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Maria Inês Pedrosa Nahas

COMPC>SIÇÃO, DLS�I:Bl;J.:J:.·ÇÃÇ>,.

ESPAÇC>-TEMPORA� E AS����ES.
DE ESPÉCIES D� GAS�A IX> • •I ' " ,._ ,lj •

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INCONSOLIDA.CX>S DA REOl;c.AÇ>. G)O ..

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Dissertação apresentada à Coordenação d� ,Pós-'Graduação,�,

Zoologia do ·Museu Nacié!>Aal,, un.iversidade· Federal ·�··Rio,��.

Jane.i,ro, como parte dos requisi,t;os necess�rios � obter19ão do.

grau de Mestre em Ciências Biológicas - Z<;>e>logi�.


Rio �e Jan�i'ro

1992
...... �-- --
...........

·:e- MARIA IN�S PEDROSA NAHAS

ca-iPOSIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E ASSOCIAÇõES DE


ESPÉCIES DE GASTROPODA DO INFRALITORAL DE FUNDOS
INCONSOLIDAOOS DA REGIÃO DO CABO FRIO, RJ, BRASIL.

Dissertação apresentada à-Coordenação de Pós-Graduação em


Zoologia do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do
grau de Mestre em Ciências Biológicas - Zoologia.

/
'-

\.
Rio de Janeiro
ii

MARIA INÊS PEDROSA NAHAS

COMPOSIÇÃO, DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMF'a1AL E ASSOCIAÇõES DE


ESPÉCIES DE GASTROPOOA 00 INFRA-LITORAL DE FUNOOS
INOONSOLIDAOOS DA REGIÃO 00 CABO FRIO, RJ, BRASIL.

Banca examinadora:

Prof. Arnaldo Campos dos Santos Coelho


Setor de Malacologia - Museu Nacional - UFRJ

Prof. Sérgio Henrique Gonçalves da Silva


Dep. de Biologia Marinha - Instituto de Biologia - UFRJ

Prof.Clóvis B. Castro
Setor de Celenterologia - Museu Nacional - UFRJ

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 1992.


iii

Trabalho realizado no Instituto de Estudos do Mar Almirante


Paulo Moreira (IEAPM), Arraial do Cabo, RJ.

Orientador:

Dr. Flávio da Costa Fernandes


Instituto de Estudos do Mar
Almirante Paulo Moreira
iv

FICHA CATALOO¾FICA

NAHAS, Maria Inês Pedrosa


Composição, distribuição espaço-temporal e associações de
espécies de Gastropoda do infralitoral de fundos
inconsolidados da região do Cabo Frio, RJ, Brasil. Rio de
Janeiro. UFRJ, Museu Nacional, 1992.
XX, 94 f.
Tese: Mestre em Ciências Biológicas (Zoologia)
1. Gastropoda 2. Infralitoral 3. Bentos 4. Ecologia
5. Moluscos 6. Teses
I. Universidade Federal do Rio de Janeiro
II. Titulo
V

Dedico este trabalho:


- à memória de minha mãe, incansável espírito de luta e de
solidariedade humana;
- ao meu pai, leal e confiante amigo de todas as horas.
vi

-.....

"Quem cria fica só, desbrava, é seu próprio guia. "


(Wolber de Alvarenga)
vii

AGlADECIMENTOO

Para a realização deste trabalho, tive a oportunidade e


a felicidade de contar com a colaboração técnica e a amizade
de muitas pessoas, sem as quais certamente não teria chegado
a este momento.

Quero expressar aqui, minha profunda gratidão ao Flávio,


ilibado mestre, que muito além de orientador acabou por
tornar-se insubstituível companheiro nesta travessia.

À Coordenação e Corpo Docente do Mestrado em Zoologia do


Museu Nacional (Universidade Federal do Rio de Janeiro -
UFRJ), por contribuírem na minha formação profissional.

Ao Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira


(IEAPM), pela oportunidade de utilização da infra-estrutura
necessária à realização deste trabalho.

À Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e à


Prefeitura de Belo Horizonte, pela concessão da licença e
pelo auxilio financeiro durante o período em que me afastei
das atividades docentes.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e


Tecnológico (CNPq), pela concessão de bolsa de estudos
durante a realização deste trabalho.
viii

Ao amigo Msc. Ricardo Sil va Absal ão do Instituto de


Biol ogia da UFRJ, pel a gentil eza em abrir as portas do
Laboratório de Mal acol ogia para meu aprendizado, pel as
microfotografias cedidas, pel o auxil io decisivo na
identificação dos gastrópodes, na revisão bibl iográfica e
pel os contatos que me proporcionou.

Ao caro Prof. El iezer de Carval ho Rios do Museu


Oceanográfico da Fundação Universidade Rio Grande (MORG/FURG­
RS), pel a amabil idade com que me recebeu e resol veu os
probl emas na identificação do material e pel o acesso à
col eção e bibl iografia do referido museu.

À Iara Swoboda Cal vo do MORG/FURG-RS, pel a gentil eza com


que me recebeu e pel a col aboração na identificação dos
Nudibranchia.

Ao Prof. Arna 1 do Campos dos Santos Coe 1 ho e a toda a


equipe do Laboratório de Mal acol ogia do Museu Nacional
(UFRJ), pel os val iosos ensinamentos e auxfl io na revisão e
acesso à bibl iografia.

Ao Dr. Jean Louis Val entin do IEAPM, pel o auxilio na


interpretação das anál ises estatisticas.

Ao col ega e biól ogo Paul o Al berto Sil va da Costa, pel a


col aboração na organização dos dados em computador, na
execução de cál cul os e apl icação de testes estatfsticos.
ix

A bióloga Karen Tereza L. Cochiarelli, do IEAPM pela


triagem dos organismos, pela enorme colaboração em diferentes
etapas da execução deste trabalho e pela amizade nos roomentos
necessários.

Ao amigo Bernardo Perez da Gama pelo alegre convivio em


Arraial do Cabo e pelo auxílio no inicio do desenvolvimento
do trabalho.

À bióloga Helena Passeri Lavrado pelo auxílio na


utilização de programas estatisticos nas etapas finais do
trabalho.

À oceanóloga Adriana da Costa Braga, pela prestimosa


colaboração em diferentes etapas do trabalho e pelas
facilidades criadas para minha viagem ao Rio Grande (RS).

Ao caro amigo Max Soneguetti, pelo feliz companheirismo


durante o curso de Mestrado e pela alegria e estimulo que
muitas vezes levou à Arraial do Cabo.

À Maria Cleide Mendonça, leal e gentil amiga, pelo


inestimável apoio e estímulo em vários roomentos do Mestrado e
aos caros amigos Fábio Pitombo, José Roberto P. Luz, Débora
Pires e Clóvis B. Castro pelos inesquecíveis roomentos que
passamos juntos.
X

Aos amigos Jaime Pacheco e José Marmo pelas carinhosas e


alegres acolhidas que muitas vezes me proporcionaram no Rio
de Janeiro.

Ao Dr. Omar dos Santos Carvalho e ao Dr. Naftale Katz do


Centro de Pesquisas "René-Rachou" (FOC - Belo Horizonte),
pela formação cientffica que me proporcionaram e que
seguramente me norteou na realização do presente trabalho.

A minha familia, particularmente aos meus queridos


irmãos, pela confiança e estímulo durante esta jornada, em
especial ao Toninho pela inestimável contribuição na
conclusão deste trabalho.

Aos meus incansáveis e leais amigos Heloisa Greco,


::
Tereza s. e. Massa, 1orge Saffar e Odilon Vargas Toledo por
todos estes anos de cu plicidade.

=
xi

RESU"'10

O presente trabalho teve como objetivo principal,


determinar a composição, distribuição espaço-temporal e as
assoeiações de mo 1 uscos gastrópodes do ecossistema da
ressurgência ·da região do Cabo Frio, RJ/Brasi 1 . Mensalmente,
foram realizadas amostragens com rede de porta, draga
retangular e pegador van Veen nas isóbatas de 30, 45 e 60
metros, no periodo de 1986 a 1988. Vários parâmetros fisico­
quimicos do sedi�ento e da água junto ao fundo foram
ana 1 isados. Em mais de 50% �as amostragens a temperatura da
água esteve abaixo de 18°C, demonstrando forte influência da
Agua Central do Atlântico Sul (ACAS) na área de estudo. O
sedimento variou de areia média bem selecionada a areia fina
moderadamente bem selecionada. Foram coletados 915
gastrópodes de 56 espécies, registrando-se uma ocorrência
nova para o Brasil. Não se observou nenhum padrão sazonal de
distribuição; apenas um aumento progressivo no número de
individuos de 1986 para 1988, sugerindo um possível ciclo
sazonal mais longo. Os maiores valores de abundância e
riqueza de espécies foram os de 30 e 45 metros e a
diversidade foi maior a 45 metros, onde o sedimento
apresentou caracteristicas granulométricas intermediárias em
relação a 30 e 60 metros. A análise de agrupamento permitiu a
determinação de associações com dominância de espécies
caracteristicas de cada profundidade. A caracterização das
xii

,.. associações só foi possível a partir dos dados obtidos com os


três instrumentos de coleta, embora a draga tenha sido o mais
eficiente para a amostragem da fauna de gastrópodes.
xiii
.ABSTRACT

The main purpose of this study was to determine the


composition, spacial-temporal distribution and the gastropod
associations of upwelling ecosystem of Arraial do Cabo,
RJ/Brazil. Monthly, sarnples were done using an otter-trawl, a
rectangular ·dredge and a van Veen grab at 30, 45 and 60
meters deep, during 1986 to 1988. Some abiotic parameters of
the sediment and water near the bottom were analysed. More
than 50% of the samples presented water temperatura below
18° C, showing a strong influence of the Central South
Atlantic Water in the studied area. The sediment varied from
medium sand well sorted to fine sand moderately well sorted.
Were collected 915 gastropods of 56 species, recording a new
occurrence to the Brazilian coast. A seasonal pattern was not
observed in the distribution of the organisms, however a
progressive increase of the number of individuals occurred
from 1986 to 1988, suggesting a longer seasonal cycle. The
highest values of abundance and richness were found at 30 and
45 meters and the diversity was higher at 45 meters, where
the sediment showed intermediate granulometric
characteristics in relation to 30 and 60 meters. Clustering
analysis allowed the determination of associations to each
depth studied. The characterization of the associations was
only possible by using data obtained from the three samplers,
despite the higher efficiency of the dredge in providing
sarnples of the gastropods.
xiv

SUMARIO

Pág.
Folha de rosto i
Banca examinadora ii
Local de trabalho/Orientador iii
Ficha Catalográfica iv
Dedicatória . . . . V

Epigrafe . . vi
Agradecimentos vii
Resumo xi
Abstract xiii
Sumário . xiv "-

Lista de tabelas xvii


Lista de figuras xix

1- I NTROOUÇÃO • 01

2- AREA DE ESTUOO . 07

2. 1- Aspectos climáticos e hidrológicos 07

2. 2- Aspectos geomorfológicos 09

3- MATERIAL E MÉTOIX)S . . 11

3. 1- Coleta, triagem e identificação dos organismos . 11


3. 1. 1- Coletas. 11
3. 1. 2- Triagem 13
3. 1. 3- Identificação 14

3.2- Coleta e análise da água e do sedimento 16

3. 2. 1- Agua junto ao fundo 16


,_
n

XV

3. 2. 2- Sedimento 17

3. 3- Análises estatfsticas 19

3. 3. 1- Análises estatísticas aplicadas à fauna 19

3. 3. 1. 1- Freqüência relativa 20
3. 3. 1. 2- Dominância 20
3. 3. 1. 3- Riqueza 20
3. 3. 1. 4- Diversidade 20
3. 3. 1. 5- Análises de agrupamento 21
3. 3. 1. 6- Densidade populacional . . 21
3.3. 2- Análises estatfsticas aplicadas aos parâmetros
ambientais 22
3. 3. 2. 1- Teste de Kruskal-Wallis 22
3. 3. 2. 2- Teste de Tuckey 22
3. 3. 2. 3- Diferença mínima significativa . . 23
4- RESULTAOOS E DISCUSSÃO . . . . . . . . . . . . . . 24
4. 1- O ambiente . . . . . . . . . . . . . . 24
4. 1.1- Agua junto ao fundo . . . . 24
4. 1. 2- Sedimento . 30
4. 2- Dados bióticos . . . . . 35
4. 2. 1- Composição da fauna: listagem taxonômica e dados
ecológicos das espécies 35
4. 2. 2- Distribuição temporal das espécies . . 51
4. 2. 3- Distribuição espacial das espécies 57
4. 2. 3. 1- Densidade populacional . . . . . . 57

4.2. 3. 2- Associações de espécies em cada profundidade 59


4.2.3. 2.1- A profundidade de 30 metros • 59

r'\'
xvi

4. 2. 3. 2. 2- A profundidade de 45 metros • 71

4. 2. 3. 2. 3- A profundidade de 60 metros . 72

4. 2. 3. 3- Associações de espécies em todas as


profundidades • • • • • 73

5- CONCLUSõES . . . . . . • • . . • • . 76

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS . 80

L
1
n

xvii

LI STA DE TABELA S
Pág.

1- Médias e desvios padrões dos parâmetros fisico­


quimicos avaliados na água junto ao fundo, nas três
profundidades de coleta . 25

II- Médias e desvios-padrões dos parâmetros fisico­


químicos avaliados na água junto ao fundo, nos três
anos de coleta 26

III- Valores médios e desvios padrões de carbono


inorgânico, carbono orgânico e nitrogênio do
sedimento . 31

IV- Médias e desvios-padrões do diâmetro médio e do


coeficiente de seleção do sedimento, nas três
profundidades de coleta . . . . . 34

V- Comparação entre a abundância de gastrópodes por


ano, nas três profundidades de arrasto de rede 55

VI- Densidade populacional (nQ ind. /m 2 )por profundidade


na radial Monte Alto 58

VII- Número total e freqüência e dominância percentuais


dos gastrópodes coletados com rede 60

VIII- Número total e freqüência e dominância percentuais


dos gastrópodes coletados com draga . . . . . . . . 61

IX- Número total e freqüência e dominância percentuais


dos gastrópodes coletados com pegador . . . . . . . 62

X- Número total e freqüência e dominância percentuais


dos gastrópodes coletados com rede, draga e pegador. 63
xviii

XI- Comparação entre a riqueza, diversidade e abundância


da fauna de gastrópodes nas três profundidades de
coleta, nas amostragens feitas simultaneamente com
rede, draga e pegador 64
xix

LI STA DE FIGURAS

Pág.

01- Área de estudo . . . 08

02- Variação mensal da temperatura a 30, 45 e 60 metros de


profundidade . . . 25
03- Variação mensal da salinidade a 30, 45 e 60 metros de
profundidade . . . 27

04- Variação mensal do oxigênio dissolvido a 30, 45 e 60


metros de profundidade . . . . . . . 28
05- Variação mensal do nitrogênio total a 30, 45 e 60
metros de profundidade . . 29

06- Variação mensal do carbono inorgânico do sedimento nas


três profundidades de coleta . . . . . . 32
07- Variação mensal do carbono orgânico do sedimento nas
três profundidades de coleta . . . 32
08- Variação mensal do nitrogênio orgânico do sedimento
nas três profundidades de coleta . . . 33
09- Distribuiç.ão temporal dos gastrópodes coletados com
rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
10- Distribuição temporal dos gastrópodes coletados com
draga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
11- Distribuição temporal dos gastrópodes coletados com
pegador "van-Veen" . . . . . . . . . . . . . . . . 53
12- Relação da abundância de gastrópodes com temperatura e
salinidade da água junto ao fundo . . . . . . . 54
XX

13- Densidade populacional das principais espécies na


radial Monte Alto . . . . . . . . 59

14- Comparação da abundância dos gastrópodes coletados


por instrumento, com o total amostrado por
profundidade . . . . . . 65

15- Comparação da riqueza dos gastrópodes coletados por


instrumento, com o total amostrado por
profundidade . . . . . . . . . . . . . . 65

16- Comparação do indica de diversidade por instrumento de

coleta, com o índice de cada profundidade 66

17- Análise de agrupamento das espécies coletadas com a


rede . . . 67

18- Análise de agrupamento das espécies coletadas com a


draga . 68

19- Análise de agrupamento das espécies coletadas com o


pegador "van-Veen" . . . . . . . . 69

20- Análise de agrupamento das espécies coletadas com a


utilização simultânea dos três instrumentos . . 70
21- Análise de agrupamento das profundidades a partir dos
dados obtidos com: A- rede; B- draga; e- pegador;
D- com os três instrumentos • • • • • • 74
22- Distribuição batimétrica das espécies mais freqüentes
e dominantes na área de estudo . . . . . . . . . . . . 76
1

1- INTRODUÇÃO

As assoeiações bênticas de regiões costeiras,


incluindo ambientes estuarinos e plataforma rasa, desempenham
o importante papel de receber detrito orgânico e convertê-lo
em biomassa animal que serve de alimento para peixes
demersais e para outros predadores (STEELE, 1974; KNOX, 1977;
AMARAL & MIOOTTO, 1980) . Além disto, as associações bênticas
participam na reciclagem e regeneração de nutrientes e
matéria orgânica em fundos marinhos (GRAY, 1981; LEVINTON,
1982). Organismos filtradores ou detritivoros podem, através
de seus mecanismos de movimentação, alimentação e respiração,
modificar profundamente as características sedimentológicas e
geoquimicas dos sedimentos, afetando, por extensão, os
processos de ciclagem e transferência de matéria e energia na
interface sedimento-água .

O estudo de comunidades bênticas tem


contribuído intensamente para a compreensão da estrutura e
organização das comunidades naturais (MENGE, 1982). Os
primeiros trabalhos sobre bentos marinho com enfoque
ecológico são creditados a ROSS (1819) e FORBES (1859). Estes
rea 1 izaram abordagens qua 1 itativas, preocupando-se apenas em
compor um levantamento faunístico das regiões estudadas. Foi
PETERSEN (1911) quem aperfeiçoou métodos utilizados por DAHL
(1893) e JONSTONE (1908), inventando o instrumento que
permite uma amostragem quantitativa dos fundos - o "busca-
2

fundo" de Petersen - iniciando assim, os fundamentos da


ecologia marinha quantitativa.

Os estudos de bentos de plataforma se


iniciaram corno um ramo da biologia pesqueira, a partir dos
trabalhos pioneiros de PETERSEN (1914), no Báltico e Mar do
Norte. Petersen foi assim, o primeiro a designar comunidades
de fundo com base em organismos mais caracteristicos e
abundantes. Numa abordagem descritiva, propôs sistemas
bionômicos baseados na distribuição de assoeiações bênticas
ao longo de grandes extensões geográficas. Em 1957, THORSON
reuniu informações sobre diversas comunidades descritas em
diferentes locais do mundo, segundo os padrões de Petersen.
Segundo este autor, os mesmos tipos de fundo seriam habitados
por uma série de comunidades animais paralelas, nas quais
espécies diferentes dos mesmos gêneros se substituiriam, de
região para região, corno espécies indicadoras.

Entretanto, a universalidade do conceito de


comunidades paralelas, desenvolvido com base em conhecimento
obtido em latitudes temperadas, foi posteriormente
questionado (SANDERS, 1968; BOESCH, 1973), na medida que
diversos autores não conseguiram estabelecer limites de
comunidades ao trabalharem em ambientes tropicais: nessas
áreas a riqueza de espécies parece aumentar
desproporcionalmente (SAILA, 1976; SHIN & THOMPSON, 1982). O
próprio conceito que estabelece as comunidades como entidades
3

rígidas tem sido criticado (MILLS, 1969 e STEPHENSON, 1973),


tendo sido sugerido o conceito de "continuum" (GRAY, 1981).

Um dos maiores inconvenientes da abordagem


descritiva clássica do bentos marinho é a subjetividade dos
seus métodos. o método básico deste tipo de abordagem é a
seleção de espécies dominantes grandes, numerosas ou de fácil
identificação, com base nas quais se definem zonas verticais
ou províncias faunísticas. Pesquisadores diferentes, mesmo
1 idando com conjuntos de dados seme 1 hantes, raramente
concordam entre si no que se refere à definição. ou
delimitação destas zonas faunísticas (OONÇALVES, 1989).

Métodos mais objetivos e consistentes para a


determinação de padrões de distribuição, com base na assim
chamada ecologia numérica ou matemática, têm sido amplamente
utilizados na literatura mais recente, em substituição ao
método de Petersen-Thorson (DAY et al. , 1971; GREEN, 1979;
ROMESBURG, 1984; PIELOU, 1984).

Sem aceitar ou debater a realidade das


comunidades bênticas identificadas pel os métodos
tradicionais, estudos para se encontrar tais associações
parecem ser o ponto de partida para o entendimento da
ecologia bêntica tropical (LONGHURST & PAULY, 1987). Além
disto, há um consenso em relação à importância da interação
entre animais e sedimentos, envolvendo sel eção, recrutamento
larval e desenvolvimento das associações bênticas. Várias
r

destas interações foram analisadas por RJ-OAOS (1974), GRAY


(1974 e 1981) e Me CALL & TEVESZ (1982).

Em associações bênticas, as espécies presentes


e suas relativas abundâncias, variam ao longo de gradientes
ambientais (FRANZ, 1976), alterando-se com a profundidade,
desde a linha de praias até as planícies abissais. Estas
associações se distribuem corno verdadeiros mosaicos espaciais
que tendem a ser mais complexos em águas rasas. onde a
influência das perturbações ambientais é mais acentuada
(JOHNSON, 1970). Dentre as hipóteses até agora levantadas
para explicar a estrutura das comunidades bênticas, as
principais são a da relação animal/sedimento (SANDERS, 1958 e
LEVINTON, 1972); interações entre grupos tróficos (T..msc>N,
1966 e RHOADS & YOUNG, 1970); interações adulto-larvas
(WOODIN, 1976); predação e competição (\\OOOIN, 1976 e
PETERSEN, 1979) e distúrbios ecológicos (WOODIN, 1978).

A hipótese animal/sedimento sugere que


determinadas características do sedimento, notadamente o
tamanho médio das partículas e o coeficiente de seleção
favorecem a colonização do ambiente por diferentes animais,
abrigando portanto comunidades distintas. Trabalhos·
realizados em diferentes partes do mundo têm corroborado esta
hipótese (FRANZ, 1976).

Os moluscos destacam-se dentre os demais


organismos da macrofauna êntica, pela riqueza de espécies e
5

pela dominância numérica que podem eventualmente exercer em


associações bênticas. Os estoques naturais de diversos
moluscos têm sido utilizados como alimento para o homem, como
ingredientes de ração animal e como matéria-prima para
indústrias químicas. São também úteis em estudos de poluição
porque, além de ser um grupo razoavelmente bem conhecido
taxonomicamente, contém espécies que variam grandemente em
seleção de habitats, modo de alimentação e tolerância a
mudanças ambientais. Além disto, o conhecimento das
interações entre organismos com partes duras e os sedimentos
do fundo é particularmente relevante para os paleontólogos.
Como os sedimentos são relativamente estáveis ao longo do
tempo geológico, estas interações podem ser utilizadas para
interpretação mais adequada de registros fósseis (BYERS,
1982).

No Brasil, alguns dos principais trabalhos


sobre bentos são os de KEMPF (1970); T<»iMASI (1970);
CAPITOLI, BENVENUTI & GIANUCA (1978); AMARAL & MIOOTTO (1980;
1980-a; 1980-b); CARCAMO (1980); ABSHER (1982); LANA (1986);
e· BENVENUTI (1987). Análises da ecologia e dos padrões de
distribuição dos moluscos da plataforma continental da região
sudeste-sul foram apresentadas por FERNANDES (1977), ABSALÃO
(1986 e 1987) e OOMES (1989).

O presente trabalho se insere no "Estudo


Integrado do Ecossistema da Ressurgênci a do Cabo Frio",
dAsenvolvido oelas áreas de Oceanografi a Química, Fisica e
6

Biológica do Instituto de Estudos do Mar "Almirante Paulo


Moreira" (IEAPM), em Arraial do Cabo/RJ. Tal estudo visou o
conhecimento dos processos relacionados à ressurgência que
ocorrem na massa d'água, costão e fundo. A análise da
composição e distribuição da fauna bêntica de bival ves,
cefalópodes e Asteroidea do infralitoral de fundos mol es foi

-realizada por GJMES (1989), COSTA (1990) e por VENTURA (1991)


respectivamente.

o trabalho aqui apresentado, teve como


objetivos:

·· determinar a composição da fauna de mol uscos gastrópodes da


região;

·· determinar a distribuição espaço-temporal destes mol uscos;

·· determinar as possiveis associações de gastrópodes


encontradas;

·· verificar a relação entre a distribuição dos gastrópodes e


as características ambientais.
7

2- ÁREA DE ESTUC>O

2.1- ASPECTOS CLIMÃTIOOS E HICH>LóGIOOS

A região do Cabo Frio, localizada entre as


coordenadas 22 º 57'S e 23 º 01'S e 41 º 48'W e 42 º 02'W (Fig. 1), é
marcada por uma inflexão de sentido leste-oeste no traçado
1 itoral, que traz a isóbata de 100 metros até bem perto da
costa, e rebaixa a maior parte do platô a profundidades entre
100 e 200 metros (VALENTIN, 1984). O peculiar regime de
ventos dos quadrantes N-NE e S-SW associado à mencionada
caracteristica do traçado litoral tem influência direta na
circulação das massas d'água aí presentes (MOREIRA-DA-SILVA,

_,, . 1965; MASCARENHAS et al, 1971 e VALENTIN, 1974). Quando há

-
predominância do vento E-NE, as massas superficiais quentes
da água costeira e da Corrente do Brasil, se afastam da
costa. Ocorre então, o afloramento de águas frias e profundas
de origem subtropical da ACAS - Agua Central do Atlãntico'SUl
- configurando o fenômeno da ressurgência (KEMPF, LISSALDE &

VALENTIN, 1974). Este fenômeno pode ocorrer durante todo o


ano, sendo porém mais freqüente no verão, no periodo de
outubro a março. A coluna d'água apresenta então, homotermia
fria. No período de junho a setembro, os ventos S-SW
associados à rápida passagem de frentes frias mantêm uma
subsidência quase permanente, com chegada de águas
superficiais quentes à costa. A coluna d'água apresenta então
homotermia quente (VALENTIN & MOREIRA, 1978).
8

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OCEANO ATLÂNTICO

5,2 km 6,8 km

Fig. 1- Area de estudo e localização das estações de coleta •


..
• Radial Monte Alto
o coletas mensais
.......

2. 2- ASPECTOS GE<HllFOLóGIOOS

Como toda a superfície da plataforma oriental


da América do Sul, a região do Cabo Frio sofreu fases de
submersão e exposição durante o Quaternário. Em estádios
geológicos mais recentes - aproximadamente 15000 B. P. - o fim
das glaciações provocou rápida elevação do nível do mar,
cobrindo a planície costeira. Desta forma, toda a paisagem
fisiográfica da região tornou-se submersa, mantendo mais ou
menos intactas as características daqueles tempos (MARTINS,
COUTINHO & URIEN, 1979).

Cabo Frio situa-se na região fisiográfica sul


da margem continental brasileira, entre os paralelos de 19 º e
- 38 º Sul e os meridianos de 26 º e 59 º Oeste (ZEMBRUSCKI,
1979), na província fisiográfica "Cabo Frio - Cabo Santa
Marta " (MARTINS et al. , 1975).

A costa desta província caracteriza-se por


apresentar praias arenosas com esporões rochosos
intermitentes, e por receber pequeno aporte de rios, raros na
zona costeira. O sedimento da plataforma continental interna
é constituído por 50% a 75% de areia e cascalho e o da
plataforma média contém predominantemente silte e argila
(ZEMBRUSCKI, 1979). Na plataforma externa entretanto, a
fração fina de areia contém alto teor de matéria orgânica:
mais que 0, 2% de Nitrogênio e 2,0% de Carbono Orgânico. . Este
fato parece se relacionar ao aumento da matéria orgânica
10

provocado pelo fenômeno da ressurgência (SUMMERHAYES, MELLO &

BARRETO, 1976) e à porcentagem significativa de materiais


lenhosos e herbáceos provenientes de aporte terrígeno
constatado pelo LAGEMAR (1982).

,_
11

3- MATERIAL E MÉTODOS

3. 1- COLETA, TRIAGEM E IDENTIFICAÇÃO tn, rnGANist-OS

3. 1. 1- Coletas

As coletas foram realizadas ao largo da praia


de Massambaba em Arraial do Cabo, estado do Rio de Janeiro,
de janeiro de 1986 a dezembro de 1988 (Fig. 1).

Para verificar a composição da fauna de


gastrópodes e sua distribuição espaço-temporal, foram
realizadas amostragens a três profundidades, por períodos
superiores a um ano e utilizando-se três diferentes
instrumentos de coleta.

Os instrumentos empregados foram:

- uma rede de porta do tipo "otter-trawl" com boca de 10m,


relinga superior com 10m e inferior com 12m, malha de 4, 5cm
no corpo e manga e de 2, 5cm no ensacador;

- uma draga retangular metálica com abertura de 60x19cm,


malha externa de 1, 0cm e interna de 0, 5cm;

- um pegador "van-Veen" com capacidade de amostrar O, 1m2 de


área do sedimento.

A utilização destes três instrumentos se deveu


ao fato de que a rede é um instrumento destinado a coletar
orqanismos maiores que habitam a superfície do sedimento
12

(epifauna); a draga, retém organismos menores da superfície e


também a fauna de sub-superfície que habita o interior das
camadas mais superficiais do sedimento (endofauna); o pegador
amostra e dá uma medida quantitativa da fauna de sub­
superfície .que ocupa camadas mais superficiais e mais
profundas do sedimento (HOLME & McINTYRE, 1984).

Os arrastes de rede e draga foram feitos sobre


as isóbatas de 30, 45 e 60 metros a bordo do Aviso de
Pesquisa-Oceânico- "Sub-Oficial Oliveira" da Diretoria de
Hidrografia e Navegação ,oHN) e do Batelão "Miguel dos
Santos" do Instituto de Estudos do Mar "Almirante Paulo
Moreira" (IEAPM). Ao início e final de cada arrasto, foram
tomadas amostras do sedimento com o pegador, realizando-se
assim, duas amostragens mensais por profundidade, com este
instrumento.

Com a rede real i zaram-se 33 arrastos mensais


de 20 minutos, entre janeiro de 1986 e dezembro de 1988,
excetuando-se os meses de agosto, setembro e outubro de 1986,
quando ocorreram problemas com a aparelhagem de coleta. Até
fevereiro de 1987, foram feitos também arrastes de 5 minutos
com a draga e amostragens com o pegador, totalizando 14 meses
de amostragem com estes dois instrumentos. Durante 11 meses
portanto, as coletas foram realizadas com os três aparelhos
simultaneamente.
-
13

Para estimativa da densidade populacional das


espécies, estabeleceu-se uma linha radial na região de Monte
Alto, passando pelas profundidades de 10 a 70 m (Fig. 1). A

intervalos de 10 metros de profundidade, foram tomadas 5


amostras do sedimento com o pegador, cobrindo assim uma área
de 0, 5m2 por profundidade.

Em todas as coletas, a posição foi fixada por


radar e as profundidades determinadas por ecossonda.

3. 1.2- Triagem

- Cada amostra coletada pela rede e pela draga


foi levada para o laboratório em baldes com água salgada,
onde os organismos foram separados macroscopicamente ainda
vivos, segundo a categoria taxonómica mais inferior conhecida
pela equipe. Os gastrópodes foram então fixados em formol
neutro a 5% e conservados em álcool a 70% para identificação
posterior.

Cada amostra de sedimento coletada pelo


pegador foi colocada em um balde volumétrico e depois lavado
num conjunto de 3 peneiras com malhas de 2, 0, 1, 0, e 0, 5
mi 1 ímetro de abertura, ainda à bordo do navio. A macrofauna
retida foi colocada em sacos plásticos e então fixada. A
triagem foi feita no laboratório, sob microscópio
estereoscópico "Wild", com aumento de até 30 vezes.
14

3.1.3- Identificação

De um modo geral, a identificação baseou-se


principalmente em ABBOTT (1974) e RIOS (1985). Para
identificação de espécies não tratadas em nenhum deles e para
esclarecimentos na classificação de certos grupos, foram
consultados também: SAY (1822); REEVE (1851); TRYON (1883);
PARODIZ (1951); HAAS (1953); MARCUS (1955); KLAPPENBACH (1964
e 1965); ARt-OLD (1965); KEEN (1971); ALTENA(1975); RIOS (1975
e 1985); CASTELLANOS (1982); SÁ et al . (1984); RIOS & ABSAL.AO
(1986); CXX>VERT (1989); e VAUGHT (1989).

Ainda assim, houve necessidade de identificar


de forma distinta os grupos citados a seguir:

(a)- Os gastrópodes do gênero Turboni 1 Ta Risso,1826 não


corresponderam às descrições, desenhos e/ou fotos
encontrados na literatura. Optou-se então, pela
numeração das espécies de acordo com caracteristicas
conquiliológicas reveladas por microfotografias
eletrônicas de varredura. Estas foram feitas no
Laboratório de Biologia Celular do Instituto de
Bioffsica "Carlos Chagas Filho" (UFRJ).

(b) - Todos os gastrópodes da familia Turridae e alguns da


familia Olividae foram identificados por comparação a
exemplares da Coleção Malacológica do Museu
Oceanográfico do Rio Grande (MORG) da Fundação
Universidade do Rio Grande (FURG/RS). Isto porque, as
-

15

descrições e ilustrações encontradas na bibliografia


foram insuficientes para a identificação.

(c)- Os Nudibranchia perdem, "post-mortem", muitas das


características utilizadas na sistemática do grupo.
Assim, as espécies foram determinadas e numeradas
comparando-se a morfologia das rádulas . Para isto, o
bulbo radular de cada exemplar, foi extraido e fervido
em hidróxido de potássio a 20%, até o amolecimento dos
tecidos; a rádula foi então extraída sob microscópio
estereoscópico, lavada e conservada em álcool
glicerinado ou montada entre lâmina e lamínula conforme
MIKKELSEN (1985) e CALVO (1987).

Os únicos gastrópodes coletados vivos e não


identificados foram os muito jovens, porque em suas conchas
são observáveis, no máximo, características do gênero. As
conchas vazias de todos os gastrópodes foram desprezadas
neste trabalho.

Exemplares testemunho foram depositados na


Co 1 eção Malacológica do Museu Nacional/UFRJ e na co 1 eção de
referência do IEAPM, exceto os do gênero Turboni 7 7a,

depositados na coleção do Laboratório de Malacologia do

Instituto de Biologia/UFRJ.
16

3 . 2- OOLETA E ANALISE DA N3JA E 00 SEDI MENTO

Durante 36 meses (jan/86 a dez/88), foram


tomadas amostras da água junto ao fundo, no momento das
coletas mensais do bentos. Durante 11 destes meses (abr/86 a
fev/87), foram tomadas também amostras do sedimento. Todas as
amostragens foram feitas em dois pontos por profundidade.

A análise subseqüente de parâmetros físico­


químicos da água e do sedimento, foi reali zada pel os técnicos
da Área de Oceanografia Química do IEAPM, sob a
responsabilidade do Comandante(Q. C. ) EN-Dalmo Lacerda André.

3. 2. 1- Agua j u�to ao fundo

As amostras da água foram tomadas, de jan/86 a


dez/88, com uma garrafa de Nansen equipada com um termômetro
de inversão.

Foram analisados os seguintes parllmet ros :

temperatura (T º C); salinidade (S%. ) com um termosalinômetro


Beckman RS-23C ; oxigênio dissolvido (00) e nitrogênio total
(N) , este último expresso pela soma das concentrações de
nitrito, nitrato e amônia. Todos estes parâmetros foram
medidos segundo STRICKLAND & PARSONS (1972).
f

17

3. 2. 2- Sedimento

Foi amostrado mensal mente, de j an/86 a fev/87,


com um pegador "van-Veen", em doí s pontos por profundidade. ·
As amostras foram acondicionadas em sacos pl ásticos e
armazenadas em congel ador, para preservação até o momento da
anál ise.

Os parâmetros quimi cos foram ana l isados da


seguinte maneira :

. Nitrogênio orgâni co ( 00) : as amostras foram mineral izadas


com ácido sul fúrico e óxido de sel ênio , esfriadas e

neutral izadas. A amônia obtida foi quantificada segundo


FAO, 1975);

carbono orgâni co (00) : foi obtido através da oxidação da

matéria orgânica pel o ácido crômico, segundo FAO, 1975);

. carbono i norgân i co (CI ) : este é encontrado como carbonato.


Para aval iar sua concentração foi real izada uma reação com
ácido cl orídrico, na qual ocorre l iberação de gás
carbônico ; o carbono foi determinado por diferença de peso
encontrada na anál ise por cal cimetria.

Foi também real izada anál ise granulométrica


das partícul as do sedimento, para aval iar o tamanho médio das
partícul as e o coeficiente de sel eção do sedimento. Isto
porque, o tamanho das partícul as é fator determinante na
distribuição de espécies marinhas bênticas, e o coeficiente
-
18

de seleção, ou sej a, a taxa de variação dos tamanhos, reflete


a força das correntes de transporte (LEVINTON, 1982). Estes
parâmetros foram avaliados da maneira a seguir:

Tamanho médio das particulas: O sedimento foi passado


através de urna série de peneiras com malhas de -1, 00 a
+4 , 00 phi( 0) com intervalos de 0, 5 phi, de acordo com
INGRAM (1971). Os valores obtidos foram agrupados em
intervalos de classe e comparados com a escala phi • . Esta é
uma escala aritmética obtida em base logarítimica, aonde o
diâmetro do grão é expresso como seu logaritmo negativo na
base dois (0= -log2 d, onde d é o diâmetro do grão em

milímetros). O tamanho médio foi obtido graficamente, a


partir de percentis da curva de freqüência acumulada,
segundo a fórmula de FOLK & WARD (1957) abaixo :

Média = 0 16 + 0 50 + 0 84
3

O sedimento foi então classificado segundo a


escala de Wenthworth, 1922 (LEVINTON, 1982).

Coeficiente de Seleção: foi também obtido graficamente,


calculando-se o desvio padrão gráfico inclusivo (õ) segundo
FOLK & WARD (1 957) :

Õ1 = 0 84 - 0 16 + 0 95 - !2) 5
4 6, 6
19

Esta fórmul a cobre 90% da distribuição e


produz, segundo G¾Y (1981), as seguintes cl asses de sel eção :

---------------------
< 0 , 35 Muito bem sel ecionado
0 , 35 1 - 0 , 50 Bem sel ecionado
0 , 50 1 - 0 , 71 Moderadamente bem sel ecionado
0 , 7 1 , - 1 , 00 Moderadamente sel ecionado
1 , 00 1 - 2 , 00 Pobremente sel ecionado
2 , 00 1 - 4 , 00 Muito pobremente sel ecionado
> 4,0 Extremamente mal sel ecionado

3 . 3- ANALISES ESTATtSTICAS

3. 3 . 1 - Análises estatfsticas aplicadas à fauna

Para tais anál ises foram considerados


excl usivamente os dados referentes aos gastrópodes col etados
vivos, ou seja, aos gastrópodes COf!lpl etos. A l ém disto, todo o
tratamento descrito a seguir, exceto o da densidade
popul acional , foi apl icado separadamente aos dados obti dos :

- com cada instrumento de col eta , por profundidade;

- com os três instrumentos, no periodo em que foram


util izados simul taneamente , por profundidade.
20

3. 3. 1 . 1 - Frequência rel at i va ( F)

Expressa a rel ação percentual entre a


ocorrência de cada espécie e o número total de amostras
tomadas. No caso, considerou-se :

F � 28% . . . . . . . . . . . . espéc i e CONSTANTE .


14% � F � 27%. . . . . . . . . . . . . espécie COMUM.
F � 13% . . . . . . . . . . . . espécie RARA.

3. 3. 1 . 2- Dominância ( D)

Expressa a fração percentual que representa o


número de individues de cada espécie, em rel ação à abundância
total das espécies.

3 . 3 . 1 . 3- Riqueza ( S)

É uma das formas de expressar a variabil idade


de espécies numa região, sendo representada pel o número total
de espécies encontradas, independentemente da abundância de
cada uma.

3 . 3 . 1 . 4- Diversi dade ( H ' )

A diversidade biológica de uma taxocenose


expressa a repartição de abundância entre as espécies
encontradas. No caso, foi cal cul ada a cada profundidade, pel o
21

i ndice de SHANt-ON-WIENER (1949 "apud" GRAY, 1981), dado pel a


fórmul a :

s
H' = L_n l og2 n
L=1
Onde:

H'= diversidade especifica;


s = número de espécies (Riqueza);
n = número de indivi duos de cada espécie.

3. 3. 1. 5- Anál ises de agrupamento

Foram construi dos dendrogramas para veri ficar


o indice de simil aridade entre :

as possiveis associações de espécies observadas a cada


profundidade e comuns às três;

. as profundidades, com base nas associações de espécies


encontradas.

Foi apl icado o coeficiente de CZEKAI\OWISKI


(=SORENSEN) à matriz de dados binários.

3 . 3 . 1 . 6- Densi dade popul acional

Expressa o número de indivi duos por uni dade de


área. No caso, foi cal cul ada a médi a do número de
individuos/m 2 , a partir dos dados da radial Monte Al to.
22

3. 3. 2- Análises estatisticas apl i cadas aos parlknetros


ambientais

Os testes descritos a seguir, foram aplicados


às médias mensais por profundidade e por ano, no caso dos
parâmetros da água, e às médias por profundidade, no caso dos
parâmetros do sedimento.

3 . 3. 2 . 1- Teste de Kruskal -Walli s

É um teste ap 1 icáve 1 a dados que não


apresentem distribuição normal (não paramétricos), com a
função de decidir se k amostras independentes provêm de
populações diferentes. Para isto, testa-se a hipótese nula
( Ho ) de que "não há diferença significativa entre as médias"
( SIEGEL, 197 5 ) . No caso, foi empregado para testar a
significância estatistica das diferenças observadas entre as
médias , por profundidade e ano, dos parâmetros físico­
quimicos avaliados na água e no sedimento.

3. 3. 2. 2- Teste de Tuckey

É considerado um teste "a posteriori" que


complementa os resultados do Teste de Kruskal-Wallis,
calculado de acordo com ZAR (1984), para indicar onde
ocorreram as diferenças, nos casos em que o teste de Kruskal­
Wallis evidenciou diferenças significativas entre as médias.
23

3. 3 . 2. 3- Diferença minima significativa ( LSD )

É um teste com a mesma função do de


Kruskal-Wallis, e foi também utilizado por demonstrar a
existência de diferenças significativas entre as médias
anuais de temperatura.
24

4-- AESULTACX>S E DISCl..JSSÃO

4.1- O ambi ente

A região do Cabo Frio apresenta


características hidrológicas e climatológicas influenciadas
pelo regime de ventos que determina a distribuição das massas
d ' água aí presentes . A massa d ' água de origem subtropical que
aflora na região (ACAS - Agua Central do Atlântico Sul),
principalmente no verão e primavera, caracteriza-se por altos
teores de sais minerais, matéria orgânica e detritos (BARTH,
1973) e por elevados valores médios de biomassa
zooplanctônica (VALENTIN & MOREIRA, 1978).

No presente estudo, alguns dos parâmetros


físico-químicos, medidos na água junto ao fundo e no
sedimento, apresentaram variações temporais e/ou por
profundidade.

4 . 1 . 1 - Agua j unto ao fundo

As médias mensais de temperatura foram


relativamente baixas mais acentuadamente nas maiores
profundidades (Tab. 1). Aguas frias ocorreram mais
freqüentemente nos meses de verão e primavera, sendo a
variação a 60m a mais expressiva com relação a esta tendência
(Fig . 2).
25

Tab. 1 - Médias(x) e desvios-padrões(s) dos parâmetros f f s i co-


quf micos ava l i ados na 6gua j unto ao fundo, nas três
profundi dades de col eta.

PROFUNDIDADE T ( •e ) S(�. ) OO(ml/ 1 )


X 17 , 81 3 5 , 54 4 , 90
30 m
s ' 3 , 31 0 , 35 0 , 50

X 1 6, 74 35 , 60 4, 70
45 m
s 2 , 85 0 , 29 0 , 44

X 1 5, 99 35 , 58 4, 64
60 m
s 2 , 57 0 , 32 0 , 44

t ·c

28 • • • • · -4-5 met ········ · 80 m et


- 30 melros ros ro,
T
E
M 24
p

A 20
T
u
R
A 16

1 2 1-1-.r-r.,.-,-,-T"T-,-,r,-.,..,.-,-r,-.,..,.--,-r,-...,...,-,-r-r-r-,-rT""T"�-,
J rMAM J J A S ON D J rMAM J J AS O N D J rMAMJ J AS O N D
1 1 gee 1 1 gs1 1 1 gss 1
MESES
f'lg. 02 - Vo ríoeõo mensal do temperatura
a JO. 45 e 60 metros de profundidade
26

No perfodo de três anos, 66, 7% das médias


mensais estiveram abaixo de 18 º C, sendo a mfnima de 12, 86 º C a
45 metros (novembro/88) e a máxima, 24, 21 º C a 30 metros
(maio/88). Observou-se também uma variação anual entre as
médias, sendo a mais baixa a de 1988 (Tab. II) .

Tab . II- Médias (x) e desvios padrões (s) dos parâmetros


fisico-qufmicos avaliados na água junto ao fundo,
nos três anos de coleta.

AOO T( ºC) 8(%. ) OD(ml/1 )


..,
16, 80 35, 64 4, 72
1986
s 2, 73 0, 29 0, 39
X 17, 05 35, 49 4, 72
1987
s 2, 89 0, 21 0, 57
X 16, 42 35, 58 4 ,81
1988
s 3, 33 0, 41 0, 46
27

A sal ini dade manteve-se prat i camente constante

tanto nas três profund i dades ( Tab . I ), quanto nos três anos

de co l eta ( Tab . II), vari ando de 34 , 3� ( a 60 metros ) em

novembro/88 , a 36 , 5 1 % ( a 30 metros ) em j unho/88 ( F i g . 3).

Este fato evi denc i a a pequena i nf l uênc i a de águas

cont i nenta i s na reg i ão estudada .

37

35.,
- 30 m•tro, • • • · 45 m•tro, ........ eo m.tro,
.,
s
A 38
L

� 35.�
D
t,�... f
� 35 ht
\1
\
34.� \

34 ___,,.........,...._,.........,........,,....,...,....-,-.....,.�r-r-...-.......-.,..-,-,-......._...,...............-,-............
J FMA M J J A S OH D J FMAMJ J ASOHOJ FMAMJ J ASONO
1 1 ;ss 1 1 as1 1 1 ;aa 1
MESES
fig. 03- Va ría COO mensal do salinidade a
30, 45 e 60 metros d e profu ndidade.
r

28

o teor de oxi gênio di ssol vido foi l igeiramente


mais baixo a 60 metros ( Tab. I e Fig. 4) e apresentou a média
anual mais alta em 1988 (Tab. I I ); o máximo foi de 6, 22 ml/ 1
em setembro/88 ( 30m) e o mi nimo, 3 , 54 ml/ 1 em ma i o/87 ( 45m).

0
X
'ºml/1
r
1 · · · · · 45 metro
• - 30 metro• ,
N 1
1
o
7
.,, D
1
s
s
o
L
V
1
D J ............._._........__,._._...._........,.,,_.__......__._.........._._._........__....._.,,_.--........
o J í MA� J J A S O N O J F MA M J J A S O N O J íMAMJ J A S O N O
..,J,,,_J

1 1 98 6 1 1 987 1 1 988 1
MESES
ng. 04- VarlaQ00 mensol do oxlglnto o
30, 45 e 60 metros de profundidade.
29

A concentração de ni t rogênio total foi maior a


60m ( 8 , 8 µg átomos/ 1 ) , seguida pela de 45m ( 8 , 1 µg 6tomç>s/ 1 )
e 30m (7 ,4 µg átomos/ 1 ). Observou-se também uma variação nas
médias anua i s , registrando-se os maiores val ores em 1 988 ( 8, 9
µg átomos/ 1 ) . A concentração máxima foi de 15 , 59 µg átomos/ 1 ,
em novembro de 1988 ; a m í nima foi de O , 75 µg átomos/ 1 , em
maio de 1988 , a 60 metros { Fig. 5).

-
mg/g/1
N 11
1 • • • · .t5
T - SO m m
lt
o 11

7 1

T 4
o
T
Â
L o ..l-.'"T""'T'-T""T.....,-r-,-,--,-,-r,rr,rrrrrrrrrrTTT"T,..,..'T"T�
� F W A M J J ASON D J F WA� J J ASO N D J F MAM J J A SO N �
1 1111 1 1 N7 1 1 911 1
WEIES
F'tg. 05- Va rtaQOo mensa l do nttrog tnto
tota l a 30, 45 • 60 metros d•
profundldcd•

- As variações observadas estão de acordo com os


padrões hidrográficos descri tos por diversos autores ( t«:REIRA
DA SILVA, 1965; MASCARENHAS et al . , 1971 e VALENTIN, 1 974 e
1984 ) , incluindo as elevadas médias de temperatura em al guns
meses de verão ( fevereiro de 1987 e 1988 ) e as médias mais
30

-
bai xas regi st radas em doi s meses de i nverno ( agosto de 1 987 e
1 988 ) .

O teste de Kruskal -Wal l i s real i zado com os


val ores médi os de temperatura , sal i ni dade , ox i gên i o
di ssolvi do e ni t rogên i o total , demonst rou não haver di ferença
s i gni f i cat i va ent re as médi as mensai s , anuai s ou bat i métri cas
observadas .

Al ém di sto , constatou-se uma 1 i gei ra vari ação


em al gumas médi as anuai s : o ano de 1 988 , apresentou a menor
médi a de temperatura e os mai s al tos teores de ox i gên i o
di ssolvi do e de ni t rogên i o . O teste LSD ( "Least s i gni f i cance
di fference" ) ou da "Di ferença mín i ma s i gni f i cat i va" , apontou
as méd i as anuai s de temperatura como grupos heterogêneos ,
conforme a t ranscri ção que se segue :

N º /AMOSTRAS MÉDIA GRUPO


1 988 30 1 6 , 1 57 *
1 987 30 7 , 054 • *
* *
1
1 986 30 1 8 , 1 74

Estes resul tados apontam o ano de 1 987 como o


de temperatura i ntermed i ári a ent re as de 1 986 e 1 988 .

4 . 1 . 2- Sedimento

As médi as mensai s dos parametros qufmicos


medi dos no sedi mento apresentaram vari ações expressi vas ent re
as profundi dades , observando-se as médi as mai s al tas a 60
met ros . ( Tab . I I I ) .
31

Tab. III- Valores médios e desvios padrões de carbono


inorgânico ( e . I. ), carbono orgânico ( e . o . ) e
nitrogênio orgânico (N.O. ) do sedimento nas três
profundidades de col eta.

PROF. C. I. (mg. g- 1 ) e.o. (%) N.O. (ppm)

30m 3, 39 ± 0, 90 0, 22 ± 0, 09 94, 02 ± 56, 33


45m 10, 15 ± 4, 53 0, 21 ± 0, 07 192, 45 ± 98, 66
60m 19, 82 ± 8, 02 0, 53 ± O, 14 4 1 3 , 66 ± 88, 10

As médias mensais de carbono i norgâni co aumen­


taram progressivamente com a profundidade ; a minima foi de
2, 46 mg. g- 1 a 30 metros (maio/86) e a máxima, 28, 36 mg. g- 1 a
60 metros (novembro/86) (Fig. 6). Os teores de carbono orgâ­
nico foram praticamente iguais a 30 e 45 metros e maiores a
60 metros. A menor média foi de 0, 11% a 30 (novembro/86 e ja­
neiro/87) e 45 metros (novembro/86) e a maior, 0, 77% a 60 me­
tros (junho/86) (Fig. 7). A variação das médias de ni trogêni o
orgâni co seguiu o mesmo padrão observado para o carbono inor­
gânico; a mínima foi de 40, 29 ppm a 30 metros (setembro/86) e
a máxima, 542, 03 ppm a 60 metros (dezembro/86) (Fig. 8).
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o teste de Kruskal -Wal l i s demonst rou , em todos


os casos , a exi stênci a de d i ferenças s i gn i f i cat i vas ent re as
méd i as . o teste de Tuckey i nd i cou que tai s d i ferenças
encontram-se ent re as méd i as de 30 e 60 met ros e de 45 e 60
met ros , demonstrando haver mai or semel hança ent re os
parâmet ros quimi cos do sedi mento de 30 e 45 met ros que .ent re
estes e o de 60 met ros .

Com rel ação aos parêmetros granulométri cos


( Tab . IV ) , os resul tados i nd i cam que o sed i mento de 30 e 45
met ros é const i tuido de are i a médi a , predomi nantemente bem
sel ecionada ( 64% e 54% das amost ras , respect i vamente ) ; o de
34

60 metros é constitufdo de areia fina bem selecionada (36%) a


moderadamente bem sel ecionada (36%).

Tab. IV- Médias (x) e desvios-padrões (s) do diâmetro médio e


do coeficiente de seleção do sedimento nas três
profundidades de coleta.

PROF. Diâmetro Coeficiente


médio de Classificação
(phi) sel eção (phi)
30m X 1 , 70 0, 40 Areia média bem
s 0, 48 0, 08 sel ecionada
45m X 1, 82 0, 59 Areia média moderadamente
s 0, 58 0, 22 bem selecionada
60m X 2, 67 0, 68 Areia fina moderadamente
s 0, 34 0, 22 bem selecionada

Os resultados mostraram, conforme o esperado,


significativas variações por profundidade. De acordo com o
padrão geral de sedimentação (GRAY, 1981 ) , quanto maior fôr o
afastamento da costa, menor será a ação hidrodinâmica de
ondas e correntes, favorecendo a deposição de matéria
orgânica e de finas partfcul as minerais . Assim, quanto menor
for o diâmetro médio das partfculas do sedimento, mais alto
será o teor de matéria orgânica a êle associado .

No presente estudo, além de terem sido


observados os mais altos teores de carbono inorgânico e
orgâni co e de nitrogênio a 60 metros, indicando maior
deposição de matéria orgânica nesta profundidade, a análise
granulométrica revel ou uma diminuição expressiva do diâmetro
médio e do coeficiente de seleção das partícul as do sedimento
35

nesta profundidade . O conj unto dos parâmetros aval iados


indicou assim, que a força das correntes de transporte é
maior a 30 e 45 metros, determinando conseqüentemente muito
maior semel hança entre estas duas profundidades do que entre
estas e a de 60 metros.

4 . 2- DAOOS BiôTIOOS

Ao l ongo do trabal ho, foram reconhecidas 56

espécies de mol uscos gastrópodes (cl assificados em 31 gêneros


e 19 famíl ias), das quais 17 não identificadas . ao nível de
espécie : 4 da ordem Nudibranchia, 2 da famíl ia Ol ividae, 1 da
famíl ia Phil inidae e 7 do gênero Turbon i 7 1a.

Dentre as espécies reconhecidas, três


representaram ocorrências novas para a costa do estado do Rio
de Janeiro, com base em RIOS (1985). D e s t as, uma
representou, ocorrência nova. para a costa brasil eira .

4 . 2 . 1- Qlmposição da fauna : l i stagem taxonômi ca e dados


ecológicos das espéci es (Tabs. V, VI, VII, VIII e IX )

- TRXHIDAE

1- Ca 7 7 iostoma (Kombo 7ogion) adspersum (Phil l ipi, 1851)


Três exempl ares desta espécie foram col etados
no período, a 30 e 45 metros de profundidade, através da
draga e da rede . É portanto uma espécie rara na região . Na
36

radial Monte Alto foi coletada apenas a 30 metros, numa


densidade de 2 ind/m2 •

2- So 1arie 1 1a carva lhoi (Lopes & Cardoso, 1958)


Um indivíduo da espécie foi encontrado numa
dragagem a 45m. Na radial, foi coletada exclusivamente a 40
metros, numa densidade populacional de 16 ind/m 2 •

- BARLEEIDAE

3- Bar 7ee ia rubropercu 7ata ( Castellanos, 1972)


Indivíduos da espécie foram coletados apenas
na radial Monte Alto, a 60 metros, numa densidade de 2
ind/m 2 •
Este é o primeiro registro de ocorrência da
espécie na · costa brasileira.

- VITRINELLIDAE

4- Te inostoma (E7 7 ipety 1us) coco 1 i toris (Pilsbry & McGinty,


1945)
Foram coletados somente na radial, numa
densidade de 4 ind/m2 , a 60 metros .
- CAECIDAE
5- Caecum (Brochina) ach ironum (Folin, 1867)

De um modo gera 1 esta é uma espécie comum na


região. Foi encontrada a 30 e 45m nas coletas com draga e
pegador.
37

Os resultados sugerem que a profundidade


pref erencia 1 da espécie é a de 30m. Nas co 1 etas com pegador
tornou-se constante nesta profundidade, representando 73, 7%
do total de gastrópodes aí encontrados. Além disto, foi
coletada nas profundidades de 30, 40 e 50 metros na radial
Monte A 1 to , apresentando-se numa densidade de 74, 38 e 14
ind/m 2 , respectivamente.

O pegador "van-Veen" mostrou-se o instrumento


mais adequado para a coleta da espécie. A ·- 30m, esta foi
coletada com o pegador, numa freqüência de 71, 4%. Com a
draga, na mesma profundidade, sua freqüência foi de 35,7% e,
a 45m, só foi coletada pelo pegador .

- CALYPTRAEIDAE

6- Crepidu 7a protea (d ' Orbigny, 1835)


A maioria dos gastrópodes do gênero Crepidu 7a
coletados foram identificados como e. protea, com base em
características conquiliológicas . Vários indivíduos
entretanto, apresentaram características pouco definidas,
aproximando-os de e. p lana (d ' Orbigny, 1835). Embora as
características conquiliológicas que distinguem estas duas
espécies estejam bem definidas na literatura (RIOS, 1985), às
vezes o único critério seguro é a mobilidade ou imobilidade
do embrião no interior do ovo, já que e. protea não apresenta
larvas planctotróficas, como as outras espécies do gênero
(HOAGLAND, 1983) .
38

Assim, estão reunidas sob a denominação e.


protea, todos os gastrópodes do gênero Crepidu 1a Lamarck , 1 799
col etados no presente estudo.

e. protea apresentou-se como uma espécie comum


na área de estudo, tendo sido col etada numa freqüência de
11 , 9% pel a draga e 20, 2% pel a rede, tornando-se a espécie
dominante nas col etas com este instrumento.

Sua expressiva freqüência e dominância


certamente podem ser atribufdas a seus hábitos epizóicos :
esta e outras espécies do gênero vivem fixas sobre conchas de
outros gastrópodes (RIOS, 1 985; VERMEIJ et al , 1 987).

Os resul tados indicam que, na área de estudo,


e. protea vive fixa principal mente sobre conchas de Zidona
dufresne i, nas três profundidades.

- NATI CIDAE

7- Na t ica (Nat ica) 7 imbata (d ' Orbigny, 1840)


Esta espécie foi encontrada apenas na radial ,
a 40 e 50m, nas densidades de 4 e 2 ind/m2 1 respectivamente.

a- Na t ica (Nat icarius) menkeana (Phil ippi, 1852)


Espécie rara na área de estudo; foi encontrada
a 45m pel o pegador e a 60m pel os dois aparel hos . Representou
de 1 , 2% (draga) a 1 , 7% (pegador) do total de gastrópodes
col etados nas três profundidades.
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39

9- Na t ica ( Tec tona t ica) pus i 1 1a ( Say , 1822 )

Esta espécie é rara e foi col etada

exc l usivamente através do pegador , a 45 e 60m . Nesta

profundidade representou 62 , 4% do total de gastrópodes ai

encontrados . Al ém disto , sua densidade popul acional aumentou

com a profundidade : 2 ind/m 2 a 20m ; 4 a 30 e a 40 metros ; 6 a

50m e 8 ind/m 2 , tanto a 60 quanto a 70m de profundidade .

10- Na t ica sp.

( Exempl ares j ovens do gênero foram encontrados


r
apenas na radial a 30m, numa densidade de 2 i nd/m2 •

1 1- Po 1 in ices ( Po 1 in ices) lacteus ( Guil ding , 1833 )

Esta é também uma espécie rara, encontrada a

30 e 45m pel a draga . Em todo o peri odo, col etou-se apenas

dois individues , representando 0 , 8% do total de gastrópodes

amostrados pe l a draga .

12- Po 1 inices ( Po 1 in ices) uberinus (Orbigny, 1842 )

Foi encontrada apenas na radial Monte Al to , a

60m, numa densidade de 2 ind/m 2 •

1 3- Po 1 in ices sp .

Jovens do gênero foram col etados apenas na

radial , a 40 e 50m , numa densidade de 2 ind/rn2 em ambas as

profundidades .
40

1 4- Sinum sp .
Dent re os 99 arrastos com rede , encont rou-se
apenas um i ndividuo do gênero , a 30m .

- CYHATI IDAE

1 5- Cyma t ium ( Septa) parthenopeum par thenopeum ( von Sal i s ,


1 793 )
Esta espéci e é rara na área de estudo e
representou 0 , 5% do total de gast rópodes col etados com a
rede . Foi encont rada somente a 30m .

- KJUCIDAE

1 6- Thyph is ( Ta l i thyph is) c l er i i ( Pet i t , 1 842 )


Esta espéci e foi encont rada apenas a 45m , com
draga , numa freqüênci a de 2 , 4% e representou 0 , 4% do total de
gast rópodes assi m col etados .

1 7- Tha is ( Stramon i ta) haemas toma ( Li nnaeus , 1 767 )


A espéci e representou 2 , 2% do total de
gast rópodes col atados com rede , sendo rara nas t rês
profundi dades .
41

- COLl.H3ELLIDAE

18- Anach is sertu 7ariarum (d 'Orbigny, 1841)


Esta espécie foi observada apenas a 3üm nas
coletas com rede. Ocorreu numa freqüência de 3, 0% e
dominância de 13, 8% nesta profundidade. Entretanto,
representou apenas 3, 1% do total de gastrópodes coletados com
este aparelho.

19- Anach is isabe 7 7e i (d'Orbigny, 1841 )

Col etou-se apenas um indivíduo da espécie a


45m, com rede, representando 0 , 3% dos gastrópodes assim
col etados.

20- Anach is obesa (C . B. Adams, 1845)


Foi coletada apenas pela rede, a 45m, sendo
encontrada numa freqüência geral de 1, 0% .

21- Mi tre 7 7a (Astyris) 7una ta (Say, 1826)


Ocorreu apenas a 60m, nas coletas com rede .
Representou 0, 3% do total de gastrópodes coletados com este
instrumento. É também uma espécie rara.

- BLCCINIDAE

22- Buccinanops 7amarcki i (Kiener, 1834)


Os exemplares foram encontrados a 30m com
draga e rede, e a 45m somente com rede. Dentre os 13
exemplares · coletados, 7 o foram pela draga, representando
42

3, 3% dos gastrópodes col etados com este aparel ho e 1, 7%


daquel es col etados pel a rede.

23- Buccinanops (Dorsanum) mon i l i ferum (Val enciennes, 1834)


Exempl ares da espécie foram col etados nas
estações de 30m com rede e draga, numa freqüência de 3 , 0% e
28,6%, respectivamente .

No total , entretanto, a espécie foi rara e


representou 0, 3% (rede) e 2, 9% (draga) dos gastrópodes
col etados com estes aparelhos .

Na radial ocorreu excl usivamente a 10m , numa ·


densidade popul acional estimada em 2 ind/m2 •

- FASCIOLARI IDAE

24- Fus inus frengue l l i (Carcel l es, 1953)


Dois exempl ares da espécie foram col etados com
rede, a 45m, representando apenas 0, 5% do total de
gastrópodes col etados .

- OLIVIDAE

, 25- 0 1 ivanci 1 1aria vesica ves ica (Gmelin, 1791)


Representantes da espécie foram raramente
col etados a 30m com pegador . Do total de gastrópodes
col etados com este aparelho, a espécie representou 1, 2% .
43

26- Agaron ia travassos i (Marretes, 1938)


Apresentou-se como uma das espécies dominantes
na área de estudo , tendo sido col etada a 30m pel os três
aparel hos e a 45m pel a draga e rede.

Nas col etas com pegador sua presença não foi


expressiva F=2, 4% e 0=2, 1%. Nas col etas com rede, foi uma
das espécies dominantes, apesar de rara . Nos arrastes de
draga, mostrou-se uma espécie comum.

Os resul tados sugerem que 30m é sua


profundidade preferencial , onde ocorreu numa freqüência de
78, 6% (draga) e 18, 2% (rede) representando 56 , 6% e 37 , 1% dos
gastrópodes col etados pel os dois aparel hos , respectivamente.
Esta observação é reforçada pel o fato de que, na Radial Monte
Al to, a espécie só foi coletada a 30 metros, numa densidade
de 4 ind/m2 .

27- Anci 7 7a dimidia ta (Sowerby, 1850)


O aparel ho mais adequado para a col eta desta
espécie parece ser a draga que a col etou nas três
profundidades. Com a rede foi col etada a 30 e 45 metros e com
o pegador , apenas a 45 metros. A 1 ém disto, aparece ao fina 1 ·
como espécie comum nas col etas com draga (F=19, 4%) e como
rara nas col etas com os dois outros aparel hos.

Os resul tados sugerem também uma preferência


da espécie pela profundidade de 45m : dos 22 exempl ares
coletados, 16 ocorreram nesta profundidade. Nas col etas com
44

draga, ocorreu numa freqüência de 14, 3% a 30m e 35, 7% a 45


metros.

A espécie não apresentou dominância expressiva


em nenhuma das profundidades. Na radial foi coletada apenas a
60m, numa densidade de 2 ind/m 2 .

28- 0 1 ive 1 1a. ( Dac ty l idia) aff mut ica (Say, 1822)
Espécie comum a 45m, representou aí 16, 7% do
total de gastrópodes coletados com o pegador. No conj unto
entretanto, foi uma espécie rara na área de estudo e não
apresentou dominância expressiva (4, 4%).

Na radial ocorreu apenas a 20m, numa densidade


de 6 ind/m2 .

29- O l i ve l la ( Ni teo l i va) de fiore i (Klappenbach, 1964)


Exemplares da espécie foram coletados com
pegador a 30 e 45m, com draga somente a 30m e com rede apenas
a 60m. O pegador parece ser o aparelho indicado para a
espécie : nas coletas com este aparelho apareceu numa
frequência de 28, 6% nas duas profundidades. Além disto, a
dominância da espécie foi de 9, 3% com este aparelho, caindo
para 0, 8% quando coletada com a draga e 0, 3% com a rede.

Na radial ocorreu apenas a 20m, numa densidade


de 2 ind/m2 .
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45

30- 0 l ive 1 1a ( 0 l ivina) pue l cha ( Duelos, 1840)


I ndividuos da espécie foram coletados a 30 e
45m com o pegador e a 60m com a draga. Apresentou-se como
espécie rara . Sua dominância foi mais expressiva com o
pegador ( 4, 4%) que com a draga ( 0, 4%).

Na radial foi encontrada em todas as


profundidades entre 1 0 e 40m, apresentando-se numa densidade
de 14 ind/m2 a 20 metros e 2 ind/m2 nas outras profundidades.

Sua ocorrência no Brasil havia sido verificada


apenas na costa do Rio Grande do Sul , até o momento ( RIOS,
1 985).

31- 01 i ve 7 1a sp. 1

A identificação destes exemplares não foi


possivel nem pela bibliografia e nem pela comparação com a
Coleção Malacol ógica do tvORG ( FUAG-RS). Os exemplares desta
espécie que se encontram na referida coleção foram enviados a
um especialista para identificação ( RIOS, comunicação
pessoal).

Foram coletados com pegador a 60m e na radial,


apenas a 40m numa densidade de 2 ind/m2 •

32- 0 1 i ve 7 1a sp. 2

Um exemplar em estado juvenil foi encontrado a


45m, com a draga, representando 0, 4% do total de gastrópodes
coletados com este aparelho.
46

- VOLUTIDAE

33- Zidona dufresne i (Donovan, 1823)


Representantes da espécie foram encontrados
nas três profundidades em coletas com rede e somente a 30 e
45m com draga. No pegador foram coletados apenas indiví duos
jovens , a 30m.

A rede parece ser o instrumento mais adequado


para coleta da espécie, aonde ocorreu numa frequência de 9, 1%
a 30m, 15, 2% a 45m e 24, 2% a 60m. Além disto, sua frequência
geral nas coletas com este instrumento foi de 16, 1% e
representou 11, 2% do total de gastrópodes assim coletados.
Nas coletas com draga a freqüência final cai para 7, 2% e com
pegador, 2, 4%.

Considerando-se as coletas realizadas


simultaneamente com os três aparelhos, a espécie representou
9, 4% do total de gastrópodes e ocorreu numa freqüência de
10, 1%.

34- Odontocymb io la americana (Reeve, 1856)


Espécie rara e com dominância de 0, 5%, foi
coletada pela rede a 45m e pela draga a 30m.
47

- MARGINELLIDAE

35- Prunum (Cryptospi ra) mart in i ( Petit, 1853)


Indivíduos da espécie foram encontrados nas
coletas com draga, nas três profundidades. com rede foram
coletados apenas a 45m e com pegador, a 60 m.

A draga parece ser o aparelho de escolha para


a coleta da espécie. Isto porque, além de ter demonstrado a
presença da espécie nas três profundidades coletou-a em
freqüências de 7, 1%, 35, 7%, 14, 3% a 30, 45 e 60 metros,
respectivamente. com rede a espécie apresentou-se numa
freqüência de 3, 0% a 45m e com pegador, 7, 1% a 60m.

O resultado final das coletas com os três


aparelhos · demonstrou ser esta uma espécie rara, representando
apenas 2, 3% do total de gastrópodes coletados.

- TEREBRIDAE

36- Terebra bras i l iens is (E. A. Smith, 1873)


O único representante da espécie foi
encontrado a 30m, com draga. É uma espécie rara : representou
apenas 0, 4% do total de gastrópodes coletados com este
aparelho.
37- Terebra doe 7 7o jurado i (Carcelles, 1953)
A espécie foi encontrada apenas a 60m, com
pegador, numa freqüência de 2, 4% e representou 0, 5% do total
de gastrópodes.
48

- llmlDAE

38- Carinodr i 1 1 ia braz i l iens is (E. A. Smith, 1915)


O único i ndi viduo da espéci e foi encontrado a
45m, com draga, representando 0, 4% dos gastrópodes col etados
pel o instrumento.

39- P7eurotome 7 7a aguayoi (Carcel l es, 1953)


Nas col etas mensais, um único representante
foi dragado a 60m, sendo portanto uma espécie rara e de
dominância inexpressiva. Na radial , ocorreu apenas a 70m numa
densidade de 8 ind/m 2 •

- EPITONI IDAE

40- Epi ton ium ( Epi ton ium) mauryi Tursh & Pierret, 1964.
um exempl ar foi dragado a 45m, representando
0, 4% do total de gastrópodes assi m col etados.

41- Epi tonium ( Asperisca la) tenuistria tum (d'Orbigny, 1840)


Foi encontrada apenas na radial , a 60m, numa
densidade de 2 ind/m2 •

- PYRAMlDELLIDAE

42- Eu 7 ime 7 7a rudis (Watson, 1885)


Foi col etada somente na radi al Monte Al to,
numa densidade de 2 ind. /m 2 a 30 metros.
Este é o primeiro registro de ocorrênci a da
espécie na costa do estado do Rio de Janeiro; até o momento,
49

havi a s i do encontrada apenas "of f " Pernambuco , segundo RIOS

( 1985 ) .

43- Turboni 1 7a. ( Pyrgiscus) sp . 1

Foi encontrada apenas na rad i al a 60m , numa

densi dade de 2 i nd/m2 .

44- Turboni 1 1a ( Pyrgiscus) sp . 2

Na rad i al , foram col etados exc l us i vamente a

60m , numa densi dade de 2 i nd/m2 •

45- Turboni 1 7a. ( Pyrgiscus) sp . 3

Esta espéci e ocorreu exc l us i vament e a 60m

tanto nas co l etas mensai s quanto na rad i al . Nas col etas com

draga , a espéc i e ocorreu numa freqüênci a de 4 , 8% e

representou 2 , 1 % do total de gast rópodes . Nas co l etas com

pegador , a domi nânc i a foi ai nda mai s bai xa. Na rad i al , sua

dens i dade popul ac i onal foi de 2 i nd/m2 .

46- Turboni 1 7a (Chemni tzia) sp . 1

A espéci e ocorreu apenas na rad i al a 70m , numa

densi dade de 2 i nd/m2 •

47- Turboni 7 1a. ( Chemni tzia.) sp . 2

Um exemp 1 ar foi encontrado a 3üm com pegador ,

representando 0 , 5% do total de gastrópcdes ass i m col etados .


50

48- Turboni 1 la ( Strio turboni 1 la) sp. 1

Esta espécie foi encontrada apenas na radial,


a 60 e 70m, numa densidade de 8 e 12 ind/m 2 , respectivamente.

49- Turbon i 1 la ( Strioturbon i 1 la) sp. 2


Os exemplares foram coletados raramente a 30m,
representando 2, 3% do total de gastrópodes coletados com
pegador.

50- Turboni l la ( Care liopsis) aff bahiense ( Castellanos, 1982)


Foram encontrados exemplares a 45m, numa
freqüência geral de 2, 4% e representando apenas 0, 8% dos
gastrópodes coletados pela draga.

- PHILINIDAE

51- Phi l ine sp.


A presença de um único exemplar do gênero foi
observada a 30m, representando apenas 0, 5% do total de
gastrópodes coletados com pegador.

- RETIJSIDAE

52- Vo l vu le l la persimi Tis ( Mõrch, 1875)


Esta espécie ocorreu exclusivamente na radial
a 70m, numa densidade de 2 ind/m2 •
51

- ltJDIBRANCHIA

53- Espécie 1.

Tais organismos foram col etados com rede e


draga a 45 e 60m. De ocorrência rara , representaram 3, 9% e
1 , 2% do total de gastrópodes col etados por um e por outro
aparel ho, respectivamente.

54- Espécie 2.
Organismos de freqüencia rara , foram col etados
pel a rede a 30 e 60m , representando 1, 7% do total de
gastrópodes col etados por este instrumento.

55- Espécie 3
Um exempl ar foi encontrado a 30m representando
0 , 4% do total de gastrópodes col etados pel a draga.

56- Espécie 4
- Foi col etado apenas um exempl ar, a 60m, com
rede, representando 0, 3% do total de gastrópodes col etados
com este instrumento.

4. 2. 2- Distribuição temporal das espécies

A distribuição temporal dos gastrópodes no


período, tanto na anál ise em separado por aparel ho como por
profundidade , não permitiu evidenciar padrão al gum de
sazonal idade, corno demonstrado nas Figuras 9, 10 e 11.
52

Entretanto, duas observações sugerem que a distribuição


temporal registrada para os gastrópodes tenha sido
inf 1 uenciada, principalmente, pe 1 as variações na co 1 una
d'água decorrentes do fenômeno da ressurgência. Em primeiro
lugar, a aná 1 ise da variação de abundância, no período de
utili zação simultânea dos três instrumentos, revela que a
maior ia dos gas trópodes ocorreu em períodos de águas frias
(abaixo de 18 º C) e teores de salinidade inferiores a 36, 0%. ,
- características da ACAS ( Fig. 12). Esta observação foi feita
também para outros organismos da macrofauna bêntica na mesma
região, tais como para Por tunus spinicarpus (CX>CHIARELLI &

_,
FERNANDES, 1989), cefal ópodes (CX>STA & FERNANDES 1989; CX>STA,

-
1990) e para asteróides (VENTU¾, 1991).

- 30 metroe • · · · � metroa ········ 80 metroa


40
1
D JD
1

O 20

,o
o �- . . .
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J F M •M J J •S O N D J F M • M J J . S O N D J F M•M J J
1 1iee 1 1ea1 1 1 ese I
MESES

rJg. 09 - Distríbulçõ:> tempora l dos


ga strõpode� coletado! com rede.
53

N
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50 - 30 metro• • • • · 45 metro• ....... eo m.tro• ,


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f'tg. 1 O - Dlstrlbulr;ao temporal dos
gastrõpodes coletados com droga.

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1 1 986 . 1 I H71
MESES
f'(g . 1 1 - Dlstríbuiçõo temporal dos gas­
trõpodes coletados com pegador1 tvan-Veen 1 1
35 35. 5 36 Sallnldade 0/00
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ACAS
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Draga Rede

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1 a 10 lndtvrduoa

o
•o
10 • 80 Individuo,

Acima de 80 Ind ividuo•

NJM - Aaua Central do Atllntloo ...


NJ - AQua Coet.lra
CI - Cor,.nte do llrull
Fig. 1 2 - Relação da abundância de gas­
trópodes com temperatura e salinidade
da Agua junto ao fundo.
55

Em segundo lugar, observou-se um aumento anual


progressivo na abundância da fauna de gastrópodes coletada
pela rede, mais acentuado de 1986 e 1987 para 1988 (Fi g. 9).
Neste último ano, quando se registrou a menor média anual de
temperatura, coletou-se o maior número de gastrópodes dentre
os três de amostragem, representando mais de 50% do total
coletado nos 33 meses. Este aumento foi mais pronunciado a 45
metros ( Tab. V) .

Observação semelhante foi feita por VENTURA


( 1991 ) na mesma região, quando constatou, em 1988, um aumento
acentuado na abundância de Luidia 7udwig i sco t t i , a 60
metros, e de exemplares j ovens de As tropecten arma tus
bras i 7 iens is.

Tab. V- Comparação entre a abundância de gastrópodes por ano,


nas três profundidades de arrasto de rede.

ANO
PROFUNDIDADE
1986 1987 1988 Total

30 m 10 13 57 80
45 m 6 48 149 203

60 m 7 33 34 74

TOTAL 23 94 240 357

Estas observações, sugerem que tal var i ação


temporal da fauna esteja relacionada às alterações
56

h i drológi cas provocadas pelo fenômeno da ressurgênci a. Embora


os organi smos bentôni cos não respondam tão rapi damente quanto
o plâncton, a alterações na coluna d ' água, MOREIRA-DA-SILVA
(1971) observou uma estrei ta relação entre os pi cos de
abundânci a da sardi nha Sardine l la auri ta e o fenômeno da
ressurgênci a. Da mesma manei ra, poderi a ter ocorri do um
aumento local na abundânci a de gastrópodes f i ltradores,
carnívoros, detri tívoros e comedores de ani ma i s mortos.
Segundo GLEMAREC & MENESGUEN ( 1980), vari ações sazonai s na
temperatura médi a podem causar grandes i rregular i dades na
densi dade de organi smos bentôni cos, em curto espaço de tempo .
Contudo, para uma determi nação mai s preci sa da real
influênci a das vari ações de temperatura na b i omassa de
gastrópodes e na da megafauna bentôni ca em geral, ser i am
necessári os, em pri me i ro lugar, períodos de amostragem
superi ores a 3 anos, porque a vari ação anual observada
poderi a ser parte de um ci clo mai s longo de resposta do

bentos. Além di sto, outros estudos seri am necessári os : uma


medi da mensal de temperatura por exemplo, não reflete,
necessar i amente, a médi a mensal, já que esta pode var i ar
enormemente até num mesmo d i a. Segundo ELIANE �ZALEZ
RODRIGUEZ (comuni cação pessoal), temperaturas tomadas na
reg i ão em períodos de ressurgênci a mostraram osci lações da
ordem de 6 ° C, num período de 24 horas.
57

4 . 2 .3- Di str i bu i ção espac i al das espéci es

O estudo da distribuição espacial incluiu


tanto a estimativa da densidade populacional, na radial Monte
Alto, quanto o estudo da abundância, ri queza, diversidade e
associações de espécies de gastrópodes nas amostragens
mensais, a 30, 45 e 60 metros

4 . 2 . 3 . 1- Densi dade popul acional

Na rad i al Monte Alto, foram coletados


gastrópodes de 26 espécies, nas profundidades de 1O a 70
metros. A densidade populacional variou de 2 ind/m2 a 74
ind/m2 • As maiores densidades foram observadas a 30 e 40
metros ( Tab. VI).
58

Tab . VI- Densidade populacional (nQ ind/m2 ) por profundidade


na radial Monte Al to.

Profundidades(1)
Espécies
10 20 30 40 50 60 70

Caecu11 achironu, 74 36 14
Natica pusi!la 02 04 04 08 06 08
OI ive lia pue !cita 02 14 02 02
Turbonilla ( Strioturboni!la) sp. 1 08 12
Solar ie lia carva !/to i 16
Pleuroto1e!!a aguayoi 08
Natica !i1bata 04 02
Olivella aff 1utica 06
Agaronia travassosi 04
Po!inices sp. 02 02
Teinosto11a cocolitoris 04
Anci ! la dil1idiata 02
Bar!eeia rubroperculata 02
811cc inanops ,on iliferu, 02
Ca li iosto,a adspersu, 02
Epitoniu1 tenuistriatu, 02
Euli1ella rudis 02
Natica sp. 02
Olivella defiorei 02
Olivella sp . 1 02
Po!inices uberinus 02
Turboni ! la ( Clte1nitzia) sp, 1 02
Turbon ilia ( Pyrg iscus) sp. 1 02
Turbonilla ( Pyrgiscus) sp. 2 02
'-
Turbonil la ( Pyrgiscus) sp.3 02
Yolvu!ella persi11i!is 02

Observou-se uma continuidade na distribuição


batimétrica de espécies como e. ach i ronum, N. pus i 1 1a e o.
pue lcha (Fig. 13) e nas espécies da família Naticidae, da
sub-famíl ia Olivellinae (Olividae) e do gênero Turbon i 1 1a

(Pyramidellidae) (Tab. VI).


--
59
i r ,d/ 1 1 12

1 00 D N . pu,illa s. c a n,o l l 10 i D
. e. achir o n u m

� O. p u r lt. 1 , n Outr o ,

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10 20 30 40 50 60 70
PROFU N D I DA D E
F i g . 1 3 - D e n s id a d e po p u l a c i o n a l d a s
p ri n c i pa is e s p é c i e s n a ra d i a l M o n t e A l t o

� . 2 . 3 . 2- Associ ações de espéci es ea cada proftnH dade


As associações de espécies revel adas pel os
dendrogramas (Figs. 17 , 18 , 19 e 20) basearam-se na presença
ou ausência da espécie. Para se determinar mais precisamente
a composição faunfstica caracteristica das profundidades ,
tai s i nformações foram compl ementadas com as da freqüênci a e
dominância das espécies (Tabs. VII, VI II , IX, X e XI).

4 . 2 . 3. 2. 1 - A profl.lldidade de 30 metros
Do total de gastrópodes coletados a 30 metros ,
80 o foram pela rede, 144 pela draga e 118 pelo pegador. Das
25 espécies encontradas em todo o periodo de estudo a 30
metros, 10 ocorreram somente nesta profundidade ( Tabs. VII ,
VI II , IX e X ) .
60

Tab . VII- Número total ( N ) e f reqüênci a( F ) e domi nânc i a( D )


percentuai s dos gast rópodes col etados com rede .

30 1etros 45 11etros 60 metros TOTAL


ESPÉCIES N F D N F D N F D N F D

Crepid11!1 prote, 7 9,1 8, 7 1 63 27 , 3 80,2 32 24,2 43,2 202 20, 2 56, 8


Agaroni1 trmssosi 41 18,2 51 ,2 2 3,0 1 ,0 o 0,0 0,0 43 7, 1 12, 1
lidon4 dufresnei 3 9, 1 3,7 22 15,2 10,8 15 24,2 20,2 40 16, 1 1 1 ,2
Nudi branchia sp. 1 0 0,0 0,0 1 3,0 0,5 13 3 , 0 1 7, 5 14 2,0 3,9
An1chis sert11/4rf,r111 11 3,0 13,8 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 11 1,0 3, 1
Th4is h8el8Sl014 6 3,0 7,5 1 3,0 0,5 1 3,0 1 ,4 8 3,0 2,2
B11ccin1nops !mrckii 3 9, 1 3,7 2 6,·1 1 ,0 1 3,0 1,4 6 6, 1 1,7
Nudibranchia sp.2 1 3,0 1,3 o 0,0 0,0 5 6, 1 6,7 6 3,0 1, 7
Anci!l4 di1idi1t1 3 3,0 3,7 2 6, 1 1,0 o 0,0 0,0 5 3,0 1,4
r C1l!iosto11 adspers111 1 3,0 1 ,3 1 3,0 0,5 o 0,0 0,0 2 2,0 0,5
Cy14ti111 p. part!lenope111 2 3,0 2,5 o 0,0 0,0 o 0 ,0 0,0 2 1 ,0 0,5
F11sin11s frenguel!i o 0,0 0,0 2 6, 1 1 ,0 0 0,0 0,0 2 2,0 0,5
Odontocy1biol1 mricana 0 0,0 0,0 2 6, 1 1 ,0 o 0,0 0,0 2 2,0 0,5
An1c!lis isabellei o 0,0 0,0 1 3,0 0,5 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,3
An1c!I is obes, 0 0,0 0,0 1 3,0 0,5 o 0,0 0,0 1 1,0 0,3
811ccin1nops ,oni!iferu, 1 3,0 1,3 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,3
Prun111 14rtini o 0,0 0,0 1 3,0 0,5 o 0,0 0,0 1 1,0 0,3
Kitre!l4 lun1t1 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 3,0 1 ,4 1 1,0 0,3
Nudibranchia sp.4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 3,0 1,4 1 1 ,0 0,3
Olivel 11 defiorei o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 3,0 1 ,4 1 1 ,0 0,3
Sin111 sp. 1 3,0 1,0 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,3

TOTAL 80 100,0 203 100,0 74 100,0 357 100,0


61

Tab . VIII- Número total(N) e freqUência(F) e dominância(D)


percentuais dos gastrópodes coletados com draga.

30 metros 45 11etros 60 metros TOTAL


ESP�CIES N F D H F D H F D N F D

Ag1roni1 trmssosi 89 78, 6 61,8 1 7 , 1 1 ,2 o 0,0 0,0 90 28,6 37, 1


...... Crepídu/1 prote, 8 21,4 5,6 45 14,3 54,0 o 0,0 0,0 54 1 1 ,9 22 ,3
C1ecu1 achironu, 20 35 , 7 13,9 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 20 1 1 , 9 8,3
Ancill1 di1idí1t1 2 14,3 1,4 12 35 , 7 14,0 1 7,1 7,1 15 19,4 6,2
Prunu, 11rtín í 1 71 1 o, 1 10 35 , 7 1 1 ,8 2 14,3 14,3 13 19,4 5,3
Buccín,nops 110nilíferu, 3 21,4 2,0 5 21 ,4 5,9 o 0,0 0,0 8 14,3 3,3
8uccín1nops lmrckíí 1 28, 6 4,8 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 9,5 2,9
lidon, dufresnei 6 14,3 4,2 1 7, 1 1 ,2 o 0,0 0,0 1 7,2 2,9
Turbon ill1 ( Pyrg iscus) sp. 3 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 5 14,3 35, 7 5 4,8 2,1
N1tíc1 1enke1n1 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 14,3 21,4 3 4,8 1,2
Nudibranchia sp. 1 o 0,0 0,0 2 7,1 2,4 1 7,1 7, 1 3 4,8 1,2
_, c,1 liosto111 1dspersu1 2 7, 1 1 ,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 2,4 0,8
Olivell1 defioreí 2 7,1 1,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 2,4 0,8
Polinices /,cteus 1 7, 1 0,7 1 7,1 1 ,2 o 0,0 0,0 2 4,8 0,8
Turboníll1 aff b1híense o 0,0 0,0 2 7,1 2,4 o 0,0 0,0 2 2,4 0,8
C1rinodríllí1 bwilíensis o 0,0 0,0 1 7, 1 1,2 o 0,0 0,0 1 2,4 0,4
Epitoniu1 11ury í o 0,0 0,0 1 7, 1 1 ,2 o 0,0 0,0 1 2,4 0, 4
Nudibranchia sp.3 1 7, 1 0,7 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 2, 4 0,4
Odontocy1biola 11eric1n1 1 7, 1 O, 7 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 2, 4 0,4
-..../ Olívell, puelch, o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 7,1 7, 1 1 2,4 0,4
Olívell, sp . 2 o 0,0 0,0 1 7, 1 1,2 o 0,0 0,0 1 2,4 0,4
Pleuroto1ell1 1gu1yoí o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 7, 1 71 1 1 2,4 0,4
� So/,ríell, c1rv1lhoí o 0,0 0,0 1 7, 1 1 ,2 o 0,0 0,0 1 2,4 0,4
Terebr, brasiliensis 1 7,1 0,7 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 2,4 0,4
Thyphis cl,rii o 0,0 0,0 1 7,1 1,2 o 0,0 0,0 1 2,4 0,4

TOTAL 144 100,0 85 100,0 14 100,0 243 100,0


62

Tab . IX- Número total ( N ) e freqüênci a( F ) e domi nânci a( D )


percentuai s dos gast rópodes col etados com pegador .

- 30 11etros 45 metros 60 1etros TOTAL


ESPÉCIES N F D N F D N F D H F D

C4ec111 acliiron111 87 7 1 ,4 73, 7 18 35 , 7 37,5 o 0,0 0,0 105 35 , 7 57,7


Olivell4 defiorei 6 28, 6 5, 1 1 1 28,6 22,8 o 0,0 0,0 17 19,0 9,3
N4tic4 pusi lia o 0,0 0,0 1 7,1 2, 1 10 10,0 62,4 11 4,8 6,0
lidon4 dufresnei 1 1 7 , 1 9,3 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 11 2,4 6,0
Olivella aft 111tic4 o 0,0 0,0 8 14,3 16,7 o 0,0 0,0 8 4,8 4,4
Olivel/1 puelc'14 1 7 1 1 0,8 7 7, 1 14,6 o 0,0 0,0 8 4,8 4,4
Ag4ronf4 trmssosi 4 7; 1 3,5 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 4 2,4 2,5
Turboni/11 ( Strioturbonilla) sp.2 4 7 1 1 3,5 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 4 2,4 2,3
N1tic, 1enkean4 o 0,0 0,0 1 7, 1 2, 1 2 14,3 12,4 3 7,1 1,7
Anci I !1 di1idiat1 o 0,0 0,0 2 14,3 4,2 o 0,0 0,0 2 4,8 1 ,2
Olfv4ncillaria v. vesic4 2 7, 1 1 , 7 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 2, 4 1,2
Pr11n111 11rtini o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 7,1 6,3 1 2,4 0,5
Olivell, sp. 1 o 0,0 0,0 ó 0,0 0,0 1 7,1 6,3 1 2,4 0,5
Pliiline sp. 1 7 , 1 0,8 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 2,4 0,5
Terebra doel!o juradoi o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 7, 1 6,3 1 2,4 0,5
Turbonilla ( Clle1nitzia) sp.2 1 7 , 1 0,8 o 0,0 0,0 0 0,0 0,0 1 2,4 0,5
T11rbonil!4 ( Pyrgiscus) sp.2 1 7, 1 0,8 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 2,4 0,5
Turbonill4 ( Pyrgiscus) sp.3 o 0,0 0,0 0 0,0 0,0 1 7,1 6,3 1 2,4 0,5

TOTAL 1 18 100,0 48 100,0 16 1 00,0 182 100,0


'-'
63

Tab . X- Número total(N) e freqüênci a (F) e domi nânci a(D)


percentuais dos gastrópodes coletados com rede,
draga e pegador si multaneamente, no periodo de 1 1
meses.

30 11etros 45 11etros 60 metros TOTAL


ESP�CIES N F D N F D N F D N F D

C1ecu1 ,c/tironu11 89 36,4 39, 7 1 8 15,2 12,0 o 0,0 0,0 1 07 1 7,2 25 , 7


.....,
Agaronia travassosi 69 30,3 30,8 3 6, t 2,0 o 0,0 0,0 72 12, 1 17,3
Crepidula protea 9 1 2, 1 4,0 55 15,2 37,0 15 9, 1 34,9 79 12, 1 19,0
lidona dufresnei 19 15,2 8,5 16 9 , t 10,7 4 6, t 9,3 39 10,·1 9,4
Olivella defiorei 5 12, t 2,2 1 1 12, 1 7,3 o 0,0 0,0 1 6 8, 1 3,8
Ancil la di1idi1ta 2 6, t 1 ,0 10 15,2 6 , 7 o 0,0 0,0 12 7,1 2,9
Buccinanops 110niliferu1 1 1 6, 1 4,9 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 2 ,1 2,6
Natica pusilla o 0,0 0,0 1 3,0 0, 7 10 3,0 23,3 11 2,1 2,6
Buccinanops lmrckii 7 15,2 3,1 o 0,0 0,0 2 6, 1 4, 7 9 7, 1 2,3
Prunu, 11rt ini 1 3,0 0,4 8 12, 1 5 , 4 o 0,0 0,0 9 5, 1 2,3
_, Olivella puelclia 1 3,0 0,4 7 3,0 4,7 o 0,0 0,0 8 2, 1 2,0
o 0,0
-
Olivella aff 1utica 0,0 8 6, t 5,4 o 0,0 0,0 8 2, 1 2,0
Natica ,enkeana o 0,0 0,0 1 3,0 0,7 5 12, 1 1 1 ,6 6 5, 1 1 ,4
Turbonilla ( Pyrgiscus) sp.3 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 4 3,0 9,3 4 1 ,0 t ,o
Nudi branchia sp. 1 o 0,0 0,0 3 6, 1 2,0 1 3 ,0 2,3 4 3,0 1 ,0
Ca lliosto,a adspersu, 2 3,0 1 ,0 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 1 ,0 0,5
Cy11tiu1 p, partlienopeu, 2 3,0 1 ,0 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 1 ,0 0,5
.,__, Odontocy1biola a,ericana o 0,0 0,0 2 6, t 1 ,3 o 0,0 0,0 2 2, t 0,5
Turbon,· ! la af f baliiense o 0,0 0,0 2 3,0 1 ,3 o 0,0 0,0 2 1 ,0 0 , 5
Olivancillaria v. vesica 2 3,0 1 ,0 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 2 1 ,0 0,5
Carínodrí ! lia brasi liensis o 0,0 0,0 t 3,0 0, 7 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2
Epitoniu1 ,auryi o 0,0 0,0 1 3,0 0,7 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2
Nudibranchia sp.3 1 3,0 0,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2
Pltiline sp. 1 3 ,0 0,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2
Pleuroto,ella aguayoi o 0 ,0 0,0 o 0,0 0,0 1 3,0 2,3 1 1 ,0 0,2
Po !in ices lacteus 1 3,0 0,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 t 1 ,0 0,2
Sinu, sp. 1 3,0 0,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2
Solariella camllioi o 0,0 0,0 1 3,0 0 , 7 o 0,0 0,0 t 1 ,0 0,2
Terebra brasilíensis 1 3,0 0,4 o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2
Terebra doello juradoi o 0,0 0,0 o 0,0 0,0 1 3,0 2,3 t 1 ,0 0,2
.,__,
Tltypltis clerii o 0,0 0,0 1 3,0 O, 7 o 0,0 0,0 1 1 ,0 0,2

- TOTAL 224 100.0 1 49 too.o 43 100.0 416 100.0


...,

,......_
64

No perfodo de utilização simul tânea dos três


instrumentos, a maior abundância de gastrópodes foi observada
nesta profundidade, seguida pelas de 45 e 60 metros . A

riqueza da profundidade foi igual à de 45 metros e maior do


que a verificada à 60 metros . O índice de diversidade
biológica obtido foi menor dentre as três profundidades (Tab .
XI ) .

Tab . XI - Comparação entre a riqueza ( S ) ' diversidade ( H ' )


abundância ( N ) da fauna de gastrópodes nas três
profundidades de coleta, nas amostragens feitas
_,, simultaneamente com rede ( R ) , draga ( D ) e pegador
( P) .

PROFUND. Rede Draga Pegador R+D+P


s 6 13 7 18
30 m H' 1, 8 1, 7 0, 9 1, 7
N 11 121 92 224
s 5 12 7 18
45 m H' 1, 1 1, 3 1, 6 2, 2
N 23 78 48 149
s 3 4 3 9
60 m H' 0, 8 1, 2 0, 7 1,8
N 21 9 13 43

.__, Total/ s 9 21 13 31
instru- H' 1 ,4 2, 1 1, 6 2, 4
mento N 54 203 157 416
'-

Dentre os três instrumentos utilizados, a


draga mostrou-se o mais eficiente na amostragem do ambiente a
30 metros, em termos de abundância, riqueza e diversidade.
Isto porque, em cada caso, amostrou os valores mais próximos
daqueles obtidos com a utilização simultânea dos três
instrumentos, na profundidade (Tab. X I e Figs. 14, 15 e 16).
;

85

tJ

2 �0
- lolol �\;}'] R e de 1 Drogo B Pegador
1 2 00
N
D
1 1 50
1

J_ i
D
u 1 00
o
s

L
50

o --·- r---
30 m -45 m 60 m
PROF U N D I DADE

F i g . 1 4 - C o m p a r a ção d a a b u n d â n c i a d o s g a s -
l r ó p o d es c o l e t a d o s p o r instrumento
c o m l o l o l a m o s l r o d o p o r p ro f u n d i d a d e .


25
- T otal �� Rede D Drogo e Pegad o r

20

[
s 15
p
E
e
1 10
[
s
5

o
-45 m 60 m
PRO F U N DIDADE

F i g . 1 5 - C o m p a r a ção d o r iq u e z a d o s g a s ­
t r óµodes coletados por irislr umento,
c o n i CJ l o t a i a n 1 u s t r a cJ o p u r p r o i u n d i d u d e .
66

3
1 [) r o go H 1-'egodur

2.5
[)
1
V 'l
1
R
s 1 .5
1
D
A .\\
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1 ..❖�-
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0.5 �\�
\\\

. . :l ___ . .. - -- ..J. -- - · -· ··· ·· _j ___ _ :�. & --


45 m 60 m
30 m
PROFUNDIDADE
F i g . 1 6 - C o m p o r ação do í nd i c e de d i v e r - ·
s i d o de p o r i n s l r u m e n l u . d e c o lela , com u
_
í n d i c e de c a da p r o f u n d i d a d e .

As anál i ses de agrupamento (Figs . 1 7 , 1 8, 1 9 e


20), complementadas com os dados de f reqüênc i a e dom i nênci a
das espécies (Tabs. VII, VIII, IX e X), demonstraram a
presença de lllla associ ação com dominênci a de espéci es
caracterfst i ca desta profund i dade . Esta é composta pelos
gast rópodes habi tantes da superf íci e ( col etados pel a rede e
draga) e da sub-superf íci e do sedi mento ( col etados pe l a draga
e pegador ) l i stados a segui r :

stPERFtCIE SU3-stPERFtCIE

·· Agaron ia travassos i ( * ) Caecum ach i ronum ( * )


·· Bucc inanops lamarck i i 0 1 i ve 1 1a de fiore i
·· Bucc i nanops mon i 1 i fe rum Anc i 1 1a dimidia ta
·· Crep idu la protea
·· Zidona dufresne i

(•)- Espécies dominantes


67

.._,

5 0X 1 00X
e. pr .O f Bd - - 1
1

z. da -lr BB ,?B i
1
T
, 30 . 4 5 ·' 60 r
I • hd emd s t .om.-a. 1
1

B. L d ind r cl· i i

.4 t r d ',/ 8. 5 5 .05 i - - 1

,:/ / ,n / ;;l / .� t d , 3 0 ., 45 m

1 e. d ds pe:>r s u ..n
....... 1
1
1 N u d i b r- a.n c h i a. sp . 1 4 5 ., 60 m

F . f,,..- -€'lf�•i.t -� l l i - - 1

O. d inBr i Cd l,d

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1
1
1
.._,. Â Í S d 6 -� { { B Í , 45 m
1

.ob es a.

ind l'" t / lf /

.4 s �.,...,. t lt L .a. ., -...✓� ,.. J�.t .il'1 - - 1


......,
e. pd r t h BiJ<-? PBU in 1
, 30 m
1
B. .'1',off / l i f Bi"- -�l l!-1

1

1 5 i ,--:, a m s p .
1
1
1 N u d i b r a.n c h i a s :p . 2 3 0 ., 6 0 rn
_, 1

--'
1
,J' 1 ,..1 l U l,d t d
1
1 1
N u d i b r an c h i a s p . 4 , 60 m
1
1
1
..... -
� d .e f / e� ,.,..- .e /

Fig. 1 7 - A n á l i s e d e ag r u p am e n t o d as e s p é c i e s
r o l e t ad as c o m a r e d e .
:5 0Y. 1 00Y. 68
 . t r a. va. s s o-s i

B. 1n --;- f i n i f'.e..-·- -!f. tn


✓ 30 _. 45 m

Z. dü t'r .es n.e i

,P . [ a. C t Bil S

 . d l m i d i a. t .-3. - -
1
, 3 0 _. 4 5 _. 6 0 rn
f-' . tn--3. r t i fl Í

1 l.� . .-3. ch i r o-na m


1 1
1
1
1
1
1 .C . d -�••· 5 ,e,-!?,,·-- 5 .fl il'}
1
1 30 m
1 O. d B f i o-r B i
1
1
1 N u d i b r an c h i a s p . 4
1
1
1 O. a. 1n.er i ca. .� a.

-
1
1
1 T. b- r a. s i L i B,·-.r s / s
1
1
1 T. { P 1/r g i s cll: s ) s p . 3 - - 1
1 1
1 1
1 1
1 , 60 m
1
1
1
c-· . p .u B l c." a.
--.
P . a. g.ú." d 1/0- i

N u d i b r an c h i a s p . 1 45 , 6 0 rn

---- T. af· r - b a. h / BfiS -1?

.C . b r a. s i l i Bo5 i 5

45 m

1 O l i vB L L a. s p . 2
1
1
1 s· . e .d ...� .".,.. a.. l l-.- .c...,. i
1
1
Tl-.·'::-" p,1-, i s e l -1?,.,. i i

Fig. 1 8 - A n ã l i s e d e ag r u p �m e n t o d as e s p ª c i e s
c o l e t ad as c o rn a d r ag a _
69

- 5 0Y.
1
1 00Y.
.--- C . a. ch i r ona m - - 1
1
1 1
1 .Cl . de f / <..-;, r e i , 30 , 4 5 rn
1
1
1
1
1
1 Z . �lu fr es ne i - - 1

1
1 li . t r a. va. s s os i
1
1
1 T . ( S t r i o t u r b on i l l a. ) s p _ 2

----�- D . ves i ca.


3 0 rn
P h i l i ,-:, e s p _
.-,
T . ( Chemn i t z i a. ) s p _ .=,

T . ( P �r g i s cu s ) s p _ ,-,

N . p .u s i 1 1 a. - - 1
, 45 , 6 0 rn
.4 . d i m i d / a. t a.

__, 1 O . af" f· _ ma t i c.a. - - 1

'--'
1 1 45 m
1
1


1

1 P . ,•n a. r t i .11 i - - 1
1
1
O l / ve l l a. s p . J.
, 6 0 rn
• T. doe l l o Ju r a. do /

1

1 T . < P �r g i s cu s ) s p . 3
1

F i g 1 9 - A n ã l i s e d e ag r u p am e n t o d as --'- e s p é c i e s
e o 1 e t ad as e o rn p e g a.d o r 1 1
v an U e e n 1 1 _
J
_J 70

5 0Y. .1. 00Y.


e. a. eh i r c-·.•'"N.U n - - 1

.4 . t r a. v a. s s os i
D . de r i c--r e i 1
, 30 , 4 5 m
.4 d i m i d i .a: t a. . 1

,P . m.a: r t / _q /
O . .ou E> L cha.
C . .o-r o t ea. - -
l
, 30 , 4 5 , 60 m
Z . du rr es .�E> i
•, · B . mc-·..-:,· i l i rer u m - - l

• C . a. ds p·er s u m
1

e . p· a. r t h B_qo p e(.( m
l
D. v.
. ves i ca. l
, 30 m
N u d i b r an c h i a T _ 4

-
,P h i L E.- .-7 B sp _
P . l a. c t eu s
S / ..-:-·u m sp _
T . b r a. s i l i e.<7.5 i s
B . L a. ma. r ck i i 30 , 60 m
,·V . p·(.( s i L l d - -
1
1
, 45 , 60 m
N u d i b r an c h i a T _ 1

. O . a.f' f' m u t i c a.

- 1

T . a. f' f' b a. h i e.qs e


45 m
C . b r a. s i l i e.qs i s
E . ma. u r �- i
S . c a. r v a. L h.:.--;• i
1 T . c l Br i i
T . ( P yr g i s cu s ) s p _ 3 - -
1
1
,P . d gu d �' <-? / , 60 m
••• T . do-e l l <-,,. . J u r a. do· /

Fig. 2 0- A n � l i s e d e a.g r u p am e n t o d as esp � c i es


c o l e t a.d as c o m a u t i l i z aç �o s i m u l t â­
nea dos t�ês i ns trumen tos _
71

4. 2. 3. 2. 2 - A profundi dade de 45 metros

Dentre os 336 gastrópodes coletados nesta


profundidade, 203 o foram pela rede, 85 pela draga e 48 pelo
pegador. Das 28 espécies observadas, 11 ocorreram
exclusivamente nesta profundidade (Tabs. VII, VIII, IX e X) .

A abundância verificada nesta profundidade


( 149 gastrópodes), nos 11 meses de utilização simultânea dos
r
três apare 1 hos, mostrou-se mais próxima da de 30m ( 224) que
da de 60 metros ( 43) . A riqueza foi igual à de 30 metros ( 18
espécies) e o índice de diversidade biológica aqui obtido,
foi o mais alto dentre as três profundidades, seguido pelos
de 60 e 30 metros (Tab . XI) .

A draga foi o instrumento que melhor amostrou


a abundância e riqueza da profundidade como um todo .
Entretanto, o pegador "van-Veen" foi o instrumento que
forneceu o índice de diversidade biológica mais próximo do da
profundidade como um todo ( Tab . XI e Figs. 14 , 15 e 16).

Verificou-se, pelas análises de agrupamento, a


presença de grupos de espécies características da
profundidade, com índice de similaridade superior a 5�
( Figs. 17, 18, 19 e 20). Uma associação com dominância de
espécies característica da superfície ( coletados pela rede e
draga) e da sub-superfície ( draga e pegador) foi revelada
pelo acréscimo dos dados de freqüência e dominância das
espécies ( Tabs . VII, V III, IX e X) :
72

SlPERF!CIE SlB- SlPERFJCIE


Crep idu 7a protea ( * ) Caecum ach i ronum( * )
Zidona dufresne i Anc i 1 la dim idiata
Bucc inanops mon i l i ferum Prunum mar t in i
0 7 i ve 7 7a defiore i
0 7 i ve 1 7a aff mut ica

(*)- Espécies dominantes

4 . 2 . 3 . 2. 3 - A profundidade de 60 metros.

Dentre os 104 gastrópodes coletados a 60


metros, 74 o foram com a rede, 14 com a draga e 16 pelo
pegador.

Nesta profundidade, observaram-se os menores


valores de abundância e riqueza nas coletas com todos os
aparelhos. O fndice de diversidade obtido (1, 8) ficou entre o
de 30m (1, 7) e o de 45 metros (2, 2).

A diversidade e a riqueza desta profundidade


foram melhor amostradas pela draga, enquanto que a abundância
o foi pela rede (Tab. XI e Fig. 14, 15 e 16).

r Verificou-se a existência de associações


caracterfsticas da profundidade de 60 metros, exceto nas
coletas com o pegador "van-Veen" (Figs. 17, 18, 19 e 20). O
acrés eimo dos dados de freqüência e dominância das espécies
(Tabs. VII, VIII, IX e X) revelou a presença de uma
assoeiação de gastrópodes de superff cie, amostrada pela rede
e draga, e de sub-superffcie amostrada pela draga e pegador :
_,,

73

SI.PERFJCIE SUJ-51.PERFJCIE

Crepidu 7a protea (*) Turbon i l la (Pyrgiscus) sp. 3 (*)


Zidona dufresne i Nat ica menkeana
Prunum mart in i
(*)- Espécies dominantes.

__,,
4 . 2 . 3 . 3- Associ ações de espécies em todas as profundi dades

A distribuição de espécies observada nas três


profundidades foi confirmada, em diversos aspectos, pel os
resul tados obtidos na radial Monte Al to. Primeiramente, os
maiores val ores de abundância e riqueza de gastrópodes foram
registrados, na radial , a 30 e 40 metros, e nas col etas
mensais, estes val ores foram mais al tos a 30 e 45 metros.
Al ém disto·, al gumas das espécies mais abundantes na radial
foram as dominantes nas associações de espécies observadas a
_,
cada profundidade. Assim, A. travassos i, col etada apenas a 30
metros na radial , foi a espécie dominante na superficie do

sedimento nesta mesma profundidade; C. ach ironum, col etadas a


30, 40 e 50 metros na radial , foi a espécie dominante na sub­
superfície do sedimento a 30 e 45 metros; uma das espécies do
gênero Turbon i 1 1a foi a dominante na associação da sub­
superfície da profundidade de 60 metros e na radial , as
espécies do gênero se distribuiram excl usivamente a 60 e 70
metros (Fig. 13) .

As aná 1 ises de agrupamento tomando-se as


profundidades como atributo, demonstraram haver maior
74

s i m i l ar i dade ent re as assoc i ações que se formaram a 30 e 45

met ros do que ent re quai s quer out ras . Os í nd i ces de

s i m i l ar i dade obse rvados , ent re estas , foram de 58% nos dados

obt i dos com rede e d raga , 30% com peg ador e de 40% com os

t rês i nst rumentos ( F i g . 2 1 ) .

__,
5 0 :>: 5 8 �,,;

1
...,. 3 (?) 111

A> 45 111
� 6, (Z' ln

.._ 2 5 1/. 5 0 1/.

1
1 3 (?) A1

45
B> � 6 (?) 111
__,

1 0 ;� 3 0 �/.

1
3 <3' ,n

45
C> � 6, (?) ln

3 0 �,,:: 4 0 ::.�

1
3 (?) ln

45
D)
� 6 ",;;, 111

Fig. 21- A n ã l i s e d e a g r u p am e n t o d as p r o r u n d i d ad e s
a p ar t i r d o s d a d o s o b t i d o s c o m : A - r e d e ;
B - d r a9 a ; C - p e g a d o r ; D - c o m o s t r ê s i n s ­
-t r L• rri e n t c, s
75

Al ém das associações de espécies


caracteristicas de cada profundidade, foram observadas também
associações comuns a 30 e 45 metros (Fig . 22). Tal
associação, listada a seguir, foi evidenciada tanto nas
coletas com cada aparelho em separado, como quando utilizados
simultaneamente, com mais de 50% de similaridade (Figs . 17,
__,
18 , 19 e 20 ) :

SlPERF;CIE SU3-Slf'ERF;CIE
8. mon i 7 i ferum e. ach ironum ( • )
e. protea A . dim idia ta
Z. dufresne i o. de fiore i
(•)- Espécie dominante em ambas as profundidades.

Observou-se também a inexistência de uma


associação de espécies comum a 45 e 60 metros ; registrou-se
apenas a · ocorrência de uma espécies frequente comum a ambas
as profundidades: P. mart in i (Fig . 22). Verificou-se
entretanto, a formação de uma associação de superficie, comum
às profundidades de 30, 45 e 60 metros - z. dufresne i e e.
protea - evidenciada, principalmente pelas coletas com rede .
76

!:. tr•YHIHi

.•.·.·.·.·..·.·......·.................·....·.•.·.·.·.·.·.·.·.•.·.·.·.·.·.·.·.•.·.•
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iffiiM Fn.-,iact. •cim• •• n#n,c


- t.r,... J · -ta

Fi g . 22- Di st r i bui ção bat i mét r i ca das espéci es mai s


freqüentes e domi nantes na área de estudo.

Obs . : A b i b l i ograf i a consul tada neste t rabal ho foi c i tada e


referenci ada segundo as normas NBR-6023 e NBR-6032
da Associ ação Brasi l e i ra de Normas Técni cas( 1 989 ) .
77

5- CC>NCLUSõES

01- A área estudada mostrou forte i nfl uênci a de águas fri as,
proveni entes da Agua Central do Atl ânt i co Sul , estando
abaixo de 18 º C em mais de 50% das amostragens.

02- A sali nidade da água apresentou-se quase constante,


demonstrando pequena influênci a de águas continentais.

03- As médias mensais de carbono i norgâni co e orgânico e de


ni trogêni o do sedi mento aumentaram progressivamente com a
profundidade.

04- O sedi mento apresentou uma diminui ção progressi va do


diâmetro médio e do gráu de seleção das partfculas com a
profundidade, caracterizando-se a 30 metros como arei a
fina bem sel eci onada , a 45 metros como areia méd i a
moderadamente bem sel ecionada e a 60 metros como areia
f i na moderadamente bem sel eci onada.

05- Os 915 gastrópodes estudados foram identi ficados em 56

espécies. Dentre estas, Bar l ee ia rubropercu 7a ta

(Castellanos, 1972), O 7 i ve 7 7 a pue 7 cha ( Duc 1 os, 1840 ) e


Eu 7 ime 7 1B rudis (Watson, 1885), representaram ocorrências
novas para a costa do estado do R i o de Janei ro, sendo a
primeira, ocorrência nova para a costa brasi l eira.
78

06- Não foi observado nenhum padrão sazonal na distribuição

dos gastrópodes . Entretanto , observou-se um aumento

gradativo no número de indivíduos colet ados pe l a rede , de

1 986 para 1 988, sugeri ndo um provável cic l o sazonal mais

l ongo .

07- . os maiores valores de abundância e riqueza de espécies

foram observados entre as profund i dades de 30 e 45

metros .

08- A associação de espécies característ i ca da profundidade

de 30 metros compreendeu gastrópodes habitantes da

superfície do sedimento Agaron ia travassos i

( Morretes, 1 938 ), Bucc inanops 1amarck i i ( Kiener, 1 834 ),

Bucc inanops mon i 7 i ferum ( Valenciennes, 1 834 ) , Crep idu 7a

protea ( d ' Orbigny , 1 835 ) e Zidona dufresne i ( Donovan , 1 823 )

- e da sub-superf ície - Caecum ach i ronum ( Folin, 1 867 ) ,

0 7 i ve 7 7a de fiore i ( Kl apenbach, 1 964 ) e Anc i 7 7a dim idia ta

( Sowerby, 1 850 ) .

09- A associação de espécies caracter f st í ca da profundi dade

de 45 metros compreendeu gastrópodes hab i tantes da

superff cí e do sedimento - e. protea, z. dufresne i · e

B. mon i 7 i ferum - e da sub-superf í c i e- e. ach ironum,

A . dim idia ta, Prunum mar t in i ( Petit , 1 853 ), o. defiore i e

0 1 i ve 7 7a aff mut ica ( Say , 1 822 ) .

1 O- A assoeiação de espécies caract erf sti ca da profundidade

de 60 metros compreendeu gastrópodes habi tantes da


79

superffcie do sedimento - C. protea, Z. dufresne i - e da


sub-superfície - Turbon i 1 la (Pyrgiscus) sp. 3 , Na t ica
menkeana (Phillipi, 1852) e P. mar t in i.

11- Os dados bióticos e abióticos permitiram uma


caracterização diferenciada das três profundidades,
evidenciando porém maior semelhança entre 30 e 45 metros .

12- A profundidade de 45 metros mostrou-se um ambiente inter­


mediário em relação a 30 e 60 metros, apresentando várias
espécies características destas duas profundidades e o
maior índice de diversidade biológica .

13- Dentre os instrumentos utilizados a draga foi o que


possibilitou uma amostragem mais completa da fauna de
gastrópodes, mas a caracterização das associações só foi
possível a partir dos dados obtidos com os três
aparelhos.
80

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