (FSO/FPSO), sofrem esforços e já desenvolvidos e utilizados no CSWIP
O primeiro choque do petróleo em condições ambientais extraordinários, – Certification Scheme for Personnel
1973 (houve outro em 1979), afetou entre outros, fadiga dos materiais oca- para a certificação de pessoal na área
duramente a economia dos países de- sionada por esforços cíclicos das ma- subaquática principalmente para as
pendentes do petróleo árabe, entre rés, ventos, ondas, correntes maríti- instalações do mar do norte.
eles o Brasil. mas além da fragilização dos materiais Por tratar-se de sistema de qualifi-
Com o objetivo de reduzir a depen- ocasionada por baixas temperaturas cação da empresa, destinava-se ex-
dência do petróleo importado e obter a em grandes profundidades. clusivamente a funcionários de em-
autossuficiência na produção de petró- Portanto devem ser frequentemente presas prestadoras de serviço por ela
leo, a exploração offshore foi intensifi- inspecionadas, obedecendo a critérios contratada. Os candidatos deviam ser
cada e descobertas as bacias petrolífe- determinados por normas técnicas obrigatoriamente mergulhadores pro-
ras de Campos e do Nordeste (Sergipe, emitidas por autoridades classificado- fissionais formados, comprovar es-
Alagoas e Rio Grande do Norte). ras. As inspeções têm como objetivos colaridade, experiência profissional e
Com a descoberta de campos de principais, o aval das sociedades clas- acuidade visual, cumprir treinamento
petróleo naquelas bacias, teve início a sificadoras para o seguro das instala- de acordo com as normas da empresa

FPSO FSO

abendi.org.br 33
Capa

e serem submetidos aos exames teóri-

Acervo: André Nicolau


cos e práticos. Uma vez tendo supera-
do as etapas descritas, o candidato era
qualificado e incluído em uma relação
de pessoal qualificado da Petrobras.
As técnicas para as quais os candi-
datos podiam ser qualificados eram:
• Inspeção Visual.
• Medição de Espessura por Ultrassom.
• Medição de Potencial Eletroquímico.
• Inspeção por Partículas Magnéticas.
O inspetor qualificado para inspe-
ção visual poderia ainda ser habilita-
do através de exames práticos para
efetuar fotografia e televisionamento
submarinos. Lembrando que na épo- Medição de Espessura com Mergulhador
ca, utilizavam-se câmeras fotográficas
com filmes e o televisionamento era efe- O potencial eletroquímico é parâme- pos/SP e as provas submersas nas
tuado com câmeras filmadoras acon- tro fundamental para assegurar que instalações do SEQUI localizadas no
dicionadas em caixas estanques. uma estrutura submersa ou enterrada terminal da Petrobras em Angra dos
Posteriormente foi incorporado o en- está devidamente protegida contra a Reis/RJ, onde há uma pequena plata-
saio por ACFM – Alternating Current corrosão através dos mecanismos de forma metálica instalada junto ao píer,
Field Measurement e mais recente- proteção aplicados. em profundidade de 10 a 12m. A plata-
mente a inspeção por ROV – Remotely A inspeção por Partículas Magné- forma era utilizada também para pes-
Operated Vehicle. ticas tem por finalidade encontrar e quisas de corrosão e outras da área de
Na inspeção através de ROV, não é acompanhar a evolução de trincas engenharia submarina da Petrobras.
exigido que o profissional seja mergu- principalmente de fadiga nas estru- Com o objetivo de disseminar as
lhador profissional uma vez que a ins- turas. As trincas de fadiga são oca- qualificações para o mercado, foi cria-
peção é feita através de câmeras ins- sionadas por esforços cíclicos (marés, da uma comissão, constituído por pes-
taladas no veículo orientado até o local ondas, correntes, vento), entre outros. soas com notório saber sobre o assun-
da inspeção. A inspeção por ACFM objetiva en- to para migrar o sistema da Petrobras
O Ensaio Visual objetiva a detecção contrar e dimensionar especificamente para a Abendi. Com isso, qualquer
de descontinuidades e ocorrências visí- trincas de fadiga nas estruturas. Esta profissional que cumprisse os pré-re-
veis a “olho nu” tais como: trincas, ras- técnica tem a característica de dimen- quisitos, independentemente de estar
gos, amassamento, corrosão, desgaste sionar o comprimento e a profundida- sob contrato com a Petrobras, poderia
de anodos de sacrifício, assoreamento, de das trincas e não necessita que o submeter-se ao processo de qualifica-
danos em revestimento entre outras. inspetor seja mergulhador profissio- ção, além de sistematizar o processo
Trata-se de um profissional cujo conhe- nal. O mergulhador apenas conduz tornando-o compatível com as normas
cimento é extenso uma vez que abran- uma sonda na superfície em inspeção internacionais de qualificação e certifi-
ge uma vasta gama de possibilidades. e o inspetor acompanha o ensaio na cação de pessoal.
O ensaio de Medição de Espessura superfície observando a evolução dos Faziam parte do comitê, engenheiros
por Ultrassom tem por finalidade, ve- sinais na tela de um computador, note- e técnicos da Petrobras, da Abendi, do
rificar se as estruturas mantem suas book ou do próprio equipamento. SENAI, mergulhadores e pesquisado-
características conforme os parâme- Os exames eram aplicados em dois res entre outros.
tros de espessura dos materiais para locais. As provas emersas nas instala- Em 2008, o SNQC – Sistema Nacio-
as quais foram projetadas. ções do SEQUI em São José dos Cam- nal de Qualificação e certificação para

34 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Inspeção Subaquática foi concluído e

Acervo: André Nicolau


aconteceu o primeiro processo de qua-
lificação de inspetores agora denomi-
nados Inspetores Subaquáticos.
Nesta ocasião, os locais onde se de-
senvolviam os exames continuavam
sendo a Petrobras/SEQUI em São José
dos Campos/SP, para as provas teóri-
cas e práticas emersas e a plataforma
em Angra dos Reis/RJ, para as provas
práticas submersas. A Petrobras/SE-
QUI tornou-se um centro de qualifica-
ção vinculado à Abendi, como presta-
dor de serviços.
Um marco produto deste processo
de migração, foi o documento Aben-
di NA-003. Este documento norma-
liza todo o processo de qualificação
de pessoal em Inspeção Subaquática,
abordando em linhas gerais os pré
Medição de Espessura com Mergulhador
requisitos de escolaridade, experiên-
cia profissional, saúde, programas de
treinamento, sistemática para quali-
ficação e certificação, atribuições do
inspetor, etc. O documento é público e
pode ser consultado no site da Abendi.
Foi criado também um comitê suba-
quático que prossegue em atividade
com reuniões periódicas para análise e
soluções de novos desafios e cenários.
Em 2015, com Petrobras sinalizou
que face à alteração dos seus objeti-
vos não mais atuaria centro de qualifi-
cação. Desta forma, foi necessário de-
senvolver novo centro para as provas
submersas.
O SENAI/IST/SOLDA no Rio de Ja- Plataforma da Petrobras em Angra dos Reis/RJ
neiro escola tradicional na formação
de mergulhadores profissionais foi en-
tão escolhido para abrigar o centro de e específico) a Abendi tem uma progra- vantagens para o sistema, entre elas a
qualificação de pessoal em Inspeção mação anual de aplicação destes exa- localização no bairro do Maracanã Rio
Subaquática, tendo os exames teóri- mes em vários estados do Brasil. de Janeiro, disponibilidade de todos os
cos e práticos emersos migrado para No SENAI são aplicados os exames recursos e infra estrutura, não depen-
a Abendi/SP e os exames submersos submersos de Partículas Magnéticas dência de condições operacionais que
para o SENAI/IST/SOLDA. Observa-se e Visual. A migração dos exames sub- ocorriam com certa frequência no ter-
que quanto aos exames teóricos (geral mersos para o SENAI trouxe muitas minal da Petrobras.

abendi.org.br 35
Capa

Atualmente, existe uma tendência


de que as Inspeções Subaquáticas se-
jam efetuadas através de ROV’s – Re-
motely Operated Vehicles.
A grande quantidade de empresas
contratadas para a execução de ins-
peções utilizando este recurso trouxe
novos desafios para o setor:
1) Desenvolver processos de qualifi-
cação de pessoal específicos para ROV
nas técnicas de Medição de Espessura
por Ultrassom, Medição de Potencial
Eletroquímico e Ensaio Visual;
2) Examinar uma grande quantidade
de pessoal e curto espaço de tempo. Candidato ao exame de qualificação em preparação para o Mergulho
A Abendi juntamente com o comitê
subaquático, desenvolveu os proces- dedicados 15 dias para a aplicação
sos de qualificação para Inspetores de exames completos e reexames de
Subaquáticos ROV, inicialmente para medição de Espessura por Ultrassom,
Medição de Espessura por Ultrassom Medição de Potencial Eletroquímico e
e Medição de Potencial Eletroquímico Ensaio Visual.
e posteriormente para Ensaio Visual. A empresa DOF, ofereceu suas ins-
Na inspeção visual subaquática atra- talações nas quais disponibiliza salas
vés de ROV, o inspetor fica na superfí- aprovadas pela Abendi onde os exa-
cie e o veículo (ROV) se movimenta em mes práticos e teóricos são aplicados.
torno da estrutura a ser inspecionada Os exames acontecem em regime de ROV
proporcionando as imagens através mutirão e todas as empresas envolvi-
das quais o inspetor fará a inspeção das foram convidadas a participar. Des- de prova por candidato se forem gastos
em um monitor de vídeo. ta forma, consegue-se aplicar em torno todos os tempos previstos.
Nos Ensaios de Medição de Poten- de 100 exames por período de 15 dias. Exame de Medição de Potencial Ele-
cial Eletroquímico e Medição de Es- Para dar uma ideia da dimensão troquímico: Um exame teórico geral
pessura por Ultrassom, os sensores destes eventos, cada candidato faz os com 40 questões de múltipla escolha
são instalados no ROV (semi célula de seguintes exames por técnica: com a duração prevista de 80 minutos,
Hg/HgCl para potencial eletroquímico Exame de Ensaio Visual: Um exame um exame específico com 20 questões
e transdutor para medição de espes- teórico geral com 40 questões de múl- e duração prevista de 60 minutos e um
sura) que coletam os dados e enviam tipla escolha com a duração prevista de exame prático com duração prevista de
para a superfície onde serão tratados 80 minutos, um exame específico com 90 minutos, fazendo um total de quatro
e analisados pelo inspetor. 20 questões e duração prevista de 60 horas de prova por candidato se forem
Para dar vazão à grande demanda de minutos, um exame prático de termi- gastos todos os tempos previstos.
inspetores qualificados como inspeto- nologia de descontinuidades em soldas Exame de Medição de Espessura por
res ROV, a Abendi em conjunto com com duração prevista de 30 minutos, Ultrassom: Um exame teórico geral
as empresas prestadoras de serviços, um desenho técnico com duração pre- com 40 questões de múltipla escolha
optaram por deslocar toda a infraes- vista de 90 minutos e um exame de com a duração prevista de 80 minutos,
trutura necessária à aplicação dos exa- análise de uma coleção com fotografias um exame específico com 20 questões
mes ROV para Macaé/RJ, onde desde com duração de 60 minutos, fazendo e duração prevista de 60 minutos e
setembro de 2022 mensalmente são um total de cinco horas e 20 minutos um exame prático com duração pre-

36 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


vista de 60 minutos, fazendo um total rios de trabalhos executados e exames perdas operacionais e acidentes am-
de duas horas e quarenta minutos de de recertificação. bientais / humanos.
prova por candidato se forem gastos A Inspeção Subaquática evolui cons- Inicialmente as atividades eram
todos os tempos previstos. tantemente. A Abendi em conjunto com executadas por mergulhadores, po-
No exame de qualificação em ensaio as empresas e os profissionais e atra- rém com a exploração de petróleo em
visual subaquático com mergulhador, vés das reuniões periódicas do comi- águas profundas, a utilização de seres
além das cinco horas e vinte minutos tê subaquático, discute novas formas, humanos se tornou inviável e vimos
descritos, o candidato faz também o técnicas e soluções visando sempre a crescer a indústria do ROV.
exame submerso. Este exame é cons- otimização dos processos de qualifica- Para falar sobre a Inspeção Suba-
tituído por uma etapa onde o candidato ção e a sua qualidade. quática com o ROV, devemos voltar
inspeciona um corpo de prova submer- até às origens e falar sobre a história
so no tanque de mergulho do SENAI, A Inspeção Subaquática e o ROV da própria atividade subaquática de
etapa esta que tem uma duração pre- uma forma geral.
vista de duas horas e trinta minutos e O ambiente marinho é reconheci-
uma etapa onde o candidato consolida do por ser um meio muito agressivo e História
e registra todas as informações e me- corrosivo. A corrosão acontece por ca-
didas colhidas durante o mergulho em racterísticas do ambiente, do próprio As atividades subaquáticas têm uma
um relatório escrito. Esta etapa tem a material ou pelo uso do equipamento. longa história que remonta a milhares de
duração prevista de cinco horas e trinta Os processos corrosivos ocasionam anos, com os seres humanos explorando
minutos. O candidato a inspetor suba- alterações indesejáveis que são alta- e interagindo com o mundo subaquático
quático em ensaio visual com mergulho mente prejudiciais para qualquer equi- de diversas maneiras. No início, as ati-
(método direto) dispende além da car- pamento. Quando este equipamento vidades subaquáticas eram realizadas
ga horária (mínima) prevista na norma está instalado em ambientes muito principalmente para fins de sobrevivên-
de qualificação NA-003 de 96 horas, agressivos, como é o caso da água sal- cia, como pesca e coleta de alimentos.
mais 13 horas e 20 minutos com os gada, a corrosão passa a ter um efeito No entanto, ao longo do tempo, as
exames teóricos e práticos. muito significativo para a integridade atividades subaquáticas evoluíram
Desde a migração do sistema para a dessas instalações. para uma forma de lazer, pesquisa
Abendi, foram aplicados 747 exames A deterioração prematura do material científica e exploração.
nos métodos de ROV, sendo 432 pro- de uma estrutura marítima, pode afetar A invenção do escafandro de mergu-
fissionais qualificados e 1.670 exames a sua vida útil ou então gerar pontos de lho por Augustus Siebe em 1819 foi um
nos métodos convencionais (com mer- concentração de tensões que podem marco importante nas atividades suba-
gulhador), sendo qualificados 791 pro- levar o material à fadiga, ocasionando quáticas. O escafandro permitia que
fissionais. Em sua maioria os profissio- danos materiais vultosos, danos am- os mergulhadores explorassem águas
nais buscam a qualificação em mais de bientais ou danos pessoais irreparáveis. mais profundas e permanecessem sub-
um método. Além da verificação dos processos mersos por períodos mais longos.
Desta forma, a Abendi busca aten- corrosivos, também se faz importan- Durante o século XIX, as atividades
der ao mercado tendo em vista sem- te verificar os equipamentos de uma subaquáticas se expandiram com o
pre a confiabilidade dos processos e forma geral, identificando possíveis desenvolvimento de tecnologias como
com a garantia de que os profissionais ocorrências e descontinuidades que o capacete de mergulho e o traje seco.
qualificados estão realmente capacita- podem comprometer a segurança e A exploração marinha e a arqueologia
dos para as funções para as quais fo- operacionalidade das instalações. subaquática também ganharam des-
ram certificados. Portanto, a necessidade básica de taque nessa época.
O profissional qualificado deve com- uma Inspeção Subaquática é garantir O século XX trouxe avanços signi-
provar a cada período de cinco anos que uma instalação ou equipamento ficativos nas atividades subaquáticas,
que mantém a sua competência na re- esteja em condições seguras e corre- com o desenvolvimento do mergulho
alização dos ensaios através e relató- tas de uso, evitando assim quebras, autônomo, introduzindo os regulado-

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res de demanda e os cilindros de ar lhadas em cascos de navios, pontes e remotamente (ROVs) equipados com
comprimido. Isso permitiu que mergu- outras estruturas submersas. câmeras e sensores especializados.
lhadores explorassem profundidades Com o passar do tempo, a tecnologia Então, o ROV que surgiu como um
maiores e se aventurassem em locais avançou e permitiu o desenvolvimen- coadjuvante, para acompanhar as
mais remotos. to de ferramentas específicas para a operações de mergulho, passou a divi-
O grande marco no Brasil foi o cres- Inspeção Subaquática, como câmeras dir as atenções, quando começaram a
cimento do mercado de óleo e gás e o fotográficas e de vídeo acopladas a es- surgir trabalhos específicos realizados
surgimento da Petrobras, que desen- cafandros e trajes de mergulho. somente por veículos remotos.
volveu as atividades de mergulho raso, Então chegou o crescimento da Hoje, o ROV é o grande protagonis-
profundo e de ROV no país. indústria do petróleo e gás e o mer- ta. Há um declínio nas atividades com
gulho comercial tornou-se uma parte mergulho profissional offshore no Bra-
Mergulho x ROV importante da Inspeção Subaquática. sil e no mundo – impulsionado com a
Mergulhadores profissionais come- preocupação associada aos riscos hu-
As primeiras formas de Inspeção Su- çaram a utilizar equipamentos espe- manos inerentes à própria atividade de
baquática datam de tempos antigos, cializados e técnicas avançadas para mergulho - ao mesmo tempo em que
onde mergulhadores utilizavam técni- inspecionar infraestruturas submari- há um aumento de demanda para os
cas simples, como segurar a respiração nas, como plataformas de petróleo e serviços com o ROV.
e realizar inspeções visuais em estrutu- gasodutos. Atividades que há 10 anos eram ex-
ras submersas, como cascos de navios. Com o desenvolvimento de tecnolo- clusivas do mergulho e impensáveis
Com o advento do mergulho com gias mais avançadas, o Brasil adotou para o ROV, hoje são solicitadas nor-
equipamentos como o escafandro e o sistemas de Inspeção Subaquática não malmente nos contratos da Petrobras
traje seco, os mergulhadores come- apenas com mergulhadores, mas tam- com as empresas que oferecem esse
çaram a realizar inspeções mais deta- bém com o uso de veículos operados tipo de serviço.

O ROV e a Inspeção Subaquática


Por Alex Beck - Gerente de Operações da Fugro Brasil e Inspetor N3 e responsável técnico da área de Inspeção Subaquática

De uma forma resumida, podemos zes de trabalhar em diversas profundi- que profissionais atuantes nessa área
dizer que existem cinco tipos de ROV: dades, desde a ZVM (zona de variação dessem entrada nos processos de cer-
• Classe 1: Observação (Eye ball) de maré) até profundidades ultra pro- tificação em Medição de Espessura e
Classe 2: Observação e transporte de fundas – 3.000 metros ou mais. Desde Potencial Eletroquímico, antes restrito
pequenas cargas (Work ball) sempre os Ensaios Não Destrutivos aos mergulhadores.
• Classe 3: Trabalhos gerais e interven- eram realizados pelo ROV, mas de uma Em 2020 os processos para qualifi-
ções (Work Class) maneira “informal”, devido à impossibi- cação em Ensaio Visual foram libera-
• Classe 4: Tarefas especiais (e.g. lidade de inspetores qualificados para dos e esse método somou-se aos dois
Trenchers - Tratores submarinos ou en- atendimento às normas pertinentes. iniciais, tornando-se o combo desejado
terradores de cabos) A grande virada de chave da Inspe- por todos os profissionais da área.
• Classe 5: AUVs e protótipos ção Subaquática com o ROV ocorreu a Atualmente, existem cinco métodos
Cada um deles é utilizado para tipos partir de 2018, quando a Abendi revi- de Ensaios Não Destrutivos que um
de atividades específicas, que variam sou a norma de qualificação e certifica- profissional da área subaquática pode
das mais simples até às mais avança- ção de pessoas para o setor subaquáti- se qualificar, quatro deles já liberados
das e à depender do modelo, são capa- co, a NA003 e a partir dali, possibilitou para os profissionais de ROV:

38 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


• Partícula Magnética – É um ensaio sempre o primeiro ensaio a ser reali-

Acervo: André Nicolau


exclusivo para as atividades de mergu- zado em qualquer tipo de material ou
lho. O ensaio por Partículas Magnéticas componente.
é largamente utilizado nas indústrias Embora essa técnica seja limitada à
para detectar descontinuidades super- detecção de descontinuidades superfi-
ficiais e subsuperficiais, até 3mm de ciais e visíveis a “olho nu”, se aplicada
profundidade, em materiais ferromag- antes, durante e após as diversas fa-
néticos fundidos, forjados, soldados, ses de montagem de uma peça e pode
laminados, extrudados, trefilados, usi- reduzir sensivelmente a incidência de
nados e etc. descontinuidades, que só viriam a ser
• ACFM - A técnica ACFM (Alterna- detectadas após a aplicação dos En-
ting Current Field Measurement - Medi- saios Não Destrutivos convencionais.
ção de Campo por Corrente Alternada) De acordo com a NA003, os inte-
é um método eletromagnético que foi ressados a certificação precisam fazer
desenvolvida para detectar e dimensio- um curso preparatório com um Inspe-
nar defeitos que aflorem à superfície de tor Nível 3, onde receberão todo o co-
inspeção em diferentes materiais (con- nhecimento técnico teórico e prático
dutores elétricos) com revestimentos necessários para realizar os exames de Partícula Magnética
de diversas espessuras. qualificação, além de atenderem alguns
Ainda não é tão comum nas opera- pré-requisitos de saúde, experiência e Para o futuro, só podemos pensar
ções de ROV, devido às complexidades escolaridade. que não há limite para o avanço tec-
e dificuldades em associar os equipa- nológico. Acredito que novas tecnolo-
mentos da técnica com os ROVs. Presente e Futuro gias se juntarão às técnicas existentes
• Medição de Espessura por Ultras- e cada vez mais veremos atividades de
som - Caracteriza-se como um Ensaio Como pode ser visto, a Inspeção inspeção utilizando análise de dados,
Não Destrutivo que utiliza ondas mecâ- Subaquática com ROV é algo extre- inteligência artificial e realidade virtual.
nicas com o objetivo a detecção da per- mamente recente, os profissionais do A análise de dados subaquáticos é
da de espessura decorrente de um pro- setor começaram a se qualificar há uma tendência emergente na Inspeção
cesso corrosivo ou abrasivo nos mais poucos anos. E ainda é uma realidade Subaquática. Através do uso de algo-
variados tipos ou formas de materiais distante de alguns, muitos ainda não ritmos de inteligência artificial e apren-
ferrosos ou não ferrosos, verificando têm conhecimento sobre o assunto. dizado de máquina, os dados coletados
também as condições da estrutura em O desafio atual é difundirmos cada durante as Inspeções Subaquáticas
relação ao projeto. vez mais os conceitos da Inspeção Su- podem ser processados e analisados
• Medição de Potencial Eletroquími- baquática para todo o setor - lidera- para identificar anomalias, padrões e
co - É de fundamental importância para dos pelos inspetores N3 para garantir tendências. Isso ajuda na detecção pre-
uma estrutura marítima submersa. É por a confiabilidade da informação e trei- coce de danos ou deterioração em es-
intermédio desse teste que se determi- namentos - e conseguirmos qualificar truturas submersas.
na o potencial da estrutura em relação todos os profissionais necessários para Tecnologias como a realidade virtual
ao meio corrosivo (água do mar) com a as demandas existentes. e a realidade aumentada estão sen-
finalidade de avaliar a condição do ma- O mercado de ROV está bastante do aplicadas na Inspeção Subaquática
terial metálico, ou seja, se ele está numa aquecido e demonstra que continuará para melhorar a visualização e a inte-
zona de proteção ideal, em processo em crescimento nos próximos anos, ração com os dados coletados. Isso
corrosivo ou de superproteção. então há muito espaço para quem for permite aos operadores e especialistas
• Ensaio Visual - É uma técnica de dessa área buscar as qualificações e se examinar estruturas subaquáticas de
inspeção mais antiga dentro das ativi- tornar profissionais diferenciados e dis- forma mais imersiva e facilita a tomada
dades realizadas no setor industrial. É putados pelas empresas. de decisões.

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Uma área de muitos desafios


Por Reinaldo Cantuaria - Nível 3 na Área Subaquática e gerente geral de operações da SISTAC SISTEMA DE ACESSO

Iniciei minha vida profissional em 1978 a utilização de vídeos diretos, nesta A identificação do objetivo era um
no SENAI Volkswagem, São Bernardo época para ter uma imagem subaquá- capítulo à parte, usávamos uma placa
do Campo/SP, curso de três anos, onde tica utilizávamos uma câmera de vídeo plástica perfurada e tínhamos letras e
tivemos a oportunidade de caminhar por ou máquina fotográfica, dentro de uma números de plástico para poder dar
várias áreas de atuação como ferramen- caixa estanque, onde tudo era muito rastreabilidade ao objetivo fotografado.
taria, estampagem, moldes, fundição, improvisado, mais dava certo (ver foto Deveria constar na placa: localização,
metrologia e desenvolvimento de novos à esquerda abaixo). data, objetivo, número SNQC do inspe-
produtos como modelador de protóti- Os equipamentos de inspeção ainda tor, etc... imaginem o trabalho que dava.
pos. sendo este último a minha escolha. não eram totalmente apropriados para Hoje o profissional inspetor em ensaio
Durante este curso tive oportunidade uso subaquático, portanto estes equi- visual tem recursos mais modernos e
de ter contato com a técnica de LP (Líqui- pamentos eram todos encapsulados. As não demanda de tantas estratégias pa-
do Penetrante). Na época, eu era muito fotos precisavam ser reveladas a bordo ra capturar uma imagem. As imagens
novo e observava alguns técnicos es- e isso era realizado utilizando-se um “kit geradas são muito nítidas e de muita pre-
trangeiros com aquele “spray mágico”. de revelação”, com uma câmara escura, cisão podendo ser transmitidas em tem-
Entre os anos 1985 e 1986, por influ- feito pelo próprio inspetor subaquático. po real e analisadas.
ência de alguns amigos, resolvi fazer um A técnica de inspeção visual (Ensaio Em 1988, fiz meu primeiro curso na
curso de mergulho profissional no Cen- Visual), incluía nas suas atribuições, Abendi com o professor Akira Saka-
tro de Instrução e Adestramento Al- técnicas para utilização de máquina fo- moto, de Partícula Magnética emersa,
mirante Attila Monteiro Aché, Rio de Ja- tográfica, incluindo a revelação e pro- ministrado dentro das instalações da
neiro/RJ, curso ministrado pela Marinha dução de vídeos. Durante o mergulho, o Abendi. Foi um curso maravilhoso tan-
do Brasil. profissional devia saber controlar todo to pelo conteúdo como pela didática do
Assim que concluí o curso, consegui o ambiente, os equipamentos de foto- professor. que não se cansava em repe-
uma colocação no mercado offshore co- e vídeo, incidência da luz e a identifica- tir, explicar e demonstrar como obter os
mo mergulhador profissional e tive o pri- ção do evento. Muitas destas fotos ain- melhores resultados.
meiro contato com as técnicas de Ins- da podem ser encontradas no banco de Entre 1999 e 2000, iniciei os meus pro-
peção Subaquática. análise fotográfica da Abendi. Nada era cessos de certificação de Inspeção Suba-
A inspeção visual era realizada sem muito fácil, mais era bem divertido. quática para as técnicas: Ensaio Visual; Imagens cedidas por: Gleiber Raniere

40 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


Potencial Eletroquímico; Medição de Es- çote de Ultrassom para Medição de Es- tanto para as empresas, como para
pessura de Parede e Partícula Magnética. pessura de uma estrutura ou acessório. profissionais que queiram iniciar suas
Nesta época, as provas práticas eram Hoje, atuo como N3 na área subaquá- carreiras. Estar certificado auxilia na
feitas na PPL 1, uma pequena platafor- tica e sou gerente geral de operações manutenção do emprego, melhores sa-
ma instalada em Monsuaba, no terminal da SISTAC SISTEMA DE ACESSO, em- lários e reconhecimento.
de Angra dos Reis/RJ. presa que atua na área de mergulho, As empresas do ramo subaquático
Nesta fase, conheci o professor Orlan- ROV e escalada. estão precisando de profissionais cada
do Lapa, que nos acompanhava em todo A SISTAC hoje conta com 140 cola- vez mais ecléticos, como por exemplo,
processo de qualificação e certificação, boradores certificados, e dentro deste mergulhadores inspetores com cur-
onde o apoio era total. Inclusive, conto número, somam um total de 348 quali- so de pilotos de ROV ou os pilotos de
com a amizade dele até os dias de hoje, ficações. Assim como a SISTAC há um ROV com curso de inspetores. Tam-
e posso afirmar que ele ainda é fonte de universo de empresas trabalhando na bém são necessários para o mercado,
consulta para muitos no mercado. atividade de inspeção e criando centros profissionais que consigam conduzir
Já se passaram muitos anos e o mer- de treinamentos próprios para manter uma inspeção, criar os registros e ava-
cado evoluiu com novas técnicas, novos suas equipes treinadas e atualizadas. liar a conformidade da estrutura ou
recursos e exigências. acessório.
No passado, a certificação no setor Futuro O futuro do mercado está em equi-
subaquático era exclusiva para mergu- pamentos autônomos que sejam ope-
lhadores, hoje, podemos também certi- Consigo enxergar que o mercado de rados 100% de terra e monitorados por
ficar profissionais para o setor de ROV, garantia da integridade é promissor, profissionais altamente capacitados.
nas técnicas abaixo:
• Medição de Potencial Eletroquímico;
• Medição de Espessura de Parede por
Ultrassom;
• Inspeção Visual .
Isto só foi possível com os avanços
tecnológicos dos veículos, pois conse-
guem fazer uma excelente limpeza da
área a ser inspecionada, possibilitando
a captura de imagem em Full HD ou
mesmo com acoplamento de um cabe- Equipamento executando limpeza acoplado ao ROV / Elo limpo

A certificação profissional é determinante para a segurança do


trabalho
Por Monique Wenceslau - Mergulhadora e Inspetora Subaquática

Tenho 20 anos de experiência, atuan- vios), e no inshore (estaleiros, portos, usi- mar, por ser surfista desde criança, eu
do na indústria em operações de mer- nas, píeres, etc). Tive a ideia de ingressar queria uma profissão envolvida com o
gulho no offshore (plataformas e na- na área porque já era muito ligada ao oceano. Justamente no momento em

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Capa

que estava fazendo cursinho pré-vesti-


bular, soube a respeito da profissão de
mergulho e decidi segui-la. Estava de-
cidida, fiz o curso no Senai Macaé/RJ,
e me formei. Daqui em diante, preparei
tópicos para ajudar o leitor, a descobrir
se esta carreira combina com você:

Passo a passo

Existe um pré-requisito de uma prova


prática para inscrição.
O curso é dividido em teoria e práti-
ca, com muitos exercícios na água , que
demandam bom preparo físico e aqua-
cidade.

Mercado

O mercado deu uma desacelerada


em 2020, e começou a reaquecer ano
passado. Várias obras portuárias im-
portantes que estavam paradas, volta-
ram. Hoje, com a retomada do petróleo
nacional e o aumento das importações
e exportações, fez com que o mergulho
comercial fosse novamente requerido. O mar sempre foi um sonho para Monique
No setor offshore houve uma reto-
mada dos contratos que estavam con-
gelados.

Como me vejo cimento e habilidades técnicas e futu-


ramente uma certificação internacional
Sou uma profissional de vanguarda
que ama o que faz, e não paro de querer Perfil ideal
aprender coisas novas sobre o mergu-
lho. Aquacidade, bom raciocínio lógico,
bom condicionamento físico, coeficien-
Prospectando te emocional alto, comprometimento
com normas e procedimentos opera-
Estou buscando outras qualificações cionais, bom relacionamento interpes-
a nível de inspeção, agregando conhe- soal e espírito de trabalho em equipe. u

42 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


A r t i g o Té c n i c o

Avanços recentes na avaliação da profundidade de trincas de corrosão sob tensão usando


Correntes Parasitas Array tangencias em tubulações de aço carbono

Michael Sirois1, Mathieu Bouchard2

Resumo
Apesar de ser um método para a detecção de trinca de corrosão sob tensão (CST) em superfícies de aço carbono, as tecnologias de Eddy
Current Array (ECA) ainda raramente estão sendo usadas para medir a profundidade dessas trincas. O Ultrassom Phased Array (UTPA)
continua sendo a técnica escolhida. Embora ofereça um alto nível de precisão na profundidade da trinca, o UTPA ainda é relativamente
lento e dependente do operador que realiza a inspeção. Atualmente, há uma forte necessidade na indústria de gasodutos para uma
tecnologia que alivie a velocidade e a facilidade de uso do ECA com as capacidades de dimensionamento de profundidade do UTPA. Este
artigo apresenta os mais recentes avanços das tecnologias de Eddy Current Array para o dimensionamento de profundidade das trincas
de CST em gasodutos de aço carbono. Vários ensaios de campo foram realizados para validar o desempenho e a precisão do tangencial
Eddy Current Array (TECA) através de comparações com o desbaste controlado das indicações de CST. Esses resultados mostram
que as principais vantagens do ECA sobre o UTPA residem no curto espaço de tempo necessário para localizar e dimensionar a trinca
mais profunda dentro de uma colônia de CST, além de ser mais fácil de usar e menos dependente do operador. Em última análise, os
resultados de campo apresentados neste artigo mostram como o TECA poderia transformar o trabalho dos técnicos nas escavações e,
acima de tudo, garantir uma gestão mais confiável das ameaças relacionadas ao CST em dutos.

Introdução interligar entre si, eventualmente forman- Por todas essas razões, a avaliação
A trinca de corrosão sob tensão (CST) do trincas longas e profundas que for- direta continua a ser uma necessidade
é um mecanismo de falha que ocorre çarão os operadores a diminuir a pressão para a detecção e caracterização da CST,
em materiais suscetíveis expostos a um operacional do gasoduto. Isso levará ine- e a inspeção com partículas magnéticas
ambiente corrosivo e submetidos ao es- vitavelmente a uma menor produtividade (PM) continua sendo a técnica padrão não
tresse de tração acima de um certo limiar. do ativo e maior risco ambiental. destrutiva para este fim. Apesar da ampla
Na presença desses fatores combinados, O dano induzido pela CST é difícil de disponibilidade de técnicos certificados,
a CST pode ocorrer e potencialmente prever: uma falha desastrosa pode acon- o PM enfrenta sua parcela de limitações
levar à falha de um ativo. Este mecanismo tecer inesperadamente, com material míni- bem conhecidas. Em primeiro lugar, é
de falha tem sido amplamente relatado mo perdido para corrosão [3]. Essa falta fortemente dependente do operador: a
em várias ligas suscetíveis de aço carbono, de perda de parede dificulta a detecção de manipulação do yoke, fadiga ocular, ilu-
tornando a CST uma ameaça considerável CST por vazamento de fluxo magnético minação, temperatura e condições am-
para os gasodutos em contato com o solo em linha (MFL). Da mesma forma, os bientais, pressão do tempo e fatores
corrosivo. A trinca toma inicialmente a fo- testes hidrostáticos são incapazes de psicológicos correm o risco de deteriorar
rma de aglomerados localizados de trin- detectar CST em seu estágio inicial de a probabilidade de detecção (PoD) de
cas finas e rasas na superfície externa colônias de trincas rasas, uma vez que trincas [4]. O jateamento de areia do tubo, a
do tubo, com a maior parte da superfície o estresse máximo sustentável do duto concentração do líquido de partícula mag-
não afetada (Figura 1). Estas colônias só é afetado superficialmente. Isso deixa nética, a condensação no tubo e o contras-
de trincas são tipicamente orientadas tecnologias baseadas em ultrassom como, te geral das indicações também afetarão
com o eixo do tubo, perpendicular ao ondas transversais ou transdutores acústi- fortemente o PoD, especialmente na parte
estresse do duto. No entanto, a CST cos eletromagnéticos (EMAT), PIGs inte- inferior do tubo (Figura 1 página a seguir).
transversal também pode ocorrer a partir ligentes, com algumas limitações para (O PM não pode fornecer qualquer
de tensões transversais causadas por resolver CST fino e raso. Além disso, a caracterização precisa de profundidade
desalinhamento de construção ou vários detecção e caracterização de trincas circun- das trincas: uma vez que as colônias de
fatores geotécnicos, como amassados ferenciais requer modificações dos PIGs in- CST tenham sido localizadas, o Ultrassom
ou movimento do solo1,2. Se não forem teligentes e não é realizada sistematica- Phased Array (UTPA) continua sendo o
identificadas e reparadas rapidamente, mente durante cada inspeção em linha da método escolhido para avaliação de
essas trincas podem se expandir e se CST axial.

Trabalho apresentado durante a 2ª Edição do JTCI – Jornada Técnica do Conhecimento sobre Ensaios
1
Bacc. Physics Engineering – Eddyfi Technologies
Não Destrutivos e Inspeção.
2
Bacc. Physics Engineering – Eddyfi Technologies
As informações e opiniões contidas neste trabalho são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es).

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43
A r t i g o Té c n i c o

profundidade. Com a experiência e o nível


de treinamento adequados, um operador
UTPA pode obter um perfil de profun-
didade preciso de uma rinca. Por outro
lado, é um processo lento que pode exigir
horas para uma única colônia de trincas,
e a precisão do dimensionamento de pro-
fundidade é fortemente dependente do
operador [5]. Isso mostra uma clara ne-
cessidade na indústria de uma ferramenta
mais rápida, menos dependente de capaci-
tação do operador, e mais versátil para o
dimensionamento preciso da profundidade Figura 1. (A) Inspetor de PM inspecionando CST sob um gasoduto de 30”. Mesmo em condições am-
de CST. bientais ideais (solo seco, boa iluminação), fadiga e baixo contraste nesta posição muitas vezes levam a
Neste artigo, é apresentada uma nova grandes indicações perdidas. (B) Colônia de corrosão sob tensão externa trincando um gasoduto.
tecnologia baseada no Eddy Currents Array
(ECA): a Sharck-HR™, uma sonda TECA . Dimensionamento de profundidade até lift-off, e relação sinal-ruído. Para o TECA,
de alta resolução projetada para o dimen- 3 mm a frequência ideal foi de 100 kHz.
sionamento de profundidade de trincas . Capacidade de avaliar CST de alta
durante a fase de avaliação direta [6]. Os densidade Diâmetro da bobina, resolução do array
resultados apresentados mostram as van- . Precisão: ±15% e cobertura
tagens únicas desta técnica em relação ao . Condição superficial: precisão no dimen- Poucos detalhes podem ser fornecidos
UTPA em termos de baixa dependência sionamento de profundidade com lift-off sobre o arranjo de bobinas em um canal
do usuário, velocidade de inspeção e até 1 mm TECA principalmente porque uma patente
precisão de profundidade. Seus princípios . Alta velocidade de varredura e análise de TECA ainda está pendente. Em relação
operacionais são primeiro detalhados, ao tamanho geral do elemento TECA, ele
seguidos por vários casos de ensaio em Topologia foi otimizado com base em uma troca entre
segundo plano que destacam o desem- A seleção de uma topologia de Eddy a resolução do array e a profundidade má-
penho da tecnologia TECA. Current deve considerar todos os parâ- xima para a qual ainda ocorrem variações
metros essenciais listados acima [7]. As suficientes de amplitude de sinal para for-
Procedimento experimental correntes parasitas induzidas por cada necer alta precisão no dimensionamento de
Parâmetros e requisitos essenciais do elemento TECA do array são tangenciais à profundidade. Bobinas maiores induzirão
TECA superfície do tubo e perpendiculares à dire- eddy current mais profundas no material e,
Proporcionar uma alta precisão de di- ção do scan. Para fornecer um dimensio- assim, permitirão discriminar trincas den-
mensionamento de profundidade, manter namento de profundidade preciso, a sonda tro de uma faixa de profundidade mais
uma baixa dependência do usuário e au- TECA deve mover-se na mesma orienta- ampla, mas, por outro lado, devido à sua
mentar a produtividade geral do usuário ção que o eixo das trincas. A principal grande resposta espacial, não terão a ca-
foram as principais prioridades que impul- vantagem do TECA sobre topologias ECA pacidade de discriminar trincas individuais
sionaram o desenvolvimento da nova tec- mais convencionais para dimensionamento dentro de uma densa colônia de CST.
nologia TECA. Os parâmetros essenciais de profundidade da CST reside em sua Os elementos TECA de 3 mm de diâ-
de eddy current foram escolhidos especifi- assinatura de sinal única. Primeiro, fornece metro e 6 mm de comprimento permitem
camente para avaliação da CST em gasodu- uma ortogonalidade ideal entre trincas e o dimensionamento de profundidade até
tos de aço carbono. Esses parâmetros sinais de lift-off, o que permite monitorar 3 mm no material. Com 3 fileiras de ele-
incluem: cada parâmetro de forma independente. mentos na sonda, a resolução do array é
. Topologia da bobina (como as bobinas de Em segundo lugar, para um determinado fixada em 1.125 mm (cobertura total de
Eddy Current são usadas para criar um canal) lift-off, quando a profundidade da trinca 68 mm). No entanto, o tamanho desses
. Frequência de operação; varia, sua fase de sinal permanece elementos permanece muito grande para
. Tamanho da bobina, resolução do array e constante e apenas sua amplitude muda. avaliar trincas densas de CST corretamente.
cobertura; Quando múltiplas trincas são separadas
. Resolução especial do array . Frequência por menos de 3 mm lateralmente, sua
Os requisitos de inspeção são os A seleção de frequência foi baseada na profundidade é superestimada porque o
seguintes: assinatura ideal do sinal, ou seja, melhor elemento sente a resposta de múltiplas
. Dutos com ligas B e X42 até X65 separação de fase entre trincas e sinais de trincas simultaneamente. Mas, como

44 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


mencionado anteriormente, o uso de sen- vertical do sinal depende da profundidade
sores menores diminuiria as capacidades da trinca: assim, para um determinado
máximas de dimensionamento de profun- valor de lift-off, é possível construir uma
didade. Portanto, para melhorar a resolu- curva de dimensionamento ligando a
ção física real da sonda, um algoritmo de amplitude do sinal a uma profundidade
processamento de imagem foi desenvolvi- de trinca. Calculando esta curva para uma
do para fornecer uma profundidade preci- ampla gama de valores de lift-off entre 0 e
sa sobre trincas tão próximas quanto 1 mm 2 mm, uma tabela de busca bidimensional
umas das outras (ver seção “Nitidez” deste pode ser gerada. Em outras palavras,
artigo). Ao longo do eixo de varredura, a cada ponto no plano de impedância está
resolução foi definida em 2 amostras/mm. associado a um conjunto único de lift-off
Nenhum processo de melhoria da nitidez e profundidade de falha. Isso está repre-
foi necessário ao longo deste eixo, uma sentado na Figura 4: as linhas tracejadas Figura 2. Curva de cobertura de um único ele-
vez que trincas axias distanciadas por 1 mostram as amplitudes de sinal de profun- mento TECA.
mm já podem ser resolvidas. didade de trincas de 1, 2 e 3 mm de profun-
didade e isso, para uma infinidade de
Resolução espacial do array valores de lift-off. Monitorando o lift-off,
Como mostrado na Figura 2, a sensibili- torna-se simples determinar a profun-
dade de um elemento TECA diminui rapida- didade máxima de uma trinca.
mente, ou seja, a amplitude do sinal cai A tabela de dimensionamento de refe-
para 75% do seu máximo a 1 mm do centro rência da nova sonda TECA foi definida uti-
do elemento (linha vermelha tracejada). lizando-se entalhes semielípticos produzi-
Portanto, 3 linhas de elementos são neces- dos por usinagem de descarga elétrica
sárias para fornecer uma curva de cobertu- (EDM), variando de 0,25 até 5 mm de
ra espacial constante cuja sensibilidade mí- profundidade. A liga de aço carbono sele-
nima equivale a 95% de sua sensibilidade cionada para esta amostra é a X52, um
máxima (Figura 3). Isso resulta em um di- grau de gasoduto amplamente utilizado na
mensionamento de profundidade estável, década de 1950 em que a CST geralmente
repetitivo e preciso. ocorre [8]. O sinal de Eddy Current desses
entalhes foi caracterizado em múltiplos
Velocidade e cruzament de sinais valores de lift-off que variavam de 0 a 2
Esses canais são multiplexados a uma mm, e a amplitude e fase do sinal obtido Figura 3. Três fileiras de elementos TECA, sua co-
taxa de aquisição de 2600 amostras por foram informatizadas para a construção bertura resultante e a curva de resolução espacial.
segundo, permitindo uma velocidade de de uma tabela de dimensionamento. Um
varredura de até 600 mm/s. algoritmo de interpolação bilinear foi então
usado para povoar ainda mais esta tabela.
Construção da tabela de Além de uma profundidade de 3 mm, a
dimensionamento amplitude do sinal não variou o suficiente
O sinal TECA apresenta duas caracterís- para oferecer um dimensionamento pre-
ticas principais que tornam possível o ciso de profundidade, por isso decidiu-se
dimensionamento de profundidade do bloquear o dimensionamento de profun- Figura 4. Demonstração da ortogonalidade entre
CST: Ortogonalidade entre trincas e sinais didade em 3 mm no software. Além a profundidade da trinca e o lift-off. As profundi-
de lift-off. de 3 mm, as trincas são detectadas e dades de trincas de 1, 2 e 3 mm são mostradas
Nenhuma variação de fase com a indicadas como mais profundas do que em verde, violeta e azul, respectivamente, cada
profundidade da trinca variada: apenas a 3 mm sem indicar uma profundidade um em lift-off diferente de 0,0, 0,2, 0,6 e 1,0 mm.
Um exemplo de dimensionamento de profun-
amplitude do sinal muda. específica. Além do lift-off de 1 mm, a de-
didade de trinca é mostrado (lift-off = 0,4 mm,
A Figura 4 demonstra essa ortogona- tecção permanece possível, mas o dimen- profundidade = 1,5 mm).
lidade entre trincas e sinais de lift-off em sionamento da profundidade pode ser
um plano de impedância. As mudanças menos preciso.
horizontais de um sinal estão associadas a um forte impacto nos sinais de Eddy
uma variação do lift-off (devido, por exem- Compensação de permeabilidade Current. Como exemplo, para uma
plo, corrosão ou tinta na superfície), e magnética determinada profundidade de trinca, a
as mudanças verticais correspondem a A permeabilidade magnética muda de amplitude do sinal pode aumentar em
indicações de trincas. Essa amplitude uma liga de gasoduto para outra e tem 50% para determinadas ligas, resultando

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A r t i g o Té c n i c o

em um excesso de profundidade em TECA para que a profundidade real de cada


200-300%, dependendo da diferença de fenda pudesse ser determinada a partir
permeabilidade. Por isso, é extremamente da tomografia. Isso foi usado como par-
importante compensar este parâmetro te de um método de aprendizagem recursi-
para evitar erros de dimensionamento de va para otimizar os parâmetros do algoritmo
profundidade. de nitidez. A Figura 6 mostra a correspon-
Uma vez que a tabela de dimensiona- dência entre os dados TECA e tomografia
mento original para TECA foi construída para uma dessas amostras, e o resultado
usando aço carbono X52, o mesmo pro- otimizado do algoritmo de nitidez.
cesso teve que ser repetido usando enta-
Figura 5. Simulando o efeito da distância lateral
lhes EDM em uma ampla gama de ligas de Resultados entre duas trincas da mesma profundidade em
gasodutos (B, X42, X60, X65) para criar Validação da TECA com seus sinais.
múltiplas tabelas de dimensionamento, ca- microscopia metallográfica
da uma específica para uma determinada Em colaboração com um grande opera-
liga. Foi encontrada uma relação entre a dor europeu, foi realizado um primeiro tes-
amplitude do sinal e a rotação do ponto de te às cegas para comparar os resultados de
operação (linha de base) (ou seja, a amplitu- profundidade do TECA com a profundidade
de do sinal diminui quando a rotação da real de trinca medida pela microscopia
linha de base aumenta). Esta relação foi metalográfica. A Figura 7 mostra um exem-
matematicamente formulada para permitir plo das imagens de microscopia (profun-
o cálculo do ganho de compensação de didade real de rachadura = 860,32 µm)
amplitude em função da rotação da linha e a medição correspondente utilizando
de base. Uma vez multiplicado o ganho de TECA (profundidade de rachadura = 0,9
compensação pela amplitude do sinal, a mm). A Figura 8 resume a comparação
profundidade da trinca é calculada usando de ambos os conjuntos de medidas de
a tabela de dimensionamento. acordo com a API 1163 [9] e com 12 das
17 medições dentro da tolerância de
Nitidez ±15%, a TECA foi encontrada consistente
Como mencionado anteriormente, a com as especificações de desempenho
distância lateral entre duas trincas afeta de dimensionamento de profundidade
a amplitude do sinal. O excesso de pro- (tolerância = ±15% na certeza = 80% e
fundidade aumenta à medida que as trin- confiança = 95%). No entanto, deve-se ter
cas se aproximam umas das outras (Figura em mente que a microscopia metalográfica Figura 6. Correspondência entre os dados TECA
5). Um algoritmo de nitidez usando um nem sempre é realizada exatamente no (superior), tomografia (médio) e resultado do algo-
filtro foi desenvolvido e otimizado para ponto mais profundo de uma colônia de ritmo de nitidez após a otimização (inferior).
restaurar os sinais de trinca e remover o trincas, o que pode resultar em um leve
efeito da distância entre eles. Este algo- subdimensionamento da profundidade
ritmo foi validado como preciso para trin- real da rachadura. Por essa razão, o desbas- dos com a profundidade medida com o
cas separadas por distâncias laterais de te é muitas vezes preferível como um TECA. No total, mais de 200 indicações
apenas 1 mm. A Figura 6 mostra uma com- método de comparação para a medição de CST foram medidas através de quatro
paração da resolução de uma densa colô- precisa da profundidade da CST. ensaios de campo separados realizados
nia de CST, antes e depois que o algoritmo em colaboração com a TC Energy e um
de nitidez foi aplicado. grande operador europeu. Os dados
Validação do TECA com medições plotados no gráfico da Figura 9 mostram
Otimização de dimensionamento de de desbastes uma tolerância de ± 0,3 mm, com uma
profundidade usando dados de tomografia Na segunda série de testes às cegas certeza de 80% e uma confiança de 95%.
Oito amostras de aço carbono extraídas com TECA, em vez de microscopia meta- A realização desses testes às cegas foi
de dutos reais contendo CST graves lográfica, a verdadeira profundidade de extremamente valioso para o desenvol-
foram usadas para ajudar na otimização trinca foi obtida pelo desbaste da superfície vimento da tecnologia TECA. Permitiu uma
do algoritmo de dimensionamento. As do gasoduto até o desaparecimento das melhor compreensão dos cenários para os
amostras foram escaneadas utilizando-se indicações de CST, e medindo a espessura quais a profundidade do CST foi subava-
tomografia computadorizada de raios-X a restante da parede com Ultrassom conven- liada ou superavaliada. Com base nesses
uma alta resolução de 72 µm. Os dados da cional. Estes resultados de profundidade resultados, o algoritmo de medição de
tomografia foram alinhados com os dados são apresentados na Figura 9 e compara- profundidade TECA foi afinado, e um

46 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023


último teste às cegas foi organizado com
a mesma metodologia para avaliar o
efeito do novo algoritmo. Os resultados
de 58 novas medições são mostrados
na Figura 10: a tolerância melhorou para
± 0,17 mm, com uma certeza de 80% e
uma confiança de 95%. Outro resultado
interessante é que o erro está centrado
em ± 0,00 mm, mostrando que o TECA
não tende a subestimar nem superestimar
a profundidade de CST. Figura 9. Gráfico
do teste cego mais recente após a otimi- Figura 7. Uma amostra (A) de da microscopia metallográfica e (B) da varredura TECA e medição de
zação do algoritmo de profundidade, profundidade da mesma trinca, obtida durante o primeiro ensaio cego TECA.
comparando medições de profundidade
TECA com os valores de profundidade
após desbaste e Ultrassom.

Conclusões
A tecnologia de Eddy Current apresenta-
da neste artigo aproveita a assinatura de
sinal única do tangencial Eddy Current
Array para medir a profundidade das colô-
nias de CST em aço carbono, até uma
profundidade de 3 mm. Ele combina uma
tabela de dimensionamento incorporada,
uma alta resolução espacial e um algoritmo Figura 8. Dimensionamento de profundidade TECA em comparação com microscopia metalográfica para
de nitidez personalizado que permite al- todas as colônias CST medidas no primeiro ensaio cego TECA.
cançar um alto nível de precisão na medição
de profundidade das trincas. Testes às
cegas realizados em colaboração com
dois diferentes operadores de gasodutos
mostraram uma precisão de ± 0,17 mm
em comparação com a verdadeira profun-
didade medida por microscopia ou des-
baste seguido de Ultrassom, com uma
certeza de 80% e uma confiança de 95%,
para mais de 200 colônias de trincas me-
didas. Em comparação com as técnicas
baseadas em ultrassom, o TECA oferece
uma velocidade de varredura muito alta
Figura 9. Gráfico comparando medições de Figura 9. Gráfico do teste cego mais recente
e uma menor dependência do usuário, e após a otimização do algoritmo de profundidade,
profundidade TECA com os valores de profundi-
abriu oportunidades para tecnologias mais dade obtidos após desbaste em quatro ensaios comparando medições de profundidade TECA
modernas, confiáveis e eficientes para a de campo. com os valores de profundidade após desbaste e
avaliação direta de trincas de corrosão sob Ultrassom.
tensão em tubulações.
on Gas-Transmission Pipelines: History, Weld Inspection using Tangential Eddy Current
Causes, and Mitigation, 1996. Array, 19th WCNDT, 2016.
Agradecimentos
3. Stress Corrosion Cracking [Online]. Available: 7. Wright M, Eddy Current Testing
Os autores querem agradecer à TC www.nace.org. [Accessed: 31-Mar-2020]. Technology, 2nd Edition.
Energy por sua colaboração na validação 4. Rais AHE, Basic Human Factors and 8. Kiefner J.F., Trench C.J., Oil pipeline
dessa tecnologia. Nondestructive Testing, NDT Technician, 2015. characteristics and risk factors: illustrations
5. Watanabe K et al, Japanese PD from the decade of construction, 2001.
Referências bibliográficas examinations for depth sizing of SCC in 9. American Petroleum Institute, In-line
1. CEPA, Stress Corrosion Cracking, 2007. austenitic stainless steel pipes, ndt.net, 2012. Inspection Systems Qualification Standard
2. Leis B, Eiber R, Stress-Corrosion Cracking 6. Raude A et al, Advances in Carbon Steel (API Standard 1163), August 2005.

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Calendário

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TREINAMENTO DATAS MODALIDADE


SETEMBRO
NOVO - API RP 583 Corrosão sob isolamento 4 a 13 On Line (Noturno)
Gerenciamento de integridade de dutos (oleodutos e gasodutos 11 a 20 On Line (Noturno)
NOVO - Tubulações industriais e dutos de transporte terrestres 11 a 22 On Line (Noturno)
Líquido Penetrante – Nível 3 11 a 15 Presencial (Diurno)
Nivelamento Nível 3 (NA-001- NA-003) 25/9 a 30/10 On Line (Noturno)
Módulo Básico - API 570 - Inspeção de tubulações /Piping Inspection 26/9 a 5/10 On Line (Noturno)
IEQ T2 – 2023 Turma 2 25
OUTUBRO
Formação de PH (módulo básico) 2 a 31 On Line (Noturno)
NOVO - ASME PCC2 - Reparo de equipamentos de pressão e tubulação 9/11 On Line
API 581/ 580 -RBI Inspeção Baseada em Riscos 23/10 a 3/11 On Line (Noturno)
NOVO - Módulo 1 - Específico - API 570 – Piping Inspection Code: Preparação para 23/10 a 22/11 On Line (Noturno)
o exame de certificação ICP API 570
Formação de PH (módulo básico) - Turma 3 2 a 31 On Line (Noturno)

TREINAMENTO EAD
Os treinamentos desenvolvidos pelo time da Abendi, permite que os participantes tenham uma maior flexibilidade de tempo e
horários, sendo desafiador desde o início.
CH
Preparatório para Iniciantes na Carreira de END - Nivelamento 1 e 2 40
Líquido Penetrante - Nível 3 40
Partículas Magnéticas - Nível 3 40
Ultrassom - Nível 3 80
Ensaio Visual - Nível 3 40
Nivelamento - N3 (ISO 9712) 80
NOVO - Básico de Ultrassom conforme AWS D1.1 em estrutura não tubular 24
NOVO - Básico de Ultrassom conforme AWS D1.1 em estrutura tubular 24
NOVO - Ultrassom AVG/DGS 24
NOVO - ATM EX000 - Conhecimentos e percepções básicas para adentrar em uma instalação contendo áreas classificadas 8

* A Abendi reserva-se no direito de cancelar ou alterar as datas dos treinamentos sem aviso prévio.
* Conheça como se inscrever nos treinamentos da Abendi:
Regras, Políticas de Confirmação e Cancelamentos de Treinamentos acesse: www.abendi.org.br

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Calendário

Unidade São Paulo

SETEMBRO DATAS OUTUBRO DATAS


Ensaio Visual Nível 2 4a6 Ensaio Visual Nível 2 2a 4
Ultrassom Medição de Espessura Nível 1 4 a 11 Ultrassom Medição de Espessura Nível 1 2a6
Ultrassom Medição de Espessura Nível 1 04/ a 12 Ultrassom Medição de Espessura Nível 1 2a9
Ultrassom Nível 2 4 a 18 Ultrassom Nível 2 2 a 26
Ultrassom Nível 2 4 a 28 Ultrassom Nível 2 2/10 a 1/11
Ultrassom Nível 2 4/9 a 4/10 Partículas Magnéticas Nível 2 9 a 16
Ultrassom Phased Array Nível 2 4/9 a 27/10/ Líquido Penetrante Nível 2 9 a 18
Partículas Magnéticas Nível 2 11 a 15 Líquido Penetrante Nível 2 9 a 19
Líquido Penetrante Nível 2 11 a 19 Detecção de Vazamentos Nível 1 16 a 18
Líquido Penetrante Nível 2 11 a 20 Ensaio Radiográfico Nível 2 16 a 6
Controle Dimensional N2 Caldeiraria e Tubulação 11 a 21 Inspetor de Teste de Estanqueidade Nível 2 16 a 31
Inspetor de Teste de Estanqueidade Nível 2 11 a 27 Líquido Penetrante Nível 2 23 a 26
Detecção de Vazamentos Nível 1 18 a 20 Partículas Magnéticas Nível 2 23/10 a 1/11
Detecção de Vazamentos Nível 2 - SNQC/END 18 a 21 Partículas Magnéticas Nível 2 23/10 a 1/11
Partículas Magnéticas Nível 2 18 a 27 Controle Dimensional N2 - Caldeiraria e Tubulação 23/10 a 2/11
Partículas Magnéticas Nível 2 18 a 27 Ultrassom Medição de Espessura Nível 1 30/10 a 11
Ensaio Radiográfico Nível 2 18/9 a 6/10 Detecção de Vazamentos Nível 2 Snqc/End 30/10 a 3/11
Ensaio Radiográfico Nível 2 18/9 a 9 /10 Ensaio Visual Nível 2 30/10 a 7/11
Ultrassom Medição de Espessura Nível 1 25 a 27 Ultrassom Nível 2 30/10 a 13/11
Líquido Penetrante Nível 2 25 a 28
Ensaio Visual Nível 2 25/9 a 2/10
Ultrassom Nível 2 25/9 a 6/10

50 Revista Abendi n o 116 Agosto de 2023

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