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Apresentação de português

“Felizmente há luar!” é um drama narrativo de carácter épico, publicada em


1961 pelo dramaturgo Luís de Sttau Monteiro e adaptada para teatro pelo
próprio autor.
A peça tem como cenário a situação política vivida em Portugal após
as invasões francesas, com a família real a viver no brasil, e Portugal
esquecido, governado e explorado por Homens ricos e poderosos.
Sobre Gomes Frei de Andrade, embora sempre ausente, desenrola-se
a história. É nele que o povo, que vive miseravelmente e sem
liberdade, põe a esperança de revolução. Mas o governo, constituído
por D.Miguel, o Principal Sousa, e Beresford, tendo ouvido pelos
delatores os rumores e apenas por capricho, mesmo sabendo da
inocência de Gomes Frei, condenam-no como forma de assustar e
assegurar ao povo que não haveria nenhuma revolução.
As personagens dividem-se em dois grupos, os poderosos e o povo.
O povo é explorado, miserável e enclausurado, de consciências
fechadas e um pouco enigmático (como Manuel e Rita),de tal forma a
que ao caos exterior as personagens reagem de uma forma
imprevisível. Dentro deste grupo ainda existem mais dois, Matilde e o
seu melhor amigo, Sousa Falcão e, o grupo dos traidores do povo
com a ambição de melhores situações sociais.
Do lado dos poderosos, o inglês Beresford, representa o domínio e
aproveitamento dos ingleses da nossa situação (ele mesmo assume não gostar
de Portugal e que apenas gosta de gozar despreocupadamente do poder que
cá possui), o Principal Sousa representa a influência da igreja no governo, que
pretende a obscuridade das ideias do povo, e D.Miguel simboliza a decadência
do país.
Matilde esforça-se para salvar o seu marido, tanto junto do povo que glorificou
e que agora o esquecem medrosamente, tanto junto dos regentes á procura de
razões, desde políticas a religiosas no entanto, resignando-se com o
martírio pela liberdade do marido.
A obra tem como principal objetivo juntar duas situações análogas de dois
tempos históricos distintos. Foi escrita para criticar o estado novo, procurando o
distanciamento histórico. As duas situações são tão semelhantes que a sua
ideologia de liberdade não escapou á censura.
É uma leitura agradável e interessante pelos temas que aborda.
Através da reflexão crítica do nosso passado, tomamos consciência do seu
peso na interpretação do presente. Centra-se em torno de valores
revolucionários que o povo contém em si, perante todas as adversidades
impostas, nacionais ou por domínio estrangeiro.

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