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Edição N. 200 Brasília, 30 de setembro de 2022.

As teses aqui resumidas foram elaboradas pela Secretaria de Jurisprudência, mediante exaustiva pesquisa na base de jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, não consistindo em repositórios oficiais da jurisprudência deste Tribunal.
Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 16/09/2022.

BEM DE FAMÍLIA II

1) Os bens de família legal (Lei n. 8.009/1990) e voluntário/convencional (arts.


1.711 a 1.722 do Código Civil) coexistem de forma harmônica no ordenamento
jurídico; o primeiro, tem como instituidor o próprio Estado e volta-se para o sujeito
de direito (entidade familiar) com o propósito de resguardar-lhe a dignidade por
meio da proteção do imóvel que lhe sirva de residência; já o segundo, decorre da
vontade de seu instituidor (titular da propriedade) e objetiva a proteção do
patrimônio eleito contra eventual execução forçada de dívidas do proprietário do
bem.

Julgados: AgInt no AREsp 2010681/PE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 25/04/2022, DJe 27/04/2022 REsp 1940043/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/04/2022, publicado em 11/04/2022.

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Jurisprudência em Teses - N. 200

BEM DE FAMÍLIA II

2) O bem de família legal dispensa a realização de ato jurídico para sua


formalização, basta que o imóvel se destine à residência familiar; o voluntário, ao
contrário, condiciona a validade da escolha do imóvel à formalização por escritura
pública ou por testamento.
Referência legislativa: Bem de família legal: Lei n. 8.009/1990 Bem de família convencional:
arts. 1.711 a 1.722 do CC/2002.

Julgados: AgInt no AREsp 2010681/PE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 25/04/2022, DJe 27/04/2022.

3) A impenhorabilidade conferida ao bem de família legal alcança todas as


obrigações do devedor indistintamente, ainda que o imóvel tenha sido adquirido no
curso de demanda executiva, diversamente, no bem de família convencional, a
impenhorabilidade é relativa, visto que o imóvel apenas estará protegido da
execução por dívidas subsequentes à sua constituição.
Art. 1º da Lei n. 8.009/1990 e art. 1.715 do CC.

Julgados: AgInt no AREsp 2010681/PE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 25/04/2022, DJe 27/04/2022. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 723)

4) Nas situações em que o devedor possua vários imóveis utilizados como


residência, a impenhorabilidade poderá incidir sobre imóvel de maior valor caso
tenha sido instituído, formalmente, como bem de família, no Registro de Imóveis
(art. 1.711 do CC/2002) ou, na ausência de instituição voluntária, automaticamente,
a impenhorabilidade recairá sobre o imóvel de menor valor (art. 5°, parágrafo único,
da Lei n. 8.009/1990).

Julgados: REsp 1792265/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
14/12/2021, DJe 14/03/2022. (Vide Legislação Aplicada Lei 8.009/1990 - Impenhorabilidade do bem de família
- Art. 5º e Lei 8.009/1990 - Impenhorabilidade do bem de família - Art. 5º)

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BEM DE FAMÍLIA II

5) É possível a penhora de fração ideal de bem protegido pela Lei n. 8.009/1990,


desde que o desmembramento não descaracterize o imóvel.

Julgados: AgInt no AREsp 1984493/ES, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
16/05/2022, DJe 20/06/2022; AgInt no AREsp 1970573/PR, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 09/05/2022, DJe 12/05/2022; AgInt no REsp 1932595/RN, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 30/08/2021, DJe 13/10/2021; AgInt no AREsp 1655356/SP, Rel.
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/04/2021, DJe 26/04/2021;
AgInt no AREsp 1679373/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 30/11/2020, DJe
04/12/2020; AgInt no AREsp 1554084/PR, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 19/10/2020, DJe 26/10/2020. (Vide Pesquisa Pronta)

6) É possível mitigar a proteção legal conferida ao bem de família quando o imóvel


possuir frações com destinações distintas e separadas uma da outra, permitida a
penhora da fração de uso comercial.

Julgados: AgInt no AREsp 1591574/MS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 21/02/2022, DJe 25/02/2022; AgInt no REsp 1932595/RN, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 30/08/2021, DJe 13/10/2021; REsp 1331813/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/05/2019, DJe 24/05/2019; AgInt no AREsp 573226/SP, Rel. Ministro RAUL
ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 02/02/2017, DJe 10/02/2017; REsp 1150957/RS, Rel. Ministro
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/09/2011, DJe 05/10/2011; REsp 968907/RS, Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/03/2009, DJe 01/04/2009. (Vide Informativo
de Jurisprudência N. 387)

7) É possível a penhora de imóvel contíguo ao bem de família, que possua


matrícula própria no Registro de Imóveis, sem que se viole o parágrafo único do art.
1º da Lei do Bem de Família.

Julgados: AgInt no AREsp 1759520/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
15/03/2021, DJe 07/04/2021; AgInt no AREsp 1223067/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 09/04/2019, DJe 16/04/2019; AgRg no REsp 1084683/MS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 11/02/2009; REsp 624355/SC, Rel. Ministro HUMBERTO
GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/05/2007, DJ 28/05/2007 p. 322; AgRg no Ag
679395/RS, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, QUARTA TURMA, julgado em 27/03/2007, DJ
23/04/2007 p. 272; AREsp 1354498/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 17/09/2018, publicado em 19/09/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 337) (Vide
Legislação Aplicada LEI 8.009/1990 - IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA - Art. 1º)

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Jurisprudência em Teses - N. 200

BEM DE FAMÍLIA II

8) É válido acordo judicial homologado no qual devedor oferta bem de família como
garantia de dívida, portanto a posterior alegação de impenhorabilidade do imóvel
prevista na Lei n. 8.009/1990 contraria a boa-fé e a eticidade.

Julgados: AgInt no AREsp 1886576/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 29/11/2021, DJe 03/12/2021; AgInt no AREsp 1522859/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 11/10/2021, DJe 17/11/2021; REsp 1782227/PR, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 27/08/2019, DJe 29/08/2019; REsp 1461301/MT, Rel. Ministro
JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/03/2015, DJe 23/03/2015; AREsp
1443538/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 20/08/2019,
publicado em 23/08/2019; REsp 1264114/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 23/08/2016, publicado em 06/09/2016. (Vide Informativo de Jurisprudência N.
558) (Vide Jurisprudência em Teses N. 44 - TEMA 11)

9) São taxativas as hipóteses de exceção à regra da impenhorabilidade do bem de


família previstas na Lei n. 8.009/1990, logo não comportam interpretação extensiva.

Julgados: AgInt no AREsp 2028415/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 15/08/2022, DJe 18/08/2022; REsp 1888863/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2022, DJe 20/05/2022;
REsp 1935563/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/05/2022, DJe 11/05/2022; REsp 1789505/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
22/03/2022, DJe 07/04/2022; AgInt nos EDcl no REsp 1934700/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI,
QUARTA TURMA, julgado em 21/02/2022, DJe 25/02/2022; REsp 1604422/MG, Rel. Ministro PAULO DE
TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 24/08/2021, DJe 27/08/2021.

10) É inviável a interpretação extensiva do art. 5º da Lei n. 8.009/1990 para abrigar


bem que não ostenta característica de "moradia permanente", pois o propósito da
lei é evitar a blindagem de imóveis de uso eventual ou recreativo, não afetado à
subsistência da entidade familiar.

Julgados: AgInt no REsp 1745395/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em
13/11/2018, DJe 22/11/2018; REsp 1400342/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 08/10/2013, DJe 15/10/2013.

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Edição N. 201 Brasília, 14 de outubro de 2022.
As teses aqui resumidas foram elaboradas pela Secretaria de Jurisprudência, mediante exaustiva pesquisa na base de jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, não consistindo em repositórios oficiais da jurisprudência deste Tribunal.
Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 23/09/2022.

BEM DE FAMÍLIA III

1) É válida a penhora do bem de família de fiador apontado em contrato de locação


de imóvel, seja residencial, seja comercial, nos termos do inciso VII do art. 3º da Lei
n. 8.009/1990. (Tese julgada sob o rito do art. 1.036 do CPC/2015 - TEMA 1.091)

Julgados: AgInt no REsp 1992920/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 22/08/2022, DJe 24/08/2022; REsp 1822033/PR (recurso repetitivo), Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/06/2022, DJe 01/08/2022; REsp 1822040/PR (recurso
repetitivo), Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/06/2022, DJe
01/08/2022; AgInt no REsp 1848625/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
30/05/2022, DJe 29/06/2022; AgInt no AgInt no AREsp 1788698/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2021, DJe 12/05/2021; AgInt no REsp 1881570/RS, Rel. Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 19/04/2021, DJe 23/04/2021. (Vide Súmula
Anotada N. 549/STJ) (Vide Pesquisa Pronta)(Vide Pesquisa Pronta) (Vide Jurisprudência em Teses N. 44 -
TEMA 15, N. 44 - TEMA 16, N. 44, N. 101 - TEMA 5, N. 53 e N. 53 - TEMA 7) (Vide Repetitivos Organizados
por Assunto)(Vide Repetitivos Organizados por Assunto)(Vide Repetitivos Organizados por Assunto) (Vide
Repercussão Geral - Tema 1127)(Vide Repercussão Geral - Tema 295) (Vide Repetitivos - Tema 1091)

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Jurisprudência em Teses - N. 201

BEM DE FAMÍLIA III

2) É impenhorável o bem de família oferecido como caução em contrato de locação


de imóvel residencial ou comercial.

Julgados: AgInt no REsp 1970700/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 27/06/2022, DJe 01/07/2022; REsp 1935563/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 03/05/2022, DJe 11/05/2022; AgInt no REsp 1810159/SP, Rel. Ministro
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/04/2022, DJe 19/04/2022; REsp
1789505/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 22/03/2022, DJe 07/04/2022; AgInt
nos EDcl no REsp 1934700/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em
21/02/2022, DJe 25/02/2022; AgInt no AREsp 1605913/PR, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 20/09/2021, DJe 15/10/2021. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 732) (Vide Pesquisa Pronta)

3) É impenhorável o bem de família pertencente a sociedade empresária de


pequeno porte oferecido como caução em contrato de locação e utilizado como
moradia de sócio ou de sua família.

Julgados: REsp 1935563/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 03/05/2022, DJe 11/05/2022. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 735) (Vide Pesquisa Pronta)

4) É penhorável o bem de família quando os únicos sócios da empresa devedora


são os titulares do imóvel hipotecado, logo cabe aos proprietários o ônus de
demonstrar que a família não se beneficiou dos valores auferidos.

Julgados: AgInt no REsp 1872720/PR, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/08/2022, DJe 17/08/2022; AgInt no AREsp 2092356/BA, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 09/08/2022, DJe 16/08/2022; AgInt no AREsp 1800606/SC, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 21/02/2022, DJe 25/02/2022; AgInt no AREsp 1042143/RS, Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 16/03/2020, DJe 19/03/2020; AgInt no
REsp 1718322/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 07/11/2019, DJe 03/12/2019;
AgInt no AREsp 1447561/GO, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
19/08/2019, DJe 22/08/2019. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 627)

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Jurisprudência em Teses - N. 201

BEM DE FAMÍLIA III

5) É impenhorável o bem de família dado em garantia real por um dos sócios da


pessoa jurídica devedora, cabe ao credor o ônus de provar que o proveito se
reverteu à entidade familiar.

Julgados: AgInt no REsp 1872720/PR, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/08/2022, DJe 17/08/2022; AgInt no AREsp 2092356/BA, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 09/08/2022, DJe 16/08/2022; AgInt no REsp 1944573/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 09/05/2022, DJe 10/06/2022 AgInt no AgInt no AREsp 1992247/PR, Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 25/04/2022, DJe 28/04/2022; AgInt no
AgInt no AREsp 1155639/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
23/08/2021, DJe 25/08/2021; AgInt no AREsp 1598292/SC, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA,
julgado em 30/03/2020, DJe 01/04/2020. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 627) (Vide Pesquisa Pronta)

6) A desconsideração da personalidade jurídica, por si só, não afasta a


impenhorabilidade do bem de família, ressalvadas as exceções previstas na Lei n.
8.009/1990.

Julgados: AgInt no AREsp 935235/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
01/06/2020, DJe 10/06/2020; AgInt no REsp 1669123/RS, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe
03/04/2018; REsp 1433636/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
02/10/2014, DJe 15/10/2014 AREsp 840515/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/03/2017, publicado em 10/03/2017. (Vide Informativo de
Jurisprudência N. 549)

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Jurisprudência em Teses - N. 201

BEM DE FAMÍLIA III

7) É impenhorável o bem de família para o pagamento de honorários advocatícios


ou de profissionais liberais, pois não se assemelham à pensão alimentícia para
efeito da exceção do art. 3º, III, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no REsp 1838453/DF, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA
TURMA, julgado em 21/02/2022, DJe 24/02/2022; AgInt no AREsp 1794215/SP, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 01/06/2021, DJe 07/06/2021; AgInt no AREsp 1246675/ES, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 16/10/2018, DJe 22/10/2018; REsp
1361473/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA
TURMA, julgado em 09/05/2017, DJe 01/08/2017; REsp 1182108/MS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO
JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 25/04/2011 AgRg no Ag 1220965/SP, Rel. Ministro
MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/08/2010, DJe 18/08/2010. (Vide Informativo de
Jurisprudência N. 469) (Vide Legislação Aplicada LEI 8.009/1990 - IMPENHORABILIDADE DO BEM DE
FAMÍLIA - Art. 3º)

8) É possível a penhora do bem de família em favor do credor de pensão


alimentícia, ainda que se trate de bem indivisível, desde que respeitada a quota-
parte do coproprietário não devedor da prestação.

Julgados: AgInt no AREsp 2030654/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 08/08/2022, DJe 10/08/2022; AgInt no REsp 1960419/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 14/03/2022, DJe 18/03/2022. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 252)
(Vide Jurisprudência em Teses N. 44 - TEMA 1)

9) Para a incidência da exceção à impenhorabilidade do bem de família, prevista no


inciso VI do art. 3º da Lei n. 8.009/1990, é imprescindível a existência de sentença
penal condenatória transitada em julgado.

Julgados: REsp 1823159/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
13/10/2020, DJe 19/10/2020. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 681)

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Jurisprudência em Teses - N. 201

BEM DE FAMÍLIA III

10) A exceção à impenhorabilidade contida na 1ª parte do inciso VI do art. 3º da Lei


n. 8.009/1990: bem imóvel "adquirido com produto de crime", não pressupõe a
existência de sentença penal condenatória, assim, é suficiente a prática de conduta
definida como crime e que o bem tenha sido adquirido com produto da ação
criminosa.

Julgados: REsp 1091236/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 15/12/2015, DJe
01/02/2016; REsp 163786/SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA, julgado em
19/05/1998, DJ 29/06/1998. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 575)

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Edição N. 202 Brasília, 28 de outubro de 2022.
As teses aqui resumidas foram elaboradas pela Secretaria de Jurisprudência, mediante exaustiva pesquisa na base de jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, não consistindo em repositórios oficiais da jurisprudência deste Tribunal.
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BEM DE FAMÍLIA IV

1) A impenhorabilidade do bem de família não pode ser afastada em cobrança de


dívida fundada em contribuições criadas por associações de moradores, por se
tratar de obrigação de direito pessoal, não equiparada a despesas condominiais.
Art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no REsp 1862558/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 10/08/2020, DJe 18/08/2020; AgInt no AREsp 951884/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,
QUARTA TURMA, julgado em 29/06/2020, DJe 01/07/2020; AgInt nos EDcl no REsp 1822925/SP, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/05/2020, DJe 28/05/2020; AgInt no
REsp 1688721/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
20/02/2018, DJe 26/02/2018; AgInt no REsp 1321446/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA
TURMA, julgado em 13/09/2016, DJe 11/10/2016; AgRg no REsp 1374805/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 01/08/2013. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 510)
(Vide Pesquisa Pronta)(Vide Pesquisa Pronta)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 23 de setembro de 2022. 1


Jurisprudência em Teses - N. 202

BEM DE FAMÍLIA IV

2) A obrigação do coproprietário de pagar alugueres por uso exclusivo de imóvel


comum, que utiliza como moradia, tem fundamento no direito real e possui natureza
de obrigação propter rem, de modo a afastar a impenhorabilidade do bem de
família.
Art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: REsp 1888863/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, Rel. p/ Acórdão Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2022, DJe 20/05/2022. (Vide Informativo de
Jurisprudência N. 748)

3) A proteção conferida ao bem de família não implica inalienabilidade do imóvel, de


forma que é possível sua disposição pelo proprietário no âmbito de alienação
fiduciária.

Julgados: AgInt nos EAREsp 1775731/DF, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
16/08/2022, DJe 18/08/2022; AgInt no AREsp 2071640/ES, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 08/08/2022, DJe 10/08/2022; AgInt nos EDcl no AREsp 1719444/SC, Rel.
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/08/2021, DJe 17/08/2021;
REsp 1595832/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 29/10/2019, DJe
04/02/2020; REsp 1560562/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
02/04/2019, DJe 04/04/2019. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 664)

4) O bem de família alienado fiduciariamente não pode ser penhorado em execução


promovida por terceiro contra o devedor fiduciante, pois o imóvel pertence ao
credor fiduciário.

Julgados: AgInt no REsp 1992074/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 08/08/2022, DJe 15/08/2022; REsp 1677079/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/09/2018, DJe 01/10/2018.

5) É possível a penhora dos direitos decorrentes do contrato de alienação fiduciária


de bem de família, pois possuem expressão econômica.

Julgados: AgInt no REsp 1992074/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 08/08/2022, DJe 15/08/2022; AgInt no AREsp 1370727/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/03/2019, DJe 28/03/2019.

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 23 de setembro de 2022. 2


Jurisprudência em Teses - N. 202

BEM DE FAMÍLIA IV

6) Os direitos do devedor fiduciante decorrentes do contrato de alienação fiduciária


de imóvel dado em garantia são impenhoráveis, quando afetados à aquisição do
bem de família e se tratar de único imóvel utilizado por ele ou por sua família para
moradia.
Art. 1º da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no AREsp 1768295/PR, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 24/05/2021, DJe 28/05/2021; AgInt no AREsp 1719749/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,
QUARTA TURMA, julgado em 23/11/2020, DJe 01/12/2020; REsp 1726733/SP, Rel. Ministro MARCO
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/10/2020, DJe 16/10/2020; REsp 1821115/PI, Rel.
Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/02/2020, DJe 18/05/2020; REsp
1629861/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/08/2019, DJe 08/08/2019;
REsp 1677079/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
25/09/2018, DJe 01/10/2018.

7) A penhora de direitos do devedor fiduciante decorrentes do contrato de alienação


fiduciária sobre o bem de família prescinde de anuência do credor fiduciário.

Julgados: REsp 1821115/PI, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
20/02/2020, DJe 18/05/2020.

8) É possível penhorar bem de família para saldar débito originado de contrato de


empreitada global que viabilizou a construção do imóvel.
Art. 3º, II, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: REsp 1976743/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
08/03/2022, DJe 11/03/2022. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 728)

9) A dívida contraída em razão da compra de material destinado à construção de


bem de família, por si só, não afasta a impenhorabilidade do imóvel, pois as
exceções estão limitadas às hipóteses do inciso II art. 3º da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no AREsp 2028415/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 15/08/2022, DJe 18/08/2022; AgRg no Ag 888313/RS, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO
JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 24/06/2008, DJe 08/09/2008 AREsp 900141/SC (decisão
monocrática), Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 31/05/2016, publicado em
06/06/2016. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 361)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 23 de setembro de 2022. 3


Jurisprudência em Teses - N. 202

BEM DE FAMÍLIA IV

10) A exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista para o crédito


decorrente de financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel se
estende ao novo imóvel adquirido com os recursos oriundos da venda do bem
primitivo penhorável.
Art. 3º, II, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: REsp 1935842/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
22/06/2021, DJe 25/06/2021. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 702)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 23 de setembro de 2022. 4


Edição N. 203 Brasília, 11 de novembro de 2022.
As teses aqui resumidas foram elaboradas pela Secretaria de Jurisprudência, mediante exaustiva pesquisa na base de jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, não consistindo em repositórios oficiais da jurisprudência deste Tribunal.
Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 21/10/2022.

BEM DE FAMÍLIA V

1) Para se reconhecer a impenhorabilidade do bem de família não é exigido que o


devedor prove que o imóvel onde reside é o único de sua propriedade.

Julgados: AgInt no AREsp 1719457/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
08/02/2021, DJe 11/02/2021; AgInt no AREsp 1558073/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA,
julgado em 18/02/2020, DJe 12/03/2020; AgInt no AREsp 909458/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 30/05/2019, DJe 04/06/2019; REsp 1685402/PE, Rel. Ministro
HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/10/2017, DJe 16/10/2017; AgRg nos EDcl no
AREsp 794318/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/02/2016,
DJe 07/03/2016 AREsp 2088444/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA,
julgado em 15/09/2022, publicado em 20/09/2022.

2) É impenhorável o bem de família de devedor que sirva de residência para os


seus familiares, ainda que aquele habite em outro imóvel.

Julgados: AgInt na TutPrv no AREsp 2046365/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 15/08/2022, DJe 17/08/2022; AgInt no REsp 1889399/PE, Rel. Ministro BENEDITO
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/05/2022, DJe 19/05/2022; AgInt no REsp 1801059/SE, Rel.
Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/06/2019, DJe 18/06/2019; EREsp 1216187/SC,
Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/05/2014, DJe 30/05/2014; REsp
1126173/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/04/2013,
DJe 12/04/2013; REsp 831553/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
19/05/2011, DJe 26/05/2011. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 543)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 21 de outubro de 2022. 1


Jurisprudência em Teses - N. 203

BEM DE FAMÍLIA V

3) É possível atribuir o benefício da impenhorabilidade a mais de um imóvel do


devedor, desde que pertencentes a cada uma das entidades familiares formadas
após a dissolução da união estável ou da separação ou do divórcio.

Julgados: AgInt no REsp 1835498/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA,
julgado em 20/04/2020, DJe 24/04/2020 AgInt no REsp 1801059/SE, Rel. Ministro OG FERNANDES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 11/06/2019, DJe 18/06/2019; AgInt no AREsp 1158338/SP, Rel. Ministro
LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado
em 14/08/2018, DJe 22/08/2018; REsp 1126173/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 09/04/2013, DJe 12/04/2013; REsp 859937/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/12/2007, DJ 28/02/2008; REsp 1789150/RS (decisão monocrática), Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 03/08/2020, publicado em
05/08/2020. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 352)

4) A impenhorabilidade do bem de família da Lei n. 8.009/1990 remanesce ainda


que se trate de imóvel de alto padrão ou de luxo, independentemente do seu valor
econômico.

Julgados: AgInt no REsp 1965350/MT, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 26/04/2022, DJe 29/04/2022; REsp 1726733/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA
TURMA, julgado em 13/10/2020, DJe 16/10/2020; AgInt no AREsp 1146607/SP, Rel. Ministro MOURA
RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/05/2020, DJe 07/05/2020; AgInt no REsp 1806654/SP, Rel.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 09/12/2019, DJe 13/12/2019; AgInt no
REsp 1656079/RS, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
03/12/2018, DJe 06/12/2018; AgInt no REsp 1669123/RS, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe
03/04/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 456) (Vide Pesquisa Pronta)(Vide Pesquisa Pronta)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 21 de outubro de 2022. 2


Jurisprudência em Teses - N. 203

BEM DE FAMÍLIA V

5) A pequena propriedade rural trabalhada pela entidade familiar é impenhorável,


ainda que oferecida em garantia hipotecária pelos respectivos proprietários.
Art. 4º, § 2º, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no AREsp 2106993/RS, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
03/10/2022, DJe 21/10/2022; AgInt no AREsp 1999952/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 20/06/2022, DJe 22/06/2022; AgInt no AREsp 1968844/SC, Rel. Ministro MARCO BUZZI,
QUARTA TURMA, julgado em 21/03/2022, DJe 24/03/2022; AgInt no REsp 1810055/SC, Rel. Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/02/2022, DJe 22/02/2022; AgInt no
AREsp 1838004/RS, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/08/2021, DJe
19/08/2021 AgInt no AREsp 1607609/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
em 15/03/2021, DJe 23/03/2021. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 689) (Vide Pesquisa Pronta) (Vide
Legislação Aplicada Lei 8.009/1990 - Impenhorabilidade do bem de família - Art. 4º § 2º)

6) O falecimento do devedor não faz cessar automaticamente a impenhorabilidade


do imóvel caracterizado como bem de família, pois a proteção legal deve ser
estendida em favor da entidade familiar.

Julgados: AgInt no REsp 1669123/RS, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR


CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 15/03/2018, DJe 03/04/2018; AgInt no
AREsp 1130591/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/12/2017,
DJe 15/12/2017; REsp 1271277/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 15/03/2016, DJe 28/03/2016 EDcl no REsp 1822604/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro
ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 01/09/2020, publicado em 09/09/2020; REsp
1759991/SC (decisão monocrática), Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, publicado em
05/09/2019; AREsp 1199556/PR (decisão monocrática), Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 12/03/2018, publicado em 27/03/2018.

7) A proteção instituída pela Lei n. 8.009/1990 impede a penhora de direitos


hereditários no rosto do inventário do único bem de família que compõe o acervo
sucessório.

Julgados: REsp 1271277/MG, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado
em 15/03/2016, DJe 28/03/2016; AREsp 1199556/PR (decisão monocrática), Rel. Ministro MARCO AURÉLIO
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/03/2018, publicado em 27/03/2018.

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 21 de outubro de 2022. 3


Jurisprudência em Teses - N. 203

BEM DE FAMÍLIA V

8) É penhorável o bem de família ofertado como garantia para ingresso no


Programa de Recuperação Fiscal - REFIS quando o devedor atua de maneira
fraudulenta, com abuso do direito de propriedade e manifesta violação à boa-fé
objetiva.

Julgados: REsp 1200112/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2012,
DJe 21/08/2012. (Vide Jurisprudência em Teses N. 44 - TEMA 11)

9) Os bens móveis que guarnecem o bem de família são impenhoráveis,


excetuados aqueles em duplicidade, por não se tratar de utensílios necessários à
manutenção básica da unidade familiar.
Art. 1º, parágrafo único, e art. 2º, caput, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgRg no REsp 606301/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
27/08/2013, DJe 19/09/2013; AgRg no Ag 821452/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA,
julgado em 18/11/2008, DJe 12/12/2008; REsp 533388/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/11/2004, DJ 29/11/2004 AREsp 2095571/SP (decisão monocrática), Rel.
Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 29/08/2022, publicado em 31/08/2022; AgInt no
REsp 1728512/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em
20/11/2020, publicado em 01/12/2020; AREsp 1481413/SP (decisão monocrática), Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 15/08/2019, publicado em 19/08/2019. (Vide Legislação
Aplicada Lei 8.009/1990 - Impenhorabilidade do bem de família - Art. 2º e Lei 8.009/1990 - Impenhorabilidade
do bem de família - Art. 2º)

10) Os bens móveis que guarnecem a residência do devedor, enquanto não


quitados, não se integram ao bem de família protegido pela Lei n. 8.009/1990, logo
são passíveis de penhora.
Parágrafo único do art. 1º da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: REsp 554768/RS, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado
em 13/03/2007, DJe 04/08/2009 REsp 1408918/SC (decisão monocrática), Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/05/2015, publicado em 13/05/2015. (Vide Jurisprudência
em Teses N. 44 - TEMA 3)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 21 de outubro de 2022. 4


Edição N. 204 Brasília, 25 de novembro de 2022.
As teses aqui resumidas foram elaboradas pela Secretaria de Jurisprudência, mediante exaustiva pesquisa na base de jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, não consistindo em repositórios oficiais da jurisprudência deste Tribunal.
Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 04/11/2022.

BEM DE FAMÍLIA VI

1) Não é possível que medida cautelar fiscal de indisponibilidade de bens recaia


sobre bem de família, em razão da proteção contida no art. 1º da Lei n. 8.009/1990.
Art. 185-A do CTN e art. 4º da Lei n. 8.397/1992.

Julgados: AgInt no REsp 1966111/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 25/04/2022, DJe 28/04/2022; AgInt no AREsp 1066929/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/03/2020, DJe 31/03/2020; AgRg no REsp 1393814/RS, Rel. Ministro
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 12/11/2013, DJe 06/12/2013; AgRg no
AgRg no Ag 1312872/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/06/2013, DJe
13/06/2013; AgRg no REsp 1200145/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 15/12/2011, DJe 02/02/2012; REsp 890163/DF, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, julgado em 10/04/2007, DJ 23/04/2007.

2) Decidida a questão da impenhorabilidade do bem de família, nos termos da Lei


n. 8.009/1990, não é permitido ao Judiciário, ao seu arbítrio, em razão da preclusão
consumativa, proferir novo pronunciamento sobre a mesma matéria.

Julgados: REsp 976566/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
20/04/2010, DJe 04/05/2010. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 425)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 04 de novembro de 2022. 1


Jurisprudência em Teses - N. 204

BEM DE FAMÍLIA VI

3) O protesto contra alienação do bem de família não possui o objetivo de obstar ou


anular o negócio jurídico de venda do imóvel impenhorável, mas tão somente de
informar terceiros de boa-fé a respeito da pretensão do credor de penhora do bem.
Art. 301 do CPC.

Julgados: REsp 1236057/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
06/04/2021, DJe 28/04/2021. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 692)

4) A ausência de averbação da hipoteca no cartório de registros de imóveis, por si


só, não afasta a exceção à regra de impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei
n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no AREsp 1401722/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
04/05/2020, DJe 08/05/2020; REsp 1455554/RN, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14/06/2016, DJe 16/06/2016 AREsp 703635/RJ (decisão monocrática), Rel. Ministro
LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado
em 22/08/2018, publicado em 24/08/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 585)

5) Tratando-se de execução proposta por credor diverso daquele em favor do qual


fora outorgada a hipoteca, é inadmissível a penhora do bem imóvel destinado à
residência do devedor e de sua família, pois não incide a regra excepcional do art.
3º, V, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: REsp 1604422/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA,
julgado em 24/08/2021, DJe 27/08/2021; AgRg nos EDcl no Ag 1347597/MS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 13/04/2011 REsp 1926559/SP (decisão monocrática), Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 01/02/2022, publicado em 08/02/2022. (Vide
Informativo de Jurisprudência N. 3 - Edição Especial)

6) Para aplicar a exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º,


IV, da Lei n. 8.009/1990 é preciso que o débito de natureza tributária seja
proveniente do próprio imóvel que se pretende penhorar.

Julgados: REsp 1332071/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
18/02/2020, DJe 20/02/2020. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 665)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 04 de novembro de 2022. 2


Jurisprudência em Teses - N. 204

BEM DE FAMÍLIA VI

7) A alienação, pelo executado, de imóvel considerado bem de família, após a


constituição do crédito tributário, não caracteriza fraude à execução fiscal, pois a
transferência do imóvel não afasta a cláusula de impenhorabilidade do bem.
Art. 3º, IV, da Lei n. 8.009/1990.

Julgados: AgInt no AREsp 1563408/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em
16/08/2021, DJe 20/08/2021; AgInt no REsp 1719551/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 30/05/2019; AgInt no AREsp 1190588/RS, Rel. Ministro NAPOLEÃO
NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/03/2019, DJe 26/03/2019; REsp 846897/RS, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2007, DJ 23/03/2007. (Vide Legislação
Aplicada LEI 8.009/1990 - IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA - Art. 3º)

8) A impenhorabilidade do bem de família não pode ser arguida, em ação anulatória


da arrematação, após o encerramento da execução.

Julgados: AgInt no REsp 1699511/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
13/05/2019, DJe 17/05/2019; AgInt no AREsp 1227203/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,
QUARTA TURMA, julgado em 13/12/2018, DJe 19/12/2018; AR 4525/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 13/12/2017, DJe 18/12/2017; AgRg no REsp 853296/GO, Rel.
Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 14/11/2007, DJ 28/11/2007.
(Vide Pesquisa Pronta)(Vide Pesquisa Pronta) (Vide Jurisprudência em Teses N. 44 - TEMA 18)

9) O afastamento da exceção à impenhorabilidade prevista no art. 3º da Lei n.


8.009/1990 não se estende ao saldo remanescente do produto da arrematação, de
forma que, quitada a dívida, o crédito excedente não perde seu caráter de bem de
família.

Julgados: AgRg no AgRg no Ag 1094203/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
26/04/2011, DJe 10/05/2011 AREsp 2181455/PR (decisão monocrática), Rel. Ministro RICARDO VILLAS
BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2022, publicado em 24/10/2022; AREsp 1477639/SP
(decisão monocrática), Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em
05/02/2021, publicado em 09/02/2021; REsp 1803643/SP (decisão monocrática), Rel. Ministra MARIA ISABEL
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 24/11/2020, publicado em 02/12/2020. (Vide Informativo de
Jurisprudência N. 470)

Os entendimentos foram extraídos de julgados publicados até 04 de novembro de 2022. 3


Jurisprudência em Teses - N. 204

BEM DE FAMÍLIA VI

10) É possível a penhora do bem de família de condômino, na proporção de sua


fração ideal, na hipótese de inexistir patrimônio próprio do condomínio para
responder por dívida decorrente de danos a terceiros.

Julgados: REsp 1473484/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
21/06/2018, DJe 23/08/2018. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 631)

11) A instituição do imóvel como bem de família não constitui motivo impeditivo ao
aperfeiçoamento da usucapião, na hipótese de mudança ou abandono.

Julgados: REsp 174108/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, julgado em
15/09/2005, DJ 24/10/2005. (Vide Informativo de Jurisprudência N. 260)

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