Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conteúdo
Documentação de referência utilizada ............................................................... 3
Enquadramento geral ........................................................................................... 5
Enquadramento no Plano Nacional de Ação do SGIFR (PNA) e respetivas
declinações nos Planos regionais e Sub-regionais de Ação (PRA e PSA) ......... 7
Boas práticas de construção e de manutenção do edificado e envolvente
imediata para a sua proteção contra incêndios rurais .................................... 8
Relevância ............................................................................................................................. 8
Principais processos de Ignição do edificado ........................................................................ 9
Telhado ................................................................................................................................ 11
Paredes ................................................................................................................................ 12
Portas .................................................................................................................................. 12
Janelas ................................................................................................................................. 13
Portadas ou persianas ......................................................................................................... 13
Aberturas e respiradores..................................................................................................... 14
Alpendres, varandas e pérgulas .......................................................................................... 14
Espaço envolvente ao edificado .......................................................................................... 14
Investimentos para melhoria de proteção do edificado ..................................................... 15
Manutenção ........................................................................................................................ 16
Autoproteção ...................................................................................................................... 16
Seguros do edificado contra risco de incêndio rural........................................................... 17
2
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
3
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
4
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Enquadramento geral
Os dois relatórios, apesar de se debruçarem sobre intervenções diferenciadas em termos
de incidência no território e de responsabilidades (rede secundária de faixas de gestão de
combustível, e regras para o edificado e envolvente), coincidem no seu conjunto para dar
respostas a necessidades de proteção contra incêndios rurais, orientada para a segurança e
salvaguarda das pessoas, animais e bens em áreas edificadas e nas demais áreas, instalações,
estabelecimentos e infraestruturas abrangidos pela rede secundária (n.º 2, do art.º 4.º, do Decreto-
Lei n.º 82, de 13 de outubro de 2021).
5
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
6
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
7
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Relevância
• Regulamento Municipal de gestão de combustíveis na envolvente do edificado em
áreas edificadas, de acordo com o n.º 9., do art.º 49º do Decreto-Lei n.º 82/2021, de
13 de outubro. Nível municipal (PE).
• Deveres dos proprietários de garantia de que o edifício tem condições para impedir
a entrada de material incandescente, de acordo com o art.º 22º do Decreto-Lei n.º
82/2021, de 13 de outubro. Nível nacional e municipal.
• Para obras de construção, reconstrução, ou ampliação de edifícios, dentro das áreas
prioritárias de prevenção e segurança (APPS), ou fora destas, em solo rústico fora de
aglomerados rurais, quando se situem em território florestal ou a menos de 50 m
de territórios florestais,
o Despacho do presidente da ANEPC com os requisitos de proteção relativas à
resistência de edifício à passagem do fogo, de acordo com o ponto iv), da
alínea b), do art.º 60º para edificação em APPS, e da alínea c) do n. º 1., do
art.º 61º para área fora das APPS, do Decreto-Lei n.º 82/2021, de 13 de
outubro. Nível nacional.
o Definição de medidas relativas à contenção de possíveis fontes de ignição de
incêndios no edifício e respetivo logradouro, de acordo com ponto v), da
alínea b), do art.º 60º para edificação em APPS, e da alínea d), do n.º 1 do art.º
8
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
61º para edificação em áreas fora das APPS, do Decreto-Lei n.º 82/2021, de
13 de outubro. Nível nacional e municipal.
• Programas nacionais de proteção de aglomerados populacionais e de sensibilização
para a prevenção de comportamentos de risco, nomeadamente os programas
«Aldeia Segura» e «Pessoas Seguras», ANEPC. Nível nacional e local.
9
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
1
A abreviação para IR PG, refere-se ao complexo de incêndios designados de Pedrogão Grande,
ocorridos em 17 de junho de 2017.
10
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
• De um modo geral, deve existir uma área contígua à estrutura (normalmente 1,5 a
2m) completamente desprovida de combustível florestal (Zona 1, ou II- Interface
Imediata), seguida de uma zona, usualmente até 10 metros, mas variável em função
do declive (Zona 2, ou IP- Interface Próxima), onde todo o combustível de superfície
deve ser retirado e o arvoredo eliminado ou desbastado. Por último seguir-se-á uma
zona (Zona 3, ou IA - Interface Alargada) em que se deve evitar acumulação
significativa de combustível e assegurar descontinuidade vertical adequada.
Telhado
• O telhado é a componente estrutural onde normalmente se verifica a primeira
ignição das construções, normalmente pelo mecanismo de projeção de partículas
incandescentes.
• O nível de manutenção dos telhados, sobretudo a sua limpeza (eliminação de folhas
e outros detritos) e remoção de telhas partidas, e as práticas construtivas existentes
são os principais fatores que afetam a vulnerabilidade do edifício.
11
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Paredes
• A larguíssima maioria das casas localizadas em zonas com propensão para incêndios
rurais tem paredes feitas em material não inflamável, nomeadamente pedra e
alvenaria.
• Paredes com cobertura vegetal como hera, vinha real ou outras plantas, designadas
frequentemente por “paredes verdes” ou “paredes vivas”, aumentam a
vulnerabilidade da casa aos incêndios rurais.
• O caso das paredes compostas por dois tipos de materiais, frequente em unidades
empresariais, mostrou ser relevante na ignição deste tipo de estruturas, pelas
aberturas ou dilatações existentes, que ocorrem frequentemente na transição de
materiais.
• Muitas instalações industriais apresentam paredes em chapa metálica que tem
tendência para dilatar perante condições de alta temperatura, provocando a
abertura de fendas nas zonas de junção das chapas metálicas, criando condições
para a entrada de partículas incandescentes. O efeito da dilatação das vigas e pilares
metálicos deste tipo de construções, pode igualmente criar brechas que aumentam
a vulnerabilidade do edifício à entrada e deposição de partículas incandescentes.
Portas
• A existência de folgas entre portas exteriores e a sua armação, normalmente na
parte inferior, permitem a entrada de partículas incandescentes e, eventualmente, a
ignição do edifício.
• Portas exteriores com vidro simples apresentam uma maior fragilidade perante a
presença de altas temperaturas e ventos fortes, que promovem uma grande
12
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Janelas
• As janelas influenciam decisivamente a vulnerabilidade de um edifício, sobretudo
porque altas temperaturas e ventos fortes, típicos do ambiente de incêndio rural,
podem levar à quebra dos vidros, possibilitando a entrada de partículas
incandescentes dentro da construção.
• As janelas de vidro simples e as persianas de PVC oferecem pouca resistência a
incêndios intensos, embora a sua combinação possa impedir a entrada do fogo em
alguns casos, pelo menos enquanto a sua integridade estrutural não for quebrada.
• O tipo de vidro é determinante para a possibilidade de quebra durante um incêndio
rural. Vidros de espessura inferior a 3 mm, têm maior tendência a quebrar quando
sujeitos aos fluxos de calor típicos dos incêndios rurais.
• Vidros duplos ou com uma espessura igual ou superior a 4 mm podem estalar, mas
dificilmente quebram e permitem a entrada de fagulhas, quando sujeitos às
condições extremas típicas de um incêndio.
• Algumas das intervenções podem apresentar um benefício duplo – por exemplo, a
substituição dos vidros e a eliminação de folgas, nas portas ou nas janelas, beneficia
o edifício não apenas pela maior proteção contra os efeitos dos incêndios rurais,
mas também beneficiam a casa em termos de eficiência energética.
Portadas ou persianas
• As janelas de vidro duplo, complementadas com persianas de alumínio ou portadas
de madeira oferecem maior proteção contra o impacto direto das chamas.
• As portadas raramente ignificam, ou a sua ignição apenas se dá numa fase tardia ou
de intensidade extrema do fogo, na sequência da ignição de outros elementos
construtivos.
• As portadas exteriores são normalmente preferíveis porque protegem não apenas
o interior da casa, mas também a integridade da janela. As persianas são também
elas um bom elemento protetor.
13
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Aberturas e respiradores
• Todas as aberturas para entrada ou saída de ar (respiradores, chaminés, saídas de
exaustores, etc.) deviam idealmente estar equipadas com redes metálicas de
retenção de partículas, para minimizar a possibilidade de entrada e de saída de
partículas incandescentes.
• De forma a promover o aumento da resistência estrutural das edificações ao fogo
rural, deve ser promovida a colocação de proteções anti fagulha em respiradouros
ou outras aberturas.
14
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Zona de
Folhada Herbáceas Arbustivas Arvores
Interface
Eliminação total de resinosas e
II -
folhosas de folha perene de
Interface Eliminação Eliminação Eliminação
espécies florestais (excluindo
Imediata total total total
ornamentais).
15
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
Manutenção
• A existência de construções abandonadas ou em ruínas, dentro de povoações,
constituem-se como recetores de fagulhas e a sua vulnerabilidade, associada ao
facto de terem por vezes vegetação no seu interior, levou a que começassem a arder
colocando em perigo outras construções em redor.
• Foi analisado (IR PG2017) o caso particular de um empreendimento constituído por
casas de madeira com fins turísticos, onde todas foram destruídas, menos as casas
dos proprietários, de construção idêntica, mas com um grau de manutenção na
própria casa e na envolvente, muito superior, nomeadamente o cuidado tido na
gestão de combustíveis no jardim e na escolha de espécies menos inflamáveis. Este
facto é muito importante na demonstração de que a boa gestão e manutenção de
uma estrutura e do seu espaço envolvente são fatores tanto ou mais importantes na
sobrevivência ao fogo do que os próprios materiais que a constituem.
• A análise (IR PG) da afetação em função estado de conservação estrutural das
edificações, mostrou que: das que se encontravam bem conservadas, cerca de 30 %
teve apenas danos ligeiros, e 36 % ficaram completamente destruídas; nas
moderadamente ou mal conservadas, o dano centrou-se na esmagadora maioria
nas classes de muito danificada e de totalmente destruída.
Autoproteção
• A probabilidade de a casa sobreviver é sempre muito maior quando há gente dentro
ou por perto.
• Verifica-se que frequentemente as pessoas não fecham as portadas ou persianas
durante um incêndio rural, pelo que a sua capacidade de proteção não é utilizada.
• A proteção dos edifícios está muito dependente dos meios de proteção civil, já que
a capacidade de autoproteção é baixa. Os meios de autoproteção, quando existem,
limitam-se frequentemente a mangueiras de jardim, que quase sempre perdem
operacionalidade quando falha o abastecimento público de água ou de energia
elétrica.
• A capacidade de autoproteção está relacionada não apenas com equipamentos e
aptidão física e mental para intervir no incêndio, mas também com a autonomia
relativamente a água e energia, já que a disponibilização pública destes recursos por
vezes falha, sobretudo em situações de grandes incêndios.
• Em termos genéricos refere-se que, salvo em condições específicas em que sejam
usados sistemas de autoproteção com operação sem água e sem energia de suporte
(e.g., telas ignífugas sem sistema de arrefecimento), em situações de risco elevado
deve ser garantida autonomia destes dois recursos – água e energia – uma vez que
durante uma situação de incêndio, o abastecimento público pode não responder às
necessidades.
16
ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A DEFINIÇÃO DO EDIFICADO
E SUA ENVOLVENTE PARA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS RURAIS
17