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Ag 1
Ag 1
INTRODUÇÃO
Contudo, não constitui objectivo desta ficha de apoio, trazer novas abordagens no que
às Teorias de Administração diz respeito, mas sim apresentar de forma sintética, as
diversas matérias que serão abordadas na disciplina da Administração e Gestão. Neste
contexto, cabe ao estudante aprofundá-las com base na bibliografia indicada no
respectivo programa, e de outra complementar, dada a sua riqueza no que concerne à
bibliografia
Por sua vez, os hebreus registaram alguns princípios administrativos básicos na Bíblia.
Utilizaram uma política de descentralização de decisões, esboçando os primeiros
contornos dos organogramas actuais. Os Dez Mandamentos, são algumas regras de
conduta organizacional para preservar a solidariedade do grupo (Kwasnicka, 2003).
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comando) e a Organização Militar, que repassou os princípios da unidade de comando,
hierarquia, estratégia e obediência à disciplina.
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O racionalismo é uma teoria filosófica que dá primazia ao uso da razão como faculdade de conhecimento, ou
seja, para os racionalistas o homem pode chegar pela razão, à verdades de valor absoluto. O racionalismo buscava
conhecer a essência, daí que não se prendia aos factos ou ao mundo sensível, mas afirmava que a razão humana
poderia transcender e chegar ao conhecimento de realidades transcendentes, pela força da abstracção e das
concatenações racionais.
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Período em que sob hegemonia da Igreja Católica, a teologia estava em voga e a explicação dos fenómenos
sociais era com base em dogmas divinas, isto é, detentora do poder espiritual, a Igreja Católica era responsável
pela protecção da sociedade e, influenciava a forma de pensar e de se comportar.
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Sistema económico onde os meios de produção e de distribuição são de propriedade privada e com fins
lucrativos, isto é, dava primazia à acumulação da riqueza.
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sociedade, na ciência, na tecnologia, nas matérias-primas, nas fontes de energia
utilizadas e, logicamente no âmbito das organizações (Ferreira at al, 2011).
Embora com focos diferentes, não obsta a que revelem um objectivo comum:
compreender, explicar e interpretar as organizações em bases racionais e científicas,
de forma a permitir que o pragmatismo da acção individual e colectiva, polarizado na
capacidade produtiva dos seres humanos, evolua no sentido da eficiência máxima.
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2.1. Escola Clássica
Sua abordagem básica é a ênfase nas tarefas. A sua preocupação original era de
eliminar o desperdício e as perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de
produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas de engenharia industrial. O
nome “Administração Científica” deriva da tentativa de aplicar os métodos científicos
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aos problemas da administração, a fim de alcançar a eficiência industrial (Chiavenato,
2000).
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patrões aumentassem os seus rendimentos e poupança, o que resultaria em
novos investimentos e geração de novos empregos;
Neste contexto, centrou sua análise nas tarefas, onde observou metodicamente todos
os aspectos comportamentais que operacionalmente correspondiam à execução de
cada tarefa específica. A incidência na medida, padronização e especialização dos
tempos e movimentos necessários para a execução de cada tarefa específica, permitiu
que o “cronómetro” prescrevesse normativamente o tempo médio despendido por cada
operário e a erradicação de todos os gestos, pausas e movimentos inúteis que criavam
a fadiga e a consequente baixa produtividade dos operários.
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tarefas que enformam o processo de trabalho, ou seja, os operários eram treinados
numa função específica da sua actividade.
Colaboradores de Taylor
Henry L. Gantt: Enquanto Taylor concentrava sua análise nas tarefas, Gantt
preocupava-se com o estudo do indivíduo que executava tais tarefas, o trabalhador,
dando muita ênfase à redução dos tempos e movimentos de execução de cada tarefa.
Uma das suas principais contribuições foi o conceito de delimitação de tarefas. Para
ele, é responsabilidade da administração verificar que a tarefa seja delimitada
correctamente e que os meios estejam disponíveis para que ela seja executada.
Frank e Lillian Gilbreth: Por seu turno, desenvolveram seu trabalho ao nível do
indivíduo. Desenvolveram estudos sobre os micromovimentos de cada trabalhador e
sua posição física no posto de trabalho, a posição da sua ferramenta e manuseio
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detalhado da matéria-prima em transformação. Fizeram várias experimentações
utilizando diversas formas de uma mesma tarefa, até definir um método mais racional e
económico de a executar.
Visão do indivíduo: uma visão muito estreita do indivíduo, sem considerar que ele por
si constitui um sistema humano e que deve ser visto como tal. Por conseguinte, houve
despersonalização do homem no trabalho, tornando-o um ser mecânico tanto quanto a
máquina que ele opera.
Segundo Fayol, a função administrativa tem uma maior amplitude de acção nas
empresas, na medida em que abrange as funções de planear, organizar, comandar,
coordenar e controlar, sendo estas as funções básicas da administração (Ferreira et al,
2011).
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Coordenar: consiste em ligar, unir e sincronizar de forma coerente e
consistente, todas as actividades, processos e recursos, procurando assegurar a
consecução dos fins da organização através da correcta adequação dos seus
meios e;
Divisão do trabalho: tem por finalidade produzir mais e melhor, com o mesmo
esforço. Segundo Fayol, o operário que faz todos os dias a mesma peça e o
chefe que trata constantemente dos mesmos negócios adquirem mais
habilidade, mais segurança e mais precisão e, consequentemente, aumentam
de rendimento. Está directamente associada com a especialização das tarefas
que as pessoas executam e a separação de poderes;
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Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar (ordem material), e
um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar (ordem social). Este
princípio visa a correcta alocação de recursos, para que se obtenha como
resultado a diminuição de perdas de materiais e de tempo e a optimização da
mão-de-obra.
União do pessoal: este princípio quer dizer que um bom ambiente e uma união
da equipe traz uma maior satisfação para os empregados e traz uma enorme
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satisfação para os empregadores pois em um bom ambiente a eficácia do
trabalho é muito maior.
Autor de uma vasta bibliografia, destaca-se, porém, para efeitos desta disciplina, a
Economia e Sociedade, lançada em 1922, por ser nela onde aprofunda mais o
fenómeno organizacional.
Na sua análise, Weber realçou que uma organização precisa de regras escritas para
funcionar e de ficheiros onde a sua “memória” seja armazenada (Teixeira, 2013). Deste
modo, para Weber a burocracia4 é uma parte central da racionalização da sociedade5,
através da qual em vez de confiar em crenças e costumes tradicionais, as pessoas
tomam decisões racionais orientadas para um objectivo concreto.
Weber, refere neste sentido que a autoridade6 burocrática é a única forma de lidar com
as implicações administrativas de grandes sistemas sociais, isto é, à medida que as
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A palavra burocracia foi utilizada pela primeira vez por de Gornary em 1745, que juntou ao prefixo “bureau”
(termo originalmente francês, que tanto significa escritório como secretária) à palavra “cracia” derivada do verbo
grego “governar”. A burocracia é, por conseguinte, o poder dos funcionários. É frequentemente associada à
formalidade, à ineficácia e ao desperdício.
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Segundo Ferreira et al (2011), Weber distingue dois tipos de sociedade, nomeadamente a comunidade (cujo
fundamento para a sua formação é o sentimento de pertença, e as relações sociais são orientadas pela motivação
afectiva ou tradicional) e a sociedade (onde o fundamento da sua formação decorre de relações sociais baseadas
nos interesses utilitaristas dos actores). Neste contexto, a sociedade deve ser entendida na segunda dimensão,
cuja formação decorre dos interesses dos actores envolvidos.
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Na sua análise, Max Weber distingue três tipos de autoridade, nomeadamente a autoridade racional, tradicional
e carismática. A racional (burocrática) é um tipo de autoridade que tem origem na crença da legalidade das leis,
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tarefas se tornaram mais complexas, tornou-se necessário desenvolver sistemas de
controlo e de gestão de forma a lidar com as implicações administrativas de grandes
sistemas sociais (Teixeira, 2013).
Conforme defende Frijoni (2009), apesar da carga negativa que existe hoje associada à
palavra burocracia, a teoria burocrática de Weber assenta num conjunto de
características que são cruciais para a sustentabilidade e funcionalidade das
organizações, independentemente da sua natureza e tamanho.
das regras e procedimentos. Esta autoridade pressupõe um tipo de dominação legal que vai buscar a sua
legitimidade ao carácter prescritivo e normativo da lei. Assim, todos os procedimentos são formalizados e
sancionados por um conjunto de normas, regras e regulamentos que são considerados legítimos tantos pelos
superiores, como pelos subordinados que compõem uma dada organização. A tradicional é um tipo de autoridade
que vai buscar a sua legitimidade à crença quotidiana na santidade do passado eterno e maneiras tradicionais de
viver. Neste tipo de autoridade, os subordinados consideram legitimas as ordens superiores que emanam dos
costumes e hábitos tradicionais ou de factos históricos imemoriais. Já a carismática diz respeito à autoridade que
radica na força das virtualidades de personalidades excepcionais, nomeadamente nos domínios da santidade, do
heroísmo e da exemplaridade de conduta demonstradas por qualquer pessoa.
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Weber defendia que as contratações e promoções com base no critério aristocrático, para além de injustas,
constituíam um desperdício de recursos e uma série de ameaças à eficácia organizacional. Deste modo, este
processo devia se basear no mérito.
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desempenho, proporcionados pela racional adequação dos meios (recursos) aos fins
(objectivos).
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