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EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

ANEXO III
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EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

LEGISLAÇÃO FEDERAL
LEI N° 6.938, de 31 de agosto de 1981
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismo de formulação e aplicação, e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1° - Esta Lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 225 da Constituição , estabelece
a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e institui o Cadastro de Defesa Ambiental.

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 2° - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação
da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento
sócio-econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana,
atendidos os seguintes princípios:
I. ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo;
II . racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; e largura;
III . planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;
IV . proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;
V. controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;
VI . incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso nacional e a proteção dos recursos
ambientais;
VII . recuperação de áreas degradadas;
VIII .proteção de áreas ameaçadas de degradação;
IX . educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-
la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Art. 3° - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:

I. meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II . degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características do meio ambiente;
III . poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indireta;
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
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b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;


c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

IV. poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente,
por atividade causadora de degradação ambiental;
V. recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar
territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.
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DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 4° - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I. à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio


ambiente e do equilíbrio ecológico;
II. à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico,
atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;
III. ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de
recursos ambientais;
IV. ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais;
V. à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à
formação de uma consciência pública sobre a necessidade a necessidade de preservação da qualidade
ambiental e do equilíbrio ecológico.
VI. à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade
permanente, concorrendo para manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida; à preservação e
restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente,
concorrendo para manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida;
VII. à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao
usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.

Art. 5° - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente serão formulados em normas e planos,
destinados a orientar a ação dos Governo da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios no que se relaciona com a preservação da qualidade ambiental e manutenção do
equilíbrio ecológico, observados os princípios estabelecidos no artigo 2° desta Lei.

Parágrafo Único - As atividades empresariais públicas ou privadas serão exercidas em consonância com as
diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente.

DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 6° - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos Municípios,
bem como as Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da
qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do meio Ambiente - SISNAMA, assim
estruturado:

I. Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República, na


formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos
ambientais;
II. Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, com a finalidade
de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio
ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
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III. Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, com a
finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as
diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;
IV. Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, com a
finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente;
V. Órgãos Setoriais: os órgãos ou entidades integrantes da Administração Pública Federal Direta ou Indireta,
bem como as Fundações instituídas pelo Poder Público, cujas atividades estejam associadas às de proteção
da qualidade ambiental ou àquelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais;
VI. Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e
pelo controle e fiscalização das atividades capazes de provocar degradação ambiental;
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VII. Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
atividades, nas suas respectivas jurisdições.

§ 1° - Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, elaborarão normas supletivas e
complementares e padrões relacionados com o meio ambiente, observados os que forem estabelecidos
pelo CONAMA.

§ 2° - Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, também poderão elaborar as


normas mencionadas no parágrafo anterior.

§ 3° - Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão fornecer os
resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados por pessoa legitimamente
interessada.

§ 4° - De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a criar uma Fundação de
apoio técnico e científico às atividades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA.

DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 7° - Revogado pela Lei 8.028/90

Art. 8º - Incluir-se-ão entre as competências do CONAMA:

I. estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para licenciamento de atividades afetiva ou
potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA;
II. determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüentes
ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem
como a entidade privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto
ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental,
especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional ;
III. decidir, como última instância administrativa em grau de recurso, mediante depósito prévio sobre as multas
e outras penalidades impostas pela IBAMA;
IV. homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar medidas
de interesse para a proteção ambiental (vetado);
V. determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo
Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimento oficiais de crédito;
VI. estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores,
aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VII. estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio
ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos.

Parágrafo Único: O Ministro do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do CONAMA.
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DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 9° - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente:

I. o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;


II. o zoneamento ambiental;
III. a avaliação de impactos ambientais;
IV. o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
V. os incentivos à produção e instalação de equipamento e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para
a melhoria da qualidade ambiental;
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VI. a criação de reservas e estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevante interesse
ecológico, pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal;
VII. O sistema nacional de informações sobre o meio ambiente;
VIII. o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de defesa ambiental;
IX. as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não-cumprimento das medidas necessárias à preservação
ou correção de degradação ambiental;
X. a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBAMA;
XI. a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a
produzi-las, quando inexistentes;
XII. o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais.

Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de


recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os capazes sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento por órgão
estadual competente, integrante do SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis.

§ 1° - Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão publicados no jornal oficial do
Estado, bem como em um periódico regional ou local de grande circulação.

§ 2° - Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que trata este artigo
dependerá de homologação do IBAMA.

§ 3° - O órgão estadual do meio ambiente e o IBAMA, esta em caráter supletivo, poderão, se necessário e sem
prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das atividades geradoras de
poluição, para manter as emissões gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das
condições e limites estipulados no licenciamento concedido.

§ 4° - Caberá exclusivamente ao Poder Executivo Federal, ouvidos os Governos Estadual e Municipal


interessados, o licenciamento previsto no "caput" deste artigo quando relativo a pólos petroquímicos,
bem como a instalações nucleares e outras definidas em lei.

Art. 11 - Compete ao IBAMA propor ao CONAMA normas e padrões para implanta-ção, acompanhamento e
fiscalização do licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem oriundas do próprio
CONAMA.

§ 1° - A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qualidade ambiental serão


exercidos pelo IBAMA, em caráter supletivo da atuação do órgão estadual e municipal competentes.

§ 2° - Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise de projetos de entidades, públicas ou


privadas, objetivando à preservação ou à recuperação de recursos ambientais, afetados por processos de
exploração predatórios ou poluidores.
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Artigo 12 - As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação


de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma desta Lei, e ao cumprimento
das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA.

Parágrafo Único - As entidades e órgãos referidos no "caput" deste artigo deverão fazer constar dos projetos a
realização de obras e aquisição de equipamentos destinados ao controle de degradação
ambiental e à melhoria da qualidade do meio ambiente.

Art. 13 - O Poder Executivo incentivará as atividades voltadas para o meio ambiente, visando:

I. ao desenvolvimento, no País, de pesquisas e processos tecnológicos destinados a reduzir a degradação da


qualidade ambiental;
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II. à fabricação de equipamento antipoluidores;


III. a outras iniciativas que propiciem a racionalização do uso de recursos ambientais.

Parágrafo Único - Os órgãos, entidades e programas do Poder Público, destinados ao incentivo das pesquisas
científicas e tecnológicas, considerarão, entre as suas metas prioritárias, o apoio aos
projetos em que visem a adquirir e desenvolver conhecimentos básicos e aplicáveis na
área ambiental e ecológica.

Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos
causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:

I. à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil)
Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN's, agravada em casos de reincidência específica,
conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado,
Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios;
II. à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
III. à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
IV. à suspensão de sua atividade.

§ 1° - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente
de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
efetuados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor
ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.

§ 2° - No caso da omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio Ambiente a


aplicação das penalidades pecuniárias previstas neste artigo.

§ 3° - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será
atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou
financiamentos cumprindo resolução do CONAMA.

§ 4° - Nos casos de poluição provocada pelo derramamento ou lançamento de detritos ou óleo em águas
brasileiras, por embarcações e terminais marítimos ou fluviais, prevalecerá o disposto na Lei n° 5.357,
de 17 de Novembro de 1967.

Art. 15 - O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal ou estiver tornando mais
grave situação de perigo existente, fica sujeito a pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e multa de
100 (cem) a 1.000 MVR.

§ 1° - A pena é aumentada até o dobro se:


I. resultar:
a) dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente;
b) lesão corporal grave;
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II. a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte;


III. o crime é praticado durante a noite, em domingo ou feriado.

§ 2° - Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas tendentes a impedir
a prática das condutas acima descritas.

Art. 16 - Revogado pela Lei 7.804/89

Art. 17 - Fica Instituído, sob a administração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA:
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I. Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, para registro obrigatório de
pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a consultoria técnica sobre problemas ecológicos e ambientais e
à indústria e comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades
efetiva ou potencialmente poluidoras;
II. Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais, para registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades
potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e comercialização de produtos
potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como produtos e subprodutos da fauna e flora.
Art. 18 - São transformadas em reservas ou estações ecológicas, sob a responsabili-dade do IBAMA, as florestas
e as demais formas de vegetação natural de preservação permanente, relacionadas no artigo 2° da Lei
n° 4.771, de 15 de Setembro de 1995 - Código Florestal, e os pousos das aves de arribação protegidas
por convênios, acordos ou tratados assinados pelo Brasil com outras nações.

Parágrafo Único - As pessoas físicas ou jurídicas que, de qualquer modo, degrada-rem reservas ou estações
ecológicas, bem como outras áreas declaradas como relevante interesse ecológico, estão
sujeitas às penalidades previstas no artigo 14 desta Lei.

Art. 19 - Ressalvando o disposto nas Leis nºs. 5.357, de 17 de novembro de 1967 e 7.661, de 16 de maio de
1988, a receita proveniente da aplicação desta lei será recolhida de acordo com o disposto no artigo 4º
, da Lei nº. 7.735, de 22 de fevereiro de 1989.

Art. 20 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 21 - Revogam-se as disposições em contrário.

Publicado no Diário Oficial de 02.09.1981.

RESOLUÇÃO CONAMA N.º 001 - DE 23 DE JANEIRO DE 1986


O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 48 do
Decreto n.º 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidade que lhe são atribuídas
pelo artigo 18 do mesmo decreto, e

Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, das responsabilidades, os critérios básicos e as


diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente, resolve:

Art. 1º - Para efeito desta Resolução, considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matérias ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;


II - as atividades sociais e econômicas;
III -a biota;
IV -as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
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V - a qualidade dos recursos ambientais.

Art. 2º - Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental -
RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente, e da SEMA em caráter
supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I - estradas de rodagem com 2 (duas) ou mais faixas de rolamento;


II - ferrovias;
III -portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
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IV -aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, artigo 48, do Decreto-Lei n.º 32, de 18 de
novembro de 1966;
V - oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
VI -linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230 kw;
VII -obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como; barragem para fins
hidrelétricos, acima de 10 MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para
navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e
embocaduras, transposição de bacias, diques;
VIII -extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
IX -extração de minério, inclusive os da classe II., definidos no Código de Mineração;
X - aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XI -usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10
MW;
XII -complexos e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, destilarias e
álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos);
XIII -distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais - ZEI;
XIV -exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 há (cem hectares) ou
menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto
de vista ambiental;
XV -projetos urbanísticos, acima de 100 há (cem hectares) ou em áreas consideradas de relevante
interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes;
XVI -qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a 10t (dez toneladas)
por dias.

Art. 3º - Dependerá da elaboração de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA, a serem submetidos à
aprovação da SEMA, o licenciamento de atividades que, por lei, seja de competência federal.

Art. 4º - Os órgãos ambientais competentes e os órgãos setoriais do SISNAMA deverão compatibilizar os


processos de licenciamento com as etapas de planejamento e implantação das atividades
modificadoras do meio ambiente, respeitados os critérios e diretrizes estabelecidos por esta
Resolução e tendo por base a natureza, o porte e as peculiaridades de cada atividade.

Art. 5º - O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos
expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguinte diretrizes gerais:

I- contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com


a hipótese de não execução do projeto;
II - identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação
e operação da atividade;
III - definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos,
denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
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hidrográfica na qual se localiza;


IV - considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de
influência do projeto, e sua compatibilidade.

Parágrafo único: Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental, o órgão estadual competente, ou a
SEMA ou, quando couber, o município, fixará as diretrizes adicionais que, pela
peculiaridades do projeto e características ambientais da área, forem julgadas necessárias,
inclusive os prazos para conclusão e análise dos estudos.

Art. 6º - O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:


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I - diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da
área, antes da implantação do projeto, considerando:
a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a
topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes
marinhas, as correntes atmosféricas;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de
extinção e as áreas de preservação permanente;
c) o meio sócio-econômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio-economia,
destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as
relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial
utilização futura desses recursos.
II - análise dos impactos ambientais do projeto e suas alternativas, através de identificação, previsão
da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando:
os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio
e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades
cumulativas e sinérgicas; a distribuição do ônus e benefícios sociais;
III -definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de
controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas;
IV -elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e
negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.

Parágrafo único: Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental, o órgão estadual competente, ou a
SEMA ou quando couber, o Município fornecerá as instruções adicionais que se fizerem
necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área.

Art. 7º - O estudo de impacto ambiental será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, não dependente
direta ou indiretamente do proponente do projeto e que será responsável tecnicamente pelos
resultados apresentados.

Art. 8º - Correrão por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes à realização do estudo
de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisição dos dados e informações, trabalhos e inspeções
de campo, análises de laboratório, estudos técnicos e científicos e acompanhamento e
monitoramento dos impactos, elaboração do RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cópias.

Art. 9º - O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental e
conterá, no mínimo:

I - os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais,


planos e programas governamentais;
II - a descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um
deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias-primas, e mão de obra,
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as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões,


resíduos e perdas de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
III -a síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área de influência do projeto;
IV -a descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade,
considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e
indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e
interpretação;
V - a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes
situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não
realização;
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VI -a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos
negativos, mencionando aqueles que não puderem ser evitados, e o grau de alteração esperado;
VII -o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII -recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral).

Parágrafo único: O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada à sua compreensão. As
informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas,
quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam
entender as desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua
implementação.

Art. 10º - O órgão ambiental estadual competente, ou a SEMA ou, quando couber, o Município terá um prazo
para se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.

Parágrafo único: O prazo a que se refere o “caput” deste artigo terá o seu termo inicial na data do recebimento
pelo órgão ambiental competente ou pela SEMA do estudo do impacto ambiental e seu
respectivo RIMA.

Art. 11º - Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA será
acessível ao público. Suas cópias permanecerão à disposição dos interessados, nos centros de
documentação ou bibliotecas da SEMA e do órgão estadual de controle ambiental
correspondente, inclusive durante o período de análise técnica.

§ 1º Os órgãos públicos que manifestarem interesse, ou tiverem relação direta com o projeto,
receberão cópia do RIMA, para conhecimento e manifestação.

§ 2º Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o


órgão ambiental competente ou a SEMA ou, quando couber o Município, determinará o
prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais
interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública
para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA.

Art. 12º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.


(D. O. de 17 de fevereiro de 1986).

RESOLUÇÃO CONAMA N.º 011 - DE 18.03.86


O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 48, do
Decreto n 88.351, de 1º de junho de 1983, resolve:

I -- Alterar o inciso XVI e acrescentar o inciso XVII ao Artigo 2º, da Resolução CONAMA n.º 001, de 23 de
janeiro de 1986, que passam a ter a seguinte redação:

Artigo 2º
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XVI --Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a
dez toneladas por dias.

XVII --Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 há ou menores, neste caso, quando se
tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive
nas áreas de proteção ambiental ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de
proteção ambiental.

II. - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.


EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 20, de 18 de junho de 1986


Publicado no D.O.U. de 30/7 /86.
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe confere o art.
7º, inciso lX, do Decreto 88.351, de 1º de junho de 1983, e o que estabelece a RESOLUÇÃO CONAMA Nº 003,
de 5 de junho de 1984;
Considerando ser a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa de seus níveis de
qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos, de modo a assegurar seus usos preponderantes;
Considerando que os custos do controle de poluição podem ser melhor adequados quando os níveis de qualidade
exigidos, para um determinado corpo d'água ou seus diferentes trechos, estão de acordo com os usos que se
pretende dar aos mesmos;
Considerando que o enquadramento dos corpos d'água deve estar baseado não necessariamente no seu estado
atual, mas nos níveis de qualidade que deveriam possuir para atender às necessidades da comunidade;
Considerando que a saúde e o bem-estar humano, bem como o equilíbrio ecológico aquático, não devem ser
afetados como conseqüência da deterioração da qualidade das águas;
Considerando a necessidade de se criar instrumentos para avaliar a evolução da qualidade das águas, em relação
aos níveis estabelecidos no enquadramento, de forma a facilitar a fixação e controle de metas visando atingir
gradativamente os objetivos permanentes;
Considerando a necessidade de reformular a classificação existente, para melhor distribuir os usos, contemplar as
águas salinas e salobras e melhor especificar os parâmetros e limites associados aos níveis de qualidade
requeridos, sem prejuízo de posterior aperfeiçoamento ;
RESOLVE estabelecer a seguinte classificação das águas, doces, salobras e salinas do Território Nacional:
Art. 1º - São classificadas, segundo seus usos preponderantes, em nove classes, as águas doces, salobras e salinas
do Território Nacional :

ÁGUAS DOCES
1 - Classe Especial - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção.
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas.
ll - Classe 1 - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico após tratamento simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho);
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao Solo e que sejam
ingeridas cruas sem remoção de película.
e) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas á alimentação humana.
lll - Classe 2 - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário (esqui aquático, natação e mergulho) ;
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas;
e) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
lV - Classe 3 - águas destinadas:
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento convencional;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
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c) à dessedentação de animais.
V - Classe 4 - águas destinadas:
a) à navegação;
b) à harmonia paisagística;
c) aos usos menos exigentes.
ÁGUAS SALINAS
VI - Classe 5 - águas destinadas:
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
VII - Classe 6 - águas destinadas:
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a) à navegação comercial;
b) à harmonia paisagística;
c) à recreação de contato secundário.
ÁGUAS SALOBRAS
VIII - Classe 7 - águas destinadas:
a) à recreação de contato primário;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana.
IX - Classe 8 - águas destinadas:
a) à navegação comercial;
b) à harmonia paisagística;
c) à recreação de contato secundário
Art. 2º - Para efeito desta resolução são adotadas as seguintes definições.
a) CLASSIFICAÇÃO: qualificação das águas doces, salobras e salinas com base nos usos preponderantes
(sistema de classes de qualidade).
b) ENQUADRAMENTO: estabelecimento do nível de qualidade (classe) a ser alcançado e/ou mantido em um
segmento de corpo d'água ao longo do tempo.
c) CONDIÇÃO: qualificação do nível de qualidade apresentado por um segmento de corpo d'água, num
determinado momento, em termos dos usos possíveis com segurança adequada.
d) EFETIVAÇÃO DO ENQUADRAMENTO: conjunto de medidas necessárias para colocar e/ou manter a
condição de um segmento de corpo d'água em correspondência com a sua classe.
e) ÁGUAS DOCES: águas com salinidade igual ou inferior a 0,50 %o.
f. ÁGUAS SALOBRAS: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 %o. e 30 %o.
g) ÁGUAS SALINAS: águas com salinidade igual ou superior a 30 %o.
Art. 3º - Para as águas de Classe Especial, são estabelecidos os limites e/ou condições seguintes:
COLIFORMES: para o uso de abastecimento sem prévia desinfecção os coliformes totais deverão estar ausentes
em qualquer amostra.
Art. 49 - Para as águas de classe 1, são estabelecidos os limites e/ou condições seguintes:
a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;
b) óleos e graxas: virtualmente ausentes;
c) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;
d) corantes artificiais: virtualmente ausentes;
e) substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes;
f) coliforrnes: para o uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o Art. 26 desta Resolução. As
águas utilizadas para a irrigação de hortaliças ou plantas frutíferas que se desenvolvam rentes ao Solo e que são
consumidas cruas, sem remoção de casca ou película, não devem ser poluídas por excrementos humanos,
ressaltando-se a necessidade de inspeções sanitárias periódicas.
Para os demais usos, não deverá ser excedido um limite de 200 coliformes fecais por 100 militros em 80% ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver na região meios
disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de 1.000 coliformes totais por 100 militros
em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês.
g) DBO5 dias a 20°C até 3 mg/1 O2;
1. OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/1O2;
2. Turbidez até 40 unidades nefelométrica de turbidez (UNT);
j) cor: nível de cor natural do corpo de água em mg Pt/1
1) pH: 6,0 a 9,0;
m) substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos) :
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Alumínio: 0,1 mg/1 Al Cobre: 0,02 mg/1 Cu


Amônia não ionizável: 0,02 mg/1 NH3. Cromo Trivalente: 0,5 mg/1 Cr
Arsênio: 0,05 mg/1 As Cromo Hexavalente: 0,05 mg/1 Cr
Bário: 1,0 mg/1 Ba. 1,1 dicloroeteno : 0,0003 mg/1
Sendo: 0,1 mg/1 Be 1,2 dicloroetano: 0,01 mg/1
Boro: 0,75 mg/1 B Estanho; 2,0 mg/1 Sn
Benzeno : 0,01 mg/1 Índice de Fenóis: 0,001 mg/1 C6H5 OH
Benzo-a-pireno: 0,00001 mg/1 Ferro solúvel: 0,3 mg/1 Fe
Cádmio: 0,001 mg/1 Cd Fluoretos: 1,4 mg/1 F
Cianetos: 0,01 mg/1 CN Fosfato total: 0,025 mg/1 P
Chumbo: 0,03 mg/1 Pb Lítio: 2,5 mg/1 Li
Cloretos: 250 mg/1 CI Manganês: 0,1 mg/1 Mn
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Cloro Residual: 0,01 mg/1Cl Mercúrio: 0,0002 mg/1 Hg


Níquel: 0,025 mg/1 Ni

Cobalto: 0,2 mg/1 Co Nitrato: 10 mg/1N


Nitrito: 1,0 mg/1 N Dieldrin: 0,005 ug/1
Prata: 0,01mg/1Ag Endrin: 0,004 ug/1
Pentaclorofenol: 0,01 mg/1 Endossulfan: 0,056 ug/1
Selênio: 0,01mg/1Se Epôxido de Heptacloro: 0,01 ug/1
Sólidos dissolvidos 500 mg/1 Heptacloro: 0,01 ug/1
totais:
Substâncias tenso-ativas 0,5 mg/1 LAS Lindano (gama.BHC) 0,02 ug/1
que reagem com o azul
de metileno :
Sulfatos: 250 mg/1 SO4 Metoxicloro: 0,03 ug/1
Sulfetos (como H2S não 0,002 mg/1 S Dodecacloro + 0,001 ug/1
dissociado): Nonacloro :Bifenilas
Policloradas
Tetracloroeteno: 0,01 mg/1 (PCB'S): 0,001 ug/1
Tricloroeteno: 0,03 mg/1 Toxafeno: 0,01 ug/1
Tetracloreto de carbono: 0,003 mg/1 Demeton: 0,1 ug/1
2, 4, 6 triclorofenol: 0,01 mg/1 Gution: 0,005 ug/1
Urânio total: 0,02 mg/1 U Malation: 0,1 ug/1
Vanádio: 0,1 mg/1 V Paration: 0,04 ug/1
Zinco: 0,18 mg/1Zn Carbaril: 0,02 ug/1

Aldrin: 0,01 ug/1 Compostos 10,0 ug/1 em


organofosforados e Paration
carbamatos totais:
Clordano: 0,04 ug/1 2,4 - D: 4,0 ug/1
DDT; 0,002 ug/1 2,4,5 - TP: 10,0 ug/1
2,4,5 - T: 2,0 ug/1

Art. 5º - Para as águas de Classe 2, são estabelecidos os mesmos limites ou condições da Classe 1, à exceção dos
seguintes:
a) não será permitida a presença de corantes artificiais que não sejam removíveis por processo de coagulação,
sedimentação e filtração convencionais;
b) Coliformes: para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o Art. 26 desta Resolução. Para
os demais usos, não deverá ser excedido uma limite de 1.000 coliformes fecais por
100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não
haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais, o índice limite será de até 5.000
coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer
mês;
c) Cor: até 75 mg Pt/1
d) Turbidez: até 100 UNT;
e) DBO5 dias a 20°C até 5 mg/1O5;
f) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/1O2.
Art. 6º - Para as águas de Classe 3 são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
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a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;


b) óleos e graxas: virtualmente ausentes;
c) substâncias que comuniquem gosto ou odor: virtualmente ausentes;
d) não será permitida a presença de corantes artificiais que não sejam removíveis por processo de coagulação,
sedimentação e filtração convencionais;
e) substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes;
f) número de coliformes fecais até 4.000 por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais
colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de coliformes fecais,
índice limite será de até 20.000 coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras
mensais colhidas em qualquer mês;
g) DBO5 dias a 20°C até 10 mg/1O2;
h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/I O2
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

1) Turbidez: até 100 UNT;


j) Cor: até 75 mg Pt/1;
1) pH: 6,0 a 9,0
m) Substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos) :

Alumínio : 0, 1 mg/1 Al Substâncias tenso- 0,5 mg/1 LAS


ativas que reagem
com o azul de
metileno:
Arsênio: 0,05 mg/1 As Sulfatos: 250 mg/1SO4
Bário: 1,0 mg/1 Ba Sulfatos (como H2S 0,3 mg/1 S
não dissociado):
Berílio: 0,1 mg/1 Be Tetradoroeteno: 0,01 mg/1
Boro: 0,75 mg/1 B Tricloroeteno: 0,03 mg/1
Benzeno: 0,01 mg/1 Tetradoreto de 0,003 mg/1
Carbono:
Benzo-a-pireno: 0,00001 mg/1 2, 4, 6 triclorofenol: 0,01 mg/1
Cádmio: 0,01 mg/1Cd Urânio total: 0,02 mg/1 U
Cianetos: 0,2 mg/1CN Vanádio: 0,1 mg/1 V
Chumbo: 0,05 mg/1 Pb Zinco: 5,0 mg/1 Zn
Cloretos: 250 mg/1Cl Aldrin: 0,03 ug/1
Cobalto: 0,2 mg/1Co Clordano: 0,3 ug/1
Cobre: 0,5 mg/1Cu DDT: 1,0 ug/1
Cromo Trivalente: 0,5 mg/1Cz Dieldrin: 0,03 ug/1
Cromo Hexavalente: 0,05 mg/1Cz Endrin: 0,2 ug/1
1,1 dicloroeteno: 0,0003 mg/1 Endossulfan: 150 ug/1
1.2 dicloroetano: 0,01 mg/1 Epôxido de 0,1 ug/1
Heptacloro:
Estanho: 2,0 mg/1Sn Heptacloro: 0,1 ug/1
Índice de Fenóis: 0,3 mg/1 C6H5OH Lindano (gama- 3,0 ug/1
BHC):
Ferro solúvel: 5,0 mg/1Fe Metoxicloro: 30,0 ug/1
Fluoretos: 1,4 mg/1 F Dodecacloro + 0,001 ug/1
Nonacloro: Bifenilas
Policloradas
Fosfato total: 0.025 mg/1P (PCB'S): 0,001 ug/1
Lítio: 2,5 mg/1 Li Toxafeno: 5,0 ug/1
Manganês: 0,5 mg/1 Mn Demeton: 14,0 ug/1
Mercúrio: 0,002 mg/1 Hg Gution: 0,005 ug/1
Níquel: 0,025 mg/1 Ni Malation: 100,0 ug/1
Nitrato: 10 mg/1 N Paration: 35,0 ug/1
Nitrito: 1,0 mg/1 N Carbaril: 70,0 ug/1

Nitrogênio 1,0 mg/1 N Compostos 100,0 ug/1


amoniacal: organofosforados e
carbamatos totais em
Paration:
Prata: 0,05 mg/1 Ag 2,4 - D: 20,0 ug/1
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Pentaclorofenol: 0,01 mg/1 2,4,5 - TP: 10,0 ug/1


Selênio: 0,01mg/1Se 2,4,5 - T: 2,0 ug/1
Sólidos dissolvidos 500 mg/1
totais:

Art. 7º - Para as águas de Classe 4, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:


a) materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes;
b) odor e aspecto: não objetáveis;
c) óleos e graxas: toleram-se iridicências;
d) substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação:
virtualmente ausentes;
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e) índice de fenóis até 1,0 mg/1 C6H5OH ;


f) OD superior a 2,0 mg/1 O2, em qualquer amostra;
g) pH: 6 a 9.
ÁGUAS SALINAS
Art. 8º - Para as águas de Classe 5, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
a) materiais flutuantes: virtualmente ausentes;
b) óleos e graxas: virtualmente ausentes;
c) substâncias que produzem odor e turbidez: virtualmente ausentes;
d) corantes artificiais: virtualmente ausentes;
e) substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes;
f) coliformes: para o uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o Art. 26 desta Resolução. Para
o uso de criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana e que serão ingeridas cruas,
não deverá ser excedida uma concentração média de 14 coliformes fecais por 100 mililitros, com não mais de
10% das amostras excedendo 43 coliformes fecais por 100 mililitros. Para os demais usos não deverá ser
excedido um limite de 1,000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras
mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o exame de
coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer
mês;
g) DBO5 dias a 20°C até 5 mg/1 O2 ;
h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/1 O2 ;
1. pH: 6,5 à 8,5, não devendo haver uma mudança do
pH natural maior do que 0,2 unidade;

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j) substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos) :

Alumínio: 1,5 mg/l AI Sulfetos com H2S: 0,002 mg/1 S


Amônia não ionizável: 0,4 mg/1 NH3. Tálio : 0, 1 mg/1 Tl
Arsênio: 0,05 mg/1 As Urânio Total: 0,5 mg/1 U
Bário: 1,0 mg/i Ba Zinco: 0,17 mg/1 Zn
Berílio: 1,5 mg/1 Be Aldrin: 0,003 - ug/1
Boro: 5,0 rrig/1 B Clordano: 0,004 ug/1
Cádmio: 0,005 mg/1 Cd DDT: 0,001 ug/1
Chumbo: 0,01 mg/1 Ph Demeton: 0,1 ug/1
Cianetos: 0,005 mg/l CN Dieldrin: 0,003 ug/1
Cloro residual: 0,01 mg/1 Cl Endossulfan: 0,034 ug/1
Cobre : 0,05 mg/1 Cu Endrin: 0,004 ug/1
Cromo hexavalente: 0,05 mg/l Cr Epóxido de Heptacloro: 0,001 ug/1
Estanho: 2,0 mg/1 Sn Heptacloro: 0,001 ug/1
Índice de fenóis: 0,001 mg/l C6H5 OH Metoxicloro: 0,03 ug/1
Ferro: 0,3 mg/1 Fe Lindano (gama - BHC): 10,004 ug/1
Fluoretos: 1,4 mg/l F Dodecacloro + 0,001 ug/1
Nonadoro:
Manganês: 0,1 mg/1 Mn Gution: 0,01 ug/1
Mercúrio: 0,0001 mg/1 Hg Malation: 0,1 ug/1
Níquel: 0,1 mg/l Ni Toxafeno: 0,005 ug/l
Nitrato : 10,0 mg/1N Compostos 10,0 ug/1 em Paration
organofosforados e
carbamatos totais:
Nitrito : 1,0 mg/ N 2,4 .- D: 10,0 ug/1
Prata: 0,005 m/1 Ag 2, 4, 5 - TP: 10,0 ug/1
Selênio: 0,01 mg/1 Se 2, 4, 5 - T 10,0 ug/1
Substâncias tensoativas 0,5 mg/1 - LAS
que reagem com o azul
de metileno:

Art. 9º - Para as águas de Classe 6, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:


a) materiais flutuantes; virtualmente ausentes:
b) óleos e graxas: toleram-se iridicências;
c) substâncias que produzem odor e turbidez: virtualmente ausentes;
d) corantes artificiais: virtualmente ausentes;
e) substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes;
f) coliformes: não deverá ser excedido um limite de 4,000 coliformes fecais por 100 ml em 80% ou mais de pelo
menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver na região meio disponível para o
exame de coliformes fecais, o índice limite será de 20.000 coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais
de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês;
g) DBO5 dias a 20°C até 10 mg/1 O2
h) OD, em qualquer amostra, não inferior a 4 mg/1 O2 ;
1) pH: 6,5, a 8,5, não devendo haver uma mudança do Ph natural maior do que 0,2 unidades;
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ÁGUAS SALOBRAS
Art. 10 - Para as águas de Classe 7, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:
a) DBO5 dias a 20°C até 5 mg/1 O2;

b) OD, em qualquer amostra, não inferior a 5 mg/1 O2 ;


c) pH: 6,5 a 8,5
d) óleos e graxas: virtualmente ausentes:
e) materiais flutuantes: virtualmente ausentes;
f) substâncias que produzem cor, odor e turbidez: virtualmente ausentes;
g) substâncias que formem depósitos objetáveis: virtualmente ausentes;
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

h) coliformes; para uso de recreação de contato primário deverá ser obedecido o Art. 26 desta Resolução, Para o
uso de criação natural e/ou intensiva de espécies destinadas à alimentação humana e que serão ingeridas cruas,
não deverá ser excedido uma concentração média de 14 coliformes fecais por 100 mililitros com não mais de
10% das amostras excedendo 43 coliformes fecais por 100 mililitros. Para os demais usos não deverá ser
excedido um limite de 1.000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo menos 5 amostras
mensais, colhidas em qualquer mês; no caso de não haver na região, meios disponíveis para o exame de
coliformes fecais, o índice limite será de até 5.000 coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo
menos 5 amostras mensais, colhidas em qualquer mês;
i) substâncias potencialmente prejudiciais (teores máximos) ;

Amônia não ionizável 0,4 mg/1 NH3.


Arsênio: 0,05 mg/1 As
Cádmio: 0,005 mg/1 Cd
Cianetos: 0,005 mg/1 CN
Chumbo: 0,0l mg/1 Pb
Cobre: 0,05 mg/1 Cu
Cromo hexavalente : 0,05 mg/1 Cr
Índice de fenóis: 0,001 mg/1C6H5OH
Fluoretos: 1,4 mg/1 F
Mercúrio: 0,0001 mg/1 Hg
Níquel: 0,1 mg/1 Ni
Sulfetos como H2S: 0,002 mg/1 S
Zinco : 0,17 mg/1 Zn
Aldrin: 0,003 ug/1
Clordano: 0,004 ug/1
DDT: 0,001 ug/1
Demeton: 0,1 ug/1
Dieldrin : 0,003 ug/1
Endrin : 0,004 ug/1
Endossulfan: 0,034 ug/1
Epóxido de heptacloro: 0,001 ug/1
Gution: 0,01 ug/1
Heptacloro: 0,001 ug/1
Lindano (gama . BHC) : 0,004 ug/1
Malation: 0,1 ug/1
Metoxicloro: 0,03 ug/1
Dodecacloro + Nonacloro: 0,001 ug/1
Paration: 0,04 ug/1
Toxafeno: 0,005 ug/1
Compostos organofosforados e carbamatos totais: 10,0 ug/1 em Paration
2,4 - D: 10,0 ug/1
2, 4, 5 - T: 10,0 ug/1
2, 4, 5 - TP: 10,0 ug/1

Art.111 - Para as águas de Classe 8, são estabelecidos os limites ou condições seguintes:


a) pH: 5 a 9
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b) OD, em qualquer amostra, não inferior a 3,0 mg/1 O2;


c) óleos e graxas: toleram-se iridicências;
d) materiais flutuantes: virtualmente ausentes;
e) substâncias que produzem cor, odor e turbidez: virtualmente ausentes;
f) substâncias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação:
virtualmente ausentes;
g) coliformes: não deverá ser excedido um limite de 4.000 coliformes fecais por 100 ml em 80% ou mais de pelo
menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mês; no caso de não haver, na região, meios disponíveis para o
exame de coliformes recais, o índice será de 20.000 coliformes totais por 100 mililitros em 80% ou mais de pelo
menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer
mês;
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Art. 12 - Os padrões de qualidade das águas estabelecidos nesta Resolução constituem-se em limites individuais
para cada substância. Considerando eventuais ações sinergéticas entre as mesmas, estas ou outras não
especificadas, não poderão conferir às águas características capazes de causarem efeitos letais ou alteração de
comportamento, reprodução ou fisiologia da vida.
§ 1º - As substâncias potencialmente prejudiciais a que se refere esta Resolução, deverão ser investigadas sempre
que houver suspeita de sua presença,
§ 2º - Considerando as limitações de ordem técnica para a quantificação dos níveis dessas substâncias, os
laboratórios dos organismos competentes deverão estruturar-se para atenderem às condições propostas. Nos
casos onde a metodologia analítica disponível for insuficiente para quantificar as concentrações dessas
substâncias nas águas, os sedimentos e/ou biota aquática deverão ser investigados quanto a presença eventual
dessas substâncias.
Art. 3º - Os limites de DBO, estabelecidos para as Classes 2 e 3, poderão ser elevados, caso o estudo da
capacidade de autodepuração do corpo receptor demonstre que os teores mínimos de OD, previstos, não serão
desobedecidos em nenhum ponto do mesmo, nas condições críticas de vazão (Qcrit. " Q7,10 , onde Q7.10, é a
média das mínimas de 7 (sete) dias consecutivos em 10 (dez) anos de recorrência de cada seção do corpo
receptor).
Art. 14 - Para os efeitos desta Resolução, consideram-se entes, cabendo aos órgãos de controle ambiental,
quando necessário, quantificá-los para cada caso.
Art. 15 - Os órgãos de controle ambiental poderão acrescentar outros parâmetros ou tornar mais restritivos os
estabelecidos nesta Resolução, tendo em vista as condições locais.
Art. 16 - Não há impedimento no aproveitamento de águas de melhor qualidade em usos menos exigentes, desde
que tais usos não prejudiquem a qualidade estabelecida para essas águas.
Art. 17 - Não será permitido o lançamento de poluentes nos mananciais sub-superficiais.
Art. 18 - Nas águas de Classe Especial não serão tolerados lançamentos de águas residuárias, domésticas e
industriais, lixo e outros resíduos sólidos, substâncias potencialmente tóxicas, defensivos agrícolas, fertilizantes
químicos e outros poluentes, mesmo tratados. Caso sejam utilizadas para o abastecimento doméstico deverão ser
submetidas a uma inspeção sanitária preliminar.
Art. 19 - Nas águas das Classes 1 a 8 serão tolerados lançamentos de desejos, desde que, além de atenderem ao
disposto no Art. 21 desta Resolução, não venham a fazer com que os limites estabelecidos para as respectivas
classes sejam ultrapassados.
Art. 20 - Tendo em vista os usos fixados para as Classes, os órgãos competentes enquadrarão as águas e
estabelecerão programas de controle de poluição para a efetivação dos respectivos enquadramentos, obedecendo
ao seguinte:
a) o corpo de água que, na data de enquadramento, apresentar condição em desacordo com a sua classe
(qualidade inferior à estabelecida,), será objeto de providências com prazo determinado visando a sua
recuperação, excetuados os parâmetros que excedam aos limites devido às condições naturais;
b) o enquadramento das águas federais na classificação será procedido pela SEMA, ouvidos o Comitê Especial
de Estudos Integrados de Bacias Hidrográfica; - CEEIBH e outras entidades públicas ou privadas interessadas;
c ) o enquadramento das águas estaduais será efetuado pelo órgão estadual competente, ouvidas outras entidades
públicas ou privadas interessadas;
d) os órgão competentes definirão as condições especificas de qualidade dos corpos de água intermitentes;
e) os corpos de água já enquadrados na legislação anterior, na data da publicação desta Resolução, serão objetos
de reestudo a fim de a ela se adaptarem;
f) enquanto não forem feitos os enquadramentos, as águas doces serão consideradas Classe 2, as salinas Classe 5
e as salobras Classe 7, porém, aquelas enquadradas na legislação anterior permanecerão na mesma classe até o
reenquadramento;
g) os programas de acompanhamento da condição dos corpos de água seguirão normas e procedimentos a serem
estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
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Art. 21 - Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos
corpos de água desde que obedeçam às seguintes condições:
a) pH entre 5 a 9;
b) temperatura : inferior a 40°C, sendo que a elevação de temperatura do corpo receptor não deverá exceder a
3°C;
c) materiais sedimentáveis: até ml/litro em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em lagos e lagoas,
cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente
ausentes;
d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade diária do
agente poluidor;
e) óleos e graxas:
- óleos minerais até 20 mg/1
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

- óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/1;


f) ausência de materiais flutuantes;
g) valores máximos admissíveis das seguintes substâncias:

5,0 mg/1 N
Amônia:
0,5 mg/1 As
Arsênio total:
5,0 mg/ Ba
Bário:
5,0 mg/1 B
Boro :
0,2 mg/1 Cd
Cádmio :
0,2 mg/1 CN
Cianetos:
0,5 mg/1 Pb
Chumbo:
1,0 mg/1 Cu
Cobre:
0,5 mg/1 Cr
Cromo hexavelente :
2,0 mg/1 Cr
Cromo trivalente :
4,0 mg/1 Sn
Estanho :
0,5
Índice de fenóis:
mg/1C6H5OH
Ferro solúvel:
15,0 mg/1 Fe
Fluoretos:
10,0 mg/1 F
Maganês solúvel:
1,0 mg/1 Mn
Mercúrio:
0,01 mg/1 Hg
2,0 mg/1 Ni
Níquel:
0, 1 mg/1 Ag
Prata :
0,05 mg/1 Se
Selênio:
1,0 mg/1 S
Sulfetos:
1,0 mg/1 S03
Sulfitos:
5,0 mg/1 Zn
Zinco:
1,0 mg/1 em
Compostos organofosforados e carbomatos totais:
Paration
Sulfeto de carbono :
1,0 mg/1
Tricloroeteno :
1 ,0 mg/1
Clorofôrmio :
1 ,0 mg/1
Tetracloreto de Carbono:
1,0 mg/1
Dicloroeteno:
1,0 mg/1
Compostos organocloradosnão listados acima
(pesticidas, solventes, etc) :
0,05 mg/1
outras substâncias em concentrações que poderiam ser prejudiciais: de
acordo com limites a serem fixados pelo CONAMA.

h) tratamento especial, se provierem de hospitais e outros estabelecimentos nos quais haja despejos infectados
com microorganismos patogênicos.
Art. 22 - Não será permitida a diluição de efluentes industriais com aluas não poluídas, tais como água. de
abastecimento, água de mar e água de refrigeração.
Parágrafo Único - Na hipótese de fonte de poluição geradora de diferentes despejos ou emissões
individualizadas, os limites constantes desta regulamentação aplicar-se-ão a cada um deles ou ao conjunto após a
mistura, a critério do órgão competente.
Página 273

Art. 23 - Os efluentes não podirão conferir ao corpo receptor características em desacordo com o seu
enquadramento nos termos desta Resolução.
Parágrafo Único - Resguardados os padrões de qualidade do corpo receptor, demonstrado por estudo de impacto
ambiental realizado pela entidade responsável pela emissão, o competente poderá autorizar lançamentos acima
dos limites estabelecidos no Art. 21, fixando o tipo de tratamento e as condições para es« lançamento.
Art. 24 - Os métodos de coleta e análise« das águas devem ser os especificados nas normas aprovadas pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial - INMETRO ou, na ausência delas, no
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater APHA-AWWA-WPCF, última edição,
ressalvado o disposto no Art. 12. O índice de fenóis deverá ser determina do conforme o método 510 B do
Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 16ª edição, de 1985.
Art. 25 - As indústrias que, na data da publicação desta Resolução, possuírem instalações ou projetos de
tratamento de seus despejos, aprovados por órgão integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

SISNAMA. que atendam à legislação anteriormente em vigor, terão prazo de três (3) anos, prorrogáveis até
cinco (5) anos, a critério do Estadual Local, para se enquadrarem nas exigências desta Resolução. No entanto, as
citadas instalações de tratamento deverão ser mantidas em operação com a capacidade, condições de
funcionamento e demais características para as quais foram aprovadas, até que se cumpram as disposições desta
Resolução.
BALNEABILIDADE
Art. 26 - As águas doces, salobras e salinas destinadas à balneabilidade (recreação de contato primário) serão
enquadradas e terão sua condição avaliada nas categorias EXCELENTE, MUITO BOA. SATISFATÔRIA e
IMPRÓPRIA, da seguinte forma:
a) EXCELENTE (3 estrelas) : Quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das 5
semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 250 coliformes fecais por l,00 mililitros ou
1.250 coliformes totais por 100 mililitros;
b) MUITO BOAS (2 estrelas): Quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das 5
semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou
2.500 coliformes totais por 100 mililitros;
c) SATISFATÓRIAS (1 estrela): Quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das
5 semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo 1.000 coliformes recais por 100 mililitros ou
5.000 coliformes totais por 100 mililitros;
d) IMPRÓPRIAS: Quando ocorrer, no trecho considerado, qualquer uma das seguintes circunstâncias:
1. não enquadramento em nenhuma das categorias anteriores, por terem ultrapassado os índices bacteriológicos
nelas admitidos;
2. ocorrência, na região, de incidência relativamente elevada ou anormal de enfermidades transmissíveis por via
hídrica, a critério das autoridades sanitárias;
3. sinais de poluição por esgotos, perceptíveis pelo olfato ou visão;
4. recebimento regular, intermitente ou esporádico, de esgotos por intermédio de valas, corpos d'água ou
canalizações, inclusive galerias de águas pluviais, mesmo que seja de forma diluída;
5. presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive óleos, graxas e outras substâncias, capazes de
oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a recreação;
6. pH menor que 5 ou maior que 8,5 ;
7. presença, na água, de parasitas que afetem o homem ou a constatação da existência de seus hospedeiros
intermediários infectados;
8. presença, nas águas doces, de moluscos transmissores potenciais de esquistossomo, caso em que os avisos de
interdição ou alerta deverão mencionar especificamente esse risco sanitário;
9. outros fatores que contra-indiquem, temporariamente ou permanentemente, o exercício da recreação de
contato primário.
Art. 27 - No acompanhamento da condição das praias ou balneários as categorias EXCELENTE, MUITO BOA e
SATISFATÓRIA poderão ser reunidas numa única categoria denominada PRÓPRIA.
Art. 28 - Se a deterioração da qualidade das praias ou balneários ficar caracterizada como decorrência da
lavagem de vias públicas pelas águas da chuva, ou como conseqüência de outra causa qualquer, essa
circunstância deverá ser mencionada no Boletim de condição das praias e balneários.
Art. 29 - A coleta de amostras será feita, preferencialmente, nos dias de maior afluência do público às praias ou
balneários.
Art. 30 - Os resultados dos exames poderão, também, se referir a períodos menores que 5 semanas, desde que
cada um desses períodos seja especificado e tenham sido colhidas e examinadas, pelo menos, 5 amostras durante
o tempo mencionado.
Art. 31 - Os exames de colimetria, previstos nesta Resolução, sempre que possível, serão feitos para a
identificação e contagem de coliformes fecais, sendo permitida a utilização de índices expressos em coliformes
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totais, se a identificação e contagem forem difíceis ou impossíveis.


Art. 32 - À beira mar, a coleta de amostra para a determinação do número de coliformes fecais ou totais deve ser,
de preferência, realizada nas condições de maré que apresentem, costumeiramente, no local, contagens
bacteriológicas mais elevadas.
Art. 33 - As praias e outros balneários deverão ser interditados se o órgão de controle ambiental, em qualquer
dos seus níveis (Municipal, Estadual ou Federal), constatar que a má qualidade das águas de recreação primária
justifica a medida.
Art. 34 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, sempre que houver uma afluência ou extravasamento de
esgotos capaz de oferecer sério perigo em praias ou outros balneários, o trecho afetado deverá ser sinalizado,
pela entidade responsável, com bandeiras vermelhas constando a palavra POLUÍDA em cor negra.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 35 - Aos órgãos de controle ambiental compete a aplicação desta Resolução, cabendo-lhes a fiscalização
para o cumprimento da legislação, bem como a aplicação das penalidades previstas, inclusive a interdição de
atividades industriais poluidoras.
Art. 36 - Na inexistência de entidade estadual encarregada do controle ambiental ou se, existindo, apresentar
falhas, omissões ou prejuízo sensíveis aos usos estabelecidos para as águas, a Secretaria Especial do Meio
Ambiente poderá agir diretamente, em caráter supletivo.
Art. 37 - Os s estaduais de controle ambiental manterão a Secretaria Especial do Meio Ambiente informada
sobre os enquadramentos dos corpos de água que efetuarem, bem como das normas e padrões complementares
que estabelecerem.
Art. 38 - Os estabelecimentos industriais, que causam ou possam causar poluição das águas, devem informar ao
órgão de controle ambiental, o volume e o tipo de seus efluentes, os equipamentos e dispositivos antipoluidores
existentes, bem como seus planos de ação de emergência, sob pena das sanções cabíveis, ficando o referido
órgão obrigado a enviar cópia dessas informações ao IBAMA, à STI (MIC), ao IBGE (SEPLAN) e ao DNAEE
(MME).
Art. 39 - Os Estados, Territórios e o Distrito Federal, através dos respectivos órgãos de controle ambiental,
deverão exercer sua atividade orientadora, fiscalizadora e punitiva das atividades potencialmente poluidoras
instaladas em seu território, ainda que os corpos de água prejudicados não sejam de seu domínio ou jurisdição.
Art. 40 - O não cumprimento ao disposto nesta Resolução acarretará aos infratores as sanções previstas na Lei nº
6.938, de 31 de agosto de 1981, e sua regulamentação pelo Decreto nº 88.351, de 01 de junho de 1983.
Art. 41 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Deni Lineu Schwartz

RESOLUÇÃO CONAMA N.º 009 - DE 03 DE DEZEMBRO DE 1987

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe
conferem o Inciso II., do Artigo 7º, do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, e tendo em vista o
disposto na RESOLUÇÃO CONAMA N.º 001, de 23 de janeiro de 1986, RESOLVE:

Art. 1º - A Audiência Pública referida na RESOLUÇÃO/CONAMA/N.º 001/86, tem por finalidade expor
aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo
dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito.

Art. 2º - Sempre que julgar necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério
Público, ou por 50 (cinqüenta) ou mais cidadãos, o Órgão de Meio Ambiente promoverá a
realização de audiência pública.

§ 1º - O Órgão de Meio Ambiente, a partir da data do recebimento do RIMA, fixará em edital e


anunciará pela imprensa local a abertura do prazo que será no mínimo de 45 dias para
solicitação de audiência pública.

§ 2º - No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese do Órgão Estadual não realizá-
la, a licença concedida não terá validade.
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§ 3º - Após este prazo, a convocação será feita pelo Órgão Licenciador, através de correspondência
registrada aos solicitantes e da divulgação em órgãos da imprensa local.

§ 4º - A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos interessados.

§ 5º - Em função da localização geográfica dos solicitantes, e da complexidade do tema, poderá


haver mais de uma audiência pública sobre o mesmo projeto de respectivo Relatório de
Impacto Ambiental - RIMA.

Art. 3º - A audiência pública será dirigida pelo representante do Órgão licenciador que, após a
exposição objetiva do projeto e do seu respectivo RIMA, abrirá as discussões com os
interessados presentes.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Art. 4º - Ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta

Parágrafo Único -Serão anexadas à ata, todos os documentos escritos e assinados que forem
entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção.

Art. 5º - A ata da(s) audiência(s) pública(s) e seus anexos, servirão de base, juntamente com o RIMA,
para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto.

Art. 6º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DECRETO N° 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990

Regulamenta a Lei n° 6.902, de 27 de Abril de 1981, e a Lei n° 6.938, de 31 de Agosto de 1981, que
dispõem, respectivamente, sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o Artigo 84, Incisos IV e VI, da
Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n° 6.902, de 27 de Abril de 1981, e na Lei n° 6.938, alterada
pelas Leis n° 7.804, de 18 de Julho de 1989, e n° 8.028, de 12 de Abril de 1990,

Decreta:

TÍTULO I
DA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CAPÍTULO I
DAS ATRIBUIÇÕES

Artigo 1° - Na execução da Política Nacional do Meio Ambiente, cumpre ao Poder Público, nos seus diferentes
níveis de governo:

I. manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando à compatibilização do


desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II. proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante a implantação de unidades de conservação e
preservação ecológica;
III. manter, através de órgãos especializados da Administração Pública, o controle permanente das
atividades potencial ou efetivamente poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes
de proteção ambiental;
IV. incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais,
utilizando nesse sentido os planos e programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e
agrícola;
V. implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema permanente de acompanhamento dos índices locais
de qualidade ambiental;
VI. identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente, a existência de
áreas degradadas ou ameaçadas de degradação, propondo medidas para sua recuperação; e
VII. orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa do cidadão e da comunidade na defesa
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do meio ambiente, cuidando para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias
contemplem o estudo da ecologia.

Artigo 2° - A execução da Política Nacional, do Meio Ambiente, no âmbito da Administração Pública Federal,
terá a coordenação do Secretário do Meio Ambiente.

CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Artigo 3° - O Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, constituído pelos órgãos e entidades da União,
dos Estados, do Distinto Federal, dos Municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder
Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a seguinte estrutura:
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

I. Órgão Superior: o Conselho de Governo;


II. Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA;
III. Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República - SEMAM/PR;
IV. Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -
IBAMA;
V. Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal Direta e Indireta, as
fundações instituídas pelo Poder Público cujas atividades estejam associadas às de proteção da
qualidade ambiental ou aquelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais, bem assim os
órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução de programas e projetos e pelo controle e
fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; e
VI. Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo controle e fiscalização das
atividades referidas no inciso anterior, nas suas respectivas jurisdições.

SEÇÃO I

DA CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DO
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Artigo 4° - O CONAMA compõe-se de:


I. Plenário; e
II. Câmaras Técnicas.

Artigo 5° - Integram o Plenário do CONAMA:


I. o Secretário do Meio Ambiente, que o presidirá;
II. o Secretário-Adjunto do Meio Ambiente, que será o representante da SEMAM/PR;
III. o Presidente do IBAMA, que será o Secretário-Executivo;
IV. um representante de cada um dos Ministério e das demais Secretarias da Presidência da República,
bem assim do IBAMA, designados pelos respectivos titulares;
V. 1 (um) representante de cada um dos Governos Estaduais e do Distrito Federal, designados pelos
respectivos governadores;
VI. 1 (um) representante de cada uma das seguintes entidades:
a) das Confederações Nacionais da Indústria, do Comércio e da Agricultura;
b) das Confederações Nacionais dos Trabalhadores na Indústria, do Comércio e da Agricultura;
c) do Instituto Brasileiro de Siderurgia;
d) da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária - ABES; e
e) da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza - FBCN.

VII. 2 (dois) representantes de associações legalmente constituídas para a defesa dos recursos naturais e
do combate à poluição, de livre escolha do Presidente da República; e
VIII. 1 (um) representante de sociedades civis, legalmente constituídas, de cada região geográfica do País,
cuja atuação esteja diretamente ligada à preservação da qualidade ambiental e cadastradas no
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Cadastro Nacional das Entidades Ambientalistas Não Governamentais - CNEA.


§ 1° - Terão mandato de 2 (dois) anos, renováveis por iguais períodos, os representantes de que tratam
os Incisos VII e VIII.
§ 2° - Os representantes referidos no Inciso VIII serão designados pelo Secretário do Meio Ambiente,
mediante indicação das respectivas entidades.
§ 3° - Os representantes de que tratam os Incisos IV a VIII serão designados juntamente com os
respectivos suplentes.

Artigo 6° - O Plenário do CONAMA reunir-se-á, em caráter ordinário, a cada 3 (três) meses, no Distrito Federal,
e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou a
requerimento de pelo menos 2/3 (dois terços) de seus membros.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

§ 1° - As reuniões extraordinárias poderão ser realizadas fora do Distrito Federal, sempre que razões
superiores, de conveniência técnica ou política, assim o exigirem.
§ 2° - O Plenário do CONAMA se reunirá em sessão pública, com a presença de pelo menos a metade
dos seus membros e deliberará por maioria simples, cabendo ao Presidente da sessão, além do
voto pessoal, o de qualidade.
§ 3° - O Presidente do CONAMA será substituído, nas suas faltas e impedimentos, pelo Secretário-
Adjunto do Meio Ambiente ou, na falta deste, pelo Presidente do IBAMA.
§ 4° - A participação dos membros do CONAMA é considerada serviço de natureza relevante e não será
remunerada, cabendo às instituições representadas o custeio das despesas de deslocamento e
estadia.
§ 5° - Os membros referidos nos Inciso VII e VIII poderão ter, em casos excepcionais, as despesas de
deslocamento e estadia à conta de recursos da SEMAM/PR.

SEÇÃO II

DA COMPETÊNCIA DO CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Artigo 7° - Compete ao CONAMA:


I. assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, por intermédio do Secretário do Meio
Ambiente, as diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e recursos naturais;
II. baixar as normas de sua competência, necessárias à execução e implementação da Política
Nacional do Meio Ambiente;
III. estabelecer, mediante proposta da SEMAM/PR, normas e critérios para o licenciamento de
atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e pelo Distrito
Federal;
IV. determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos sobre as alternativas e possíveis
conseqüências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais,
estaduais ou municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis à
apreciação dos estudos de impacto ambiental e respectivos relatórios, no caso de obras ou
atividades de significativa degradação ambiental;
V. decidir, como última instância administrativa, em grau de recurso, mediante depósito prévio,
sobre multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA;
VI. homologar acordos visando à transformação de penalidades pecuniárias na obrigação de executar
medidas de interesse para a proteção ambiental;
VII. determinar, mediante representação da SEMAM/PR, quando se tratar especificamente de matéria
relativa ao meio ambiente, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder
Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
VIII. estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição causada por
veículos automotores terrestres, aeronaves e embarcações, após audiência aos Ministérios
competentes;
IX. estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do
meio ambiente com vistas ou uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;
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X. estabelecer normas gerais relativas às Unidades de Conservação e às atividades que podem ser
desenvolvidas em suas áreas circundantes;
XI. estabelecer os critérios para a declaração de áreas críticas, saturadas ou em vias de saturação;
XII. submeter, por intermédio do Secretário do Meio Ambiente, à apreciação dos órgãos e entidades
da Administração Pública Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, as
propostas referentes à concessão de incentivos e benefícios fiscais e financeiros, visando à
melhoria da qualidade ambiental;
XIII. criar e extinguir Câmaras Técnicas; e
XIV. aprovar seu Regimento Interno.
§ 1° - As normas e critérios para o licenciamento de atividades potencial ou efetivamente poluidoras
deverão estabelecer os requisitos indispensáveis à proteção ambiental.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

§ 2° - As penalidades previstas no inciso VII deste artigo somente serão aplicadas nos casos
previamente definidos em ato específico do CONAMA, assegurando-se ao interessado ampla
defesa.
§ 3° - Na fixação de normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade
do meio ambiente, o CONAMA levará em consideração a capacidade de auto-regeneração dos
corpos receptores e a necessidade de estabelecer parâmetros genéricos mensuráveis.

SEÇÃO III

DAS CÂMARAS TÉCNICAS

Artigo 8° - O CONAMA poderá dividir-se em Câmaras Técnicas, para examinar e relatar ao Plenário assuntos
de sua competência.
§ 1° - A competência, a composição e o prazo de funcionamento de cada uma das Câmaras Técnicas
constará do ato do CONAMA que a criar.
§ 2° - Na composição das Câmaras Técnicas, integradas por até 7 (sete) membros, deverão ser
consideradas as diferentes categorias de interesse multi-setorial representadas no Plenário.

Artigo 9° - Em caso de urgência, o Presidente do CONAMA poderá criar Câmaras Técnicas "ad referendual do
Plenário.

SEÇÃO IV

DO ÓRGÃO CENTRAL

Artigo 10 - Caberá ao IBAMA, órgão executador do SISNAMA, sem prejuízo das demais competências que lhe
são legalmente conferidas, prover os serviços de Secretária-Executiva do CONAMA e das suas
Câmaras Técnicas.

Artigo 11 - Para atender ao suporte técnico e administrativo do CONAMA, o IBAMA, no exercício de sua
secretaria- executiva, deverá:
I. requisitar aos órgãos e entidades federais, bem assim solicitar dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios a colaboração de servidores por tempo determinado, observadas as normas pertinentes;
II. assegurar o suporte técnico e administrativo necessário às reuniões do CONAMA e ao
funcionamento das Câmaras;
III. coordenar, através do Sistema Nacional de Informações do Meio Ambiente - SINIMA, o
intercâmbio de informações entre os órgãos integrantes do SISNAMA;
IV. promover a publicação e divulgação dos atos do CONAMA.

SEÇÃO V
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DA COORDENAÇÃO DOS ÓRGÃOS SECCIONAIS FEDERAIS

Artigo 12 - Os Órgãos Seccionais, de que trata o Artigo 3°, Inciso V, primeira parte, serão coordenados, no que
se referir à Política Nacional do Meio Ambiente.

SEÇÃO VI
DOS ÓRGÃOS SECCIONAIS ESTADUAIS E DOS ÓRGÃOS LOCAIS

Artigo 13 - A integração dos Órgãos Setoriais Estaduais (Artigo 3°, Inciso V, segunda parte) e dos Órgãos
Locais ao SISNAMA, bem assim a delegação de funções do nível federal para o estadual poderão
ser objeto de convênios celebrados entre cada Órgão Setorial Estadual e a SEMAM/PR, admitida
a interveniência de Órgãos Setoriais Federais do SISNAMA.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Artigo 14 - A atuação do SISNAMA efetivar-se-á mediante articulação coordenada dos órgãos e entidades que
constituem, observado o seguinte:
I. o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de
proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA; e
II. caberá aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das medidas emanadas do
SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares.

Parágrafo único - As normas e padrões dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderão fixar
parâmetros de emissão, ejeção e emanação de agentes poluidores, observada a
legislação federal.

Artigo 15 - Os Órgãos Seccionais prestarão ao CONAMA informações sobre os seus planos de ação e programas
em execução, consubstanciadas em relatórios anuais, sem prejuízo de relatórios parciais para
atendimento de solicitações específicas.

Parágrafo Único - A SEMAM/PR consolidará os relatórios mencionados neste artigo em um relatório anual
sobre a situação do meio ambiente no País, a ser publicado e submetido à consideração
do CONAMA, em sua 2ª (segunda) reunião do ano subseqüente.

Artigo 16 - O CONAMA, por intermédio da SEMAM/PR, poderá solicitar informações e pareceres dos Órgão
Seccionais e Locais, justificando, na respectiva requisição, o prazo para o seu atendimento.
§ 1° - Nas atividades de licenciamento, fiscalização e controle deverão ser evitadas exigências
burocráticas excessivas ou pedidos de informações já disponíveis.
§ 2° - Poderão ser requeridos à SEMAN/PR, bem assim aos Órgãos Executor, Seccionais e locais, por
pessoa física ou jurídica que comprove legítimo interesse, os resultados das análises técnicas
de que disponham.
§ 3° - Os órgão integrantes do SISNAMA, quando solicitarem ou prestarem informações, deverão
preservar o sigilo industrial e evitar a concorrência desleal, correndo o processo, quando for o
caso, sob sigilo administrativo, pelo qual será responsável a autoridade dela encarregada.

CAPÍTULO IV

DO LICENCIAMENTO DAS ATIVIDADES

Artigo 17 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimento de atividades utilizadoras


de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem assim os
empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de
prévio licenciamento do órgão estadual competente integrante do SISNAMA, sem prejuízo de
outras licenças legalmente exigíveis.
§ 1° - Caberá ao CONAMA fixar as critérios básicos, segundo os quais serão exigidos estudos de
impacto ambiental para fins de licenciamento, contendo, entre outros, os seguintes itens:
a) diagnóstico ambiental da área;
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b) descrição de ação proposta e suas alternativas; e


c) identificação, análise e previsão dos impactos significativos, positivos e negativos.
§ 2° - O estudo de impacto ambiental será realizado por técnicos habilitados e constituirá o Relatório de
Impacto Ambiental - RIMA, correndo as despesas à conta do proponente do projeto.
§ 3° - Respeitada a matéria de sigilo industrial, assim expressamente caracterizada a pedido do
interessado, o RIMA, devidamente fundamentado, será acessível ao público.
§ 4° - Resguardado o sigilo industrial, os pedidos de licenciamento, em qualquer das suas modalidades,
sua renovação e a respectiva concessão de licença serão objeto de publicação resumida, paga
pelo interessado, no jornal oficial do Estado e em um periódico de grande circulação, regional
ou local, conforme modelo aprovado pelo CONAMA.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Artigo 18 - O órgão estadual do meio ambiente e o IBAMA, este em caráter supletivo, sem prejuízo das
atividades pecuniárias cabíveis, determinarão, sempre que necessário, a redução das atividades
geradoras de poluição para manter as emissões gasosas ou efluentes líquidos e os resíduos sólidos
nas condições e limites estipulados no licenciamento concedido.

Artigo 19 - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I. Licença Prévia - L.P., na fase preliminar do planejamento da atividade, contendo requisitos básicos
a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados os planos
municipais, estaduais ou federais de uso do solo;
II. Licença de Instalação - LI, autorizando o início da implantação, de acordo com as especificações
constantes de Projeto Executivo aprovado; e
III. Licença de Operação - L.O, autorizando, após as verificações necessárias, o início da atividade
licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com
previsto nas Licenças Prévias e de Instalação.
§ 1° - Os prazos para concessão das licenças serão fixados pelo CONAMA, observada a natureza
técnica da atividade.
§ 2° - Nos casos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que trata este artigo
dependerá de homologação do IBAMA.
§ 3° - Iniciadas as atividades de implantação e operação, antes da expedição das respectivas licenças, os
dirigentes dos Órgãos Setoriais do IBAMA deverão, sob pena de responsabilidade funcional,
comunicar o fato às entidades financiadoras dessa atividade, sem prejuízo da imposição de
penalidades, medidas administrativas de interdição, judiciais, de embargo, e outras providências
cautelares.
§ 4° - O licenciamento dos estabelecimentos destinados a produzir materiais nucleares ou a utilizar a
energia nuclear e suas aplicações, competirá à Comissão Nacional de Energia Nuclear -
CNEN, mediante parecer do IBAMA, ouvidos os órgãos de controle ambiental estaduais e
municipais.
§ 5° - Excluída a competência de que trata o parágrafo anterior, nos demais casos de competência
federal o IBAMA expedirá as respectivas licenças, após considerar o exame técnico procedido
pelos órgãos estaduais e municipais de controle da poluição.

Artigo 20 - Caberá recurso administrativo:


I. para o secretário de assuntos estratégicos, das decisões da Comissão nacional de Energia Nuclear -
CNEN; e
II. para o Secretário do Meio Ambiente, nos casos de licenciamento da competência privada do
IBAMA, inclusive nos de denegação de certificado homologatório.

Parágrafo Único - No âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o recurso de que trata este artigo
será interposto para a autoridade prevista na respectiva legislação.

Artigo 21 - Compete à SEMEM/PR propor ao CONAMA a expedição de normas gerais para implantação e
fiscalização do licenciamento previsto neste Decreto.
§ 1° - A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e padrões de qualidade ambiental
serão exercidos pelo IBAMA, em caráter supletivo à atuação dos Órgãos Seccionais Estaduais e
dos Órgãos Locais.
§ 2° - Inclui-se na competência supletiva do IBAMA a análise prévia de projetos, de entidades públicas
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ou privadas, que interessem à conservação ou a recuperação dos recursos ambientais.


§ 3° - O proprietário de estabelecimento ou o seu proposto responsável permitirá, sob as penas da lei, o
ingresso da fiscalização no local das entidades potencialmente poluidoras para a inspeção de
todas as suas áreas.
§ 4° - As autoridades policiais, quando necessário, deverão prestar auxílio aos agentes fiscalizadores no
exercício de suas atribuições.

Artigo 22 - O IBAMA, na análise dos projetos submetidos ao seu exame, exigirá, para efeito de aprovação, que
sejam adotadas, pelo interessado, medidas capazes de assegurar que as matérias-primas, insumos
e bens produzidos tenham padrão de qualidade que elimine ou reduza, o efeito poluente de seu
emprego e utilização.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

CAPÍTULO V
DOS INCENTIVOS

Artigo 23 - As entidades governamentais de financiamento ou gestoras de incentivos, condicionarão a sua


concessão à comprovação do licenciamento previsto neste Decreto.

CAPÍTULO VI
DO CADASTRAMENTO

Artigo 24 - O IBAMA submeterá à aprovação do CONAMA as normas necessárias a implantação do Cadastro


Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental.

TÍTULO II
DAS ESTAÇÕES ECOLÓGICAS E DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
CAPÍTULO I
DAS ESTAÇÕES ECOLÓGICAS

Artigo 25 - As Estações Ecológicas Federais serão criadas por decreto do Poder Executivo, mediante proposta do
Secretário do Meio Ambiente, e terão sua administração coordenada pelo IBAMA.
§ 1° - O ato de criação da Estação Ecológica definirá os seus limites geográficos, a sua denominação, a
entidade responsável por sua administração e o zoneamento a que se refere o Artigo 1°,
Parágrafo 2° a Lei n° 6.902, de 27 de abril de 1981.
§ 2° - Para a execução de obras de engenharia que possam afetar as estações ecológicas, será obrigatória
a audiência prévia do CONAMA.

Artigo 26 - Nas Estações Ecológicas Federais, o zoneamento a que se refere o Artigo 1° Parágrafo 2°, da Lei n°
6902/81, será estabelecido pelo IBAMA.

Artigo 27 - Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de 10 Km (dez quilômetros),
qualquer atividade que possa afetar a biota ficará subordinada as normas editadas pelo
CONAMA.

CAPÍTULO II

DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Artigo 28 - No âmbito federal, compete ao Secretário do Meio Ambiente, com base em parecer do IBAMA,
propor ao Presidente da República a criação de Áreas de Proteção Ambiental.

Artigo 29 - O decreto que declarar a Área de Proteção Ambiental mencionará a sua denominação, limites
geográficos, principais objetivos e as proibições e restrições de uso dos recursos ambientais nela
contidos.

Artigo 30 - A entidade supervisora e fiscalizadora de Área de Proteção Ambiental deverá orientar e assistir os
proprietários, a fim de que os objetivos da legislação pertinente sejam atingidos.

Parágrafo Único - Os proprietários de terras abrangidos pela Área de Proteção Ambiental poderão mencionar o
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nome destas nas placas indicadoras de propriedade, na promoção de atividades


turísticas, bem assim na indicação de procedência dos produtos nela originados.

Artigo 31 - Serão considerados de relevância e merecedores de reconhecimento público os serviços prestados,


por qualquer forma, à causa conservacionista.

Artigo 32 - As instituições federais de crédito e financiamento darão prioridade aos pedidos encaminhados com
apoio da SEMAM/PR, destinados à melhoria do uso racional do solo e das condições sanitárias e
habitacionais das propriedades situadas nas Áreas de Proteção Ambiental.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

TÍTULO III

DAS PENALIDADES

Artigo 33 - Constitui infração, para os efeitos deste Decreto, toda ação ou omissão que importe na inobservância
de preconceitos nele estabelecidos ou na desobediência às determinações de caráter normativo dos
órgãos ou das autoridades competentes.

Artigo 34 - Serão impostas multas diárias de 61,70 a 6.170 Bônus do Tesouro Nacional-BTN proporcionalmente
à degradação ambiental causada, nas seguintes infrações:
I. contribuir para que o corpo d'água fique em categoria de qualidade inferior à prevista na
classificação oficial;
II. contribuir para que a qualidade do ar ambiental seja inferior ao nível mínimo estabelecido em
resolução;
III. emitir ou despejar efluentes ou resíduos sólidos, líquidos ou gasosos causadores de degradação
ambiental. em desacordo com o estabelecimento em resolução ou licença especial;
IV. exercer atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente, sem a licença ambiental
legalmente exigível ou em desacordo com a mesma;
V. causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma
comunidade;
VI. causar poluição de qualquer natureza que provoque destruição de plantas cultivadas ou silvestres;
VII. ferir, matar ou capturar, por quaisquer meios, nas Unidades de Conservação, exemplares de
espécies consideradas raras da biota regional;
VIII. causar degradação ambiental mediante assoreamento de coleções d'água ou erosão acelerada,
nas Unidades de Conservação;
IX. desrespeitar interdições de uso, de passagens e outras estabelecidas administrativamente para a
proteção contra a degradação ambiental;
X. impedir ou dificultar a atuação dos agentes credenciados pelo IBAMA, para inspecionar situação de
perigo potencial ou examinar a ocorrência de degradação ambiental;
XI. causar danos ambientais, de qualquer natureza, que provoque destruição ou outros efeitos
desfavoráveis à biota nativa ou às plantas cultivadas e criações de animais;
XII. descumprir resoluções do CONAMA.

Artigo 35 - Serão impostas multas de 308,50 a 6.170 BTN, proporcionalmente à degradação ambiental causada,
nas seguintes infrações:
I. realizar em Área de Proteção Ambiental, sem licença de respectivo órgão de controle ambiental,
abertura de canais ou obras de terraplanagem, com movimentação de areia, terra ou material
rochoso, em volume superior a 100m³ (cem metro cúbicos), que possam causar degradação
ambiental;
II. causar poluição de qualquer natureza que possa trazer danos à saúde ou ameaçar o bem-estar.

Artigo 36 - Serão impostas multas de 617 a 6.170 BTN nas seguintes infrações:
I. causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes de um
quarteirão urbano ou localidade equivalente;
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II. causar poluição do solo que torne uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
III. causar poluição de qualquer natureza, que provoque mortandade de mamíferos, aves, répteis,
anfíbios ou peixes.

Artigo 37 - O valor das multas será graduado de acordo com as seguintes circunstâncias:
I. atenuantes;
a) menor grau de compreensão e escolaridade do infrator;
b) reparação espontânea do dano ou limitação da degradação ambiental causada;
c) comunicação prévia do infrator às autoridades competentes, em relação a perigo iminente de
degradação ambiental;
d) colaboração com os agentes encarregados da fiscalização e do controle ambiental.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

II. agravantes:
a) reincidência específica;
b) maior extensão da degradação ambiental;
c) dolo, mesmo eventual;
d) ocorrência de efeitos sobre a propriedade alheia;
e) infração ocorrida em zona urbana;
f) danos permanentes à saúde humana;
g) atingir área sob proteção legal;
h) emprego de métodos cruéis na morte ou captura de animais.

Artigo 38 - No caso de infração continuada, caracterizada pela permanência da ação ou omissão inicialmente
punida, será respectivamente penalidade aplicada diariamente até cessar a ação degradadora.

Artigo 39 - Quando a mesma infração for objeto de punição em mais de um dispositivo deste Decreto,
prevalecerá o enquadramento no item mais específico em relação ao mais genérico.
Artigo 40 - Quando as infrações forem causadas por menores ou incapazes, responderá pela multa quem for
juridicamente responsável pelos mesmos.

Artigo 41 - A imposição de penalidades pecuniárias, por infrações à legislação ambiental, pelos Estados, pelo
Distrito Federal e pelos Municípios, excluirá a exigência de multas federais, na mesma hipótese
de incidência.

Artigo 42 - As multas poderão ter a sua exigibilidade suspensa quando o infrator, por termo de compromisso
aprovado pela autoridade que aplicou a penalidade, se obrigar à adoção de medidas específicas
para cessar e corrigir e degradação ambiental.

Parágrafo Único - cumpridas as obrigações assumidas pelo infrator, a multa será reduzida em até 90% (noventa
por cento).

Artigo 43 - Os recursos administrativos interpostos contra a imposição de multas, atendido o requisito legal de
garantia da instância, serão, no âmbito federal, encaminhados à decisão do Secretário do Meio
Ambiente e, em última instância, ao CONAMA.

Parágrafo Único - Das decisões do Secretário do Meio Ambiente, favoráveis ao recorrente, caberá recursos "ex-
ofício" para o CONAMA, quando se tratar de multas superiores a 3.085 (três mil e
oitenta e cinco) BTN.

Artigo 44 - O IBAMA poderá celebrar convênios com entidades oficiais dos Estados, delegando-lhes, em casos
determinados, o exercício das atividades de fiscalização e controle.

DAS TÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 45 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.


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Artigo 46 - Revogam-se os Decretos n° 88.351, de 1.06.83, n° 89.532, de 6.04.84, n° 91.305, de 3.06.85, n°


93.630, de 28.11.86, n° 94.085, de 10.03.87, n° 94.764, de 11.08.87, n° 94.998, de 5.11.87, n°
96.150, de 13.06.88, n° 97.558, de 7.03.89, n° 97.802, de 5.06.89 e n° 98.109, de 31.08.89.

FERNANDO COLLOR
Presidente da República
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

RESOLUÇÃO N. 237, 16 de dezembro de 1997


O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições e
competências que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentadas pelo Decreto nº
99.274, de 06 de junho de 1990, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e
Considerando a necessidade de revisão dos procedimentos e critérios utilizados no licenciamento
ambiental, de forma a efetivar a utilização do sistema de licenciamento como instrumento de gestão ambiental,
instituído pela Política Nacional do Meio Ambiente;
Considerando a necessidade de se incorporar ao sistema de licenciamento ambiental os instrumentos de
gestão ambiental, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria contínua;
Considerando as diretrizes estabelecidas na Resolução CONAMA nº 011/94, que determina a
necessidade de revisão no sistema de licenciamento ambiental;
Considerando a necessidade de regulamentação de aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos
na Política Nacional de Meio Ambiente que ainda não foram definidos;
Considerando a necessidade de ser estabelecido critério para exercício da competência para o
licenciamento a que se refere o artigo 10 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981;
Considerando a necessidade de se integrar a atuação dos órgãos competentes do Sistema Nacional de
Meio Ambiente - SISNAMA na execução da Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com as
respectivas competências;

RESOLVE:
Art. 1º - Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma,
possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas
aplicáveis ao caso.
II - Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente, estabelece as
condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa
física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos
recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma,
possam causar degradação ambiental.
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à
localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio
para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental,
relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada
e análise preliminar de risco.
III – Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de
influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais Estados.
Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os
empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio
licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis.
§ 1º- Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas no Anexo 1,
parte integrante desta Resolução.
§ 2º – Caberá ao órgão ambiental competente definir os critérios de exigibilidade, o detalhamento e a
complementação do Anexo 1, levando em consideração as especificidades, os riscos ambientais, o porte e outras
características do empreendimento ou atividade.
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Art. 3º- A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente
causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo
relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, garantida a realização de
audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é
potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais
pertinentes ao respectivo processo de licenciamento.
Art. 4º - Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA,
órgão executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental, a que se refere o artigo 10 da Lei nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou
regional, a saber:
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na


plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do
domínio da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais
Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material
radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações,
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica.
§ 1º - O IBAMA fará o licenciamento de que trata este artigo após considerar o exame técnico procedido pelos
órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento, bem como,
quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
§ 2º - O IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, poderá delegar aos Estados o licenciamento de atividade
com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando possível, as exigências.
Art. 5º - Compete ao órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal o licenciamento ambiental dos
empreendimentos e atividades:
I - localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio
estadual ou do Distrito Federal;
II - localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação
permanente relacionadas no artigo 2º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e em todas as que assim forem
consideradas por normas federais, estaduais ou municipais;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios;
IV – delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio.
Parágrafo único. O órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal fará o licenciamento de que trata este artigo
após considerar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a
atividade ou empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos competentes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, envolvidos no procedimento de licenciamento.
Art. 6º - Compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos competentes da União, dos Estados e do
Distrito Federal, quando couber, o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto
ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio.
Art. 7º - Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de competência, conforme
estabelecido nos artigos anteriores.
Art. 8º - O Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:
I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou
atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;
II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle
ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;
III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a
verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental
e condicionantes determinados para a operação.
Parágrafo único - As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a
natureza, características e fase do empreendimento ou atividade.
Art. 9º - O CONAMA definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza,
características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de
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licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação.


Art. 10 - O procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes etapas:
I - Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos,
projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser
requerida;
II - Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e
estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;
III - Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA , dos documentos, projetos e
estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;
IV - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do
SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e
complementações não tenham sido satisfatórios;
V - Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;
VI - Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes
de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e
complementações não tenham sido satisfatórios;
VII - Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico;
VIII - Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publicidade.
§ 1º - No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura
Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a
legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e
a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.
§ 2º - No caso de empreendimentos e atividades sujeitos ao estudo de impacto ambiental - EIA, se verificada a
necessidade de nova complementação em decorrência de esclarecimentos já prestados, conforme incisos IV e VI,
o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada e com a participação do empreendedor, poderá
formular novo pedido de complementação.
Art. 11 - Os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais
legalmente habilitados, às expensas do empreendedor.
Parágrafo único - O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos previstos no caput deste artigo
serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais.
Art. 12 - O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças
ambientais, observadas a natureza, características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a
compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação.
§ 1º - Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno
potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente.
§ 2º - Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental para pequenos empreendimentos e
atividades similares e vizinhos ou para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados,
previamente, pelo órgão governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto
de empreendimentos ou atividades.
§ 3º - Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental
das atividades e empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental,
visando a melhoria contínua e o aprimoramento do desempenho ambiental.
Art. 13 - O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser estabelecido por dispositivo legal,
visando o ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas realizadas pelo órgão ambiental competente.
Parágrafo único. Facultar-se-á ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo órgão ambiental para
a análise da licença.
Art. 14 - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade
de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a
formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do
ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver
EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.
§ 1º - A contagem do prazo previsto no caput deste artigo será suspensa durante a elaboração dos estudos
ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor.
§ 2º - Os prazos estipulados no caput poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do
empreendedor e do órgão ambiental competente.
Art. 15 - O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, formuladas pelo
órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de 4 (quatro) meses, a contar do recebimento da
respectiva notificação .
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Parágrafo Único - O prazo estipulado no caput poderá ser prorrogado, desde que justificado e com a
concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente.
Art. 16 - O não cumprimento dos prazos estipulados nos artigos 14 e 15, respectivamente, sujeitará o
licenciamento à ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente e o empreendedor ao
arquivamento de seu pedido de licença.
Art. 17 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de
licença, que deverá obedecer aos procedimentos estabelecidos no artigo 10, mediante novo pagamento de custo
de análise.
Art. 18 - O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença,
especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos:
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma
de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser
superior a 5 (cinco) anos.
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo
cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos.
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle
ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, no máximo, 10 (dez) anos.
§ 1º - A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde
que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos nos incisos I e II.
§ 2º - O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de
Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a
encerramento ou modificação em prazos inferiores.
§ 3º - Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental
competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação
do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os
limites estabelecidos no inciso III.
§ 4º - A renovação da Licença de Operação(LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com
antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva
licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as
medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer:
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais.
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença.
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.
Art. 20 - Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter implementados os
Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em seus quadros
ou a sua disposição profissionais legalmente habilitados.
Art. 21 - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando seus efeitos aos processos de
licenciamento em tramitação nos órgãos ambientais competentes, revogadas as disposições em contrário, em
especial os artigos 3o e 7º da Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986.

GUSTAVO KRAUSE GONÇALVES SOBRINHO RAIMUNDO DEUSDARÁ FILHO


Presidente Secretário-Executivo

ANEXO 1
ATIVIDADES OU EMPREENDIMENTOS
SUJEITAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
Extração e tratamento de minerais
- pesquisa mineral com guia de utilização
- lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento
- lavra subterrânea com ou sem beneficiamento
- lavra garimpeira
- perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural
Indústria de produtos minerais não metálicos
- beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração
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- fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: produção de material cerâmico,
cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros.
Indústria metalúrgica
- fabricação de aço e de produtos siderúrgicos
- produção de fundidos de ferro e aço / forjados / arames / relaminados com ou sem tratamento de superfície,
inclusive galvanoplastia
- metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e secundárias, inclusive ouro
- produção de laminados / ligas / artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície,
inclusive galvanoplastia
- relaminação de metais não-ferrosos , inclusive ligas
- produção de soldas e anodos
- metalurgia de metais preciosos
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

- metalurgia do pó, inclusive peças moldadas


- fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia
- fabricação de artefatos de ferro / aço e de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive
galvanoplastia
- têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície
Indústria mecânica
- fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de
superfície
Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações
- fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores
- fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática
- fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos
Indústria de material de transporte
- fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios
- fabricação e montagem de aeronaves
- fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes
Indústria de madeira
- serraria e desdobramento de madeira
- preservação de madeira
- fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada
- fabricação de estruturas de madeira e de móveis
Indústria de papel e celulose
- fabricação de celulose e pasta mecânica
- fabricação de papel e papelão
- fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada
Indústria de borracha
- beneficiamento de borracha natural
- fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos
- fabricação de laminados e fios de borracha
- fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha , inclusive látex
Indústria de couros e peles
- secagem e salga de couros e peles
- curtimento e outras preparações de couros e peles
- fabricação de artefatos diversos de couros e peles
- fabricação de cola animal
Indústria química
- produção de substâncias e fabricação de produtos químicos
- fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira
- fabricação de combustíveis não derivados de petróleo
- produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação da
madeira
- fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos
- fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-desporto, fósforo de segurança e artigos
pirotécnicos
- recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais
- fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos
- fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas
- fabricação de tintas, esmaltes, lacas , vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes
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- fabricação de fertilizantes e agroquímicos


- fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários
- fabricação de sabões, detergentes e velas
- fabricação de perfumarias e cosméticos
- produção de álcool etílico, metanol e similares
Indústria de produtos de matéria plástica
- fabricação de laminados plásticos
- fabricação de artefatos de material plástico
Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos
- beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos
- fabricação e acabamento de fios e tecidos
- tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

- fabricação de calçados e componentes para calçados


Indústria de produtos alimentares e bebidas
- beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares
- matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal
- fabricação de conservas
- preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados
- preparação , beneficiamento e industrialização de leite e derivados
- fabricação e refinação de açúcar
- refino / preparação de óleo e gorduras vegetais
- produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação
- fabricação de fermentos e leveduras
- fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais
- fabricação de vinhos e vinagre
- fabricação de cervejas, chopes e maltes
- fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais
- fabricação de bebidas alcoólicas
Indústria de fumo
- fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo
Indústrias diversas
- usinas de produção de concreto
- usinas de asfalto
- serviços de galvanoplastia
Obras civis
- rodovias, ferrovias, hidrovias , metropolitanos
- barragens e diques
- canais para drenagem
- retificação de curso de água
- abertura de barras, embocaduras e canais
- transposição de bacias hidrográficas
- outras obras de arte
Serviços de utilidade
- produção de energia termoelétrica
-transmissão de energia elétrica
- estações de tratamento de água
- interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário
- tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos)
- tratamento/disposição de resíduos especiais tais como: de agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço
de saúde, entre outros
- tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas
- dragagem e derrocamentos em corpos d’água
- recuperação de áreas contaminadas ou degradadas
Transporte, terminais e depósitos
- transporte de cargas perigosas
- transporte por dutos
- marinas, portos e aeroportos
- terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos
- depósitos de produtos químicos e produtos perigosos
Turismo
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- complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos


Atividades diversas
- parcelamento do solo
- distrito e pólo industrial
Atividades agropecuárias
- projeto agrícola
- criação de animais
- projetos de assentamentos e de colonização
Uso de recursos naturais
- silvicultura
- exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais
- atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

- utilização do patrimônio genético natural


- manejo de recursos aquáticos vivos
- introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas
- uso da diversidade biológica pela biotecnologia

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EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

LEGISLAÇÃO ESTADUAL

Decreto-Lei N.º 134, de 16 de junho de 1975

Dispõe sobre a Prevenção e o Controle da Poluição do Meio Ambiente no Estado do Rio de Janeiro, e dá
outras providências.

O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso da atribuição que lhe confere o art. 3º, §1º, da Lei
Complementar n.º 20 de 1 de julho de 1974.

DECRETA:

CAPÍTULO 1
DA POLUIÇÃO

Art. 1º - Para efeito deste Decreto-lei, considere-se poluição qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas, que direta ou indiretamente:
I - seja nociva ou ofensiva à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações;
II - crie condições inadequadas de uso do meio ambiente para fins públicos, domésticos, agropecuários,
industriais, comerciais e recreativos;
III - ocasione danos à fauna, à flora, ao equilíbrio ecológico, às propriedades públicas e privadas ou à
estética;
IV - não esteja em harmonia com os arredores naturais.
Parágrafo único - Consideram-se como meio ambiente todas as águas interiores ou costeiras, superficiais ou
subterrâneas, o ar e o solo.
Art. 2º - Os resíduos líquidos, sólidos, gasosos ou em qualquer estado de agregação da matéria,
provenientes de atividades industriais, comerciais, agropecuárias, domésticas, públicas, recreativas e
outras, exercidas no Estado do Rio de Janeiro, só poderão ser despejados em águas interiores ou costeiras,
superficiais ou subterrâneas existentes no Estado, ou lançadas à atmosfera ou ao solo, se não causarem ou
tenderem causar a poluição.
§ 1º - Os lançamentos previstos neste artigo serão precedidos de autorização da Comissão Estadual de
Controle Ambiental - CECA instituída por parecer técnico da Fundação Estadual d Engenharia do Meio
Ambiente - FEEMA.
§ 2º - O disposto neste artigo aplica-se a qualquer tipo de resíduos lançados nas águas, no ar ou no solo,
direta ou indiretamente, através de quaisquer meios de lançamentos, inclusive a rede pública de esgotos.

CAPITULO II
DA POLÍTICA ESTADUAL DE CONTROLE AMBIENTAL

Art. 3º- A Política Estadual de Controle Ambiental compreenderá o conjunto de diretrizes administrativas e
técnicas destinadas a fixar a ação governamental no campo da utilização racional do meio ambiente, visando à
prevenção e ao controle de todas as formas de poluição ambiental.
Parágrafo único – Compete à Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral da Governadoria do Estado
coordenar a política de preservação do meio ambiente da utilização racional dos recurso naturais do Estado.
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CAPITULO III
DOS ÓRGÃOS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA POLUIÇAO

Art. 4º - A Comissão Estadual de Controle Ambiental - CECA, observada a política de desenvolvimento


econômico e social do Estado, atuará na prevenção da poluição ambiental e controle da utilização racional do
meio ambiente, competindo-lhe:
I - aprovar e propor ao Secretário de Estado de Obras e Serviços Públicos as medidas necessárias ao
controle da poluição e à proteção ambiental recomendadas pela FEEMA;
II - exercer o poder de polícia inerente ao controle da poluição e à proteção ambiental;
III - autorizar a operação de instalações ou atividades potencialmente poluidoras.
Parágrafo único - A CECA utilizará os recursos técnicos da FEEMA para exercer sua funções.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Art. 5º - A FEEMA atuará como órgão técnico e executor da Política Estadual de Controle Ambiental,
competindo-lhe:
I - a pesquisa, o controle ambiental, o estabelecimento de normas e padrões, o treinamento de pessoal e a
prestação de serviços visando à utilização racional do meio ambiente;
II - proporcionar apoio técnico à CECA para o exercício de suas funções;
III - sugerir à CECA medidas necessárias ao controle da poluição e à proteção ambiental; IV - exercer, em
nome da CECA, a fiscalização do cumprimento das normas sobre controle da poluição ambiental no território
do Estado, inclusive das normas federais, mediante convênio.

CAPITULO IV
DAS FONTES POLUIDORAS EXISTENTES

Art. 6º - A CECA e a FEEMA, na forma do Capítulo III, exercerão o controle da poluição sobre as fontes
poluidoras existentes, fazendo observar o que dispõe o presente Decreto-lei e seus Regulamentos.
Parágrafo único – No caso de infração a qualquer dispositivo do presente Decreto-lei e seus Regulamentos, os
responsáveis pelas fontes polidoras sujeitam-se às penalidades previstas no art. 9º deste Decreto-lei.

Art. 7º - A CECA e a FEEMA poderão exigir das pessoas físicas ou jurídicas, inclusive das entidades da
administração indireta estadual ou municipal, cujas atividades possam, a seu critério ser causadoras de poluição,
que exibam seus planos, projetos e dados característicos que real ou potencialmente tenham relação com a
poluição ambiental.

CAPITULO V
DAS ATIVIDADES A SE INSTALAREM

Art. 8º - As pessoas físicas ou jurídicas, inclusive ás entidades da administração indireta estadual e municipal
que vierem a se instalar no território do Estado, cujas atividades industriais, comerciais, agropecuárias,
domésticas, públicas, recreativas e outras, possam ser causadoras de poluição, ficam obrigadas a, sob pena de
responsabilidade:
I - submeterem à aprovação da FEEMA, anteriormente à sua construção ou implantação, os projetos,
planos e dados característicos relacionados à poluição ambientar;
II - prévia autorização da CECA para operação ou funcionamento de suas instalações ou atividades que,
real ou potencialmente, se relacionem com a poluição ambientar.

CAPITULO VI
DAS PENALIDADES

Art. 9º - As pessoas físicas ou jurídicas que causarem poluição das águas, do ar ou do solo, no território do
Estado, nos termos do artigo 19, ou que infringirem qualquer dispositivo deste Decreto-lei e seus Regulamentos,
sujeitam-se às seguintes penalidades:
I - multa;
II - interdição.
§ 1º - A regulamentação do presente Decreto-lei disporá sobre a aplicação das penalidades e fixará o valor das
multas aplicáveis em cada caso, que poderão ser estipuladas por períodos diários de infração.
§ 2º - As multas variarão de 1 (um) a 1.000 (mil) UFERJ e serão aplicadas pelo Presidente ou pelo Plenário da
CECA ou por quem delas tenha recebido delegação de competência.
§ 3º - A reincidência, o manifesto dolo, fraude ou má fé constituem circunstâncias agravantes, que poderão
elevar a multa ao grau máximo e, nos casos mais graves, justificarão a interdição, conforme se disporá em
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regulamento.
§ 4º - A interdição de instalação que contrarie a legislação sobre prevenção e controle da poluição ambiental será
aplicada pelo Secretário de Obras e Serviços Públicos, por proposta da Comissão Estadual de Controle
Ambiental.
§ 5º - As penalidades previstas neste artigo poderão ser aplicadas a um mesmo infrator, isolada ou
cumulativamente.
CAPITULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 10 – Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 16 de junho de 1975


FLORIANO FARIA LIMA
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

DECRETO N.º 1.633, de 21 de dezembro de 1977


Publicado em 22/11/77
Regulamenta em parte o Decreto-lei ri' 134 de 16.6.75, e institui o Sistema Licenciamento de Atividade
Poluidoras.

O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais,

DECRETA:

Art. 1º - Fica instituído o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, em consonância com o


Decreto-lei n.º 134, de 16.6.75, que dispõe sobre a Prevenção e Controle da Poluição de Me Ambiente no
Estado do Rio de Janeiro.

Art. 2º - O Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras tem por objetivo disciplinar a implantação
e funcionamento de qualquer equipamento ou atividade que forem considerados poluidores ou
potencialmente poluidores, bem como de qualquer equipamento e combate à poluição do meio ambiente,
no Estado do Rio de Janeiro.

Art. 3º - O Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras será implantado pela Comissão Estadual
de Controle Ambiental - CECA e pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA,
órgãos de prevenção e controle da poluição, cujas atribuições são definidas pelos arts. 4º e 5º do Decreto-
lei n.º 134/75.

Art. 4º - São instrumentos de controle do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras a Licença


Prévia (LP), a Licença de Instalação (LI) e a Licença de Operação (LO).

Art. 5º - À Comissão Estadual de Controle Ambiental compete baixar deliberação aprovando Instruções,
Normas, Diretrizes e outros atos complementares necessários à implantação e funcionamento do Sistema de
Licenciamento de Atividades Poluidoras, observando o disposto neste Decreto e no Decreto-lei n.º 134/75.

Parágrafo único - A FEEMA atuará como órgão técnico da CECA e exercerá, em seu nome, a fiscalização
do cumprimento da legislação sobre controle da poluição ambiental no território do Estado.

Art. 6º - Das decisões da CECA e da FEEMA caberá recurso administrativo, com efeito suspensivo,
respectivamente, ao Secretário de Estado de Obras e Serviços Públicos.
Parágrafo único - Os recursos deverão ser interpostos dentro do prazo de quinze (15) dias contados do
recebimento do Auto de Infração.

Art. 7º - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1977


FLORIANO FARIA LIMA

DECRETO N.º 2.330, de 08 de janeiro de 1979


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Publicado em 09/01/79

REGULAMENTA, em parte, os Decretos-lei n. º 9, de


24.03.75, e 134, de 16.06.75, institui o Sistema de Proteção
dos Lagos e Cursos d'Água do Estado do Rio de Janeiro,
regula a aplicação de multas, e dá outras providencias.

O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições legais,

DECRETA:
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Art. 1º - Fica instituído, nos ternos do que dispõe o presente Decreto, o Sistema de Proteção dos Lagos e Cursos
d'Água do Estalo do Rio de Janeiro.

Art. 2º - O Sistema de Proteção dos Lagos e Cursos d'Água (SIPROL) tem por objetivo estabelecer normas de
proteção, conservação e fiscalização dos lagos, estuários, canais e cursos d'água sob jurisdição estadual,
observada a política de Preservação do Meio Ambiente e da Utilização Racional dos Recursos Naturais do
Estado, coordenada pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral da Governadoria do Estado, conforme
o disposto no parágrafo único do artigo 39 do Decreto-lei n.º 134, de 16.06.75.

Art. 3º- O Sistema de Proteção dor, Lagos e Cursos d’Água (SIPROL)será implantado pela Comissão
Estadual de Controle Ambiental - CECA, órgão de controle da utilização racional do meio ambiente, e
pela Superintendência Estadual de Rios e Lagoas - SERLA, órgão de defesa, conservação e saneamento
das bacias fluviais e lacustres do Estado, consoante o previsto nos artigos 21 e 22 do Decreto-lei n.º 39, de
24.03.75, e no Decreto n9 57, de 29.04.75.

Art. 4º - Para a consecução do disposto no artigo anterior, a CECA utilizará os recursos técnicos da SERLA,
podendo aprovar, aplicar direta mente ou através da autarquia, ou propor ao Secretário de Estado de Obras e
Serviços Públicos, as medidas necessárias à preservação dos lagos e cursos de água recomendadas pela SERLA.

Art. 5º - A CECA compete baixar deliberações aprovando Instruções, Normas, Diretrizes e outros atos
complementares necessários à implantação e ao funcionamento do Sistema de Proteção dos Lagos e Cursos
d'Água.

Art. 6º - São instrumentos de controle do Sistema de Proteção dos Lagos e Cursos d'Água, e de iniciativa da
SERLA, o Projeto de Alinhamento de Rio (PAR), o Projeto de Alinhamento de Orla de Lago (PAL), a Faixa
Marginal de Proteção (FMP) e a Licença para Extração de Areia (LA).
Parágrafo único - Os Projetos de Alinhamento de Orla de Lago serão aprovados pelo Governador do Estado; os
Projetos de Alinhamento do Rio, pelo Secretário de Estado de Obras e Serviços Públicos; as Faixas Marginais
de Proteção serão deparadas pela SERLA.

Art. 7º - A SERLA exercerá a fiscalização do cumprimento das normas sobre a proteção e conservação dos lagos
e cursos d'água sob jurisdição estadual, inclusive das normas federais, mediante convênio.

Art. 8º - Ressalvada a legislação federal pertinente, as pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as entidades da
administração indireta estadual ou municipal , que pretendam executar obras ou serviços que, de qualquer
forma, interfiram nos lagos, nos canais ou nas correntes, sob jurisdição estadual, nos terrenos reservados (artigo
14 do C6digo de Águas), nas faixas de servidão de trânsito (artigo 12 do Código de Águas), ou nas Faixas
Marginais de Proteção (FMP)já demarcadas pela SERLA, deverão, sob pena de responsabilidade:
I - submeter a aprovação da SERLA, anteriormente- a sua execução, os respectivos projetos, planos,
especificaç5es e dados característicos;
II - obter a prévia autorização da SERLA para a execução das referidas obras . ou serviços.
Parágrafo único - A SERLA, quando constatar, do exame da documentação mencionada no inciso I deste artigo,
estar a atividade enquadrada no Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras, instituído pelo Decreto. n9
1.633, de 21.12.77, exigira do interessado a apresentação da competente licença, na forma do artigo 4º do
referido Decreto.

Art. 9º - Para efeito deste Decreto, também se considera lago, a lagoa e a laguna.
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Art. 10 - A captação de água dos cursos d'água sob jurisdição estadual dependerá:
I - da aprovação da SERLA, quanto à viabilidade e quanto aos projetos da unidade de captação, especificações e
demais elementos;
II - da autorização do Governador do Estado.

Art. 11 - Ressalvada a legislação federal pertinente, as pessoas físicas ou jurídicas que incidirem nas sanções
previstas no artigo seguinte, bem como infringirem qualquer dispositivo desse Decreto ou as normas
complementares, incorrerão nas seguintes penalidades:
I - multa;
II - embargo ou interdição.
§ 1º - Normas complementares baixadas na forma do artigo 5º disporão sobre a aplicação das penalidades, sendo
que as multas poderão ser estipuladas por períodos diários de infração.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

§ 2º - As multas serão aplicadas, mediante proposição da SERLA, pelo Presidente ou pelo Plenário da CECA,
ou por quem deles tenha recebido delegação de competência.
§ 3º - A reincidência, ou manifesto dolo, fraude ou má-fé , constituem circunstâncias agravantes que poderão
elevar a multa ao grau máximo e, nos casos mais graves ou urgentes, justificarão o embargo e/ou a interdição.
§ 4º - 1 O embargo e/ou a interdição de atividades que contrariem as normas especificas de preservação dos
lagos e cursos d'água, serão aplicados pela SERLA, que dará ciência do ocorrido à Comissão Estadual de
Controle Ambiental.
§ 5º - As penalidade previstas neste artigo poderão ser aplicadas e um mesmo infrator, isolada ou
cumulativamente.

Art. 12 - As multas variarão de 1 (uma) a 1.000 (mil) UFERJs, obedecendo à seguinte gradação básica:
I - omitir, nos projetos submetidos à SERLA, a existência de lago, canal ou qua1quer curso d'água, e a
representação gráfica do terreno reservado ou da faixa de servidão de trânsito que houver - 10 (dez) a 500
(quinhentas) UFERJs.
II - executar, sem autorização da SERLA, obra ou serviço de qualquer natureza, instalar ou estacionar máquinas,
motores ou equipamentos na Faixa Marginal de Proteção (FMP) demarcada pela SERLA, nos terrenos
reservados ou sobre a faixa de servidão de transito, que houve, às margens dos lagos, canais ou qualquer corrente
de águas públicas e/ou sob jurisdição estadual - 10 (dez) a 1.000 (mil) UFERJs.
III - causar dano ao leito ou escavar as margens de qualquer lago, canal ou corrente, de águas públicas, e/ou sob
jurisdição estadual - 10.(dez) a 1.000 (mil) UFERJs.
IV - sem a devida autorização, modificar, bloquear ou dificultar a vazão de qualquer curso d'água ou canal, de
águas públicas e/ou sob jurisdição estadual, bem como captar ou desviar as suas águas - 10 (dez) a 1.000 (mil)
UFERJs.
V - prejudicar a circulação das águas dos lagos - 10 (dez) a 1.000 (mil) UFERJs.
VI - ocupar indevidamente, causar dano ou prejudicar de qualquer natureza aos serviços e obras públicas já
executados ou em execução nos lagos, lagoas, canais ou cursos d'água - 10 (dez) a 500 (quinhentas) UFERJs.
VII - desrespeitar o embargo e/ou a interdição determinados pela SERLA. - 100 (cem) a 1.000 (mil) UFERJs.
VIII - jogar lixo, entulho ou detritos de qualquer natureza no leito ou nas margens dos lagos, canais ou correntes,
de águas e/ ou sob jurisdição estadual. - 1 (uma) a 500 (quinhentas) UFERJs.
IX - após a devida intimação, deixar de conter os terrenos próximos aos lagos, canais e correntes, de águas
públicas e/ou sob jurisdição estadual, como medida de proteção contra o assoreamento - 1 (uma) a 100 (cem)
UFERJs.
X - executar, sem autorização da SERLA, serviços ou obras de contenção, de regularização de canalização, de
capeamento, de alargamento das margens, construção de muralhas laterais ou qualquer outra atividade que
interfira na seção de vazão dos cursos d'água sob jurisdição estadual - 1 (uma) a 500 (quinhentas) UFERJs.
XI - executar, sem autorização da SERLA, qualquer tipo de aterro sobre o leito dos lagos, dos canais ou
das correntes, de águas públicas e/ou sob jurisdição estadual sobre as Faixas Marginais de Proteção
(FMP), terrenos reservados, ou faixas de servidão de transito, que houver - 10 (dez) a 1.000 (mil) UF'RJS.
XII - impedir ou cercear a ação da fiscalização - 100 (cem) a 1.000 (mel) UFERJs.
XIII - desrespeitar ou desacatar agente da fiscalização - 10 (dez) a 500 (quinhentas) UFERJs.
XIV - sonegar ou prestar informações falsas à SERLA - 10 (dez) a 500 (quinhentas) UFERJs.
XV - sem a devida licença ou autorização, extrair areia ou qualquer outro material dos lagos, canais ou cursos
água sob jurisdição estadual - 1 (uma) a 1.000 (mil) UFERJs.
XVI - invadir, com intenção de ocupá-los, os lagos, canais e correntes, de águas públicas e/ou sob jurisdição
estadual, os terrenos reservados, a faixa de servidão de trânsito ou a Faixa Marginal de Proteção (FMP) - 10
(dez) a 1.000 (mil),UFERJs.

Art. 13 - Na gradação da aplicação das penalidades, a CECA levará em consideração a existência de


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circunstâncias atenuantes ou agravantes, podendo aplicar, cumulativamente, mais de um . a sanção ao mesmo


infrator, sem prejuízo de aplicação de outras penalidades previstas em legislação específica.

Art. 14 Das decisões da CECA e da SERLA caberá recurso ao Secretário de Estado de Obras e Serviços
Públicos, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data do recebimento ou da publicação da respectiva
notificação.

Art. 15 - A CECA, a seu critério, desde que o infrator demonstre inequívoca intenção de sanar a irregularidade,
poderá sustar, por até 180 (cento e oitenta) dias, o recolhimento das multas aplicadas.
§ 1º Corrigida ou sanada a irregularidade, a CECA poderá relevar o pagamento das multas cujo recolhimento
houver sustado na forma deste artigo.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

§ 2º - Persistindo a irregularidade, ou considerada, a atitude do infrator, meramente paliativa ou procrastinatória


serão cobradas imediatamente as multas sustadas.

Art. 16 – As multas serão recolhidas aos cofres do Estado, na forma da legislação vigente.
Parágrafo único - O pagamento da multa não sana a infração, nem exime o infrator das obrigações que lhe
tenham sido cominadas.

Art. 17 - Para a execução de suas atribuições, os fiscais da SERLA poderão solicitar a colaboração de
organismos estaduais e municipais.

Art. 18 - A 1icença ou a autorização concedida para extração de areia não impedirá a aplicação das penalidades
previstas neste decreto, ou em qualquer legislação pertinente, caso a atividade seja exercida em desacordo com a
regulamentação especifica.

Art. 19 - Este Decreto entrara em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 08 de janeiro de 1979


FLORIANO FARIA LIMA

Lei N.º 650, de 11 de janeiro de 1983


Publicado em 12/01/83
Dispõe sobre a Política Estadual de defesa e proteção das
bacias fluviais e lacustres do Rio de Janeiro

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - Faço saber que a Assembléia


Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º - O Poder Executivo estabelecerá a Política Estadual de defesa e proteção das bacias fluviais e lacustres
do Estado do Rio de Janeiro, bem como a preservação dos mananciais hídricos, seus fins e mecanismos de
formulação e aplicação.

Art. 2º - A Política Estadual de defesa e proteção dos lagos e cursos d'água, bem como das terras
marginais às coleções de água do domínio estadual, tem por objetivo o estabelecimento de normas de
proteção, conservação e fiscalização dos lagos, estuários, canais e cursos d'água sob jurisdição estadual,
visando à preservação do meio- ambiente e da utilização racional dos recursos naturais do Estado.

Art. 3º - Consideram-se instrumentos de controle do sistema de proteção dos lagos e cursos d'água o Projeto de
Alinhamento de Rio (PAR), o Projeto de Alinhamento de Orla de Lagoa (PAO) e a Faixa Marginal de Proteção
(FMP).
Parágrafo único - A Faixa Marginal de Proteção (FMP), nos limites da definição contida no artigo 2º da
Lei n.º 4.771, de 15 de setembro de 1965, será demarcada pela Superintendência Estadual de Rios e
Lagoas - SERLA, obedecidos os princípios contidos no artigo 1º do Decretolei n.º 134, de 16 de junho de
1975, e artigos 2º e 4º da Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1 981, na largura mínima estabelecida no artigo
14º do Decreto n.º 24.643, de 10 de junho de 1934.

Art. 4º - A consecução dos objetivos mencionados no artigo 2º desta lei compreende o conjunto
de diretrizes administrativas e técnicas destinadas a fixar a ação governamental:
Página 297

I - sobre as interferências dos diversos processamentos urbanos e rurais de ocupação da terra


II - no controle de erosão e do transporte de sólidos nos cursos de água, lagoas e suas bacias, estuários e águas
costeiras intervenientes;
III - na conservação dos rios, canais, galerias, lagos e lagoas e seus estuários,
III - na política de conservação de água na natureza, envolvendo a proteção dos mananciais de água superficial
e de água subterrânea.

Art. 5º - Para os fins do disposto no artigo anterior , à SERLA compete o poder de polícia e medidas
técnico-administrativas sobre as terras marginais e cursos ou coloções de água do domínio estadual, sobre
as faixas marginais de servidão pública e sobre os álveos dos cursos de águas, lagoas e seus estuários, bem
como sobre suas bacias fluviais e lacustres e respectivos mananciais.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Art. 6º - As pessoas físicas ou jurídicas, inclusive as entidades da administração indireta estadual ou municipal,
que pretendam executar obras ou serviços que, de qualquer forma, interfiram nos lagos, nos canais ou nas
correntes sob jurisdição estadual, nos terrenos reservados, nas faixas de servidão de trânsito, ou nas Faixas
Marginais de Proteção (FMP) já demarcadas pela SERLA, deverão, sob pena de responsabilidade:
I - submeter à aprovação da SERLA, anteriormente à sua execução, os respectivos projetos, planos,
especificações e dados característicos,
II - obter prévia autorização da SERLA para a execução das referidas obras ou serviços,

Art.- 7º - As pessoas físicas ou jurídicas que infringirem as normas de defesa e proteção das lagoas e cursos
d'água públicas e/ou sob jurisdição estadual, ou qualquer dispositivos desta lei e seus regulamentos, sujeitam-se
às seguintes penalidades:
I- multa;
II - interdição.
§ 1º- A regulamentação de presente lei disporá sobre a aplicação das penalidades e fixará o valor das multas
aplicáveis em cada caso, que poderão ser estipuladas por períodos diários de infração.
§ 2º - As multas variarão de 1 (uma) a 1.000 (mil) UFERJS, e serão aplicadas pelo Presidente ou pelo Plenário
da CECA ou por quem deles tenha recebido delegação de competência.
§ 3º - A reincidência, o manifesto dolo, fraude ou má-fé constituem circunstâncias agravantes, que poderão
elevar a multa ao grau máximo e, nos casos mais graves, justificarão a interdição conforme se disporá em
regulamento.
§ 4º - As penalidades previstas neste artigo poderão ser aplicadas a um mesmo
infrator, isolada ou cumulativamente.

Art. 8º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1983


A. de P. CHAGAS FREITAS

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO RO RIO DE JANEIRO


Promulgada em 05 de outubro de 1989, com as alterações feitas pela Emenda Constitucional
n.º 4/91
CAPÍTULO VIII
DO MEIO AMBIENTE

Art. 261 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente saudável e equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se a todos, e em especial ao Poder Público, o dever de defendê-lo,
zelar por sua recuperação e proteção em benefício das gerações atuais e futuras.
§ 1 ° - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe-se ao Poder Público: I - fiscalizar e zelar pela
utilização racional e sustentada dos recursos naturais;
II - proteger e restaurar a diversidade e a integridade do patrimônio genético, biológico, ecológico, paisagístico,
histórïco e arquitetônico;
III - implantar sistema de unidades de conservação representativo dos ecossistemas originais do espaço territorial
do Estado, qualquer utilização ou atividade que compromete seus atributos essenciais;
IV - proteger e preservar a flora e a fauna, as espécies ameaçadas de extinção, as vulneráveis e raras, vedadas as
práticas que submetem os animais à crueldade, por ação direta do homem sobre os mesmos;
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V - estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas degradadas, objetivando especialmente o


proteção de encostas e dos recursos hídricos, a conservação de índices mínimos de cobertura vegetal, o
reflorestamento econômico em áreas ecologicamente adequadas, visando suprir a demanda de matéria-prima de
origem florestal e a preservação das florestas nativas;
VI - apoiar o reflorestamento econômico integrado, com essência diversificadas, em áreas ecologicamente
adequadas, visando suprir a demanda de matérias-primas de origem vegetal;
VII - promover, respeitadas a competência da União, o gerenciamento integrado dos recursos hídricos, na forma
da lei, com base nos seguintes princípios:
a) adoção das áreas das bacias e sub-bacias hidrográficas como unidades de planejamento e execução de planos,
programas e projetos;
b) unidade na administração da quantidade das águas;
c) compatibilização entre os usos múltiplos, efetivos e potenciais;
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

d) participação dos usuários no gerenciamento e obrigatoriedade de contribuição na recuperação e manutenção


da qualidade em função do tipo e da intensidade do uso;
e) ênfase no desenvolvimento e no emprego de método e critérios biológicos da avaliação da qualidade das
águas;
f) proibição do despejo nas águas de caldas ou vinhotos, bem como de resíduos ou despejos capazes de torná-las
impróprias, ainda que temporariamente, para o consumo e a utilização normais ou para sobrevivência das
espécies;
VIII - promover os meios defensivos necessários para evitar a pesca predatória;
IX - controlar e fiscalizar a produção, a estocagem, o transporte, a comercialização e a utilização de técnicas,
métodos e instalação que comportem risco efetivo ou potencial para a qualidade de vida e do meio ambiente,
incluindo formas geneticamente alteradas pela ação humana;
X - condicionar, na forma da lei, a implantação de instalações ou atividades efetivas ou potencialmente
causadoras de alterações significativas do meio ambiente à prévia elaboração de estudo de impacto ambiental, a
que se dará publicidade;
XI - determinar a realização periódica, preferencialmente por instituições científicas e sem fins lucrativos, de
auditorias nos sistemas de controle de poluição e prevenção de riscos de acidentes das instalações e atividades de
significativo potencial poluidor, incluindo a avaliação detalhada do efeitos de sua operação sobre a qualidade
física, química e biológica dos recursos ambientais;
XII - estabelecer, controlar e fiscalizar padrões de qualidade ambiental, considerando os efeitos sinérgicos e
cumulativos da exposição às fontes de poluição, incluída a absorção de substâncias químicas através da dieta
alimentar, com especial atenção para aquelas efetivas ou potencialmente cancerígenas, mutagênicas e
teratogênicas;
XIII - garantir o acesso dos interessados às informações sobre as fontes e causas da degradação ambiental;
XIV - informar sistematicamente à população sobre os níveis de poluição, a qualidade do meio ambiente, as
situações risco de acidentes e a presença de substâncias potencialmente danosas à saúde na água potável e nos
alimentos;
XV - promover medidas judiciais e administrativas de responsabilização dos causadores de poluição ou de
degradação ambiental, e dos que praticarem pesca predatória;
XVI - buscar a integração das universidades, centros de pesquisa, associações civis, organizações sindicais para
garantir e aprimorar o controle da poluição;
XVII - estimular a pesquisa, o desenvolvimento e a utilização de tecnologias poupadoras, bem como de fontes
energéticas alternativas que possibilitem, em particular nas indústrias e nos veículos, a redução das emissões
poluentes;
XVIII - estabelecer políticas tributárias visando á efetivação do princípio poluidor-pagador e o estímulo ao
desenvolvimento e implantação de tecnologias de controle e recuperação ambiental mais aperfeiçoadas, vedadas
a concessão de financiamentos governamentais e incentivos fiscais às atividades que desrespeitem padrões e
normas de proteção ao meio ambiente;
XIX - acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais
efetuadas pela União no território do Estado:
XX - promover a conscientização da população e a adequação do ensino de forma a incorporar os princípios e
objetivos de proteção ambiental;
XXI - implementar a política setorial visando a coleta seletiva, transporte, tratamento e disposição final de
resíduos urbanos, hospitalares e industriais, com ênfase nos processos que envolvam sua reciclagem;
XXII - criar o Conselho Estadual do Meio Ambiente, de composição paritária, no qual participarão os Poderes
Executivos e Legislativos, comunidades científicas e associações civis, na forma da lei;
XXIII - instituir órgãos próprios para estudar, planejar e controlar a utilização racional do meio ambiente;
XXIV - aprimorar a atuação na preservação, apuração e combate nos crimes ambientais, inclusive através da
especialização de órgãos;
Página 299

XXV - fiscalizar e controlar, na forma da lei, atualização de áreas biologicamente ricas de manguezais, estuários
e outros espaços de reprodução e crescimento de espécies aquáticas, em todas as atividades humanas capazes de
comprometer esses ecossistemas;
XXVI - criar, no corpo de Bombeiros, Militar, unidade de combate a incêndios florestais, assegurando a
prevenção, fiscalização, combate a incêndios e controle de queimada.

§ 2° - As condutas e atividades comprovadamente lesivas aio meio ambiente sujeitarão os infratores a sanções
administrativas, com a aplicação de multas diárias e progressivas nos casos de continuidade da infração ou
reincidência, incluídas a redução do nível de atividade e interdição, além da obrigação de reparar, mediante
restauração, os danos causados.
§ 3° - Aquele que utilizar recursos ambientais fica obrigado, na forma da lei a realizar programas de
monitoragem a serem estabelecidos pelos órgãos competentes
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

§ 4° - A captação em cursos d'água para fins industriais será feita a jusante do ponto de lançamento dos efluentes
líquidos da própria indústria, na forma da lei.
§ 5° - Os servidores públicos encarregados da execução da política estadual do meio ambiente, que tiverem
conhecimento de infrações persistentes, intencionais ou por omissão dos padrões e normas ambientais, deverão,
imediatamente, comunicar o fato ao Ministério Público, indicando os elementos e convicção, sob pena de
responsabilidade administrativa, na forma da lei.
Art. 262. - A utilização dos recursos naturais com fins econômicos será objetivo de taxas de correspondentes aos
custos necessários à fiscalização, à recuperação e à manutenção dos padrões de qualidade ambiental.

Art. 263 - Fica autorizada a criação na forma da lei, do Fundo Estadual de Conservação Ambiental, destinado à
implementação de programas e projetos de recuperação e preservação do meio ambiente, vedada sua utilização
para pagamento de pessoal da administração pública direta e indireta ou de despesas de custeio diversas de sua
finalidade.

§ 1° - Constituirão recursos para oriundo de que trata o "caput" deste artigo, entre outros:
I - 20% (vinte por cento) da compensação financeira a que se refere o art. 20, parágrafo 1°, da Constituição da
República;
II - o produto das multas administrativas e de condenações judiciais por atos lesivos ao meio ambiente;
III - dotações e créditos adicionais que lhe forem atribuídos;
IV - empréstimos, repasses, doações, subvenções, auxílios, contribuições, legado ou quaisquer transferências de
recursos;
V - rendimentos provenientes de suas operações ou aplicações financeiras.
§ 2° - A administração do Fundo de que trata este artigo caberá a um Conselho em que participarão
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, na forma a ser estabelecida em Lei.

Art. 264 - A implantação e a operação de instalações que utilizem ou manipulem materiais radiativos, estarão
sujeitas ao estabelecimento e à implementação de plano de evacuação da população das áreas de risco e a
permanente monitoragem de seus efeitos sobre o meio ambiente e a saúde da população.
Parágrafo Único - As disposições deste artigo não se aplicam à utilização de radioisótopos previstos no art. 21,
XXIII, "b", da Constituição da República.

Art. 265 - Os projetos governamentais da administração direta ou indireta, que exijam a remoção involuntária de
contingente da população, deverão cumprir , dentre outras, as seguintes exigências:
I - pagamento prévio e em dinheiro de indenização pela desapropriação, bem como dos custos de mudança e
reinstalação, inclusive, neste caso, para os não proprietários, nas áreas vizinhas às do projeto, de residências,
atividades produtivas e equipamentos sociais;
II - implantação, anterior à remoção, de programas sócio-econômicos que permitam às populações atingidas
restabelecerem seu sistema produtivo garantindo sua qualidade de vida;
I11 - implantação prévia de programas de defesa ambiental que reduzam ao mínimo os impactos do
empreendimento sobre a fauna, a flora, as riquezas naturais e arqueológicas.
Art. 266 - O Estado promoverá, com a participação dos Municípios e das comunidades, o zoneamento ambiental
de seu território.
§ 1 ° - A implantação de áreas ou pólos industriais, bem como as transformações de uso do solo, dependerão de
estudo de impacto ambiental, e do correspondente licenciamento.
V 2" - O registro dos projetos de loteamento dependerá do prévio licenciamento na forma da legislação de
proteção ambiental.
§ 3° - Os proprietários rurais ficam obrigados, na forma da lei, a preservar e a recuperar, com espécies nativas,
suas propriedades.
Página 300

Art. 267 - A extinção ou alteração das finalidades das áreas das unidades de conservação dependerá de lei
específica.
Art. 268 - São áreas de preservação permanente:
I - os manguezais, lagos, lagoas e lagunas e as áreas estuárias;
II - as praias , vegetação de restingas quando fixadoras de dunas, as dunas, costões rochosos e as cavidades
naturais subterrâneas - cavernas;
III - as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas superficiais;
IV - as áreas que abriguem exemplares ameaçados de extinção, raros, vulneráveis ou menos conhecidos, na
fauna e flora, bem como aquelas que sirvam como local de pouso, alimentação e reprodução;
V - as áreas de interesse arqueológico, histórico, científico, paisagístico e cultural;
VI - aduelas assim declaradas por lei;
VII - A baía de Guanabara.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Art. 269 - São áreas de relevante interesse ecológico, cuja utilização dependerá de prévia autorização dos órgãos
competentes, preservados seus atributos essenciais:
I - as coberturas florestais nativas;
II - a zona costeira;
III - o Rio Paraíba do Sul;
IV - a Ilha Grande;
V - a Baía de Guanabara;
VI - a Baía de Sepetiba.

Art. 270 - As terras públicas ou devolutas, consideradas de interesse para a proteção Ambiental, não poderão ser
transferidas a particulares a qualquer título.

Art. 271 - A iniciativa do Poder Público de criação de unidades de conservação, com a finalidade de preservar a
integridade de exemplares dos ecossistemas, será imediatamente seguida dos procedimentos necessários a
regularização fundiária, demarcação e implantação da estrutura de fiscalização adequadas.

Art. 272 - O Poder Público poderá estabelecer restrições administrativas de uso de áreas privadas para fins de
proteção de ecossistemas.

Art. 273 - As coberturas florestais nativas existentes no Estado são consideradas indispensáveis ao processo de
desenvolvimento equilibrado e à sadia qualidade de vida de seus habitantes e não poderão ter suas áreas
reduzidas.

Art. 274 - As empresas concessionárias ou permissionárias de serviços públicos deverão atender aos dispositivos
de proteção ambiental em vigor.

Art. 275 - Fica proibida a introdução no meio ambiente de substâncias cancerígenas, mutagênicas e
teratogênicas, além dos limites e das condições permitidas pelos regulamentos dos órgãos de controle ambiental.

Art. 276 - A implantação e a operação de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras dependerão de adoção
das melhores tecnologias de controle para proteção do meio ambiente, na forma da lei.
Parágrafo Único - O Estado e os Municípios manterão permanente fiscalização e controle sobre os veículos, que
só poderão trafegar com equipamentos antipoluentes, que eliminam ou diminuam ao máximo o impacto nocivo
da gaseificação de seus combustíveis.

Art. 277 - Os lançamentos finais dos sistemas públicos e particulares de coleta de esgotos sanitários deverão ser
precedidos, no mínimo, de tratamento primário completo na forma da lei.
§ 1° - Fica vedada a implantação de sistemas de coleta conjunta do águas pluviais e esgotos domésticos ou
industriais.
§ 2° - As atividades poluidoras deverão dispor de bacias de contenção para as águas de drenagem, na forma da
lei.

Art. 278 - É vedada a criação de aterros sanitários à margem de rios, lagos, lagoas, manguezais e mananciais.

Art. 279 - O Estado exercerá o controle de utilização de insumos químicos na agricultura e na criação de animais
para alimentação humana, de forma a assegurar a proteção do meio ambiente e a saúde pública.

Parágrafo Único - O controle a que se refere este artigo será exercido, tanto na esfera da produção quanto na de
Página 301

consumo, com a participação do órgãos encarregado da execução da política de proteção ambiental.

Art. 280 - Lei instituirá normas para coibir a poluição sonora.

Art. 281 - Nenhum padrão ambiental do Estado poderá ser menos restritivo do que os padrões fixados pela
Organização Mundial de Saúde.

Art. 282 - As empresas concessionárias do serviço de abastecimento público de água distribuída à população, a
ser elaborado por instituição de reconhecida capacidade técnica e científica.

Parágrafo Único - A monitoragem deverá incluir a avaliação dos parâmetros a serem definidos pelos órgãos
estaduais de saúde e meio ambiente.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Lei N.º 2.535 de 08 de abril de 1996

Acrescenta dispositivos à Lei n.º 1.356, de 03/10/88, que dispõe sobre os


procedimento vinculados à elaboração, análise e aprovação dos Estudos de
Impacto Ambiental.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado
do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - O artigo 1º da Lei n.º 1.356, de 03/10/88, passa a vigorar com o acréscimo de mais dois parágrafos, com
a seguinte redação:

“Parágrafo 5º - A critério da Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, e segundo a Instrução Técnica
que baixar em cada caso específico, no caso de atividades minerárias, em função de sua natureza, peculiaridades,
localização e porte, poderá ser exigida a apresentação de um único Estudo de Impacto Ambiental – EIA e
respectivo Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, abrangendo várias lavras, desde que as mesmas sejam
vizinhas ou contíguas e causem impactos ambientais cumulativos a um mesmo ecossistema.”

“Parágrafo 6º - Ainda no caso de atividades minerárias, em se tratando de mineral da Classe II, à critério da
Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, em função de sua natureza, porte, localização e
peculiaridades, poderá a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental – EIA, e respectivo Relatório de Impacto
Ambiental – RIMA, ser substituída pela elaboração e apresentação de Plano de Controle Ambiental – PCA, que
conterá os projetos executivos de minimização dos impactos ambientais avaliados na fase da Licença Prévia –
LP -, acompanhado dos demais documentos necessários, segundo diretrizes a serem estabelecidas em cada caso
particular.”

Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 08 de abril de 1996.

MARCELLO ALENCAR

Documentos da comissão permanente de normalização técnica


(PRONOL/FEEMA)

NA-043.R-5 PARTICIPAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA COMUNIDADE NO


PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA)
1. OBJETIVO
Página 302

Estabelecer os procedimentos para a participação e o acompanhamento de outras entidades governamentais


e da comunidade no processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) de atividades sujeitas a
licenciamento.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Documentos aprovados pela Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA e publicados no Diário
Oficial do Estado do Rio de Janeiro.
- IT-953 – INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA REGULAMENTAR AS
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

PUBLICAÇÕES DAS LICENÇAS OBRIGATÓRIAS DENTRO DO SISTEMA DE


LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES POLUIDORAS;

- NA-042 – PEDIDO, RECEBIMENTO E ANÁLISE DE ESTUDO DE


IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL (RIMA).

3. DIVULGAÇÃO DO PEDIDO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E DO


RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA), PELA FEEMA
3.1 A Divisão responsável pelo licenciamento da atividade informará à Assessoria de Comunicação – ASCOM
e a Coordenação de Educação Ambiental e Treinamento – CODEAT, através de Comunicação Interna – CI
da exigência de apresentação do EIA e do respectivo RIMA, listando as entidades governamentais que
tenham ingerência no projeto e em sua área de influência.
3.2 A CODEAT realizará uma primeira visita à área de implantação prevista da atividade, para levantamento
das associações e dos grupos organizados.
3.3 Manifestado por quaisquer grupos sociais ou entidades governamentais, o interesse no projeto e seus
prováveis impactos, a Divisão responsável pelo licenciamento, poderá solicitar à CODEAT que com o
apoio da ASCOM organize uma reunião para incorporar à instrução técnica adicional as questões
destacadas por esses grupos ou entidades.
3.4 A ASCOM, com o apoio da CODEAT e em articulação com a Divisão responsável e com o responsável
pela atividade, promoverá a divulgação do pedido de licença, das características do projeto e suas possíveis
interferências no meio ambiente, assim como dos prazos para a apresentação do RIMA.
3.5 Verificada a necessidade de se realizarem reuniões para esclarecimentos e coleta de informações a
CODEAT definirá local e data, convidará os representantes da municipalidade, das associações e dos
grupos organizados, convocando o responsável pela atividade e técnicos da FEEMA.
4. DIVULGAÇÃO E ESCLARECIMENTOS SOBRE O RIMA
4.1 Recebidos e aceitos para análise o EIA e o RIMA, a CA providenciará a remessa do EIA e do RIMA ao
Serviço de Informações Técnicas – DIVEA 3 da FEEMA, e do RIMA as Prefeituras Municipais e a outras
instituições governamentais que tenham relação com o projeto, a Comissão de Controle do Meio Ambiente
e de Defesa Civil da Assembléia Legislativa e à Curadoria de Justiça.
4.2 O responsável pela atividade divulgará, de acordo com a IT-953, os locais e endereços onde o RIMA
poderá ser consultado, assim como a data limite para a manifestação pública.
4.3 A CODEAT entrará em contato com as Associações e grupos cadastrados, para comunicar sobre os locais
de consulta do RIMA.
4.4 A DIVEA 3 poderá fornecer, mediante ressarcimento do custo da reprodução gráfica, uma cópia do RIMA
a qualquer solicitante.
4.5 Os esclarecimentos técnicos necessários deverão ser prestados, durante o processamento da análise técnica,
mediante reuniões com os interessados.
4.5.1 As reuniões, a serem promovidas pela FEEMA com a participação do Grupo de Trabalho definido no
Página 303

item 4.2 da NA-042, destinam-se a esclarecer aos órgãos públicos, às associações, aos grupos
organizados e demais interessados sobre questões pertinentes ao RIMA e sua análise técnica, os modos
e prazos para manifestação.
4.5.2 Havendo pedido de audiência pública, será obrigatória a realização de reuniões com representantes da
entidade que a solicitou.
4.5.3 As reuniões serão convocadas pela CODEAT e coordenadas por técnico indicado pela Diretoria da
FEEMA.
4.5.4 Os resultados das reuniões serão consubstanciados em Atas, cujas cópias serão anexadas ao processo de
licenciamento.
4.5.5 As eventuais manifestações por escrito serão juntadas ao processo de licenciamento.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

4.6 Poderá ser realizada Audiência Pública, conforme dispõe a Deliberação CECA, n.º 1344 de 22/08/88.
4.7 Após decisão da CECA, cópia da licença expedida ficará disponível na DIVEA 3 da FEEMA, anexada à
cópia do EIA e do respectivo RIMA, aos quais serão juntadas nos devidos tempos, cópias dos resultados
das medições dos impactos, conforme o programa de monitoragem aprovado.

DZ-215.R-01 - DIRETRIZ DE CONTROLE DE CARGA ORGÂNICA BIODEGRADÁVEL EM


EFLUENTES LÍQUIDOS DE ORIGEM NÃO INDUSTRIAL

Aprovada pela Deliberação CECA n0 3154 de 26 de abril de 1994.


Publicada no D.O. de 18 de maio de 1994.

1. OBJETIVO

Estabelecer, como parte integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras - SLAP,


exigências de controle de poluição das águas que resultem na redução de carga orgânica
biodegradável de origem não industrial.

2. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

2.1 Documentos aprovados pela Comissão Estadual de Controle Ambiental - CECA e publicados no Diário
Oficial do Estado do Rio de Janeiro:

- NT-202-R.10 - CRITÉRIOS E PADRÕES PARA LANÇAMENTO DE EFLUEN-TES


LÍQUIDOS;
- DZ-205-R.5 - DIRETRIZ DE CONTROLE DE CARGA ORGÂNICA EM EFLUENTES
LÍQUIDOS DE ORIGEM INDUSTRIAL;
- MF-402-R.1 - MÉTODO DE COLETA DE AMOSTRAS EM EFLUENTES LÍQUIDOS
INDUSTRIAIS;
- MF-438.R-1 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE RESÍDUOS NÃO FILTRÁVEIS
TOTAL, FIXO E VOLÁTIL (MÉTODO GRAVIMÉTRICO);
- MF-439.R-1 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE DEMANDA BIOQUÍMICA DE
OXIGÊNIO (DBO);
- DZ-942-R.7 - DIRETRIZ DE IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE AUTO-CONTROLE -
PROCON.

2.2 OUTROS DIPLOMAS LEGAIS

• Resolução CONAMA nº 20/86 de 18 de junho de 1986;.


• NBR 7229 da ABNT - Construção e instalação de fossas sépticas e disposição de efluentes finais;
• PNB 570 da ABNT - Elaboração de projetos hidráulico-sanitários de sistemas de tratamento de
esgotos sanitários.
Página 304

3. DEFINIÇÕES

Para os efeitos desta Diretriz são consideradas as seguintes definições:

3.1 MATÉRIA ORGÂNICA BIODEGRADÁVEL

É a parcela de matéria orgânica de um efluente suscetível à decomposição por ação microbiana, nas
condições ambientais. É representada pela Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e expressa em
termos de concentração (mgO2/l) ou carga (kgO2/dia).

3.2 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO)


EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

Quantidade de oxigênio utilizada na oxidação bioquímica de matéria orgânica.


Para efeito desta Diretriz será considerado o teste de DBO em 5 dias, (método MF-439.R-1).
A DBO ‚ expressa em mgO2/l (concentração).
A DBO pode também ser expressa em kg/dia (carga), considerando-se a concentração medida e a
vazão média diária do efluente:
Carga (kgO2/dia) = DBO (mgO2/l) x Vazão (m3/dia) x 1000

3.3 RESÍDUOS NÃO FILTRÁVEIS TOTAIS (RNFT)

Quantidade de sólidos que fica retida no meio filtrante quando se submete um volume conhecido de
amostra a filtragem, (método MF-438.R-1).
Expressa em mg RNFT/l (concentração) ou em kg RNFT/dia (carga)

3.4 EFLUENTES ORGÂNICOS DE ORIGEM NÃO INDUSTRIAL

Esgotos sanitários, domésticos e outros despejos contendo matéria orgânica biodegradável


provenientes de atividades poluidoras não industriais.

4. ABRANGÊNCIA

4.1 A presente Diretriz é pertinente às atividades não industriais, tais como: loteamentos, edificações
residenciais multifamiliares, grupamentos de edificações residenciais multifamiliares, centros
comerciais, marinas, edifícios públicos, estabelecimentos de serviços de saúde, escolas, hotéis e
similares, restaurantes, mercados, hipermercados, centro de convenções, portos, aeroportos,
autódromos, atividades agropecuárias, canteiros de serviços, estações de tratamento de esgotos a
nível secundário ou terciário e emissários de esgotos.

5. FILOSOFIA DE CONTROLE

5.1 À luz da experiência obtida na FEEMA nos últimos anos na área de controle de efluentes líquidos, e
com base no que vem sendo recomendado pela ABNT (NBR 7229, que estabelece exigência de
fossa séptica seguida de tratamento complementar e/ou dispositivo final), e também na filosofia de
controle já adotada por outros países em conseqüência dos acentuados riscos de comprometimento
dos recursos hídricos nas regiões de maiores concentrações populacionais, passa ser adotado, pela
CECA e pela FEEMA, o enfoque de níveis mínimos de remoção de carga orgânica e sólidos em
suspensão para efluentes não industriais, baseados em níveis de tecnologia existentes,
independentemente da capacidade assimilativa dos corpos receptores.
Exigências adicionais serão feitas sempre que for necessária a compatibilização dos lançamentos
com os critérios e padrões de qualidade de água estabelecidos para o corpo receptor, segundo seus
usos benéficos (regulamentação estadual) ou segundo classes que agrupam determinados usos
preponderantes (regulamentação federal). Esses usos e classes estão relacionados a limites e
condições estabelecidas na legislação em vigor, que definem teor de oxigênio, pH, ausência de cor,
valores máximos de poluentes e outras características associadas ao impacto de esgotos e outros
efluentes sobre os ecossistemas aquáticos.
Os níveis mínimos de remoção de carga orgânica estabelecidos nesta Diretriz correspondem a
tecnologias em uso corrente no País, e variam de 50 a 90%. O grau de remoção será exigido, dentro
desta faixa, em função da carga orgânica das atividades poluidoras, expressa em Kg DBO/dia,
conforme tabela apresentada no item 6.1.
Página 305

5.2 A licença para o lançamento em rede coletora dotada de tratamento ficará condicionada à
comprovação, pelo órgão responsável pela operação, das capacidades de escoamento e de tratamento
da carga orgânica biodegradável.
5.3 As atividades geradoras de efluentes orgânicos localizadas em logradouros desprovidos de sistemas
públicos de esgotamento sanitário ou que possuam rede de esgotos sem tratamento adequado,
deverão ter os seus efluentes tratados, atendendo ao que dispõe esta Diretriz, antes do seu
lançamento.
5.4 A quantificação da carga orgânica produzida será feita levando-se em conta a atividade como um
todo, independente do número de pontos de lançamento no corpo receptor.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

6 EXIGÊNCIAS DE CONTROLE

6.1 Os sistemas de tratamento deverão apresentar eficiências de remoção de matéria orgânica ou


concentrações a serem atingidas no efluente final, conforme tabela a seguir:

1 2 3
CARGA ORGÂNICA BRUTA (C) EFICIÊNCIA MÍNIMA DE CONCENTRAÇÕES MÁXIMAS
kgDBO/dia REMOÇÃO (%) PERMITIDAS
(mg/l)
DBO DQO
C ≤ 10 30 180 180

10 < C ≤ 50 70 80 80

50 < C ≤ 100 80 60 60

C > 100 90 30 30

OBSERVAÇÕES:
- contribuição de 1 pessoa/dia = 0,054kgDBO
- Coluna 1 – carga orgânica produzida por dia (valores máximos).
- Coluna 2 – eficiência mínima de remoção de carga orgânica em DBO.
- Coluna 3 – concentração máxima permitida de DBO e RNFT no efluente tratado.

O tratamento deverá atender, ou à eficiência de remoção de DBO ou às concentrações máximas


permitidas de DBO e RNFT.

6.2 Exigências adicionais de remoção de DBO serão feitas sempre que necessária a compatibilização dos
lançamentos com os critérios e padrões de qualidade da água, estabelecidos pela legislação vigente.
6.3 A determinação da eficiência de remoção de DBO e das concentrações finais de DBO e RNFT será
obtida através de amostragem composta, cujos critérios estão definidos na DZ-942.R-7.
6.4 Não será considerada no cálculo das concentrações máximas permitidas a diluição dos efluentes com
águas de abastecimento, do mar e outras.
6.5 Em se tratando de despejos cujas características sejam diferentes das comumente encontradas no
esgoto sanitário, por exemplo: excesso de gordura, de sangue, de sólidos, etc., deverá ser implantado
tratamento complementar que garanta ao sistema a mesma eficiência.
6.6 A FEEMA exigirá a implantação de tratamento para remoção de nutrientes das atividades
contribuintes aos sistemas lagunares, de modo a controlar as condições de eutroficação das águas
interiores e costeiras.
No caso da implantação, de forma progressiva, de grandes atividades para as quais seja previsto o
tratamento dos efluentes em etapas, será exigida a reserva de área para o tratamento complementar
de remoção de nutrientes.
6.7 A FEEMA exigirá tratamento complementar adequado dos efluentes líquidos provenientes de
Página 306

atividades de serviços de saúde, infectados por microorganismos patogênicos ou que contenham


produtos químico-farmacêuticos.
6.8 A FEEMA poderá exigir a desinfecção sempre que for necessária a compatibilização dos
lançamentos, com os usos da água e seus respectivos critérios e padrões de qualidade.
6.9 Para as atividades localizadas em áreas não dotadas, diretamente, de corpo receptor, a FEEMA fará
exigências adicionais quanto ao lançamento final, seja por infiltração no solo, ou pela construção de
emissário que conduza o esgoto até um corpo receptor adequado.
6.10 O lançamento de efluentes líquidos deverá atender ainda, aos critérios e padrões estabelecidos pela
NT-202.R-10.
6.11 A FEEMA estabelecerá, caso a caso, as exigências para tratamento e disposição do lodo gerado nos
sistemas de tratamento.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

7. PRAZO DE ADEQUAÇÃO

7.1 As atividades a serem implantadas só poderão iniciar sua operação após sua adequação aos critérios
previstos nesta diretriz.
7.2 As atividades já instaladas, não enquadradas no item 6.5, e cuja carga orgânica bruta seja igual ou
inferior a 50 kg DBO/dia, terão prazo de 12 meses, a partir da data de publicação desta diretriz, para
se enquadrarem nas exigências estabelecidas.
7.3 As atividades já instaladas, não enquadradas no item 6.5, e cuja carga orgânica bruta seja superior a
50 kg DBO/dia, terão prazo de 18 meses, a partir da data de publicação desta diretriz, para se
enquadrarem nas exigências estabelecidas.
7.4 As atividades já instaladas, que se enquadram no item 6.5, terão prazo para implantação do
tratamento para remoção de nutrientes determinado pela FEEMA de acordo com os níveis de
comprometimento do corpo d’água e do impacto da atividade no mesmo.

DZ-041.R-13 – DIRETRIZ PARA REALIZAÇÃO DE ESTUDO DE IMPACTO


AMBIENTAL – EIA E DO RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO
AMBIENTAL - RIMA
Aprovada pela Deliberação CECA/CN nº 3.663, de 28/08/97.
Publicada no D.O. de 29/08/97.

1 OBJETIVO

Determinar a abrangência, os procedimentos e os critérios para a elaboração de Estudo de Impacto


Ambiental – EIA e do respectivo relatório de Impacto Ambiental – RIMA, no Estado do Rio de Janeiro,
consoante o disposto na Lei nº 1.356/88, alterada pela Lei nº 2.535/96 e nas Resoluções CONAMA nos
001/86, 011/86 e 2/96, como parte integrante do Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras –
SLAP.

2 LEGISLAÇÃO DE APOIO

2.1 LEGISLAÇÃO FEDERAL

− Constituição da república Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988, artigo 225, inciso IV.
− Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1991 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
− Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990 – Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27.04.81 e a Lei nº
6.938, de 31.08.81, que dispõem sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção
Ambiental e sobre Política Nacional do Meio Ambiente; alterado pelos Decretos nos 99.355, de
27.06.90 e 122, de 17.05.91.
− Resolução CONAMA nº 001/86, de 23 de janeiro de 1986 – Estabelece as definições, as
responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação
de Impacto Ambiental; como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.
Página 307

− Resolução CONAMA nº 006/86, de 24 de janeiro de 1986 – Aprova os modelos de publicação de


pedidos de licenciamento em quaisquer de suas modalidades, sua renovação e a respectiva
concessão, assim como os novos modelos para publicação de licenças.
− Resolução CONAMA nº 011/86, de 18 de março de 1986 – Altera o inciso XVI e acrescenta o
inciso XVII ao artigo 2º da Resolução CONAMA nº 001, de 23.01.86.
− Resolução CONAMA nº 9, de 03 de dezembro de 1987 – Dispõe sobre a Audiência Pública nos
projetos submetidos à avaliação de Impactos Ambientais.
− Resolução CONAMA nº 001/88, de 13 de junho de 1988 – Estabelece os critérios e os
procedimentos básicos para a implantação do Cadastro Técnico Federal de Atividades e
Instrumentos de Defesa Ambiental.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

− Resolução CONAMA nº 2/96, de 18 de abril de 1996 – Estabelece, para fazer face à reparação dos
danos ambientais causados pela destruição de florestas e outros ecossistemas, que o licenciamento
de empreendimentos de relevante impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental
competente, com fundamento no EIA/RIMA, terá como um dos requisitos a serem atendidos pela
entidade licenciadora, a implantação de uma unidade de conservação de domínio público e uso
indireto, preferencialmente uma Estação Ecológica, a critério do órgão licenciador, ouvido e
empreendedor.

2.2 LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

− Constituição do Estado do Rio de Janeiro, de 05 de outubro de 1989, artigo 261, inciso X e XIII.
− Lei nº 1.356, de 03 de outubro de 1988 – Dispõe sobre os procedimentos vinculados à elaboração,
análise e aprovação dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA).
− Lei nº 1.700, de 29 de agosto de 1990 – Estabelece medidas de proteção ambiental da baía de
Guanabara.
− Lei nº 2.535, de 8 de abril de 1996 – Acrescenta dispositivos à Lei nº 1.356, de 03.10.88, que
dispõe sobre os procedimentos vinculados à elaboração, análise e aprovação dos Estudos de
Impactos ambientais (EIA).
− Decreto-lei nº 134, de 16 de junho de 1975 – Dispõe sobre a prevenção e o controle da Poluição do
Meio Ambiente no Estado do Rio de Janeiro.
− Decreto nº 1.633, de 21 de dezembro de 1977 – Regulamenta em parte o Decreto-lei nº 134, de
16.06.75, e institui o Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras.
− Decreto nº 9.760, de 11 de março de 1987 – Regulamenta a Lei nº 1.130, de 12.02.87, localiza
Áreas de Interesse Especial do Estado, e define normas para loteamentos e desmembramentos a que
se refere o artigo 13 da Lei Federal nº 6.766/79.
− Deliberação CECA nº 2.555, de 26 de novembro de 1991 – Regulamenta a realização de Audiência
Pública.
− Deliberação CECA nº 3.426, de 14 de novembro de 1995 – Altera o item 4.19 da DZ-041.R-11,
aprovada pela Deliberação CECA nº 3.288, de 29.11.94
− Resolução SEMA nº 130, de 25 de janeiro de 1996 – Aprova a Consolidação do Regimento Interno
da Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA.
− Legislação aprovada pela Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, com base no
Decreto-lei nº 134/75 e Decreto nº 1.633/77;
• NA-042 – PEDIDO, RECEBIMENTO E ANÁLISE DE ESTUDO DE IMPACTO
AMBIENTAL (EIA) E RESPECTIVO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA).
• NA-043 – PARTICIPAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA COMUNIDADE NO
PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL.
• NA-051 – INDENIZAÇÃO DOS CUSTOS DE PROCESSAMENTO DE LICENÇAS.
• NA-052 – REGULAMENTAÇÃO DAS PUBLICAÇÕES PREVISTAS NO SISTEMA DE
Página 308

LICENCIAMENTO DE ATIVIDADES POLUIDORAS – SLAP.


• IT-058 – ROTEIRO PARA A FORMULAÇÃO DE INSTRUÇÃO TÉCNICA ESPECÍFICA
PARA ORIENTAR A ELABORAÇÃO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL E
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL.

3 DEFINIÇÕES

Para efeito desta Diretriz consideram-se as seguintes definições:

3.1 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) - instrumento de execução de política ambiental, constituído
por um conjunto de procedimentos técnicos e administrativos, visando à realização da análise
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

sistemática dos impactos ambientais da instalação ou ampliação de uma atividade e suas diversas
alternativas, com a finalidade de embasar as decisões quanto ao seu licenciamento.

3.2 Impacto ambiental - qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que,
direta ou indiretamente, afetem:
− a saúde, a segurança e o bem estar da população;
− as atividades sociais e econômicas;
− a biota;
− as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
− a qualidade dos recursos ambientais.

3.2.1. Impacto Positivo ou Benéfico - quando a ação resulta na melhoria da qualidade de um fator ou
parâmetro ambiental.

3.2.2. Impacto Negativo ou Adverso - quando a ação resulta em um dano à qualidade de um fator ou
parâmetro ambiental.

3.2.3. Impacto Direto - resultante de uma simples relação de causa e efeito.

3.2.4. Impacto Indireto - resultante de uma reação secundária em relação à ação, ou quando é parte de uma
cadeia de reações.

3.2.5. Impacto Local - quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações.

3.2.6. Impacto Regional - quando o impacto se faz sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação.

3.2.7. Impacto Estratégico - quando o componente ambiental afetado tem importância coletiva ou nacional.

3.2.8. Impacto Imediato - quando o efeito surge no instante em que se dá a ação.

3.2.9. Impacto a Médio ou Longo Prazo - quando o impacto se manifesta certo tempo após a ação.

3.2.10. Impacto Temporário - quando os efeitos têm duração determinada.

3.2.11. Impacto Permanente - quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se manifestar num
horizonte temporal conhecido.

3.2.12. Impacto Cíclico - quando o efeito se manifesta em intervalos de tempo determinados.

3.2.13. Impacto Reversível – quando o fator ou parâmetro ambiental afetado, cessada a ação, retorna às suas
condições originais.

3.2.14. Impacto Irreversível - quando, uma vez ocorrida a ação, o fator ou parâmetro afetado não retorna às
suas condições originais em um prazo previsível.
Página 309

3.2.15. Impacto Cumulativo – impacto ambiental derivado da soma ou da interação de outros impactos ou
cadeias de impacto, gerado por um ou mais de um empreendimento isolado num mesmo sistema
ambiental.

3.3 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – conjunto de atividades técnicas e científicas destinadas a
identificar, prever a magnitude e valorar os impactos de um projeto e suas alternativas, realizado e
apresentado em forma de relatório, de acordo com os critérios estabelecidos nesta diretriz e atendendo
às demais instruções da FEEMA.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

3.4 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – documento que consubstancia, de forma objetiva, as
conclusões do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), elaborado em linguagem corrente adequada à sua
compreensão pelas comunidades afetadas e demais interessados.

3.5 Resíduos Tóxicos – resíduos sólidos, semi-sólidos e líquidos, resultantes das atividades agrícolas,
industriais, institucionais e comerciais e do tratamento convencional de efluentes industriais líquidos e
gasosos, que contenham toxina ou substância venenosa capaz de produzir dano a organismo animal ou
vegetal.

3.6 Resíduos Perigosos – resíduos sólidos, semi-sólidos e líquidos, resultantes das atividades agrícolas,
industriais, institucionais e comerciais e do tratamento convencional de efluentes industriais líquidos e
gasosos, que apresentem periculosidade efetiva ou potencial à saúde humana, ao meio ambiente natural
e ao patrimônio público e privado.

3.7 Projeto de Desenvolvimento Urbano – qualquer projeto de utilização coletiva que implique na criação
ou na expansão física da estrutura urbana e implique na transformação de qualquer forma de uso do solo
para a função urbana.

3.8 Unidades de Conservação – áreas naturais protegidas e sítios ecológicos de relevância cultural, criadas
pelo Poder Público, compreendendo: parques, florestas, parques de caça, reservas biológicas, estações
ecológicas, áreas de proteção ambiental, reservas ecológicas, reservas extrativas e áreas de relevante
interesse ecológico, nacionais, estaduais ou municipais, as cavernas, os monumentos naturais, os jardins
botânicos, os jardins zoológicos, os hortos florestais.

3.9 Áreas de Interesse Especial ou Ambiental – áreas de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural,
histórico, turístico, paisagístico e arqueológico, definidas pelo Decreto nº 9.760, de 11.03.87, e áreas de
relevante interesse ecológico definidas pela Constituição do Estado do Rio de Janeiro (1989): as
coberturas florestais nativas, a zona costeira, o rio Paraíba do Sul, a Baía de Guanabara e a Baía de
Sepetiba.

3.10 Ampliação de Atividade – qualquer modificação das dimensões físicas, espaciais ou produtivas de uma
atividade poluidora ou modificadora do meio ambiente, sem que se altere sua área de influência direta.

3.11 Instrução Técnica Específica – instrução elaborada pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente – FEEMA que determina o conteúdo e a profundidade do Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), especificando os elementos e informações essenciais para a decisão quanto ao licenciamento do
projeto.

3.12 Análise Técnica – revisão e análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA) para avaliar o seu conteúdo técnico e sua adequação à legislação ambiental.

3.13 Área de Influência – área potencialmente afetada, direta ou indiretamente, pelas ações a serem
realizadas nas fases de planejamento, construção e operação de uma atividade.

3.14 Diagnóstico Ambiental – parte do estudo de impacto ambiental destinada a caracterizar a situação do
meio ambiente na área de influência, antes da execução do projeto, mediante completa descrição e
análise dos fatores ambientais e suas interações.
Página 310

3.15 Recurso Ambiental – qualquer elemento ou fator ambiental utilizado para satisfazer as atividades
econômicas e sociais, conforme define a Lei nº 6.938, de 31.08.81: a atmosfera, as águas interiores,
superficiais e subterrâneas e os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera.

3.16 Magnitude de um Impacto – medida da alteração do valor de um parâmetro ambiental, em termos


quantitativos ou qualitativos, considerando-se, além do grau de intensidade, a periodicidade e a
amplitude temporal do impacto.

3.17 Indicador de impacto - elemento ou parâmetro de um fator ambiental que fornece a medida da
magnitude de um impacto.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

3.18 Métodos de Avaliação de Impacto Ambiental – mecanismos estruturados para coletar, analisar de modo
sistemático, comparar e organizar as informações e dados sobre um projeto e seus impactos ambientais.

3.19 Técnicas de Previsão de Impacto - mecanismos técnicos formais ou informais destinados a prever a
magnitude dos impactos ambientais, isto é, a medir as futuras condições de qualidade de fatores
ambientais específicos afetados por uma ação.

3.20 Importância de um Impacto – ponderação de um grau de significação de um impacto, tanto em relação


ao fator ambiental; afetado quanto a outros impactos.

3.21 Medidas mitigadoras - aquelas destinadas a corrigir impactos negativos ou a reduzir sua magnitude.

3.22 Medidas Compensatórias – aquelas destinadas a compensar a sociedade ou um grupo social pelo uso de
recursos ambientais não renováveis, ou pelos impactos ambientais negativos inevitáveis.

3.23 Análise de Risco – é a estimativa qualitativa ou quantitativa do risco de uma instalação, com base em
uma avaliação técnica, mediante identificação dos possíveis cenários de acidente, suas freqüências de
ocorrência e conseqüências.

3.24 Programa de Gestão Ambiental da Atividade – conjunto de planos e suas respectivas ações, incluindo
planos de prevenção de riscos e contingência e plano de monitoração dos impactos, concebido para
orientar e controlar a instalação, a operação, a manutenção e outras atividades de um empreendimento,
segundo os princípios de proteção do meio ambiente.

3.25 Programa de Monitoração dos Impactos - programação estabelecida durante o estudo de avaliação de
impacto ambiental, destinada a acompanhar nas fases de implantação e operação da atividade os
impactos que vierem a ocorrer, comparando-os aos impactos previstos, de modo a detectar efeitos
inesperados a tempo de corrigi-los e a verificar a aplicação e a eficiência das medidas mitigadoras; o
programa de monitoração destina-se, também, a verificar o cumprimento das condições da licença
ambiental concedida para o empreendimento.

4. ABRANGÊNCIA

O licenciamento pela CECA, dos projetos de execução e de ampliação das seguintes atividades
modificadoras do meio ambiente, dependerá da elaboração e apresentação de EIA e do respectivo
RIMA a serem submetidos à análise técnica da FEEMA.

XVII - Estradas de rodagem com 2 (duas) ou mais faixas de rolamento;


XVIII - Ferrovias;
XIX - Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
XX - Aeroportos, conforme definidos pelo na legislação pertinente;
XXI - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários;
XXII - Linhas de transmissão de energia elétrica, com capacidade acima de 230 KV (duzentos e trinta
quilovolts);
XXIII - Barragens e usinas de geração de energia elétrica (qualquer que seja a fonte de energia primária), com
Página 311

capacidade igual ou superior a 10 MW (dez megawatts);


XXIV - Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão);
XXV - Extração de minério, inclusive areia e os demais da classe II., definidos no Código de Mineração,
considerando-se o que dispõe a Lei nº 2.535/96;
XXVI - Abertura e drenagem de canais de navegação, drenagem ou irrigação, retificação de cursos d’água,
abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, construção de diques;
XXVII - Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos;
XXVIII - Complexos ou unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímico e
destilarias de álcool;
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

XXIX - Distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais - ZEI;


XXX - Projetos de desenvolvimento urbano e exploração econômica de madeira ou lenha, em áreas acima de
50 ha (cinqüenta hectares), ou menores, quando confrontantes com unidades de interesse especial ou
ambiental, conforme definidas pela legislação em vigor;
XXXI - Projetos agropecuários em área superior a 200 (duzentos) hectares, ou menor, quanto situados total ou
parcialmente em áreas de interesse ambiental, conforme definidas pela legislação em vigor;
XXXII - Qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a 10t (dez toneladas) por dias.
XXXIII - Aterros na Baía de Guanabara, independente de seu volume, de acordo com a Lei nº 1.700/90;
XXXIV - Outras atividades que, por sua localização, porte ou natureza sejam consideradas pela CECA de alto
potencial poluidor ou modificador do meio ambiente, com base em parecer técnico da FEEMA;
XXXV - A critério da CECA, o licenciamento de projetos de ampliação das atividades e instalações
relacionadas nos itens 4.1 a 4.16 desta Deliberação poderá ser feito sem a elaboração do Estudo de
Impacto Ambiental (EIA) e do Respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA).

5 PROCEDIMENTOS DE APLICAÇÃO

5.1 Caberá a FEEMA executar as medidas necessárias ao cumprimento desta Diretriz, de acordo com a NA-
042 e a NA-043.

5.2 Requerida a licença e realizada a análise técnica das informações fornecidas pelo responsável pela
atividade, a FEEMA formulará a Instrução Técnica Específica para elaboração do EIA e do respectivo
RIMA, fixando prazo para sua apresentação.
A critério da FEEMA, poderão participar da elaboração da Instrução Técnica Específica representantes de outros
órgãos e instituições governamentais, universidades e associações civis interessadas, bem como
representantes dos grupos sociais na área de influência da atividade.
5.3 O EIA será realizado por equipe multidisciplinar habilitada, responsável tecnicamente pelos resultados
apresentados, independente do proponente do projeto.
5.4 A FEEMA e os responsáveis pela atividade, independente das publicações previstas e regulamentadas
pela NA-052, informarão aos interessados e à Prefeitura Municipal do pedido de licenciamento, das
características do projeto e suas prováveis interferências no meio ambiente, assim como dos prazos para
elaboração do EIA e respectivo RIMA, de acordo com a NA-042 e a NA-043.
5.5 A equipe multidisciplinar, a instituição ou a empresa responsável pela elaboração do EIA deverá
apresentar cópia do comprovante de que está inscrita no “Cadastro Técnico Federal de Atividades e
Instrumentos e Defesa Ambiental” fornecido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Renováveis – IBAMA, nos termos da Resolução CONAMA nº 01, de 13.06.88.
5.6 Quando do recebimento do EIA e do respectivo RIMA, a FEEMA procederá, em até 5 (cinco) dias
úteis, a sua verificação quanto ao cumprimento das diretrizes legais e da Instrução Técnica fornecida em
cada caso.
5.7 Procedida a verificação, terá início a fase de Análise Técnica que não poderá exceder 2/3 (dois terços)
do prazo concedido ao interessado para apresentação do EIA e do respectivo RIMA, com o mínimo de
45 (quarenta e cinco) dias úteis, contados a partir da data da publicação da entrega do EIA e do
respectivo RIMA, a ser feito pelo responsável pela atividade.
5.8 Constatada a imperícia, a sonegação ou a omissão de qualquer dos profissionais que participaram da
elaboração do EIA e do RIMA, a FEEMA comunicará o fato ao respectivo Conselho Regional.
Página 312

5.9 O responsável pela atividade publicará no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro e no primeiro
caderno de, no mínimo 3 (três) jornais diários de grande circulação em todo o Estado do Rio de Janeiro,
de acordo com a NA-052.
5.10 Correrão por conta do responsável pela atividade todas as despesas com:
− elaboração e reprodução do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto
Ambiental (RIMA);
− publicação em jornais a que se refere o item 5.9;
− análise e emissão de pareceres técnicos relativos ao Estudo de Impacto Ambiental (EIA);
− audiências públicas;
− gestão ambiental do empreendimento e monitoração dos impactos.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

5.11 A FEEMA encaminhará aos órgãos públicos que tiverem relação com o projeto, em especial às
prefeituras dos municípios onde se localizar a atividade, à Comissão de Controle do Meio Ambiente e
de Defesa Civil da Assembléia Legislativa, ao Ministério Público e à CECA, cópias do RIMA para
conhecimento, informando-os e orientando-os quanto ao prazo para manifestação, que não poderá ser
inferior a 30 (trinta) dias, contados a partir da data de publicação a que se refere o item 5.9.

5.12 O EIA e o RIMA serão acessíveis ao público, permanecendo uma cópia, à disposição para consulta dos
interessados, na Biblioteca da FEEMA.

5.13 Como parte integrante do processo de AIA, a FEEMA promoverá, durante o período de análise do EIA,
reuniões para informação e discussão sobre o projeto e seus prováveis impactos ambientais, de acordo
com a NA-043.

5.14 As manifestações recebidas até o limite de 2/3 (dois terços) do período de análise do EIA e do
respectivo RIMA, ou no prazo mínimo de 30 (trinta) dias úteis, serão consideradas no parecer técnico
de licença e anexadas ao respectivo processo administrativo.

5.15 Para subsidiar a decisão da CECA, poderão ser convocadas e realizadas Audiências Públicas, conforme
a Deliberação CECA nº 2.555, de 26 de novembro de 1991, publicada no DOERJ, de 03 de dezembro
de 1991.

5.16 Cópia da licença ambiental concedida permanecerá à disposição para consulta dos interessados na
Biblioteca da FEEMA, à qual se juntarão periodicamente os relatórios contendo os resultados do
acompanhamento da implantação do projeto e dos planos de monitoração.

6 CRITÉRIO DE ELABORAÇÃO DE ESTUDO E RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

6.1 O Estudo de Impacto Ambiental deve contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização da
atividade, inclusive a opção de não se executar o projeto;

6.2 Devem ser pesquisados os impactos ambientais gerados sobre a área de influência, nas fases de
planejamento, construção, operação e, quando for o caso, de desativação da atividade;

6.3 Deve ser analisada a compatibilidade do projeto com as políticas setoriais, os planos e programas de
ação federal, estadual e municipal, propostos ou em execução na área de influência;

6.4 O EIA será elaborado conforme as Instruções Técnicas Específicas de acordo com esta Diretriz, a
atividade e as condições ambientais do local de sua instalação, tendo como base de referência os
tópicos listados nos próximos itens.

6.4.1 Definição da área de influência


Definição, justificativa e mapeamento em escala adequada dos limites da área de influência do projeto,
considerando bacias hidrográficas e ecossistemas completos e detalhando os sítios de localização
do projeto e de incidência direta dos impactos.

6.4.2 Descrição do projeto e suas alternativas


Apresentação dos objetivos, das justificativas, dos dados econômicos e financeiros, dos cronogramas, das ações
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a serem executadas e de outras informações e dados técnicos, ilustrados por mapas, plantas,
diagramas e quadros, incluindo:

− localização do projeto, situação do terreno e destinação das diversas áreas e construções, vias de
acesso existentes e projetadas, inclusive pátios de obras e vias de serviço;

− no caso de empreendimentos de relevante impacto ambiental, descrição e limites da unidade de


conservação a ser instalada, conforme determina a Resolução CONAMA nº 2/96;

− na fase de construção
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

− limpeza e preparação do terreno, remoção da vegetação, terraplenagem, movimentos de


terra;

− demanda e origem de água e energia;

− demanda de transporte;

− origem, tipos e estocagem dos materiais de construção, incluídas jazidas;

− origem, quantidade e qualificação da mão-de-obra;

− equipamentos e técnicas construtivas.

− na fase de operação:

− processos de produção, insumos e produtos;

− origem, características e estocagem e manipulação de matérias primas e combustíveis;

− características das emissões, resíduos e sistemas de tratamento, reciclagem, recuperação e


disposição final;

− origem, quantidade e qualificação do pessoal empregado na produção e na administração;

− manutenção de instalações e equipamentos;

− riscos potenciais, ações e equipamentos de prevenção de acidentes.


6.4.3 Diagnóstico ambiental da área de influência
Completa descrição e análise dos fatores ambientais e suas interações, de modo a caracterizar a situação
ambiental, antes da execução do projeto, considerando:

− meio físico:

− características geológicas, formação e tipo de solo;

− topografia, relevo, declividade

− recursos minerais e jazidas fósseis;

− qualidade dos corpos d’água e regime hidrológico;

− padrões de drenagem natural e artificial, lançamentos estomad


d’água;
a

− dados meteorológicos e climatológicos;

− qualidade do ar;
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− processos erosivos e de sedimentação, estabilidade dos solos;

− meio biótico

− caracterização da vegetação;

− confronto com a ocorrência natural no passado;

− situação da fauna;
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

− anotações de espécies vivas endêmicas, raras ou ameaçadas


extinção
de e migratórias;

− áreas de preservação permanente, unidades de conservação


eas protegidas
e ár por legislação
especial;

− situação das espécies de valor econômico;

− áreas potenciais de refúgio da fauna e da flora.

− meio antrópico

− ocupação e uso do solo – processo de ocupação, distribuição


satividades,
da densidade, sistema
viário, valor da terra, estrutura fundiária, etc.;

− uso e sustentabilidade dos recursos ambientais;

− água, ar, florestas;

− cobertura vegetal, principais fontes de poluição e de degradaç


oambiental,
ã dependência local
dos recursos, nível de tecnologia;

− população – crescimento demográfico, estrutura da população distribuição


, espacial,
mobilidade, nível cultural, de escolaridade, saúde e segurança, inserção produtiva;

− equipamentos urbanos e comunitários – logradouros, abasteci ento m


de água, coleta e
disposição de esgotos, coleta e disposição de lixo, equipamentos de saúde, educação,
comércio, segurança, lazer e religião, cemitérios, sítios e monumentos arqueológicos,
culturais, cênicos e históricos, estrutura e modos de transportes;

− organização social – forças e tensões sociais, grupos e movim


ntos comunitários,
e lideranças,
forças políticas e sindicais, associações civis;

− estrutura produtiva – análise dos fatores de produção, modific


ção daacomposição da produção
local, contribuição de cada setor, geração de emprego e nível tecnológico por setor; relações
de troca entre a economia local e micro-regional, regional e nacional, incluindo destinação
da produção local e importância relativa.

6.4.4 Análise dos impactos ambientais

− Identificação dos impactos ambientais: positivos e negativos;


iretos de indiretos; locais,
regionais e estratégicos; imediatos, a médio e longo prazos; temporários, permanentes e cíclicos;
reversíveis e irreversíveis; cumulativos; das ações do projeto e suas alternativas, nas etapas de
planejamento, de execução, operação e manutenção da atividade, destacando os impactos a
serem pesquisados em profundidade e justificando os demais.

− Previsão da magnitude dos impactos identificados, consideran


o os graus
d de intensidade e
duração e especificando os indicadores de impacto, critérios de qualidade ambiental, métodos de
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avaliação e técnicas de previsão adotados.

− Atribuição do grau de importância dos impactos, em relação fator aoambiental afetado e à


relevância conferida a cada um deles pelos grupos sociais afetados e outros interessados.

− Análise dos riscos associados à instalação e à operação dda


ade.ativi

− Prognóstico da qualidade ambiental da área de influência,


casos
nosde adoção do projeto e
cada uma de suas alternativas, e na hipótese de que ele não se realize, determinando e
justificando os horizontes de tempo considerados.
EIA da Abertura da Barra de Saquarema – ANEXO III

6.4.5 Estudo e definição das medidas mitigadoras e compensatórias, inclusive dos equipamentos de controle
da poluição, avaliando sua eficiência em relação aos critérios e padrões de qualidade ambiental e de
disposição de efluentes, emissões e resíduos; justificativa dos impactos que não podem ser evitados e
mitigados.

6.4.6 Elaboração do programa de gestão ambiental da atividade: planos de prevenção de risco e contingência;
plano de monitoração dos impactos previstos, indicando os fatores ambientais, os respectivos
parâmetros a serem considerados e a freqüência das medições; outras medidas de gestão ambiental.

6.4.7 Indicação da bibliografia consultada e identificação das fontes de dados e informações.

6.4.8 Relação das equipes técnicas responsáveis pelo projeto, pelo EIA e pelo RIMA, e de seus
coordenadores, incluindo a qualificação profissional de cada um “curriculum-vitae” e respectivas
assinaturas.

6.4.9 Preparação do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA

O RIMA deve consubstanciar, de forma objetiva, os resultados do estudo de impacto ambiental. As


informações devem ser registradas em linguagem acessível ao público, ilustradas por mapas em
escalas adequadas, gráficos e quadros de fácil comunicação ao público alvo, empregando-se técnicas
de comunicação adequadas, de modo que se possa entender claramente as possíveis conseqüências
ambientais do projeto e suas alternativas, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma delas.

O RIMA deverá conter:

− nome, qualificação e assinatura dos profissionais responsáveis pelos elementos técnicos do


projeto, pela coordenação e pela elaboração do EIA e do RIMA.

− dados gerais, objetivos e justificativas da atividade;

− indicação e análise da compatibilidade do projeto com as políticas setoriais, os planos e os


programas governamentais;

− indicação e análise da legislação aplicável à área de influência;

− síntese da descrição do projeto e suas alternativas;

− síntese do diagnóstico ambiental da área de influência;

− descrição dos prováveis impactos do projeto e suas alternativas;

− caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as situações


resultantes da adoção de cada alternativa;

− recomendação e justificativa quanto a alternativa a ser adotada;

− descrição das medidas mitigadoras e compensatórias e dos impactos que não podem ser evitados
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ou mitigados;

− descrição do programa de gestão ambiental.

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