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03-1561 CDD-155.284
ISBN: 85-7585-024-5
VETOR
EDITORA PSICO-PEDAGÓGICA LTDA.
Rua Cubatão, 48 - CEP 04013-000 - SP
Tel. (11) 3146-0333 - Fax. (11) 3146-0340
www .vetoreditora.corn.br vendasQOyvetoreditora.com.br
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John N. Buck
1964
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Sumário
Características gerais do desenho ........ petrancs ata cacee arena reonaracaca aeee rrranarinacararaaaaa cesar racerararrerentera
Proporção .......... eeeesmemn
eae res aesase co enea Chada sao rerta re rer arara cana serasa nara aeee aaa reatar teca ces caee re erer re aanareaereacraania
ÁLVOIO ireita ia
EEE EEE
vii
Inquérito posterior ao desenho .............. ci eerseeeeeeceecen iria raceaeaerra eee iieen rena nerarena
PESSOA Lis itsereeacerereaa
cre crea tee rea raras es aaesareraer
ataca cenas careta eracasas
recair ariee
erenaea
PrOPOIÇÃO .... iii irierreeararearereeee rara reeaearesee ce aatrea rante cea eae career aresta acena aeser co teracanies
Perspectiva... retemaneares remar crer ea racer ea aaa aeee area araene rea
Detalhes ....... eee ereeeaireieeeereeeareresererenaarrate rena eee
Referências... eira arena era aatere ea eetieecenareraaat entao te rerea ro sate era rereaatarastare tes 149
Apêndice... eta cerereerr ore reaca center ee recta ca taea re ciaerararecaraneraninr renas ease raeiaaaaraão 157
Índice de conceitos interpretativos ........... rsss 187
i
viii
2 o
f
Lista de figuras
Lista de tabelas
t
ix
1
INTRODUÇÃO .
Descrição Geral
O H-T-P foi planejado para incluir, no mínimo, duas fases. A primeira é não-verbal,
criativa e quase completamente não estruturada. Ela consiste em convidar o indiví-
duo a fazer um desenho a mão livre acromático, de uma casa, de uma árvore
e de
uma pessoa. Um desenho adicional de uma pessoa do sexo oposto à que foi primei-
ramente desenhada pode ser solicitado. A segunda fase, um inquérito posterior
ao
desenho bem estruturado, envolve fazer uma série de perguntas relativas às associa-
ções do indivíduo sobre aspectos de cada desenho. O examinador deve, então, pros-
seguir com a terceira e quarta fases. Na terceira fase, o indivíduo desenha novament
e
uma casa, uma árvore e uma pessoa (ou duas pessoas), dessa vez usando crayons
(giz de cera). Para a quarta fase, o examinador faz perguntas adicionais sobre
os
desenhos coloridos. Dependendo do número de fases incluídas, o procedimento pode
levar de 30 minutos a uma hora e meia. Os desenhos, então, são avaliados pelos
sinais de psicopatologia existente ou potencial baseados no conteúdo; características
do desenho, como tamanho, localização; a presença ou ausência de determinadas
partes e as respostas do indivíduo durante o inquérito.
A versão atual do H-T-P Manual e Guia de Interpretação foi substancialmente revisa-
da. Ao mesmo tempo em que houve uma preocupação em preservar a riqueza clínica
dos manuais anteriores de John Buck, o material foi consolidado é reorganizado, para
- H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
Princípios de Uso
População. O uso do H-T-P é mais adequado para indivíduos acima de 8 anos de
idade. É mais comumente aplicado em crianças e as diferenças entre as característi-
cas de desenhos de adultos e crianças têm sido identificadas (veja o capítulo 4). A
natureza atraente da tarefa de desenhar torna o uso do H-T-P especialmente ade-
quado nas situações onde a comunicação verbal direta de materiais conflitivos é im-
provável por causa de obstáculos nas capacidades verbal e motivacional.
Usuários do teste. Os usuários do H-T-P devem ter sido treinados e supervisiona-
dos na aplicação individual de instrumentos clínicos para crianças e adultos. Quem
* Além do novo Manual, estão disponíveis um protocolo revisto (Folha para Desenho) (WPS Product No. W-SA) e um
novo Protocolo de Interpreiação (WPS Product No. W-282). O Protocolo de interpretação também é publicado pela
Vetor Editora.
13
Introdução
não tiver experiência na área de avaliação dos testes projetivos deve trabalhar
com
um supervisor clínico até que seja obtido um bom nível de concordância mútua na
habilidade de aplicação e avaliação.
O H-T-P é aplicado geralmente em uma situação face a face, como parte de uma
avaliação inicial ou de uma intervenção terapêutica em andamento de um determina-
do indivíduo. Na situação de avaliação, o H-T-P pode ser empregado como uma tare- |
ta de aquecimento inicial ou como uma ponte entre uma avaliação com lápis e papel
e uma entrevista clínica completa.
a
Administrando o H-T-P
Situação e Tempo de Aplicação
O cliente deve sentar-se em frente a uma mesa, em uma posição confortável para
desenhar. A sala ou área onde o desenho será feito deve ser silenciosa e sem distra-
ções. A aplicação do H-T-P requer de 30 a 90 minutos, dependendo do número de
desenhos solicitados pelo examinador. No mínimo, podem ser pedidos três desenhos
e conduzido um inquérito sobre cada desenho. O tempo da interpretação variará de
acordo com o nível de experiência do clínico.
Materiais do Teste
Será necessário um Protocolo para desenho do H-T-P! e um Protocolo de Interpre-
tação para cada conjunto (acromático e cromático) do desenho da casa, da árvore e
da pessoa à serem solicitados. Um Protocolo de Inquérito Posterior ao Desenho e de
interpretação do desenho da pessoa deve ser utilizado para cada pessoa adicional
desenhada (opcional— veja a seção Descrição Geral do capítulo 1).
Vários lápis pretos No. 2 (ou mais macio) com borrachas também serão necessá-
rios juntamente com um conjunto de crayons (pelo menos oito cores — vermelho,
' No Brasil costuma-se usar uma folha de papel sulfite branco, tamanho A4, para cada desenho.
H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
laranja, amarelo, verde, azul, violeta, marrom e preto), caso os desenhos coloridos
sejam pedidos. Um relógio ou cronômetro é necessário para anotar a latência (tempo
gasto até o início do desenho) e o tempo total dos desenhos.
Desenhos Acromáticos
- Administração
Casa
Você gostaria que-esta casa fosse sua?” Peça para O indivíduo descrever as dife-
renças entre a casa desenhada e a casa em que ele mora realmente e pergunte qual
a probabilidade de ele um dia ter uma casa semelhante à desenhada.
Qual quarto você escolheria para você? Determine como este se compara com a
localização do quarto ocupado por ele em sua casa atual.
Árvore
4
Onde esta árvore realmente está localizada? Se a resposta for “na selva” ou “na
floresta”, pergunte sobre o significado da selva ou da floresta para o indivíduo.
Que tipo de vento é esse? Continue sempre explorando, para determinar como o
indivíduo se sente em relação ao tipo de vento descrito.
v,
|
| H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
ostiaref
TÉCNICA PROJETIVA DE DESENHO
Protocolo de Interpretação
Nome: Daia: LP
Sexo:( ) Masculino /( ) Feminino Idade: Escolaridade:
Fonte do Encaminhamento:
Motivo do Encaminhamento:
vã de
Examinador . Lápis [] Corf]
OsservaçÕES GERAIS
Casa: Tempo para começar o desenho (Latência): Tempo para completar o desenho:
Árvore: Tempo para começar o desenho (Latência):. | Tempo para completar o desenho:
Pessoa: Tempo para começar o desenho (Latência): | Tempo para completar o desenho: .
Figura 1
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
Administração
Para encurtar o inquérito dos desenhos coloridos, você deve fazer apenas as questões indicadas por *
1.º Quantos andares tem esta casa? (Esta casa tem um andar superior?)
e
2. De que esta casa é feita?
3.* Esta é a sua própria casa? De quem ela é?
6.* Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que-quisesse, qual quarto você escolheria para
você? Por que? Dl
7.* Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que?
8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perio ou longe? = -.
9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão de que ela está acima, abaixo ou no
mesmo nível do que você?
10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar?
11. Em que mais?
t z
ARVORE
22.* Que tipo de árvore é esta?
23. Onde esta árvore realmente está localizada?
24.* Mais ou menos qual a idade desta árvore?
º5,* Esta árvore está viva?
| 28. O que nela lhe dá a impressão de que ela está viva?
27. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva)
| 28. Ela voltará a viver?
29. Alguma parte da árvore estã morta? Qual parte? O que você acha que causou a sua morte? Há
quanto tempo ela está morta?
30.* Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?
31. O que nela lhe dá essa impressão?
32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore, para onde ela estaria virada?
Figura 1 (coniinuação)
Exemplo de um Proiocoio de Registro do H-T-P
Na.
1
:
H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
36.* Há algum vento soprando? Mostre-me em que direção ele está soprando. Que tipo de vento é esse?
44º Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da árvore), quem ele
poderia ser?
PESSOA
45.* Esta pessoa é um homem ou uma mulher? (menino ou menina)?
46." Quantos anos ele (a) tem? :
47.* Quem é ele (a)?
48. Ele (a) é um parente, um amigo ou o que?
49. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando?
50.º O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isso?
51. O que ele (a) está pensando?
52.* Como ele (a) se sente? Por que?
53.º Em que a pessoa faz você pensar ou lembrar?
54. Em que mais?
55. Esta pessoa está bem?
* 58.-Oque-nete (a) lhe dá essa impressão?
57. Esta pessoa está feliz?
58. O que nele (a) lhe dá essa impressão?
59. A maioria das pessoas é assim? Por que?
60. Você acha que gostaria desta pessoa?
61. Por que?
62. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu; temperatura)
63. De quem esta pessoa o faz lembrar? Por que?
64." Do que esta pessoa mais precisa? Por que?
Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
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'
gia quando consideradas em combinação com a história do paciente, problemas apresentados
e respos-
: tas a outros instrumentos de avaliação. Os conceitos interpretativos listados não são exaustivos
e
) constituem apenas linhas gerais de orientação. Interpretações clínicas devem ser baseadas na
experiên-
Í cia clínica e nos conhecimentos do Manual do H-T-P ou de outros materiais publicados.
Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
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- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
Figura 1 (coniinuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
12
Administração
Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
13
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H-T-P -. Manual e Guia de Interpretação
Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
lá
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Administração
Usa Convencional das Cores Uso Convencional das Cores Uso Convencional das Cores
Preto: contornos, fumaça, cercas; Preto: contornos; azul, azul-verde: Preto: contornos, cabelo; azul,
azul, azu!-verde: fundo, céu, corti- fundo, céu; marrom: tronco; ver- azul-verde: tundo, céu, olhos; mar-
nas; marrom: paredes; verde: te- de. folhas, grama; laranja: laran- rom: cabelo, roupas; verde: sué-
lhado, grama; faranja: laranjas; jas, vermelho: maçãs, cerejas; teres, grama; laranja: suéteres;
violeta: cortinas; vermelho: cha- amarelo: sol, flores; amarelo-ver- violeta: cachecol, roupas meno-
miné, tijolos, maçãs, cerejas; de; paisagem, grama res; vermelho: lábios, suéters, ves-
amarelo: sol, tlores; amarelo-ver- tidos, cabelo; rosa: pele, roupa;
de: paisagem, grama amarelo: sol, cabelo: amarelo-ver-
de: grama
Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
[e
pos
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H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
Síntese Interpretativa:
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Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
ló
é Administração
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- Pessoa
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— Centro Exato Q + Centro Exato
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Up qr e qe e pe pe pia PELO qe pe E | pa | qa
Figura 1 (continuação)
Exemplo de um Protocolo de Registro do H-T-P
17
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação
Esta árvore é saudável? Esta árvore é forte? Se o indivíduo não conseguir respon-
der, peça-lhe para desenhar a estrutura da raiz da árvore, caso ele ainda não a tenha
desenhado e faça uma anotação do pedido.
Pessoa
O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isto?” Se a resposta for”
“está apenas ali”, pergunte onde é “ali”, e o que possivelmente a pessoa estava fa-
zendo ou irá fazer. Caso a resposta for “andando” ou outro movimento, pergunte
aonde a pessoa está indo e o que ela irá fazer ao chegar lá. Se a resposta for “eu não
sei” ou “isto é só um desenho”, ajude o indivíduo a se envolver na projeção sugerindo-
lhe que conte uma história sobre a pessoa do desenho ou pergunte o que a pessoa do
desenho parece estar fazendo.
Como ele (a) se sente? Pergunte sempre “Por que?”, a menos que haja razões
para crer que essa pergunta comprometerá seriamente o rapport.
O que nesta pessoa lhe dá a impressão de que ela está feliz (triste, brava etc. )? Se
a resposta for uma simples descrição de uma expressão facial (“ele [a] está sorrin-
do”), pergunte do que a pessoa está rindo e com que frequência esta pessoa dese-
nhada sente-se dessa maneira.
Que tipo de roupa esta pessoa está vestindo?” Se a pessoa desenhada estiver
nua, pergunte porque ela está nua e se ela se sente à vontade.
18
- Administração
variação da localização vertical normal da casa pode ser medido. Quando as mar-
gens verticais do desenho e do protocolo estiverem alinhadas, a localização horizon-
tal do desenho pode ser medida. Marcações similares são fornecidas para os desenhos
da árvore e da pessoa e para o centro real da página. (Note que no Protocolo de
Interpretação do Desenho da pessoa, a régua e marcações de centralização estão
localizadas na página do Inquérito Posterior ao Desenho).
Algumas hipóteses clínicas comuns relacionadas para cada característica dos de-
senhos são apresentadas na Lista de Conceitos. Interpretativos Esses conceitos e
ilustrações de casos relacionados podem ser encontrados no índice deste Manual,
para facilitar a revisão do texto relacionado.
:A Lista de Conceitos Interpretativos é
apenas um guia para a estabelecimento de hipóteses clínicas. O grau de certeza com
o qual uma hipótese particular pode ser aplicada em um dado indivíduo irá, sempre,
depender de informação adicional como a história do paciente, problemas apresenta-
dos e resultados de procedimentos de avaliação adicionais. Sua experiência clínica,
ou a de seu supervisor, o conhecimento do Manual do H-T-P e o conhecimento da
literatura sobre interpretação projetiva de desenhos sempre irão modificar sua inter-
pretação dos desenhos e a apresentação dos resultados no H-T-P.
i« Desenhos Coloridos
Considera-se que os Desenhos coloridos feitos após os desenhos acromáticos e o
Inquérito Posterior ao Desenho evocam um nível mais profundo de experiência do
que os desenhos acromáticos (veja o capítulo 5). Se os desenhos coloridos forem
feitos, peça primeiro ao indivíduo para nomear as cores dos crayons disponíveis.
Anote qualquer indicação de daltonismo no Protocolo de Interpretação e considere o
encaminhamento para um teste mais formal. Depois, marque no local indicativo de
“Cores” na primeira página do protocolo de Interpretação.
Solicite os desenhos da casa, árvore e pessoa da mesma maneira e com as mes-
mas instruções dadas para os desenhos acromáticos. Da mesma forma que durante
- Os desenhbs acromáticos o tempo e as observações de comportamento devem ser
anotadas no Protocolo de Interpretação,
Como nos desenhos acromáticos, o principal objetivo é obter o maior número pos-
sível de informações esclarecedoras sobre o conteúdo e o contexto de cada desenho.
Entretanto, para diminuir o tempo e o cansaço, você pode fazer apenas as perguntas
do Inquérito Posterior ao Desenho que estão marcadas com um asterisco (*). Além
disso, pergunte para o examinando sobre as diferenças significativas entre os dese-
nhos acromáticos e cromáticos, e sobre o significado no tratamento de detalhes inco-
muns ou bizarros ou de suas omissões.
Use a Lista de Conceitos Interpretativos para os desenhos coloridos da mesma
maneira que para os desenhos acromáticos. Para a avaliação dos desenhos colori-
dos é fornecida uma lista dos usos convencionais das cores. Uma seção adicional da
lista, “Usos Gerais de Cores”, deve ser usada para observar as características de
cores específicas do desenho que podem estar associadas com psicopatologia.
19
3
INTERPRETAÇÃO
O material obtido durante a sessão dos desenhos do H-T-P não será “avaliado”
pelo senso comum. O Protocolo de Interpretação do H-T-P pretende ser apenas um
instrumento para ajudar o clínico a concentrar-se mais nas características relevantes
dos desenhos do cliente para desenvolver uma interpretação clínica. O material deste
capítulo e do capítulo 4 pretende orientar o desenvolvimento de hipóteses interpreta-
tivas sobre o significadô tlínico dos desenhos de um cliente; estas hipóteses nunca
devem ser usadas isoladamente no diagnóstico da psicopatologia. Uma vez formula-
das, entretanto, elas podem ser combinadas com a história clínica completa e com
instrumentos padronizados de avaliação adicionais para aprofundar a compreensão
clínica das pressões intrapessoais, interpessoais e ambientais do cliente. Todos os
relatórios e discussões dos resultados do H-T-P devem ser baseados em conheci-
| mentos teóricos e de pesquisas introduzidos no capítulo 5, na experiência clínica
| prática e em conhecimentos da literatura relevante sobre a interpretação projetiva de
Í desenhos.
Este capítulo está dividido em quatro seções. A primeira seção dá instruções gerais
| sobre a avbliação de desenhos. A segunda seção, Aspectos Gerais dos Desenhos,
relaciona os conceitos interpretativos comumente usados para avaliar observações
gerais de comportamento, características de desenhos e material de entrevista perti-
nente a todos os três desenhos do H-T-P. A terceira seção, Características do Dese-
nho Específicas da Figura, descreve as características específicas de cada figura e
discute seu possível significado clínico; o material do Inquérito Posterior ao Desenho
específico de cada figura também está incluído. A quarta seção, Ilustrações de Ca-
sos, apresenta casos como exemplos da análise integrada das características obser-
vadas no desenho, as respostas do Inquérito Posterior ao Desenho, a história clínica
do paciente e os resultados de outros instrumentos de avaliação. Resumos de casos
para indivíduos cujos desenhos estão incluídos neste capítulo, mas cujos casos não fo-
ram discutidos na seção Ilustrações de Casos podem ser encontrados no Apêndice A.
Os clínicos que estiverem sendo treinados no uso da Técnica do H-T-P podem con-
siderar útil preencher as Listas de Conceitos Interpretativos para cada conjunto de
we
- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
Avaliação do Desenho
Atitude
À atitude do indivíduo para com o H-T-P fornece uma medida grosseira sobre a
sua disposição global para rejeitar uma tarefa nova e, talvez, difícil. A atitude comum
é de uma aceitação razoável. Os desvios variam entre dois extremos: (a) da aceita-
ção total ao hiperegotismo!, e (b) da indiferença, derrotismo e abandono à rejeição
aberta. Raramente os sentimentos de impotência do indivíduo com distúrbios orgâni-
cos, quando se deparam com uma tarefa que exige criatividade, levarão o indivíduo a
rejeitar completamente o H-T-P. Da mesma forma, dificilmente um indivíduo hostil irá
! Egotismo — Tendência em pensar apenas em si mesmo e considerar a si mesmo melhor e mais importante do que
as outras pessoas. Tendência a monopolizar a atenção, mostrando desconsideração pelas opiniões alheias.
o)
o
Ai
E
w
Interpretação
recusar de maneira direta a realização do H-T-P, ainda que possam rejeitar todas as
outras tentativas de um exame psicológico formal.
À atitude em relação a cada desenho será influenciada pelas associações desper-
tadas pelo objeto do desenho. Normalmente o desenho mais rejeitado é o da pessoa.
Há uma série de razões para isso: (a) muitos indivíduos desajustados têm suas maio-
res dificuldades nas relações interpessoais; (b) o desenho da figura humana parece
despertar mais associações no nível consciente ou próximas da consciência do que
os desenhos da casa ou da árvore; e (c) a consciência corporal acentuada torna os
indivíduos desajustados pouco à vontade.
23
no
í
H-T-P —- Manual e Guia de interpretação
Figura 2
Exemplo de Desenho da Casa
24
w
- Interpretação
Verifique características incomuns que possam indicar sinais de patologia ou potencial para patolo-
gia quando consideradas em combinação com a história do paciente, problemas apresentados e respos-
tas a outros instrumentos de avaliação. Os conceitos interpretativos listados não são exaustivos e
constituem apenas linhas gerais de orientação. Interpretações clínicas devem ser baseadas na experiên-
Ê
t cia clínica e nos conhecimentos do Manual do H-T-P ou de outros materiais publicados.
i
;
são
Observações Gerais Observações Gerais Observações Gerais
(veja as observações da sessão na (Veja as observações da sessão na (veja as observações da sessão na
1º página do Protocolo e do Inqué- 1º página do Protocolo e do Inquéri- 1º página do Protocolo e do Inquéri-
rito Posterior ao Desenho) to Posterior ao Desenho) to Posterior ao Desenho)
—Atitude —Atitude —Atitude
-— Capacidade Crítica — Capacidade Crítica —Capacidade Crítica
— Rasuras (incerteza, conflito, in- ——Rasuras (incerteza, conflito, in- — Rasuras (incerteza, conflito, in-
decisão, autocrítica, ansiedade) decisão, autocrítica, ansiedade) decisão, autocrítica, ansiedade)
—Comentários espontâneos — Comentários espontâneos —Comentários espontâneos
— Têmpo, latência, pausas — Tempo, latência, pausas —Tempo, latência, pausas
Figura 3
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho Mostrado na Figura 2
25
.
w
H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceiios Completada para o Desenho Mostrado na Figura 2
26
W
Interpretação
LU CASA | [o ÁRVORE |
Detalhes
L PESSOA |
Detalhes Detalhes
Y Excessivos: obsessividade com- -——Excessivos: obsessividade com- Excessivos: obsessividade com-
pulsiva, ansiedade pulsiva, ansiedade pulsiva, ansiedade
—— Falta: retraimento; Comum em — Falta: retraimento; Comum em — Falta: retraimento; Comum em
Crianças pequenas crianças pequenas crianças pequenas
Bizarros: psicose; Comum em -—— Bizarros: psicose; Comum em Bizarros: psicose; Comum em
crianças pequenas crianças pequenas crianças pequenas
—Detalhes Essenciais: uma pa- -—— Detalhes Essenciais: tronco e Detalhes Essenciais: cabeça,
rede, telhado, porta, janela, cha- pelo menos um galho tronco, braços, pernas, traços
miné Comumente omitida em ——Galhos faciais. Omissão de partes do
crianças pequenas Excessivos: compensação, corpo são comuns em crianças
——Antropomórficos: regressão, mania pequenas.
organicidade; Não incomum Muito altos: esquizoidia -—Braços
emcrianças Quebrados/mortos: possibili- Ênfase: grande necessidade
A Chaminé dade de suicídio, impotência de realização, agressão,
Êntase: preocupações se- Cobertos de algodão: culpa punição se não for desenha-
xuais Como espelho das raízes: da a própria pessoa
Omissão: falta de cator no lar psicose Muito finos: dependência,
Fumaça excessiva: tensão in- —Copa organicidade
tensa no lar Emtorma de nuvens: fantasia Omitidos — muito pequenos
Em ângulo reto: regressão; Rabiscada: abilidade — ocultos: culpa, inadequa-
Não incomum em crianças Achatada: pressão do am- ção, rejeição se não for de-
RA Porta biente, negação senhada a própria pessoa
Ausência: inacessibilidade, — Linha de solo Em forma de asa: esquizoidia
isolamento . Árvore desenhada numa de- Cabeça
Grande: dependências "e. pressão da linha do solo: in- Grande: regressão, grandio-
Pequena: reserva, inade- capacidade sidade Comum em crianças
quação, indecisão Árvore desenhada no topo de pequenas
Com dobradiça / fechadura: uma colina: grandiosidade, Pequena: inadequação
atitude defensiva isolamento trregular ou não ligada: orga-
Aberta: necessidade de calor — Buraco de fechadura, nicidade, psicose
— Omissões: conflito relativo à “Nigg's": oposição, hostili- Apenas de costas: paranóia
parte omitida dade Desenhada por último: psi-
X Telhado — Omissões: conflito relativo à copatologia severa
Ênfase: introversão, fantasia parte omitida —— Traços faciais
Apenas telhado: psicose — Dividida: psicose, organici- Omitidos ou leves; retrai-
Linha simples: constrição dade mento
Beiral enfatizado: descon- — Tronco Êntase: dominação social
fiança . Base larga: dependência compensatória
— Paredes . Longo: regressão, inade- Periil: paranóia
Fimas ou fracas: timites do quação De animal ou bizarros: psi-
ego fracos Cicatrizes: trauma cose
Entase: esforço para man- Unidimensional: organicidade Sombreamento ou outra cor
ter o controle do ego Animais: regressão; Comum que não seja a cor da pele:
Ausência: contato pobre com em crianças pequenas psicopatologia severa
a realidade Ênfase vertical: contato com — Olhos
Perspectiva dupla: regressão a realidade pobre, preocu- Ênfase: paranóia
Não incomum em crianças pações sexuais; Comum em Pequenos — fechados —
pequenas crianças pequenas omitidos: introversão,
Trangparentes: Comum em Base estreita: perda de con- voyeurismo
crianças pequenas trole Pupilas omitidas: conta-
Ênfase horizontal: pressões Tipo to pobre com a realida-
ambientais Frutifera ou de Natal: depen- de: Comum em crianças
Êntase vertical: contato po- dência, imaturidade; Co- peguenas
bre com a realidade, preo- mum em crianças pequenas —Orelhas
cupações sexuais; Comum Morta: distúrbios severos Entase excessiva: para-
em crianças pequenas Árvore com muda: regressão nóia, alucinações audi-
tivas
Figura 3 (continuação)
I
Lista interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho Mostrado na Figura 2
'
1
i
27
H-T-P - Manual e Guia de Interpretação
parte omitida
Tronco e corpo aberto, frag-
mentado ou omitido: psicopa-
tologia severa, organicidade;
Comum em crianças pe-
quenas
Seios: imaturidade
Linha mediana vertical: infe-
rioridade, dependência
Ombros quadrados ou enfa-
tizados: hostilidade
Linha da cintura enfatizada:
contlito sexual; Comum em
crianças pequenas
Apertada: explosividade
Detalhes Não Essenciais Detalhes Não Essenciais —Detalhes Não Essenciais
Enfase nas cortinas: retraimen- Entase na casca da árvore: an- Roupas í
É
to, evasão siedade, depressão; meticulosi- Muita ou pouca roupa: narcisis- Ê
ÊÊ
Ênfase nas calhas: defesa, des- dade: obsessividade compulsiva mo, desajustamento sexual
confiança Folhas soitas: fatna nos meca- Enfase em botões: imaturi-
Venezianas fechadas: retrai- nismos de superar dificuldades dade; Comum em crianças
mento Grandes: compensação pequenas
— Outros Raizes omitidas: insegurança; Genitais desenhados: pato-
' garras: paranóia; finas/ chão logia, a não ser para crian-
* transparente/ mortas: contato ças muito novas; Comum
pobre com a realidade, organi- em estudantes de ares ou
cidade em adultos em psicanálise
Trepadeiras: perda de controle Pés
Frutas: dependência, rejsição Omitidos ou cortados: de-
se estiverem caindo; Comum samparo, perda de autono-
em crianças pequenas mia, preocupações sexuais
Outros Dados dos pés em figura
vesiida: agressão
Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Compietada para o Desenho Mostrado na Figura 2
28
sie
É
Ê
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É
mst gr opacos:
Interpretação
pemig amaçã, crmemprgara me, cenevaltgosagã
Uso Convencional das Cores Uso Convencional das Cores Uso Convencional das Cores
Preta: contornos, fumaça, cercas; Preto: contornos; azuí, azut-verde: Preto: contornos, cabelo; azul,
azul, azul-verde: tundo, céu, corti- fundo, céu; marrom: tronco; ver- azul-verde: fundo, céu, olhos; mar-
nas; marrom: paredes; verde: te- de: folhas, grama; /aranja: laran- rom: cabelo, roupas; verde: sué-
lhado, grama; laranja: laranjas; jas; vermelho: maçãs, cerejas; teres, grama; laranja: suéteres;
violeta: cortinas; vermelho: cha- amarelo: sol, flores; amarelo-ver- violeta: cachecol, roupas meno-
miné, tijolos, maçãs, cerejas; de: paisagem, grama res; vermelho: lábios, suéters, ves-
amarelo: sol, flores; amarelo-ver- tidos, cabelo; rosa: pele, roupa;
de: paisagem, grama amarelo: sol, cabelo; amarelo-ver-
de: grama
Figura 3 (continuação)
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho Mostrado na Figura 2
29
wo
- H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
Sintese Interpretativa:
A18 €
Figura 3 (continuação) |
Lista Interpretativa de Conceitos Completada para o Desenho Mostrado na Figura 2
|
|
vs.
- interpretação
Para encurtar o inquérito dos desenhos coloridos, você deve fazer apenas as questões indicadas por *
CASA
1.* Quantos andares tem esta casa? (Esta casa tem um andar superior?) Sótão, audar principal
2. De que esta casa é feita? Madeira — cabana de madeira
3.* Esta é a sua própria casa? De quem ela é? Miuka casa (no futuro)—
4. Em que casa você estava pensando enquanto estava desenhando? Minha avó (?) morta agora
5. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por que? Sim, tugiilidade - privacidade
6.* Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quarto você escolheria para
você? Por que? Sótão — vista bonita — podexia pico sezinko
7.* Quem você gostaria que morasse nesta casa com você? Por que?
Ninguém — não é grande o bastante
8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perto ou longe? Longe
9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão de que ela está acima, abaixo ou no
mesmo nível do que você? Alo mesmo uível Tel
10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar? SHotesta.
11. Em que mais? Tax géxias.
12. É um tipo de casa feliz, amigável? Aão — apexas quieta
13. O que nela lhe dá essa impressão? Sex muito parntão (2) na ghoresta
14. A maioria das casas são assim? Por que você acha isso?
— Mão — q moiona tem muitas pessoas: muita discussão: todos muito justos
15,* Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e do ano; céu; temperatura)
8 é Sho — primatera — depois da chuva.
16. De que tipo de tempo você gosta? Sfrio — outono — testo
47. De quem esta casa o faz lembrar? Por que? Meu pai (9) gostaxia de um fugar como esse (9
Coisas que ela rata ra (9) augaudo COStuMAvVA CORDELSQL
18.* Do que esta casa mais precisa? Por que? Cão
táuaploresta,
de guarda (9)
tudo pode acontecer (2) fadrões, vúndalos. pessoas deseuidadas (2) estupradores
19.* Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado da casa), quem
seria? Áuore — avó (2) cabelo ciwa, paz sombra; Anbustos— amigos (9) da escola mb, Lua Cloutene
20. A que parte da casa esta chaminé está ligada? Met quaxto — Sempre tem fogo ra Laxeita.
21. Inquérito da planta dos andares. (Desenhe uma planta dos andares com os nomes, ex., Que cômo-
do é representado por cada janela? Quem geralmente está lá?)
sata de estar
k (? trabalho) escadas Sótão é meu quarto.
pabricação cozinha mudadas de | Às janetas são apexas
de jóias para ctarabóias para a tez.
ÁRVORE
22.* Que tipo de árvore é esia?
23. Onde esta árvore realmente está localizada?
24.* Mais ou menos qual a idade desta árvore?
25.* Esta árvore está viva?
26. O que ela lhe dá a impressão de que ela está viva?
27. O que provocou a sua morte? (se não estiver viva)
28. Ela voltará a viver?
29. Alguma parte da árvore está morta? Qual pare? O que você acha que causou a sua morie? Há
quanto tempo ela está morta?
30.* Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher?
31. O que nela lhe dá essa impressão?
32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore, para onde ela estaria virada?
Figura4
Inquérito Posterior ao Desenho Completado e Régua para o Desenho
Mosirado na Figura 2
*
- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
x
us
o
s
=
o
O
sto
. (ALTO)
Árvore e Pessoa 1
eta ditador
- Centro Exato
adro
Figura 4 (continuação)
Inquérito Posterior ao Desenho Completado e Régua para o Desenho
Mostrado na Figura 2
Se]
UI
- Interpretação
Comentários
Comentários escritos feitos por um indivíduo, durante a fase de desenho, geral-
mente incluem nomes de pessoas, ruas, árvores, números ou outros elementos; eles
podem também ser figuras geométricas e rabiscos. Estes parecem representar uma
necessidade compulsiva para estruturar a situação o mais completamente possível
(indicativa de insegurança), ou uma necessidade compulsiva para compensar uma
idéia ou sentimento obsessivo ativado por alguma coisa no desenho.
Observações supériluas, tais como “Eu vou colocar esta gravata nele”, parecem
ajudar um indivíduo inseguro a estruturar a situação. Observações irrelevantes, tais
como “Você disse que hoje é o seu primeiro dia aqui?”, parecem ter a função de
facilitar a situação de entrevista. Um número excessivo de comentários, comentários
irrelevantes ou bizarros indicam preocupação. Por exemplo, se enquanto desenha
sua casa o indivíduo comenta: “Eu não sei se os alicerces são firmes, para começar e
as janelas... Agora, onde está a minha porta? Eu coloquei as janelas no lugar errado.
Eu vou pôr a minha porta aqui; como devo fazer isso, doutor? Vamos ver, eu estaria
enganando se eu olhasse de que lado a maçaneta da porta está? Estaria tudo bem se
houvesse alguns degraus subindo? Lá estão os alicerces. A arquitetura ficaria melhor
se a janela menor ficasse no lado? Eu acho que sim. Isto é um bebê chorando? Ele
chora assim o tempo todo? Não é uma construção muito clara. Isso é um teste de seu
nervosismo? Sua clareza? Seria interessante se você não ficasse tão nervoso” A reie-
rência constante desta mulher aos alicerces de sua casa simboliza seu sentimento de
33
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
que os alicerces de sua situação no lar foram destruídos deslealmente por seu mari-
do. Seus sintomas principais eram considerável distratibilidade, incerteza angustiante
e dolorosa, e um sentimento de inadequação.
Verbalizações durante a fase do desenho frequentemente incluem conteúdos que
foram reprimidos durante uma entrevista anterior, incluindo idéias de orientação e
perseguição. Parece que a tarefa de desenhar emprega energias, que estiveram en-
volvidas na defesa do ego, reprimindo a verbalização desse material. Observações
espontâneas são normalmente mais significativas, quando avaliadas em relação à
parte do desenho que acabou de ser completada, que estava sendo feito quando a
observação foi feita ou que foi desenhado logo após a observação. Muitos indivíduos
se tornam altamente emotivos enquanto estão desenhando ou sendo questionados,
presumivelmente por causa de sua expressão do material reprimido até então. Qual-
quer indivíduo pode exibir sintomas de ansiedade durante a situação de entrevista do
H-T-P. Entretanto, expressões emocionais persistentes de mênór ou maior intensida-
de ou repressão da expressão sempre indicam desequilíbrio da personalidade, desa-
justamento ou problema orgânico.
Proporção
As relações de proporção expressas pelo indivíduo em seus desenhos da casa,
árvore e pessoa frequentemente revelam os valores atribuídos pelo indivíduo aos
interpretação
Perspectiva
Um planejamento das relações espaciais no desenho da casa, da árvore e da
pessoa indica a capacidade do indivíduo para compreender e reagir com sucesso a
aspectos mais complexos, mais abstratos e mais exigentes da vida. A perspectiva
também pode ser vista como uma medida da compreensão do indivíduo.
Localização horizontal na página. Quanio mais afastado para a esquerda esti-
ver localizado o ponto médio da figura em relação ao ponto médio da folha, maior é a
probabilidade de que o indivíduo tenda a se comportar impulsivamente, buscar satis-
fação emoçional, imediata e direta de suas necessidades e impulsos (Figura 5a — c;
veja, também, o capítulo 2 para uma descrição do ponto médio). De um ponto de vista
temporal, esse indivíduo está muita preocupado com o passado e estará interessado
principal e fortemente em si mesmo. De modo inverso, quanto mais afastado estiver
para direita o ponto médio do desenho do ponto médio da página, maior a probabilidade
de o indivíduo mostrar um comportamento estável, rigidamente controlado, de estar
propenso a adiar a satisfação de suas necessidades e impulsos imediatos; e de pre-
ferir satisfações intelectuais a emocionais (Figura 11b — c). Esse indivíduo estará
preocupado excessivamente com o futuro, de um ponto de vista temporal, e tende a
se preocupar muito com aqueles que compartilham de seu ambiente e de suas
opiniões.
Localização vertical na página. Quanto mais abaixo do ponto médio da folha
estiver localizado o ponto médio do desenho, maior é a probabilidade de o indivíduo
se sentir inseguro e inadequado, e de esse sentimento produzir uma depressão no
humor (Figura 10d). Indivíduos que desenham dessa maneira tendem a ser concre-
tos e a buscar satisfação mais na realidade do que na fantasia. Se o indivíduo vê o
35
- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
desenho como continuando para além da margem inferior da página, ele pode se
sentir esmagadoramente oprimido. Quanto mais acima do ponto médio estiver locali-
zado o desenho, maior é a probabilidade de o indivíduo se sentir lutando por objetivos
inatingíveis (Figura 9). A localização do desenho acima do ponto médio pode indicar
que o indivíduo tende mais a buscar satisfação na intelectualização ou na fantasia, do
que na realidade.
Localização central na página. Quando o desenho se localizar ao redor do ponto
médio geométrico exato da página, o indivíduo geralmente é rígido para compensar a
ansiedade e insegurança (Figura 12 c).
Mudança da posição da página. Indivíduos com tendências agressivas e/ou ne-
gativistas podem mostrar rejeição à sugestão, recusando-se a aceitar a página na
posição apresentada. Por exemplo, esses indivíduos parecem sentir que seria um
sinal de fraqueza aceitar as instruções literalmente. Eles parecem compelidos a virar
a página, ainda que, ao fazê-lo, a relação ideal das dimensões horizontal e vertical
seja alterada, tornando a tarefa mais difícil. Essa rotação da página revela um poten-
cial para psicopatologia. .
Quadrantes da página. Do ponto de vista dos quadrantes, duas questões se so-
bressaem. Primeiro, O quadrante superior esquerdo (particularmente seu canto extre-
mo superior esquerdo)é .o “quadrante da regressão”. Indivíduos com deterioração
psicótica ou orgânica múito frequentemente localizam seus desenhos nesse qua-
drante, assim como os indivíduos que não atingiram um alto nível de maturidade
conceitual (Figura 5 a — c). No quadrante inferior direito, o “quadrante incomum”, um
desenho quase nunca é colocado inteiro dentro dele.
Margens da página. Usos desviantes da margem ou margens da página são sem-
pre significativos. “Desenho cortado pelo papel? é a amputação de parte do desenho
por uma ou mais margens (Figura 9b), algumas vezes, devido à relutância em dese-
nhar a parte em questão, por causa de associações desagradáveis. O desenho corta-
do na base da página pode ser detectado apenas através de perguntas ou de um
comentário espontâneo do indivíduo. Quanto mais o desenho se estender para baixo
na página, mhior a probabilidade da repressão estar sendo usada como uma estraté-
gia para manter a integridade da personalidade. Indivíduos com um forte potencial
para ações explosivas podem produzir este tipo de desenho. O desenho cortado na
margem esquerda parece indicar uma fixação no passado e medo do futuro. O dese-
nho cortado à direita parece indicar um desejo de escapar para o futuro. O desenho
cortado também pode ser um indicador de lesões orgânicas. O desenho na borda do
papel ocorre quando parte do desenho toca a margem, mas não parece se estender
para além dela (Figura 18a). O uso da margem superior deste modo sugere uma
fixação no pensamento e na fantasia como fonte de satisfação. O uso das margens
laterais indica insegurança e constrição; o uso da margem inferior da página implica
em depressão e em tendência a comportar-se de uma maneira concreta e desprovida
de imaginação. Este é o menos patológico dos quatro usos desviantes das margens.
37
- H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
oposta, uma melhora na qualidade da casa para a árvore e para a pessoa indica
medo inicial ou dificuldade de adaptação à situação de entrevista.
Um prognóstico positivo é indicado se a árvore desenhada transmitir uma impres-
são mais saudável do que a pessoa, se os desenhos coloridos apresentarem um nível
de ajustamento melhor do que os acromáticos, ou se o H-T-P representar um quadro
da personalidade mais saudável do que o Rorschach. Um prognóstico negativo é
sugerido por mais indicadores de psicopatologia nos desenhos coloridos do que nos
acromáticos (Figura 14a, b, c); se o desenho da árvore transmitir uma impressão
diagnóstica mais pobre do que o da pessoa (Figura 12b, c), ou quando o H-T-P produ-
zir associações mais negativas do que o Rorschach.
Detalhes
rear
O tipo e número de detalhes, o método de apresentação, a ordem de produção
e a ênfase colocada sobre eles podem geralmente ser considerados como um ífdice
eme
de reconhecimento, de interesse e de reação aos elementos da vida diária.
Detalhes essenciais. Mesmo a ausência de apenas um detalhe essencial deve
ser vista como séria; as implicações pátológicas são maiores quanto mais detalhes
essenciais estiverem faltando e mais desenhos estiverem envolvidos. O uso mínimo
de detalhes essenciais ot abaixo da média, particularmente nos desenhos da casa e
da árvore sugere retraimento e/ou conflito na área representada ou simbolizada pelo
detalhe ou pelo desenho associado. Indivíduos retardados, com lesão cerebral, retraí-
dos ou deprimidos tendem a desenhar o mínimo de detalhes para cada desenho
(Figuras 5a-c). O uso excessivo de detalhes essenciais (como por perseveração)
implica preocupação exagerada, com o que pode ser representado ou simbolizado
pelo detalhe em questão (Figura 6a).
Detalhes não essenciais. O uso limitado de detalhes não essenciais, tais como
cortinas nas janelas, folhas nas árvores, roupas nas pessoas etc. indicam bom conta-
to com a realidade e uma interação sensível, provavelmente bem equilibrada com o
ambiente. O Uso excessivo de detalhes sugere preocupação exagerada com o ambien-
te ou com a área simbolizada ou representada pelos detalhes usados ou por suas
associações. Os obsessivo-compulisivos tendem a desenhar um maior número: de
detalhes deste tipo (Figura 6a).
Detalhes irrelevantes. Quando usados de forma limitada, como arbustos dese-
nhados próximo à casa; pássaros em árvores ou no céu; ou um animal de estimação
com a pessoa, indicam uma insegurança básica moderada ou uma necessidade de
estruturação da situação de maneira mais segura. Quando usados excessivamente,
eles sugerem uma ânsiedade “flutuante livre” existente ou potencial na área simboli-
zada pelo detalhe. Nuvens, por exemplo, representam uma ansiedade generalizada
em relação ao objeto desenhado. O uso excessivo de detalhes irrelevantes pode
indicar uma forie necessidade de afastamento, especialmente se eles tendem a su-
plantar o tema principal do desenho (Figura 7a-c).
Indivíduos em estado maníaco geralmente desenham um grande número de deta-
lhes irrelevantes e, frequentemente, incluem palavras, comentários e títulos. Quanto
melhor esses detalhes estiverem organizados e quanto mais próximos eles estiverem
ime e eepem
- Interpretação
do objeto do desenho, maior será a probabilidade de que a ansiedade que eles repre-
sentam esteja bem canalizada e bem controlada. Quanto mais os detalhes irrelevan-
tes sobrepujarem o objeto do desenho, maior será a indicação de potencial para
patologia.
Se o sol não tiver sido desenhado, o clínico deve pedir para o indivíduo desenhá-
lo
durante o Inquérito Posterior ao Desenho. O sol parece representar a figura de maior
autoridade ou de maior “valência” * emocional dentro do ambiente do indivíduo,
espe-
cialmente quando o sol for muito grande.
Detalhes bizarros. Detalhes bizarros, como pernas humanas sustentando uma
casa ou traços faciais desenhados no sol, indicam que o indivíduo tem um contato
com a realidade gravemente comprometido e à presença de grave psicopatologia.
Detalhes bizarros são raros, entretanto, o que muitas vezes parece ser um detalhe
bizarro à primeira vista é, posteriormente, considerado como uma relação proporcio-
nal ou espacial, ou um método de apresentação de um detalhe apropriado incomuns.
Dimensão do detalhe. Detalhes uni e bidimensionais (Figura 8a-c) tendem a
indicar baixa capacidade mental ou lesão cerebral. A exceção para este caso é a
“figura palito” da árvore ou da pessoa.
Sombreamento do detalhe. Sombreamentos saudáveis são produzidos de forma
rápida, leve e com poucos rabiscos casuais. São saudáveis porque envolvem abstra-
ção e uma certa quantidade de sensibilidade ao ambiente. O indivíduo não volta a
sombrear ou a reforçar. Sombreamentos que indicam patologia na forma de ansieda-
de e conflito são produzidos lentamente com atenção e força excessivas ou sem
respeitar os contornos.
Sequência do detalhe. Qualquer desvio em relação à sequência do desenho,
como uma ordem de apresentação pouco comum, um retorno compulsivo para algo
que foi previamente desenhado, apagar e redesenhar algo previamente desenhado
ou repetição de um detalhe indicam patologia potencial. A dificuldade pode ser de
concentração e de organização, ou do conflito relacionado ao detalhe em questão.
Como regra, não se retorna aos detalhes que já foram completados. Se vários deta-
lhes parecigos forem desenhados — como uma série de janelas — eles serão finaliza-
dos antes que algum outro tipo de detalhe seja introduzido.
Ênfase no detalhe. A ênfase em um detalhe é mostrada por comentários ou ex-
pressões emocionais claras, por sequências pouco comuns em volta daquele deta-
lhe, pelo excesso de rasuras, pela lentidão ao desenhar o detalhe, por combinações
bizarras e por lesões desenhadas, tais como cicatrizes. A omissão ou não completa-
mento de um detalhe ou a recusa em comentar sobre ele também pode ser interpre-
tada como ênfase naquele detalhe. Essas ênfases implicam ansiedade ou conflito
relacionados ão detalhe em questão.
Qualidade da linha. Uma pessoa média tem pouca de dificuldade para desenhar
linhas relativamente retas. Os ângulos são geralmente bem definidos e as linhas cur-
vas fluem livremente e de modo controlado. Falhas na coordenação motora sugerem
* Valência — “Propriedade de um objeto ou região no espaço vital pela qua! o objeto é desejado
(valência positiva) ou
rejeitado (valência negativa)”, (Nick, E. , Dicionário de Psicologia, São Paulo: Cultrix, s/€, p. 388).
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
RR
cia do indivíduo para desenhar esses detalhes, por causa do que simbolizam. Traçados
interrompidos geralmentejndicam indecisão, enquanto linhas muito contínuas podem
estar associadas à rigidez interna. Linhas que são interrompidas e nunca são unidas
podem indicar falha incipiente do funcionamento do ego.
A casa, em geral, requer apenas linhas retas. A pessoa geralmente necessita de
muitas linhas curvas. À árvore usualmente requer uma combinação desses dois tipos.
Variações dos tipos convencionais de linha para o desenho todo aparentemente são
indicadoras de patologia. Se as linhas forem rabiscadas pode estar presente deterio-
em corar cem à
ração orgânica.
Cor
opere adora emp
condições. O uso das cores pelo indivíduo, por si, fornece dados adicionais de diag-
nóstico e prognóstico. Entretanto, as cores devem ser tratadas apenas como um sinal
gm
lo como um lápis isto sugere que ele possui uma tendência para evitar emoções
40
ei
- Interpretação
em uma resposta positiva para a pergunta “O que ele (a) está pensando?” A mais
longa série de comentários produzida espontaneamente que o autor experienciou foi
feita por um homem psiconeurótico que entrou em um estado semelhante a um tran-
se e associou livremente milhares de palavras referentes a sua árvore e a outras de
um quadro dependurado na parede da sala do examinador.
As respostas devem ser avaliadas por sua relevância. Uma resposta irrelevante
para “Quantos anos ele (a) tem?” foi o comentário de um pré-psicótico “Ele tem 100,
mas eu tenho 27. ” Um paciente maníaco respondeu à pergunta sobre o tempo nos
desenhos “Todos os tipos de tempo. Neve, verão, outono, chuva, seco, tudo!” A res-
posta de um paciente psicótico para a pergunta “Alguma parte da árvore está morta?”
foi “Eu não posso ouvi-lo muito bem porque as pessoas estão falando muito.” Quando
foi perguntado que pessoas, o paciente respondeu “Ah, Deus e Dr. R.” (Dr. R. morrera
várias semanas antes). Uma resposta moderadamente irrelevante pode ser dada à
pergunta: “Em que esta pessoa faz você pensar?” com “Ela ne lembra de um aluno
da quarta série tentando desenhar.” O grau em que as respostas, durante o inquérito,
incluem material de auto-referência ou confabulações deve ser observado.
vam
emgmev
Muitas vezes, objetos aparentemente irrelevantes desenhados ao redor do tema
do desenho representam membros da família ou pessoas com as quais o indivíduo
está intimamente ligado na vida diária. A sua relação espacial com o objeto desenha-
do pode ser paralela à próximidade ou distância destas relações pessoais. Estes
detalhes devem ser sempre investigados.
CASA |
À casa parece estimular uma mistura de associações conscientes-e inconscientes
referentes aq lar e às relações interpessoais íntimas. Para a criança, a casa parece
salientar o ajustamento aos irmãos e aos pais, especialmente com a mãe. Para os
adultos, é representado o ajustamento a situações domésticas em geral e, mais es-
pecificamente, ao esposo (a) e aos filhos (se tiver algum). O desenho da casa dá uma
indicação da capacidade do indivíduo para agir sob estresse e tensões nos relaciona-
mentos humanos íntimos e para analisar criticamente problemas criados pela situa-
ção do lar. As áreas de interpretação no desenho da casa geralmente referem-se à
acessibilidade, nível de contato com a realidade e grau de rigidez do indivíduo.
Proporção
Se o telhado for grande em relação ao resto da casa, o indivíduo pode dedicar
muito tempo procurando satisfação na fantasia. Se a dimensão horizontal da parede
for superenfartizada em relação à vertical, o indivíduo pode estar funcionando inefi-
cientemente, porque o passado ou futuro interferem em sua atenção. Este indivíduo
pode ser considerado vulnerável a pressões ambientais, à medida que muito dele,
figurativamente falando, está disponível para os ataques no nível da realidade. Se a
42
nm >>> mm
'
Interpretação
Perspectiva
Indivíduos mentalmiérite deficientes geralmente desenham casas com “perspecti-
va dupla”, mostrando uma parede principal com paredes dos dois lados. As paredes
das duas extremidades são normalmente menores do que a parede principal nestes
desenhos (Figura 19a). As crianças pequenas também produzem esse tipo de dese-
nho. Esquizofrênicos, por outro lado, desenham as paredes das duas extremidades
maiores do que a principal (Figura 17a); os esquizofrênicos parecem considerar que
as paredes das extremidades protegem a parede centra! ou principal.
Indivíduos esquizóides podem perder a perspectiva completamente em seus de-
senhos da casa. Por exemplo, eles podem desenhar uma parede e um telhado corre-
tos em umlado da casa, e uma linha vertical perpendicular ao solo no outro lado tanto
para a parede como para o telhado. O resultado é incongruente. Um lado mostra
profundidade e o outro parece cortado abruptamente. Isso parece indicar uma dificul-
dade organizacional inicial e talvez um bloqueio temporal.
Um indivíduo, experenciando exposição debilitante a pressões ambientais e muito
preocupado com o que os outros pensam, às vezes, irá desenhar uma casa em que
os quatro lados aparecem simultaneamente. Um indivíduo, vivenciando conflitos se-
veros na situação do lar, pode desenhar apenas um esquema ou planta da casa,
refletindo uma tentativa de estruturar toda a situação. É surpreendente a tendência
desses indivíduos para ilustrar seus sentimentos relativos aos problemas apresenta-
dos por vários cômodos ou pelos ocupantes costumeiros desses cômodos, alterando
o tamanho dos cômodos ou sua localização real.
Uma moça jovem, solteira e grávida mostrou grande dificuldade em desenhar uma
varanda. Finalmente ela a desenhou em um ângulo incomum da casa, voltada para a
direita da página. Isso foi interpretado como uma expressão simbólica de sua relutân-
cia em aceitar uma extensão similar dela mesma (bebê) no futuro (direita da página).
43
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
44
w
” Interpretação
Detalhes
Detalhes essenciais. A casa deve ter, no mínimo, uma porta (a menos
que so-
mente a lateral da casa seja desenhada — o que sugere patolog
ia). Ela deve ter uma
porta, uma janela, uma parede e um telhado (a menos que seja
identificada como
uma casa tropical ou outra habitação sem telhado) e deve ter
uma chaminé ou um
meio de saída para a fumaça.
O telhado e as paredes da casa parecem representar, de uma forma
rudimentar, o
ego do indivíduo: Os limites periféricos da personalidade são repres
entados pelos
limites periféricos da parede e do telhado. Muita ênfase nessas linhas
periféricas ou
de “contenção” indicam um esforço consciente para manter o control
e. Linhas perifé-
ricas fracas e inadequadas sugerem um sentimento de colapso iminent
e e fraco con-
trole do ego. Quando a casa é consideraduma auto-retrato do indivíd
uo, o telhado
representa as áreas do pensamento e da fantasia. O telhado pode
se estender até o
chão e tornar-se, na verdade, tanto uma parede como umi'telhado.
Esse tipo de casa
é produzido por esquizofrênicos que parecem estar simbolicamen
te enfatizando o
fato de que seu mundo é em grande parte fantasia (Figura 14a). Ênfase
no beiral do
telhado por reforçamento ou extensão para além das paredes implica
uma atitude de
desconfiança usual excessivamente defensiva (Figura 7a).
A porta e janelas usualmente representam acessibilidade; as portas
dos fundos e
laterais parecem enfatizar evasão. A ênfase no revestimento, fechad
ura e/ou dobra-
diça da porta sugerem uma sensibilidade defensiva. A ênfase na maçane
ta sugere
excesso de consciência da função da porta e/ou preocupação fálica.
As janelas da
casa constituem formas menos diretas e imediatas de interação com o
ambiente do
que a porta. Uma janela sem vidraças, grades ou indicação de materia
is de vidro é
geralmente desenhada por indivíduos com tendências negativistas
que dizem: “Eu
tornarei impossível você ver dentro” (Figura Sa). Um grande número
de grades pode
expressar um sentimento de que o quarto atrás da janela é uma prisão;
fechaduras
nas janelas indicam uma atitude manifestamente defensiva, Um grande
número de
janelas descobertas.implicam que o indivíduo tende a comportar-se de
modo áspero
e direto. Indivíduos sexualmente desajustados mostram a tendência para
ver portas e
janelas como substitutos oral, vagina! ou retal. As janelas do andar térreo
são mais
frequentemente omitidas ou distorcidas no tamanho ou na localização do que
as jane-
las dos andares superiores. Ocasionalmente, as janelas ou portas da casa
são dese-
nhadas abertas. Uma casa descrita como ocupada indica um alto grau de acessib
ilidade
tranquila. Se for dito que a casa está desocupada pode-se supor que
existe uma
extraordinária falta de defesa do ego. Em cada caso, a interpretação estará
sujeita a
modificações pela descrição do indivíduo sobre o tempo no desenho.
Quando a chaminé é desenhada com facilidade e sem distorções
ou ênfases, im-
plica que o indivíduo tem uma maturidade e equilíbrio sensual satisfatórios.
A omis-
são da chaminé não representa um sério desajustamento, bem como
a ênfase
excessiva na chaminé. Indivíduos desajustados sexualmente tendem a tratar
a cha-
miné como um símbolo fálico. Abundância de fumaça da chaminé indica
considerável
tensão interna, presumivelmente ocasionada por relações insatisfatórias com
aque-
les com quem o sujeito vive. Crianças pequenas comumente desenham
a chaminé
em ângulo reto com um telhado triangular.
- H-T-P - Manual e Guia de Interpretação
46
- o Interpretação
uma grande lata de lixo que são desenhados perto da casa que é, por outro lado, uma
mansão, indicando sentimentos de hostilidade agressiva. Se não houver linha de solo
ou a casa estiver suspensa acima da linha do solo, o contato do indivíduo com a
realidade pode ser tênue.
Nuvens indicam ansiedade generalizada (Figura 11a). Montanhas são, às vezes,
desenhadas nos fundos e indicam uma atitude defensiva e necessidades de depen-
dência. Chuva e neve, embora raras, implicam uma forte necessidade do indivíduo
em expressar seus sentimentos de estar sendo submetido a pressões ambientais
fortes e opressivas. À neve tem mais implicações patológicas do que a chuva.
Dimensão do detalhe. A casa quase nunca inclui características unidimensionais.
Lesões orgânicas são fortemente indicadas se o indivíduo começa a casa como se
fosse fazer um desenho convencional em três ? dimensões, mas termina produzindo o
equivalente a um esquema.
Sombreamento do detalhe. O sombreamento normal da casa inclui a representa-
ção do material da parede e linhas cruzando a janela para representar vidro. Sombras
desenhadas espontaneamente e antes que o sol seja desenhado representam uma
situação de conflito na qual a ansiedade é vivida no nível consciente.
Sequência do detalhe. Muitos indivíduos começam a casa desenhando o telhado,
as paredes, uma porta e uma janela; ou desenhando a linha de solo, paredes e um
telhado. Indivíduos inseguros desenham, às vezes, simetricamente (duas chaminés,
duas janelas, duas portas etc.) (Figura 15a); indivíduos gravemente desajustados às
vezes desenham de forma segmentada (detalhe por detalhe sem considerarem as
relações dos detalhes entre si ou com o todo).
Adequação da cor
A casa pode ser produzida em qualquer cor sem violar a realidade do ponto de
vista cromático. Tipicamente, a chaminé é vermelha, preta ou marrom; a fumaça é
preta ou marrom; o telhado é preto, verde, vermelho ou marrom; as paredes são
pretas, marrons, verdes, vermelhas, amarelas ou azuis; as portas e as molduras das
janelas são pretas, marrons, verdes, vermelhas ou azuis; eas venezianas são pretas,
verdes, marrons, azuis ou vermelhas.
47
- H-T-P —- Manual e Guia de Interpretação
desenha com a exatidão de um arquiteto. Uma razão pode ser porque a casa é um
auto-retrato do indivíduo, quando ele age numa situação que envolve os aspectos
mais íntimos de suas relações interpessoais. Uma outra pode ser porque os indivíduos
tendem a enfatizar os aspectos da casa que tenham significados mais agradáveis ou
desagradáveis para eles. Essa ênfase pode incluir exagero ou diminuição de um de-
talhe e/ou distorção da proporção e da perspectiva. Uma terceira razão pode ser o
fato de que a casa em parte, às vezes, representa várias habitações do passado, do
presente e do futuro. Se a casa pertencer a uma outra pessoa, determinar se é vista
como um lugar positivo ou negativo.
4. Em que casa você estava pensando enquanto estava desenhando? Esia per-
gunta procura obter informações que levem a uma identificação mais precisa. A casa
desenhada, bem como a árvore e a pessoa, podem ter diversas identidades.
5. Você gostaria que esta casa fosse sua? Por que? A resposta do indivíduo a esta
pergunta pode revelar atitudes em relação a seu lar e às pessoas com quem ele
partilha o lar. Pode mostrar que tipo de casa o indivíduo gostaria de ter, a força do
desejo de possuí-la e a probabilidade de que este objetivo produzirá frustração. Se o
indivíduo preferir esta casa à sua, por ser maior, é provável que exista uma superlota-
ção real ou um sentimento de frustração. Se a casa é rejeitada por ser grande de-
mais, o indivíduo pode se sentir inseguro em sua casa atual.
6. Se esta casa fosse sua e você pudesse fazer nela o que quisesse, qual quario
você escolheria para você? Por que? O desejo expresso de indivíduos retraídos de
procurarem refúgio em um quarto dos fundos do andar de cima pode ser surpreen-
dente. Um quarto de um andar superior pode ser escolhido, pois assim o indivíduo
pode olhar para fora mais facilmente. Indivíduos desconfiados tendem a escolher
quarios que lhes permitam a observação total dos arredores das portas. Ocasional-
mente, as razões para a escolha de um quarto no andar de baixo revelarão sentimen-
tos de insegurança e a necessidade de se estar mais próximo da realidade. Qualquer
outra escolha que não seja a de um quarto pode ser vista como significativa e pode
ser interpretada em termos da significação do cômodo particular escolhido. A posição
do cômodo escolhido em relação aos outros quarios pode indicar o grau de proximi-
dade sentido!em relação a cada membro da família.
7. Quem você gostaria que morasse nesia casa com você? Por que? Crianças
desajustadas podem revelar forte necessidade de afeto e aprovação paterna dizendo
que querem os pais morando com elas, mas não os seus irmãos. Indivíduos forte-
mente paranóicos geralmente preferem morar sozinhos ou com outra pessoa que
eles possam dominar. Os pacientes rapidamente detectam o significado desta per-
gunta e evitam respostas diretas; a tentativa de evasão pode ser mais reveladora do
que uma resposta franca.
8. Quando você olha para esta casa, ela parece estar perio ou longe? Esta é uma
outra pergunta que testa a realidade e respostas diretas, contradizendo a realidade,
são significativas. Normalmente a proximidade parece significar capacidade de reali-
zação ou sentimentos de calor e acolhimento, ou ambos. A disiância sugere luta ou
sentimentos de rejeição, ou ambos.
9. Quando você olha para esta casa, você tem a impressão que ela está acima,
abaixo ou no mesmo nível do que você? As respostas a esta pergunta parecem se
referir a relações pessoais, com ênfase no lar e na família.
48
- Interpretação
10. Em que esta casa faz você pensar ou lembrar? A qualidade da associação é
importante, bem como sua valência para o indivíduo.
11. Em que mais? É importante dar ao indivíduo a oportunidade de expandir suas
associações em cada desenho. Aqui, mais uma vez, a qualidade das relações entre as
idéias é tão interessante como o seu tom positivo ou negativo para o cliente.
12. É um tipo de casa feliz, amigável? O tom emocional que acompanha uma
resposta negativa pode dizer muito sobre o ponto de vista do indivíduo em relação ao
lare aos que o habitam. Respostas altamente evasivas podem indicar valências forte-
mente negativas.
13. O que nela lhe dá essa impressão? Ocasionalmente um indivíduo tentará justi-
ficar uma resposta descrevendo detalhes físicos superficiais da casa, descrevendo-a
como uma casa feliz porque ela tem cortinas, fumaça saindo da chaminé, etc. Res-
postas a esta questão serão uma expressão direta dos sentimentos do indivíduo refe-
rentes às pessoas que ocupam a casa desenhada e sua opinião ou seus sentimentos
em relação a eles.
14. A maioria das casa é assim? Por que você acha isso? Esta pergunta tenta
determinar em que extensão têm sido generalizados os sentimentos hostis ou amigá-
veis do indivíduo em relação à casa e a seus ocupantes.
15. Como está o tempo neste desenho? (período do ano e do dia, céu, temperatura).
16. De que tipo de tempo você gosta? Esta pergunta mostra o nível de estresse ou
calor humano no lar.
17. De quem esta casa faz você lembrar? Por que? Muitas vezes a pessoa nomea-
da é um membro íntimo da família do indivíduo.
18. Do que esta casa mais precisa? Por que? Respostas definidas expressam,
normalmente, a necessidade do indivíduo de afeto, abrigo, segurança e boa saúde.
19. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeio desenhado separado
da casa), quem seria? Frequentemente objetos aparentemente irrelevantes desenha-
dos ao redor da casa representam membros da família ou pessoas com as quais o
indivíduo está intimamente associado. A distância deles em relação à casa na folha
do desenho pode caracterizar estas relações pessoais.
20. A que parte da casa esta chaminé está ligada? Se a chaminé desenhada suge-
rir patologia, esta pergunta pode ajudar a identificar relações familiares relevantes ou
aspectos da vida no lar.
21. Inquérito da planta dos andares. (Desenhe uma planta dos andares com os
nomes, ex., Que cômodo é representado por cada janela? Quem geralmente está
lá?) A planta da casa pode expressar através de distorções de proporção, dificuldade
de apresentação ou omissão de um ou mais quartos, a presença de conflitos entre os
ocupantes da casa ou a função costumeira de um ou mais cômodos.
| ÁRVORE
49
- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
Proporção o
Uma árvore muito pequena sugere fortes sentimentos de inadequação para lidar
com o ambiente. Uma árvore muito grande, particularmente uma que é cortada pelas
margens da folha, implica uma busca de satisfação supercompensatória, fantasia, ou
ambas e conota, na melhor das hipóteses, hipersensibilidade.
Uma árvore com um tronco muito fino ou muito pequeno e cóm uma grande estru-
tura de galhos (ou copa) indica um equilíbrio precário da personalidade por causa da
excessiva busca de satisfação (Figura 15b). Uma pequena estrutura de galhos com
um tronco muito grande sugerem um equilíbrio precário da personalidade, por causa
da frustração gerada pela incapacidade de satisfazer fores necessidades básicas
(Figura 12b). a
Um tronco com uma base larga, mas que se torna muito fino a uma pequena
distância acima da base implica um ambiente anterior sem estimulação calorosa e
saudável, Um tronco que é mais estreito na base do que em um ponto mais alto é uma
forte indicação de patologia, que sugere um esforço além das forças do indivíduo,
com uma implicação concomitante de um possível colapso do controle do ego.
Perspectiva
Localização vertical na página. Normalmente, a árvore é desenhada mais para
cima no eixo vertical da folha do.que a casa ou a pessoa.
Margens da página. O uso do lado do papel como um lado do tronco sugere ten-
dências agressivas reativas à constrição de espaço, com uma sensibilidade aumentada
resuitante. Essas tendências podem ser reprimidas ou não.
Relação com o observador. A árvore desenhada abaixo do observador parece
simbolizar um sentimento do indivíduo de depressão ou derrota. Uma árvore dese-
nhada como se estivesse parcialmente no alto de uma montanha parece simbolizar
um sentimento de esforço ou uma necessidade de proteção e segurança, o que é
parcialmente fornecido pelo lado da montanha. Uma árvore desenhada no topo de
uma montanha nem sempre indica um sentimento de superioridade. Ao contrário pelo
fato de estar exposta e, portanto sujeita ao ataque dos elementos, pode representar
um sentimento de isolamento concomitante a uma luta por autonomia.
Posição. Embora seja impossível desenhar a árvore de perfil, às vezes, um indiví-
duo irá, indicar que a árvore está mostrando seu lado para ele.
Transparências. Raízes que estão obviamente abaixo do solo, mas mesmo assim
são visíveis, sugerem fortemente uma falha patológica no contato com a realidade
(Figura 14b).
50
da aa meme a erga
- Interpretação
Detalhes
Detalhes essenciais. A árvore deve ter um tronco e pelo menos um galho. O
tronco parece representar o sentimento básico de poder do indivíduo. Os galhos, por
seu tamanho e posição em relação ao tronco e à página, parecem indicar os recursos
de obtenção de satisfação do indivíduo. Galhos parcialmente bidimensionais e som-
breados e galhos apresentados com sombreamento desenhado fácil e rapidamente
parecem representar o ajustamento mais maduro. Galhos que se dirigem para o cen-
tro da árvore, em vez de convencionalmente se dirigirem para fora, implicam fortes
tendências ruminativas e são vistos em desenhos de obsessivo-compulsivos. Galhos
grossos e curtos, como se fossem cortados perto do tronco podem indicar tendências
suicidas; galhos quebrados ou mortos parecem representar eventos traumáticos vivi-
dos pelo indivíduo. Galhos reforçados sugerem um sentimento de inadequação na
busca de satisfação. Quanto maior a flexibilidade da estrutura e melhor a organização
dos galhos da árvore, maior é a capacidade presumida do indivíduo para obter satis-
fação de seu ambiente, se todas as outras condições se mantém iguais. A árvore,
particularmente seu tronco, é prontamente vista como um substituto fálico para indiví-
duos desajustados sexualmente.
Detalhes não essenciais. A folhagem é frequentemente desenhada empregando
sombreamento e, às vezes, com detalhe cuidadoso; um sistema de galhos e a casca
da árvore são comuns. Quando a casca é desenhada facilmente uma interação bem
equilibrada está implicada, enquanto que a casca desenhada com linhas muito pesa-
das e consistentes reíleiem a presença de ansiedade. A casca que é desenhada
meticulosa e cuidadosamente sugere que o indivíduo possa estar compulsivamente
muito preocupado com sua relação com o ambiente presente (Figura 7b). Cicatrizes
desenhadas no tronco devem ser investigadas durante o Inquérito Posterior ao Dese-'
nho (Figura 12b).
As folhas podem ser cosméticas ou funcionais. Como enfeites (cosméticas), elas
decoram e cobrem o esqueleto da árvore. Funcionalmente, elas servem para estabe-
lecer o contato mais imediato e direto com o ambiente. Folhas desenhadas meticulo-
sa e cuidadosamente são sinais de características obsessivo-compulsivas.
51
- H-T-P - Manual e Guia de Interpretação
52
E
Amo
Interpretação
uma árvore com tronco unidimensional e galhos unidimensionais tortuosos, que não
formam um sistema.
A maior parte dos desenhos da árvore são pelo menos bidimensionais. Galhos
bidimensionais desenhados como dedos ou bastões e com organização limitada im-
plicam forte hostilidade. Galhos bidimensionais fálicos sugerem o temor de castra-
ção. Galhos desenhados em duas dimensões, mas sem fechamento nas extremidades,
indicam falta de controle na expressão dos impulsos (Figura 12b).
Uma árvore com forma de um buraco de fechadura, sem linhas fechando a base
circular, com estrutura circular, sem sombreamento dos galhos e sem linha fechando
a base do tronco reflete fortes tendências oposicionistas. É como se o indivíduo dis-
sesse, “Eu vou desenhar com o mínimo que eu puder para fazer uma árvore reconhe-
cível” A árvore “Nigg's” é como a árvore buraco de fechadura, exceto pelo fato de sua
copa não ser sombreada, possuir bordas como dentes de serra que de certa forma
lembram as bordas serrilhadas de um quebra-nozes. Essã árvore é geralmente pro-
duzida por indivíduos de personalidade rígida e compartimentalizada.
Sombreamento do detalhe. O sombreamento é mais frequentemente usado na
árvore do que na casa ou na pessoa. À estrutura de galhos da árvore e a folhagem
são geralmente indicadas por sombreamento total; a casca da árvore é normalmente
representada com sombreamento parcial. “Sombras brancas” são uma estratégia rara,
que sugere pensamentos esquizóides, em que os galhos são indicados como tendo
partes dos galhos bidimensionais mostradas através do espaço branco, e sem que a
área das folhas seja realmente desenhada, dando ao próprio espaço uma sugestão
de solidez. Quando os galhos forem indicados sem o uso de sombreamento, tendên-
cias oposicionistas podem estar presentes.
Seguência do detalhe. A árvore é normalmente desenhada pela produção do
tronco, de um sistema de galhos e, depois da folhagem; ou fazendo a parte superior
da árvore, os galhos (com ou sem indicações de sombras), depois o tronco e a base
do tronco. Uma sequência do desenho da árvore que indica desajustamento é aquela
em que o.indivíduo começa fazendo de uma forma adequada, mas termina dese-
nhando galhos unidimensionais ou bidimensionais de forma vaga, sem apagar a pro-
dução original.
Patologia é indicada se dois galhos bidimensionais forem desenhados, um abaixo
do outro (à esquerda) começando do topo da árvore, seguido de galhos parecidos à
direita, mas que não se unem entre si ou ao tronco. As duas linhas do tronco, não
unidas no topo ou na base, e que não tocam os galhos são, então, desenhadas,
seguidas dé uma linha periférica unindo as pontas externas dos galhos.
Ênfase no detalhe. Ênfase exagerada nos galhos do lado esquerdo da árvore
pelo número e/ou tamanho sugerem um desequilíbrio da personalidade ocasionado
por uma forte tendência de busca de satisfação emocional direta e imediata. Ênfase
exagerada no lado direito sugere desequilíbrio produzido também por uma forte ten-
dência a evitar ou adiar satisfação emocional e a procurar satisfação através do esfor-
ço intelectual. Por outro lado, simetria absoluta na estrutura dos galhos implica
sentimentos de ambivalência e incapacidade em aceitar dominância para qualquer
forma de ação.
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
Adequação da Cor
Os galhos
Os troncos das árvores tendem a ser desenhados em marrom ou preto.
amarelo, ver-
são geralmente desenhados em marrom e preto; a folhagem em verde,
em verme-
melho, marrom e preto; as frutas em vermelho, amarelo e verde; e as flores
lho, laranja, azul e violeta.
comumente, os galhos ou as raizes são vistas como mortas ou partes mortas. Galhos
mortos parecem expressar a crença do indivíduo de que muita frustração foi produzi-
da apenas por fatores extrapessoais do ambiente. Às vezes, um galho morto repre-
senta um trauma físico ou psicológico, e a localização do galho ao longo do tronco
pode indicar a idade relativa em que o trauma ocorreu. Raízes mortas implicam dese-
quilíbrio ou desintegração intrapessoal com o início de uma séria perda de contato
com a realidade. Um indivíduo que desenha a árvore com um tronco morto revela uma
severa perda de controle do ego.
A pergunta sobre há quanto tempo a árvore está morta permite determinar a im-
pressão do indivíduo da duração de seu desajustamento, o que geralmente não coin-
cide com a data fornecida na história do paciente. Quando o indivíduo especifica uma
data deve-se determinar o evento que fixou a data tão firmemente em sua memória.
Como na questão 28, às vezes o indivíduo irá dizer que uma parte da árvore está
morta por ter perdido suas folhas no inverno. Perguntar se.a parte que esta morta
voltará a viver um dia pode ajudar a determinar se é este o caso.
30. Para você esta árvore parece mais um homem ou uma mulher? Em geral,
pinheiros ou abetos são vistos como masculinas; bordos e árvores frutíferas como
femininas. Para crianças, esta questão traz a identificação da árvore com pai, a mãe
ou outra pessoa com quem a criança se identifica.
31. O que nela lhe elá esta impressão? O sexo atribuído à árvore parece ser nor-
malmente determinado por características, tais como a forma, a força, a aspereza, a
graciosidade, a fragilidade, etc. Algumas vezes, entretanto, certos aspectos da árvore
são vistos como partes correspondentes específicas da figura humana. Os longos
galhos de uma sempre-viva lembraram a um indivíduo o cabelo de sua mãe. Uma
pequena garota desajustada afirmou explosivamente que ela viu o punho de seu pai
no meio da estrutura dos galhos de uma árvore de bordo, “Exatamente como ele
costumava levantá-lo para bater em minha mãe!”
32. Se ela fosse uma pessoa ao invés de uma árvore para onde ela estaria virada?
Como a árvore não tem frente, lado e nem costas, exceto como vista pelo óbservador,
a resposta do indivíduo a esta pergunta é uma projeção de sua relação com o ambiente.
A resposta pode também revelar a atitude de pessoa representada pela árvore em
relação ao indivíduo.
33, Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores? Respostas a essa ques-
tão não são muito significantes, a não ser que tenham forte carga emocional. Sentimen-
tos de isolamento e/ou uma necessidade de associação com outros são frequentemente
estimulados aqui.
34. Quando você olha para esta árvore, você tem a impressão de que ela está
acima, abaixo ou no mesmo nível do que você? Para alguns indivíduos, uma árvore
desenhada crescendo no topo de uma colina simboliza esforço tenso em relação a:
um objetivo distante e talvez inatingível. Para outros, reflete necessidade de autono-
mia e domínio. Para muitos, uma árvore desenhada parcialmente protegida por um
montanha indica uma necessidade de proteção e auxílio. Uma árvore desenhada
claramente abaixo do observador quase invariavelmente conota depressão de hu-
mor, bem como um sentimento de inferioridade.
55
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
35. Como está o tempo neste desenho? (Período do dia e ano; céu; temperatura)
Supõe-se que a árvore expressa um sentimento consciente ou subconsciente do
self do indivíduo em relação ao ambiente. Uma vez que as forças externas que
afetam uma árvore viva são amplamente metereológicas, não é surpreendente que
muitos indivíduos sejam capazes de expressar simbolicamente seus sentimentos
de que seu ambiente é protetor e amigável ou opressor e hostil. Os indivíduos po-
dem descrever condições de tempo desagradáveis em detalhe, apesar da ausência
de qualquer representação de tais condições no desenho. À significação que o tem-
po descrito tem para o indivíduo deve ser explorada. Obviamente, O significado de
um tempo frio, por exemplo, não será o mesinio para alguém que o prefira, em
relação a outro que não.o faça. Crianças pequenas geralmente preferem a neve
porque gostam de brincar nela.
36. Há algum vento soprando? Mostre-me ém que direção ele está soprando.
Que tipo de vento é este? O vento simboliza sentimentos-de- pressão de forças
ambientais, pessoais ou situacionais. Um jovem adulto com uma neurose severa
respondeu: “É a calma antes da tempestade.” Para a pergunta do examinador: “A
tempestade irá danificar a árvore?” foi obtida a resposta, “Não, eu acho que não. É
a tranquilidade antes da guerra atômica. Não irá destruir a árvore; apenas o cachor-
ro.” O indivíduo reiterou várias vezes que a sua árvore, obviamente um auto-retrato,
representava a “Beleza"ãeo cachorro, que estava farejando o tronco da árvore,
om
emerge
significava o “Homem”, '
Normalmente o vento é descrito como soprando horizontalmente da esquerda para
a direita. Isso revela, na ausência de intensidade incomum, a tendência do campo psi-
cológico de locomoção do passado (esquerda) para o futuro (direita). Ventos que têm
intensidade acima da média e que desviam da direção convencional parecem ser signi-
ficativos; um indivíduo muito perturbado, por exemplo, afirmou que o vento estava so-
prando em todas as direções simultaneamente. Ventos descritos como soprando do
chão para o alto da árvore, cruzando a página diagonalmente para cima, simbolizam
um forte desejo de escapar da realidade. O inverso se aplica a ventos ditos como so-
prando diagontalmente de um canto superior para o inferior oposto (e a conotação tem-
poral, esquerda para passado, direita para futuro, parece se manter). O vento descrito
como soprando da direita para esquerda pode indicar uma tendência a regredir sob
pressões ambientais ou intrapessoais. Indivíduos narcisistas podem descrever O vento
como soprando “em minha direção”.
A descrição do indivíduo da velocidade, umidade e temperatura do vento pode ser
reveladoras. Um vento descrito como soprando com grande força, muito úmido, muito
seco, muito quente, muito frio ou alguma combinação desse tipo, sugere que O indivi-
duo sofre pressões dolorosas de uma ou mais fontes ambientais. O grau da pressão
sentida presumivelmente corresponde ao grau de variação em relação a-um estado
de tempo calmo. Isto pressupõe, é claro, que a resposta não seja apenas uma descri-
ção do tempo na hora do exame.
37. O que esta árvore faz você lembrar?
38. O que mais? Assim como para os ouiros desenhos, a qualidade destas associa-
ções deve ser observada de acordo com o seu tom positivo ou negativo.
56
Va
Interpretação
39. Esta árvore é saudável? O que nela lhe dá essa impressão? Os indivíduos têm
expressado imagem corporal, sentimentos de inadequação, isolamento, pressões am-
bientais, etc., mais facilmente nos comentários sobre a árvore do que nos relativos à
pessoa, aparentemente, porque a árvore não desperta fortes sentimentos de identifica-
ção ou nem muitas associações conscientes ou tão próximas do nível da consciência
como a pessoa. Logicamente, uma resposta negativa pode apenas indicar uma preocu-
pação do indivíduo acerca de sua saúde ou da saúde da pessoa que a árvore representa.
40. Esta árvore é forte? O que nela lhe dá essa impressão? Saúde e força são
duas qualidades diferentes para muitas pessoas. A presença de saúde não implica,
necessariamente, presença concomitante defórça ou vice-versa. À resposta indica a
estimativa do indivíduo da sua própria força do ego.
Quando a estrutura da raiz da árvore não for desenhada, o examinador deve pedir
ao indivíduo para desenhar, já que ela pode representar sua visão da força e da
qualidade dos aspectos da personalidade teorizados comô estando abaixo do nível
consciente.
41. De quem esia árvore faz você lembrar? Muitas vezes, estes são indivíduos
com quem o cliente se identifica fortemente.
42. Do que esta árvore mais precisa? Por que? Respostas claras comumente ex-
pressam simbolicamente as necessidades do indivíduo de afeto, proteção, seguran-
ca e boa saúde. Respósfas como “luz do sol” ou “água” são frequentes e devem ser
consideradas como particularmente significativas.
43. Alguém já machucou esta árvore? Como? Essas respostas costumam indicar
o grau em que o indivíduo sente-se agredido pelo ambiente. A localização do ferimen-
to pode ser informativo. Ferimento na raiz implica uma ameaça à capacidade funda-
mental do indivíduo de se manter em contato com a realidade; ferimentos nos galhos
podem indicar obstáculos à obtenção de satisfação bem sucedida por um indivíduo
cujos processos de pensamento estão basicamente intactos.
44. Seisto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer objeto desenhado separado
da árvore), quem ele poderia ser? Da mesma forma que nos outros desenhos, o
examinador deve observar a qualidade destas associações, bem como seus signifi-
cados positivos ou negativos para o cliente.
| PESSOA |
1
57
H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
CEE
Proporção
Uma diferença acentuada de proporções entre o lado esquerdo e o direito da pes-
soa sugere confusão no papel sexual, especificamente, e desequilíbrio da personali-
dade, em geral.
Indivíduos desajustados que colocam ênfase indevida na inteligência ou na fanta-
sia como uma fonte de satisfação geralmente desenham uma cabeça muito grande.
Cabeças desproporcionalmente pequenas são desenhadas por indivíduos obsessivo-
compulsivos e podem representar uma negação do lugar de pensamentos dolorosos
e sentimentos de culpa. Olhos pequenos conotam um desejo de ver o mínimo possí-
vel. Uma boca muito grande implica erotismo oral e/ou tendências agressivas orais.
Um pescoço longo e fino sugere características esquizóides.
Um tronco desproporcionalmente grande implica a presença de muitos impulsos
insatisfeitos que o indivíduo pode sentir intensamente (Figura 19c). Um tronco des-
proporcionalmente pequeno sugere uma negação de impulsos do corpo e/ou sen-
timenios de inferioridade. Um tronco comprido e estreito carrega conotações
esquizóides. O tamanho do ombro é um indicador do sentimento de força básica ou
poder, tanto físico como psicológico. Ombros desproporcionalmente grandes revelam
sentimentos de força ou muita preocupação acerca da necessidade de força ou poder
(Figura 18c), enquanto que ombros muito pequenos implicam sentimentos de inferio-
ridade. Desigualdade no tamanho dos ombros sugere desequilíbrio da personalidade.
Braços muito longos implicam esforço para ambição exagerada, enquanto braços
muito curtos conotam a ausência de esforço (Figura 19c). Braços largos sugerem um
sentimento básico de força para luta; braços finos retratam sentimentos de fraqueza.
Mãos grandes implicam impulsividade e falta de capacidade nos aspectos mais refi-
nados do convívio social (Figura 15c). Mãos pequenas sugerem uma relutância para
estabelecer contatos mais íntimos e refinados na convivência psicossocial.
Pernas desproporcionalmente longas conotam um forte esforço para autonomia,
enquanto pernas muito curtas implicam sentimentos de constrição. Disparidade no
tamanho das pernas sugere ambivalência relacionada ao esforço para autonomia ou
independência. Pés muito grandes indicam necessidade de segurança e sugerem
uma necessidade de demostrar virilidade. Pés desproporcionalmente pequenos im-
plicam constrição e dependência (Figura 190).
Perspectiva
Margens da página. Se as pernas forem cortadas pela margem inferior da página,
o sentimento de falta de autonomia do indivíduo é provavelmente quase esmagadora.
Quando às pernas forem desenhadas cortadas pelo papel, o clínico deve descobrir
qual seria a extensão. da perna para.baixo da borda inferior da folha.
Relação com o observador. A pessoa é raramente desenhada como acima do
observador. Quando isto ocorrer, a significação parece ser a de que o indivíduo dese-
ja manter-se afastado do convívio social ou sente-se oprimido e dominado pela pes-
soa representada.
Posição. Uma pessoa desenhada totalmente de frente, sem sugestão de profun-
didade e os braços completamente estendidos em ângulo reto com o tronco, implica
“e
58
pr
- Interpretação
Detalhes
Deialhes essenciais. À pessoa deve ter uma cabeça, um tronco, duas pernas e
dois braços, a não ser que apenas um deles possa ser visto ou que a ausência seja
59
fil
- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
explicada de algum modo, como por uma amputação, por exemplo. Os traços faciais
devem incluir dois olhos, um nariz, uma boca e duas orelhas, a não ser que a posição
seja tal que as orelhas não possam ser vistas, ou sua ausência seja explicada verbal-
mente como por uma mutilação.
Considera-se que a cabeça representa a área de inteligência, controle e fantasia.
Os olhos, receptores de estímulo visual, são talvez os detalhes mais reveladores da
constelação facial. Eles são normalmente os primeiros detalhes faciais desenhados
pelas crianças pequenas. Olhos desenhados como buracos ocos, sem nenhuma ten-
tativa de indicar a íris ou a pupila, implicam uma forte evitação de estímulos visuais
desagradáveis (Figura 8c). Um indivíduo exprimiu uma tendência de excluir estímulos
visuais e procurar satisfação na fantasia desenhando os olhos de sua pessoa virados
para dentro. No Inquérito Posterior ao Desenho, ele comentou que estava olhando a
si mesmo pensar. Omissão completa de olhos é patológica e deve se suspeitar da
presença de alucinações visuais. Omissão das orelhas pode indicar a presença de
alucinações auditivas, embora as orelhas sejam frequentemente omitidas por indiví-
duos retardados bem ajustados. A boca, presumivelmente a receptora das sensa-
ções mais precoces de prazer, pode também ser um instrumento de agressão; esta
probalidade é aumentada com a presença de dentes (Figura 8c). Acredita-se que o
queixo seja um símbolo de masculinidade.
O tronco é a sede das necessidades e impulsos físicos básicos; a ausência do
tronco implica a negação de impulsos corporais (figura 5c). Os ombros expressam o
sentimento do indivíduo de força básica ou poder. Ombros bem desenhados, nitida-
mente arredondados, implicam uma expressão de poder bem equilibrada, branda,
flexível e estável. Ombros claramente quadrados conotam atitudes hostis e demasia-
damente defensivas (Figura 11c). Os braços são vistos como instrumentos de contro-
le ou para fazer mudanças no ambiente. A omissão dos dois braços implica um forte
sentimento de inadequação; tendências suicidas podem estar presentes e deve-se
suspeitar de um forte temor de castração. Esquizofrênicos tendem a desenhar braços
que se pargcem com asas, com penas curtas e largas em vez de dedos. Desenhar a
parte inferior do tronco — o local dos impulsos sexuais — causa grande dificuldade para
muitos indivíduos desajustados. A incapacidade de fechar a base da pélvis é um forte
indicador de patologia.
As pernas, como os instrumentos do corpo para locomoção, podem ser considera-
das como representando a visão que o indivíduo tem de sua autonomia dentro do
ambiente. A ausência de pernas sugere fortes sentimentos de constrição e provavel-
mente preocupações igualmente fortes de castração.
Detalhes não essenciais. Um pescoço, mãos, pés, cabelo e roupas são normal-
mente incluídos no desenho da pessoa. O pescoço, unindo a cabeça (área do contro-
le) ao corpo (considerada área dos impulsos), é um indicador da coordenação entre a
cabeça e o corpo. Omissão de uma linha do queixo na representação da pessoa toda
de frente ou uma linha na base do pescoço em perfil implicam um preocupante fluxo
livre dos impulsos básicos do corpo com uma provável falia de controle adequado.A
mesma significação é ainda mais forte quando todo o pescoço for omitido. Nesses
60
- Interpretação
61.
- H-T-P — Manual e Guia de Interpretação
podem estar expressando fortes desejos para ouvir distintamente aquilo que eles
sentem que os outros estão dizendo sobre eles. Pouca ênfase nas orelhas pode indi-
car um desejo de impedir a entrada da crítica. A ênfase exagerada no queixo implica
'a necessidade de domínio social; pouca ênfase indica um sentimento de impotência
social.
A linha da cintura pode ser considerada a coordenadora dos impulsos de poder
(parte superior do tronco) e dos impulsos sexuais (parte inferior do tronco). Ênfase
exagerada na cintura, normalmente expressa pela dificuldade em desenhar um cinto
ou por um cinto muito sombreado, implica forte conflito entre a expressão e o controle
dos impulsos sexuais. Ênfase nos joelhos ou nas nádegas de uma pessoa masculina
desenhada por um indivíduo do sexo masculino pode indicar a presença de fories
impulsos homossexuais. Muito detalhamento dos pés, como atenção minuciosa aos
laços do sapato, aos dedos do pé, etc., sugere características obsessivas com um
forte componente narcisista-exibicionista (Figura 100). =
A ênfase em certos itens da roupa parecem ter implicaçõ es específicas. Muita
ênfase no cinto implica preocupação e interesse sexual excessivo. Muita ênfase na
gravata conota preocupação fálica e sentimentos de impotência. Uma multiplicidade
de botões sugere regressão ou, quando desenhada por uma criança, forie dependên-
cia à mãe. .
Qualidade da Linha. Enitase nas linhas periféricas da cabeça sugere fortes esfor-
ços para a manter o controle frente a fantasias perturbadoras e ideação obsessiva ou
alucinatória.
Adequação da Cor
As cores típicas usadas para a pessoa são o preto e o marrom para O contorno;
preto, marrom, amarelo e vermelho para OS cabelos; azul, marrom e preto para os
marrom,
olhos; vermelho e preto para os lábios; preto e marrom para ternos; e preto,
verde, vermelho e azul para os sapatos.
4
Inquérito Posterior ao Desenho
45. Esta pessoa é um homem ou uma mulher (menino ou menina)? Um indivíduo
que afirma que uma figura obviamente feminina em roupas masculinas é um homem,
ou que uma figura obviamente masculina de vestido é uma mulher, confirmará verbal-
mente a impressão já criada pelo desenho, isto é, de que o indivíduo manifesta
contusão e indecisão no papel sexual que pode ser patológica. Indivíduos muito fe-
chados ou altamente perturbados frequentemente dizem que a pessoa é do sexo
oposto do que foi representado. Este tipo de falha no teste da realidade é sempre
patológica. -. o.
46. Quantos anos ele (a) tem? O objetivo principal desta pergunta é descobrir O
quanto a idade aparente da pessoa desenhada se aproxima da idade atribuída pelo
indivíduo. Ocasionalmente, a idade estabelecida representa a idade sentida pelo indi-
víduo em vez da idade cronológica.
47. Quem é ele (a)? Essa tentativa brusca para determinar a identidade da pessoa
desenhada é respondida muitas vezes com: “Eu não sei”. Frequentemente O indi-
62
Interpretação
víduo irá mais tarde identificar a pessoa durante o questionamento direto. Muitas
vezes a pessoa será identificada posteriormente como alguém diferente e o desenho
pode, na verdade, representar uma combinação de pessoas diferentes.
48. Ele (ela) é um parente, um amigo ou o que? Esta pergunta pode ajudar a
estabelecer a valência positiva ou negativa que a pessoa identificada apresenta para
o indivíduo.
49. Em quem você estava pensando enquanto estava desenhando? Em alguns
casos, o indivíduo nomeado aqui não é aquele que foi dito representar a figura. A
resposta “Ninguém” não é necessariamente evasão ou falsificação, uma vez que o
indivíduo pode não ter pensado conscientemente em alguém durante a produção do
desenho.
50. O que ele (a) está fazendo? Onde ele (a) está fazendo isso? Esta pergunta
tenta determinar o quanto a ação aparente da pessoa desenhada se aproxima da
descrição verbal do indivíduo. A questão pode, também, estimular sentimentos de
pressão ou compulsão. As ações descritas pelo indivíduo, bem como aforça e o grau
em que elas estão de acordo com a representação gráfica, podem ser altamente
significativas. A ausência de movimento não indica necessariamente patologia; a menos
que ela seja rígida, excessivamente controlada e essencialmente defeituosa.
51. O que ele (a) esiá pensando? Esta pergunta pode estimular evidências de
pensamentos obsessivos e/ou alucinatórios do indivíduo. Se o indivíduo vê a pessoa
desenhada como um auto-retrato, ele revelará muitas vezes neste ponto sentimentos
bem desenvolvidos de culpa, raiva, confusão ou ressentimento. Se o indivíduo vê a
pessoa desenhada como alguém mais, os pensamentos expressos podem represen-
tar o que esta pessoa pensa dele.
52. Como efe se sente? Por que?À resposta a esta pergunta normalmente parece
expressar os sentimentos do indivíduo em relação à situação que envolve a pessoa
desenhada. A pergunta pode, também, fornecer estímulo suficiente para produzir
comentários diretos referentes aos sentimentos do indivíduo em relação às condições
do presente ou a assuntos que ele ainda não foi capaz de discutir. Às vezes, a respos-
ta “feliz” é, simplesmente, uma evasão.
53. Em que esta pessoa faz você pensar ou lembrar?
54. Em que mais? Essas perguntas provocam associações sobre a pessoa dese-
nhada e sobre relacionamentos interpessoais em geral.
55. Esta pessoa está bem? Para indivíduos que usam doenças como formas de
fuga, esta pergunta costuma estimular descrições detalhadas de queixas somáticas.
Indivíduos com problemas psicossomáticos dificilmente responderão afirmativamen-
te a esta questão; enquanto que aqueles que fingem ser doentes responderão que
sim. Em alguns casos, a questão libera hostilidade anteriormente reprimida contra a
pessoa representada no desenho.
56. O que nele (a) lhe dá essa impressão? indivíduos com capacidade intelectual
limitada costumam dizer que a figura parece bem porque ela não parece doente.
57. Esta pessoa está feliz? Esta questão muitas vezes precipita expressões de quei-
xas, medos e ansiedades que tenham sido parcial ou totalmente reprimidos. Às vezes
ela gera comentários hostis sobre a pessoa representada no desenho. Uma resposta
afirmativa pode ser uma evasão.
H.T-P — Manual e Guia de Interpretação
58. O que nele (a) lhe dá essa impressão? Muitos indivíduos são compelidos a valer-se
de seus sentimentos sobre si mesmos para responder a essa questão satisfato-
riamente.
59. A maioria das pessoas é assim? Por que? Esta pergunta tenta estabelecer se os
sentimentos do indivíduo em relação à pessoa, particularmente se eles forem
desagradáveis ou hostis, são generalizados nas relações interpessoais. A per-
gunta seguinte “Por que” pode trazer muita informação referente à simpatia e
empatia do indivíduo.
60. Você acha que gostaria desta pessoa?
61. Por que? Um indivíduo que se sente maltratado pode lançar-se veementemente
em defesa dessa pessoa. É improvável que os narcisistas respondam negativa-
mente a esta questão.
62. Como está o tempo neste desenho? (período do dia e ano; céu; temperatura)
Raramente o indivíduo desenhará detalhes que indicam otempo, tais como pin-
gos de chuva ou flocos de neve no desenho da pessoa. Portanto a representação
gráfica do tempo exige cuidado no inquérito posterior ao desenho, e presume-se
que seja altamente significativa. A projeção do tempo na figura descreve a visão
do indivíduo sobre as relações ambientais e interpessoais.
63. De quem esta pessoa o faz lembrar? Por que? Esta pergunta pode trazer a primei-
ra identificação franca fá'pessoa. Por outro lado, o indivíduo nomeado aqui pode
ser a quinta pessoa nomeada pelo sujeito como representada pelo desenho. En-
quanto tal multiplicidade de identificação é rara, não é incomum que a figura da
pessoa represente, no mínimo, duas pessoas — o indivíduo e alguém mais de
significado particular para ele. A explicação do porquê a pessoa desenhada o faz
lembrar de alguém além do primeiro nome dito é, geralmente, reveladora.
64. Do que esta pessoa mais precisa? Por que? Frequentemente, o indivíduo usa o
pronome na primeira pessoa do singular para responder a esta pergunta. As ques-
tões de “necessidades” estão entre as mais produtivas do inquérito posterior ao
desenho. As necessidades podem ser expressas direta, simbolicamente, ou am-
bas e podem abranger desde as totalmente físicas às psicológicas mais abstratas.
65. Alguém já machucou essa pessoa? Como? Experiências traumáticas em relacio-
namentos com os outros geralmente são reveladas na resposta a esta pergunta.
66. Se “isto” fosse uma pessoa ao invés de (qualquer coisa desenhada separada da
pessoa principal), quem seria? Para todos os desenhos, as respostas a esta ques-
tão são importantes tanto pelo seu tom negativo ou positivo como pela qualidade
das associações produzidas.
67. Que tipo de roupa esta pessoa está vestindo? Quanto maior a discrepância entre
aparência objetiva do desenho e a descrição da roupa usada pela pessoa, menor
é a compreensão da realidade pelo indivíduo. O tipo de roupa pode fornecer-
insigth sobre as necessidades do indivíduo. Por exemplo, o uniforme de um gene-
ral sugeriria necessidades de status e poder. A completa falta de roupa pode
indicar um sentimento de desamparo e exposição, ou fortes tendências narcisis-
tas e exibicionistas. Isso pode, também, expressar um desejo de degradar algu-
ma outra pessoa ou de colocá-la em uma posição embaraçosa.
64
- Interpretação
68. (Peça para o cliente desenhar um sol e uma linha de solo em cada desenho)
Suponha que o sol seja uma pessoa que você conhece — quem seria?À resposta
a esta pergunta em cada desenho pode identificar as fontes de calor humano
para o indivíduo. Entretanto, se o sol desenhado for muito grande, então as
pessoas aqui identificadas poderão ser aquelas que são percebidas pelo indiví-
duo como dominadoras. Se ninguém for identificado, o indivíduo pode apresentar
extrema dificuldade de identificação com os outros.
eme
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