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A atmosfera e a radiação solar

Apenas 47% do total da radiação solar que chega ao limite superior da atmosfera
consegue atingir a superfície do globo. O restante é absorvido, difundido ou reflectido através
das nuvens e da superfície da Terra. A atmosfera funciona, então, como um
filtro protector da Terra, sem o qual a vida seria impossível. O limite inferior da atmosfera
corresponde ao nível médio das águas do mar – superfície da Terra, e o seu limite superior,
apesar de difícil de determinar, oscila entre os 800 km e os 1000 km de altitude.

A atmosfera
A atmosfera pode ser dividida em várias camadas, cada qual com as suas caracterí
sticas mas também com diferentes funções.
A atmosfera é fundamental para a vida na Terra, no entanto, enfrenta muitos perigos
causados, muitas vezes, pela actividade humana. Defender a atmosfera através da
diminuição da emissão de gases poluentes e da introdução de tecnologias limpas,
é essencial para a preservação da vida na Terra.

Estrutura da atmosfera

1. Troposfera
Do nível do mar até 6 a 16 km (6 a 8 km nos polos e no equador nesta camada que se
processam todos os fenômenos meteorológicos, incluindo as chuvas, a formação de
nuvens e outros. Na troposfera, estão dispostos todos os gases que compõem e
atmosfera e, por sofrer mais com os efeitos da gravidade, acumula em si a maior
parte dos gases existentes. Na troposfera a temperatura diminui com a altitude
(decresce 6,5ºC por cada 1000 metros).

2. Estratosfera
De 12 a 50 km. Nesta camada a temperatura mantém-se mais ou menos constante até
aos 25 km, subindo na parte superior, devido à presença do Ozono que absorve grande
parte da radiação Ultra Violeta, protegendo assim, a Terra dos efeitos negativos
desta radiação.
- Agrupando o ozônio e a fina camada por ele composta, cuja função é proteger o
planeta da radiação solar.

3. Mesosfera
De 50 a 80 km. Caracteriza-se por atingir temperaturas muito baixas (- 80ºC). As
temperaturas descem muitos porque esta camada não absorve energia solar.

4. Termosfera ou Ionosfera
De 80 a 600 km. Nesta camada dá-se um grande aumento da temperatura (até 200ºC).
Constituída por gases muito rarefeitos.

5. Exosfera
Camada basicamente composta por gás hélio e hidrogênio, dispostos em baixa
quantidade.
De 600 a 1000 km. Camada mais externa da atmosfera. Liga a atmosfera ao espaço
interplanetário (onde orbitam os satélites).
A gravidade não possui qualquer efeito sobre essa camada.

Funções da atmosfera
Assim sendo, a atmosfera:
 Filtra e absorve radiações nocivas (camada de ozono).
 Protege (meteoritos).
 Controla a temperatura (efeito de estufa).
 Fonte de vida (oxigénio).
A composição da atmosfera
A atmosfera é constituída por ar atmosférico. Este é essencialmente constituído por
uma mistura de gases, que contêm em suspensão minúsculas partículas sólidas de poeira,
de fumo e de partículas líquidas (a água encontra-se na atmosfera nos 3 estados: gasoso,
líquido e sólido).

Ela é composta por cerca de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e apenas 1% é


formado por outros gases, tais como o argônio, o dióxido de carbono, o neônio, o
ozônio, entre muitos outros.
Em relação ao volume de ar, os constituintes da atmosfera mais importantes são:
O azoto (78,08%),
O oxigénio (20,95%) e o árgon (0,93%).

No entanto, na atmosfera encontram-se gases cujas proporções variam, mais ou menos


acentuadamente, no tempo e no espaço (gases de concentração variável). Os mais importantes
são o vapor de água, o dióxido de carbono e o ozono, tendo estes um papel relevante, do
ponto de vista meteorológico.
Os gases de concentração variável:
Vapor de água: o vapor de água está sempre presente na atmosfera, variando, no entanto, de
lugar para lugar. Por exemplo, é muito elevado nas regiões costeiras tropicais, quentes e
húmidas, mas muito raro nas regiões polares e nos desertos quentes. O vapor de água
é proveniente da evaporação das águas dos mares, dos lagos, dos oceanos, dos
rios, dos solos húmidos, etc., e ainda da respiração e da transpiração dos seres
vivos. A sua concentração ocorre na baixa atmosfera, nomeadamente abaixo dos
6 km de altitude. Cerca de 75% acumula-se nos primeiros 4 km, sendo quase inexistente
para além dos 10 km de altitude.
Assim, a concentração de vapor de água na atmosfera decresce em altitude. Este
constituinte é responsável pelo desencadeamento de fenómenos físicos, afectando outros
elementos de clima ou meteorológicos, nomeadamente a temperatura, a pressão atmosférica e a
precipitação. É, então, responsável pela pluviosidade que ocorre à superfície da Terra e pela
regularização térmica, uma vez que absorve radiações infravermelhas.

Dióxido de carbono: o dióxido de carbono surge na atmosfera a partir da


respiração dos seres vivos, da actividade vulcânica, da decomposição e
da combustão de substâncias que contêm carbono. Tal como o vapor de água, o
dióxido de carbono decresce em altitude (cerca de 75% concentram-se até10 km de
altitude) e é um absorvente das radiações infravermelhas, sendo, por isso, um regularizador da
temperatura. Se todo o dióxido de carbono atmosférico desaparecesse, a
temperatura média da Terra baixaria cerca de 20 °C, enquanto que se aumentasse para o dobro,
a temperatura sofreria um acréscimo de 8 °C.
Partículas sólidas: As poeiras, fumos, sais minerais e microrganismos presentes na atmosfera
são muito importantes do ponto de vista meteorológico, pois é em torno delas que se
dá a condensação do vapor de água (núcleos de condensação).

Ozono: da família do oxigénio, o ozono resulta da dissociação das moléculas de oxigénio, a partir
de determinadas radiações do Sol. Os átomos resultantes recombinam-se com o oxigénio
molecular, produzindo, então, o ozono. O ozono existe até aos 90 km de altitude. No entanto,
este gás concentra-se, sensivelmente, entre os 20 e os 50 km de altitude e, por isso, esta
camada é designada por camada de ozono (zona da atmosfera onde a concentração
de ozono é maior). Este aumenta, então, em altitude, ao contrário do dióxido de carbono e do
vapor de água. A maior parte do ozono forma-se a partir de processos como a
absorção de radiação ultravioleta. No entanto, também se forma junto à superfície da Terra,
através de descargas eléctricas. A importância do ozono para a vida no planeta apesar
da sua reduzida quantidade, o ozono tem um papel fulcral no equilíbrio térmico da
Terra e na circulação de ar nas altas camadas da atmosfera. Acresce ainda que ao
absorver grande parte das radiações ultravioletas, impede que estas cheguem à superfície
da Terra em quantidades elevadas e fatais para a vida no planeta. Assim, sem o ozono,
as elevadas quantidades de radiações ultravioletas provocariam queimaduras, que
levariam à destruição de todas as células, o que impossibilitaria a existência das formas de
vida actualmente conhecidas no globo. Além disso, as radiações ultravioletas de
determinado comprimento de onda alteram a estrutura do DNA.

Da alteração do DNA podem resultar múltiplas anomalias nos seres vivos, como o cancro, a
esterilidade, a atrofia, etc. Saliente-se, por outro lado, que se a quantidade de ozono fosse
muito maior do que a existente, absorveria uma maior quantidade de radiações ultravioletas, o
que redundaria numa quantidade de radiação insuficiente para a produção, pelos
animais, da vitamina D, o que impediria o normal desenvolvimento dos ossos.

A atmosfera: filtro da radiação solar


No entanto, a distância a que a Terra se encontra do Sol é tão grande que apenas uma ínfima
parte de radiação solar atinge o limite exterior da atmosfera. 1400 Watts é,
aproximadamente, o valor da constante solar — quantidade de energia que recebe, por
segundo, cada metro quadrado de superfície da camada superior da atmosfera,
exposto perpendicularmente à radiação solar. Quase metade dessa energia perde-se
até chegar à superfície da Terra.
Os processos atmosféricos que explicam essa perda da radiação solar são a
 Absorção
 Reflexão e a
 Difusão

Na absorção intervém o ozono que, na estratosfera, absorve grande parte da radiação


ultravioleta. O vapor de água, o dióxido de carbono, as poeiras e as nuvens são,
também, responsáveis pela absorção de uma parte da radiação solar.
Uma boa parte da radiação solar perde-se por reflexão no topo das nuvens e na
superfície terrestre, em particular nas regiões cobertas de gelo. No processo de
difusão intervêm os gases e partículas constituintes da atmosfera, dispersando a
radiação solar.
Embora esta se disperse no espaço exterior, uma parte acaba por atingir,
indirectamente, a superfície terrestre — radiação difusa.
A radiação global — radiação total que atinge a superfície da Terra — é, assim,
constituída pela radiação directa —energia recebida na Terra, directamente
do Sol — e pela radiação difusa, medindo-se, habitualmente, em Langley (1
ly=lcal/cm2)

BALANÇO ENERGÉTICO DA TERRA


Albedo de uma superficie

A radiação solar, ao incidir sobre qualquer corpo, vai, em maior ou menor


quantidade, sofrer uma mudança de direcção, sendo reenviada para o espaço por
reflexão. A fracção de energia reflectida por uma superfície em relação ao total de
energia nela incidente (expresso em percentagem) designa-se por albedo.

As superfícies de cor clara, como a neve, têm um albedo elevada, reflectindo quase a totalidade
da energia solar nelas incidente, logo não aquecem muito.

As superfícies de cor escura têm uma albedo muito fraca, o que se traduz numa
grande absorção de radiação solar e num consequente aquecimento.

As superfícies lisas têm também rugosas. Deste modo, as florestas têm uma albedo
fraca, na medida em que são corpos relativamente escuros e de superfície desigual. Por outro
lado, quanto maior a inclinação dos raios solares maior é a albedo

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