Você está na página 1de 47

Introdução ao

projeto mecânico
Prof. Carlos Frederico de Matos Chagas

Descrição

O estudo das diversas variáveis e fatores envolvidos em um projeto mecânico, bem como a relação destas com as
tomadas de decisões.

Propósito

Compreender os principais conceitos relativos ao projeto mecânico, identificando as fases de um projeto, os


principais materiais utilizados, os conceitos de fator de projeto, fator de segurança e os aspectos econômicos, a
fim de identificar a relação entre esses fatores e a viabilidade técnica econômica do projeto.

Objetivos
Módulo 1

Introdução ao projeto mecânico


Reconhecer os principais conceitos, definições e fases relativos ao projeto mecânico.

Módulo 2

Materiais de engenharia

Identificar os principais materiais de engenharia e comparar suas propriedades.

Módulo 3

Projeto mecânico X produção


Identificar os fatores econômicos, estabelecendo relação com diversos aspectos e viabilidade técnico-
econômica de um projeto.

Módulo 4

Fatores de projeto e segurança


Reconhecer o conceito de fator de projeto e fator de segurança em um projeto mecânico.

meeting_room
Introdução
Antes de começar, conheça as características de um projeto mecânico no vídeo a seguir.
1 - Introdução ao projeto mecânico
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os principais conceitos, definições e fases
relativos ao projeto mecânico.

Vamos começar!

video_library
Fases e iterações no processo de projeto
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.
Fases do processo de projeto
No passado, os projetos mecânicos eram bem característicos e exigiam conhecimentos para o projeto de peças e
sua montagem para a formação de um sistema mecânico. A partir da evolução tecnológica e da crescente
substituição de componentes analógicos por microprocessadores, convivemos com a era da mecatrônica.

Exemplo

A evolução tecnológica trouxe dispositivos como: câmeras, fotocopiadoras de escritório, carros, aviões, dentre
outros.

O que torna difícil o projeto desses dispositivos é a necessidade de domínio do conhecimento em áreas
claramente diferentes.

Ainda assim, por mais que a eletrônica passe a ser o núcleo dos dispositivos, quase todos os produtos exigem
funções mecânicas e a correspondente interface com humanos. Além disso, a fabricação e a montagem desses
produtos requerem máquinas com elementos mecânicos. Sendo assim, o conhecimento do projeto mecânico
ainda é fundamental para o sucesso de qualquer produto com interface com o ser humano.

Um projeto tem por finalidade atender uma necessidade ou solucionar um problema, seja
por meio de um produto ou de um serviço. Para isso, é necessário planejar o processo
para a conclusão bem sucedida do projeto.

Esse processo consistirá em diversas etapas que resultarão na tomada de decisão com base nos seguintes
fatores:

Conhecimento técnico;

Restrições existentes (econômicas, espaciais, ambientais);

Informações conhecidas sobre a necessidade ou problema a ser resolvido;

Qualificação e experiência profissional dos membros da equipe de projeto.

Em projetos com elevado grau de complexidade, é provável que haja necessidade de aprimoramento das soluções
apresentadas, até que todas as restrições sejam atendidas, caracterizando a iteratividade do processo. Nesse
cenário, a capacidade de comunicação é fundamental para o completo entendimento do problema e das condições
de contorno pela equipe de projeto.

Durante as atividades de um projeto mecânico, as ideias são transformadas em um produto (sistema mecânico).
Esse produto, a despeito de sua complexidade, é o resultado de um processo que combina pessoas e seus
conhecimentos, ferramentas e habilidades. O processo de projeto é a organização e a gestão de pessoas e das
informações para o desenvolvimento de um produto que atenda a uma dada necessidade.

A imagem a seguir apresenta o fluxograma de um processo de projeto. Veja:

Levantamento das necessidades e definição do problema

Identificação da necessidade
O processo de projeto começa com a identificação de uma necessidade, de um problema ou com o
reconhecimento de um mercado potencial para um produto, dispositivo ou serviço. Muitas das vezes, a
necessidade não é clara e evidente. Nesses casos, identificar e descrever a necessidade é uma tarefa difícil que
demanda imaginação, criatividade e bom senso, pois a descrição da necessidade deve ser a mais clara e objetiva
possível, evitando ser vaga.

Exemplo
Se dissermos que o projeto de um aparelho de ar condicionado necessita ser melhorado, sabemos que algo a
respeito desse produto não está agradando, mas não temos uma ideia clara da necessidade ou problema que
devemos abordar. Se, por outro lado, dissermos que o aparelho é excessivamente barulhento, temos um bom ponto
de partida para começarmos o processo do projeto.

As necessidades, inicialmente, não estão atreladas a um produto específico que possamos desenvolver. A equipe
de projeto deve ser capaz de identificar as necessidades do cliente sem saber se ou como irá atender a essas
necessidades.

Comentário
Observe que escolhemos usar a palavra necessidade para rotular qualquer atributo de um produto potencial
desejado pelo cliente; aqui, não fazemos distinção entre um desejo e uma necessidade.

Outros termos usados na prática industrial para se referir às necessidades do cliente incluem atributos do cliente e
requisitos do cliente (ULRICH; EPPINGER, 2016).

Uma boa técnica para descrever uma necessidade é sempre se concentrar no “O QUE” se pretende do sistema, não
no “COMO” o sistema deve realizar determinada função. É importante levantarmos a necessidade segundo a visão
do cliente e não influenciarmos, ou mesmo nos deixarmos levar para uma solução ainda nesta fase. É importante
que tenhamos em mente: o importante nesta etapa é “O QUE”. A adesão a esse princípio deixa a equipe de
desenvolvimento com máxima flexibilidade para gerar e selecionar conceitos de produtos.

Definição do problema
A descrição da necessidade, geralmente, não é suficientemente detalhada. Cabe à equipe de projeto, consultando o
cliente, definir o problema a ser resolvido.

Para isso, deve-se seguir os passos abaixo:

1. Levantar os requisitos do projeto a ser concebido, incluindo as entradas e saídas;

2. Definir os recursos necessários;

3. Estabelecer limitação de custos;

4. Mensurar a quantidade a ser produzida;

5. Definir vida e confiabilidade esperada;

6. Verificar as condições ambientais;

7. Estipular limitações dimensionais e de peso;

8. Indicar as restrições relacionadas aos processos de fabricação, ou seja, qualquer variável que limite a
liberdade de escolha da equipe de projeto deve ser claramente identificada na definição do problema.

Outras informações sobre os aspectos relevantes do problema devem ser procuradas e reunidas nesta fase. Pode-
se fazer os seguintes questionamentos.

Este, ou um problema semelhante, já foi resolvido anteriormente?

Existe solução pronta disponível no mercado ou algo novo deve ser feito?

Existem publicações, patentes ou estudos sobre tecnologias ou produtos semelhantes que possam ser úteis?
Compreender o problema é uma base essencial para projetar um produto de qualidade. “Definir o problema”
significa traduzir os requisitos dos clientes em uma descrição técnica do que precisa ser projetado.

Encontrar o problema “certo” a ser resolvido pode parecer uma tarefa simples; infelizmente, muitas vezes, não é.
Além de encontrar o problema certo para resolver, um problema ainda mais difícil e caro para a maioria das
empresas é a mudança de especificações.

Estima-se que 35% de todos os atrasos no desenvolvimento de produtos são causados


diretamente por essas mudanças.

Existem três fatores que causam mudanças nas especificações. Veja quais são eles a seguir:

Primeiro fator

Conforme o processo de projeto avança, mais é aprendido sobre o produto e, portanto, mais funcionalidades
podem ser adicionadas.

Segundo fator

Uma vez que o projeto leva tempo, novas tecnologias e produtos ficam disponíveis durante o processo. É uma
decisão difícil ignorar isso, tentar incorporar às evoluções ao projeto (ou seja, alterar as especificações) ou
começar tudo de novo (ou seja, decidir que os novos desenvolvimentos eliminaram o mercado para o que você
está projetando).

Terceiro fator

Uma vez que o projeto requer tomada de decisão, qualquer mudança na especificação causa uma necessidade de
analisar novamente as decisões que dependem dessa especificação. Mesmo uma mudança de especificação
aparentemente simples pode causar o redesenho de praticamente todo o produto. A questão é que, quando as
mudanças nas especificações se tornam necessárias, elas devem ser feitas de uma maneira controlada e
informada.

Enfim, a capacidade de se definir um bom conjunto de especificações de engenharia depende da capacidade da


equipe de projeto em definir o problema.
Na definição do problema, as necessidades devem ser traduzidas em especificações ou requisitos de projeto
mensuráveis.

Exemplo
Não podemos projetar uma porta de carro que seja “fácil de abrir” quando você não sabe o significado de “fácil”.
Essa facilidade desejada é medida pela força, tempo ou o quê? Se a força é o parâmetro crítico, então, o que seria
“fácil”? 20 N ou 40 N? A resposta adequada a essa questão faz toda a diferença para o sucesso do produto que
será maior, quanto mais cedo a conhecermos.

Síntese e análise e otimização

Síntese
Síntese é a fase do processo em que as ideias para atender a uma necessidade ou solucionar um problema são
traduzidas em diferentes produtos ou processos com potencial para oferecer soluções para o problema definido na
fase anterior. As diferentes alternativas propostas devem ser avaliadas quanto à solução do problema definido,
considerando os requisitos estabelecidos para o projeto.

Dica

Nesta fase, ferramentas como “brainstorming” são úteis para que a maior variedade de ideias possa ser
considerada e avaliada, para que as mais promissoras possam ser selecionadas.

Muitas vezes, mesmo com um grande número de soluções possíveis, é necessário retornar à definição do
problema, ou mesmo à identificação da necessidade, caso as propostas sejam técnicas ou economicamente
inviáveis.

Análise e otimização
Após a síntese, as soluções propostas devem ser matematicamente modeladas para que possam ser avaliadas
quanto ao seu desempenho a fim de serem classificadas.

Após essa classificação, as soluções podem ser descartadas ou otimizadas. Veja:

thumb_down
Desempenho não satisfatório
As alternativas que não apresentem desempenho satisfatório podem ser melhoradas ou descartadas, dependendo
da avaliação realizada para cada uma delas.

thumb_up
Desempenho satisfatório
Os conceitos que apresentam desempenho satisfatório são submetidos a uma avaliação para identificação de
possível oportunidades de melhoria, isto é, de otimização.

Sendo o desempenho considerado satisfatório, passamos para a etapa de otimização, que se caracteriza por
iterações que visam não somente analisar e otimizar um conceito apresentado, como, muitas vezes, retornar à
definição do problema para refinar o conjunto de requisitos. Finalmente, os melhores conceitos são comparados
para a escolha daqueles mais competitivos e com maior potencial para a solução do problema.

Síntese, análise e otimização são etapas do processo de projeto intimamente ligadas. Qualquer tipo de deficiência
ou inadequação na solução proposta identificada na fase de análise e otimização pode ocasionar o retorno à
síntese para otimização do conceito avaliado ou para a síntese de uma nova solução, o que pode se repetir até que
se obtenha uma solução adequada.

Avaliação e apresentação

Avaliação
Nesta fase, os protótipos das soluções escolhidas na fase anterior são produzidos e testados. Esta é a avaliação
final do projeto e visa certificar que o protótipo testado satisfaz os requisitos estabelecidos. Além disso, durante
esta fase, é preciso avaliar se o projeto é produzível, competitivo, economicamente viável, manutenível, confiável, e
assim por diante, segundo os critérios de projeto estabelecidos de acordo com a necessidade identificada.

Apresentação
Concluindo o projeto, é necessário que a informação a respeito seja completamente transmitida aos interessados.
Essa comunicação é realizada por meio de desenhos, modelos de computador, lista de materiais, instruções de
montagem e qualquer outra forma de comunicação que ajude na fabricação e utilização do produto.
Analisando as etapas que foram apresentadas, fica claro que o processo é iterativo, isto é, em qualquer das etapas,
pode ser necessário voltar a uma etapa anterior, desde a definição do problema até a avaliação de novas versões
que tenham sido desenvolvidas.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Analise as afirmações abaixo:

( ) Síntese é a etapa do projeto em que os requisitos do projeto são definidos.

( ) A identificação de necessidade é simples, pois a descrição da necessidade pode ser simples e vaga.

( ) Desde a identificação da necessidade até a apresentação do projeto, as etapas são estanques, ou seja,
terminada uma etapa, não se deve voltar a ela.

( ) Durante a etapa de definição do problema, deve-se buscar o maior volume de informações possíveis sobre
problemas semelhantes já solucionados.

( ) A etapa de comunicação é aquela em que a campanha de lançamento do produto no mercado é preparada.

Agora, assinale a opção que classifica corretamente as afirmativas acima em verdadeiras (V) e falsas (F).

A F–F–F–V–F

B F–V–F–V–F

C F–F–F–V–V

D V– F – F – V – F

E F–V–V–V–F
Parabéns! A alternativa A está correta.

A primeira alternativa é falsa, pois a síntese é fase do processo em que as ideias para atender a uma
necessidade ou solucionar um problema são traduzidas em diferentes produtos ou processos com potencial
para oferecer soluções para o problema.

A segunda afirmativa é falsa, pois, muitas vezes, a necessidade não é clara e evidente. Nesses casos,
identificar e descrever a necessidade é uma tarefa difícil que demanda imaginação, criatividade e bom senso,
pois a descrição da necessidade deve ser a mais clara e objetiva possível, evitando ser vaga.

A terceira afirmação é falsa, pois o processo de projeto é iterativo, exigindo que se volte a fases anteriores em
diversos momentos, a fim de se alcançar uma solução viável.

A quarta e última afirmação é verdadeira. Na fase de definição, o problema deve ser detalhado e todas as
informações relevantes, relacionadas ao problema, reunidas. A última alternativa é falsa, pois a fase de
comunicação envolve diversas outras atividades, como o envio dos desenhos, especificações, listas de
materiais.

Questão 2

Assinale a alternativa CORRETA sobre o processo de projeto.

O processo de projeto consiste em uma sequência ordenada de etapas em que não deve haver
A
iterações, isto é, concluída uma das fases, não se deve voltar a ela.

Um projeto tem por finalidade atender a uma necessidade ou solucionar um problema, seja por
B
meio de um produto ou de um serviço.

Para análise e otimização, não há necessidade de modelos matemático dos conceitos


C
propostos.

Na fase de definição do problema, a comunicação é feita por meio de desenhos,


D
especificações técnicas, listas de material, manuais de utilização e manutenção.
Na fase de identificação da necessidade, são levantadas as informações sobre projetos
E
semelhantes, são identificadas as restrições e levantados os requisitos do projeto.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Um projeto é motivado pela identificação de uma necessidade que pode ser atendida por um produto ou
serviço, de forma que o objetivo do projeto é conceber um produto ou serviço para atender a necessidade.

2 - Materiais de engenharia
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os principais materiais de engenharia e
comparar suas propriedades.

Vamos começar!

video_library
A seleção de materiais nos projetos mecânicos
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

A importância da seleção de materiais nos projetos


mecânicos
Sistema mecânico ou máquina é uma combinação de peças interligadas por meio de juntas, com movimento
definido e capaz de desempenhar funções desejadas. O manipulador da imagem a seguir é um exemplo de
sistema mecânico.

Manipulador de braço robótico

Princípios científicos, conhecimento técnico e imaginação são usados para desenvolver um sistema mecânico que
execute funções específicas com a máxima economia e eficiência. O projeto de sistemas mecânicos requer o
conhecimento das ciências básicas e de engenharia, como Física, Matemática, Engenharia Mecânica, Resistência
dos Materiais, Termodinâmica e Transferência de Calor, Vibrações, Mecânica dos Fluidos, Metalurgia, Processos de
Fabricação e Desenho Técnico.

No projeto de um sistema mecânico, cabe ao projetista determinar o movimento, as


forças e a transferência de energia envolvidos, de modo a determinar a geometria do
sistema (dimensões e formas) e selecionar os materiais adequados para cada elemento
da máquina.
A seleção do material é de fundamental importância em um projeto mecânico, pois, geralmente, os elementos da
máquina são projetados com base nas propriedades mecânicas do material – resistência à tração, dureza, rigidez,
massa específica, por exemplo – de modo que sejam capazes de suportar os esforços e as condições do ambiente
a que o sistema mecânico será submetido, tais como temperatura, umidade ou atmosfera corrosiva.

Resumindo

O material deve ser selecionado de maneira a garantir que os elementos de máquina do sistema realizarão as
funções para as quais foram projetados, nas condições de operação.

Nesse contexto, é preciso garantir que o material não apresentará deformação ou tensão que exceda os limites
admissíveis, não sofrerá desgaste em período de tempo inferior ao previsto no projeto, não sofrerá fluência,
flambagem ou falha por fadiga. Em outras palavras, todos os modos de falha possíveis nas condições de utilização
do sistema devem ser levados em consideração no momento de selecionar um material. Além das propriedades
mecânicas e dos possíveis modos de falha, fatores como peso, custo e confiabilidade devem ser considerados no
projeto de um elemento de máquina.

Ao projetar um sistema mecânico, o projetista deverá ter em mente a interação com o


ambiente e os demais elementos com os quais um elemento de máquina estiver ligado.

De acordo com Budynas e Nisbet (2016), no projeto da máquina, como em qualquer outro tipo de projeto, não há
um procedimento padrão ou regras rígidas a serem seguidos, mas as seguintes etapas são geralmente seguidas:

O problema a ser resolvido ou a finalidade desejada da máquina é completa e claramente declarada.

Os possíveis mecanismos que fornecerão o movimento ou conjunto de funções desejado são


selecionados.

As forças que atuam sobre cada elemento da máquina nas condições de operação são
determinadas.
O material mais adequado é selecionado para cada um dos elementos da máquina.

Os valores admissíveis de tensão e deflexão são determinados para cada elemento da máquina,
dependendo de seus requisitos materiais e funcionais.

O tamanho e a forma de cada elemento da máquina são determinados para que ele possa suportar
as cargas aplicadas sem falhas.

As dimensões dos elementos da máquina são modificadas considerando os aspectos de fabricação


e as funções desempenhadas.

A montagem e os desenhos detalhados da máquina são feitos com especificação completa dos
materiais e dos métodos de fabricação.

Ao mesmo tempo em que a geometria está sendo desenvolvida, é importante identificar materiais e técnicas de
produção e estar ciente dos requisitos de engenharia elencados quando o problema foi definido.

Seleção de material

Fatores que influenciam a seleção de material


Ao desenvolver um conceito do produto, podemos ter estabelecido requisitos sobre materiais, fabricação e
montagem. No mínimo, fizemos benchmarking a partir de dispositivos similares consagrados, estudando para o
que eles foram feitos e como eles foram produzidos.

Essas informações influenciam a consolidação do produto de várias maneiras, entenda cada uma dessas
influências a seguir.

Quantidade do produto a ser fabricado expand_more

A quantidade do produto a ser fabricado influencia fortemente a seleção dos processos de fabricação a
serem utilizados. Para um produto que terá apenas um exemplar, o uso de um processo que requer altos
custos de ferramentas não se justifica, pois encarecerá demasiadamente o produto. Como exemplo,
podemos citar a moldagem por injeção, processo em que o custo do molde é tão elevado que será o
componente determinante para o custo total de produção de qualquer quantidade produzida abaixo de
15.000 peças, via de regra (ULLMAN, 2010).

Conhecimento de materiais e processos usados expand_more

Uma grande influência na seleção de um material e de um processo de fabricação é o conhecimento de


materiais e processos usados previamente para aplicações similares. Esse conhecimento pode direcionar a
seleção para escolhas confiáveis, mas pode também obscurecer novas e melhores escolhas. Em geral,
sempre priorizando a segurança, especialmente quando o projetista é inexperiente, é melhor ser
conservador e seguir os projetos consagrados. Por exemplo, durante décadas, os motores de automóveis
eram feitos predominantemente de aço. Ainda hoje, o aço é largamente utilizado na fabricação de motores,
mas materiais como o alumínio são cada vez mais empregados a fim de melhorar a eficiência do sistema.
Ao estudar os dispositivos mecânicos existentes, adquira o hábito de identificar que tipo de material foi
utilizado para cada tipo de função desempenhada. Assim, pode-se reduzir a lista de materiais candidatos
para a seleção de uma determinada aplicação.

Conhecimento e experiência expand_more

O conhecimento e a experiência são uma grande influência na escolha dos materiais e dos processos de
fabricação, pois quanto mais limitados, mais trabalhoso será o processo de seleção. O conhecimento pode
ser ampliado incluindo vendedores ou consultores experientes na equipe de projeto.

Disponibilidade expand_more
Um fator a ser considerado na seleção de um material é sua disponibilidade. Para produtos com previsão
de fabricação de poucas unidades, deve-se priorizar materiais disponíveis “na prateleira”, isto é, materiais
fabricados rotineiramente devido a sua grande utilização. Devemos sempre considerar que a seleção de um
material específico com baixa disponibilidade no mercado para um projeto, provavelmente, exigirá uma
encomenda mínima ao fabricante, caso contrário, a produção pode não ser economicamente viável para o
fornecedor. Por exemplo, materiais metálicos são vendidos, em geral, somente em toneladas. Assim, caso a
produção prevista não consuma essa quantidade de material, o custo das peças pode ficar inviável.

Nos casos em que os requisitos do projeto demandam propriedades mecânicas que os materiais disponíveis no
mercado não podem atender, pode ser necessário voltar à etapa de síntese e elaborar um novo conceito, ou até
mesmo retornar à fase de definição do problema, a fim de adaptar o projeto às limitações tecnológicas existentes.

Algumas vezes, durante o projeto de um novo produto, os requisitos não podem ser
atendidos com materiais ou técnicas de produção existentes, não importa quantas
alterações se faça na definição do problema ou na geometria do projeto. Essa situação
dá origem ao desenvolvimento de novos materiais e processos de fabricação.

Até recentemente, o pensamento de projetar os materiais e processos para atender às necessidades de projeto do
produto significava adiar o projeto para que o material ou a tecnologia de produção pudesse atingir a maturidade.
Entretanto, os recentes avanços no conhecimento de materiais metálicos e plásticos permitiram, até certo ponto, o
uso de materiais e processos sob demanda.

Durante o projeto, a especificação do material e dos processos de produção selecionados evoluirá junto com o
projeto, conforme o seguinte fluxo:

Amadurecimento de uma solução.

Definição de um layout.

Estabelecimento dos detalhes.


Refinamento de materiais e técnicas de produção.

O processo de refinamento do material e técnicas de produção se afasta da ideia abstrata, permitindo uma
especificação cada vez mais detalhada.

Exemplo
Suponha que o material inicialmente escolhido para um componente tenha sido identificado somente como
"alumínio"; essa seleção deve, agora, ser refinada e pode ser alterada.

O histórico da seleção de material para um componente é:

Alumínio 2024 6061

A seleção de "alumínio" foi A liga foi modificada para A liga foi refinada pela
refinada para uma liga 2024. uma liga diferente, 6061. especificação de um
tratamento térmico
específico, T6.

Essa evolução é típica do que ocorre durante a evolução de um projeto para sua configuração final.

Existem diversas estratégias para a seleção de material em um projeto mecânico. Independentemente dos
detalhes da estratégia, são observadas as seguintes estratégias.

Função

O material selecionado será condicionado pela função da peça em que será aplicado.

Geometria
A geometria da peça é considerada.

Operação

Os esforços aos quais a peça será submetida, sob condições ambientais se dará a operação, a vida esperada da
peça.

Peso e dimensão

As limitações de peso e dimensões são consideradas.

Disponibilidade e custo

São analisadas a disponibilidade do material e o seu custo.

Assim, em linhas gerais, será selecionado o material que assegure o funcionamento do sistema mecânico de
acordo com os requisitos do projeto levantados durante a fase de definição do problema, com o menor custo
possível. O diagrama a seguir apresenta um resumo esquemático da seleção de material e sua interação com o
projeto mecânico.

Note que a geometria (forma), a função e os processos de fabricação influenciam diretamente na escolha do
material. Geometria e função influenciam diretamente nas tensões no material e a produção, nas suas
propriedades. Apesar de não aparecer na imagem, as condições ambientais são muito importantes para a decisão
dos materiais a serem utilizados.

Exemplo

Suponhamos que estejamos projetando a blindagem de um helicóptero contra tiros de fuzil. Em uma rápida
pesquisa, encontramos diferentes metais, cerâmicos e compósitos, como possíveis candidatos à solução do
problema. Porém, tendo em vista as restrições de acréscimo de peso à aeronave, apesar de metais e compósitos
serem geralmente mais baratos, os compósitos, devido à melhor razão resistência/peso que se pode obter, são a
classe de material em que devemos concentrar a busca pela solução mais adequada.

Fica claro, portanto, que, para um mesmo projeto, podemos ter diversos materiais candidatos e alguns mais
adequados às restrições do projeto. Nesse contexto, fatores como custo, eficiência do sistema, facilidade de
fabricação e de manutenção e custo também devem ser considerados para a melhor tomada de decisão.

Utilização dos materiais

Os principais materiais de engenharia


Os principais materiais utilizados nas aplicações de engenharia são os metais, cerâmicos, polímeros e os
compósitos (CALLISTER; RETHWISCH, 2016).

Além desses materiais, o grande avanço tecnológico observado nas últimas décadas deu origem aos materiais
avançados que, a cada dia, estão mais presentes em nosso cotidiano. Os materiais avançados são os
semicondutores, biomateriais, materiais inteligentes e os materiais nanométricos.

Metais
Os metais são compostos, na maioria das vezes, por:

Elementos metálicos
Um ou mais elementos metálicos, como o ferro, alumínio, cobre, titânio, ouro e níquel.

Elementos não metálicos


Pequenas quantidades de elementos não metálicos, como o carbono, nitrogênio, oxigênio.

Além disso, alguns elementos podem ser adicionados a sua composição a fim de adequar alguma propriedade do
metal.

Nos metais, os átomos são arranjados e ligados de maneira muito ordenada, o que confere a essa classe de
materiais elevada massa específica, rigidez e resistência. Adicionalmente são materiais dúcteis e resistentes à
fratura que tornam os metais largamente utilizados em aplicações estruturais. Convém ressaltar que a adição de
elementos de liga e os tratamentos térmicos podem ocasionar considerável variação nas propriedades dos metais.

Nas ligações metálicas, os elétrons da camada de valência não estão ligados a um átomo em particular, o que os
torna bons condutores de eletricidade e de calor, além de não transparentes à luz visível.

Cerâmicos
Os materiais cerâmicos são divididos em cerâmicos e cerâmicos tradicionais.

Os cerâmicos são formados pela ligação entre elementos metálicos e não metálicos.

Exemplo
Óxido de alumínio (ou alumina, Al2O3), o dióxido de silício (ou sílica, SiO2), o carbeto de silício (SiC), o nitreto de
silício (Si3N4).

Além deles, há os cerâmicos tradicionais — aqueles materiais compostos por minerais argilosos.

Exemplo
Porcelana, cimento e vidro.

Os materiais cerâmicos apresentam rigidez elevada, alta dureza e resistência. Por outro lado, os cerâmicos são
materiais frágeis, ou seja, rompem sem se deformar plasticamente e apresentam elevada suscetibilidade à fratura.

No entanto, recentemente, os avanços na engenharia de materiais proporcionaram a obtenção de materiais


cerâmicos com maior tenacidade à fratura, o que permite a sua utilização como utensílios de cozinha, cutelaria e
até em peças de motores.

Os materiais cerâmicos são isolantes térmicos e elétricos, além de resistirem a elevadas temperaturas, pois
possuem ponto de fusão elevado.

Polímeros
Os materiais poliméricos com que estamos mais familiarizados são os plásticos e a borracha. Muitos deles são
compostos orgânicos, isto é, sua química é baseada no carbono, no hidrogênio e em outros elementos não
metálicos.

Exemplo
Oxigênio (O), Nitrogênio (N) e Silício (Si).
Os polímeros recebem essa nomenclatura, pois são formadas pela repetição de uma unidade formada pela ligação
de diferentes elementos químicos, chamada “mero”, que se repete muitas vezes ao longo da estrutura molecular,
formando cadeia de “meros” muito grandes, normalmente tendo o carbono como o principal elemento dessa
cadeia.

Exemplo
Dentre os polímeros mais presentes em nossa rotina, destacam-se: o polietileno (PE), o náilon, o cloreto de
polivinila (PVC), o policarbonato (PC), o poliestireno (PS), a borracha e o silicone.

A imagem a seguir ilustra a polimerização de um monômero para dar origem ao PVC.

De maneira geral, essa classe de material possui baixa massa específica, enquanto suas propriedades mecânicas
são diferentes daquelas dos metais e cerâmicos. Os polímeros não apresentam rigidez ou resistência tão elevada
quanto metais ou cerâmicos, mas, como possuem baixa massa específica, muitas vezes a razão entre sua rigidez
e sua resistência mecânica em relação à sua massa são comparáveis às dos metais e das cerâmicas.
Adicionalmente, muitos dos polímeros são extremamente dúcteis e flexíveis (plásticos), o que significa que são
facilmente conformados, mesmo em geometrias complexas. Em geral, quimicamente, eles são relativamente
inertes.

Compósitos
Muitas vezes, o problema que buscamos solucionar com nosso projeto mecânico demanda um conjunto de
propriedades que não podem ser obtidas com a utilização isolada de um metal, cerâmico ou polímero. Nesse caso,
pode ser necessário combinar dois ou mais materiais diferentes, a fim de se obter as propriedades desejadas.
Assim, um material compósito é composto por dois (ou mais) materiais, sejam metais, cerâmicos ou polímeros.

O objetivo de projeto de um compósito é, portanto, atingir uma combinação de


propriedades que não é exibida por nenhum material isolado e, também, incorporar as
melhores características de cada um dos materiais que o compõem.

Alguns materiais compósitos estão presentes na natureza sem a influência do homem, tais como a madeira e o
osso.
Um dos compósitos mais comuns e familiares é a fibra de vidro, na qual uma matriz polimérica (normalmente um
epóxi ou um poliéster) é reforçada por pequenas fibras de vidro. As fibras de vidro são resistentes e rígidas (mas
também são frágeis), enquanto o polímero é mais flexível. Dessa forma, o compósito fibra de vidro resultante é
relativamente rígido, resistente e flexível, com baixa massa específica. A imagem a seguir apresenta fibras de vidro.

Outro material compósito com larga utilização são os polímeros reforçados com fibra de carbono, que apresentam
elevada rigidez e resistência.

Os compósitos de polímero reforçado com fibra de carbono são empregados em diversas aplicações, desde
materiais esportivos, como bicicletas, até fuselagem de avião. Na foto seguinte, observa-se um para-choque
fabricado em polímero reforçado por fibra de carbono.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Assinale a afirmativa CORRETA sobre a seleção de materiais para um projeto mecânico.

A forma da peça, ou elemento de máquina é irrelevante para escolha dos materiais a serem
A
selecionados.

Uma peça que possua resistência adequada, pode ser utilizada em um projeto mecânico,
B
independentemente de seu peso.

As condições ambientais de utilização de um sistema mecânico, como umidade e temperatura


C
restringem as opções de material para um projeto.
D A quantidade de peças a serem produzidas não afeta a decisão sobre o material selecionado.

E O material selecionado não influencia a escolha do processo de fabricação de uma peça.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O material selecionado deve atender a todas às restrições identificadas na definição do problema. Parâmetros
como temperatura e umidade afetam as propriedades dos materiais e, portanto, devem ser considerados para
a seleção adequada do material.

Questão 2

Uma empresa está desenvolvendo um veículo espacial para viagem à Lua. Dentre os requisitos do projeto,
sobre a parte externa do módulo de reentrada na atmosfera da Terra, consta “possuir elevada resistência à
temperatura”. Considerando tal requisito, qual é a classe de material mais adequada para a aplicação?

A Metais

B Cerâmicos

C Polímeros

D Compósitos

E Madeira

Parabéns! A alternativa B está correta.

Os materiais cerâmicos, devido à natureza das ligações químicas entre os elementos que o compõem,
possuem resistência a altas temperaturas.
3 - Projeto mecânico X produção
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os fatores econômicos, estabelecendo relação
com diversos aspectos e viabilidade técnico-econômica de um projeto.

Vamos começar!

video_library
Impacto de variáveis de projeto no seu custo
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.
Economia e o projeto mecânico

Custos de um projeto mecânico


Todo projeto, mecânico ou não, está intimamente ligado à economia. Desde os recursos necessários à contratação
da equipe de projeto até a logística de distribuição do produto ou à prestação de um serviço, a economia balizará o
andamento e a viabilidade do projeto.

Em se tratando de um projeto mecânico, a consideração econômica mais evidente é o custo da matéria-prima. No


entanto, há vários outros fatores que devem ser considerados, nem todos tão evidentes.

Exemplo

A fatia de mercado a que se destina o produto condicionará o custo final, influenciando uma série de decisões do
processo de projeto, desde a matéria-prima, passando pelos processos de fabricação, durabilidade, dentre outros.

A imagem a seguir ilustra como diferentes fatores influenciam o custo de um projeto mecânico até o produto
acabado.

O custo de fabricação é determinante para o sucesso econômico de um produto. Em termos simples, o sucesso
econômico depende de dois fatores apresentados a seguir.

Margem de lucro obtida em cada venda do produto


A margem de lucro é a diferença entre o preço de venda do fabricante e o custo de fabricação do produto. É
importante levar em consideração a margem de lucro que é obtida na venda de cada unidade vendida.

Quantidade de unidades que podem ser vendidas


O número de unidades vendidas e o preço de venda são, em grande parte, determinados pela qualidade final do
produto e depende do que o mercado está disposto a comprar a um dado preço.
O sucesso econômico do projeto consiste, portanto, em garantir a qualidade necessária ao produto, minimizando,
ao mesmo tempo, o custo de fabricação. Um método para alcançar esse objetivo é o projeto para a manufatura
(DFM – Design for Manufactoring) que consiste, resumidamente, em considerar os impactos das decisões do
processo de projeto no processo de fabricação desde as etapas iniciais.

A prática efetiva do DFM leva a baixos custos de fabricação sem sacrificar a qualidade do produto. A seguir, serão
apresentados os fatores que afetam o custo de um projeto mecânico e devem ser levados em consideração para
garantir o menor custo de fabricação.

Equipe de projeto
A formação da equipe de projeto pode ser um fator determinante não só para o sucesso de um projeto como para
o seu custo. Assim, a equipe deve ser formada pelo menor número de profissionais, suficientes para abordarem os
diferentes domínios do conhecimento envolvidos no projeto, o que dependerá da complexidade do sistema
mecânico projetado.

Por exemplo, espera-se que a equipe de projeto de um avião envolva um número muito maior de pessoas que a
equipe de projeto de uma bicicleta, não pelo tamanho do sistema em si, mas pelos diferentes níveis de
complexidade. Veja a diferença entre esses dois tipos de projeto a seguir.

Projeto de avião

Para o projeto de um avião, necessitamos de conhecimentos de aerodinâmica, materiais, eletrônica,


telecomunicações, atuadores, motores, vibrações e acústica, dentre outros, o que, muito provavelmente,
demandará a formação de um time multidisciplinar.
close
Projeto de bicicleta

Para o projeto de uma bicicleta, um engenheiro mecânico com bom conhecimento de resistência dos
materiais e elementos de máquinas pode ser o suficiente. Além disso, a equipe desse tipo de projeto é mais
barata que a do projeto do avião.

Matéria-prima
A escolha dos materiais a serem utilizados no projeto do sistema mecânico também exerce grande influência nos
custos. O material escolhido deve, prioritariamente, possuir as propriedades mecânicas que possibilitem ao
sistema exercer a função para a qual foi projetado de forma segura e de acordo com os requisitos do projeto. Por
outro lado, devemos priorizar materiais que possuam elevada disponibilidade no mercado, visto que esses tendem
a ter custos menores. Assim, havendo mais de um material que possa atender aos requisitos do projeto, sob a
ótica econômica, devemos escolher aquele de menor custo de obtenção.

Exemplo
Uma bicicleta pode ter a sua estrutura feita em alumínio ou fibra de carbono. Se uma bicicleta se destina ao
mercado em geral, em que o custo tem maior influência do que o peso da bicicleta, a escolha pelo alumínio seria a
mais adequada, enquanto o custo será bem inferior ao da bicicleta de fibra de carbono.

Não podemos nos esquecer de que esses materiais passarão por diferentes etapas de fabricação, de maneira que
o processo produtivo necessário para a obtenção da geometria final da peça também deve ser considerado na
composição do custo.

Processo de fabricação
A seleção das matérias-primas, as propriedades físicas e mecânicas desejadas do material e a quantidade a ser
produzida orientam o processo de fabricação da peça.
Exemplo

Se fabricamos uma peça em aço cuja função no sistema demande elevada dureza, pode ser necessário realizar o
processo de cementação da peça, o que encarecerá o processo produtivo. Outro exemplo: se usamos a solda
como método de fixação de peças de um sistema produzido em aço de difícil soldabilidade, o processo de solda
que deverá ser realizado será mais dispendioso do que o processo para soldar aços com melhor soldabilidade.

Além disso, o processo produtivo pode demandar a compra de máquinas e o desenvolvimento de ferramentas, o
que, certamente, impactará os custos de produção. A quantidade de sistemas a ser produzida também tem forte
influência sobre o processo produtivo. Certos métodos de fabricação, como a moldagem por injeção, são
economicamente vantajosos somente para um grande número de peças fabricadas, devido ao elevado custo das
matrizes.

A tolerância de fabricação também tem um grande efeito no custo. As tolerâncias envolvem:

A variação dimensional;

O acabamento superficial (rugosidade);

As variações das propriedades mecânicas resultantes de tratamento térmico;

Outras operações de processamento.

Portanto, a tolerância é um fator determinante na definição do processo de fabricação e dos custos associados.

A definição de tolerâncias exageradamente apertadas para uma peça pode exigir a inclusão de etapas adicionais
no processo produtivo e na inspeção, o que pode, até mesmo, inviabilizar economicamente a produção da peça.
Como as peças com grandes tolerâncias podem, muitas vezes, ser produzidas por máquinas com taxas de
produção mais altas (máquinas que produzem mais peças por unidade de tempo), os custos serão
significativamente menores. Além disso, geralmente, menos peças desse tipo serão rejeitadas nos processos de
inspeção, além de serem montadas com maior facilidade.

A imagem a seguir ilustra o processo automatizado de soldagem em uma das etapas de fabricação de um
automóvel.

Outros custos
Há outros custos que impactam o projeto que devem ser considerados, como os de serviço de apoio à produção
(limpeza, água, pessoal do setor administrativo), da energia consumida, da locação da área em que a fábrica está
instalada, dentre outros.

Esses custos são afetados pelos fatores a seguir.

location_pin
Localização da fábrica.

monetization_on
Salário mínimo.

engineering
Qualificação da mão de obra.

account_tree
Integração com as cadeias produtivas.

Assim, estimar o custo de um projeto não é tarefa simples e será facilitada pela experiência dos membros da
equipe de projeto, de quem dependerá a capacidade de prever os custos a serem considerados.

Estratégias para a redução do custo de um projeto


Dentre as estratégias que podem ser adotadas para a redução dos custos de um projeto, destacam-se:

Componentes padronizados
Sempre que possível, deve-se dar preferência à utilização de componentes padronizados disponíveis “na
prateleira”. Assim como no caso dos materiais, a grande disponibilidade desses componentes reduz o custo de
produção.

Dica

Fique atento na especificação de componentes com grande procura no mercado, pois podem ter baixa
disponibilidade e custo mais elevado, mesmo que sejam padronizados.

Além disso, a padronização de componentes colabora para a intercambiabilidade, facilitando a manutenção. A


opção por peças e componentes personalizados para um projeto específico envolverá muito dos custos aqui
tratados (praticamente um projeto específico), o que pode inviabilizar o projeto.

É importante salientar que essa padronização pode ocorrer internamente à organização, como, por exemplo, uma
montadora que use o mesmo espelho retrovisor para todos os modelos de veículos fabricados, ou pode se dar
para o mercado como um todo, como no caso da utilização de um perfil de viga metálica para construção civil, que
pode ocorrer para diferentes empresas.

Redução do número de peças


Via de regra, ao reduzirmos o número de peças de um sistema, reduzimos a sua complexidade e facilitamos a sua
montagem, o que contribui para a redução dos custos de produção (o custo de montagem impacta o custo total de
produção). Além disso, é muito provável que se reduza o número de operações necessárias à obtenção da peça, o
que também contribui para a redução dos custos.

Projeto auxiliado por computador


A utilização de ferramentas computacionais de modelagem e simulação contribuem para a redução dos custos do
projeto, ao proporcionarem a possibilidade de testar diferentes soluções sem a necessidade da produção do
protótipo.

Saiba mais
Os programas de computador de desenho (especialmente os 3D) possibilitam simular a montagem do sistema, os
de análise estrutural possibilitam avaliar se as peças resistirão aos esforços previstos, e os de dinâmica
multicorpos, avaliar os esforços sobre as peças e se o movimento previsto será executado conforme planejado.

Dessa forma, é possível reduzir o número de conceitos a serem fisicamente implementados, testados e avaliados,
reduzindo significativamente o retrabalho e os custos. Além disso, definida a solução a ser implementada, a
integração das ferramentas de projeto auxiliado por computador (CAD – Computer Aided Design) e de manufatura
auxiliada por computador (CAM – Computer Aided Manufacturing) geram um processo otimizado e eficiente,
reduzindo as perdas. Finalmente, as técnicas de modelagem e simulação possibilitam adequar o fator de projeto,
que desempenha papel relevante no custo final.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Assinale a afirmativa CORRETA em relação à redução dos custos de um projeto.

A equipe de projeto deve ser constituída por pessoas do maior número possível de áreas do
A
conhecimento, a fim de estudar todos os impactos do projeto.

O maior número possível de conceitos deve ser produzido e testado para garantir o sucesso do
B
projeto.

C A utilização de componentes padronizados aumenta os custos do projeto.

As ferramentas de modelagem e simulação reduzem os custos do projeto ao permitirem


D avaliar as possíveis soluções sem a necessidade de implementação física do protótipo,
reduzindo a necessidade de testes.

E A quantidade a ser produzida não tem impacto sobre o custo de fabricação.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Os programas de computador permitem simular a montagem, o funcionamento e o carregamento da estrutura,


possibilitando descartar conceitos de difícil montagem, que não realizem os movimentos planejados ou que
apresentem níveis de tensão acima da tensão admissível, reduzindo os custos de produção de protótipos,
testes e avaliação.

Questão 2

Assinale a afirmativa correta com relação aos custos de um projeto.


A A escolha da matéria-prima sempre tem impacto reduzido no custo do projeto mediante os
demais custos envolvidos.

B A escolha da matéria-prima não tem influência sobre o processo de fabricação.

O processo de fabricação é definido de acordo com a disponibilidade e não tem relação com o
C
material selecionado.

D O custo de produção será sempre menor para um menor número de peças.

E Quanto menores as tolerâncias de fabricação, maior o custo de produção.

Parabéns! A alternativa E está correta.

A tolerância de fabricação influencia o custo de fabricação, pois, geralmente, tolerâncias mais apertadas
resultam em menor velocidade de produção e podem demandar etapas adicionais no processo de fabricação.

4 - Fatores de projeto e segurança


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer o conceito de fator de projeto e fator de
segurança em um projeto mecânico.

Vamos começar!

video_library
Fator de projeto, incerteza e fator de segurança
Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo.

Fator de projeto e fator de segurança


Quando um engenheiro ou uma equipe projetam uma aeronave, ponte, navio, veículo, ou qualquer sistema
mecânico, deve evitar uma situação de falha. Uma estrutura deve ser capaz de suportar as tensões causadas pelos
carregamentos a ela impostos. Por uma questão de segurança, o engenheiro ou a equipe de projetos deve
considerar em seus cálculos cargas maiores do que as previstas; muitos sistemas são propositadamente
construídos com muito mais resistência do que o necessário para uso normal para garantir o funcionamento
adequado em situações extraordinárias em que ocorram cargas inesperadas, uso indevido ou degradação
inesperada.

É por isso que um projetista deve buscar a resposta para as seguintes perguntas:

Qual é a carga que o sistema deve suportar em serviço normal?

Qual carga provocará uma deformação permanente?

Qual é a carga máxima admissível para o sistema?


Ao procurar as respostas para essas perguntas, é necessário definir termos como Fator de Projeto e Fator de
Segurança. Ainda que, muitas vezes, os termos sejam usados como se tivessem o mesmo significado, há uma
distinção entre os dois. A seguir, serão apresentadas as definições de fator de projeto e fator de segurança,
permitindo-nos identificar a diferença entre eles e como e quando utilizá-los.

Fator de projeto
O projeto mecânico clássico se baseia nas propriedades mecânicas dos materiais que, muitas vezes, são
tabeladas para os materiais mais usados nos projetos. São eles:

É o módulo de elasticidade ou módulo de Young.

É o módulo de cisalhamento.

É o coeficiente de Poisson.

Sy

É a resistência ao escoamento.

LM T ou Sut
É o limite de resistência à tração.

Além dessas, existem outras propriedades dos materiais, que podem ser encontrados na literatura.

Devemos questionar:

Esses valores são exatos?

São os mesmos para um dado material, independentemente do fabricante?

Existe uma incerteza associada a eles?

De fato, os valores tabelados são valores médios dessas propriedades e há uma incerteza associada a eles, ou
seja, na verdade, existe uma elevada probabilidade (geralmente trabalha-se com 95%) de que o valor da
propriedade esteja contido em uma faixa de valores, cujo valor médio é aquele tabelado.

Saiba mais

Essa faixa será maior quanto maior a incerteza dessa propriedade.

Assim, ao utilizar alguma propriedade durante o projeto, o projetista (ou sua equipe) estabelece um fator de projeto
(nd). Esse fator é estabelecido com base na experiência do projetista, nas recomendações de organizações,
associações ou normas técnicas e tem como finalidade garantir a segurança do projeto em face da incerteza
associada às propriedades mecânicas e das hipóteses simplificadoras adotadas ou de condições de emprego
muito diferentes das usuais.

O fator de projeto nd é definido para uma aplicação e não é realmente calculado.

Saiba mais
Geralmente o fator de projeto é fornecido com antecedência e definido por código regulatório ou política.

Para o projeto de um elemento mecânico, o valor máximo admissível da tensão considerada para o material
(propriedade do material - S) é dividido por nd, obtendo a tensão de projeto σ. Como o fator de projeto visa
proporcionar segurança, o seu valor deve ser maior do que 1.

A equação a seguir mostra a relação entre a propriedade do material, o valor admissível para o projeto e o fator de
projeto.

S
σ =
nd

Rotacione a tela. screen_rotation


Onde:
S é a propriedade do material;

σ é a tensão de projeto admissível no material oriunda das condições de carregamento do sistema.

O valor desses itens pode ser calculado da seguinte forma:

O valor de S também pode ser interpretado como o valor limite a partir do qual o sistema mecânico deixará de
cumprir a função para a qual foi projetado, isto é, é o valor de perda de função. Esse valor dependerá da
propriedade considerada.

O valor de σ será calculado segundo os carregamentos impostos ao sistema. A propriedade considerada e a


tensão calculada deverão ter a mesma natureza e unidades, ou seja, se a tensão calculada é de tração e
medida em MPa, a propriedade utilizada deverá ser o limite de resistência à tração ou o limite de escoamento
em MP.

Se calcularmos a tensão de cisalhamento, a propriedade considerada será o limite de resistência ao cisalhamento,


e se a fadiga é o modo de falha de interesse, o fator de projeto será calculado com base no limite de resistência à
fadiga do material.

A definição de um fator de projeto para projetos de máquinas pode se basear na qualidade e disponibilidade de
dados adequados sobre as propriedades dos materiais, nas condições ambientais esperadas em comparação com
aquelas nas quais os dados de teste do material foram obtidos, bem como na precisão dos modelos de solicitação
e de tensão desenvolvidos para análises.

A tabela a seguir mostra um exemplo de recomendação de fatores de projeto recomendados para materiais
dúcteis que serão escolhidos com base no conhecimento ou julgamento do projetista sobre a qualidade das
informações utilizadas no projeto.

Fator de projeto
Informações disponíveis Qualidade das informações
recomendado

Dados das propriedades dos O material realmente utilizado foi


1,3
materiais disponíveis a partir de testado.
testes
Dados representativos de testes do
2
material estão disponíveis.

Dados razoavelmente representativos


de testes do material estão 3
disponíveis.

Dados insuficientemente 5+
representativos de testes do material
Fator de projeto
Informações disponíveis Qualidade das informações
recomendado

estão disponíveis

São idênticas às condições dos testes


1,3
de materiais.

Essencialmente igual ao ambiente de


Condições ambientais de 2
um laboratório comum
utilização

Ambiente moderadamente desafiador 3

Ambiente extremamente desafiador 5+

Os modelos foram testados em


1,3
experimentos.

Os modelos representam
2
precisamente o sistema.
Modelos analíticos para cálculo do
carregamento e tensões
Os modelos representam
3
aproximadamente o sistema.

Os modelos são aproximações


5+
grosseiras.

Tabela: Recomendação de fatores de projeto


Adaptado de de NORTON, 2013, p.19.

Fator de segurança
Ao lidarmos com os cálculos de uma peça ou elemento de um sistema mecânico, é comum ouvirmos falar em
fator de projeto e fator de segurança. Mas há diferença entre eles? Sim, apesar de ser muito comum vermos a
utilização dos termos com o mesmo significado.

Esse termo descreve a capacidade estrutural de um sistema além das cargas esperadas ou cargas reais.
Basicamente, de maneira simples, pode ser entendido como o quão mais forte o sistema é do que precisaria ser
para o nível de carregamento a que será submetido nas condições de operação. O fator de segurança (ns) é
calculado pela expressão a seguir:
S
ns =
σ

Rotacione a tela. screen_rotation


Onde:

S é a propriedade do material;

σ é a tensão no material oriunda das condições de carregamento do sistema.

Na prática, quando dimensionamos um material com base no limite de uma propriedade do material modificado
pelo fator de projeto, frequentemente encontramos dimensões diferentes das dimensões padronizadas disponíveis
no mercado. Assim, ao escolhermos a dimensão padronizada (recomenda-se a escolha do valor disponível
imediatamente superior ao calculado), temos que recalcular o valor da tensão na nova configuração geométrica. A
razão entre o valor do limite da propriedade do material (propriedade tabelada) e a tensão recalculada,
considerando as novas dimensões, é o fator de segurança. Portanto, podemos entender o fator de projeto como
aquele incialmente arbitrado pelo projetista para os cálculos do dimensionamento do sistema. O fator de
segurança, por sua vez, é aquele que resulta dos arredondamentos e das decisões dos projetistas quanto ao
dimensionamento.

Em suma, o fator de projeto é utilizado para calcular a configuração geométrica do sistema mecânico e o fator de
segurança é calculado com base na configuração geométrica final do sistema, levando em conta os
arredondamentos e as decisões do projeto na etapa do dimensionamento.

Exemplo

Se, ao calcularmos o diâmetro de uma barra de aço submetida a esforços de tração, encontrarmos o valor de 0,47”
e tivermos barras disponíveis no diâmetro de 1/2”, especificaremos o diâmetro de 1/2” para o projeto e
calcularemos o fator de segurança considerando esse diâmetro.

Para cada modo de falha (carregamento estático ou dinâmico, por exemplo), temos um fator de segurança
diferente. Consideraremos como o modo de falha de maior atenção aquele que possui o menor fator de segurança,
pois, nesse caso, o carregamento imposto ao sistema mecânico está gerando tensões mais próximas ao valor
limite para o material.

É importante termos em mente que a definição do fator de projeto e do fator de segurança


resultante é essencial para a viabilidade do projeto.

Em face das incertezas envolvidas no dimensionamento, o fator de projeto é fundamental para garantir a
segurança do sistema mecânico nas condições de operação. Por outro lado, a escolha de fatores de projeto
exageradamente elevados pode encarecê-lo demasiadamente. Portanto, a experiência, as recomendações de
normas (por exemplo, ABNT), associações (por exemplo SAE, ASME) e o estudo de projetos semelhantes são o
caminho para que se arbitre um fator de projeto adequado.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Assinale a afirmativa CORRETA.

A definição do fator de projeto deve considerar a experiência e recomendações de normas


A
técnicas e associações profissionais ou de fabricantes.

Fator de segurança e fator de projeto são maneiras diferentes de se referir a um mesmo


B
parâmetro do projeto.

Como as propriedades dos materiais são tabeladas, não há incerteza associada a esses
C
valores.

O fator de projeto é calculado após o dimensionamento do sistema, considerando os


D
arredondamentos e as decisões de projeto.

E O fator de segurança não tem qualquer relação com o custo de um projeto.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Para a definição de um fator de projeto adequado que não inviabilize a sua implementação, é importante que o
projetista e/ou sua equipe tenham experiência em projetos similares. Além disso, várias normas técnicas e
documentos técnicos de associações de profissionais ou de fabricantes fazem recomendações sobre fatores
de projetos para diferentes condições de operação do sistema, materiais e outras condições de contorno.

Questão 2

Durante o dimensionamento de uma barra de aço circular com limite de resistência à tração tabelado de
Sy = 165MPa , o projetista calculou que a barra deveria ter um diâmetro de 1, 43 cm, resultando em uma
tensão de tração σ = 55MPa . Como existem barras de seção circular de 1, 50 cm de diâmetro disponíveis, o
projetista recalculou a tensão na barra para esse valor de diâmetro e obteve σ = 50MPa . Para a situação
descrita assinale a alternativa correta.

A O fator de projeto utilizado foi n


d = 3, 3

B O fator de segurança resultante foi n s = 3, 3

C O fator de segurança utilizado foi n s = 3

D O fator de projeto resultante foi n d = 1, 1

E O fator de segurança escolhido foi n s = 1, 1

Parabéns! A alternativa B está correta.

O fator de segurança é calculado com base na tensão resultante dos arredondamentos e decisões de projeto.
Para o cálculo do valor do fator de segurança, devemos utilizar a equação n s =
s

σ
=
165

50
= 3, 3..

Considerações finais
Como vimos, ao longo deste conteúdo, o projeto mecânico é um processo que resulta em um sistema mecânico,
visando atender a uma necessidade ou resolver um problema. Esse processo demanda conhecimento em
diferentes áreas da engenharia mecânica, de matemática e de gestão, muitas vezes demandando a formação de
uma equipe de projeto multidisciplinar. Vimos que, apesar de termos como meta a maior eficiência possível ao
longo do processo do projeto, a iteratividade é uma característica marcante, especialmente quando projetamos
sistemas mais complexos.

Identificamos os principais materiais de engenharia utilizados nos projetos mecânicos, assim como avaliamos
qualitativamente as suas principais propriedades. Verificamos a influência da seleção dos materiais nos processos
produtivos, e vice-versa, relacionando materiais e processos ao custo do projeto. Ainda sobre os custos,
identificamos fatores e decisões do projeto que influenciam essa importante variável de viabilidade. Apresentamos
o conceito de fator de projeto, salientando sua relação com as incertezas associadas às propriedades dos
materiais e às hipóteses simplificadoras adotadas. Finalmente, mostramos como o fator de segurança se relaciona
ao fator de projeto por meio das tomadas de decisão ao longo do processo de projeto.

headset
Podcast
Agora, o especialista Carlos Frederico de Matos Chagas encerra o tema falando sobre os principais tópicos
abordados.

Explore +
Assista ao filme Máquina de Guerra (Pentagon War – 1998).

Referências
BUDYNAS, R. G.; NISBET, J. K. Elementos de máquinas de Shigley. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.

NORTON, R. L. Projeto de máquinas: uma abordagem integrada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013.

ULLMAN, D. G. The mechanical design process. 4. ed. Nova York: McGraw Hill, 2010.

URICH, K. T; EPPINGER, S. D. Product design and development. 6. ed. Nova York: McGraw Hill, 2016.
WILLIAN, D. C.; RETHWISCH, D. G. Ciência e engenharia dos materiais: uma introdução. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016.

Material para download


Clique no botão abaixo para fazer o download do conteúdo completo em formato PDF.

Download material

O que você achou do conteúdo?

Relatar problema

Você também pode gostar