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PROJETO DE LEI Nº XX, DE 12 DE AGOSTO DE 2022.

DISPÕE SOBRE A DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PARA


ORDENAÇÃO, EMPENHO E LIQUIDAÇÃO DE DESPESAS AOS
SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DO MUNICÍPIO DE CAMPOS DE
JÚLIO – ESTADO DE MATO GROSSO E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

IRINEU MARCOS PARMEGGIANI, Prefeito do Município de Campos de


Júlio, Estado de Mato Grosso, no uso de suas atribuições legais;
CONSIDERANDO o disposto no artigo 74 da Constituição Federal e artigo
52 da Constituição do Estado de Mato Grosso;
CONSIDERANDO o que dispõe a Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de
1964 e Decreto Lei nº 200/1967 (§1º do artigo 80);
CONSIDERANDO os princípios que regem a fiscalização contábil,
orçamentária, financeira e patrimonial dos recursos públicos;
CONSIDERANDO que o ordenador de despesa é responsável pelos atos
praticados com os recursos públicos e, portanto, tem o dever de prestar contas;
CONSIDERANDO a distribuição e o escalonamento das funções nos
órgãos públicos municipais e as atribuições dos gestores públicos;
Faz saber que apresenta à deliberação da Câmara Legislativa Municipal o
seguinte projeto de lei:

Art. 1º As contas municipais dividem-se em contas de gestão e contas de governo.


§1º As contas de governo são aquelas relacionadas com a atuação administrativa e
possuem os seguintes objetivos:
I – Demonstrar o cumprimento do orçamento, dos planos e programas de governo;
II – Demonstrar o desempenho e resultado da atuação política.
§2º As contas de gestão são aquelas relacionadas com a atuação administrativa e
possuem os seguintes objetivos:
I – Avaliar individualmente cada um dos atos administrativos que compõem, com
julgamento a gestão contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do ente
público;
II - Verificar a regularidade da atuação do ordenador de despesa.

Art. 2º As contas de governo são de responsabilidade do Senhor Prefeito Municipal, com


julgamento pela Câmara Municipal mediante parecer prévio do Tribunal de Contas.
Parágrafo único. Caberá ao Senhor Prefeito Municipal a representatividade do Município
nos termos da Lei Orgânica.
Art. 3º As contas de gestão são de responsabilidade do ordenador de despesa, com
julgamento pelo Tribunal de Contas, sem a intervenção da Câmara Municipal.
Parágrafo único. As contas de gestão devem ser assinadas pelo ordenador direto da
despesa, sem a obrigatoriedade de participação do Senhor Prefeito Municipal, salvo se for
do seu interesse direto.

Art. 4º Fica delegada competência, no âmbito da Administração Direta do Poder


Executivo, para os titulares das Secretarias Municipais, nas respectivas áreas de atuação
e nos limites dos créditos estabelecidos no orçamento, para prática dos seguintes atos:
I – Ordenação de despesas das respectivas unidades orçamentárias e dos fundos a elas
vinculados, nos limites dos correspondentes créditos orçamentários.
§ 1º Exclui-se da delegação de competência estabelecida no art. 4º, inciso I, desta Lei, a
ordenação de despesas com pessoal, encargos sociais e estagiários da Administração
Direta, cuja competência é privativa do titular da Secretaria Municipal de Administração.
§ 2º O ordenador de despesa do Gabinete do Prefeito será o Chefe do Executivo
Municipal.
§ 3º Excluem-se da delegação estabelecida nesta Lei, por ser de competência exclusiva
do Senhor Prefeito Municipal:
I – As operações de crédito, empréstimos e financiamentos, que deverão ser firmados pelo
Prefeito Municipal;
II – Os instrumentos de alienação, cessão ou concessão de bem patrimonial mobiliário ou
imobiliário, os instrumentos de aquisição de bem patrimonial imobiliário e instrumentos de
cessão de pessoal.
§ 4º As competências delegadas nesta Lei, poderão ser avocadas específica ou
genericamente pelo Prefeito.
§ 5º Entende-se como Ordenador de Despesa a autoridade investida do poder de realizar
despesa que compreenda os atos de requisitar, empenhar, liquidar e ordenar o
pagamento, adiantamento ou dispêndio de recurso pelos quais responda.

Art. 5º Os ordenadores serão responsáveis pela regularidade e legalidade das despesas,


devendo observar as normas previstas na Constituição Federal, nas Leis Federais que
dispõem sobre direito financeiro, licitações e contratos administrativos, na Lei Orgânica do
Município de Campos de Júlio e demais regras federais ou municipais aplicáveis ao
processamento da despesa pública.

Art. 6º Os Ordenadores de despesa respondem administrativamente, civil e penalmente


pelos atos que praticarem.
§1º Cabe aos ordenadores, prestar contas de sua gestão, na forma e nos prazos
estabelecidos em lei.
§2º A responsabilidade do ordenador de despesas persistirá até julgadas regulares suas
contas pelo Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso e pela Câmara Municipal.
§3º Cabe ao ordenador de despesa, determinar as providências administrativas para a
apuração de responsabilidade e imposição de penalidades cabíveis nas hipóteses de
irregularidades, sem prejuízo do julgamento das contas pelo Tribunal de Contas.

Art. 7º Considera-se, para os efeitos desta Lei, ordenada a despesa a partir da respectiva
requisição de compras, responsabilizando-se como seu ordenador, o titular do órgão cuja
dotação orçamentária for onerada.
§1º Nenhuma despesa poderá ser realizada sem o prévio empenho.
§2º Cabe ao ordenador de despesa solicitar e verificar junto ao órgão competente a
dotação orçamentária para fins de quaisquer despesas do município.

Art. 8º Os Ordenadores de Despesas ficam autorizados a assinar empenhos e ordens de


pagamento, homologar e adjudicar licitações, assinar balancetes, balanços, orçamentos e
demais documentos contábeis, encaminhar documentos, responder diligências e demais
solicitações dos Tribunais de Contas do Estado, da União, do Legislativo Municipal e a
prestar contas de convênios com o Estado ou União.

Art. 9º É da competência dos Secretários Municipais o ato de liquidar despesas, nos


termos da Lei Federal nº 4.320/64.
Parágrafo único – O ato de liquidação da despesa poderá, mediante ato do Prefeito, ser
subdelegado a servidor indicado pelo titular da Secretaria pertinente.

Art. 10 As notas de empenho, nas quais deverão constar, em local apropriado, o nome do
ordenador da despesa, seu cargo e a citação que a delegação de competência se dá por
força da presente Lei, serão emitidas pela Secretaria Municipal da Finanças.
§1º Deve o ordenador de despesa providenciar o envio dos documentos necessários para
que a Secretaria Municipal de Finanças emita a nota de empenho e o ordenador possa
assiná-la em tempo hábil, previamente à realização da despesa.
§2º Deve o ordenador de despesa encaminhar à Secretaria Municipal de Finanças em
tempo hábil, toda a documentação inerente às contratações, realização de despesas,
acompanhadas da documentação necessária para o devido pagamento.

Art. 11 Os Ordenadores de Despesa exercerão as atividades sem prejuízo das demais


atribuições dos seus cargos ou funções.
Art. 12 Estruturadas com a finalidade de assistir o Senhor Prefeito Municipal em seu
campo de atuação formal, compete às Secretarias, dentro da esfera de competência de
cada uma delas e na pessoa do ordenador de despesa, planejar, programar, executar,
controlar, fiscalizar e gerir a execução de despesas em conformidade com as cotas
orçamentárias e financeiras disponibilizadas, assim como observar as normas que regem
a atividade específica de cada órgão ou entidade subordinada ou vinculada a
administração direta ou indireta, ressalvada a competência dos órgãos institucionais de
controle.

Art. 13 À Secretaria Municipal de Finanças, dentro de sua estrutura e divisão de


competências, cabe:
I – O registro de todos os eventos contábeis que de qualquer forma modifiquem ou
ratifiquem as contas do Município, os balanços patrimonial, orçamentário e financeiro,
devendo observar na sua essência os princípios contábeis em toda sua plenitude,
demonstrando a situação real do Município a qualquer tempo.
II – Enviar todas as informações previstas em legislação própria, referente à escrituração
contábil, financeira, patrimonial e orçamentária, aos Órgãos Federais, Estaduais e
Municipais, bem como aos Órgãos de Controle Externo.
III – Designar em caso de necessidade, responsável pelo envio de informações para os
Órgãos de Controle, ao qual caberá a responsabilidade pela veracidade das informações,
bem como pelo cumprimento de prazos.
IV – Cadastrar os ordenadores de despesa nos órgãos de fiscalização.

Art. 14 O órgão de Controle exercerá o controle interno dos atos praticados pelos
ordenadores de despesa, visando ao fiel cumprimento desta lei.
§1º Cabe ao Controle Interno analisar as documentações apresentadas à Secretaria
Municipal de Finanças, quanto ao cumprimento das formalidades legais para o devido
pagamento;
§2º Emitir parecer conclusivo sobre os balanços patrimonial, financeiro e orçamentário no
final do exercício.
§3º Obriga-se o Controlador a comunicar ao Prefeito Municipal a ocorrência de eventual
descumprimento de norma estabelecida neste Decreto, da qual tiver conhecimento, sob
pena de responsabilidade solidária.

Art. 15 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
IRINEU MARCOS PARMEGGIANI
Prefeito de Campos de Júlio
ANÁLISE JURÍDICA PROJETO DE LEI

Campos de Júlio/MT, 12 de agosto de 2022.

Ref. Projeto de Lei que delega competência de ordenador de despesa aos


Secretários Municipais.

Trata-se de análise jurídica do projeto de Lei que visa delegar a competência


aos Secretários Municipais de Campos de Júlio, para ordenar, empenhar e liquidar
despesas em suas respectivas secretarias.
Conforme o conhecimento geral, delegação é o ato ou efeito de delegar,
transmitir ou transferir poder. Ou seja, é a forma determinada autoridade concede a
outrem a tarefa de representa-lo e agir em seu nome.
Para o direito administrativo brasileiro, no dizer de Matheus Carvalho, “em
resumo, delegar competência é estender temporariamente a outro agente público
subordinado ou de mesma hierarquia a competência”1.
A Lei nº 6.448/1997 dispõe sobre a organização política e administrativa dos
Municípios e atribuições do Prefeito e, acompanhando as linhas gerais das
orientações traçadas pela Constituição da República, a Lei Orgânica do Município de
Campos de Júlio assim diz:
Art. 58- Compete ao Prefeito, privativamente: I - representar o
Município, sendo que em juízo, por procuradores habilitados; II -
nomear ou exonerar os Secretários Municipais; III - exercer, com
auxílio dos Secretários, a direção superior da administração local;
IV - iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos nesta
Lei; V - sancionar, promulgar, mandar publicar as leis, bem como
expedir decretos e regulamentos para a fiel execução. VI - vetar
projetos de lei, total ou parcialmente; VII- dispor sobre a organização e
o funcionamento da administração Municipal, na forma da Lei; VIII -
autorizar convênios com entidades públicas ou particulares; IX -
declarar de utilidade ou necessidade pública, ou o interesse social, de
bens, para fins de desapropriação ou de servidão administrativa; X -
declarar estado de calamidade pública; XI - expedir atos próprios da
atividade administrativa; XII - contratar terceiros para a prestação de
serviços públicos, a expedir atos referentes à situação funcional dos
servidores públicos, nos termos da Lei; XIV - enviar à Câmara
Municipal o plano plurianual de investimentos, o projeto de lei de
diretrizes orçamentárias e as 20 propostas de orçamento previstos
nesta lei, nos termos a que se refere o artigo 165 § 9º da Constituição
Federal; XV - prestar, anualmente, à Câmara Municipal, dentro de
1
Carvalho, Matheus. Manual de Direito Administrativo. Ed. JusPODIVM. 3º Ed. Pg. 244.
sessenta dias após a abertura do ano legislativo, as contas referentes
ao exercício anterior, e remete-las em igual prazo, à Corte de Contas
competente; XVI - prestar a Câmara Municipal, em quinze dias as
informações que esta solicitar; XVII - aplicar multas previstas em leis e
contratos; XVIII - resolver sobre requerimentos, reclamações ou
representações que lhe forem dirigidos, em matéria de competência do
Executivo Municipal; XIX - aprovar projetos e edificações e planos de
loteamento, arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos; XX
- solicitar o auxílio da policia para garantia do cumprimento de seus
atos; XXI- transferir, temporariamente ou definitivamente, a sede da
Prefeitura; XXII - delimitar o perímetro urbano, nos termos da lei; XXIII-
exercer outras atribuições previstas nesta lei. Parágrafo único - O
Prefeito poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos
XI, XII, XVIII, XIX, aos Secretários Municipais ou ao Procurador
Geral do Município, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

De acordo com a lei, a delegação de poder ou poderes é uma


discricionariedade do administrador ou do gestor público, ou seja, não está ele
obrigado a transmitir suas reponsabilidades e as consequências decorrentes a quem
quer que seja.
Nota-se que com referido Projeto de Lei, distribui-se internamente
competências dentro da estrutura própria já existente, permitindo a desconcentração
para determinados atos e funções, dando maior força ao princípio da eficiência.
Superada qualquer dúvida quanto a legalidade da delegação, importante trazer
à tona que nem todos os atos podem ser delegados, porque são inerentes à
autoridade que, por determinação, tem a obrigação pessoal de suas práticas. Mas, nos
casos em que a delegação é permitida ou possível, a mesma observará ritos próprios
para que seus efeitos sejam reconhecidos e aplicados.
Um ponto de relevância e destaque se relaciona a indispensabilidade de que a
autoridade delegante identifique de forma clara no ato de delegação, dentre outros
aspectos, quais matérias e poderes que estão sendo transferidos, bem como os limites
de atuação do delegado.
Nesse sentido, o projeto de lei apresenta e define a competência e dispõe
sobre as responsabilidades, atendendo os requisitos.
No que se refere à fiscalização, faz-se mister salientar que as competências
atribuídas aos Secretários por meio deste Projeto de Lei serão fiscalizadas pelo
Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso ao analisar as contas do poder
executivo.
Enquanto as contas anuais de governo demonstram a conduta do Prefeito
Municipal no exercício de suas funções políticas de planejamento, organização,
direção e controle das políticas públicas, os Secretários, enquanto ordenadores de
despesas, serão responsáveis e analisados nas contas de gestão, que “evidenciam os
atos da administração e gerência de recursos públicos praticados pelos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores dos órgãos e
entidades municipais” (§2º do art. 1º da Resolução Normativa nº 10/2008 TCE/MT).
Veja, o Tribunal de Contas, através das contas de gestão, irá aferir as
atividades dos Secretários em compasso com as leis, apreciando de forma técnica os
atos praticados pelos ordenadores na gerência dos recursos públicos e para isso, fará
uso de documentos e informações de natureza contábil, financeira, orçamentária,
patrimonial e operacional.
Em resumo, cada conta será fiscalizada da seguinte da seguinte forma:
Contas de governo
Processo orçamentário Sistemas de controle interno
Plano Plurianual Transparência: audiências públicas,
Lei de Diretrizes Orçamentárias publicações de demonstrativos fiscais e atos
Lei Orçamentária Anual oficiais

Execução orçamentária e física dos Limites constitucionais e legais


programas de governo Ensino: resultado de políticas públicas da
Balanço Financeiro (anexo 13 da Lei nº educação do FUNDEB, indicadores de
4.320/64): disponibilidade financeira para educação, recomendações de
pagamento de restos a pagar, quociente de aperfeiçoamento
inscrição de restos a pagar e saldos Saúde: resultado de políticas públicas de
financeiros saúde, indicadores, recomendações de
Balanço Patrimonial (anexo 13 da Lei nº aperfeiçoamento.
4.320/64): situação financeira, dívida pública, Pessoal: limites legais LRF e regime
limite de endividamento, dívida pública previdenciário
contratada no exercício, dispêndios da dívida
pública Limites Câmara Municipal
Contas de gestão
Receitas Dívida ativa
Despesas Restos a pagar
Licitações, dispensas, inexigibilidade Bens móveis e imóveis
Contratos Prestação de contas
Convênios Sistema de controle internos
Encargos Regras de final de mandato
Aponte-se que a própria lei diz que o Prefeito exercerá seu trabalho com o
auxílio dos Secretários Municipais, cujas atribuições e competências encontram-se
definidas em lei municipal.
Em regra, os Secretários Municipais, cargos de confiança do gestor público
municipal, devem ser pessoas que orientam e auxiliam na coordenação e execução de
políticas públicas no município dentro de suas áreas.
Sendo pessoas de confiança à frente de pastas do governo, ainda que não
possuam conhecimentos específicos na área, devem ser pessoas competentes, aptas
a articular atividades e atender as demandas da população, formando assim uma
equipe de governo capaz de trabalhar em harmonia visando o pleno funcionamento da
máquina pública.
Além disso, compondo a equipe direta de governo à frente de secretarias,
auxiliam a tomada de decisões, fazem as requisições que entendem pertinentes, que
por sua vez são autorizadas pelo Chefe do Executivo e, sem um ato formal de
delegação, não podem ser responsabilizados por eventuais irregularidades.
No atual cenário do Tribunal de Contas, por diversas vezes nos deparamos
com gestores de órgãos jurisdicionados que, ante a sua responsabilização por atos de
gestão sujeitos ao controle externo exercido pela Corte informam que o ato foi
praticado por delegação, contudo, em virtude da ausência de um ato legal de legação,
com limites e alcances, seja por Lei ou Decreto, são penalizados.
Por fim, a desconcentração administrativa através da delegação de
competências, objetiva assegurar maior rapidez e objetividades às decisões do
governo municipal, desburocratizando os trâmites internos e podendo atender de
modo mais célere as necessidades da população.
Além disso, ao delegar atribuições, pode o Prefeito Municipal dedicar-se aos
trabalhos de planejamento, coordenação e controle das atividades da administração,
razão pela qual resta evidente a conveniência e importância do presente projeto de lei.
Analisando o projeto de lei sob a ótica do significado da delegação, legalidade,
discricionariedade, requisitos do ato, fiscalização, perfil daqueles a quem se atribui
competência e os benefícios, é este o parecer.
Na esteira desse posicionamento, restrita aos aspectos de legalidade, concluo
a análise.

Atenciosamente,

GRAZIELLE PEREIRA DE OLIVEIRA DA LUZ TEODORO


Procuradora Geral do Município

Larissa Heck Vaz


OAB/SP 366.530

Campos de Júlio/MT, 12 de agosto de 2022.

JUSTIFICATIVA AO PROJETO DE LEI Nº XX, DE 12 DE AGOSTO DE 2022.

Excelentíssimo Senhor Presidente,


Excelentíssimos Senhores Vereadores e Vereadoras,

Encaminhamos a essa Egrégia Casa de Leis, para apreciação dos


Senhores Vereadores, o incluso Projeto de Lei que dispõe sobre a delegação de
competências para ordenação, empenho e liquidação de despesas aos Secretários
Municipais da Administração Pública com a finalidade de desburocratizar os trâmites
internos e assegurar maior rapidez e objetividade nos serviços prestados.
Em tempos de responsabilidade fiscal, juntamente com o anseio da
população por melhorias nos serviços prestados, somando-se a necessidade de
agilizar os procedimentos administrativos, compatibilizar funções e responsabilidades
internas referentes aos atos de gestão, ordenamento de despesas, promoção de
execução orçamentária e financeira, no âmbito do Município de Campos Júlio, é de
suma importância adequar os quadros da administração municipal visando suprir
essas necessidades.
A excessiva burocratização existente nos serviços internos e a
centralização de gestão, sobrecarrega o Gestor Municipal com diversos expedientes
que podem e devem ser solucionados por pessoas com expertise de área, nomeadas
justamente para assessorar o chefe de governo nesse sentido.
Delegar a competência, causa maior celeridade de decisão e
efetivação de medidas, além de permitir que o gestor se dedique aos trabalhos de
planejamento, coordenação e controle das atividades da administração.
No arquétipo das diversas esfera de governo, seja no âmbito federal,
estadual ou municipal, a desconcentração administrativa é uma possibilidade
plenamente reconhecida pela legislação nacional, contudo, exige a adoção de
algumas medidas reconhecendo não só quais são as competências atribuídas, mas
também e, principalmente, quais são as responsabilidades decorrentes.
O ordenador de despesa torna-se responsável pelos atos praticados
com recursos públicos e tem o dever de prestar contas, atendendo os princípios que
regem a fiscalização contábil, orçamentária, financeira e patrimonial dos recursos
públicos, além de ser fiscalizado pelos órgãos de controle.
Atendendo aos princípios da legalidade, legitimidade, economicidade,
eficiência, eficácia, efetividade, razoabilidade e proporcionalidade, atribuir aos
Secretários Municipais a competência de ordenadores de despesa trará inúmeros
benefícios ao Município de Campos de Júlio, na medida em que permitirá que
decisões e atos sejam tomadas e realizadas mais rapidamente, por pessoas com
conhecimento específico sobre o tema, culminando em eficiência e qualidade na
satisfação das necessidades coletivas.
Logo, é de suma importância a presente proposição para o
atendimento das propostas de governo, em seus três eixos, visto que é por meio da
colaboração dos servidores que a Administração poderá efetivar os compromissos
com o Desenvolvimento Responsável e uma administração ética e transparente.
Com estas considerações, submetemos à matéria à apreciação e
correspondente votação de Vossas Excelências, solicitando a tramitação em regime
de URGÊNCIA, em consonância com os artigos 127, I e 128, III c/c com o inciso VII,
observando o procedimento estabelecido no artigo180, caput, §§ 2º e 3º, combinado
com o artigo 182 do Regimento Interno Cameral, a fim de que possamos converter a
presente proposição em lei, com a brevidade que o caso requer.
Renovamos à Vossas Excelências nossa distinta consideração.

Atenciosamente,

IRINEU MARCOS PARMEGGIANI


Prefeito de Campos de Júlio

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