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Beauvoir, em todas as suas obras, traz inquietações existenciais, tais como a condição da

mulher na sociedade e a condição do envelhecimento humano. Sua produção textual é


extensa e comporta romances, ensaios, biografias, teatro. Nessas produções, ela
problematiza questões fundamentais de sua filosofia existencial.

Na verdade, tanto Beauvoir quanto Sartre vivenciaram carnificinas humanas: Guerras,


pessoas inocentes morrendo, mulheres sendo praticamente vendidas por seus pais por fins
de dote e tradições matrimoniais. Mulheres e homens eram unidos por laços institucionais.
Época que o conceito de mulher era definido como a mulher do lar, do marido e que apenas
tinha utilidade dentro de casa. As pessoas que envelheciam também eram postas à
margem da sociedade, que os conceituava como aqueles que degradaram para uma
espécie inferior humana.

Diante disso, Simone conclui que cada pessoa recebia seu papel de acordo com as suas
idiossincrasias (​característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa).
individuais e que dessa forma não haveria espaço para o homem ser o inventor do homem.
Ela ficava inquieta vendo pessoas tendo suas vidas ceifadas em guerras, holocaustos e
guerras religiosas. E era provável, portanto, que Deus não existisse ou talvez, não se
importasse, então, não era Deus a quem a humanidade poderia se apoiar, mas sim na sua
própria existência. Deus poderia existir, talvez, em plano transcendental inteligível. Mas na
terra quem existe é o homem.

Ela recusava as questões metafisicas, porque era necessário se preocupar com o problema
na existência aqui na terra, onde as condições humanas precisam ser tomadas por
consciência do ser e ele precisa fazer a ruptura do que está dado, para uma condição
autêntica e verdadeira. Sendo assim, quem dá sentido à vida é o próprio homem e não
Deus.

Sem papéis para se apegar, sem um Deus para procurar a moral ou para perdoar, o homem
sente-se responsável por suas ações. Pois “um Deus pode perdoar, apagar, compensar;
mas Deus não existe, as faltas do homem são inexpiáveis (​ imperdoáveis)​”.

NOTÍCIA

Por que o Vaticano, coração da Igreja, sedia a maior conferência sobre ateísmo no
mundo

Notícia de março de 2019

Dos dias 28 a 30 de março de 2019, a sede da Igreja Católica recebe um evento inusitado:
acadêmicos discutirão o que leva pessoas a crerem ou não em Deus e dados de uma
pesquisa realizada em seis países, entre eles o Brasil.

Desta terça (28) até quinta-feira (30), o Vaticano, centro espiritual e político da Igreja
Católica, sedia um evento inusitado, se considerarmos seus princípios. Trata-se da
Understanding Unbelief, apresentada como a maior conferência mundial sobre ateísmo.
O programa, financiado pela Fundação John Templeton, é organizado por quatro
instituições acadêmicas, todas do Reino Unido.

O evento terá debates os quais questionam as pessoas o que as levam a crerem e o que
leva pessoas a não crerem em Deus. Participam maioritariamente pesquisadores
acadêmicos interessados no tema, como sociólogos, antropólogos, teólogos e filósofos -
mas religiosos também são bem-vindos.

As palestras discutiram não só o ateísmo em si, como também todas as vertentes ligadas a
esse pensamento, como o ceticismo, agnosticismo, racionalistas. Na pesquisa realizada em
seis diferentes países, quando um grupo foi perguntado sobre quais são os valores mais
importantes da vida, houve uma "concordância extraordinariamente alta entre incrédulos e
populações gerais", apontou o levantamento. "Família" e "liberdade" foram muito bem
citados por todos, além de "compaixão", "verdade", "natureza" e "ciência".

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