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Aula 01 - Pós em Direito Digital Cap 2
Aula 01 - Pós em Direito Digital Cap 2
Apresentação
A internet e a globalização no cotidiano dos indivíduos foram responsáveis por uma alteração
significativa no modo de viver, pensar e, inclusive, se relacionar juridicamente, uma vez que o
mercado de consumo se intensificou de forma significativa por meio dos negócios jurídicos
celebrados on-line, de maneira que surgiram alternativas para viabilizar tais contratações, como as
assinaturas eletrônicas, por exemplo. Isso trouxe a necessidade de regulamentação e adequação da
legislação vigente, de modo a garantir a proteção já adquirida e assegurar a integridade e segurança
nas relações jurídicas, conforme disposto na legislação civil e na Constituição Federal.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre a importância da proteção dos
consumidores no mercado de consumo e a legitimidade das assinaturas digitais, bem como
analisar decisões judiciais sobre o tema.
Bons estudos.
Todavia, como proceder em determinadas situações que exsurgem da prática? Quais medidas são
as mais adequadas para cada caso?
Joana procura você para uma consulta jurídica. Sendo assim, responda:
Neste Infográfico, você irá descobrir quais são as etapas para a obtenção de uma assinatura digital,
de acordo com o procedimento previsto na ICP-Brasil.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
Seja em smartphones, tablets ou notebooks, a internet chegou aos brasileiros, e tal revolução mudou
de forma significativa como as pessoas se relacionam e celebram negócios jurídicos. Junto com essa
evolução, surge a necessidade de regulamentação das novas formas de contratação, visando ao
resguardo dos envolvidos na relação jurídica contra qualquer tipo de abuso ou irregularidade, de
acordo com o que se encontra disposto na legislação civil e na Constituição Federal.
No capítulo Contratos eletrônicos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você irá
reconhecer a importância da proteção dos consumidores frente aos contratos eletrônicos, entender
o que é assinatura digital e analisar a jurisprudência das cortes superiores acerca dos contratos
eletrônicos.
Boa leitura.
DIREITO DIGITAL
Contratos
eletrônicos
Camila Coelho Moreira
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A chegada da internet com suas facilidades no Brasil e no mundo foi um marco
muito importante para a nossa sociedade, pois revolucionou as formas de agir,
de pensar, de se relacionar e de celebrar negócios jurídicos, que passaram a se
adequar ao meio eletrônico, facilitando as relações a distância. Com isso, surgiu
a necessidade de regulamentação dessas novas formas de contratação, consi-
derando suas peculiaridades, bem como a necessidade de resguardar as pessoas
envolvidas na relação jurídica contra qualquer tipo de abuso ou irregularidade,
com base no que se encontra disposto na legislação civil brasileira vigente e na
Constituição Federal.
Neste capítulo, você vai estudar a importância e o histórico da proteção dos
consumidores no mercado de consumo, a legitimidade das assinaturas digitais,
muito utilizadas nessas modalidades de contratação, além das decisões judiciais
sobre o tema.
2 Contratos eletrônicos
[…] serão nulas de pleno direito quando implicarem em violação ao sigilo das
comunicações privadas, pela internet, ou, quando em contrato de adesão, não
oferecerem como alternativa ao contratante a adoção do foro brasileiro para
solução de controvérsias decorrentes de serviços prestados no território nacional
(BRASIL, 2014, documento on-line).
Assinatura digital
Você já se deu conta de quantos contratos celebra por dia, por semana, por
mês? Essa pode parecer uma pergunta um pouco diferente, mas hoje vive-
mos em um mundo tão acelerado e tão moderno que, em um dia, por vezes,
celebramos diversos negócios jurídicos sem perceber. Foi-se a época em
que celebrar um contrato era sinônimo de assinar folhas e folhas de papel.
Essa foi uma das facilidades que surgiram com a internet, que transformou
de maneira significativa a forma com que as pessoas contratam serviços e
compram produtos.
Durante o ato de celebração de um negócio jurídico, o consentimento das
partes se traduz como um dos requisitos obrigatórios, conforme está disposto
no Código Civil (BRASIL, 2002). Tal consentimento consiste na manifestação
de vontade das partes, na concordância com os termos e cláusulas dispostas,
que irão regulamentar a relação jurídica ali estabelecida. Com a modernização
do mercado e da própria sociedade, essa anuência aos termos de um acordo
6 Contratos eletrônicos
Organização do ICP-Brasil
O ICP-Brasil consiste em um conjunto de entidades, políticas, normas, re-
gulamentos, sistemas, mecanismos criptográficos e técnicas de gestão, cuja
Contratos eletrônicos 7
Referências
BENJAMIN, A. H. V.; MARQUES, C. L.; BESSA, L. R. Manual de direito do consumidor. 3. ed.
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.
BRANCHER, P. M. R. Contrato eletrônico. In: PUC-SP. Enciclopédia jurídica da PUCSP. São
Paulo: PUC-SP, 2018. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/259/
edicao-1/contrato-eletronico. Acesso em: 17 abr. 2021.
12 Contratos eletrônicos
Nesta Dica do Professor, você irá conhecer outras modalidades de assinatura eletrônica, suas
diferenças e peculiaridades.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
D) pessoas físicas ou jurídicas que podem ser titulares dos certificados digitais emitidos por uma
das autoridades certificadoras integrantes da ICP-Brasil.
2) Murilo e Paola celebraram um contrato de mútuo remoto, estando Murilo no Rio de Janeiro
e Paola no Espírito Santo. Na ocasião, tanto Murilo quanto Paola assinaram o documento
eletronicamente, por meio de suas assinaturas digitais. Transcorrido o prazo estipulado,
Murilo não cumpriu com as cláusulas contratuais e Paola precisou executar o contrato, pois,
todas as vezes em que tentou entrar em contato com Murilo, não obtinha retorno. Ao ajuizar
a ação, o juiz entendeu que Paola não tinha direito de executar o contrato, pois, durante a
assinatura, tanto ela quanto Murilo não preencheram o campo das testemunhas e, por esse
motivo, o contrato não seria válido.
A) Não assiste razão para a decisão do magistrado, uma vez que o STJ já entendeu que a
autenticidade das assinaturas digitais, por si só, é capaz de comprovar a vontade das partes e
tornar o título executável.
B) O magistrado está correto em suas alegações, uma vez que, independentemente do meio de
formalização do contrato, deve ser respeitada a legislação vigente sobre o tema.
C) Não assiste razão ao magistrado, uma vez que seria impossível, no caso em tela, as
testemunhas assinarem o documento, considerando que as partes moram em locais distantes,
inviabilizando tal conduta.
D) Assiste razão ao magistrado, pois, no caso em comento, as testemunhas também deveriam ter
assinado digitalmente o documento, conferindo, assim, uma maior autenticidade e garantindo
sua executabilidade.
E) Não assiste razão ao magistrado, uma vez que o contrato faz lei entre as partes e está em
desuso a utilização de testemunhas, pois as partes têm liberdade de celebrar o contrato ou
não.
3) Você aprendeu que a assinatura digital consiste em uma ferramenta muito importante na
celebração de negócios jurídicos, uma vez que garante a autenticidade e confere segurança
aos contratos celebrados.
É correto afirmar que a assinatura digital consiste em uma espécie de assinatura, derivada
da:
A) assinatura eletrônica.
B) criptografia.
C) autonomia da vontade.
D) tecnologia digital.
E) informática.
4) Leandro tem um lote próximo a uma área em que será construído um grande shopping center,
e está há meses em negociações com o grupo econômico responsável pela construção do
imóvel. Recentemente, chegaram a um consenso sobre o valor e Leandro decidiu realizar a
compra. Eis que, passados três dias da assinatura do contrato, Leandro recebeu uma
proposta ainda maior de seu vizinho e deseja utilizar seu direito de arrependimento,
presente no Código de Defesa do Consumidor, para desfazer o negócio jurídico, pois o
contrato fora celebrado com um grande grupo econômico e Leandro alega ser vulnerável, no
sentido da lei.
B) Leandro está correto em suas alegações, pois o grupo econômico tem mais condições
financeiras e, portanto, Leandro é, sim, vulnerável dentro da relação jurídica.
C) em que pese Leandro ter o reconhecimento legal de vulnerabilidade, não se aplica o direito de
arrependimento, uma vez que é somente aplicável a contratos de consumo.
D) Leandro deverá buscar o Poder Judiciário e requerer, com base no Código de Defesa do
Consumidor, o reconhecimento de sua vulnerabilidade econômica, uma vez que não se
aplica a vulnerabilidade técnica e de informação.
E) Leandro poderá ter sua vulnerabilidade reconhecida não pelo Código de Defesa do
Consumidor, mas pelo Código Civil, uma vez que houve um desequilíbrio entre as partes do
negócio jurídico.
B) da autoridade certificadora-raiz.
D) do comitê técnico.
E) do comitê gestor.
Na prática
Os contratos digitais revolucionaram o mundo dos negócios, uma vez que foram capazes de
estreitar a distância entre as partes, facilitando e atribuindo uma maior agilidade nas contratações.
Em contrapartida, é necessário que haja uma atenção redobrada quanto aos requisitos de validade
dos negócios jurídicos derivados de tal modalidade, considerando os maiores riscos e armadilhas
em que as partes podem incorrer.
Confira, Na Prática, um caso que demonstra como funciona a validade dos contratos eletrônicos.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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