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Deus não é grande: como a religião

envenena tudo
Christopher Hitchens, um dos intelectuais mais polêmicos e influentes dos
últimos 30 anos, coloca em xeque o papel da religião em livro que é best-
seller mundial“Deus não criou o homem à sua própria imagem, foi o
contrário”. Essa afirmação norteia o escritor e jornalista britânico
Christopher Hitchens no livro Deus não é grande – como a religião
envenena tudo. Como todo e qualquer ser supremo, na verdade, Deus não
passaria de uma criação humana, e as consequências disso são a
profusão de deuses e de religiões e as guerras entre e no interior dos
credos e que retardaram o desenvolvimento da civilização.A religião
organizada, por ser imoral, irracional, intolerante e racista, segundo o
autor, degrada as crianças ao doutriná-las e provoca a repressão sexual;
controla a alimentação e aumenta a culpa ao multiplicar as proibições
mais arbitrárias possíveis; distorce as origens do ser humano e do
cosmos; incentiva o fanatismo, sendo cúmplice da ignorância e do
obscurantismo. Mesclando erudição e humor, Hitchens chega a essas
conclusões se apoiando em experiências pessoais, fatos históricos e
análises críticas de textos religiosos. As análises se concentram no
cristianismo, judaísmo e islamismo, mas também há menções ao budismo
e ao hinduísmo.Sua perspicácia o levou a travar célebres embates contra
ícones incontestáveis da religiosidade e do bem, como madre Teresa de
Calcutá, que será canonizada pelo Vaticano em setembro 2016. Hitchens
relata como o jornalista Malcolm Muggeridge lançou a marca “Madre
Teresa” em todo o mundo ao contar o episódio em que ela teria emitido
um brilho, um halo luminoso. A verdade, esclarece Hitchens, é que o
suposto “milagre” devia-se à filmagem em condições de pouca luz e com
um novo tipo de filme da Kodak.Suas objeções à fé religiosa também
englobam casos de pedofilia na Igreja Católica dos Estados Unidos,
episódios de intolerância religiosa entre católicos e protestantes na
Europa e conflitos motivados pelo radicalismo de judeus e muçulmanos no
Oriente Médio.Hitchens defende que nenhuma religião oferece uma
resposta satisfatória às questões fundamentais da existência humana,
cujos dilemas morais e éticos, segundo ele, estariam mais bem
representados em autores clássicos, como Shakespeare, Dostoiévski e
Tólstoi, do que em qualquer escritura sagrada. Em sua visão, o ideal seria
que a ética e a investigação científica substituíssem a religião. “Se você
dedicar um pouco de tempo a estudar as impressionantes fotografias
tiradas pelo telescópio Hubble, estará examinando coisas que são muito
mais assombrosas e belas – e mais caóticas e atordoantes e
ameaçadoras – que qualquer história da criação”, assegura o
autor.Herdeiro intelectual de George Orwell e de Thomas Paine,
Christopher Hitchens foi um autêntico livre pensador e manteve sua
coragem e seus princípios até o fim da vida. Morreu em 2011, um ano e
meio depois de descobrir que tinha câncer no esôfago, e não se curvou
nem nesse momento diante de divindades ou de religiões.

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