Você está na página 1de 36

Quinta - feira, 01 de Outubro de 2020 Número 108

II SÉRIE

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUMÁRIO
MINISTÉRIO DAEDUCAÇÃO E
ENSINO SUPERIOR

Gabinete de Ministra

Despacho n.º 38/GMEES/2020


Alteração aos Estatutos da Universidade de
S. Tomé e Príncipe
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1411

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E ENSINO Conselho da Universidade de S. Tomé e Príncipe e da


SUPERIOR tutela no que se refere á alteração dos Estatutos e à
homologação destes, determino o seguinte:
Gabinete de Ministra
Artigo 1.º
Despacho n.º 38/GMEES/2020 Homologação

Alteração aos Estatutos da Universidade de S. São homologadas as alterações aos Estatutos da


Tomé e Príncipe Universidade de São Tomé e Príncipe, que são
publicados em anexo ao presente despacho, do qual
Os Estatutos da Universidade de S. Tomé e Príncipe fazem parte integrante.
(USTP) foram aprovados pelo Decreto-Lei n.º 9/2014,
publicado no Diário da República (DR), n.º 41, de 22 Artigo 2.º
de Maio e alterados pelo Decreto-Lei n.º 3/2016, Entrada em vigor
publicado no DR n.º 22 de 05 de Abril. Na sequência
da necessidade da sua adequação à nova realidade Este Despacho entra imediatamente em vigor.
jurídica, resultante da publicação da Lei n.º 4/2017, de
24 de Março, que aprovou o Regime Jurídico das Gabinete da Ministra da Educação e Ensino Superior
Instituições de Ensino Superior (RJIES), conforme o em S. Tomé, 23 de Junho de 2020. - A Ministra,
disposto no artigo 174.º, a USTP procedeu a revisão Julieta Izidro Rodrigues.
dos seus estatutos, através do Decreto-Lei n.º 9/2018,
publicado no DR n.º 99 de 18 de Julho, de modo a Alteração aos Estatutos da Universidade de S.
confirma-los com o novo regime legal. Tomé e Príncipe

A alteração feita necessita de complemento, no Preâmbulo


sentido de se proceder à criação dos órgãos de governo,
como é caso do Conselho de Gestão, da composição do 1. A Universidade de São Tomé e Príncipe é uma
Conselho da Universidade no que toca a representação instituição pública de ensino superior, que assume a
dos docentes, bem como à definição dos Conselhos sua responsabilidade e o seu papel central na dinâmica
Científicos e Pedagógicos, do perfil do Reitor em do desenvolvimento económico e social do país. A
conformidade com as categorias profissionais inovação e a valorização social e económica do conhe-
estabelecidas nos Estatutos da Carreira Docente da cimento são referências fundamentais da sua matriz e
Universidade e de igual modo dos órgãos de consulta, da forma como se organiza para responder às missões
conforme emanação do RJIES, daí que se viu na definidas no seu Estatuto.
obrigação de alterar os estatutos da USTP.
2. A Universidade de São Tomé e Príncipe resulta da
Considerando o disposto na alínea e) do artigo 92.º necessidade de criação de uma estrutura capaz de con-
da Lei n.º 4/2017 que define as competências do gregar as diferentes instituições e polos de formação a
conselho da Universidade no que se refere a alteração fim de conferir uniformidade funcional e institucional
dos estatutos da USTP; ao ensino superior público em São Tomé e Príncipe.

Considerando ainda a conclusão do período de 3. A Universidade de São Tomé e Príncipe tem co-
instalação da USTP e a necessidade de criar estatutos mo finalidade, o reforço da capacidade do ensino e de
que visem melhorar o desempenho da instituição e que investigação, particularmente em áreas de fronteiras e
estão criadas todas as condições básicas legais, de convergência interdisciplinar, abertura de novas
nomeadamente a confirmação do Regime Jurídico das oportunidades de educação superior e promoção de
Instituições do Ensino Superior, Lei n.º 4/2017 de 24 dinâmicas de internacionalização.
de Março;
4. Este processo decorre da vontade de juntar, numa
Assim; mesma instituição, diversas áreas de conhecimento,
criando assim melhores condições para acompanhar a
Nos termos da alínea e) do artigo 92.º da Lei n.º evolução contemporânea da ciência, da tecnologia, das
4/2017, conjugado com a alínea f) do artigo 11.º dos artes e das humanidades.
Estatutos da USTP que definem as competências do
1412 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

5. O Instituto Superior Politécnico de São Tomé e as unidades e grupos de professores e investigadores,


Príncipe, doravante ISP, criado ao abrigo do decreto n.º designadamente no âmbito científico e da pós-
88/96 de 31 de Dezembro de 1996 foi a primeira insti- graduação.
tuição pública de ensino superior no País. No quadro
de desenvolvimento das suas atribuições o ISP desem- 12. A Universidade de São Tomé e Príncipe assegu-
penhou o seu papel, formando professores para o sis- ra a existência de um sistema de garantia da qualidade,
tema nacional de ensino e técnicos em várias áreas do organizado de acordo com as melhores práticas inter-
saber, realizando cursos de caris universitários e poli- nacionais. A autoavaliação, a avaliação externa inde-
técnicos. Na procura de solução para a formação de pendente e a regular prestação de contas à comunidade
quadros no país e redução do custo de formação de académica e à sociedade, são elementos decisivos para
nível superior de jovens São-tomenses no estrangeiro, o desenvolvimento da instituição e para a sua afirma-
necessário se tornou o alargamento do leque da oferta ção como Universidade de referência.
formativa e criação de melhores condições de investi-
gação (laboratoriais, bibliográficas), de instalações e de 13. A defesa e a valorização da língua portuguesa,
material à disposição dos professores. bem como do património histórico e cultural, são bases
centrais da identidade institucional. Para serem levados
6. O presente Estatuto define a natureza, os princí- à prática, estes princípios necessitam de uma organiza-
pios e a organização da Universidade de São Tomé e ção dotada de grande autonomia institucional, de um
Príncipe, de modo a assegurar o normal funcionamento ambiente de pensamento crítico e de liberdade intelec-
dos cursos e serviços. tual e de um compromisso forte com o futuro de São
Tomé e Príncipe.
7. Foi adoptado um modelo simples, com suporte em
documentos de orientação, designadamente uma Carta CAPÍTULO I
de Direitos e Garantias, um Código de Conduta e Boas Natureza, Missão e Fins
Práticas e os Regulamentos.
Artigo 1.º
8. A decisão tomada pelo Governo tem como desíg- Denominação e sede
nio a construção de uma Universidade centrada nas
pessoas, comprometida com a investigação e o ensino, 1. A Universidade de São Tomé e Príncipe, adiante
a inovação e a transferência de tecnologia, que valoriza abreviadamente designada por USTP ou simplesmente
o conhecimento, o mérito e a participação. Universidade, é um estabelecimento público de ensino
superior, resultante da necessidade de criação de uma
9. O reforço e a necessidade da investigação científi- estrutura capaz de congregar as diferentes instituições e
ca, particularmente em áreas de fronteira e de conver- polos de formação a fim de conferir uniformidade fun-
gência, através de uma fertilização mútua entre disci- cional e institucional ao ensino superior em São Tomé
plinas, é o elemento central de uma Universidade que, e Príncipe.
a partir da transformação, abrange o conjunto das áreas
de conhecimento. 2. A Universidade de São Tomé e Príncipe tem a sua
sede em São Tomé, podendo criar estruturas e formas
10. A vida da instituição organiza-se em torno dos de representação em qualquer parte do território nacio-
estudantes e de um ensino de qualidade, inicial e pós- nal ou no estrangeiro.
graduado, enriquecida por um ambiente de cultura e de
ciência, pela mobilidade interinstitucional e pelas vi- 3. As questões relativas aos símbolos, datas come-
vências associativas, desportivas, artísticas, científicas morativas, cerimónias e trajes académicos são objecto
e culturais. de regulamento próprio, a aprovar pelo Conselho da
Universidade.
11. É um lugar da vida académica e necessita, para a
realização das suas actividades, de uma ampla autono- Artigo 2.º
mia. Para que o programa da Universidade se cumpra Natureza
plenamente é decisiva a acção dos centros e unidades
de investigação com maior dinâmica e capacidade de 1. A USTP é uma pessoa colectiva de direito público
intervenção nacional e internacional. O presente Esta- e goza de autonomia académica, estatutária, cultural,
tuto prevê um novo grau de liberdade organizacional científica, pedagógica, administrativa, financeira, pa-
que se destina a promover formas de cooperação entre trimonial e disciplinar.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1413

2. A USTP dispõe ainda do poder de regulamentar g) Contribuir para a modernização do sistema


para desenvolver as disposições deste estatuto e para educativo São-tomense a todos os níveis, de-
aprovar os respectivos regulamentos internos. signadamente através da pesquisa, adopção e
disseminação de novas metodologias de ensino
3. Para a prossecução dos seus fins, a USTP pode e de promoção do conhecimento, tirando parti-
celebrar convénios, protocolos, contratos e outros do das Tecnologias de Informação e Conheci-
acordos com instituições públicas ou privadas, nacio- mento (TIC).
nais, estrangeiras ou internacionais.
Artigo 4.º
4. Na prossecução dos seus objectivos a USTP pode Valores
fazer parte de pessoas colectivas com os mesmos fins.
1. A USTP respeita e promove na sua acção os valo-
Artigo 3.º res essenciais que derivam dos princípios e direitos
Missão e fins consagrados na Constituição da República Democráti-
ca de São Tomé e Príncipe, na Lei de Bases do Sistema
1. A USTP é um centro de criação, difusão e promo- Educativo e no Regime Jurídico das Instituições do
ção da cultura, ciência e tecnologia, articulando o estu- Ensino Superior.
do e a investigação, de modo a potenciar o desenvol-
vimento humano, como factor estratégico do 2. A USTP adopta ainda os seguintes princípios:
desenvolvimento sustentável do país.
a) A liberdade – A USTP deve assumir-se e ser
2. A USTP prossegue, entre outros, os seguintes entendida como um espaço privilegiado de cri-
fins: ação e circulação livre de ideias, não estando
submetida a constrangimentos ideológicos de
a) Promover o desenvolvimento humano na sua qualquer espécie;
integralidade, relevando as dimensões
científica, técnica, ética, social e cultural, e b) A excelência – A USTP compromete-se com a
tendo por paradigma a busca incessante de busca incessante do conhecimento, situando-se
padrões elevados de qualidade; no limiar da inovação científica e tecnológica;

b) Fomentar actividades de investigação funda- c) A autonomia – A USTP é uma instituição au-


mental e aplicada que visem contribuir, de tónoma, na medida em que lhe são conferidos
forma criadora, para o desenvolvimento do Pa- os poderes e os meios necessários que lhe per-
ís; mitam, nos termos da Lei e do presente Estatu-
to:
c) Promover a capacidade empreendedora da so-
ciedade São-tomense, contribuindo para a ca- i) Definir os seus objectivos e metas;
pacitação dos recursos humanos nas áreas prio-
ritárias do desenvolvimento; ii) Elaborar os respectivos planos e programas
e assegurar a sua execução e avaliação;
d) Prestar serviços diversificados à comunidade,
numa perspectiva de valorização recíproca; iii) Garantir o livre exercício das funções de
investigação, da docência e da extensão univer-
e) Desenvolver o intercâmbio científico, técnico e sitária e bem assim assegurar um amplo acesso
cultural com instituições de investigação e de às fontes de informação exigidas pelo processo
ensino superior, nacionais e estrangeiras; de promoção activa do conhecimento;

f) Contribuir para o desenvolvimento da coopera- iv) Garantir a avaliação como instrumento de


ção internacional e para a aproximação entre os promoção de qualidade.
povos, designadamente nos domínios da edu-
cação e do conhecimento, da ciência e da tec- d) A qualidade – A USTP assume as seguintes
nologia; dimensões como constitutivas do conceito da
qualidade:
1414 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

i) Relevância, no sentido de que o fazer univer- estudantes e o desenvolvimento do meio em que se


sitário seja socialmente pertinente; insere.

ii. Equidade, no sentido do alargamento das 2. A autonomia académica da USTP exerce-se nos
oportunidades de acesso e sucesso educativos a domínios científico, pedagógico, cultural e disciplinar,
todos os São-tomenses, independentemente da com responsabilidade social e pautada por valores éti-
sua condição social e do local de residência e; cos.

iii) Abordagem por competências, no sentido Artigo 7.º


de orientar os processos pedagógicos para a Autonomia estatutária
construção de capacidades do aprendente.
No âmbito da sua autonomia estatutária, científica e
e) O empreendedorismo – A USTP promove a cultural, a USTP tem a capacidade de livremente ela-
educação para a iniciativa privada e assume-se borar e rever o seu estatuto e das suas Unidades Orgâ-
como um espaço privilegiado de promoção de nicas, definir, programar e executar actividades de
uma cultura de iniciativa empresarial, contribu- ensino, investigação e de extensão, de natureza cientí-
indo para o desenvolvimento da iniciativa cria- fica e cultural, necessárias à prossecução dos seus fins.
dora e da capacidade empreendedora da socie-
dade São-tomense; Artigo 8.º
Autonomia cultural
f) A sustentabilidade – No desempenho da sua
missão e na prossecução dos seus fins, a USTP 1. Compete à USTP definir livremente as suas polí-
deve assegurar que as respectivas actividades e ticas, programas e iniciativas culturais, sem outras res-
iniciativas tenham o devido suporte gerencial e trições para além das que resultam da Constituição, da
financeiro, em ordem a salvaguardar-se a sua Lei e das convenções internacionais.
eficácia, como garante do desenvolvimento ul-
terior da Universidade; 2. A Universidade, sem perda da autonomia referida
no número anterior, pode interligar os seus programas
g) A internacionalidade - A USTP orienta-se no culturais com programas congéneres, promovidos por
sentido da sua inserção em espaços regionais e outras instituições ou organismos, públicos ou priva-
mundiais de ensino superior e ciência que se dos.
pautem por elevados padrões de qualidade e
excelência. 3. Na sua acção cultural, a Universidade promove a
democratização do acesso aos bens culturais
Artigo 5.º
Associações de estudantes Artigo 9.º
Autonomia científica
1. A USTP reconhece o papel e apoia as associações
de estudantes, proporcionando-lhes os espaços e as 1. Compete à Universidade definir, programar e exe-
condições, para o exercício autónomo das suas activi- cutar livremente os seus projectos de investigação e
dades. demais actividades científicas, sem prejuízo dos crité-
rios e procedimentos de financiamento público da in-
2. As associações de estudantes têm o direito a ser vestigação.
ouvidas sobre a actividade da Universidade nos termos
da Lei. 2. No âmbito da autonomia científica, compete ainda
à Universidade estabelecer a sua política institucional
Artigo 6.º de investigação e desenvolvimento, definindo priorida-
Autonomia académica des em termos dos seus contributos para o avanço do
conhecimento, a qualidade da sua oferta educativa e o
1. A Universidade, no exercício da autonomia aca- aprofundamento da interação com a sociedade.
démica, define a sua missão, os seus objectivos e os
seus projectos de ensino, de investigação e de interação 3. Para a prossecução cabal dos objectivos da inves-
com a sociedade, de forma a contribuir para o avanço tigação, os orçamentos dos projectos de investigação
do conhecimento, a qualidade da formação dos seus são consignados.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1415

Artigo 10.º ção, do Instituto Superior de Ciências de Saúde Victor


Autonomia pedagógica Sá Machado, e pelos bens, móveis e imóveis, direitos e
obrigações de conteúdo económico, submetidos ao
1. No exercício da sua autonomia pedagógica, a comércio jurídico privado, afectos à realização dos
USTP goza da faculdade de criar, suspender e extinguir seus fins, incluindo os que lhe tenham sido cedidos
cursos, tendo em consideração as orientações e priori- pelo Estado ou por outras entidades públicas ou priva-
dades de política de ensino superior definidas pelo das ou que lhe estejam a qualquer título afectos para a
Governo. prossecução, directa ou indirecta, das suas atribuições e
competências.
2. A USTP tem autonomia na elaboração dos planos
de estudo e programas das disciplinas, definição dos 6. Integram ainda o património imobiliário da USTP
métodos de ensino e aprendizagem, escolha dos pro- os imóveis adquiridos ou construídos, mesmo que em
cessos de avaliação de conhecimentos e ensaio de no- terrenos pertencentes ao Estado.
vas experiências pedagógicas.
Artigo 12.º
3. No uso desta autonomia, a USTP e suas unidades Autonomia disciplinar
asseguram a pluralidade de doutrinas e métodos que
garantam a liberdade de ensinar e aprender. 1. A autonomia disciplinar exerce-se segundo regu-
lamento próprio da Universidade, nos termos da Lei e
Artigo 11.º dos presentes Estatutos, num quadro de referência que
Autonomia administrativa, financeira e patrimo- valoriza os princípios da vida académica, designada-
nial mente a independência, o rigor e a honestidade intelec-
tual, a responsabilidade, a ética do trabalho e o respeito
1. A USTP exerce autonomia administrativa no qua- pela dignidade humana, dispondo a USTP do poder de
dro da legislação aplicável. punir os docentes, investigadores, estudantes e traba-
lhadores não docentes.
2. No âmbito da sua autonomia financeira, a USTP
gere livremente as verbas anuais que lhe são atribuídas 2. A acção disciplinar em relação aos estudantes é
no Orçamento Geral de Estado e outras que pelos seus enquadrada por um código de conduta académica e
próprios meios conseguir angariar: obedece a um regulamento disciplinar, aprovados pelo
Reitor, ouvido o Senado Académico.
a) Tem a capacidade de transferir verbas entre as
diferentes rubricas e capítulos orçamentais; 3. O poder disciplinar pertence ao Reitor, para o
efeito assessorado por um conselho disciplinar, poden-
b) Elabora o seu plano plurianual; do ser delegado nos presidentes das unidades orgâni-
cas, sem prejuízo do direito de recurso para o Reitor.
c) Tem capacidade para obter receitas próprias,
que gere anualmente através de orçamentos Artigo 13.º
privativos conforme critérios por si estabeleci- Fundo da USTP
dos, e pode arrendar directamente edifícios in-
dispensáveis ao seu funcionamento. 1. Nos termos da Lei, a USTP pode promover, com
o objectivo de assegurar a realização das suas activida-
3. A Universidade e as suas unidades estão isentas, des através de fontes alternativas de financiamento, a
nos mesmos termos que o Estado, de impostos, taxas, constituição de um fundo, do qual será titular, financi-
custas, emolumentos e selos. ado por doações, heranças ou legados e contribuições
voluntárias de antigos estudantes, com o objectivo de
4. No âmbito da autonomia patrimonial, a USTP apoiar a realização de projectos de investimento de
dispõe do seu património sem outras limitações além interesse estratégico para a Universidade.
das estabelecidas por Lei.
2. O estatuto do Fundo e o respectivo regulamento
5. O património da USTP é constituído pela univer- de gestão são aprovados pelo Conselho da Universida-
salidade dos direitos e obrigações constituintes das de, sob proposta do Reitor.
esferas jurídicas da Faculdade de Ciências e Tecnolo-
gias, do Instituto Superior de Educação e Comunica-
1416 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

3. O capital realizado e intangível e os rendimentos Artigo 15.º


obtidos com a gestão do Fundo constituem receita pró- Organização em rede
pria da Universidade, integrando o respectivo orçamen-
to privativo. 1. Para a prossecução cabal dos seus fins, a USTP
adopta o modelo de organização em rede, que consiste
4. O Fundo tem a natureza de património autónomo, em integrar e potenciar a capacidade das suas diversas
gerido e administrado pela Universidade ou por entida- unidades orgânicas e bem assim das organizações de
de por esta designada. diferentes níveis e de natureza variada a que estiver
associada, independentemente da sua localização geo-
5. O Conselho da Universidade, por proposta do gráfica, para promover actividades de ensino, investi-
Reitor, pode decidir a liquidação do Fundo e, nesse gação e extensão acessíveis aos cidadãos dos diversos
caso, o seu capital constitui receita própria da Univer- pontos do nosso território nacional e da diáspora São-
sidade, devendo ser aplicado na construção, reabilita- tomense.
ção ou aquisição de bens ou serviços destinados a acti-
vidades de ensino, investigação ou desenvolvimento. 2. Para efeitos do disposto no número anterior, a
USTP apoia-se, nomeadamente, nas oportunidades
Artigo 14.º oferecidas pelas Novas Tecnologias de Informação e
Tutela Conhecimento.

No desempenho da sua missão e na prossecução dos CAPÍTULO II


seus fins, a USTP está sujeita à tutela do membro do Ensino e Investigação
Governo responsável pelo ensino superior, ao qual
compete: Artigo 16.º
Graus e diplomas
a) Aprovar, tendo em vista a respectiva adequa-
ção à política educativa, quando tal se justifi- 1. À USTP compete a concessão de graus, diplomas
que, o número máximo de matrículas anuais, e títulos académicos e honoríficos, bem como outros
por curso, sob proposta da USTP; certificados previstos na Lei, nomeadamente os graus
de licenciado, mestre e doutor.
b) Aprovar os projectos de orçamento da USTP
dependentes do Orçamento Geral de Estado; 2. A USTP pode ainda conceder diplomas ou certifi-
cados de formação profissionalizante, de natureza pós-
c) Apreciar e homologar o plano estratégico, o secundária, pós-graduada ou de outro nível, nos termos
plano anual e plurianual de actividades, bem fixados na Lei.
como o relatório anual de actividades e as con-
tas de gerência; Artigo 17.º
Acesso e ingresso
d) Aprovar os montantes das propinas a praticar
na USTP, sob proposta do Reitor; 1. O regime de acesso e ingresso na USTP é o fixado
na Lei para a generalidade dos estabelecimentos de
e) Fiscalizar o funcionamento da USTP, ordenan- ensino superior.
do inquéritos e sindicâncias para a verificação
da legalidade, da actuação dos respectivos ór- 2. Para além dos requisitos fixados na Lei, pode ain-
gãos e serviços; da a USTP exigir aos candidatos a demonstração da
capacidade para a frequência através de provas de co-
f) Homologar os estatutos da USTP e as suas al- nhecimentos ou de aptidão por si elaboradas, de acordo
terações; com o constante no Regulamento da Universidade.

g) Aprovar a criação de unidades orgânicas; Artigo 18.º


Regulamento dos cursos
h) O mais que lhe seja cometido por Lei ou resul-
tar do estatuto e regulamentos da USTP. 1. O Conselho da Universidade aprova o regulamen-
to geral dos cursos ministrados na USTP.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1417

2. Cada curso é dotado de um regulamento específi- ainda em parceria com outras entidades dotadas de
co a propor pela respectiva unidade orgânica e aprova- reconhecida competência científica e técnica na área da
do pelo Conselho da Universidade, o qual deve, no investigação.
respeito pelas disposições legais e regulamentares apli-
cáveis, definir os respectivos âmbito e objectivos, o seu 2. O regulamento a que se refere o número anterior
enquadramento nas estruturas da USTP, a sua direcção deve contemplar, entre outros, os seguintes aspectos:
e coordenação e modalidades de funcionamento, a
organização curricular, a duração, as condições especí- a) Objectivos da estrutura de investigação;
ficas de acesso, o grau ou diploma que concede, bem
como as demais normas necessárias ao seu desempe- b) Gestão da estrutura de investigação;
nho eficiente e eficaz.
c) Recursos humanos e materiais atribuídos à es-
Artigo 19.º trutura de investigação;
Áreas científicas
d) Unidade operacional, caso aplicável, responsá-
1. A USTP ministra o ensino e organiza a investiga- vel pelo acolhimento administrativo e financei-
ção científica em torno de grandes áreas científicas, ro da estrutura de investigação.
designadamente:
CAPÍTULO III
a) Ciências da Natureza, do Ambiente, da Vida e Estrutura Interna
da Saúde;
Artigo 21.º
b) Ciências Humanas, Sociais, Artes e da Educa- Descrição geral
ção;
A USTP estrutura-se internamente em:
c) Ciências Exactas, Engenharias e Tecnologias;
a) Órgãos;
d) Ciências Económicas, Jurídicas e Políticas.
b) Unidades orgânicas;
2. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, pa-
ra uma ou mais áreas científicas da USTP será criado c) Serviços.
um conselho científico.
SECÇÃO I
3. A USTP, mediante deliberação do Conselho da Órgãos
Universidade, define o conteúdo das áreas científicas e
bem assim as respectivas normas e directivas de estru- Artigo 22.º
turação e funcionamento, podendo ainda alterar o elen- Órgãos de governo da universidade
co das áreas sempre que tal se revelar de imperiosa
necessidade para o desempenho eficiente e eficaz da 1. São órgãos de governo da USTP:
instituição.
a) O Conselho da Universidade;
4. As áreas científicas referidas no número 1 são tra-
duzidas em Unidades Orgânicas de ensino, investiga- b) O Reitor;
ção e extensão.
c) O Conselho de Gestão.
Artigo 20.º
Estruturas de investigação 2. Aos órgãos de governo compete dirigir a Univer-
sidade na sua actividade científica, pedagógica, cultural
1. Sem prejuízo da livre iniciativa individual, a e de interação com a sociedade, bem como assegurar o
USTP desenvolve actividades de investigação funda- planeamento e a gestão administrativa e financeira da
mental ou aplicada através de estruturas próprias, nos instituição.
termos constantes de regulamento aprovado pelo Con-
selho da Universidade, em estruturas inseridas em or- 3. A Universidade tem os seguintes órgãos de con-
ganismos públicos ou privados associados à USTP ou sulta:
1418 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

a) Senado Académico; 2. Têm assento no Conselho da Universidade, sem


direito a voto, os presidentes dos conselhos científico,
b) Conselho para a Qualidade; pedagógico das Unidades Orgânicas.

c) Conselho Cultural; 3. O Conselho da Universidade reúne-se, ordinaria-


mente, uma vez por trimestre e, extraordinariamente,
d) Conselho de Presidentes de Unidades Orgâni- sempre que convocado pelo Reitor, por iniciativa pró-
cas; pria ou a pedido de 1/3 dos seus membros.

e) Conselho Disciplinar; Artigo 24.º


Competências
f) Conselho de Ética;
Compete ao Conselho da Universidade:
g) Conselho para a Cooperação.
a) Aprovar as propostas de estratégia e de desen-
4. Compete aos órgãos de consulta aconselhar o volvimento da USTP;
Conselho da Universidade e o Reitor no desempenho
das suas funções e emitir pareceres nos termos dos b) Aprovar as medidas que assegurem o funcio-
presentes Estatutos. namento articulado entre as Unidades Orgâni-
cas;
SUBSECÇÃO I
Conselho da Universidade c) Aprovar as propostas de criação, alteração,
suspensão ou extinção dos cursos provenientes
Artigo 23.º das Unidades Orgânicas;
Composição
d) Aprovar as propostas de criação, integração,
1. Integram o Conselho da Universidade: modificação ou extinção de Unidades Orgâni-
cas nas estruturas da Universidade;
a) O Reitor, que o preside;
e) Apresentar propostas de alterações ao presente
b) Os Vice-Reitores; Estatuto e submetê-las à entidade governamen-
tal de tutela, para efeitos de homologação;
c) Os Presidentes das Unidades Orgânicas;
f) Aprovar os regulamentos da USTP e ratificar
d) Os Pró-Reitores, caso existam; os regimentos dos demais órgãos colegiais;

e) O Administrador da USTP; g) Aprovar os instrumentos de gestão previsional


e de prestação de contas da USTP;
f) Quatro representantes dos docentes eleitos pe-
los respectivos pares, de entre professores de h) Aprovar a concessão de títulos ou distinções
maior categoria profissional; honoríficas;

g) Um representante dos estudantes, eleito pelos i) Aprovar o estatuto de professor emérito;


respectivos pares;
j) Aprovar prémios escolares;
h) Um representante do pessoal não docente, elei-
to pelos respectivos pares; k) Pronunciar-se sobre qualquer assunto que, não
se enquadrando na competência específica de
i) Uma personalidade de reconhecido mérito nos qualquer outro órgão da USTP, lhe seja apre-
meios científico, cultural e socioeconómico, sentado pelo Reitor.
cooptados pelos demais membros.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1419

SUBSECÇÃO II 2. O Reitor é eleito pelo Colégio Eleitoral nos ter-


Reitor mos estabelecidos nos presentes estatutos e segundo o
procedimento previsto no regulamento competente.
Artigo 25.º
Definição, perfil e eleição 3. Será proclamado Reitor o candidato que obtiver a
maioria absoluta dos votos validamente expressos na
1. O Reitor é o órgão unipessoal que superiormente situação de mais do que uma candidatura ou o que
dirige e representa a Universidade. obtiver a maioria simples se houver apenas uma candi-
datura.
2. O Reitor é eleito de entre professores titulares ou
associados pertencentes ao quadro da USTP, com um 4. Se nenhum candidato tiver obtido os votos exigi-
mínimo de 5 (cinco) anos de experiência de docência dos no número anterior, procede-se a uma segunda
no ensino superior, de investigação e ou de gestão de votação, à qual são admitidos os dois candidatos mais
instituições de ensino superior, por escrutínio secreto. votados na primeira votação.

3. O mandato do Reitor tem a duração de quatro 5. Na segunda votação, a realizar-se em prazo não
anos, consecutivamente renovável uma única vez, nos superior a quinze dias úteis após a realização da pri-
termos dos presentes Estatutos. meira votação é proclamado Reitor o candidato que
obtiver maior número de votos.
4. Em caso de cessação antecipada do mandato, o
novo Reitor inicia novo mandato. 6. O processo de eleição inclui, designadamente:

5. O Reitor cessante comunica ao órgão de tutela, no a) O anúncio público da abertura de candidaturas;


prazo de 10 dias úteis, o resultado do acto eleitoral,
para que possa diligenciar no sentido da nomeação do b) A apresentação de candidaturas, instruídas com
Reitor eleito, por decreto, no prazo máximo de 20 dias currículo e programa de acção;
úteis.
c) A audição pública dos candidatos, com apre-
6. O órgão de tutela só pode recusar a nomeação do sentação e discussão do programa de acção.
Reitor eleito com fundamento em vício de forma do
processo eleitoral. d) A votação final do Colégio Eleitoral, por maio-
ria e por voto secreto.
7. O Reitor eleito toma posse perante a reunião con-
junta do Conselho da Universidade e do Conselho de 7. Se no prazo indicado no número anterior não sur-
Gestão. girem candidaturas, a votação pode incidir sobre qual-
quer docente do quadro da Universidade, de acordo
8. O Reitor fica dispensado da prestação de serviço com o número 2 do artigo 23.º.
docente ou de investigação, sem prejuízo de, por sua
iniciativa, o poder prestar e a remuneração será em 8. A organização e a condução do processo eleitoral
regime de horas lectivas extraordinárias, nos termos a são da responsabilidade da Comissão Eleitoral, com-
definir pelo Conselho da Universidade, ouvido o Con- posta por cinco membros, distribuídos do modo seguin-
selho de Gestão. te:

Artigo 26.º a) Um Professor Titular mais antigo, que preside;


Processo eleitoral
b) Dois representantes dos professores e investi-
1. Sem prejuízo do regulamento das eleições da gadores, um representante dos estudantes e um
USTP, a aprovar por despacho do membro do Governo representante do pessoal não docente e não in-
responsável pela área do Ensino Superior, o Reitor é vestigador, eleitos entre os seus pares.
eleito de acordo com as regras previstas nos números
seguintes. Artigo 27.º
Competências

1. Compete ao Reitor:
1420 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

a) Presidir aos actos universitários e às reuniões iv) Orçamento e contas anuais consolidadas;
dos órgãos colegiais da USTP, salvo o disposto
no presente Estatuto e nos regulamentos; v) Aquisição ou alienação de património imo-
biliário da Universidade, e de operações de
b) Constituir comissões e presidir àquelas a cujas crédito;
reuniões assistir;
vi) Criação, transformação ou extinção de uni-
c) Manter a entidade de tutela e o Conselho da dades e subunidades orgânicas, unidades cultu-
Universidade informados sobre a vida, os pro- rais, de serviços e diferenciadas;
blemas e o desenvolvimento da USTP;
vii) Propinas devidas pelos estudantes;
d) Autorizar a nomeação e a contratação do pes-
soal docente, investigador, técnico e adminis- m) Aprovar a criação, suspensão e extinção de ci-
trativo e dar-lhe posse, nos termos legais e re- clos de estudos;
gulamentares;
n) Aprovar os valores máximos de novas admis-
e) Autorizar despesas, sem prejuízo da competên- sões e de inscrições de estudantes, nos termos
cia do Conselho da Universidade; da Lei;

f) Assumir todas as competências que lhe forem o) Superintender na gestão académica, decidindo,
delegadas pela entidade de tutela; designadamente, quanto à abertura de concur-
sos, à nomeação e contratação de pessoal, a
g) Dirigir e supervisionar a Universidade e, em qualquer título, e à designação dos júris de
especial, assegurar a coordenação das Unida- concursos e de provas de doutoramento e de
des Orgânicas e a cooperação com instituições agregação;
congéneres;
p) Aprovar os sistemas de autoavaliação da Uni-
h) Conferir os graus universitários e assinar os versidade e de avaliação dos docentes e inves-
respectivos diplomas; tigadores, bem como do pessoal não docente e
não investigador;
i) Admitir e excluir alunos, nos termos regula-
mentares; q) Promover a obtenção dos meios financeiros
necessários ao bom funcionamento da Univer-
j) Exercer o poder disciplinar sobre o pessoal e sidade;
estudantes da Universidade, nos termos legais
e regulamentares; r) Prover as unidades orgânicas com recursos fi-
nanceiros adequados, salvaguardada a necessi-
k) Promover a elaboração dos instrumentos de dade de garantir mecanismos de coesão;
gestão previsional e dos documentos de presta-
ção de contas e acompanhar a implementação s) Atribuir apoios aos estudantes no quadro da
dos primeiros; acção social escolar, nos termos da Lei;

l) Elaborar e apresentar ao Conselho da Univer- t) Propor, para aprovação do Conselho da Uni-


sidade as seguintes propostas: versidade a concessão de títulos ou distinções
honoríficas;
i) Plano estratégico de médio prazo e plano de
acção para o quadriénio do seu mandato; u) Conceder, após a aprovação do Conselho da
Universidade, o estatuto de professor emérito;
ii) Linhas gerais de orientação da Universidade
nos planos científico e pedagógico; v) Instituir, a após a aprovação do Conselho da
Universidade, prémios escolares;
iii) Plano anual de actividades e respectivo re-
latório; w) Homologar os estatutos das unidades orgâni-
cas, após verificação da sua legalidade e da sua
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1421

conformidade com os Estatutos e os regula- 3. A decisão sobre as matérias a que se referem as


mentos da Universidade; alíneas a.iii), a.vi) e a.vii), b), c), i), e k) do n.º 1 é pre-
cedida de consulta obrigatória ao Senado Académico.
x) Nomear os presidentes das unidades orgânicas
eleitos e, por proposta destes, os demais mem- 4. O Reitor pode delegar nos órgãos de governo das
bros; unidades orgânicas as competências que se revelarem
necessárias a uma gestão mais eficiente e descentrali-
y) Homologar as eleições dos membros dos ór- zada.
gãos de governo das unidades orgânicas, só o
podendo recusar com base em ilegalidade, e 5. O Reitor é coadjuvado por vice-reitores e pró-
dar-lhes posse; reitores, nos quais pode delegar ou subdelegar parte
das suas competências.
z) Nomear e exonerar os dirigentes das unidades
culturais e das unidades diferenciadas, obser- 6. O Reitor é assessorado por um chefe de gabinete,
vados os respectivos regulamentos; por si livremente nomeado e exonerado.

aa) Superintender os Serviços de Acção Social; Artigo 28.º


Vice-reitores, pró-reitores e administrador da
bb) Nomear e exonerar o Administrador e os diri- Universidade
gentes dos serviços da Universidade;
1. O Reitor é coadjuvado no exercício das suas fun-
cc) Assegurar o cumprimento das deliberações to- ções por vice-reitores, em número máximo de dois, por
madas pelos órgãos de governo da Universida- si escolhidos, de entre professores do quadro da USTP.
de;
2. Os vice-reitores são nomeados e exonerados a to-
dd) Homologar os regulamentos de funcionamento do o tempo pelo Reitor e cessam funções com o termo
dos órgãos de governo das unidades orgânicas, do mandato do Reitor.
bem como os regulamentos gerais em matéria
pedagógica, sem prejuízo do poder regulamen- 3. Para o desenvolvimento de tarefas específicas a
tar das unidades orgânicas no âmbito das suas delegar pelo Reitor e por tempo limitado, o Reitor pode
competências próprias; ser coadjuvado por pró-reitores, em número máximo de
quatro, por si nomeados e exonerados de entre profes-
ee) Reafectar recursos humanos e financeiros entre sores do quadro da USTP.
unidades e subunidades, se necessário, tendo
em consideração o parecer prévio do Conselho 4. O Reitor é ainda coadjuvado, em matérias de or-
da Universidade e audição do Senado; dem predominantemente administrativa, económica,
financeira e patrimonial, pelo Administrador da Uni-
ff) Velar pela observância das Leis, dos Estatutos versidade por si nomeado, ao qual incumbe, designa-
e dos regulamentos; damente:

gg) Propor as iniciativas que considere necessárias a) Superintender na organização e funcionamento


ao bom funcionamento da Universidade; dos serviços, velando pela legalidade, eficiên-
cia e eficácia da sua atuação;
hh) Tomar as medidas necessárias à garantia da
qualidade do ensino e da investigação na Uni- b) Coordenar a elaboração dos instrumentos de
versidade e nas suas unidades orgânicas; gestão previsional da USTP e a sua adequada
implementação;
ii) Desempenhar as demais funções previstas na
Lei. c) Coordenar a elaboração dos instrumentos de
prestação de contas;
2. Cabem ainda ao Reitor todas as competências que
por Lei ou pelos presentes Estatutos não sejam atribuí- d) Assinar conjuntamente com o Reitor os diplo-
das a outros órgãos da instituição. mas de concessão de graus académicos;
1422 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

e) Exercer outras competências e atribuições que regulamentar específico a elaborar pelo Conselho da
resultarem do presente Estatuto, da Lei e dos Universidade, a sua destituição.
regulamentos da USTP ou que lhe forem dele-
gadas pelo Reitor. 2. A decisão do Conselho da Universidade de sus-
pender ou destituir o Reitor deve ser precedida de igual
5. O Administrador da Universidade é escolhido e decisão do Conselho de Gestão, aprovada por maioria
exonerado a todo o tempo pelo Reitor da USTP, de de dois terços dos seus membros efectivos.
entre o pessoal docente e não docente pertencente ao
quadro da Universidade, com formação superior e ex- SUBSECÇÃO III
periência profissional relevante nos domínios a que se Conselho de Gestão
refere o número 4, devendo exercer as suas funções em
regime de comissão de serviço. Artigo 31.º
Definição e competências
6. Os Vice-Reitores, Pró-Reitores e Administrador
da Universidade ficam dispensados da prestação de 1. O Conselho de Gestão é o órgão colegial a quem
serviço docente ou de investigação, sem prejuízo de, compete conduzir a gestão administrativa, patrimonial
por sua iniciativa, o poderem prestar e a remuneração e financeira da Universidade, bem como a gestão dos
será em regime de horas lectivas extraordinárias, nos recursos humanos, sendo-lhe aplicável a legislação em
termos a definir pelo Conselho da Universidade, ouvi- vigor para os organismos públicos dotados de autono-
do o Conselho de Gestão. mia administrativa.

Artigo 29.º 2. Compete ainda ao Conselho de Gestão fixar as ta-


Incapacidade do reitor xas e emolumentos.

1. Quando se verifique a incapacidade temporária do Artigo 32.º


Reitor, assume as suas funções o Vice-Reitor por ele Composição
designado.
1. O Conselho de Gestão é composto pelos seguintes
2. Na falta de tal designação, assume funções o Vi- membros:
ce-Reitor que há mais tempo exerça o cargo ou, em
situação de igualdade, o Vice-Reitor com maior anti- a) Pelo Reitor que o preside;
guidade como professor.
b) Por um Vice-Reitor indicado pelo Reitor;
3. Caso a situação de incapacidade se prolongue por
mais de 90 dias, o Conselho da Universidade deve c) Pelos Presidentes das Unidades Orgânicas;
pronunciar-se acerca da substituição e da oportunidade
de um novo processo eleitoral. d) Pelo Administrador da Universidade que o se-
cretaria;
4. Em caso de vacatura, renúncia ou reconhecimento
pelo Conselho da Universidade da incapacidade per- e) Por uma personalidade de reconhecido mérito
manente do Reitor, deve aquele órgão determinar a sua nos meios universitário, científico e tecnológi-
substituição pelo Vice-Reitor, que organiza o processo co, cultural e económico.
eleitoral, nos mesmos termos estabelecidos pelos nos 2
do artigo 23.º do artigo 24.º. 2. É condição preferencial na escolha do membro re-
ferido na alínea e) do número anterior a sua experiên-
Artigo 30.º cia na administração e de gestão de alto nível em insti-
Suspensão ou destituição do reitor tuições públicas ou empresas.

1. Em situação de gravidade para a vida da USTP, o 3 A convite do Reitor podem participar nas reuniões
Conselho da Universidade, convocada por um terço do Conselho de Gestão, sem direito a voto, elementos
dos seus membros, desde que representados elementos da equipa reitoral, os responsáveis por outras unidades
dos diferentes corpos, pode deliberar, por maioria de da Universidade e outros membros da comunidade
dois terços dos seus membros efectivos, a suspensão do académica.
Reitor do exercício das suas funções e, após processo
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1423

Artigo 33.º b) A análise global dos processos e os resultados


Funcionamento da auto-avaliação do seu desempenho, coorde-
nado pelo Conselho para Qualidade;
1. O funcionamento do Conselho de Gestão rege-se
por princípios de transparência, responsabilidade, raci- c) Pronunciar-se sobre o regulamento disciplinar
onalidade e eficiência, numa perspectiva de gestão dos estudantes;
estratégica.
d) A análise global dos processos de avaliação de
2. O Conselho de Gestão pode delegar no Reitor, nos pessoal docente e investigador;
órgãos próprios das unidades orgânicas e nos dirigentes
dos serviços as competências consideradas necessárias e) A análise global dos processos e os resultados
a uma gestão mais eficiente. da avaliação do pessoal não docente e não in-
vestigador;
3. O regime de funcionamento do Conselho de Ges-
tão é definido em regulamento próprio. f) A análise das políticas e dos programas da ac-
ção social escolar;
SECÇÃO II
Órgãos consultivos g) Outras matérias que lhe sejam apresentadas pe-
lo Conselho da Universidade ou pelo Reitor.
SUBSECÇÃO I
Senado Académico 2. Compete ainda ao plenário do Senado Académico
a emissão de pareceres sobre:
Artigo 34.º
Definição a) As linhas gerais de orientação da Universidade
no plano científico e pedagógico;
1. O Senado Académico é o órgão de consulta que
assegura a coesão da Universidade na prossecução da b) O plano estratégico de médio prazo;
sua missão, cumprindo funções de coordenação, pros-
pectiva e planeamento em matérias pedagógicas e cien- c) O plano anual de actividades e o respectivo re-
tíficas que ultrapassem o âmbito das unidades orgâni- latório;
cas.
d) O orçamento e contas anuais consolidadas;
2. O Senado Académico funciona em plenário e em
comissões especializadas. e) A criação, transformação ou extinção de uni-
dades e subunidades orgânicas, unidades cultu-
3. São comissões especializadas do Senado Acadé- rais, de serviços e diferenciadas;
mico: a Comissão Científica, a Comissão Pedagógica e
a Comissão de Planeamento. f) O regulamento orgânico dos serviços e das
unidades diferenciadas;
4. Mediante decisão do plenário, em função de maté-
rias de natureza específica, o Senado Académico pode g) Os Estatutos dos Serviços de Acção Social;
ainda funcionar em comissões eventuais.
h) As propinas devidas pelos estudantes;
Artigo 35.º
Competências do plenário i) Os valores máximos de novas admissões e de
inscrições de estudantes, nos termos da Lei.
1. Compete ao Plenário do Senado Académico:
Artigo 36.º
a) A análise estratégica da oferta educativa, da ac- Composição do plenário
tividade científica e da actividade de interação
com a sociedade, tendo em conta um quadro de 1. O Plenário do Senado Académico tem a seguinte
referência internacional; composição:

a) O Reitor, que preside;


1424 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

b) Os presidentes das unidades orgânicas; c) A análise das condições financeiras e operaci-


onais para o desempenho das actividades das
c) Os responsáveis dos conselhos pedagógicos unidades orgânicas;
das unidades orgânicas de ensino e investiga-
ção; d) Pronunciar-se sobre outras matérias de nature-
za científica que lhe sejam apresentadas pelo
d) Um representante de cada conselho científico Conselho Universidade ou pelo Reitor.
de unidade orgânica de investigação que minis-
tre ciclos de estudo de doutoramento; 2. Compete ainda à Comissão Científica do Senado
Académico a emissão de pareceres sobre:
e) O Presidente do Conselho Cultural, um repre-
sentante da Associação Académica, o Adminis- a) A criação, transformação ou extinção de uni-
trador da Universidade e o Administrador dos dades orgânicas e suas subunidades caso estas
Serviços de Acção Social; existam;

f) Um estudante por cada conselho pedagógico b) A concessão de títulos ou distinções honorífi-


das unidades orgânicas de ensino e investiga- cas.
ção, procurando-se assegurar a presença de re-
presentantes de estudantes dos ciclos de estu- Artigo 38.º
dos conducentes aos graus de licenciado, Composição da comissão científica
mestre e doutor, eleitos nos termos de regula-
mento próprio; A Comissão Científica é composta pelo Reitor, que a
preside, e pelos presidentes das unidades orgânicas.
g) Um estudante de cada unidade orgânica de in-
vestigação, escolhido entre os estudantes de Artigo 39.º
doutoramento da referida unidade; Competências da comissão pedagógica

h) Um representante dos professores e investiga- 1. Compete à Comissão Pedagógica do Senado Aca-


dores, por cada unidade orgânica; démico:

i) Um representante do pessoal não docente e não a) A análise diagnóstica e prospectiva da oferta


investigador. educativa da Universidade;

2. Os membros referidos nas alíneas h) e i) do núme- b) A análise dos processos e resultados da avalia-
ro anterior são eleitos, respectivamente, pelo conjunto ção dos projectos de ensino;
dos professores e investigadores preferencialmente
doutorados, pelo conjunto dos estudantes e pelo con- c) A análise dos programas de promoção da qua-
junto do pessoal não docente e não investigador da lidade do ensino ministrado;
Universidade, nos termos de regulamento próprio.
d) Pronunciar-se sobre outras matérias de nature-
Artigo 37.º za pedagógica que lhe sejam apresentadas pelo
Competências da comissão científica Conselho Universidade ou pelo Reitor.

1. Compete à Comissão Científica do Senado Aca- 2. Compete ainda à Comissão Pedagógica do Senado
démico: Académico a emissão de pareceres sobre:

a) A análise prospetiva da actividade científica, a) As alterações ao mapa da oferta educativa da


pedagógica e de interação com a sociedade de- Universidade;
senvolvida pela Universidade;
b) A criação, alteração, suspensão e extinção de
b) A análise dos processos e resultados da avalia- ciclos de estudos, bem como de cursos não
ção dos projectos científicos da Universidade; conferentes de grau;
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1425

c) As políticas e os programas de promoção da f) O regulamento dos projectos de interação com


qualidade do ensino ministrado; a sociedade;

d) Os regulamentos genericamente aplicáveis em g) As políticas e os programas da acção social es-


matéria pedagógica; colar;

e) A atribuição de prémios escolares; h) Os Estatutos dos Serviços de Acção Social;

f) Os regulamentos dos ciclos de estudos. i) Outros assuntos que lhe sejam apresentados pe-
lo Conselho Universidade ou pelo Reitor.
Artigo 40.º
Composição da comissão pedagógica Artigo 42.º
Composição da comissão de planeamento
A Comissão Pedagógica tem a seguinte composição:
A Comissão de Planeamento é composta pelo Rei-
a) O Reitor, que preside; tor, que a preside, pelos Presidentes das Unidades Or-
gânicas, pelo Presidente do Conselho Cultural, pelo
b) Os presidentes dos conselhos pedagógicos das Administrador da Universidade, pelo Administrador
unidades orgânicas de ensino e investigação; dos Serviços de Acção Social, por um representante da
Associação Académica, por um representante dos pro-
c) Um representante de cada conselho científico fessores e investigadores, por um representantes dos
de unidade orgânica de investigação que minis- estudantes e por um representantes do pessoal não do-
tre ciclos de estudo de doutoramento; cente e não investigador da Universidade.

d) Um estudante representante de cada conselho Artigo 43.º


pedagógico de unidade orgânica de ensino e Funcionamento do senado académico e suas
investigação; comissões

e) Um estudante de cada unidade orgânica de in- 1. O Senado Académico funciona em plenário, pelo
vestigação, escolhido entre os estudantes de menos três vezes por ano, por convocação do Reitor.
doutoramento da referida unidade.
2. As comissões especializadas reúnem com a perio-
Artigo 41.º dicidade fixada no respectivo regimento.
Competências da comissão de planeamento
3. As deliberações da Comissão Científica, nas ma-
Compete à Comissão de Planeamento pronunciar-se térias da sua competência, são definitivas.
sobre:
4. Os presidentes das unidades orgânicas podem ser
a) A análise integrada e prospetiva da oferta edu- representados por um dos seus vice-presidentes.
cativa, científica e de interação com a socieda-
de; 5. As deliberações da Comissão Pedagógica, nas ma-
térias das suas competências, são definitivas, só po-
b) O orçamento e contas anuais consolidadas; dendo ser submetidas a reapreciação do plenário, nos
termos e em condições a definir no regimento.
c) A criação, transformação ou extinção de uni-
dades culturais, de serviços e diferenciadas; 6. Os vice-reitores podem presidir às reuniões das
comissões por delegação do Reitor.
d) O regulamento orgânico dos serviços e das
unidades diferenciadas; 7. Os vice-reitores, pró-reitores e outras personali-
dades podem ser convidados a participar nas reuniões
e) Os processos e os resultados da avaliação do do plenário ou das comissões especializadas, sem direi-
pessoal não docente e não investigador; to a voto.
1426 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

SUBSECÇÃO II e) Definir e implementar mecanismos e procedi-


Conselho para a Qualidade mentos que permitem a avaliação da eficácia
externa dos cursos;
Artigo 44.º
Composição f) Emitir pareceres sobre as questões que lhe se-
jam submetidas pelo Reitor;
1. O Conselho para a Qualidade é composto por cin-
co membros, de entre os representantes dos estudantes, g) Produzir anualmente relatórios de actividades;
docentes e não-docentes, incluindo uma personalidade
nacional ou estrangeira de reconhecido mérito nos h) Aprovar o respectivo regimento e submetê-lo à
meios universitário e politécnico, cultural, científico e ratificação do Conselho da Universidade.
tecnológico, sendo vedada a composição que privilegie
a maioria absoluta de um dos segmentos. 3. No cumprimento das suas atribuições, o Conselho
para a Qualidade apoiar-se-á nos serviços especializa-
2. Sob proposta do Reitor o Conselho da Universi- dos da Universidade, podendo, sempre que necessário,
dade elege os membros do Conselho para a Qualidade. recorrer a entidades externas de reconhecido prestígio
para a realização de auditoria e ou outras modalidades
3 Na sua primeira reunião, o Conselho para a Quali- de controlo a qualidade.
dade elege o seu presidente e aprova o respectivo re-
gimento. SUBSECÇÃO III
Conselho Cultural
4 O Conselho para a Qualidade reúne-se, ordinaria-
mente, uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre Artigo 46.º
que convocado pelo seu presidente. Definição

Artigo 45.º O Conselho Cultural é o órgão colegial de consulta


Competências do Reitor e do Conselho da Universidade em questões
de política cultural da Universidade.
1. Compete ao Conselho para a Qualidade promover
a qualidade do desempenho da universidade nas áreas Artigo 47.º
do ensino e da investigação, bem como na prestação de Competências
serviços, mediante a definição de indicadores de de-
sempenho e do respectivo controlo, através de méto- 1. Compete, genericamente, ao Conselho Cultural a
dos, técnicas e procedimentos especialmente recomen- emissão de pareceres sobre a política cultural da Uni-
dáveis. versidade, assegurando a ligação com a comunidade,
bem como a coordenação das actividades das unidades
2. Para o efeito do disposto no número anterior, in- culturais.
cumbe, designadamente, ao Conselho para a Qualida-
de: 2. Compete, designadamente, ao Conselho Cultural:

a) Criar, desenvolver e disponibilizar instrumen- a) Dar parecer sobre as linhas gerais de orientação
tos de promoção da qualidade; da Universidade no plano cultural;

b) Garantir a aplicação das normas de qualidade b) Dar parecer sobre a criação, transformação e
em todos os sectores de actividade da Univer- extinção de unidades culturais;
sidade;
c) Promover a interligação dos programas e inici-
c) Orientar e coordenar a realização de programas ativas culturais da Universidade com os pro-
de auto-avaliação do funcionamento das unida- gramas desenvolvidos por outras instituições
des da Universidade e, em especial, dos cursos; ou organismos públicos ou privados;

d) Promover um processo de monitorização e/ou d) Submeter ao Reitor os planos de actividades


avaliação periódicas dos procedimentos de das unidades culturais;
controlo de qualidade;
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1427

e) Submeter ao Reitor o modelo de gestão das unidades orgânicas sobre as diferentes actividades de-
unidades culturais; senvolvidas pela Universidade.

f) Propor ao Reitor a designação dos dirigentes Artigo 51.º


das unidades culturais; Competências do conselho de presidentes de uni-
dades orgânicas
g) Promover a coordenação e a cooperação entre
as unidades culturais; 1. Compete ao Conselho de Presidentes de Unidades
Orgânicas:
h) Elaborar e aprovar o regulamento interno, a
submeter ao Reitor; a) O acompanhamento da actividade científica,
pedagógica e de interação com a sociedade de-
i) Dar parecer sobre os demais assuntos de natu- senvolvida pela Universidade;
reza cultural que lhe sejam solicitados pelos
órgãos de governo ou consultivos da Universi- b) O acompanhamento da execução orçamental da
dade, bem como pelos órgãos das unidades or- Universidade;
gânicas;
c) A análise do funcionamento da Universidade;
j) Divulgar as iniciativas desenvolvidas pelo
Conselho Cultural, bem como pelas unidades d) Pronunciar-se sobre matérias que se prendem
culturais. com a gestão da Universidade;

Artigo 48.º e) Elaborar e aprovar o seu regulamento.


Composição
2. Compete ainda ao Conselho de Presidentes de
O Conselho Cultural da Universidade tem a seguinte Unidades Orgânicas a emissão de pareceres sobre as-
composição: suntos que, no âmbito das suas competências, lhe se-
jam apresentados pelo Reitor.
a) Uma personalidade designada pelo Reitor, que
a preside; Artigo 52.º
Composição do conselho de presidentes de uni-
b) Os responsáveis das unidades culturais; dades orgânicas

c) Os presidentes das unidades orgânicas ou seus O Conselho de Presidentes das Unidades Orgânicas
representantes; é composto pelo Reitor, que preside, e pelos presiden-
tes das unidades orgânicas.
d) Um estudante, nomeado pelo Reitor, ouvida a
Associação Académica; Artigo 53.º
Funcionamento
Artigo 49.º
Funcionamento 1. O Conselho de Presidentes de Unidades Orgâni-
cas reúne ordinariamente pelo menos seis vezes por
O Conselho Cultural reúne em plenário, pelo menos semestre, ou extraordinariamente sempre que o Reitor
uma vez por semestre, e extraordinariamente sempre o convoque.
que convocado pelo seu presidente
2. Podem participar nas reuniões, sem direito a voto,
SUBSECÇÃO IV elementos externos ao Conselho, a convite do Reitor.
Conselho de Presidentes de Unidades Orgânicas

Artigo 50.º
Definição

O Conselho de Presidentes de Unidades Orgânicas é


um órgão de consulta do Reitor e de articulação entre
1428 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

SUBSECÇÃO V SUBSECÇÃO VI
Conselho Disciplinar Conselho de Ética

Artigo 54.º Artigo 58.º


Definição e competências Definição

1. O Conselho Disciplinar é o órgão de consulta do O Conselho de Ética é o órgão de consulta da Uni-


Reitor no exercício do poder disciplinar. versidade de apoio à concepção e acompanhamento de
políticas e acções de salvaguarda dos princípios éticos
2. Compete ao Conselho Disciplinar a emissão de e deontológicos nas áreas da investigação científica, do
parecer para aplicação de penas graves. ensino, da interação com a sociedade e do funciona-
mento geral da Universidade.
Artigo 55.º
Composição Artigo 59.º
Competências
1. O Conselho Disciplinar tem a seguinte composi-
ção: 1. Compete ao Conselho de Ética pronunciar-se so-
bre questões éticas que lhe sejam colocadas pelo Con-
a) O Reitor ou um professor por ele designado, selho Universidade e pelo Reitor, bem como propor
que preside; códigos, directrizes, recomendações, pareceres e ac-
ções de reflexão e debate, nas áreas da investigação
b) Dois representantes do corpo dos professores e científica, do ensino, da interação com a sociedade e do
investigadores; funcionamento geral da Universidade.

c) Dois estudantes; 2. Compete ainda ao Conselho de Ética emitir pare-


ceres sobre projectos de investigação envolvendo sujei-
d) Dois representantes do pessoal não docente e tos humanos, animais ou material biológico de origem
não investigador. humana ou animal, assegurando, designadamente, o
respeito pelo consentimento informado, a protecção da
2. Os membros do Conselho Disciplinar são indica- privacidade e dos dados pessoais, a aplicação dos códi-
dos pelos representantes eleitos do respectivo corpo no gos deontológicos profissionais e aplicação das decla-
Senado Académico, sendo designados pelo Reitor. rações e directrizes nacionais e internacionais sobre
ética e bioética.
Artigo 56.º
Mandatos Artigo 60.º
Composição
O mandato dos membros do Conselho Disciplinar é
de quatro anos para os professores e investigadores, 1. O Conselho de Ética tem a seguinte composição:
bem como para os representantes do pessoal não do-
cente, e de dois anos para os estudantes. a) Uma personalidade designada pelo Conselho
da Universidade, que o preside;
Artigo 57.º
Funcionamento b) Dois professores e ou investigadores da Uni-
versidade;
1. O Conselho Disciplinar reúne sempre que convo-
cado pelo Presidente. c) Um estudante de cada ciclo de estudos condu-
centes ao grau de mestre ou doutor;
2. Os membros do Conselho Disciplinar não podem
abster-se. d) Um trabalhador não docente e não investiga-
dor;
3. A comparência às reuniões do Conselho Discipli-
nar prefere a todos os outros serviços, salvo nos casos e) Até duas personalidades externas à Universi-
previstos na Lei. dade.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1429

2. Os membros referidos nas alíneas b), c), d) e e) do ou comissões, dependentes directamente do


número anterior são designados pelo Conselho da Uni- Reitor, visam a execução de programas e pro-
versidade, sob proposta do Reitor. jectos específicos, permanentes ou temporá-
rios, de natureza específica ou transversal, e
Artigo 61.º que não se enquadram nas funções próprias dos
Funcionamento Departamentos, Escolas e Centros.

O funcionamento do Conselho de Ética nomeada- 2. A alteração da tipologia e do elenco das Unidades


mente no que diz respeito à sua organização em comis- Orgânicas que acarrete aumento de encargos financei-
sões especializadas e à periodicidade das reuniões é ros carece da aprovação do órgão de tutela.
fixado em regulamento próprio.
3. A criação e definição das normas de organização
Artigo 62.º e funcionamento das unidades a que se refere o presen-
Conselho para a cooperação te artigo são da competência do Conselho da Universi-
dade.
1. O Conselho para a Cooperação é o órgão consul-
tivo de apoio ao Reitor, que tem como competência 4. Podem haver, ainda, unidades associadas à USTP
promover a reflexão e contribuir para a definição de nos termos do presente Estatuto.
políticas em matéria de cooperação entre a Universida-
de e a envolvente económica, social e cultural. Artigo 64.º
Tipologia das unidades
2. O Conselho, presidido pelo Reitor, é composto
por um máximo de 5 membros, nomeados e exonera- 1. A Universidade tem diferentes tipos de unidades,
dos pelo Reitor, que define o prazo e regime dos man- que se distinguem pelos seus objectivos, estrutura,
datos e as demais regras enquadradoras. natureza e grau de autonomia:

SECÇÃO III a) Unidades orgânicas de ensino e investigação;


Unidades
b) Unidades orgânicas de investigação;
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais c) Unidades culturais;

Artigo 63.º d) Unidades de serviços.


Estrutura geral
2. As unidades orgânicas de ensino e investigação
1. A Universidade integra as seguintes unidades e podem estruturar-se em subunidades orgânicas, corres-
subunidades: pondentes a células básicas de operacionalização cien-
tífico-pedagógica da Universidade, de acordo com
a) Escolas/institutos/faculdades, que são unidades domínios do conhecimento e área de actividade.
de ensino, investigação e extensão nos domí-
nios científicos que agregam áreas de conhe- 3. São subunidades orgânicas os departamentos e os
cimento com vincada especificidade; centros de investigação.

b) Departamentos, que são subunidades das uni- 4. Os regulamentos das subunidades orgânicas são
dades de ensino, investigação e extensão nos aprovados pelos órgãos da Unidade, nos termos dos
domínios científicos que integram áreas disci- respectivos Estatutos.
plinares próximas e afins;
5. Os departamentos e os centros de investigação
c) Centros, que são espaços inter-unidades orgâ- podem gozar de autonomia académica, nos termos a
nicas ou espaços da Universidade vocaciona- estabelecer nos Estatutos da respectiva Unidade Orgâ-
dos para a investigação, formação e extensão; nica.

d) Unidades Funcionais que são unidades que, es- 6. A Universidade tem ainda unidades diferenciadas,
truturando-se sob a forma de núcleos, grupos com objectivos e natureza distintos das anteriores, cri-
1430 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

adas por si ou conjuntamente com entidades do exteri- nomos ou em parceria com outras unidades, que se
or, dotadas de autonomia e estrutura próprias, nos ter- enquadrem na missão e objectivos da Universidade.
mos dos respetivos estatutos.
3. As unidades orgânicas de ensino e investigação,
Artigo 65.º por sua iniciativa ou por determinação dos órgãos de
Administrador governo da Universidade, podem compartilhar meios
materiais e humanos, bem como desenvolver projectos
As unidades orgânicas dispõem de um administra- conjuntos, incluindo projectos de ensino, de investiga-
dor, ao qual compete, nomeadamente: ção, de interação com a sociedade e culturais.

a) Orientar e coordenar a actividade dos serviços 4. A alteração da tipologia e do elenco das Unidades
da unidade, de acordo com as directivas do Orgânicas que acarretem aumento de encargos finan-
Presidente; ceiros carece da aprovação do órgão de tutela.

b) Dirigir o pessoal não docente e não investiga- Artigo 67.º


dor, sob orientação do responsável da respecti- Criação de unidades orgânicas de ensino e
va unidade ou subunidade; investigação

c) Assistir tecnicamente aos órgãos da unidade; 1. A criação de unidades orgânicas de ensino e in-
vestigação é da competência do Conselho da Universi-
d) Elaborar estudos, pareceres e informações rela- dade, observados, cumulativamente, os critérios se-
tivos à gestão da unidade; guintes:

e) Recolher, sistematizar e divulgar legislação a) Identidade, natureza diferenciada e necessidade


com interesse para a actividade da unidade; da sua criação, tendo em conta a missão e os
objectivos da Universidade;
f) Informar e submeter a despacho do presidente
todos os assuntos relativos a questões de natu- b) Coerência científica do domínio de actividade;
reza técnica;
c) Existência de um projecto científico e pedagó-
g) Passar certidões dos documentos constantes gico de qualidade, compatível com os restantes
dos processos à sua guarda; projectos da Universidade;

h) Exercer as demais competências que lhe forem d) Existência de disponibilidade financeira;


cometidas por Lei ou que sejam delegadas pelo
Presidente. e) Dimensão e perspectiva de crescimento da sua
estrutura de recursos humanos, tendo em conta
SUBSECÇÃO II referenciais nacionais e internacionais das res-
Unidades orgânicas de ensino e investigação pectivas áreas do conhecimento.

Artigo 66.º 2. Excepcionalmente, podem ser criadas, na depen-


Enquadramento dência directa do Reitor, unidades que não reúnam
todas as condições definidas no número anterior, regi-
1. As unidades orgânicas de ensino e investigação das por regulamento próprio, aprovado pelo Reitor,
são estruturas com órgãos e pessoal próprios, através ouvido o Senado Académico.
das quais a Universidade faz a afirmação da sua mis-
são, numa determinada área do conhecimento, com 3. As unidades criadas nos termos do número ante-
especial ênfase nas dimensões do ensino e da investi- rior devem submeter à aprovação do Conselho da Uni-
gação. versidade um plano de desenvolvimento que descreva e
suporte a sua evolução para um estatuto autónomo.
2. As unidades orgânicas de ensino e investigação
congregam recursos humanos e materiais coerentes e
adequados ao desenvolvimento das suas actividades
pedagógicas e científicas, no âmbito de projectos autó-
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1431

Artigo 68.º no mesmo âmbito, actos administrativos definitivos no


Denominação das unidades orgânicas de ensino e que se refere à gestão corrente.
investigação
3. Os actos de gestão corrente são todos aqueles que
1. Existem na Universidade as seguintes unidades de integram a actividade que as unidades orgânicas nor-
ensino e investigação: malmente desenvolvem para a prossecução das suas
atribuições.
a) Faculdade de Ciências e Tecnologias;
4. Excluem-se do âmbito da gestão corrente os actos
b) Instituto Superior de Educação e Comunicação; que, nos termos da Lei e dos presentes Estatutos, são
da competência exclusiva dos órgãos de governo da
c) Instituto Superior de Ciências de Saúde – Vic- Universidade, bem como a autorização para a realiza-
tor Sá Machado. ção de despesas cujo montante ou natureza ultrapassem
a execução nos limites aprovados.
2. As unidades orgânicas criadas nos termos do arti-
go anterior ficam denominadas conforme a sua aprova- 5. As unidades orgânicas de ensino e investigação
ção pelo Conselho da Universidade. gozam dos seguintes poderes ao nível da sua gestão
financeira:
Artigo 69.º
Estatutos das unidades orgânicas a) Elaborar, aprovar e executar os planos anuais e
plurianuais, orçamentos e outros documentos
1. As unidades orgânicas de investigação que forem previsionais relactivos às verbas de funciona-
dotadas pelos estatutos da instituição, de órgãos pró- mento;
prios e de autonomia de gestão regem-se por estatutos
próprios, no respeito pela Lei e pelos estatutos da Uni- b) Elaborar o relatório e o mapa de execução or-
versidade e pelos seus próprios estatutos. çamental;

2. Os estatutos das unidades ou subunidades care- c) Dispor das dotações provenientes do Orçamen-
cem de homologação pelo Reitor para verificação da to Geral do Estado e demais receitas disponibi-
sua legalidade e da sua conformidade com os estatutos lizadas pelos órgãos competentes da Universi-
e regulamentos da instituição. dade, nos termos de mecanismos claros de
transferência que salvaguardem a necessidade
Artigo 70.º de garantir a coesão e o equilíbrio financeiro;
Autonomia académica
d) Dispor das receitas provenientes das propinas
As unidades orgânicas de ensino e investigação go- de cursos não conferentes de grau e de outras
zam de autonomia científica, pedagógica e cultural, receitas provenientes de projectos e de presta-
contribuindo para a realização dos objectivos estratégi- ção de serviços, deduzidos os custos gerais de
cos da Universidade numa ou em várias áreas do co- funcionamento imputáveis pela Universidade;
nhecimento.
e) Autorizar a realização de despesas nos limites
Artigo 71.º que vierem a ser fixados pelos órgãos de go-
Autonomia administrativa e competência de ges- verno competentes.
tão
6. As unidades orgânicas de ensino e investigação
1. As unidades orgânicas de ensino e investigação estão obrigadas ao princípio da eficiência na utilização
dispõem de autonomia administrativa, com o âmbito e dos seus recursos, à transparência, à prestação pública
extensão definidos nos presentes Estatutos, sendo do- de contas e ao cumprimento de todas as normas legais
tadas de autonomia financeira. em vigor.

2. A autonomia administrativa e a competência de


gestão traduzem-se na capacidade dos seus dirigentes
para autorizar a realização de despesas e para praticar,
1432 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

Artigo 72.º Artigo 74.º


Participação nos recursos financeiros da univer- Conselho da unidade
sidade
O Conselho da Unidade é o órgão colegial represen-
1. A participação das unidades orgânicas de ensino e tativo da Unidade.
investigação nos recursos da Universidade resulta do
modelo de universidade plasmado nos presentes Esta- Artigo 75.º
tutos, assegurando-se o equilíbrio financeiro vertical e Competências do conselho da unidade
horizontal da instituição.
Compete ao Conselho da Unidade:
2. O equilíbrio financeiro vertical visa adequar os
recursos das unidades orgânicas de ensino e investiga- a) Definir as linhas gerais de orientação da Uni-
ção às respectivas competências e dimensão. dade;

3. O equilíbrio financeiro horizontal pretende pro- b) Aprovar os regulamentos de funcionamento in-


mover a correcção de desigualdades entre unidades terno da Unidade, incluindo regulamentos elei-
orgânicas de ensino e investigação, resultantes, desig- torais, a homologar pelo Reitor;
nadamente, de diferentes capacidades na captação de
receitas ou de diferentes necessidades de despesa resul- c) Aprovar o plano anual de actividades, o orça-
tantes da especificidade da sua actividade científica e mento, o relatório de atividades e as contas;
pedagógica.
d) Pronunciar-se sobre a criação, modificação e
Artigo 73.º extinção de subunidades orgânicas;
Modelo de governação e órgãos
e) Exercer outras competências fixadas nos Esta-
1. As unidades orgânicas de ensino e investigação tutos da Unidade.
têm órgãos de governo próprios, regendo-se por estatu-
tos próprios, no respeito da Lei e dos presentes Estatu- Artigo 76.º
tos. Composição e funcionamento do conselho da
unidade
2. Os órgãos de governo das unidades orgânicas de
ensino e investigação são: 1. O Conselho da Unidade é composto por um nú-
mero não superior a quinze membros, do seguinte mo-
a) O Conselho da Unidade; do:

b) O Presidente da Unidade; a) Pelo Presidente e um dos Vice-Presidentes;

c) O Conselho Científico; b) Por nove professores e investigadores, podendo


incluir directores dos departamentos e directo-
d) O Conselho Pedagógico. res dos centros de investigação, caso os Estatu-
tos da Unidade o prevejam;
3. Caso os estatutos da unidade o prevejam, podem
ainda ser criados: c) Por dois de estudantes;

a) O Conselho de Gestão; d) Por um representante do pessoal não docente e


não investigador;
b) O Conselho para a Qualidade;
e) Por uma personalidade de reconhecido mérito
c) O Conselho Consultivo. no académico, empresarial, cultural indicado
pelo Presidente da Unidade.

2. A eleição dos membros previstos no número ante-


rior é feita nos termos de regulamento próprio a apro-
var pelo Reitor.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1433

3. O resultado dos cálculos para determinação da 3. O Presidente é coadjuvado por vice-presidentes,


constituição do Conselho, quando tiver parte decimal, é até um máximo de dois, podendo neles delegar as
arredondado para o inteiro imediatamente inferior. competências necessárias para o adequado funciona-
mento da Unidade.
4. O Conselho da Unidade pode incluir outros mem-
bros externos. Artigo 80.º
Conselho científico
5. O Conselho da Unidade reúne ordinariamente
quatro vezes por ano e extraordinariamente por decisão O Conselho Científico é o órgão que define e supe-
do Presidente ou por solicitação de, pelo menos, um rintende a política científica da unidade orgânica de
terço dos seus membros. ensino e investigação de natureza universitária.

Artigo 77.º Artigo 81.º


Presidente da unidade Composição e funcionamento do conselho
científico
O Presidente da Unidade é o órgão unipessoal que
superiormente dirige e representa a Unidade. 1. O número de elementos do Conselho Científico é
o definido nos estatutos da unidade, e é composto por:
Artigo 78.º
Competências do presidente da unidade a) O Presidente da Unidade ou quem ele indicar,
que presida;
Compete ao Presidente da unidade orgânica de ensi-
no e investigação: b) Representantes eleitos pelos respectivos corpos
dos professores e investigadores pertencentes
a) Representar a Unidade perante os demais ór- ao quadro;
gãos da Universidade e perante o exterior;
c) Representantes das subunidades de investiga-
b) Dirigir os serviços da Unidade; ção da unidade orgânica de ensino e investiga-
ção, reconhecidos e avaliados positivamente;
c) Exercer o poder disciplinar estabelecido pelos
estatutos ou delegado pelo Reitor; d) Representantes eleitos pelos respectivos corpos
dos outros docentes e investigadores em tempo
d) Elaborar o orçamento e o plano de actividades, integral contratados há mais de um ano.
bem como o relatório de actividades e as con-
tas; 2. Podem ser convidados a participar nas reuniões do
Conselho os Directores das subunidades orgânicas e
e) Exercer as demais funções previstas na Lei e outros professores ou investigadores, quando a ordem
nos Estatutos da Unidade. de trabalhos o justifique, sem direito a voto.

Artigo 79.º 3. O mandato dos membros do Conselho Científico


Eleição do presidente da unidade tem a duração máxima de quatro anos.

1. O Presidente é um professor com a categoria mí- Artigo 82.º


nima de Professor Associado, pertencente ao quadro da Competências do conselho científico
Universidade, eleito pelo Colégio Eleitoral da Unidade
nos termos estabelecidos pelos Estatutos de cada insti- 1. Compete ao Conselho Científico:
tuição e segundo o procedimento previsto no regula-
mento competente, para um mandato de quatro anos, a) Definir a política de investigação da Unidade,
consecutivamente renovável uma única vez. tendo em conta as linhas gerais de orientação
da Universidade;
2. Pode ser candidato ao cargo de Presidente de uma
Unidade docente nas condições mencionadas no núme- b) Aprovar os planos de actividades e os relató-
ro anterior, colocado noutra unidade. rios anuais das respectivas subunidades;
1434 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

c) Aprovar as propostas de admissão e recondu- res de cursos dos diferentes ciclos de estudos
ção do pessoal docente e pessoal investigador promovidos pela Unidade, bem como de repre-
contratado; sentantes de outras unidades orgânicas com
participação específica nesses ciclos de estu-
d) Propor a abertura de concursos de professores e dos;
investigadores;
c) Estudantes, em número a definir nos estatutos
e) Decidir sobre as propostas de constituição dos da Unidade, assegurando a representação dos
júris para as provas de mestrado; diferentes ciclos de estudos promovidos pela
Unidade.
f) Propor a composição dos júris de provas de
agregação, de provas de doutoramento e de ou- 3. Os mandatos dos representantes referidos no nú-
tras provas académicas; mero anterior têm a duração de dois anos, no caso dos
professores, e de um ano, no caso dos estudantes.
g) Aprovar a creditação da formação realizada an-
teriormente, segundo as normas e critérios fi- Artigo 85.º
xados pelo Senado Académico; Competências do conselho pedagógico

h) Pronunciar-se sobre pedidos de concessão de 1. Compete, designadamente, ao Conselho Pedagó-


equivalência de doutoramento e propor a no- gico:
meação dos respectivos júris;
a) Pronunciar-se sobre as orientações pedagógicas
i) Propor a criação de novos ciclos de estudos e e os métodos de ensino e de avaliação;
aprovar os planos de estudo referentes à cria-
ção ou reestruturação de ciclos de estudos em b) Promover a realização de inquéritos regulares
que a Unidade seja parte interveniente; ao desempenho pedagógico da unidade orgâni-
ca e a sua análise e divulgação;
j) Decidir ou pronunciar-se sobre os demais as-
suntos previstos na Lei e nos regulamentos in- c) Promover a realização da avaliação do desem-
ternos da Universidade; penho pedagógico dos docentes, por estes e pe-
los estudantes, e a sua análise e divulgação;
k) Desempenhar as demais funções previstas na
Lei e nos presentes Estatutos. d) Garantir mecanismos de autoavaliação regular
relativa ao desempenho dos projectos de ensi-
Artigo 83.º no;
Conselho pedagógico
e) Apreciar as queixas relativas a falhas pedagó-
O Conselho Pedagógico é o órgão que define e supe- gicas e propor as providências necessárias;
rintende a política pedagógica da Unidade.
f) Aprovar o regulamento de avaliação do apro-
Artigo 85.º veitamento dos estudantes;
Composição do conselho pedagógico
g) Pronunciar-se sobre o regime de prescrições;
1. O Conselho Pedagógico da Unidade é composto
paritariamente por elementos dos corpos docente e h) Pronunciar-se sobre a criação de ciclos de es-
discente. tudos e sobre os planos dos ciclos de estudos
ministrados;
2. O Conselho Pedagógico é composto por:
i) Pronunciar-se sobre a instituição de prémios
a) O Presidente, que deve ser um vice-presidente escolares;
da Unidade;
j) Assegurar a gestão corrente dos assuntos co-
b) Professores, em número a definir pelo estatuto muns aos ciclos de estudos, designadamente no
da Unidade, assegurando a presença de direto-
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1435

que concerne ao calendário lectivo e ao calen- SUBSECÇÃO III


dário de avaliação; Departamentos

k) Propor a afetação de recursos para um correcto Artigo 88.º


funcionamento dos ciclos de estudos; Definição

l) Moderar e arbitrar os conflitos que venham a Os Departamentos são subunidades orgânicas per-
ocorrer no funcionamento dos ciclos de estu- manentes de criação e difusão do conhecimento no
dos; domínio de uma disciplina, de um grupo de disciplinas
ou de grupos afins de disciplinas, constituindo, como
m) Exercer as demais competências que lhe sejam tal, a célula base de organização científico-pedagógica
conferidas pela Lei ou pelos Estatutos. e de gestão de recursos num domínio consolidado do
saber.
2. O Conselho Pedagógico pode delegar parte das
suas competências no seu Presidente. Artigo 89.º
Órgãos dos departamentos
3. Nas reuniões do Conselho Pedagógico podem par-
ticipar, sem direito a voto, elementos externos ao Con- 1. Os Departamentos têm os seguintes órgãos de go-
selho, nos termos previstos no respectivo regulamento. verno:

Artigo 86.º a) O Conselho de Departamento;


Conselho de gestão
b) O Director.
1. O Conselho de Gestão é um órgão de representa-
ção da unidade orgânica, que tem como funções gerir a 2. Os Estatutos da Unidade poderão prever a consti-
unidade e coordenar o seu funcionamento. tuição de órgãos de natureza diferente que repartam as
funções cometidas ao Conselho de Departamento.
2. O Conselho de Gestão tem a seguinte composi-
ção: Artigo 90.º
Competências do conselho do departamento
a) O Presidente da Unidade, que preside;
Compete, designadamente, ao Conselho do Depar-
b) Um Vice-Presidente; tamento:

c) Os directores dos departamentos e dos centros a) Assegurar, no seu âmbito de actuação, o nor-
de investigação; mal funcionamento e progresso dos projectos
em que o Departamento esteja envolvido;
d) O Secretário e representantes do pessoal não
docente e não investigador, se os Estatutos as- b) Aprovar o plano e o relatório anual de activi-
sim o previrem. dades;

Artigo 87.º c) Eleger o Director do Departamento;


Conselho consultivo
d) Gerir os recursos afectos ao Departamento;
1. O Conselho Consultivo é presidido pelo Presiden-
te da Unidade, sendo composto por membros da Uni- e) Propor a distribuição de serviço docente pelos
dade e por personalidades, nacionais ou estrangeiras, membros do Departamento;
de reconhecido mérito nos domínios da sua actividade,
nos termos dos Estatutos da Unidade. f) Propor os planos e programas de formação do
pessoal docente afecto ao Departamento;
2. Compete ao Conselho Consultivo pronunciar-se
sobre matérias de carácter pedagógico, científico e de g) Pronunciar-se sobre a criação, reestruturação
interação com a sociedade, relativas aos projectos em ou extinção de projectos de ensino em que o
que a Unidade intervém. Departamento seja parte interveniente;
1436 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

h) Propor ao Conselho Científico a composição d) Submeter ao Conselho do Departamento a pro-


dos júris para as provas académicas no âmbito posta de plano orçamental e de atividades e o
do Departamento; relatório anual, a apresentar à Unidade Orgâni-
ca;
i) Pronunciar-se sobre a abertura de concursos de
professores; e) Coordenar a gestão dos recursos humanos, fi-
nanceiros e materiais, afectos ao Departamen-
j) Elaborar o regulamento do Departamento; to;

k) Exercer as demais competências que lhe sejam f) Garantir a realização das eleições previstas nos
atribuídas pelos Estatutos da respectiva Unida- Estatutos da Unidade Orgânica e submeter aos
de Orgânica ou delegadas pelo Conselho da órgãos de gestão da Unidade Orgânica os res-
Unidade. pectivos resultados;

Artigo 91.º g) Coordenar a elaboração dos mapas de distri-


Composição do conselho do departamento buição do serviço docente;

O Conselho do Departamento é composto pelos do- h) Executar as delegações de competências que


centes afectos ao Departamento. lhe forem atribuídas pelos órgãos da Unidade
Orgânica;
Artigo 92.º
Funcionamento do conselho do departamento i) Exercer, em permanência, as funções que lhe
forem cometidas pelo Conselho do Departa-
1. O Conselho do Departamento funciona em Plená- mento e pela Comissão Coordenadora, caso
rio. exista.

2. O Conselho do Departamento pode ainda funcio- 4. O mandato do Director do Departamento é de


nar em comissões eventuais, cuja constituição, compo- quatro anos, renovável por duas vezes.
sição e competências serão aprovadas pelo plenário.
5. O Director pode delegar competências num direc-
Artigo 93.º tor-adjunto, que assegura ainda as suas funções em
Director do departamento caso de ausência ou de impedimento.

1. O Director do Departamento é um professor, pre- SUBSECÇÃO IV


ferencialmente do quadro e de maior categoria profis- Unidades associadas
sional, eleito pelo Conselho de Departamento.
Artigo 94.º
2. Em situações devidamente fundamentadas, por Definições
decisão do Presidente da Unidade, sob proposta do
Conselho do Departamento, o Director pode ser eleito 1. As unidades associadas a que se refere o número 4
de entre o conjunto dos professores do Departamento. do artigo 63.º são instituições públicas e privadas, na-
cionais ou estrangeiras, que prosseguem fins a nível do
3. Compete ao Director do Departamento: ensino, da investigação ou da extensão, cooperando
com a USTP em função da pertinência e adequação dos
a) Presidir ao Conselho do Departamento e às su- seus fins aos prosseguidos pela Universidade, embora
as comissões; não integrem a orgânica da Universidade.

b) Representar o Departamento; 2. Salvo o disposto no presente diploma, as unidades


associadas mantêm com a USTP relações de parceria
c) Convocar e conduzir as reuniões do Conselho institucional nos termos dos respetivos contratos de
do Departamento e, caso existam, da Comissão associação, assinados entre o Reitor e os respetivos
Coordenadora e demais comissões; dirigentes máximos.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1437

3. Os contratos de associação a que se refere o nú- f) Serviços de Estágios Curriculares e Acção So-
mero anterior definem as formas de colaboração, po- cial;
dendo incluir a possibilidade de partilha do pessoal
docente e investigador, discentes e demais recursos, g) O Gabinete de Planeamento, Avaliação e Qua-
tendo em vista a boa prossecução de objectivos co- lidade;
muns.
h) Gabinete de Cooperação, Empreendedorismo e
SECÇÃO III Inovação.
Serviços
Artigo 97.º
Artigo 95.º Atribuições gerais dos serviços
Função e direcção
1. O Gabinete do reitor é um serviço de apoio ao
1. Os serviços da USTP são unidades especializadas Reitor, bom como os Vice-reitores e Pró-Reitores, no
de apoio técnico e logístico aos órgãos e às Unidades exercício das suas funções, competindo-lhe, designa-
Orgânicas no desempenho das suas funções, designa- damente:
damente na preparação, execução e avaliação das deci-
sões, políticas, normas e instrumentos de gestão da a) A assessoria e ao apoio logístico e organizativo
Universidade nos diversos domínios de actividade. às actividades da Equipa Reitoral;

2. O gabinete do Reitor é dirigido por um Director b) A gestão das agendas e da actividade protoco-
de Gabinete que, coadjuvado por Assessores e Secretá- lar da Equipa Reitoral;
rios, exerce as suas atribuições sob dependência hierár-
quica e funcional do Reitor. c) A organização e o encaminhamento do expedi-
ente relativo às actividades da Equipa Reitoral;
3. Os serviços da USTP são dirigidos por directores
e ou chefes de serviços, nomeados pelo Reitor, e de- d) O apoio às reuniões do Reitor com entidades
pendem directa, hierárquica e funcionalmente do Ad- internas e externas;
ministrador da Unidade e/ou dos Vice-Reitores e Pró-
Reitores sob delegação do Reitor, sem prejuízo das e) A divulgação das normas internas e demais di-
competências próprias deste. rectrizes emanadas do Reitor e ou dos demais
membros da Equipa Reitoral, por delegação do
4. Com excepção do Gabinete do Reitor os serviços Reitor e ou disposição regulamentar expressa,
da USTP são, no seu conjunto, dotados de um conselho bem como dos actos e deliberações dos órgãos
de dirigentes, órgão colegial de natureza consultiva e centrais de governo e de gestão da Universida-
de apoio ao Administrador da Universidade, por este de.
presidido e composto pelos directores dos serviços.
2. Os Serviços Administrativos e Financeiros asse-
Artigo 96.º guram a gestão corrente da Universidade em matéria
Estrutura administrativa e financeira, nos termos legais e regu-
lamentares pertinentes e em harmonia com as directi-
Os serviços da USTP estruturam-se do seguinte mo- vas emanadas dos órgãos competentes da USTP, com-
do: petindo-lhes, designadamente:

a) Gabinete do Reitor; a) Funções operativas nas áreas do pessoal docen-


te e não docente e de gestão administrativa, fi-
b) Serviços Administrativos e Financeiros; nanceira e patrimonial;

c) Serviços Académicos; b) Serviço de recepção, distribuição e expedição


de documentos, bem como o arquivo geral da
d) Serviços Técnicos; Universidade;

e) Serviços de Documentação e Edições; c) Outras actividades superiormente determina-


das;
1438 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

d) As demais atribuições dos serviços Adminis- c) Gestão dos recursos bibliográficos e documen-
trativos e Financeiros serão objecto de regula- tais da USTP;
mento próprio superiormente determinadas por
despacho do Reitor. d) Programação e ou realização das actividades
editoriais da USTP, nomeadamente edição, pu-
2. Os Serviços Académicos têm por função a gestão blicação e distribuição de revistas, órgãos in-
corrente da Universidade nos assuntos de natureza formativos, obras científicas, literárias e cultu-
administrativa e académica e, designadamente, o apoio rais;
técnico-administrativo aos projectos de ensino da Uni-
versidade em matéria de: e) Zelar pelo tratamento e divulgação de informa-
ções produzidas pela universidade e sobre a
a) Atendimento geral aos estudantes; universidade;

b) Regime escolar geral dos alunos; f) Desenvolver a estratégia de comunicação e


imagem no país e no exterior;
c) Atendimento aos docentes;
g) Prestar assessoria ao Reitor e a Equipa Reitoral
d) As demais atribuições dos serviços académicos e aos dirigentes das unidades orgânicas em ma-
serão objecto de regulamento próprio superi- téria de comunicação e imagem da Universida-
ormente determinadas por despacho do Reitor. de;

3. Compete, designadamente, aos Serviços Técnicos h) Assessorar a publicação regular dos órgãos ou
coordenar e executar as actividades relativas a: meios de informação da USTP;

a) Concepção, implementação e manutenção de i) As demais atribuições dos serviços de Docu-


sistemas e plataformas de suporte tecnológico à mentação e Edições serão objeto de regulamen-
gestão da Universidade; to próprio superiormente determinadas por
despacho do Reitor.
b) Planeamento, manutenção das infraestruturas
universitárias; 5. Aos Serviços de Acção Social incumbe a execu-
ção da política de apoio social à comunidade universi-
c) Criação das condições técnicas e materiais tária e, em especial, aos seus estudantes, com vista a
adequadas à preservação do meio ambiente, da assegurar o direito à igualdade de oportunidades de
saúde, higiene e segurança das instalações; acesso, frequência e sucesso escolar, pela superação de
desigualdades económicas, sociais e culturais, designa-
d) As demais atribuições dos serviços Técnicos damente através do desenvolvimento de actividades
serão objeto de regulamento próprio superior- nos domínios de:
mente determinadas por despacho do Reitor.
a) Alimentação e alojamento;
4. Os Serviços de Documentação e Edições têm por
função a gestão corrente em matéria de bibliotecas, b) Serviços de Saúde;
documentação e edições, competindo-lhes, designada-
mente: c) Bolsas de Estudo;

a) A recolha, sistematização, gestão e disponibili- d) Material didático e demais recursos pedagógi-


zação a todos os sectores de actividade da Uni- cos;
versidade de informação ou documentação de
carácter científico, técnico e cultural necessária e) Actividades desportivas e culturais;
ao desempenho das respectivas funções;
f) Outros apoios socioeducativos;
b) A participação em sistemas ou redes de infor-
mação bibliográfica, científica e técnica, de g) As demais atribuições dos serviços de Acção
acordo com os interesses da Universidade; Social serão objecto de regulamento próprio
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1439

superiormente determinadas por despacho do h) Estabelecer parcerias sustentáveis entre a


Reitor. USTP e empresas nacionais e internacionais.

6. O Gabinete de Planeamento, Avaliação e Quali- 8. O Gabinete de Auditoria e Controlo de Qualidade


dade tem por funções principais: tem por funções essenciais:

a) O apoio técnico na preparação e execução dos a) A implementação e o acompanhamento da ob-


planos, programas e projectos de desenvolvi- servância das normas e parâmetros de qualida-
mento da USTP; de definidos pelo Conselho da Universidade;

b) Apoiar as realizações que facilitem a melhoria b) A realização de actividades de controlo interno,


do Planeamento e criação de instrumentos de designadamente auditorias financeiras, peda-
Gestão de Qualidade; gógicas e de gestão, averiguações, inquéritos,
sindicâncias e processos disciplinares.
c) A implementação e o acompanhamento da ob-
servância das normas e parâmetros de qualida- Artigo 98.º
de definidos pelo Conselho da Universidade; Regulamentação, adequação e modificação da es-
trutura
d) A realização de actividades de controlo interno,
designadamente auditorias financeiras, peda- 1. A organização, o funcionamento e o desenvolvi-
gógicas e de gestão, averiguações, inquéritos, mento das atribuições e competências dos serviços
sindicâncias e processos disciplinares. constam do regulamento orgânico e de regulamentos
específicos, a aprovar pelo órgão estatutário competen-
7. Ao Gabinete de Cooperação, Empreendedorismo te da USTP.
e Inovação compete:
2. Por conveniência de serviço, a estrutura dos servi-
a) Promover a gestão e a dinamização das rela- ços da USTP pode ser modificada por despacho do
ções de cooperação e parceria da USTP com Reitor, mediante parecer favorável do Conselho da
outras instituições, públicas e privadas, nacio- Universidade tendo em vista a sua adequação às exi-
nais ou estrangeiras, que prossigam fins análo- gências do processo de institucionalização da Univer-
gos ou complementares; sidade, às disponibilidades de pessoal e de recursos e
às prioridades definidas em determinados contextos.
b) Planear, coordenar e acompanhar as activida-
des definidas para o gabinete, de acordo com 3. Por conveniência de serviço e tendo em vista o
uma definição de objectivos consistentes e disposto no número anterior, pode ser atribuída a um
mensuráveis, suportados por mecanismos de Director de Serviço a chefia de mais de um serviço.
acompanhamento e reporte;
CAPÍTULO IV
c) Submeter a despacho do superior responsável Pessoal
os assuntos que dependam da sua resolução,
devidamente instruídos e informados; Artigo 99.º
Pessoal da USTP
d) Elaborar relatórios e preparar informações so-
bre a sua área de actividade e submetê-los à 1. O pessoal da USTP está sujeito ao regime jurídico
apreciação superior; geral das relações de trabalho, aplicável aos funcioná-
rios públicos, designadamente o Estatuto da Função
e) Garantir a comunicação horizontal com outras Pública e subsidiariamente regendo-se pelas disposi-
unidades, numa perspectiva de cooperação e ções constantes da Lei do Trabalho na matéria não
trabalho conjunto; contraditória, sem prejuízo do disposto nos números
seguintes e no presente Estatuto.
f) Promover o empreendedorismo no seio da co-
munidade universitária; 2. A USTP dispõe de pessoal docente e pessoal não
g) Promover a criação de incubadoras e start-ups docente, que se regem por estatutos de carreira pró-
na Universidade; prios, aprovados por decreto, por proposta do Reitor.
1440 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

3. Os estatutos a que se refere o número anterior de- Artigo 101.º


finem as regras de recrutamento, o regime de trabalho e Incompatibilidades e impedimentos
de carreira, os direitos e deveres, o quadro de pessoal, a
tabela salarial e demais normas relativas à gestão do 1. O Reitor, Vice-Reitores, Pró-Reitores, Presidentes
respectivo pessoal. e Vice-Presidentes das Unidades Orgânicas, quer ao
nível da Universidade ou das suas Unidades Orgânicas
Artigo 100.º não podem pertencer aos órgãos de governo ou de ges-
Pessoal docente e pessoal não docente tão de outras instituições de ensino superior, público ou
privado.
1. Sem prejuízo da fixação em diploma próprio das
regras que definam o estatuto do pessoal docente da 2. A verificação de qualquer incompatibilidade acar-
Universidade, o ingresso, o acesso e o desenvolvimen- reta a perda do mandato e a inelegibilidade para os
to profissional na carreira do pessoal docente da USTP cargos previstos no número anterior, durante o período
obedecem às regras seguintes: de quatro anos.

a) Posse do grau de doutoramento, para efeitos de CAPÍTULO V


ingresso, acesso ou desenvolvimento profissio- Gestão Económico-financeira
nal na carreira;
Artigo 102.º
b) Aprovação em concurso, que inclua requisitos Princípios gerais
e critérios de natureza científica e pedagógica,
para efeitos de ingresso e de promoção na car- A gestão económico-financeira da USTP obedece,
reira; nomeadamente, aos seguintes princípios:

c) Mérito comprovado através de avaliação curri- a) Legalidade, rigor e racionalidade na utilização


cular ou de desempenho na USTP, para efeitos dos meios e recursos;
de acesso ou progressão na carreira, respetiva-
mente, sem prejuízo do disposto na alínea a). b) Eficiência e eficácia dos atos e procedimentos
de gestão financeira;
2. Nos termos do respectivo estatuto de pessoal do-
cente, a USTP pode recrutar, por contrato a termo, c) Sustentabilidade financeira;
indivíduos habilitados com o grau de mestrado ou de
licenciatura e que revelem possuir os requisitos indis- d) Transparência na gestão e prestação de contas;
pensáveis para o desempenho de funções docentes na
USTP. e) Fiscalização dos órgãos dos poderes do Estado.

3. A USTP pode ainda recrutar, por convite, profes- Artigo 103.º


sores ou personalidades nacionais ou estrangeiras de Financiamento
reconhecido mérito, para o desempenho de funções
docentes, nos termos do estatuto referido no número 1. Cabe ao Estado garantir à USTP as verbas neces-
anterior. sárias ao seu funcionamento que incluem as despesas
correntes salariais e não salariais, compromissos com
4. Podem ainda ser recrutados como docentes, em organizações nacionais e internacionais de que faz
regime de destacamento, requisição, transferência ou parte, nos limites das disponibilidades orçamentais e
de mera prestação de serviços, indivíduos cujos conhe- tendo em conta as receitas próprias auferidas pela Uni-
cimentos e competências sejam relevantes para o de- versidade.
senvolvimento das actividades de ensino, investigação
e extensão da USTP. 2. Cabe igualmente ao Estado garantir à USTP as
verbas necessárias ao financiamento das despesas de
5. Aplicam-se ao pessoal não docente, com as devi- investimentos, quer estruturantes ou de manutenção.
das adaptações, o disposto nas alíneas b) e c) do núme- 3. As actividades de investigação e extensão são ob-
ro 1 e no número 4. jecto de financiamento obrigatório pelo Estado median-
te projetos anuais ou plurianuais, apresentados pela
USTP.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1441

4. Sem prejuízo do financiamento referido nos nú- Artigo 106.º


meros anteriores, cabe aos órgãos próprios da USTP Despesas
angariar fundos que suplementem as dotações orça-
mentais indispensáveis à satisfação das suas necessida- Constituem despesas da USTP as que resultem de
des. encargos decorrentes da prossecução dos respectivos
fins, sem prejuízo do respeito pela Lei aplicável.
Artigo 104.º
Gestão financeira Artigo 107.º
Instrumentos de gestão
1. A USTP arrecada e administra as suas receitas e
satisfaz, por meio delas, as despesas inerentes à prosse- 1. Na gestão da USTP devem adotar-se os seguintes
cução dos seus fins. instrumentos de gestão:

2. A USTP transita de ano os saldos de gerência sem a) Plano Estratégico;


necessidade de os depositar nos cofres do Estado.
b) Planos anuais de actividades;
Artigo 105.º
Receitas c) Orçamento;

São receitas da USTP: d) Relatório anual de actividades, incluindo os re-


latórios dos projetos;
a) As dotações que lhe forem concedidas pelo Es-
tado; e) Conta de gerência.

b) Os rendimentos dos bens próprios ou de que 2. O plano estratégico, de base móvel e referente a
tenha fruição; um período nunca inferior a quatro anos, deve ser atua-
lizado anualmente, através dos planos anuais, e nele se
c) As receitas provenientes do pagamento de pro- tem em consideração o planeamento geral do ensino e
pinas; das actividades de I&D.

d) As receitas derivadas da prestação de serviços 3. O relatório anual previsto na alínea d) do número


e da venda de publicações; anterior consiste no balanço circunstanciado das respe-
tivas actividades e deve conter, designadamente, os
e) Os subsídios, subvenções, comparticipações, seguintes elementos:
doações, heranças e legados;
a) Referência aos planos de desenvolvimento e à
f) O produto da venda de bens imóveis, nos ter- sua execução;
mos da Lei, bem como de outros bens;
b) Análise de gerência administrativa e financeira;
g) Os juros das contas de depósitos;
c) Indicação dos objetivos prosseguidos e da me-
h) Os saldos da conta de gerência de anos anterio- dida em que foram alcançados;
res;
d) Inventariação dos fundos disponíveis e referên-
i) O produto de taxas, emolumentos, multas e pe- cia ao modo como foram utilizados;
nalidades;
e) Descrição dos movimentos de pessoal investi-
j) O produto de empréstimos contraídos; gador, docente e não docente;

k) As receitas provenientes da propriedade inte- f) Elementos sobre a admissão, a frequência e o


lectual; sucesso escolares.

l) Quaisquer outras receitas que legalmente lhe 4. Ao relatório referido no número anterior deve ser
advenham. dada a devida publicidade.
1442 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020

5. A Conta de Gerência é submetida a julgamento do 3. O Conselho para a Qualidade definirá os indica-


Tribunal de Contas, nos termos da Lei. dores de avaliação interna, com base nas oito dimen-
sões descritas no artigo 5.º do Decreto-lei n.º 2/2019
CAPÍTULO VI que estabelece o Sistema Nacional de Avaliação do
Fiscalização, Inspecção, Acreditação e Avaliação Ensino Superior, publicado no Diário da República n.º
26 I Série de 23 de Abril.
Artigo 108.º
Fiscalização pelo estado 4. A periodicidade da avaliação interna será anual e
subsidiará a avaliação externa realizada pelas comis-
A USTP está sujeita aos poderes de fiscalização do sões de avaliadores.
Estado, devendo colaborar leal e prontamente com as
instâncias competentes. 5. A auto-avaliação deverá ser pautada pelo rigor e
orientada para a excelência académica, com métodos,
Artigo 109.º técnicas e procedimentos aprovados pelos órgãos inter-
Inspecção nos da Universidade e documentada por meio de rela-
tórios, contendo os resultados e as sugestões de melho-
1. A USTP está sujeita à inspecção do ministério en- ria da política institucional.
carregue pela área de educação.
Artigo 112.º
2. Os serviços competentes do ministério encarregue Acreditação
pela área de educação procedem regularmente a visitas
de inspecção a USTP, podendo fazer-se acompanhar de A USTP está sujeita ao sistema nacional de acredita-
especialistas nas áreas relevantes. ção, devendo por isso, cumprir as obrigações legais e
colaborar com as instâncias competentes.
3. Os relatórios de inspecção são notificados à
USTP. CAPÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias
Artigo 110.º
Auditoria e controlo das unidades Artigo 113.º
Transição
1. As unidades estão sujeitas à fiscalização adminis-
trativa e financeira da Universidade, através do serviço 1. Nos termos do presente Estatuto e da Lei, é garan-
competente. tido que os estudantes dos extintos Instituto Superior
Politécnico de São Tomé e Príncipe, Escola de Forma-
2. Os serviços responsáveis pela área de auditoria ção de Professores e Educadores e Instituto de Ciências
disponibilizarão as informações relevantes sobre os da Saúde Victor Sá Machado, com matrícula e inscri-
respectivos procedimentos às unidades orgânicas e ção à data da criação da USTP, transitem automatica-
respectivas subunidades, bem como às unidades cultu- mente para as respectivas Unidades Orgânicas, man-
rais e de serviços. tendo todos os direitos e obrigações de que eram
Artigo 111.º titulares naquelas entidades, até à conclusão dos res-
Procedimento da avaliação pectivos ciclos de estudos.

1. É garantido o procedimento da avaliação interna 2. A guarda e a manutenção dos arquivos documen-


ou auto-avaliação da USTP cujo processo tem como tais existentes nas entidades mencionadas no número 1
objectivo realizar diagnósticos que possam conduzir à deste artigo, nomeadamente os relativos aos processos
melhoria do projecto educativo, científico e cultural da de estudantes, docentes, investigadores e demais traba-
Universidade, bem como o aperfeiçoamento do plano lhadores, compete às respectivas instituições até que o
curricular dos ciclos de estudo. Conselho da Universidade, sob proposta do Reitor,
decida definitivamente sobre a matéria.
2. É garantida a participação de docentes, estudantes
e não-docentes no processo de recolha de dados, análi- 3. As normas, os regulamentos e os procedimentos
se e publicação no desenvolvimento da auto-avaliação vigentes nas entidades mencionadas no número 1 deste
que é coordenado pelo Conselho para a Qualidade. artigo mantêm-se em vigor até à sua substituição ou
revogação expressa.
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1443

Artigo 114.º
Estatutos das unidades

Após a publicação do presente Estatuto os órgãos


competentes da Universidade aprovam, no prazo má-
ximo de 30 dias, os Estatutos das Unidades Orgânicas.

Artigo 115.º
Alterações ao estatuto da USTP

O presente Estatuto pode ser revisto pelo Conselho


da Universidade:

a) Quatro anos após a respectiva entrada em vi-


gor;

b) Em qualquer momento, por deliberação de dois


terços dos membros do Conselho da
Universidade em exercício efectivo de funções.
1444 II SÉRIE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 108 – 01 de Outubro de 2020
N.º 108 –01 de Outubro de 2020 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA II SÉRIE 1445

DIÁRIO DA REPÚBLICA
AVISO
A correspondência respeitante à publicação de anúncios no Diário da República, a sua assinatura ou falta
de remessa, deve ser dirigida ao Centro de Informática e Reprografia do Ministério da Justiça, Adminis-
tração Pública e Direitos Humanos – Telefone: 2225693 - Caixa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia
@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.

Você também pode gostar