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A ASSUNÇÃO Nos Primeiros 5 Seculos
A ASSUNÇÃO Nos Primeiros 5 Seculos
GABRIELE M. ROSCHINI
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I
O SÉCULO II
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II
O SÉCULO III
Continua neste século a afirmação explícita daqueles princípios nos quais está
implícita a afirmação da Assunção de Maria Santíssima em corpo e alma à glória do
Céu; e não falta a afirmação explícita da Assunção corpórea.
Ensinam explicitamente o «princípio da recapitulação» Tertuliano[19],
Orígenes[20] e São Gregório Taumaturgo[21]. Ensinam, por outro lado, explicitamente
o «princípio da maternidade cheia de mistério» e de uma «virgindade mirífica»
Tertuliano[22], Orígenes[23], Santo Hipólito[24] e São Gregório Taumaturgo[25].
Mas não falta também, ao que parece, no século III, a afirmação explícita da
Assunção corpórea de Maria. Segundo o estudioso orientalista Van Lantschoot, no
século III traçar-se-iam as origens do apócrifo «Evangelho de Bartolomeu», do qual
existem três recensões sahídicas: A e B (do século X) e C (do século XII). Na recensão
B (na recensão A falta o fólio) lê-se: «Cristo abençoou-a (a Maria) dizendo: “Quando tu
tiveres deixado o teu corpo, eu mesmo virei até junto de ti com Miguel e Gabriel. Nós
não te deixaremos ter medo da morte, diante da qual todos têm medo. Eu te colocarei no
lugar da imortalidade e tu estarás comigo no meu reino e eu colocarei o teu corpo
debaixo da Árvore da vida; o Querubim armado com uma espada de fogo velará por ele
até ao dia do meu reino”». E na recensão C lê-se: «E quando tu tiveres deixado o teu
corpo, eu voltarei com meu Pai, com Miguel e todos os Anjos, e tu estarás connosco no
meu reino. E o teu corpo eu o confiarei aos querubins da espada de fogo, para que eles
velem por ele até ao dia da minha parusia e do meu reino»[26]. Estas expressões parece
que devem entender-se como relativas ao corpo animado da Virgem. Assim pensa o
Padre Balic[27].
***
III
SÉCULO IV
Resumindo, Santo Epifânio: 1) não duvida de que o fim da vida terrena de Maria
foi repleto de milagres, ou seja, não foi comum, mas prodigioso; 2) o mesmo silêncio da
Sagrada Escritura sobre um tal fim é devido à «superabundância do milagre», «para não
provocar o assombro na mente humana»; 3) que na verdade supõe de tal maneira
portentoso o fim da vida terrena de Maria que considera como possível e, mais ainda,
plausível (não ainda certa) a trasladação imediata de Maria em alma e corpo à vida
imortal (sem a morte e a ressurreição); 4) ele duvida apenas do «modo» como a Virgem
deixou a vida terrena (se morreu ou não morreu), sem duvidar de maneira nenhuma da
glorificação em alma e corpo de Maria Santíssima; 5) evitou falar explicitamente da
tradição assuncionista já vigente no seu tempo, porque pretendia refutar a heresia das
Coliridianas, as quais se excediam no culto da Rainha do Céu, considerando-a como
uma deusa[33]. A morte, com efeito, é o que distingue geralmente o homem de Deus. A
morte é o destino do homem.
O insigne Bispo de Salamina sabe muito bem, no entanto, que o termo da vida
terrena de Maria «não foi ordinário», mas «cheio de prodígio, capaz de lançar no
assombro a mente humana»[34]. E acrescenta logo que «a Escritura, transcendendo a
capacidade da mente humana, deixou o acontecimento na incerteza (ou seja, se Maria
permaneceu imortal ou se morreu), por causa daquele vaso exímio e precioso, para que
ninguém pudesse suspeitar dela qualquer coisa de tipo carnal»[35]. Esta certeza
demonstrada por Santo Epifânio relativamente ao termo portentoso da vida de Maria
adequa-se muito bem à tradição já clara e explícita naquele século e no século seguinte
acerca da Assunção de Maria Santíssima. Há uma só diferença entre Santo Epifânio e a
tradição existente no seu tempo e depois dele: enquanto para Santo Epifânio a morte e a
ressurreição de Maria é incerta (visto que admite que a Virgem poderia ter subido ao
céu sem morrer nem ressuscitar), a forma da tradição existente no seu tempo e a seguir a
ele admitia a morte e a ressurreição.
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IV
SÉCULO V
FONTE
ROSCHINI, Gabriele M. L'Assunzione di Maria SS. nei primi cinque secoli dell'èra
cristiana, in Renovatio 2 (1967), pp. 589-608.
http://www.apologistascatolicos.com.br/index.php/apologetica/virgem-maria/954-a-
assuncao-de-maria-santissima-nos-primeiros-cinco-seculos-da-era-crista